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EMENTA – 2019
DISCIPLINA: CEL - COMANDOS ELÉTRICOS
TÓPICOS:
SUMÁRIO
Capítulo – 1
Introdução
A Disciplina de Comandos Elétricos trata de assuntos teóricos e práticos envolvendo os
conceitos de partida e acionamento de máquinas e equipamentos eletroeletrônicos através
de circuitos de comando.
Como toda atividade prática, alguns cuidados e recomendações são necessários para o
bom andamento dos experimentos, sendo necessário ter um conhecimento básico de
Segurança do Trabalho, Normas Técnicas e Regulamentadoras, EPI e EPC, adoção de boas
práticas de segurança na execução dos experimentos e utilização de vestimenta adequada.
1.1.3 - Riscos
Em qualquer atividade existe risco, sendo que os riscos mais comuns em instalações
elétricas são: Corrente Elétrica, Choque Elétrico, Corrente de Fuga, Sobrecarga e Curto-
circuito e para cada um destes riscos existe um sistema/dispositivo/procedimento de
proteção.
Choque Elétrico
É a passagem da corrente elétrica através do corpo humano ou animal, utilizando-
o como um condutor. Esta passagem de corrente, dependendo de sua intensidade,
pode causar queimadura, fibrilação ou até mesmo a morte.
Corrente de Fuga
Corrente que “foge” do circuito, normalmente por falha na isolação dos condutores.
Pode ser drenada para o terra através do condutor de proteção (PE) e, na falta
deste estar presente na “carcaça” metálica de equipamentos, pode ser a
responsável por provocar um choque elétrico em pessoas e animais.
Sobrecarga
Uma sobrecarga em um circuito elétrico, ocorre quando a intensidade de corrente
ultrapassa o valor da intensidade nominal do dispositivo de proteção do circuito.
Quando isso acontece, o dispositivo deverá atuar, visto que a sua função é a de
proteger as instalações elétricas e o usuário. É uma corrente elétrica acima da
capacidade de condução suportável pelos condutores de eletricidade e dispositivos
eletroeletrônicos.
Curto-Circuito
Quando dois pontos de um circuito são ligados por um condutor de resistência
desprezível, ocorre um curto-circuito, o que significa que os dois pontos têm o
mesmo potencial, fazendo com que a corrente elétrica atinja valores elevados,
sendo, muita das vezes, com valores superiores ao suportável pelos condutores de
energia elétrica do circuito.
Capítulo – 2
Componentes de Circuitos
de Comando e Força
Os Dispositivos de Comando são elementos de comutação que possibilitam ou não a
passagem de corrente elétrica entre um ou mais pontos de um circuito.
Em sua forma mais simples apresenta-se, por exemplo, como um interruptor (liga/desliga)
onde se tem a ação de comando / acionamento sem estar em contato com a “carga”.
É sabido que todo condutor elétrico, quando percorrido por uma corrente elétrica, aquece
devido ao efeito Joule e que os condutores suportam, determinados valores de
CEL CTIG /UNESP JEB © 2019
Prof: Jomar Bueno 6 jomar.bueno@unesp.br
COMANDOS ELÉTRICOS
Os tópicos a seguir destacam os itens da NBR 5410 relativos à identificação dos condutores.
NOTA - A veia, com isolação azul-claro, de um cabo multipolar, pode ser usada para outras
funções, que não a de condutor neutro, se o circuito não possuir condutor neutro
ou se o cabo possuir um condutor periférico utilizado como neutro."
Observe que a norma não obriga o uso de cores para identificar um condutor, uma vez que
ela diz: "Em caso de identificação por cor....". Em alternativa às cores, podem ser
utilizadas gravações numéricas aplicadas na isolação do cabo ou também podem ser
empregados sistemas externos de identificação, tais como, anilhas, adesivos, marcadores,
etc.
Outro ponto importante está destacado na Nota anterior, onde se permite o uso da cor
azul-claro para outra função apenas no caso da veia de um cabo multipolar. Ou seja,
mesmo que uma instalação não possua o neutro, caso se utilizem condutores isolados e/ou
cabos unipolares, o azul-claro não poderá ser utilizado em nenhuma hipótese.
Nesse caso, não se admite utilizar, sob nenhuma hipótese, as cores verde-amarela e verde
para outra função que não a de proteção. Quanto ao termo “admite-se,
provisoriamente...", não há nenhuma data limite estabelecida para se eliminar o uso da
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COMANDOS ELÉTRICOS
cor verde como proteção. Aliás, é mais comum encontrar-se no mercado o cabo totalmente
verde do que o verde-amarelo.
NOTA - Por razões de segurança, não deve ser usada a cor da isolação exclusivamente
amarela, onde existir o risco de confusão com a dupla coloração verde-amarelo,
cores exclusivas do condutor de proteção." Resumidamente, os condutores das
fases podem ser de qualquer cor, exceto azul-claro, verde ou verde-amarelo.
Portanto, de acordo com a NBR 5410, o condutor de Proteção (PE) deve ser na cor Verde-
Amarelo e o Neutro na cor Azul-Claro, sendo estas cores exclusivas destes condutores.
Para os demais para os condutores de Fase e Retorno não há cor específica, ficando a
critério do projetista.
A chave seccionadora sob carga tem seu mecanismo e contatos elétricos projetados para
uma interrupção de linha sem ou com uma circulação de corrente elétrica. Esse tipo de
chave é equipado com um dispositivo chamado “câmara de extinção de arco voltaico” e as
molas que impulsionam o mecanismo no momento da manobra são projetadas para
proporcionar uma alta velocidade de comutação.
A chave seccionadora sem carga foi projetada e especificada para operar sem carga, ou
seja, sem a circulação de uma corrente elétrica nos seus contatos durante a abertura.
Neste caso o tempo de comutação dos contatos depende da velocidade que o operador
impõe no momento da manobra.
Ou seja, as chaves seccionadoras sob carga podem interromper circuitos sob corrente
nominal, enquanto as seccionadoras sem carga só abrem sem corrente ou com valores
bem baixos, tais como, corrente de magnetização.
Para isso, existem diversos dispositivos e equipamentos que podem ser utilizados, dentre
os quais serão destacados a seguir o Fusível, o Disjuntor Termomagnético, o Dispositivo
DR e o Relé Térmico.
2.3.1 - Fusível
São usados para proteger os circuitos dos excessos de corrente causados por curto-
circuito. O fusível é ligado em série com o circuito e para corrente nominal funciona como
um elemento de ligação entre a carga e a fonte de alimentação. Quando há um curto-
circuito, o “elo” do fusível se funde, abrindo o circuito e, portanto, protegendo-o.
TIPOS DE FUSÍVEIS:
Sua escolha é feita em função da tensão, corrente nominal e de sua capacidade de ruptura.
Para utilização com motores deve-se verificar as características de partida do motor para
que o fusível não venha a atuar durante a condição de partida.
Borne superior
Mecanismo
conexão / desconexão
Disparador térmico
(bimetálico)
Contato móvel
Contato fixo
Câmara de extinção
Desligamento magnético
(bobina)
2.3.3 - Dispositivo DR
De acordo com a Lei 8078/90, art. 39 – VI 11, art. 12, art. 1, e a norma ABNT NBR 5410,
desde dezembro de 1997, é obrigatório no Brasil, em todas as instalações elétricas, o uso
do dispositivo DR (diferencial residual) nos circuitos elétricos que atendam aos seguintes
locais: banheiros, cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de serviço e áreas
externas.
A Norma ABNT - NBR 5410, define o uso obrigatório de Dispositivos DR em vários setores
das instalações elétricas em baixa tensão, objetivando proteger as pessoas contra os
efeitos nocivos de choques elétricos.
2.3.3.1 - Tipos de DR
Os Dispositivos DR, dividem-se em Interruptor DR, Módulo DR e Disjuntor DR, possuindo
corrente residual (I∆n) de até 30 mA, são destinados a proteção de pessoas e animais, e,
acima deste valor, são apropriados a proteção apenas das instalações elétricas e prevenção
contra princípios de incêndio de origem elétrica.
No dimensionamento dos dispositivos DRs, a corrente nominal (IN) do dispositivo deve ser
igual ou maior que a corrente nominal do dispositivo de proteção (Disjuntor-ID ou Fusível-
IF) utilizado contra sobre correntes.
Fonte: www.siemens.combr
2.3.3.2 - Disjuntor DR
Trata-se de um dispositivo de seccionamento constituído de um disjuntor termomagnético
acoplado a um dispositivo DR, ou seja, um Disjuntor com função DR integrada. Sendo
assim, ele conjuga as duas funções, a do disjuntor termomagnético e a do interruptor DR,
protegendo, respectivamente, o circuito contra correntes de sobrecarga (Isc) e curto-
circuito (Icc) e ainda protegendo as pessoas e animais contra choques elétricos (IΔn),
provocados por contatos diretos ou indiretos.
2.3.3.3 - Módulo DR
Os Módulos DR são confeccionados para serem associados a um disjuntor termomagnético
incorporando a este dispositivo a proteção diferencial residual, ou seja, esta associação
permite a atuação do disjuntor quando ocorrer uma sobrecarga, curto circuito ou corrente
de fuga à terra, sendo este recomendado para instalações onde a corrente de curto circuito
for elevada.
As Figuras abaixo representam as formas de conexão dos condutores aos respectivos pinos
das tomadas de corrente.
PE
Neutro Fase
ABNT NEMA
2.5 - Interruptor
É um nome genérico de um dispositivo seccionador
simples, usado para abrir/desligar ou fechar/ligar um
circuito elétrico.
2.6 - Botoeira
Podem ser encontradas em várias formas e cores, com ou sem proteção do acionador e
com diferentes quantidades e tipos de contatos.
Com relação ao formato existem as botoeiras tipo soco, cujo acionador é maior e na forma
de “cogumelo”, normalmente na cor vermelha, destinadas a situações de emergência.
Tipos de Acionadores:
As botoeiras com acionador protegido por tampa ou chave, evitam o acionamento acidental
e somente devem ser operadas conscientemente.
circuito, como por exemplo, uma parte móvel da máquina chegou numa determinada
posição.
2.9 - Contator
Dispositivo de manobra, podendo ser controlado à distância
por acionamento eletromagnético, cujas principais partes
constituintes são:
- Contatos principais (potência)
- Contatos auxiliares (comando)
- Circuito magnético (bobina)
- Suporte
Sensor não deve ser confundido com Transdutor, contudo, um sensor pode integrar a
constituição de um transdutor.
2.11 - Sinalização
Para indicar que um equipamento ou dispositivo está em funcionamento, usa-se sinalização
de comandos por meio de lâmpadas pilotos, empregando-se como código cores diferentes.
Capítulo – 3
Circuitos de Comando para
Iluminação
Os circuitos de iluminação são acionados, normalmente, através de interruptores.
Interruptor Simples
Aplicação: Dois ou mais pontos de luz, por exemplo, em lustre ou luminária com mais de
um ponto de luz.
Interruptor Bipolar
Dois interruptores paralelos permitem que tanto um quanto o outro possa acender ou
apagar um ou mais pontos de luz. São usados, por exemplo, em lances de escada,
corredores e comandos com acesso em duas portas.
OBS: jamais ligar fase e neutro no mesmo interruptor 3-WAY com risco de curto-circuito
ou arco voltaico por inseto ou acúmulo de sujeira.
S3W1 S3W2 S2
PE
Quadro de Distribuição
Motor
3-F
01 Chave seccionadora monopolar (S1)
01 Chave seccionadora tripolar, com fusíveis (S3)
01 DTM monopolar (D1)
01 DTM tripolar (D3)
01 DR Tetrapolar (DR)
01 Relé Térmico tripolar (e1)
01 Cabo/Conector # 16mm2 (c1)
6) Cite quatro dispositivos de comando, explicando seu respectivo princípio de
funcionamento.
7) Qual a importância em se seguir as recomendações das Normas Técnicas e das
Normas Regulamentadoras?
S3
13) Imaginando-se os corredores da CTIG, lado da sl 12, onde se tem 3 salas de aula e
mais 2 portas de acesso ao corredor. Pergunta-se, que sistema de comando do
circuito de iluminação poderia ser implementado, de modo que se pudesse acionar
(acender e/ou apagar) a iluminação desse corredor, de qualquer um dos pontos de
acesso? Pesquisar sobre os dispositivos utilizados e Desenhar o diagrama multifilar.
15) Tem-se uma luminária metálica (2x25W/220V) a qual deve ser acionada através de
um circuito de comando. Considerar um interruptor e um bocal (E-27). Pede-se
desenhar o circuito de comando e proteção para esta instalação.
16) A Figura abaixo ilustra um Multímetro (analógico) utilizado no LAB-CEL, onde deve
ser feita uma revisão das funções e da forma de utilização deste equipamento,
identificando e familiarizando com as escalas e possibilidades de leitura, utilizando
as diversas escalas existentes (VAC e Ω) e a correta conexão das pontas de prova.
Capítulo – 4
Diagramas de Comando e
Força
A forma mais utilizada em eletrotécnica para representação dos circuitos de Comandos
Elétricos é feita, normalmente, através de dois diagramas:
Permite ainda uma visão analítica das partes ou do conjunto e a rápida localização física
dos diversos componentes de um projeto.
O de Ligações/Esquemático;
O de Blocos e
As Plantas.
Unifilar;
Multifilar e
Funcional.
Diagrama Unifilar
Fonte: G. Cavalin e S. Cervelin 13ª ed/2005, fig 6.10, pg 122
Forma de operação:
Reservatório A vazio: os contatos dos sensores de nível superior (1) e inferior (2) estão
fechados e alimentam a bobina (A1/A2) do contator 1, que fica retido pelos contatos
13/14, acionando a bomba.
O contato do sensor de nível superior (1) se abre quando o reservatório A está cheio,
interrompendo a bomba.
Comando a distância,
Alta frequência de operação, com capacidade de retenção em regime permanente,
Elevada durabilidade mecânica,
Pequeno volume,
Contatos confiáveis e
Pouca, ou mesmo, ausência de manutenção.
Nota: Os diagramas apresentados utilizam contatores alimentados em 127VAC, com proteção por DTM
unipolar. Para contatores alimentados em 220VAC há necessidade de alterar os componentes e o
circuito de comando, utilizando-se botoeiras e DTM bipolares.
C1 NA
C1 NF
A1
N
a) Alimentação da Bobina do Contator
N
b) Acionamento de K1 com sinalização
N
d) Diagrama de conexão/função lógica “OU”
O “Contato Selo” é o termo que define, neste caso, o contato auxiliar do contator K1
(C1NA) ligado em paralelo com os contatos da botoeira b1 e que “sela” o comando de
alimentação de K1.
N
Diagrama do circuito Retenção/Selo.
A carga permanece acionada até que se pressione b0, o que interromperá a corrente na
bobina de K1 implicando na sua desenergização e, consequentemente, na desenergização
da carga.
Exemplo:
N
Exercícios Propostos
1) Redesenhar os circuitos “b, c e d”, apresentados no tópico 4.3.1, aplicando os conceitos de
selo/retenção.
2) Implementar um circuito de iluminação (lâmpadas L1, L2 e L3), utilizando-se de botoeiras e
contatores, que obedeça a seguinte sequência de operação:
Inicia-se acionando L1 a qual permanece acesa;
Ao se acender L2, L1 deverá se apagar, permanecendo somente L2 acesa;
Ao se acionar L3, L2 deverá se apagar, permanecendo somente L3 acesa;
O acionamento de L1 apaga L3, permanecendo somente L1 acesa.
O circuito de intertravamento serve para garantir que não haja condição conflitante, de
modo que ao utilizar o acionamento 1 será garantido o não acionamento ou desligamento
do acionamento 2 e vice-versa.
N
Diagrama do circuito Intertravamento Mecânico.
Comum
NA
NF
Temporizador.
4.5 - Exemplos
Solução 1
N
Solução 2:
N
2) É necessário acionar um motor de uma bomba para abastecer/esvaziar uma caixa
d’água, sendo que para esvaziar a caixa é necessário partir o motor em sentido
contrário de rotação, sendo esta uma condição conflitante. Considerar inicialmente a
caixa d’água vazia e um tempo de 20 minutos para que a caixa fique cheia/vazia.
N
Solução: b1/k1 enche a caixa; b2/k2 esvazia a caixa.
Solução: b1/k1 enche a caixa; b2/k2 esvazia a caixa com um único temporizador.
N
4) Pesquisar funcionamento e aplicação dos sensores de nível e chaves boia e refazer o
exemplo 2 implementando uma solução, utilizando chaves boia ou sensores de nível
(do tipo NA/NF), para monitorar os níveis CHEIO e VAZIO da caixa d’água, com
sinalização luminosa.
4.6 - Exercícios
1) Realizar pesquisa (entendendo o funcionamento, listando os tipos, características,
simbologia e fabricantes) sobre:
1.1 Botoeiras.
1.2 Chaves Boia.
1.3 Sinalizadores (visuais e sonoros) - GiroFlex.
1.4 Contatores.
1.5 Relés/Dispositivos Temporizadores.
1.6 Sensores.
1.7 Sensores de Nível.
2) O que são e para que servem os Diagramas de Comando e Força.
3) Explique o que é “Ricochete” e qual a causa e consequência deste efeito nos circuitos
de comando?
4) Qual a função do contato de “Retenção/Selo”?
5) Quais os tipos e quando há necessidade de utilização de intertravamento?
6) Qual a importância/necessidade do intertravamento utilizado em circuitos de
comando em processos industriais?
7) Refazer o Exemplo 4 (pg-50) utilizando sensores de nível (pesquisar funcionamento).
8) Utilizando-se de contatores e botoeiras, desenhar o diagrama do circuito de comando
para acionamento de lâmpadas (L1, L2 e L3) como descrito a seguir:
- Inicialmente aciona-se L1 a qual permanecerá acesa,
- Ao se acionar L2, L1 se apaga e L2 permanecerá acesa,
- Ao se acionar L3, L2 se apaga e L3 permanecerá acesa.
9) Refazer o exercício anterior (8) utilizando relés temporizadores, sendo que ao se
iniciar a sequência, L1 deverá se acender, permanecendo acesa por 60”,
automaticamente L2 se acende, e L1 se apaga permanecendo L2 acesa por 30”,
quando L2 se apaga L3 se acende, automaticamente, permanecendo acesa por 120”,
quando então se apaga e o processo retorna ao início aguardando comando manual
para que tudo se repita.
10) É necessário acionar uma sequência de 20 motores, divididos em 2 grupos de 10
motores. Uma vez acionado o 1º grupo, deve-se necessariamente aguardar “b0” ser
acionada para que se possa realizar o acionamento do 2º grupo de motores e vice-
versa. Não é permitido o acionamento dos dois grupos simultaneamente. Pede-se
desenhar o diagrama de comandos.
Capítulo – 5
Métodos de Partida
Para Motores Elétricos de Indução
A presença e uso de motores elétricos é imprescindível nos setores Residencial, Comercial
e Industrial, sendo considerado o coração das máquinas modernas.
Devido a sua grande simplicidade, robustez e baixo custo, é o motor mais utilizado de
todos, sendo adequado para quase todos os tipos de máquinas.
Este capítulo foi desenvolvido com base no Guia de Especificação de Motores Elétricos da
WEG, disponível no site www.weg.net
5.1.1 - Torque/Conjugado
O Conjugado do motor, também conhecido por Torque ou Momento, é a medida do
esforço necessário para que ocorra rotação de seu eixo.
A Figura 5.1 ilustra, por similaridade, o que ocorre no eixo de um motor na geração do
Torque.
A Figura 6.1 ilustra a força “F” sendo aplicada à manivela a qual depende inversamente
do seu comprimento “E”, ou seja, quanto maior for a manivela, menor será a força
necessária, como mostrado na equação (neste caso, E=d):
C = F . d [N.m]
Onde:
C é o Conjugado [N.m],
F é a Força aplicada/necessária [N]
d é o comprimento/distância [m]
Exemplo 01:
Solução:
Para medir o “esforço” necessário para girar o eixo não basta definir a força
empregada, sendo preciso também dizer a que distância do centro do eixo a
força é aplicada.
W = F . d [N.m]
Onde:
W = Trabalho [N.m]
F = Força [N]
d = distância [m]
Portanto, energia gasta ou trabalho (W) realizado para trazer o balde do fundo até a boca
do poço é sempre a mesma, valendo 20 N x 24,5 m = 490 [N.m].
A Potência exprime “a rapidez com que esta energia é aplicada” e pode ser calculada
dividindo-se a Energia ou Trabalho total pelo tempo gasto na sua realização. Assim, se a
manivela for substituída por um motor elétrico capaz de erguer o balde de água em 2,0
segundos, a potência necessária será:
Pmec = F . d / t [W]
Onde:
F = Força [N]
d= distância [m]
t= tempo [s]
Em eletricidade, as unidades HP e CV são utilizadas para expressar a potência dos motores elétricos, cabendo
ressaltar que ambas são unidades de potência mecânica, e para serem corretamente utilizadas, em cálculos
elétricos, necessitam ser convertidas para potência elétrica (W).
Para facilitar a interpretação dos dados de placa das máquinas/motores tem-se a seguinte relação:
1 CV = 735,5 W e 1 HP = 745,7 W
Como já mencionado, a unidade usada no Brasil para medida de potência mecânica é o CV (Cavalo-Vapor),
que em número redondo equivalente a 0,736 (kW) (unidade de medida utilizada internacionalmente para o
mesmo fim), assim como o HP equivale a 0,746 (kW). “
C = F . r [N.m]
v= π . d. n/60 [m/s]
nn = ns. (1 – S%)/100
Onde,
S%=[(ns-nn)/ns].100
ns = 120 . f/p
Onde:
Exemplos
P = √3 . U . I . η . cos φ [W]
A unidade de medida usual para potência elétrica é o watt [W], correspondente a 1 Volt
x 1 Ampère, ou seu múltiplo, o quilowatt = 1.000 watts.
ou
Chama-se Fator de Serviço (FS) ao valor que, multiplicado pela potência nominal, indica
a carga permissível que pode ser aplicada continuamente ao motor, sob condições
especificadas, sendo que este valor está na faixa de 1,0 a 1,35.
Trata-se de um fator multiplicador o qual indica a carga permitida a ser acoplada aos
motores de uso não permanente, sem que haja aquecimento de prejudicial do motor.
O FS deve ser aplicado à potência nominal do motor, o que pode ser resumido como uma
“potência reserva” que o motor possui, onde esta pode ser utilizada, desde que seja
mantida a tensão e frequência nominal do motor.
Exemplos:
O rendimento define a eficiência com que é feita a conversão da energia elétrica absorvida
da rede pelo motor (Pe), em energia mecânica disponível no eixo (Ps), também chamada
de “Potência útil” Pu a potência mecânica disponível no eixo e “Potência absorvida” Pa a
potência elétrica que o motor retira da rede, o rendimento será a relação entre as duas,
ou seja, a diferença entre as perdas na entrada e na saída constitui-se na perda do motor,
conforme ilustrado pela Figura 5.2, e pode ser relacionada por seu rendimento (η), dado
por: η = Ps/Pe
IN (corrente nominal) é a corrente solicitada pelo motor quando alimentado por tensão
e frequência nominais e operando a plena carga.
A corrente nominal (IN), assim como, a relação IP/IN, são dados de placa motor.
IN = P (W) [A]
√3. U. cos φ. η
Onde:
P é a Potência em watts,
U é a tensão nominal em volts,
cos φ=FP= Fator de Potência e
η é o rendimento em %.
A expressão acima é a mais completa para o caso de tensões trifásicas, sendo que para
os casos de tensões monofásicas basta suprimir o termo √3 e utilizar os demais
parâmetros da fórmula.
A corrente de partida é relacionada à corrente nominal (IN) através dos valores de IP/IN
dados de Placa do motor.
5.4.1 - Carcaça
5.4.2 - Estator
(a) (b)
5.4.3 - Rotor
Construído em dois tipos: (a) rotor bobinado; e (b) rotor em curto-circuito, ou gaiola de
esquilo (ou simplesmente gaiola). Os núcleos magnéticos de ambos os tipos são de ferro
laminado.
(a) (b)
Figura 5.5 – Enrolamento de armadura de um motor de indução:
(a) rotor gaiola; (b) rotor montado (corte)
Fazem parte do motor, ainda, as tampas dianteira e traseira, que servem de proteção, o
ventilador que auxilia no resfriamento dos enrolamentos, os rolamentos e a caixa de
ligações.
Por terem uma ou no máximo duas fases de alimentação, não possuem um campo
magnético girante como os motores trifásicos, mas sim um campo magnético pulsante.
Isso impede que o MIM tenha um torque de partida, considerando que no rotor serão
induzidos campos magnéticos alinhados ao campo do estator.
Para obter um torque de partida maior com menor corrente, um capacitor eletrolítico é
usado em série com o enrolamento auxiliar (circuito de arranque). A Figura 5.7 ilustra os
componentes de um MIM em vista explodida.
Assim que o motor atinge 80% da velocidade da sua velocidade nominal, o enrolamento
auxiliar (circuito de arranque ou de partida) é desconectado, através de uma chave
centrífuga (interruptor automático), que abre o circuito do enrolamento.
Os motores monofásicos podem ser ligados à tensão F+N ou F+F da rede elétrica, sendo
os valores de tensão mais comuns 127 e 220 VAC.
Para que isso seja possível, o enrolamento principal é dividido em duas partes de forma
que, contando com o enrolamento auxiliar de partida, existem 6 terminais disponíveis.
Para a tensão mais baixa (127V), os enrolamentos principais são ligados em paralelo e
para a tensão mais alta (220V) são ligados em série. O enrolamento auxiliar é sempre
ligado em paralelo com o enrolamento principal, cujo fechamento dos enrolamentos
Principal e Auxiliar de um MIM, encontra-se ilustrado pela Figura 5.9.
PE
Forma de operação:
Ligação: com o acionamento de b1, a bobina de K1 é energizada, fazendo com que seus
contatos (auxiliar e principal) comutem, desta forma o motor M1 entra em
funcionamento.
Nota: No caso de alimentação do MIM por redes do tipo (F+N), o condutor de Neutro
não deve ser interrompido pelos dispositivos de comando/proteção, sendo este
ligado diretamente ao MIM, conforme prescrito na NBR-5410.
Funcionamento:
Com K2 acionado, é que ocorre a mudança a inversão das fases e a ordem de chegada
das fases no enrolamento auxiliar passa a ser a seguinte: T-S, girando o rotor, por
exemplo, no sentido horário.
Ao acionar o botão B2, energiza-se K2 e tem-se a partida direta, com sentido contrário
de giro.
5.7 - Exercícios
1) Explique como se consegue a inversão de rotação de um MIM.
2) Com relação ao MIM, qual a função do Capacitor de Partida e da Chave Centrífuga?
3) Desenhar os diagramas de fechamento de um MIM (6 terminais).
4) Um motor elétrico monofásico de 2 CV tem FP = 0,85, η=80% e é alimentado em
220V. Calcular a corrente nominal deste motor. Resp: 9,84[A]
5) O MIM do ex. 4 tem uma relação IP /In=6,5 (dado de placa) calcular a IP para este
motor.
6) Um MIM de 3HP/127V/60Hz, Ip/In= 7,1, FP=0,75 e =0,85 é utilizado para
acionamento de uma bomba hidráulica. Pede-se calcular as correntes deste motor.
Resp.: IN=27,64[A]; Ip=196,24[A]
7) Repetir os cálculos do exemplo 6, para o mesmo motor, porém com UN=220VAC.
8) Desenhar o diagrama de comando e Força/Potência das chaves de partida de um
MIM, estudadas em CEL (direta e reversora).
9) Há necessidade de se mover uma carga deslizante sobre trilhos, na forma horizontal.
O motor disponível para acionamento é um MIM de 3 CV/220V-60Hz e o processo
deverá seguir os seguintes passos:
A carga terá que ser movimentada para frente até um determinado ponto;
Deverá ficar parada;
Deverá retornar ao ponto de partida.
Considerando-se o tempo de funcionamento do motor de 30“ para movimentar a carga
para frente, em seguida permanecendo 25” parado e ainda 30” para retornar a carga à
posição original de partida e aguardar por acionamento manual para reinicio do processo.
O único ponto desfavorável é que os motores trifásicos necessitam de rede trifásica para
a alimentação, o que nem sempre está disponível nas instalações.
Os MITs sempre são ligados à tensão de linha da rede elétrica, sendo que os valores de
alimentação, mais comuns, são 220, 380, 440 e 660VAC.
Para cada nível de tensão requerido pelo MIT ou disponível na rede de alimentação, tem-
se uma forma de realizar o fechamento das bobinas do motor. Dado aos tipos de MIT,
são basicamente três tipos de fechamento a se considerar.
a) Motor de 6 pontas
São fabricados para operar com duas tensões relacionadas por √3, usualmente
220/380V ou 380/660 V.
Na tensão mais baixa serão ligados em triângulo e na mais alta em estrela (Figura
5.13).
b) Motor de 9 pontas
c) Motor de 12 pontas
Forma de operação:
Ligação: ao acionarmos a bobina B1, a bobina de K1 é energizada, fazendo com que seus
contatos (auxiliar e principal) comutem, desta forma, com o fechamento dos contatos
principais de K1 o motor entra em funcionamento.
Para inverter o sentido de rotação de um motor trifásico é necessário que haja inversão
do sentido de campo magnético gerado pelas suas bobinas, o que se consegue invertendo
duas fases quaisquer das três fases que alimentam o MIT, sendo que esse processo pode
ser manual ou automático.
Funcionamento:
Com K1 acionado, as fases chegam ao motor pela seguinte ordem: U-V-W ou T-S-R,
girando o rotor, por exemplo, no sentido anti-horário.
Com K2 acionado, é que ocorre a mudança das duas fases e a ordem de chegada passa
a ser a seguinte: W-V-U ou R-S-T, girando o rotor, neste caso, no sentido horário.
Ao acionar o botão b2, energiza-se K2 e tem-se a partida direta, com sentido contrário
de rotação.
Sendo que alguns destes métodos, que permitem a redução da Ip, ou Chaves de Partidas
de motores de indução trifásico serão apresentados a seguir.
Essa chave pode ser manual ou automática e se aplica a partida de motores de indução
trifásicos.
Funcionamento:
A chave Y- foi desenvolvida para diminuir o pico de corrente proveniente da partida do MIT. O que
consiste na alimentação do motor com redução de tensão nas bobinas durante a partida.
É fundamental que, para esse tipo de partida possa ser utilizado um motor que tenha possibilidade
de ligação em dupla tensão, ou seja, 220/380V ou 380/660V ou 440/760V e, portanto, o motor
deve ter 6 terminais acessíveis e sua tensão em deve coincidir com a tensão da rede.
Na partida Y- executa-se a ligação estrela no motor, porém, alimenta-se o motor com tensão de
triângulo, o que reduz a tensão das bobinas do motor em aproximadamente 58%.
Consequentemente a corrente também será reduzida (aproximadamente 33% da nominal), assim
como o conjugado de partida será reduzido na mesma proporção.
Após a partida em estrela e após o giro do rotor ter atingido por volta de 90% da velocidade
nominal, o motor deve ser ligado em triângulo, assim as bobinas passam a recebera tensão nominal
e o motor poderá desenvolver suas características nominais (Velocidade, In, Torque e Potência).
A chave Y- só pode ser usada quando a curva do conjugado do motor for suficientemente elevada
para poder garantir a aceleração da máquina até no mínimo 90% da rotação nominal com a
corrente reduzida.
A chave compensadora normalmente é utilizada para partir motores sob carga, sendo
desenvolvida com intuito de reduzir a corrente de partida (Ip) do MIT, evitando uma
sobrecarga na rede de alimentação, deixando, porém, o motor com um conjugado
suficiente para a partida e aceleração.
Utilizadas para motores acoplados à máquinas que partem, por exemplo, com 50% de
sua carga nominal, sendo o caso de compressores, ventiladores, bombas hidráulicas,
britadores, etc...
Funcionamento:
K1 acionado implica em alimentar o motor (partida direta) com a tensão reduzida, fornecida pelo
autotransformador, 65% e 85% da tensão nominal, através de K3, o que implicará em corrente
reduzida na partida do motor.
Não é possível o acionamento dos dois contatores (K1 e K2) simultaneamente porque existe um
intertravamento impedindo o acionamento de um contator quando o outro estiver acionado.
5.9.6 - Exercícios
1) Explique como se consegue a inversão de rotação de um MIT.
2) Desenhar o diagrama de comando e Força/Potência das 3 chaves de partida de um MIT,
estudadas em CEL, dizendo quando e porque estas chaves são recomendadas.
3) Com relação ao MIT, qual a desvantagem da Chave Compensadora em relação à Chave Y-∆?
4) Desenhar um diagrama de comando e força de uma Chave Reversora de um MIT, utilizando
intertravamento mecânico. Que cuidados devem ser tomados na implementação do circuito de
Comando e Força deste tipo de chave de partida?
5) Conhecidos o diagrama de partida Y-∆ e o diagrama de inversão de rotação de um MIT, pede-
se implementar um sistema (diagramas de comando e força) que permita partida Y-∆ com
possibilidade de partida em ambos os sentidos de rotação do motor.
6) Refazer o exercício 9 da lista 5.7 utilizando um MIT.
7) Faça uma análise do diagrama do exercício 6 e explique, detalhadamente, o seu
funcionamento.
8) Tem-se um MIT de 10CV, 220/380V-60Hz. Desenhar um método de partida automática
(comando e força) recomendado para este motor. Justifique sua resposta.
9) Desenhar o fechamento de um MIT (6 terminais) em Y e ∆.
10) Um MIT de 10HP tem necessidade de partir nas seguintes condições:
A vazio;
Com 25% de carga;
Com meia carga.
Explicar qual método de partida seria indicado/recomendado para cada situação acima.
11) Implementar um diagrama de comando, que permita apenas o controle manual da partida Y-
∆, de um MIT.
12) Tem-se um MIT de 10CV, 220/380V-60Hz que parte sem carga. Desenhar o diagrama de um
método de partida (comando e força) recomendado para este motor.
13) Considerando a necessidade de acionamento de um compressor (MIT 15CV), o qual parte com
meia carga, pede-se implementar o diagrama de comando e força de uma chave de partida
para acionamento desta máquina.
14) Dado motor de indução trifásico de 6 polos, operando em 60 Hz, pede-se:
a) a velocidade do campo magnético girante.
b) a velocidade do rotor para um escorregamento de 3 %.
18) Refazer o exercício 15 utilizando uma Chave Reversora automática, utilizando temporizador
(treversão=20”).
19) Dado os diagramas abaixo:
5HP/3F220/380V/60Hz,
%= 90% ; FP = 0,92.
Capítulo – 6
Dimensionamento
Condutores, Fusíveis, DTM e DR.
110
115
Monofásicos 120
127
220
220
Trifásicos 380
440
Tabela 6.0 – Tensões Nominais usuais no Brasil
Condutor Isolado – aquele que possui condutor e isolação, o que diferencia dos
Cabos nus.
6.3 - Dimensionamento
Neste tópico serão apresentados os conceitos relacionados ao dimensionamento de
condutores, fusíveis e disjuntores para instalações elétricas. Com um ponto de vista
prático e econômico, porém rigorosamente em conformidade com as normas de
instalações elétricas da ABNT e recomendações dos fabricantes.
IN = P (W) __ [A]
√3 . UN . cos φ . η
IR = IN x 1,25 [A]
A Tabela 6.1 apresenta a relação da seção nominal em função da Imáx suportada pelo
condutor.
Corrente
Seção
Máxima
nominal
Admissível
(mm²)
(A)
1,5 15,5
2,5 21
4 28
6 36
10 50
16 68
25 89
35 110
50 134
70 171
95 207
120 239
150 275
185 314
240 370
300 426
400 510
500 587
630 678
800 788
1.000 906
Tabela 6.1 - Corrente Máxima por Seção Nominal do Condutor
A Tabela 7.1 foi elaborada baseando-se na Tabela 36 da NBR 5410 – Capacidades de condução de
corrente, em ampères, para o método de referência B, com condutores de cobre, Isolação em PVC,
à Temperatura no condutor de 70° C e Temperaturas de referência do ambiente: 30° C (ar), 20°
C (solo), considerando 3 condutores carregados.
Me = IR x d [A.m]
Seção Seção
Condutor Mínima
Fase Condutor
(mm²) (mm²)
S ≤ 25 S
35 25
50 25
70 35
95 50
120 70
150 70
185 95
240 120
300 150
400 185
500 240
630 300
800 400
1000 500
Tabela 6.2 - Seção Mínima do Condutor Neutro
A Tabela 6.2 foi elaborada com base na Tabela 48 – “Seção reduzida do condutor neutro”
da NBR 5410.
Seção Seção
Condutor mínima
Fase Condutor
(mm²) (mm²)
S ≤ 16 S Fase
16 < S ≤ 35 16
S > 35 S/2
Tabela 6.3 - Seção Mínima do Condutor de Proteção
A Tabela 6.3 foi elaborada com base na Tabela 58 - “Seção mínima do condutor de
proteção” da NBR 5410.
Portanto, segundo a NBR-5410, é aceitável uma queda de tensão ΔU% de até 5% para
as instalações elétricas em Baixa Tensão. A queda de tensão pode ser verificada
utilizando-se a equação a seguir, a qual relaciona o Me calculado e o Me tabelado (Tabela
– 1):
6.3.9 - Fusível
O fusível é um dispositivo cuja função principal é a proteção do circuito contra curto-
circuito que operam por ruptura (fusão) em uma corrente e em um tempo determinados.
6.3.10 - Dispositivo DR
Desde dezembro de 1997, segundo a NBR-5410, é obrigatório no Brasil, em todas as
instalações elétricas, o uso do chamado dispositivo DR (diferencial residual) nos circuitos
elétricos que atendam aos seguintes locais: banheiros, cozinhas, copas-cozinhas,
lavanderias, áreas de serviço e áreas externas.
I Nominal do
I Nominal Disjuntor (A)
DR (A)
ID ≤ 25 25
25 < ID ≤ 40 40
40 < ID ≤ 63 63
63 < ID ≤ 80 80
80 < ID ≤ 100 100
100 < ID ≤ 125 125
Tabela 6.4 - Dispositivo DR
Sendo:
70 1.803 1.885 2.082 3.410 3.607 3.771 6.230 7.213 3.607 3.771 4.164 6.820 7.213 7.541 12.459 14.427
95 2.340 2.446 2.701 4.424 4.680 4.892 8.083 9.359 4.680 4.892 5.403 8.849 9.359 9.784 16.166 18.718
120 2.750 2.875 3.175 5.200 5.500 5.750 9.499 10.999 5.500 5.750 6.350 10.399 10.999 11.499 18.999 21.999
150 3.142 3.285 3.628 5.942 6.285 6.571 10.856 12.570 6.285 6.571 7.256 11.884 12.570 13.141 21.711 25.140
185 3.548 3.709 4.096 6.708 7.095 7.418 12.255 14.190 7.095 7.418 8.192 13.416 14.190 14.835 24.510 28.380
240 4.230 4.422 4.884 7.998 8.460 8.844 14.612 16.919 8.460 8.844 9.767 15.996 16.919 17.688 29.224 33.838
300 4.583 4.791 5.291 8.666 9.166 9.583 15.832 18.332 9.166 9.583 10.583 17.332 18.332 19.165 31.665 36.664
400 5.000 5.228 5.773 9.455 10.001 10.455 17.274 20.002 10.001 10.455 11.546 18.911 20.002 20.911 34.548 40.003
500 5.238 5.476 6.048 9.905 10.476 10.953 18.096 20.953 10.476 10.953 12.095 19.810 20.953 21.905 36.191 41.906
630 6.600 6.900 7.620 12.480 13.200 13.800 22.800 26.401 13.200 13.800 15.240 24.960 26.401 27.601 45.601 52.801
800 8.381 8.762 9.676 15.848 16.762 17.524 28.953 33.524 16.762 17.524 19.353 31.696 33.524 35.048 57.906 67.049
1000 10.476 10.953 12.095 19.810 20.953 21.905 36.191 41.906 20.953 21.905 24.191 39.620 41.906 43.810 72.382 83.811
Tabela 2 - A B C
5 Seçã o Corrente Tabela - 3 - # PE Tabela - 4 - # Neutro
Disjuntor Fusível IDR
nominal Máxima Seção mínima Se ção Mínima
(A) (A) (A) Seção Condutor Seção Condutor
(mm²) Admissível (A) Condutor Condutor
Fase Fase
Proteção Ne utro
1,5 15,5 16 16
2,5 21 20 20 25 (mm²) (mm²) (mm²) (mm²)
4 28 25 25 S ≤ 16 S Fase S ≤ 25 S Fase
6 36 32 32 40 16 < S ≤ 35 16 35 25
10 50 50 50 S > 35 S / 2 50 25
63
16 68 63 63 70 35
25 89 80 80 80 95 50
35 110 110 100 100 120 70
50 134 125 125 125 150 70
70 171 160 160 185 95
95 207 200 200 240 120
120 239 225 200 300 150
150 275 250 250 400 185
185 314 300 250 500 240
240 370 350 315 630 300
300 426 400 400 800 400
400 510 500 500 1000 500
500 587 500 500
630 678 630 630
800 788 700 630
1.000 906 900 800
Disjuntores: 6, 10, 13, 15, 16, 20, 25, 32, 35, 40, 50, 60, 63, 70, 80, 90, 100, 110, 125, 150, 160, 200, 225, 250, 275, 300, 320, 350, 400, 450, 500, 630, 700, 800, 900, 1000, 1250, 1600 (A),
F usív eis: 2, 4, 6, 8, 10, 12, 16, 20, 25, 32, 40, 50, 63, 70, 80, 100, 125, 160, 200, 250, 315, 400, 500, 630, 800, 1000, 1250 (A)
** Inf ormação extraida dos catálogos dos Fabricantes Siemens e WEG
6.6 - Exemplo
Dimensionar os condutores e os dispositivos de proteção para uma carga resistiva de
5k[W], instalada a 40 [m] do Quadro de Disjuntores (QD), a qual deverá ser alimentada
por um circuito bifásico de 220VAC, admitindo-se uma queda de tensão ΔU=2%.
Solução: Ampliando-se o Passo-a-Passo:
Condutor de 4,0 mm2 reprovado, devendo-se então, migrar para o próximo condutor na
Tabela 2 que é de # 6 mm2.
Deve-se então, migrar novamente, para o próximo condutor na Tabela 2 que é de 10 mm2.
Portanto a bitola # mínima para o condutor de Fase a ser escolhido deve ser o de 10 mm2.
6) Tabela 4 - Seção Nominal do Condutor de Neutro (Não se aplica a este exemplo por
se tratar de um sistema bifásico (F+F), portanto sem condutor de neutro).
Porém, para fins didáticos, pela Tabela 4, tem-se a Seção do condutor de Neutro igual ao
do condutor de fase, ou seja, 10 mm2, na cor azul-claro.
Pela Tabela 3, tem-se que a Seção do condutor de Proteção deve ser a mesma do condutor
de fase, ou seja, 10 mm2.
Pela Tabela 2, condutor de 10 mm2, tem-se o DTM com IDNominal de 50(A) (Tabela 2A), ou
seja, 2x50(A) por se tratar de um DTM bifásico.
Pela Tabela 2, condutor de 10,0 mm2, tem-se o Fusível com IFNominal de 50(A) (Tabela 2B),
ou seja, 2x50(A) por se tratar de duas fases, sendo um Fusível por fase.
Capítulo – 7
Acionamento Eletrônico
Soft-Starter e Inversor de Frequência
O Acionamento Eletrônico pode ser definido como a conversão e o controle da energia
elétrica para alimentação de máquinas elétricas (CC ou CA), através da utilização de
dispositivos de eletrônica de potência.
7.1 - Soft-Starter
Soft-Starter - é uma chave de partida estática (eletrônica), projetada para a aceleração,
desaceleração e proteção de motores elétricos de indução trifásicos, através do controle
da tensão aplicada ao motor.
O motor assíncrono trifásico é, atualmente, o mais aceito pelo mercado dado às suas
características, porém, em muitos casos, os métodos tradicionais de partida
eletromecânicos, partida direta ou estrela-triângulo, não se apresentam como a melhor
solução.
Isto devido aos efeitos prejudiciais proporcionados por estes métodos, como por exemplo,
distúrbios de tensão, picos de corrente devido às altas IPs, picos de torque, fadiga/stress
mecânico, comprometimento da rede de alimentação e do sistema de proteção, dentre
outros.
As Soft-starters se apresentam como uma solução para estes problemas, devido ao seu
princípio de funcionamento pois, no momento da partida, a soft-starter controla
continuamente a potência enviada ao motor, aproveitando ao máximo suas características
junto à máquina acionada.
Com a utilização deste tipo de tecnologia o pico de corrente de partida (IP) é atenuado,
deixando de ser um problema, uma vez que a o motor parte/para suavemente.
Além disso, há uma maior conscientização de que os recursos naturais exigem conservação
cuidadosa, o que faz da soft-starter um equipamento em sintonia com o cenário energético
atual, colaborando para o uso racional de energia elétrica.
Diagrama de Blocos
Fonte: Franchi C.M. - Acionamentos Elétricos, Ed. Erica – 4ª ed. – 2010, pág. 182.
O circuito (snubber) tem como função proteger os tiristores contra variações de tensão
aplicadas sobre eles.
Rampa de Tensão
A Parada por Inércia leva a tensão de saída instantaneamente a zero, implicando que o
motor não produza nenhum conjugado na carga, que por sua vez, irá perdendo velocidade,
até que toda energia cinética seja dissipada.
Pump Control
Limitação de Corrente
Utilizada onde a carga apresenta uma inércia elevada, esta função faz com que o sistema
rede elétrica/Soft-Starter forneça ao motor somente a corrente necessária para que seja
executada a aceleração da carga.
Sobre e Subtensão
Sobre e Subcorrente
Controle de Torque
Este tipo de controle permite a aceleração e desaceleração com rampa linear de velocidade,
através de um algoritmo de controle de torque tanto para partida como para parada do
motor.
Disponível nos dois tipos de ligação ao motor: ligação padrão (3 cabos) ou ligação dentro
do delta do motor (6 cabos).
By-pass
Costumam funcionar com a tecnologia chamada “By-pass”, a qual, após o motor partir e
receber toda a tensão da rede aciona-se um contator que substitui os módulos de potência,
evitando sobreaquecimento, ou seja, minimiza as perdas de potência e a dissipação de
calor nos tiristores, proporcionando redução de espaço e contribuindo para economia de
energia.
Estas correntes podem ser evitadas através do método de partida suave com a utilização
da soft-starter, proporcionando menor exigência da rede de fornecimento de energia
elétrica.
7.1.4 - Aplicações
Os equipamentos de partida/parada suave, disponíveis comercialmente, são empregados
para motores de pequeno e grande porte, em aplicações que não exijam a
variação/controle de velocidade, sendo bastante comuns em motores para acionamento
de:
Bombas Centrífugas, Britadores,
Ventiladores, Moedores,
Exaustores, Picadores de Madeira,
Sopradores, Refinadores de Papel,
Compressores de Ar, Fornos Rotativos,
Misturadores, Serras e Plainas,
Aeradores, Transportadores de Carga.
Moinhos,
7.1.5 - Vantagens
Partidas e Paradas suaves
Eliminação de choques mecânicos
Aumento da vida útil do motor e equipamentos
Limitação de quedas de tensão na partida
Tamanho reduzido
Proporciona economia de energia e redução dos esforços sobre os
acoplamentos e dispositivos de transmissão
Evita o Golpe de Aríete em bombas centrífugas
Instalação simples com facilidade de operação, ajuste e manutenção
Trata-se de um dispositivo eletrônico que permite transformar energia elétrica CA, com
tensão e frequência fixas, em energia elétrica CA, com tensão e frequência variáveis,
controlando a potência demandada pela carga.
Controle Escalar
O controle escalar é o mais utilizado devido à sua simplicidade e devido ao fato de que a
grande maioria das aplicações não requer alta precisão e/ou rapidez no controle da
velocidade.
Controle Vetorial
O controle vetorial pode ser realizado em malha aberta (“sensorless”) ou em malha fechada
(com realimentação) com sensor de velocidade.
As principais diferenças entre os dois tipos de controle são que o controle escalar, no
que se refere ao estator, considera as amplitudes das grandezas elétricas instantâneas
(fluxos, correntes e tensões) e no controle vetorial o motor de indução é “visto” como
um motor de corrente contínua, havendo regulação independente para torque e fluxo.
7.2.2 - Aplicações
São utilizados para controlar a rotação de um motor assíncrono, o que é possível através
do controle micro processado do circuito composto de transistores de potência (IGBT) que
“chaveiam” uma tensão CC, modificando o valor “rms” e o período da tensão de
alimentação do motor. Desta forma, são destinados ao controle e variação de velocidade
de motores elétricos de indução trifásicos sendo compactos, com alto desempenho e
funcionalidade, sendo ideais para as mais diversos segmentos e aplicações industriais,
dentre elas:
7.2.3 - Vantagens
No caso dos inversores, estes podem ser um grande aliado para a economia de energia na
utilização de motores elétricos com aplicações em bombeamento, ventilação e compressão
os quais representam a maioria dos motores elétricos em operação (cerca de 80%),
reduzindo a energia consumida através da substituição de sistemas tradicionais que
utilizam partida direta e controle de vazão por meio de válvulas ou dampers.
Nesses sistemas, em que a energia é desperdiçada através do controle da vazão por meio
de estrangulamento, onde o motor permanece operando a plena velocidade, é possível
substituir a partida direta por um inversor e retirar a válvula de estrangulamento. Com
isso, o controle da vazão é feito pela velocidade imposta pelo inversor, garantindo menor
consumo de energia em momentos que tenham necessidade de menor vazão,
proporcionando redução do consumo de energia em até 50%. Isto é conseguido pois os
inversores variam as velocidades dos motores de acordo com a maior ou menor
necessidade de vazão/pressão/temperatura de cada processo. Ao diminuir a velocidade,
reduzem a potência demandada da rede elétrica, proporcionando economia de energia. Tal
efeito não ocorre com as válvulas tradicionais onde a vazão é reduzida através de
estrangulamento, porém, o motor continua operando na mesma velocidade pressionando
o fluído sobre a entrada da válvula, demandando a mesma potência da rede elétrica.
O fato de partir motores abruptamente, como ocorre em partidas diretas, gera estresses
mecânicos na máquina, resultando na necessidade de manutenções mecânicas com menor
intervalo de tempo. Com a adoção de soluções utilizando acionamento eletrônico, essa
condição de estresse mecânico deixa de existir, proporcionando maior vida útil ao
equipamento.
Capítulo – 8
Automação Industrial
Princípios Básicos
8.1 - Automação Industrial e Tecnologias Associadas
Automatizar um sistema tornou-se muito mais viável à medida que a eletrônica avançou e
passou a dispor de componentes e circuitos capazes de realizar funções lógicas e
aritméticas com os sinais de entrada e gerar respectivos sinais de saída. Com este avanço,
o controlador, os sensores e os atuadores passaram a funcionar em conjunto,
transformando o processo em um sistema automatizado, onde o próprio controlador toma
decisões em função da situação dos sensores e aciona os atuadores.
Vale salientar dessa forma, que dois dos maiores objetivos ligados a não dependência do
operador nos processos industriais são: a redução dos custos de fabricação e a
maximização da produtividade.
Uma planta industrial, para ser controlada, deve dispor dos seguintes componentes
básicos: processo, sensor, controlador e atuador, os quais estão ilustrados no diagrama
simplificado de um sistema de controle:
Processo - operação que evolui progressivamente e que se constitui por uma série
de ações controladas, objetivando um resultado particular;
O controle do tipo discreto, voltado aos processos digitais, teve seu início marcado pela
utilização de dispositivos eletromecânicos do tipo relés e contadores. Com a evolução
CEL CTIG /UNESP JEB © 2019
Prof: Jomar Bueno 96/109 jomar.bueno@unesp.br
COMANDOS ELÉTRICOS
Portanto, os CLPs são equipamentos de controle que atuam a partir da filosofia na qual
toda a lógica de acionamento pode ser desenvolvida através de software, que determina
ao controlador a sequência de acionamento a ser desenvolvida. Este tipo de alteração
lógica caracteriza e permite um sistema flexível, o que faz com que os CLPs tenham
algumas vantagens em relação aos sistemas convencionais.
Os CLPs mais atuais trabalham com padrões de protocolo de comunicação para facilitar a
interface com equipamentos de outros fabricantes, e também com Sistemas Supervisórios
e Redes Internas de comunicação como o protocolo OPC (OLE - Object Linked and
embedding for Process Control - o qual permite realizar transferências de objetos entre
diferentes aplicações) cujo desenvolvimento foi encabeçado pela Microsoft, e tende a se
tornar o padrão de relacionamento entre os diversos módulos de software ou hardware de
diferentes fabricantes.
Para começar a entender os conceitos apresentados neste capítulo e saber como o que é
um controlador lógico programável, é necessário entender o que é um controle, quais são
seus elementos básicos e quais são os seus principais tipos.
A estrutura básica de um CLP pode ser ilustrada pela Figura 1, podendo ser apresentado
como uma estrutura dividida em três partes:
As entradas analógicas são módulos conversores A/D, que convertem um sinal de entrada
em um valor digital, normalmente de 12 bits (4096 combinações). As saídas analógicas
são módulos conversores D/A, ou seja, um valor binário é transformado em um sinal
analógico.
A linguagem LADDER é tida, no meio dos programadores, como sendo uma linguagem de
baixo nível (próximo a linguagem de máquina) utilizada para programação de CLP, capaz
de realizar o controle de sistemas críticos e/ou industriais, substituindo os antigos, de difícil
manutenção, baixo nível de segurança e caros circuitos controladores a relés. A principal
vantagem de representar as lógicas de controle por meio de diagramas LADDER é que
permite à engenheiros e técnicos de campo desenvolver "códigos" sem conhecimento
prévio de outras linguagens/lógicas de programação como a C e o FORTRAN, devido à
familiaridade com a lógica a relés.
Para evitar essas dificuldades, criou-se uma linguagem lógica artificial, a lógica binária, a
qual possui apenas dois valores/símbolos que são representados por “0 e 1” (zero e um)
e a partir desses dois símbolos foi possível construir uma base numérica binária.
A partir dos conceitos binários, em sistemas digitais, trabalha-se com dois estados ou
níveis lógicos (0 e 1), pois a eletrônica digital apoia-se no princípio da lógica que considera
uma proposição verdadeira ou falsa sendo então, idealizadas as portas lógicas, que são
circuitos eletrônicos utilizados para combinar níveis lógicos digitais (0 e 1) de formas
específicas.
A Tabela 1 mostra os 3 principais símbolos de programação LADDER e sua equivalência
com a eletroeletrônica tradicional.
No curso de CEL, como apresentado nos capítulos anteriores, serão explorados apenas os
conceitos das portas lógicas básicas, sendo: lógicas E, OU e NÃO, conforme Tabela 2.
O botão B1, normalmente aberto, está ligado a entrada I 0.0 e a lâmpada está ligada à
saída Q 0.0. Ao se acionar B1, I 0.0 é acionado e a saída Q 0.0 é energizada. Caso se
deseje que a lâmpada se apague quando acionado B1 bastaria trocar o contato normal
aberto por um contato normal fechado, o que representa a função NOT.
Desta forma, pode-se desenvolver programas para CLP que correspondam a operações
lógicas combinacionais básicas da álgebra de Boole, como a operação AND. Em elétrica a
operação AND corresponde a associação em série de contatos, como indicado na Figura 4.
Outra operação lógica básica é a função OR, que corresponde a associação em paralelo de
contatos, como indicado na Figura 5.
Pode-se afirmar que todas as funções lógicas combinacionais podem ser desenvolvidas em
programação e executadas pelos CLP, uma vez que todas derivam dos conceitos básicos
das funções lógicas: AND, OR e NOT.
A flexibilidade dos CLP é notória, pois as alterações lógicas podem ocorrer com grande
facilidade, sem que sejam necessárias alterações do hardware ou inclusão de componentes
eletrônicos ou elétricos. Esta é a principal característica dos sistemas de automação
flexíveis e o que faz dos CLP ferramentas de grande aplicação nas estruturas de
automação.
8.3.3 - Desvantagens
Utilização em lógicas mais complexas e extensas, torna-se mais difícil,
Edição mais lenta, e
Programadores que não conhecem operação/lógica de relés tem mais dificuldades.
O elo de comunicação entre a IHM e o PLC (ou outro equipamento de controle monitorado)
normalmente se dá por meio de um protocolo de comunicação específico que reproduz na
IHM as variáveis do processo através de Tags.
Uma Tag representa uma variável na IHM que pode ser do tipo discreto, numérico ou
alfanumérico.
Devido à bidirecionalidade do sentido de comunicação entre PLC e IHM, uma Tag pode
tanto monitorar o status do controlador, como também enviar valores (ou setpoints –
valores predefinidos) a ele.
Em situação similar, a IHM pode simplesmente alertar o operador sobre a troca de situação
do processo, por meio da geração de sinais de eventos que são obtidos pela monitoração
das variáveis pertinentes.
Esses recursos por si mesmo já justificariam o uso de uma IHM. Porém, mais do que isto,
em grande parte dos casos, permitem ainda o registro histórico (pelo armazenamento de
dados) “log dos eventos e alarmes”, de forma a permitir posterior análise de ocorrências
pela engenharia de processos, permitindo, desta forma, a obtenção de dados para controle
estatístico, bem como de consulta e análise de históricos, plotagem e diversos outros tipos
de relatórios e gráficos de tendência.
Com a evolução da tecnologia, foram incorporadas funções nunca antes imaginadas para
um sistema supervisório. Sempre baseadas nas necessidades e requisições dos usuários
finais, são implementadas ferramentas para as mais diversas finalidades. Em suma, a
evolução tecnológica dos sistemas supervisórios trouxe aos seus usuários inúmeros
benefícios e o uso desta tecnologia e de todas as suas funcionalidades traz, inegavelmente,
maior conhecimento, eficiência, qualidade e confiabilidade à operação das modernas
plantas industriais.
CEL CTIG /UNESP JEB © 2019
Prof: Jomar Bueno 108/109 jomar.bueno@unesp.br
COMANDOS ELÉTRICOS
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