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COMANDOS ELÉTRICOS
MÓDULO III

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SUMÁRIO

CAPÍTULO I
Dispositivos de Proteção e Comando

1.1 Fusíveis ----------------------------------------------------------------------------------------------------04


1.2 Disjuntores------------------------------------------------------------------------------------------------09
1.3 Contatores------------------------------------------------------------------------------------------------11
1.4 Relés de Sobrecarga-----------------------------------------------------------------------------------13
1.5 Relés de Tempo------------------------------------------------------------------------------------------15
1.6 Relés de Nível---------------------------------------------------------------------------------------------16
1.7 Relés de Sequência e Falta de Fase---------------------------------------------------------------17

CAPÍTULO II
Dispositivos de Acionamento e Sinalização

2.1 Botões de Comando-------------------------------------------------------------------------------------17


2.2 Chaves Fim de Curso------------------------------------------------------------------------------------18
2.3 Sinalizadores-----------------------------------------------------------------------------------------------19
2.4 Sensores de Proximidade -----------------------------------------------------------------------------20
2.5Sensores Indutivos----------------------------------------------------------------------------------------20
2.6 Sensores Óticos-------------------------------------------------------------------------------------------20

CAPÍTULO III
Atuadores Hidráulicos e Pneumáticos

3.1 Atuadores Lineares-------------------------------------------------------------------------------------21


3.2 Atuadores Rotativos-----------------------------------------------------------------------------------23
3.3 Válvulas ---------------------------------------------------------------------------------------------------24

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CAPÍTULO IV
Comandos Elétricos

4.1 Conceito---------------------------------------------------------------------------------------------------27
4.2 Simbologia Numérica e Literal -------------------------------------------------------------------28
4.3 Análise de Circuito------------------------------------------------------------------------------------22
4.4Circuito Basico------------------------------------------------------------------------------------------29

CAPÍTULO V
Sistema de Partida de Motores Elétricos de Indução
5.1 Partida Direta------------------------------------------------------------------------------------------35
5.2 Chave Reversora-------------------------------------------------------------------------------------36
5.3 Motor de Velocidade (DAHLANDER)----------------------------------------------------------37
5.4 Partida Consecutiva de Motores----------------------------------------------------------------38
5.5 Chave Estrela Triângulo---------------------------------------------------------------------------39
5.6 Chave Compensora por Autotransformador ----------------------------------------------41
5.7 Frenagem de Motores Elétricos----------------------------------------------------------------42
Referência Bibliográfica-------------------------------------------------------------------------------45

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COMANDOS ELÉTRICOS

CAPÍTULO 01
DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO E COMANDO

1.1. Fusíveis
O princípio de funcionamento do fusível baseia-se na fusão do filamento e conseqüente abertura do
mesmo, quando por este passa uma corrente elétrica superior ao valor de sua especificação. Para
entender esta operação, veja a figura abaixo.

O elemento fusível é um fio ou uma lâmina de metal, alocado no interior do fusível, um corpo
geralmente de porcelana e hermeticamente fechado. A maioria dos fusíveis possui um elemento indicador
(indicado por 3, na Figura 4.3) que indica a integridade do dispositivo. Este elemento é um fio ligado em
paralelo com o elemento fusível e que libera uma mola após a sua operação, o que provoca o
aparecimento do sinalizador na carcaça do fusível.
O meio extintor do fusível é um material granulado, geralmente areia de quartzo.
O elemento fusível assume diversas formas, de acordo com a sua corrente nominal, podendo ser
composto por um ou mais fios de lâminas ligados em paralelo, com trechos de seção reduzida. No fusível
existe um ponto de solda em que a temperatura de fusão é menor que a do elemento fusível.

Operação do Fusível
Quando o elemento fusível opera em regime permanente (onde a corrente que circula na carga em
série é estável), o condutor e o elemento fusível, obviamente, têm a mesma corrente elétrica, a qual
produz aquecimento em ambos.
A temperatura do condutor atinge então a temperatura 1. Já o elemento fusível, que possui uma
resistência elétrica mais alta, fica com uma temperatura superior, 2 (o aquecimento é maior, pelo efeito
Joule).
Esta temperatura mais elevada ocorre no ponto médio do elemento fusível, como se vê na curva da
Figura 4.4.
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A temperatura se comporta da seguinte forma: decresce do ponto médio até as extremidades do


elemento fusível. Nota-se que os pontos de conexão e o ponto médio não têm a mesma temperatura, mas
possuem uma temperatura maior que a dos condutores. A corrente que percorre o fusível sem ultrapassar
este valor é a corrente nominal do mesmo. Um valor acima da corrente nominal provoca o rompimento do
elemento fusível (de acordo com a sua curva de atuação), e aí o circuito se abre.

Os FUSÍVEIS são dispositivos de segurança e proteção que são inseridos nos circuitos elétricos,
para interrompê-los quando alguma anomalia acontece (situações anormais de corrente, com o curto-
circuito ou sobrecargas de longa duração).

Classificação
De um modo geral, os fusíveis são classificados segundo a tensão de alimentação em alta ou baixa
tensão, e, também segundo as características de desligamento em efeito RÁPIDO ou RETARDADO.

Fusíveis de Efeito Rápido - os fusíveis de efeito rápido são empregados em circuitos em que não
há variação considerável de corrente entre a fase de partida e a de regime normal de funcionamento.
Esses fusíveis são ideais para a proteção de circuitos resistivos (lâmpada, fornos, etc.)

Fusíveis de Efeito Retardado - os fusíveis de efeito retardado são apropriados para uso em circuitos
cuja corrente de partida atinge valores muitas vezes superiores ao valor da corrente nominal e em circuitos
que estejam sujeitos a sobrecarga de curta duração. Como exemplos podem ser citados motores elétricos
e cargas capacitivas em geral.
As formas construtivas mais comuns dos fusíveis aplicados nos circuitos de motores elétricos são
os tipos D (Diazed, diametral) e NH, de maior capacidade de corrente.
Abaixo fusível Diazed (fig. a) e NH (fig. b).

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Características
Os fusíveis D e NH, também conhecidos como fusíveis de força, atuam como dispositivos de
proteção em circuitos de motores elétricos principalmente, protegendo-os contra correntes de curto-
circuito, de forma seletiva (em combinação com relés) contra sobrecargas de longa duração. Suas
principais características são:
Corrente nominal - corrente máxima que o fusível suporta continuamente sem interromper o
funcionamento do circuito. Esse valor é marcado no corpo de porcelana do fusível.
Corrente de curto circuito - corrente máxima que deve circular no circuito e que deve ser
interrompida instantaneamente.
Capacidade de ruptura (KA) - valor de corrente que o fusível é capaz de interromper com
segurança. Não depende da tensão nominal da instalação.
Tensão nominal - tensão para a qual o fusível foi construído. Os fusíveis normais para baixa
tensão são indicados para tensões de serviço de até 500 V em CA e 600 V em CC.
Resistência elétrica (ou resistência ôhmica) - grandeza elétrica que depende do material e da
pressão exercida. A resistência de contato entre a base e o fusível é responsável por eventuais
aquecimentos que podem provocar a queima do fusível.
O fusível tipo D é recomendado para o uso residencial e industrial, uma vez que possui proteção
contra contatos acidentais, podendo ser manuseado por pessoal não qualificado. Faixa de corrente: de 2 a
63 A, capacidade de ruptura de 50 kA e tensão máxima de 500 V.

Fusíveis DIAZED
Os fusíveis Diazed podem ser de ação rápida ou retardada.
Os de ação rápida são usados em circuitos resistivos, ou seja, sem picos de corrente. Os de ação
retardada são usados em circuitos com motores e capacitores, sujeitos a picos de corrente.
Esses fusíveis são construídos para valores de, no máximo 100 A e capacidade de ruptura é de 70
kA com uma tensão de 500 V. Na figura abaixo é mostrado o aspecto construtivo do fusível tipo D.

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Fusíveis Tipo D Ultra-Rápidos (Silized)


Os fusíveis ultra-rápidos SILIZED são utilizados na proteção de curto-circuito de semicondutores,
tiristores, GTO's e diodos. Estão adaptados às curvas de carga dos tiristores e diodos de potência,
permitindo, quando da sua instalação, seu manuseio sem riscos de toque acidental.
Possuem categoria de utilização gR, em três tamanhos, e atendem às correntes nominais na faixa
de 16 a 100 A.

Fusíveis NEOZED (Tipo D0)

Os fusíveis NEOZED possuem tamanho reduzido e são aplicados na proteção de curto-circuito em


instalações típicas residenciais, comerciais e industriais.
Possuem categoria de utilização gL/gG, atendendo as correntes nominais de 2 a 63 ampères.
Categoria de utilização: gG (para aplicação geral e com capacidade de interrupção em toda zona
tempo-corrente).
Tensão nominal: 400 VCA / 250 VCC.
Capacidade de interrupção nominal: 50 kA até 400 VCA e 8 kA até 250 VCC.
Atendem às Normas: NBR IEC 60 269 e VDE 0636.

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Fusíveis tipo NH

Os fusíveis tipo NH devem ser manuseados por pessoas qualificadas, sendo recomendados para
ambientes industriais e similares. Faixas: de 4 a 630 A, capacidade de ruptura de 120 kA e tensão máxima
de 500 V
NH são as iniciais de “Niederspannungs Hochleitungs”, que em língua alemã significa “Baixa
Tensão e Alta Capacidade de Interrupção”.
Os fusíveis NH são aplicados na proteção de sobrecorrentes de curto-circuito e sobrecarga em
instalações elétricas industriais. Atendem às normas IEC 60269-2-1, VDE 0636 (alemã) e NBR11841
(ABNT, brasileira).
Possuem categoria de utilização gL/gG, atendendo as correntes nominais de 6 a 1250 A.
Categoria de utilização gG: para aplicação geral e com capacidade de interrupção em toda zona
tempo-corrente.
Tensão nominal: 500 VCA e 690 VCA; 250 VCC.
Capacidade de interrupção nominal: 120 kA até 500 VCA e 690 VCA. 100 kA até 250 VCC.
Os fusíveis NH são constituídos por 2 partes: base e fusível.
A base é fabricada de material isolante como a esteatita, plástico ou termo fixo. Nela são fixados os
contatos em forma de garras, às quais estão acopladas molas que aumentam a pressão de contato.

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O fusível possui corpo de porcelana de seção retangular. Dentro desse corpo, estão o elo
porcelana existem duas facas de metal que se encaixam perfeitamente nas garras da base. O elo fusível é
feito de cobre em forma de lâminas vazadas em determinados pontos para reduzir a seção condutora. O
elo fusível pode ainda ser fabricado em prata.
Os fusíveis NH suportam elevações de tensão durante certo tempo sem que ocorra fusão. Eles são
empregados em circuitos sujeitos a picos de corrente e onde existam cargas indutivas e capacitivas.
Em resumo, sua construção permite valores padronizados de corrente que variam de 6 a 1200 A.
Sua capacidade de ruptura é sempre superior a 70 kA com uma tensão máxima de 500 V.

Curva Característica de um Fusível

Os fusíveis apresentam curvas características do tempo máximo de atuação, t(seg), em função da


corrente.
No dimensionamento de fusíveis de efeito retardado (para motores elétricos e cargas capacitivas em
geral), devem-se levar em consideração os seguintes aspectos.
O tempo de fusão virtual (exemplo para um motor: tempo e corrente de partida) – neste caso, os
fusíveis utilizados devem suportar o pico da corrente de partida (Ip) sem fundir, durante o tempo
(transitório) de partida do motor, Tp. Tendo em mãos os valores de Tp e Ip é fácil dimensionar o fusível a
ser empregado em cada fase do mesmo;
A seguinte equação deve ser utilizada:

Para assegurar a vida útil da instalação do motor elétrico, deve-se dimensionar uma corrente no
mínimo 20% superior à sua corrente nominal;
Quanto aos outros dispositivos no circuito de alimentação, como contatores e relés de sobrecarga,
deve-se observar o seguinte critério:

Ou seja, os fusíveis deverão proteger estes elementos. Esta verificação é feita com base em
cálculos e em consultas em tabelas de contatores e de relés de sobrecarga.

1.2. Disjuntores

O Disjuntor é um dispositivo eletromecânico que permite proteger uma determinada instalação


elétrica contra curto-circuito e/ou sobrecargas.

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Sua principal característica é a capacidade de poder ser rearmado manualmente quando estes
tipos de defeitos ocorrem, diferindo do fusível, que tem a mesma função, mas que fica inutilizado depois de
proteger a instalação.
Assim, o disjuntor interrompe a corrente em uma instalação elétrica antes que os efeitos térmicos e
mecânicos desta corrente possam se tornar perigosos às próprias instalações.
Por esse motivo, ele serve tanto como dispositivo de manobra como de proteção de circuitos
elétricos.
Um disjuntor é constituído pelo relé, com um órgão de disparo (disparador) e um órgão de corte (o
interruptor) e dotado também de convenientes meios de extinção do arco elétrico (câmaras de extinção do
arco elétrico).
O disjuntor mais simples é o disjuntor termomagnético, que possui um relé eletromagnético que
protege contra curto – circuitos e um relé térmico, constituído por uma lâmina bimetálica, que protege
contra sobrecargas.
Aspectos construtivos de um Disjuntor
1. Atuador - chave para desligar ou resetar manualmente o disjuntor. Também indica o estado do
disjuntor (Ligado/Desligado ou desarmado). A maioria dos disjuntores é projetada de forma que o disjuntor
desarme mesmo que o atuador seja segurado ou travado na posição "liga".
2. Mecanismo atuador- une os contatos juntos ou independentes.
3. Contatos - Permitem que a corrente flua quando o disjuntor está ligado e seja interrompida
quando desligado.
4. Terminais.
5. Trip bimetálico
6. Parafuso calibrador - permite que o fabricante ajuste precisamente a corrente de trip do
dispositivo após montagem.
7. Solenóide.
8. Extintor de arco

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1.3 Contatores

Numa definição simples, contatores são dispositivos de manobra eletromecânica, construídos para
uma elevada freqüência de operação. São comandados a distância, com uma única posição de repouso
estável (aberto ou fechado). Os contatores podem estabelecer interromper e suportar correntes normais
da instalação (nominais) e ocasionalmente as de curto-circuito.
De acordo com a potência (carga), o contator é um dispositivo de comando de motor e pode ser
utilizado individualmente, acoplado a relés de sobrecarga, na proteção de sobrecorrente. Basicamente,
existem contatores para motores e contatores auxiliares.

Classificação dos Contatores


Os contatores podem ser classificados como:
Principais (siglas CW e CWM) e Auxiliares (CAW).
Os contatores auxiliares operam com corrente máxima de 10 A e possuem de 4 a 8 contatos,
podendo chegar até 12 contatos.
Os contatores principais trabalham com corrente máxima de até 600 A. De uma maneira geral
possuem três contatos principais do tipo NA, para manobra de cargas trifásicas a três fios.

Tipos de Contatores

Eletromagnéticos – a força necessária para fechar o circuito provém de um eletroímã;


Pneumáticos – a força para efetuar a ligação provém do ar comprimido;
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Eletropneumáticos – similares aos pneumáticos, mas com o circuito de comando governado por
eletroválvulas.
O Contator controla elevadas correntes através de um circuito de baixa corrente. É construído de
uma bobina, que, quando alimentada por corrente, cria um campo eletromagnético no núcleo fixo o qual
atrai o núcleo móvel, fechando o circuito.
Ao cessar a alimentação da bobina, o campo eletromagnético é interrompido e aí o mecanismo
volta à posição anterior (chave aberta).

Um dos critérios para selecionar um contato é o tipo de tensão de trabalho de suas bobinas. A
bobina constitui o terminal de entrada para o movimento da peça móvel do contator (armadura). A tensão
de alimentação da bobina pode ser do tipo contínuo (CC) ou alternado (CA), dependendo da tecnologia do
fabricante. Há uma grande variedade de bobinas com diversos níveis de tensão (de 24 até 600 V), tanto
para CC quanto para CA.
Para fins de classificação, os contatos são designados de acordo com o seu estado de repouso.
Como os contatos “normalmente” se encontram nas situações de repouso, os contatos são classificados
de duas formas:
1) Normalmente Aberto (NA): indica contato aberto na posição de repouso;
2) Normalmente Fechado (NF): indica contato fechado na posição de repouso.

Vantagens do Emprego de Contatores


Comando à distância;
Elevado número de manobras;
Grande vida útil mecânica;

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Pequeno espaço para montagem;


Garantia de contato imediato;
Tensão de operação de 85 a 110 % da tensão nominal prevista para contator.

Características Principais
Ligação rápida e segura do motor;
Controle de alta corrente por meio de baixa corrente;
Comando local ou à distância;
Possibilidade de se construir vários tipos de chaves de partida;
Proporciona proteção efetiva do operador;
Garantia de desligamento do motor em caso de sobrecarga;
Possibilidade de simplificação do sistema de operação e supervisão de uma instalação.

Defeitos mais freqüentes dos Contatores


Sobrecarga da bobina magnética;
Isolação deficiente;
Desgaste excessivo dos contatos;
Sobreaquecimento dos contatos;
Defeitos mecânico.

A vida útil do comando pode ser estimada de em função de aspectos mecânicos e elétricos. Com
relação à vida útil mecânica, esta possui um valor fixo, definido pelo projeto do contator e pelo desgaste
dos materiais utilizados. Numericamente falando, se pode citar um valor entre 10 x 106 a 15 x 106
manobras (contatores de pequeno porte). Este parâmetro vem indicado no catálogo dos fabricantes.
Abaixo simbologia de contatores usada em comando elétricos.

1.4 Relés de Sobrecarga


Os relés de sobrecarga são dispositivos baseados no princípio da dilatação de partes elétricas bi-
metálicas (metais diferentes) que sofrem dilatações diferentes quando submetidas a uma variação de
temperatura.
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A Figura mostra a deflexão do bimetal, onde se vê que a curvatura do mesmo se dá para o metal
de menor coeficiente de dilatação. Esta curvatura é utilizada para desarmar um contato e, portanto desligar
o relé.

O relé de proteção contra sobrecarga, também conhecido como relé bimetálico ou ainda relé
térmico é aplicado na proteção de motores elétricos contra sobrecarga.
Representação do esquema de um relé de sobrecarga bimetálico.

Elementos de um relé de sobrecarga:


1 – botão de rearme
2 - contatos auxiliares
3 - botão de teste
4 – lâmina bimetálica auxiliar
5 – cursor de arraste
6 – lâmina bimetálica principal
7 – ajuste de corrente

As funções de um relé de sobrecarga eletrônico equipados com um botão RESET são:


A - Função somente o rearme automático;
AUTO - Função de rearme automático e função teste;
HAND - Função de rearme manual e função teste;
H - Função somente rearme manual.
Nas posições H (manual - somente rearme) e A (automático - somente rearme), as funções de teste
estão bloqueadas, enquanto que nas posições HAND (manual) e AUTO (automático) é possível a
simulação de teste e o desarme através da atuação direta na tecla Reset.
Nas posições H e HAND: o relé após atuar (relé desarmado) tem que ser resetado manualmente
através de pressão na tecla Reset, enquanto que nas posições A e AUTO o relé após atuar (relé
desarmado) é resetado automaticamente.

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Funções H, HAND, AUTO e A: o ajuste das funções H, HAND, AUTO e A ocorre através do giro
sem pressão do botão vermelho (com uma chave apropriada), posicionando o mesmo nas indicações da
tecla Reset.
Na passagem de HAND para AUTO a tecla Reset deve ser levemente pressionada
simultaneamente ao giro do botão vermelho.
1.5 Relés de Tempo
Os relés de tempo são temporizadores para controle de intervalos de tempo de curta duração,
utilizados no controle de máquinas e processos industriais, em tarefas como:
1) seqüenciamento,
2) interrupções de comandos e
3) chaves de partida.
Os principais relés de tempo eletrônicos são: relés com retardo na energização (ou para ligar) e
com retardo na desenergização (ou para desligar) e relés cíclicos.
Um relé eletrônico do tipo TRE (Retardo na Energização) é aquele que ao ser energizado (tensão
na bobina A1-A2), não arma os seus contatos imediatamente. A partir daí, inicia-se a contagem do tempo
tRE pré-selecionado na escala, após o qual o relé arma.
O Relé TRE é também conhecido como relé AO TRABALHO. Abaixo simbologia da bonina de um
relé temporizado e forma de onda.

Um relé eletrônico do tipo TRD (Retardo na Desenergização) é aquele que ao ser energizado
(tensão na bobina A1-A2, veja o seu símbolo), arma seus contatos. Ao ser desenergizado inicia-se a
contagem do tempo TRD pré-selecionado na escala, após o qual o relé desarma.
O Relé TRD é também conhecido como relé AO REPOUSO. Abaixo simbologia da bobina e forma
de onda.

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1.6 Relés de Nível


Os Relés de nível são dispositivos eletrônicos de controle que permitem o monitoramento e a
regulagem automática do nível de líquidos com o uso de sensores capacitivos ou de eletrodos, para
líquidos condutores de corrente elétrica.
São bastante utilizados em automação de reservatórios em geral, em diversas aplicações como
prevenção de funcionamento a seco da bomba, proteção contra transbordamento do tanque de
enchimento, acionamento de solenóides ou alarmes sonoros / luminosos.
O princípio de funcionamento na medição do nível se apóia na resposta dos sensores de
presença/ausência de líquido. O relé possui um DIAL (potenciômetro) de sensibilidade que permite ajustar
a resposta do sensor.
Os relés de nível são disponíveis em funções de controle de enchimento e de esvaziamento.
Os eletrodos ou sensores são fixados no reservatório em níveis diferentes para o controle: máximo
(reservatório cheio), mínimo e referência (reservatório vazio).
A Figura mostra a localização dos terminais e o diagrama de ligação do relé de controle de
esvaziamento RNW-ES do fabricante WEG.

No controle do esvaziamento do reservatório, o relé de saída energiza (fecha os contatos 15-18)


quando o líquido atinge o eletrodo/sensor de nível máximo e desenergiza (abre os contatos 15-18) quando
o eletrodo/sensor de nível mínimo é acionado.

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Função Enchimento: o relé de saída energiza (fecha os contatos 15-18) quando o sensor de nível
mínimo é acionado e desenergiza (abre os contatos 15-18) quando o líquido atinge o sensor de nível
máximo.

1.7 Relés Sequência e Falta de Fase


Os relés Seqüência de Fase são dispositivos eletrônicos que protegem os sistemas trifásicos contra
inversão da seqüência de fase. Sempre que houver esta anomalia no sistema trifásico o relé atuará para
interromper a operação do motor ou processo a ser protegido.
Se a seqüência de fase estiver correta o relé de saída comuta os contatos para a posição de
operação (fechando os terminais 15-18, NA) e o LED vermelho (relé) e o verde (alimentação) ligarão. Na
ocorrência de inversão das fases, o LED vermelho desliga e o relé comuta a sua chave para a posição 15-
16 (NF).
A figura mostra o aspecto deste relé, bem como os esquemas de ligação, onde as 3 fases R, S e T
da rede a ser monitorada são conectadas aos bornes L1, L2 e L3.

O Relé Falta de Fase atua quando na falta de uma ou mais fases no motor.

CAPÍTULO 02
DISPOSITIVOS DE ACIONAMENTO E SINALIZAÇÃO

2.1 Botões de Comando


Um botão de comando é aquele que aciona uma chave.
Chave: é também denominado contato. Tem a função de conectar e desconectar dois pontos de
um circuito elétrico.

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A chave tem dois terminais: um deve ser ligado à fonte (ou gerador, podendo ser de CC ou de CA)
e outro ligado à carga (ou receptor). É feita de metal de baixa resistência elétrica para facilitar a passagem
de corrente e alta resistência mecânica, de modo a poder ligar e desligar muitos milhares de vezes
(número de manobras).
A velocidade de ligação ou desligamento deve ser a mais alta possível, para evitar o desgaste
provocado pelo calor proveniente do arco voltaico, provocado no desligamento quando a carga for indutiva.
O contato pode ser do tipo com trava (por exemplo, o tipo alavanca usado nos interruptores de
iluminação) e também pode ser do tipo de impulso, com uma posição normal mantida por mola e uma
posição contrária mantida apenas enquanto durar o impulso de atuação do contato. Nesse caso se chama
fechador ou abridor conforme a posição mantida pela mola.
Fechador: Também chamado ligador, é mantido aberto por ação de uma mola e se fecha enquanto
acionado. Como a mola o mantém aberto é ainda denominado normalmente aberto (ou NA, ou do inglês
normally open, NO).
Abridor ou ligador: é mantido fechado por ação de uma mola e se abre enquanto acionado. Como a
mola o mantém fechado, é chamado também de normalmente fechado (ou NF, ou do inglês normally
closed, NC).
Uma botoeira é uma chave que comanda um circuito por PULSOS, interrompendo ou fechando
contatos no mesmo.
Abaixo alguns exemplos de boeteiras.

2.2 Chaves Fim de Curso


As chaves de fim-de-curso têm a maior aplicação como limitadora de deslocamento e proteção de
máquinas. Um exemplo clássico de aplicação é no acionamento de portões eletrônicos.

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São chaves acionadas mecanicamente, por meio de um rolete mecânico, ou gatilho (rolete
escamoteável), fazendo com que seus contatos sejam invertidos ao serem acionadas. Geralmente são
posicionadas no decorrer do percurso de cabeçotes de máquinas, ou hastes de cilindros.

2.3 Sinalizadores
Os sinalizadores têm a função de indicar o status de um circuito, facilitando para o operador do
mesmo o reconhecimento das diversas situações da operação (ligado (ON), desligado (OFF), sobrecarga
etc.). Existem os sinalizadores sonoros e os luminosos. Como sinalizador sonoro usa-se geralmente sirene
ou campainha (buzzer).
O sinalizador sonoro tipo cigarra, é fabricado em plástico, com grau de proteção IP 40 e alta
resistência mecânica, elétrica e ao calor, sendo disponível nas tensões de 24/48 V (CA/CC) até 10/220/380
V (CA). Atende as mais variadas aplicações que necessitam de interface homem-máquina ou quaisquer
tipos de equipamentos para transporte ou elevação.

Na sinalização luminosa são variados os tipos de sinaleiros existentes; são usados nas portas de
quadros de comando, na frente de máquinas, na parte superior das máquinas etc. A cor do sinalizador
pode indicar alguma função específica.

Na sinalização luminosa são variados os tipos de sinaleiros existentes; são usados nas portas de
quadros de comando, na frente de máquinas, na parte superior das máquinas etc. A cor do sinalizador
pode indicar alguma função específica. Veja a tabela abaixo:

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2.4 Sensores de Proximidade


São chaves eletrônicas que emitem um sinal ao detectar a proximidade de um objeto em esteiras,
hastes de cilindros ou cabeçotes de máquinas. Os sensores de proximidade podem ser de diversos tipos,
entre eles estão os: indutivos e óticos.

2.5 Sensores Indutivos


São sensores que são acionados quando um objeto metálico é aproximado, entrando em um
campo eletromagnético.

2.6 Sensores Óticos


São sensores que funcionam segundo o princípio de emissão e irradiação infravermelha.

ÓTICO POR BARREIRA


Sensor no qual possui um elemento emissor de irradiação infravermelha, montado em frente a um
receptor em uma distância pré-determinada. É acionado quando ocorre uma interrupção da irradiação por
qualquer objeto, pois esta deixará de atingir o elemento receptor.

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Sensor no qual o emissor e o receptor estão montados em um mesmo conjunto. É acionado


quando os raios infravermelhos emitidos refletem sobre a superfície do objeto e retornam ao receptor

ÓTICO POR REFLEXÃO


Sensor parecido com o ótico por difusão, diferindo apenas no sistema ótico. Os raios
infravermelhos emitidos refletem em um espelho instalado frontalmente, e retornam ao receptor. É
acionado quando um objeto interrompe a reflexão de raios entre o espelho e o receptor.

CAPÍTULO 03
ATUADORES HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS

3.1. Atuadores Lineares


Nos atuadores pneumáticos a energia pneumática e transformada em mecânica, e em seguida em
movimento e forças através da utilização de elementos pneumáticos chamados cilindros, mesmo acontece
para atuadores hidráulicos, contudo neste transforma-se energia hidráulica em mecânica.
Cilindros de simples Ação
O cilindro de simples ação possui um único orifício pelo qual o ar ou óleo entra e sai. Ao colocarmos
pressão neste cilindro ele é movimentado e ao retirarmos pressão, uma mola retorna a haste do cilindro
para a posição original.

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Cilindros dupla ação


Os cilindros de dupla-ação possuem dois orifícios pelos quais podem entrar e sair o ar ou óleo,
dependendo do movimento desejado, portanto, um orifício serve para o avanço do cilindro e outro para o
seu retorno. O fluxo de ar ou óleo que o cilindro recebe, é transmitido por válvulas direcionais.

Atuadores linear tipo telescópio


Este atuador é composto por varias hastes.

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3.2 Atuadores Rotativos


A função dos atuadores rotativos é converter energia hidráulica ou pneumática em movimentos
rotativos, multiplicando a força.
Motores de Palheta
São geralmente simples e pequenos, conseqüentemente leves. Por meio de uma pequena
quantidade de ar as palhetas são movimentadas girando um rotor, estes têm geralmente entre três e dez
palhetas.

Motores de Pistão
É subdivido em radias e axais, podem executar movimento em ambos os sentidos.
Por intermédio dos pistões em movimento radial o embolo através de uma biela aciona o eixo do
motor. Para que seja garantido um movimento sem choques e oscilações são necessários vários pistões.
O funcionamento do motor axial é similar ao axial, um disco oscilante transforma a força de cinco cilindros,
axialmente posicionados, em movimento giratório. Dois pistões são alimentados simultaneamente com ar a
cada instante.

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3.3 Válvulas
As válvulas direcionais direcionam o sentido do fluxo de ar ou óleo atendendo à necessidade do
circuito.
São caracterizadas por:
Número de vias;
Número de posições;
Posição de repouso;
Tipo de acionamento (comando);
Tipo de retorno (para a posição de descanso);
Vazão.
Um dos símbolos mais importantes é aquele usado para representar válvulas e, principalmente, as
válvulas direcionais. Uma válvula pode assumir varias posições, dependendo do estado em que se
encontra: não acionada, acionada para a direita, acionada para a esquerda etc.
As válvulas direcionais são classificadas de acordo com o numero de orifícios para passagem do
fluxo de ar ou óleo (vias) e pelo numero de posições que ela pode assumir. Cada posição da válvula é
simbolizada por um quadrado e o número de quadrados indica o número de posições ou estados que ela
pode assumir.
A figura abaixo mostra válvulas de uma, duas ou três posições consecutivamente.

No interior do quadrado, representam-se as passagens que estão abertas, permitindo o fluxo de


fluido, e as que estão fechadas. Quando um orifício da válvula se comunica com outro, permitindo a
passagem de fluido, essa passagem e representada por uma seta. As vias são identificadas por letras
maiúsculas ou por números.
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As vias quando são fechadas são indicadas por um traço horizontal. As ligações externas com as
vias são indicadas por traços curtos.

Fig. a. Vias fechadas; b. vias em comunicação; c. Ligações externas com as vias; fig. d. válvula
com duas posições e três vias. O orifício 1 esta bloqueado e o orifício 2 esta em comunicação com o
orifício 3.
A posição de repouso é aquela que a válvula assume quando não é acionada. A posição de partida
é aquela que a válvula assume quando montada no sistema e recebe a pressão da rede e ainda, se
houver a ligação elétrica.

Válvulas de Retenção
A válvula de retenção é usada para permitir a passagem do fluido num determinado sentido e fazer
seu bloqueio no sentido oposto.

Válvulas de Escape Rápido


Essa válvula é colocada diretamente no cilindro ou o mais próximo dele, com a finalidade de
aumentar a velocidade do êmbolo.

Válvula Alternadora.
Essa válvula é empregada quando há necessidade de enviar sinais de lugares diferentes a um
ponto comum de comando.

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Válvula de simultaneidade.
Empregam-se essa válvula, principalmente, em comando de bloqueio, comandos de segurança e
funções de controle em combinações lógicas.

Válvula Reguladora de Fluxo.


Emprega-se essa válvula para a regulagem da velocidade em atuadores.

Válvula de retardo
A válvula de retardo é empregada quando há necessidade, num circuito pneumático, de um espaço
de tempo entre uma e outra operação em um ciclo de operações.

Válvula de seqüência

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Essa válvula é utilizada em comandos pneumáticos quando há necessidade de uma pressão


determinada para o processo de comando (comando em dependência da pressão e comandos
seqüenciais).

Válvula limitadora de pressão


A finalidade dessa válvula é limitar a pressão de trabalho a um determinado valor ajustado.

Válvula redutora de pressão


A válvula redutora de pressão tem a função de manter constante a pressão de saída, mesmo
havendo variação da pressão de entrada, que deverá ser sempre maior.

CAPÍTULO 04
COMANDOS ELÉTRICOS
4.1 Conceito
Comandos Elétricos trata-se da utilização de lógica de contatos para partir maquinas ou
automatizar processos.
A representação dos circuitos de comando de motores elétricos é feita normalmente através de dois
diagramas:

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 Diagrama de força: representa a forma de alimentação do motor à fonte de energia;


 Diagrama de comando: representa a lógica de operação do motor.
Em ambos os diagramas são encontrados elementos (dispositivos) responsáveis pelo comando,
proteção, regulação e sinalização do sistema de acionamento.

4.2 Simbologia Numérica e Literal


Como toda linguagem é composta de símbolos, em comandos elétricos também utiliza-se uma
simbologia própria e padronizada a fim de facilitar o entendimento por todos que se utilizaram daquela
lógica. Abaixo uma tabela descreve os principais símbolos, padronizados pela ABNT, utilizados em
comandos elétricos.

4.3 Análise de circuito


O funcionamento de um circuito sequencial pode ser analisado através do diagrama de tempo ou
do diagrama de transição.
Exemplo :

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4.4 Circuitos Básicos


A seguir são mostrados alguns circuitos básicos de comando e acionamento elétrico.

Circuito de Retenção
Nos circuitos da figura 10.4.1, apertando-se a botoeira “b1”, a bobina do contator “d” é energizada,
fazendo fechar os contatos de retenção “d” como também o contato “d” para a lâmpada e esta se acende.
Liberando-se a botoeira “b1”, a bobina mantém-se energizada, e a lâmpada “h” permanece acesa. Quando
se apertar a botoeira “b0”, a bobina será desenergizada, fazendo abrir os contatos de retenção para a
lâmpada “h”, e esta se apaga. Libera-se “b0”, a lâmpada permanece apagada e o circuito volta à condição
inicial.

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Figura 10.4.1

Quando apertar as duas botoeiras “b0” e “b1” ao mesmo tempo, no circuito da figura 10.4.1a, a
lâmpada “h” não se acende, porque a botoeira “b0” tem preferência na desenergização, e no circuito da
figura 10.4.1b a lâmpada “h” se acende, porque a botoeira “b1” tem preferência na energização.

Circuito de Intertravamento
Nos circuitos da figura 10.4.2, apertando-se a botoeira “b12” (ou „b13”), a bobina do contator “d1”
(ou “d2”) é energizada, impossibilitando a energização da outra, e não deixando energizar as duas ao
mesmo tempo, porque estão intertravadas.

Figura 10.4.2

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Quando se apertar as duas botoeiras “b12” e depois “b13”, no circuito da figura 2.10(a), que tem
intertravamento mecânico, com os contatos normalmente fechados das botoeiras conjugadas, as
lâmpadas não se acendem, e, no circuito da figura 2.10(b), o intertravamento é elétrico com os contatos
normalmente fechados dos contatores. Neste caso, a lâmpada “h12” se acende e “h13” não se acende.

Na figura 10.4.21 é mostrado um circuito com retenção (selo) e intertravamento elétrico.

Figura 10.4.21

Apertando-se a botoeira “b12” (ou “b13”) a bobina do contator “d1”( ou “d2”) é energizada, o contato
de selo “d1” (ou “d2”) fecha-se mantendo a energização, o contato de intertravamento de “d1” (ou “d2”)
ligado em série com “d2” (ou “d1 “) impossibilita a energização das duas bobinas ao mesmo tempo. Para
se energizar a bobina “d2” (ou “d1 “) é necessário apertar a botoeira “b0”, desenergizando a bobina “d1”
(ou “d2”) antes de apertar “b13” (ou “b12”). Neste circuito, quando se apertar “b12” e “b13” ao mesmo
tempo, os dois contatores serão energizados instantaneamente até que um dos contatos de
intertravamento abra.

Na figura 10.4.22 são mostrados os circuitos de intertravamento mecânico e elétrico que oferecem maior
segurança pela sua constituição.

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Figura 10.4.22

Quando a bobina do contator “d1” (ou “d2”) estiver energizada, para se energizar a bobina do
contator “d2” (ou “d1”) no circuito da figura 10.4.22(a), é necessário primeiro apertar a botoeira “b0” e
depois „b13” (ou “b12”), ao passo que, no circuito da figura 10.4.22(b), não há necessidade de tal
procedimento, porque, apertando-se “b13” (ou “b12”), a bobina do contator “d1” (ou “d2”) é desenergizada
pelo contato de intertravamento da respectiva botoeira.

Circuito de Prioridade
Primeira ação
Este circuito, figura 10.5.1, permite energizar somente o contator atuado em primeiro lugar.
Dispositivos de Entrada e Sensores

Figura 10.5.1
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Última ação
Este circuito, figura 10.5.2, permite a energização do contator acionado em último lugar.

Figura 10.5.2

Primeiro lugar
Este circuito, figura 10.5.3, permite a energização de qualquer contator em primeiro lugar. A seguir,
só é possível a energização de um contator anterior, na sequência.

Figura 10.5.3
Seqüência
Este circuito, figura 10.5.4, só permite a energização dos contatores em sequência, a partir do
primeiro.

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Figura 10.5.4

Circuito Temporizado
Liga retardado
No circuito da figura 10.6.1(a), quando a chave seccionadora “a” é acionada, a lâmpada “h” se acende
depois de um certo tempo “t”, ajustado no temporizador “d”. Liberando-se a chave “a”, a lâmpada “h” se
apaga no mesmo instante. O circuito da figura 2.17(b) tem a mesma função do anterior, sendo que o
acionamento é por botoeiras. Os diagramas de tempo são mostrados para cada circuito, respectivamente.

Figura 10.6.1

Desliga retardado
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No circuito da figura 10.6.2(a), quando a chave seccionadora “a” é acionada, a lâmpada “h” acende-
se no mesmo instante. Liberando-se a chave “a”, após um certo tempo “t”, ajustado no temporizador “d2”, a
lâmpada “h” se apaga. O circuito da figura 10.6.2(b) tem a mesma função do anterior, sendo que o
acionamento é por botoeiras. Os diagramas de tempo são mostrados para cada circuito, respectivamente.

CAPÍTULO 5
SISTEMA DE PARTIDA DE MOTORES ELETRICOS DE INDUÇÃO

5.1 Partida Direta


A partida direta é aquela em que o motor é energizado com a tensão de funcionamento desde o
instante da partida (botoeira ligada). Apresenta como características a simplicidade, a facilidade de
instalação, o baixo custo e o maior conjugado de partida do motor.
Apresenta os inconvenientes:
A corrente de partida muito alta (cerca de 8 a 10 vezes maior do que a corrente nominal), o que
inviabiliza a sua aplicação com motores de potência elevada. Conforme determinações das
concessionárias de energia, é consenso adotar os limites de potência de 5 CV nas redes de 220 V/127 V
e de 7,5 CV nas redes de 380 V/ 220 V;
Pode ocasionar a uma elevada queda de tensão no sistema de alimentação da rede CA;

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O sistema de proteção (cabos, contatores, fusíveis e disjuntores) terá que ser sobredimensionado,
ocasionando um custo elevado.

5.2 Chave Reversora


Quando existe a necessidade de realizarmos a inversão de rotação de um motor elétrico trifásico
devemos interagir diretamente em seu campo magnético girante e sabemos também que este campo
magnético só existe em função da defasagem de 120° entre as fases. Sendo assim deveremos realizar a
inverter duas das três fases de alimentação deste motor.
Observe que no diagrama de potência abaixo possuímos a alimentação do motor elétrico a partir da
alimentação fornecida por L1, L2 e L3 e sendo disponibilizados através dos contatores K1 e K2,
obviamente, os dois dispositivos nunca poderão estar ligados simultaneamente, caso isto ocorra teremos
um curto circuito gerado na saída dos contatores K1 e K2.

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5.3 Motor de duas Velocidades ( Dahlander)


Um motor capaz de disponibilizar em uma mesma carcaça a possibilidade de utilizar duas
velocidades distintas, sendo que a velocidade mais alta será sempre o dobro da velocidade menor. Isto se
dá em função de, no fechamento do motor alteramos a quantidade de pólos magnéticos gerados
internamente no estator.
Para o acionamento de um motor Dahlander, deve-se seguir o padrão das ligações apresentado na
figura abaixo. Repare no fechamento dos terminais 1U, 1V e 1W em um ponto comum (em curto-circuito).
Como mostram as figuras, este motor possui em seu estator seis bobinas, combinadas de duas formas:
estrela/triângulo e dupla estrela.

Abaixo acionamento temporizado do motor Dhalander. Diagrama de força e comando.

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5.4 Partida Consecutiva de Motores


Ocorre entre, pelo menos, dois motores. Por exemplo, sejam dois motores, M1 e M2, onde o
objetivo é ligar o motor M1 e após um determinado tempo, acionar o motor M2, sempre nesta ordem,
utilizando um relé temporizado. Logo, o segundo motor só é ligado se o primeiro estiver ligado, daí o nome
de comando condicionado ou subseqüente.
Na ligação subseqüente de motores, podemos acionar uma esteira, ponte rolante ou um sistema
automático industrial, a fim de desenvolver um produto determinado, mas sempre levando em conta que
o(s) motor (es) seguinte(s) só funciona(m) se o anterior funcionar.
Diagrama de comando partida consecutiva de motores.

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5.5 Chave Estrela Triângulo


O método de partida estrela-triângulo é empregado em motores elétricos trifásicos, onde se utiliza uma
chave de mesmo nome. Esta chave, manual ou automática, é interligada aos enrolamentos do motor, que
devem estar desmembrados em seis terminais disponíveis. É indicada para partida sem carga (a vazio).
Neste método, o motor parte ligado em conexão que proporciona uma maior impedância, e menor
tensão nas bobinas, diminuindo assim a corrente de partida juntamente com seu conjugado, ocasionando
uma perda considerável de torque na partida.

Vantagens:
É muito utilizada, devido ao seu custo reduzido;
Não tem limites quanto ao seu número de manobras;
Os componentes ocupam pouco espaço;
A corrente de partida fica reduzida para aproximadamente 1/3 da nominal.

Desvantagens:
A tensão de linha da rede deve coincidir com a tensão da ligação triângulo do motor;
Se o motor não atingir 90 % da velocidade nominal no momento da troca de ligação, o pico de corrente
na comutação será quase como se fosse uma partida direta, o que não justifica o seu uso;
Para ser possível a ligação em Y-Δ, faz-se necessário que os motores tenham a possibilidade de
serem ligados em dupla tensão (220 V / 380 V ou 380 V / 660 V ou 440 V / 760 V), além de terem no
mínimo, seis bornes de ligação.

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Através desta manobra o motor realizará uma partida mais suave, reduzindo sua corrente de partida
em aproximadamente 1/3 da que seria se acionado em partida direta. Daí ocorre a redução do torque de
partida, também em 33 %. Logo, esta chave deve ser empregada em aplicações com conjugado resistente
(conjugado de carga) de até 1/3 do conjugado de partida, ou seja, deve ser utilizada quase que
exclusivamente para partidas sem carga durante a partida ocorre uma redução de tensão nas bobinas do
motor. O motor parte em ligação Y, com uma tensão de 58 % da tensão nominal na partida Y-Δ no modo
automático, a passagem de ligação Y para a ligação Δ é controlada por um relé temporizador no modo
manual, utiliza-se uma chave especifica um ponto importantíssimo em relação a este tipo de partida de
motor elétrico trifásico, é que o fechamento para triângulo só deverá ser feito quando o motor atingir pelos
menos 90 % (noventa por cento) de sua velocidade em RPM. Logo, o ajuste de tempo de mudança
estrela-triângulo deverá estar baseado neste fato. O uso de um tacômetro é essencial nesta tarefa na
primeira ligação do motor com carga. A mudança da configuração para triângulo sem que o motor tenha
atingido este percentual de rotação provocaria um pico de corrente praticamente igual ao que teria se
usasse partida direta. Caso o motor em questão não atenda a este quesito devido à carga acionada, é
indicado outro tipo de partida como, por exemplo, chave compensadora, Soft-start (partida suave) ou um
inversor de freqüência nesta função no uso do temporizador estrela-triângulo recomenda-se um atraso de
30 a 100 ms (tempo fixo) para evitar um curto-circuito entre as fases, pois os contatores não podem ser
fechados simultaneamente.
Abaixo diagrama de força e comando para partida estrela - triangulo.

Apertando a botoeira S1, o contator K1 é energizado, o que fecha o seu selo. Daí é energizado o
relé de tempo D1 e são fechados os contatos de potência de K1 e de K2 (energizado pela chave 15-16 do

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relé de tempo D1). O motor parte então ligado em estrela. Note que o ramo de K3 está aberto (chave NF
de K2 atuou). Decorrido o tempo ajustado em D1, a sua chave comuta para 15 -18, desligando K2 e
ligando K3. Daí é feita a transição para a ligação triângulo (ligação dos bornes 1-6, 2-4 e 3-5 no MIT).

5.6 Chave compensadora por autotransformador


Essa chave de partida alimenta as bobinas do motor com tensão reduzida na partida. Tal redução é
feita através da ligação de um autotransformador em série com as bobinas. Após a partida do motor, as
suas bobinas recebem a tensão nominal.
Uma chave de partida compensadora é composta, na maioria dos casos, dos seguintes
equipamentos:
Um transformador ligado em estrela;
Três contatores;
Um relé de sobrecarga;
Três fusíveis retardados e
Um relé de tempo.
Destina-se a máquinas que partem com conjugado tais como, bombas, compressores, ventiladores,
exaustores, etc.
Partidas normais (< 10 s).
Para partidas prolongadas (pesadas) devem-se ajustar as especificações do contator, relé de
sobrecarga, condutores, etc.
A partida compensadora ou chave compensadora é utilizada para partidas sob cargas de motores
de indução trifásicos com rotor em curto-circuito, onde a chave estrela-triângulo é inadequada.
As normas técnicas e manuais de fabricantes prevêem a utilização desta chave para motores, cuja
potência seja maior ou igual a 15 CV.
Esta chave reduz a corrente de arranque, evitando sobrecarregar a linha de alimentação. Deixa,
porém, o motor com conjugado suficiente para a partida.
A tensão na chave compensadora é reduzida através de um autotransformador trifásico que
geralmente possui taps de 50 %, 65 % e 80 % da tensão nominal.
Abaixo diagrama de partida compensadora por autotrafo.

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5.7 Frenagem de Motores Elétricos


Para frenar motores elétricos duas técnicas são bastante recorrente uma é por inversão do sentido de
rotação do motor e outra com utilização de corrente contínua.
A frenagem por corrente contínua consiste em retirar a corrente alternada que alimenta o motor e
injetar uma corrente contínua no motor e com isso provocando a frenagem do motor.
A tensão DC injetada do motor deve ser de aproximadamente 20% da tensão de alimentação do motor,
pois este procedimento provoca um aquecimento do motor.

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Obtém-se frenagem por contra corrente através da inversão de duas fases da tensão de
alimentação do enrolamento estatórico, para reverter à direção de rotação do campo girante do motor
com o mesmo girando ainda na direção inicial. Dessa forma a rotação do motor fica contrária à um
torque que atua na direção contrária e começa a desacelerar. Quando a velocidade cair a zero o motor
deve ser desenergizado, caso contrário, passará a funcionar no sentido oposto.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

http://saladaeletrica.blogspot.com/2010/02/como-usar-o-cade-simu_20.html
MORO, Clailton Franchi. Acionamentos Elétricos. São Paulo 2008
MARTINS, George Machado. Apostila Princípios de Automação Industrial. Santa Maria 2012
SENAI SC, Manutenção Elétrica Industrial. Itajaí SENAI/SC, 2007
HERMINI, Helder Anibal. Cadernos do Prominp Automação. UNICAMP 2007
SENAI-SP – Eletricista Reparador e Mantenedor de Comandos Elétricos. Divisão de Material Didático da
Diretoria de Tecnologia do SENAI-SP.
Acionamentos Industriais - Apostila. Cubatão: IFSP – Curso Superior de Tecnologia em Automação
Industrial, Campus Cubatão, 2010
Tecnologia Hidráulica Industrial – Apostila M2001. 1 - PAKER TRAINING, BR Junho 1999

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