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Comandos Elétricos

Prof. Dr. Jomar Esteves Bueno


Material de consulta, em complemento às aulas da disciplina
Comandos Elétricos - CEL.

Colégio Técnico Industrial de Guaratinguetá


"Prof. Carlos Augusto Patrício Amorim”
COMANDOS ELÉTRICOS

EMENTA – 2019
DISCIPLINA: CEL - COMANDOS ELÉTRICOS

SÉRIE: 2ªs Séries A/B/C/D


CURSOS: MECÂNICA/ELETRÔNICA/ELETROELETRÔNICA/AUTOMAÇÃO
AULAS SEMANAIS: TEORIA e LABORATÓRIO: 02

TÓPICOS:

1) Revisão – Conceitos de Eletricidade e Segurança no Trabalho.


2) Ferramental e Instrumental de teste (uso do multímetro).
3) Normas Técnicas e Simbologias.
4) Noções gerais sobre Comandos Elétricos.
5) Componentes dos circuitos de Comando e Força;
6) Dispositivos de Proteção Elétrica (Fusíveis, Disjuntores, Relés e DR).
7) Dispositivos de Comando Elétrico (Botoeiras, Chaves Seccionadoras, Sensores, Relés
(Térmico, Fases, Max & Min e Temporizadores).
8) Circuitos de comando para iluminação:
a) Interruptor Simples;
b) Tomadas de Corrente e Interruptor Simples;
c) Interruptor de Duas Seções;
d) Interruptores Paralelos (Three-Way) e Intermediários (Four-Way).
9) Motores Elétricos de Indução:
a) Partes Constituintes e Princípio de Funcionamento;
b) Cálculo da velocidade, escorregamento, corrente nominal e de partida dos motores
elétricos monofásicos e trifásicos;
c) Fechamento do Motor Monofásico (127 / 220 V);
d) Fechamento do Motor Trifásico.
10) Elaboração e implementação de diagramas elétricos de comando e força para partida de
motores de indução:
a) Chave de Partida Direta (monofásico e trifásico);
b) Chave Reversora (monofásico e trifásico);
c) Chave de Partida estrela – triângulo (trifásico);
d) Chave de Partida estrela – triângulo com reversão (trifásico);
e) Chave de Partida compensadora (trifásico).
11) Dimensionamento de circuitos alimentadores e dos dispositivos de proteção.
12) Acionamento Eletrônico - Inversor de Frequência e Soft Starter.
13) Automação Industrial - Princípios Básicos:
a) Tecnologias associadas,
b) Introdução ao CLP,
c) Linguagem de Programação,
d) Diagrama LADDER,
e) A Norma IEC 61131,
f) Introdução aos Sistemas Supervisórios.

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SUMÁRIO

CAPÍTULO – 1 - INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 4


CAPÍTULO – 2 - COMPONENTES DE CIRCUITOS DE COMANDO E FORÇA ....................................................... 6
CAPÍTULO – 3 - CIRCUITOS DE COMANDO PARA ILUMINAÇÃO .................................................................. 23
CAPÍTULO – 4 - DIAGRAMAS DE COMANDO E FORÇA ............................................................................... 35
CAPÍTULO – 5 - MÉTODOS DE PARTIDA PARA MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO ...................................... 45
CAPÍTULO – 6 - DIMENSIONAMENTO ..................................................................................................... 71
CAPÍTULO – 7 - ACIONAMENTO ELETRÔNICO .......................................................................................... 82
CAPÍTULO – 8 - AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL ............................................................................................. 95
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 109

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Capítulo – 1
Introdução
A Disciplina de Comandos Elétricos trata de assuntos teóricos e práticos envolvendo os
conceitos de partida e acionamento de máquinas e equipamentos eletroeletrônicos através
de circuitos de comando.

As atividades teóricas serão ministradas em sala de aula e as atividades práticas nas


instalações do Lab-CEL.

Como toda atividade prática, alguns cuidados e recomendações são necessários para o
bom andamento dos experimentos, sendo necessário ter um conhecimento básico de
Segurança do Trabalho, Normas Técnicas e Regulamentadoras, EPI e EPC, adoção de boas
práticas de segurança na execução dos experimentos e utilização de vestimenta adequada.

É mandatório o uso de protetor ocular durante a execução dos experimentos em


complemento à vestimenta, a qual contempla a utilização de calça comprida, camisa com
manga, calçado fechado, preferencialmente com solado de borracha, e ainda a não
utilização de nenhum tipo de adorno e cabelos compridos devidamente presos.

1.1 - Conceituação Básica - Normatização e Segurança

1.1.1 - Norma Técnica


Norma Técnica no Brasil, ou NBR, é um conjunto de normas e regras técnicas relacionadas
a documentos, procedimentos ou processos aplicados a empresas ou determinadas
situações que regulamentam a fabricação, a instalação de produtos e serviços. No Brasil,
a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), é responsável pela elaboração e
organização das normas técnicas que são aplicadas em diferentes áreas, que abrangem
desde a pesquisa acadêmica até documentos e procedimentos empresariais.
www.abnt.org.br.

Exemplos: NBR- 5410 – “Instalações Elétricas de Baixa Tensão”


NBR-14039 – “Instalações Elétricas em Média Tensão”

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1.1.2 - Norma Regulamentadora


As Normas Regulamentadoras, ou NRs, regulamentam e fornecem orientações sobre
procedimentos obrigatórios relacionados à segurança e medicina do trabalho sendo de
observância obrigatória por todas as empresas brasileiras regidas pela CLT, cujo órgão
responsável é o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego). www.mte.gov.br

Exemplos: NR - 10 - “Segurança e Saúde em Instalações e Serviços com Eletricidade”


NR - 06 - “Equipamentos de Proteção Individual”

1.1.3 - Riscos
Em qualquer atividade existe risco, sendo que os riscos mais comuns em instalações
elétricas são: Corrente Elétrica, Choque Elétrico, Corrente de Fuga, Sobrecarga e Curto-
circuito e para cada um destes riscos existe um sistema/dispositivo/procedimento de
proteção.

 Choque Elétrico
É a passagem da corrente elétrica através do corpo humano ou animal, utilizando-
o como um condutor. Esta passagem de corrente, dependendo de sua intensidade,
pode causar queimadura, fibrilação ou até mesmo a morte.

 Corrente de Fuga
Corrente que “foge” do circuito, normalmente por falha na isolação dos condutores.
Pode ser drenada para o terra através do condutor de proteção (PE) e, na falta
deste estar presente na “carcaça” metálica de equipamentos, pode ser a
responsável por provocar um choque elétrico em pessoas e animais.

 Sobrecarga
Uma sobrecarga em um circuito elétrico, ocorre quando a intensidade de corrente
ultrapassa o valor da intensidade nominal do dispositivo de proteção do circuito.
Quando isso acontece, o dispositivo deverá atuar, visto que a sua função é a de
proteger as instalações elétricas e o usuário. É uma corrente elétrica acima da
capacidade de condução suportável pelos condutores de eletricidade e dispositivos
eletroeletrônicos.

Provoca aquecimento podendo danificar a isolação dos condutores e


consequentemente ocasionar aos componentes do circuito e princípios de incêndio.

 Curto-Circuito
Quando dois pontos de um circuito são ligados por um condutor de resistência
desprezível, ocorre um curto-circuito, o que significa que os dois pontos têm o
mesmo potencial, fazendo com que a corrente elétrica atinja valores elevados,
sendo, muita das vezes, com valores superiores ao suportável pelos condutores de
energia elétrica do circuito.

Ou seja, um curto-circuito é causado pela união de dois ou mais potenciais (Fase-


Neutro/Fase-Fase/Fase-Terra).

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Capítulo – 2
Componentes de Circuitos
de Comando e Força
Os Dispositivos de Comando são elementos de comutação que possibilitam ou não a
passagem de corrente elétrica entre um ou mais pontos de um circuito.

Em sua forma mais simples apresenta-se, por exemplo, como um interruptor (liga/desliga)
onde se tem a ação de comando / acionamento sem estar em contato com a “carga”.

Exemplos de utilização: equipamentos eletroeletrônicos diversos, motores, máquinas de


pequeno a grande porte, máquina com risco em sua operação,
etc...

Neste tópico os conceitos serão abordados de forma simplificada, apresentando e


fornecendo subsídios para o entendimento dos elementos constituintes de um Circuito de
Comando/Acionamento e Força, sendo:

 Condutor  Chave fim-de-curso


 Chave Seccionadora  Chave boia
 Fusível  Contator
 Disjuntor  Relé térmico
 Dispositivo DR  Sensores
 Interruptor  Sinalização
 Botoeiras

2.1 - Condutores Elétricos


Os condutores elétricos de potência, em baixa tensão, são os responsáveis pela distribuição
de energia em circuitos de Baixa Tensão (BT maior que 50 VAC até 1.000 VAC e maior que
120 VDC até 1.500 VDC).

Em função de suas propriedades elétricas, térmicas, mecânicas e custos, o cobre e o


alumínio são os metais mais utilizados na indústria de fabricação de condutores (fios e
cabos).

É sabido que todo condutor elétrico, quando percorrido por uma corrente elétrica, aquece
devido ao efeito Joule e que os condutores suportam, determinados valores de
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temperatura, acima dos quais eles comprometem suas propriedades físico-químicas,


mecânicas e elétricas.

Um condutor elétrico pode apresentar um volume significativo de material combustível em


sua isolação (quando ela existir) e, eventualmente, podendo estar em contato com outros
materiais combustíveis.

Assim, é importante que, quando da ocorrência de um incêndio, de origem elétrica ou não,


os cabos não sejam agentes propagadores da chama, colocando em risco pessoas, animais
e patrimônio.

Com o objetivo de garantir que os condutores (fios/cabos) sejam resistentes/não


propagantes à chama, eles são ensaiados (NBR-IEC60332) de modo a comprovar que uma
chama não possa se propagar indevidamente por esse condutor, mesmo em casos de
exposições prolongadas ao fogo.

Os tópicos a seguir destacam os itens da NBR 5410 relativos à identificação dos condutores.

2.1.1 - Condutor de Neutro (N)


“6.1.5.3.1 Qualquer condutor isolado, cabo unipolar, ou veia de cabo multipolar utilizado
como condutor neutro deve ser identificado conforme essa função. Em caso de identificação
por cor, deve ser usada a cor azul-claro na isolação do condutor isolado ou da veia do cabo
multipolar, ou na cobertura do cabo unipolar. ”

NOTA - A veia, com isolação azul-claro, de um cabo multipolar, pode ser usada para outras
funções, que não a de condutor neutro, se o circuito não possuir condutor neutro
ou se o cabo possuir um condutor periférico utilizado como neutro."

Observe que a norma não obriga o uso de cores para identificar um condutor, uma vez que
ela diz: "Em caso de identificação por cor....". Em alternativa às cores, podem ser
utilizadas gravações numéricas aplicadas na isolação do cabo ou também podem ser
empregados sistemas externos de identificação, tais como, anilhas, adesivos, marcadores,
etc.

Outro ponto importante está destacado na Nota anterior, onde se permite o uso da cor
azul-claro para outra função apenas no caso da veia de um cabo multipolar. Ou seja,
mesmo que uma instalação não possua o neutro, caso se utilizem condutores isolados e/ou
cabos unipolares, o azul-claro não poderá ser utilizado em nenhuma hipótese.

2.1.2 - Condutor de Proteção/Terra (PE)


"6.1.5.3.2 Qualquer condutor isolado, cabo unipolar, ou veia de cabo multipolar utilizado
como condutor de proteção deve ser identificado de acordo com essa função. Em caso de
identificação por cor, deve ser usada a dupla coloração verde-amarelo (cores exclusivas
da função de proteção), na isolação do condutor isolado ou da veia do cabo multipolar, ou
na cobertura do cabo unipolar. ”

NOTA - Na falta da dupla coloração verde-amarelo, admite-se, provisoriamente, o uso da


cor verde. ”

Nesse caso, não se admite utilizar, sob nenhuma hipótese, as cores verde-amarela e verde
para outra função que não a de proteção. Quanto ao termo “admite-se,
provisoriamente...", não há nenhuma data limite estabelecida para se eliminar o uso da
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cor verde como proteção. Aliás, é mais comum encontrar-se no mercado o cabo totalmente
verde do que o verde-amarelo.

2.1.3 - Condutor de Fase (F)


"6.1.5.3.4 Qualquer condutor isolado, cabo unipolar, ou veia de cabo multipolar utilizado
como condutor de fase deve ser identificado de acordo com essa função. Em caso de
identificação por cor, poderá ser usada qualquer cor, observadas as restrições
estabelecidas em 6.1.5.3.1, 6.1.5.3.2 e 6.1.5.3.3.” na NBR 5410.

NOTA - Por razões de segurança, não deve ser usada a cor da isolação exclusivamente
amarela, onde existir o risco de confusão com a dupla coloração verde-amarelo,
cores exclusivas do condutor de proteção." Resumidamente, os condutores das
fases podem ser de qualquer cor, exceto azul-claro, verde ou verde-amarelo.

2.1.4 - As Cores dos Condutores de Baixa Tensão


Mais do que estética, a identificação dos condutores, através de cores, em uma instalação
elétrica, tem por finalidade facilitar a execução das conexões, emendas e todas as
intervenções de manutenção em geral. Além disso, a correta identificação aumenta, em
muito, a segurança das pessoas que lidam com o sistema elétrico.

A Norma brasileira de instalações elétricas em baixa tensão NBR-5410 faz recomendações


claras a respeito da maneira adequada para se identificar os componentes em geral e os
condutores em particular.

Portanto, de acordo com a NBR 5410, o condutor de Proteção (PE) deve ser na cor Verde-
Amarelo e o Neutro na cor Azul-Claro, sendo estas cores exclusivas destes condutores.
Para os demais para os condutores de Fase e Retorno não há cor específica, ficando a
critério do projetista.

A NBR-5410 “Instalações Elétricas em Baixa Tensão” estabelece um código de cores para


os condutores de energia elétrica dos circuitos em Baixa Tensão (BT), sendo:

 Verde e Amarelo: Condutor de Proteção (PE)/Terra


 Azul: Condutor de Neutro
 Outras cores: Condutores de Retorno ou de Fase, qualquer cor exceto Verde e
Amarelo ou Azul.

Sugestão de cores para os Condutores de Fase e Retorno:

Condutor de Fase para Iluminação - Vermelho


Condutor de Fase para alimentadores/Tomadas/Força - Preto
Retorno da Carga - Amarelo
Retorno de Comando - Branco

As páginas 9, 10, 11 e 12 foram extraídas da Apostila “Instalações Elétricas Residências”


da Prysmian Cable and Systems (pgs 56, 57, 58 e 73) e podem ser encontradas na íntegra
em www.prysmian.com.br.

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2.2 - Chave Seccionadora


É um dispositivo mecânico de energização/desenergização, que tem a capacidade de
fornecer/interromper a alimentação (energia elétrica) a um circuito ou a um grupo de
circuitos elétricos.

Através de um sistema mecânico, contatos elétricos mudam de posição e, desta forma, é


possível ligar ou desligar, por exemplo, um motor, inverter o sentido de rotação e até
mesmo criar um sistema de partida.

Sua escolha leva em conta principalmente: a Un, a In do circuito e as correntes de curto-


circuito, sendo que as chaves seccionadoras podem ser divididas, basicamente, em dois
tipos:

 Chave seccionadora sob carga;


 Chave seccionadora sem carga.

A chave seccionadora sob carga tem seu mecanismo e contatos elétricos projetados para
uma interrupção de linha sem ou com uma circulação de corrente elétrica. Esse tipo de
chave é equipado com um dispositivo chamado “câmara de extinção de arco voltaico” e as
molas que impulsionam o mecanismo no momento da manobra são projetadas para
proporcionar uma alta velocidade de comutação.

A chave seccionadora sem carga foi projetada e especificada para operar sem carga, ou
seja, sem a circulação de uma corrente elétrica nos seus contatos durante a abertura.
Neste caso o tempo de comutação dos contatos depende da velocidade que o operador
impõe no momento da manobra.

Ou seja, as chaves seccionadoras sob carga podem interromper circuitos sob corrente
nominal, enquanto as seccionadoras sem carga só abrem sem corrente ou com valores
bem baixos, tais como, corrente de magnetização.

Os valores nominais de corrente para chaves seccionadoras de baixa tensão variam de


alguns poucos ampères a milhares de ampères.

2.3 - Dispositivos de Proteção Elétrica


As Normas Técnicas e as Normas de Segurança preveem que todos os circuitos deverão
ser protegidos, a fim de que se possa garantir a integridade física das pessoas e animais,
das instalações e dos equipamentos.

Para isso, existem diversos dispositivos e equipamentos que podem ser utilizados, dentre
os quais serão destacados a seguir o Fusível, o Disjuntor Termomagnético, o Dispositivo
DR e o Relé Térmico.

2.3.1 - Fusível
São usados para proteger os circuitos dos excessos de corrente causados por curto-
circuito. O fusível é ligado em série com o circuito e para corrente nominal funciona como
um elemento de ligação entre a carga e a fonte de alimentação. Quando há um curto-
circuito, o “elo” do fusível se funde, abrindo o circuito e, portanto, protegendo-o.

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TIPOS DE FUSÍVEIS:

- Fusíveis NH: 6 a 1.250A


- Fusíveis NEOZED: 2 a 63A
- Fusíveis SITOR: 32 a 710 A
- Fusíveis SILIZED: 16 a 100A
- Fusíveis MINIZED:
até 63 A AC-22
até 50 A AC-23 em 400VCA
- Fusíveis DIAZED:
L até 20 A – 100KA
25 a 63 A – 70KA
80 e 100 A – 50K em até 500VCA

Sua escolha é feita em função da tensão, corrente nominal e de sua capacidade de ruptura.

Para utilização com motores deve-se verificar as características de partida do motor para
que o fusível não venha a atuar durante a condição de partida.

2.3.2 - Disjuntor Termomagnético (DTM)

Os disjuntores são dispositivos de proteção eletromecânicos, utilizados para proteção dos


circuitos em casos de sobrecargas e curto-circuito.

Na ocorrência de curto-circuito o desligamento é eletromagnético e na ocorrência de


sobrecarga o desligamento é feito por elemento térmico.

Tipos de disjuntores: unipolar, bipolar e tripolar.

Borne superior

Mecanismo
conexão / desconexão
Disparador térmico
(bimetálico)

Contato móvel

Contato fixo

Câmara de extinção

Desligamento magnético
(bobina)

Alavanca de Borne inferior


manobra

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2.3.3 - Dispositivo DR

De acordo com a Lei 8078/90, art. 39 – VI 11, art. 12, art. 1, e a norma ABNT NBR 5410,
desde dezembro de 1997, é obrigatório no Brasil, em todas as instalações elétricas, o uso
do dispositivo DR (diferencial residual) nos circuitos elétricos que atendam aos seguintes
locais: banheiros, cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de serviço e áreas
externas.

A Norma ABNT - NBR 5410, define o uso obrigatório de Dispositivos DR em vários setores
das instalações elétricas em baixa tensão, objetivando proteger as pessoas contra os
efeitos nocivos de choques elétricos.

O Dispositivo de proteção à corrente Diferencial Residual, dispositivo DR é um interruptor


automático que desliga correntes elétricas de pequena intensidade, que um disjuntor
comum não consegue detectar, mas que podem ser fatais se percorrerem o corpo humano.

Os dispositivos funcionam com base na corrente de fuga para a terra, desarmando


automaticamente quando há uma diferença entre as correntes que entram no circuito e as
correntes que saem deste circuito (princípio da Lei de Kirchhoff).

Princípio de funcionamento: qualquer desequilíbrio, no somatório das correntes que entram


e saem de um circuito e que passam por um TC (transformador de Corrente), gera uma
tensão na bobina B. Esta tensão é detectada por um circuito disparador, que automática e
instantaneamente desliga/desconecta o circuito de carga.

A baixíssima corrente de disparo, da ordem de 30 mA, em aproximadamente 30 ms, torna


o dispositivo altamente adequado à proteção de pessoas e animais contra os efeitos
nocivos de possíveis choques elétricos.

Também é utilizado em proteção contra princípios de incêndios com correntes de disparo


maiores que 30 mA (100, 300, 500 mA).

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2.3.3.1 - Tipos de DR
Os Dispositivos DR, dividem-se em Interruptor DR, Módulo DR e Disjuntor DR, possuindo
corrente residual (I∆n) de até 30 mA, são destinados a proteção de pessoas e animais, e,
acima deste valor, são apropriados a proteção apenas das instalações elétricas e prevenção
contra princípios de incêndio de origem elétrica.

A Normalização IEC distingue três tipos de DR, sendo:

 Tipo AC, sensível somente a corrente alternada;

Detecta correntes residuais alternadas, sendo normalmente utilizados em


instalações elétricas residenciais, comerciais, prediais e em instalações elétricas
industriais.

 Tipo A, sensível a corrente alternada e contínua pulsante;

Detecta correntes residuais alternadas e contínuas pulsantes, sendo aplicável em


circuitos que contenham recursos eletrônicos que alteram a forma de onda senoidal.

 Tipo B, sensível a corrente alternada, a corrente contínua pulsante e a corrente


contínua pura.

Detecta correntes residuais alternadas, contínuas pulsantes e contínuas puras,


sendo aplicável em circuitos de corrente alternada, normalmente trifásicos que
possuam, em sua forma de onda, partes senoidais, meia onda ou ainda formas de
ondas de corrente contínua geradas por determinadas cargas.

No dimensionamento dos dispositivos DRs, a corrente nominal (IN) do dispositivo deve ser
igual ou maior que a corrente nominal do dispositivo de proteção (Disjuntor-ID ou Fusível-
IF) utilizado contra sobre correntes.

Fonte: www.siemens.combr

A Figura acima ilustra os dois tipos de dispositivos DR existentes, o Tetrapolar e Bipolar.

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2.3.3.2 - Disjuntor DR
Trata-se de um dispositivo de seccionamento constituído de um disjuntor termomagnético
acoplado a um dispositivo DR, ou seja, um Disjuntor com função DR integrada. Sendo
assim, ele conjuga as duas funções, a do disjuntor termomagnético e a do interruptor DR,
protegendo, respectivamente, o circuito contra correntes de sobrecarga (Isc) e curto-
circuito (Icc) e ainda protegendo as pessoas e animais contra choques elétricos (IΔn),
provocados por contatos diretos ou indiretos.

2.3.3.3 - Módulo DR
Os Módulos DR são confeccionados para serem associados a um disjuntor termomagnético
incorporando a este dispositivo a proteção diferencial residual, ou seja, esta associação
permite a atuação do disjuntor quando ocorrer uma sobrecarga, curto circuito ou corrente
de fuga à terra, sendo este recomendado para instalações onde a corrente de curto circuito
for elevada.

2.3.3.4 - Esquemas de ligação

L1, L2, L3 – Condutores Fases


N – Condutor Neutro
PE – Condutor de proteção (terra)
DR1 – Dispositivo DR – bipolar
DR2 – Dispositivo DR – tetrapolar
R – Carga

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2.3.4 - Relé Térmico


É um dispositivo de proteção contra sobrecargas e é escolhido em função das
características de partida do motor.

São compostos por uma lâmina bi metálica formados por dois


metais soldados entre si. Ao ser aquecido, tendo ambos os metais
diferentes coeficientes de dilatação, dobra-se, acionando os
contatos que efetuam a abertura do circuito, sendo desta forma
um dispositivo de proteção contra sobrecarga.

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2.4 - Tomadas de Corrente


Com a implementação do Padrão Brasileiro de Plugues e Tomadas (NBR 14136 Plugues e
tomadas para uso doméstico e análogo até 20 A/250 V em corrente alternada –
Padronização), passa a ser disponibilizado/comercializado apenas dois modelos de plugues
e tomadas e corrente, sendo que os plugues possuem dois ou três pinos redondos e as
tomadas três orifícios de 4 mm ou 4,8 mm, respectivamente para as correntes de 10 e 20
ampères.

As Figuras abaixo representam as formas de conexão dos condutores aos respectivos pinos
das tomadas de corrente.

PE

Neutro Fase

Comparativo entre os padrões ABNT e NEMA:

Comparativo entre os padrões


Tomadas

ABNT NEMA

2.5 - Interruptor
É um nome genérico de um dispositivo seccionador
simples, usado para abrir/desligar ou fechar/ligar um
circuito elétrico.

2.6 - Botoeira

As Botoeiras (ou Botoneiras) fazem parte de quase toda


instalação de comandos elétricos, também conhecidas
como pulsadores ou pulsadoras.

São elementos de comando que servem para


energizar/desenergizar dispositivos de comando, sendo
que comutam seus contatos NA/NF através de
acionamento manual, conforme ilustrado a seguir:

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Podem ser encontradas em várias formas e cores, com ou sem proteção do acionador e
com diferentes quantidades e tipos de contatos.

Com relação ao formato existem as botoeiras tipo soco, cujo acionador é maior e na forma
de “cogumelo”, normalmente na cor vermelha, destinadas a situações de emergência.

Tipos de Acionadores:

As botoeiras com acionador protegido por tampa ou chave, evitam o acionamento acidental
e somente devem ser operadas conscientemente.

As botoeiras de comando são identificadas segundo normas internacionais, conforme


ilustrado na tabela a seguir, quanto às suas aplicações típicas.

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2.7 - Chave Boia


Este tipo de dispositivo de manobra é utilizado para o comando (liga/desliga), por exemplo,
de bombas de água, monitorando os níveis (cheio/vazio) de reservatórios, o que além de
automatizar o circuito de comando, evita o desperdício de água e economiza energia
elétrica.

2.8 - Chave fim-de-curso


As chaves fim-de-curso são elementos de comando com a finalidade de enviar sinais ou
simplesmente interromper/acionar um circuito de comando elétrico.
A função principal deste componente é enviar um sinal “avisando” o circuito de comando
que determinada situação foi alcançada, ou simplesmente acionando/desacionando um
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circuito, como por exemplo, uma parte móvel da máquina chegou numa determinada
posição.

2.9 - Contator
Dispositivo de manobra, podendo ser controlado à distância
por acionamento eletromagnético, cujas principais partes
constituintes são:
- Contatos principais (potência)
- Contatos auxiliares (comando)
- Circuito magnético (bobina)
- Suporte

O contator é responsável pela comutação do circuito, isto é,


liga e desliga a carga de acordo com as restrições
estabelecidas em seu circuito de comando. O contator é
escolhido em função da corrente e tensão nominal e também
dos valores de corrente de curto-circuito.

2.10 - Sensor e Transdutor

Sensor é um dispositivo que recebe/detecta um sinal/estímulo, cuja propriedade ou


condição que é detectada é convertida em sinal elétrico.

Transdutor é um dispositivo que transforma/converte um tipo de energia em outro.

Sensor não deve ser confundido com Transdutor, contudo, um sensor pode integrar a
constituição de um transdutor.

Por exemplo, um alto-falante é um transdutor (energia elétrica em sonora), porém não é


um sensor.

2.11 - Sinalização
Para indicar que um equipamento ou dispositivo está em funcionamento, usa-se sinalização
de comandos por meio de lâmpadas pilotos, empregando-se como código cores diferentes.

Em geral a sinalização visual de comando representa:

Verde – Ligado, Vermelho – Desligado,


Amarelo – Atenção ou Cuidado, Branco/Incolor – Operação Normal
Azul – Demais Funções.

A sinalização de comandos também pode ocorrer em forma de alarme luminoso e sonoro.


Para sinalização de segurança, conforme estabelecido pela NR-10 “Segurança em
Instalações e Serviços com Eletricidade” o Verde significa equipamento dezenergizado
e o Vermelho equipamento Energizado.

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COMANDOS ELÉTRICOS

Capítulo – 3
Circuitos de Comando para
Iluminação
Os circuitos de iluminação são acionados, normalmente, através de interruptores.

3.1 - Interruptor Simples (uma seção)

Diagrama Multifilar (Interruptor Simples)

Ao interruptor é conectado ao condutor de fase e o retorno.

O condutor neutro, em instalações monofásicas, é sempre ligado ao receptáculo da


lâmpada.

OBS: O neutro não deve ser interrompido.

Interruptor Simples

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Aplicação: Dois ou mais pontos de luz, por exemplo, em lustre ou luminária com mais de
um ponto de luz.

3.2 - Interruptor de duas Seções


É usado onde se necessitada de dois pontos de acionamentos distintos, por exemplo, em
banheiros tendo luz ao teto e arandela sobre o espelho da pia.

Interruptor de duas Seções

3.3 - Interruptor de três seções


É usado onde se necessitada de três pontos de acionamentos distintos.

Interruptor de duas Seções

3.4 - Interruptor Bipolar


O interruptor Bipolar deve ser utilizado em circuitos de alimentação de sistemas de
iluminação em 220V (F+F).

Interruptor Bipolar

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3.5 - Interruptor Paralelo “3-WAY”

Dois interruptores paralelos permitem que tanto um quanto o outro possa acender ou
apagar um ou mais pontos de luz. São usados, por exemplo, em lances de escada,
corredores e comandos com acesso em duas portas.

Diagrama do circuito Interruptor Paralelo

OBS: jamais ligar fase e neutro no mesmo interruptor 3-WAY com risco de curto-circuito
ou arco voltaico por inseto ou acúmulo de sujeira.

Exemplo 01: Elaborar um diagrama de comandos de um ponto de luz central, com


acionamento paralelo, e dois pontos de luz na parede.

S3W1 S3W2 S2

Diagrama do circuito de Iluminação

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3.6 - Interruptor Intermediário “4-WAY”


É usado onde se necessitada de três pontos de acionamentos distintos ou mais.

A figura ilustra a Ligação de uma lâmpada usando 2 interruptores paralelos “3-WAY” e um


“4-WAY”

Circuito com Interruptor Intermediário

Como medida de segurança ligar sempre:

- O condutor de Fase ao interruptor (conector central),


- O condutor de Retorno ao contato do disco/pino
central do bocal (receptáculo) da lâmpada,
- O condutor de Neutro ao contato da base rosqueada do bocal da lâmpada,
- O condutor PE à parte metálica da luminária (quando houver).

Lâmpada e Bocal tipo E-27

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3.7 - Exemplos de Circuitos de Iluminação


As ilustrações das páginas 27 a 31 foram extraídas da Apostila “Instalações Elétricas
Residências” da Prysmian Cable and Systems (pgs 74, 75, 76, 77 e 78) e podem ser
encontradas na íntegra em www.prysmian.com.br

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3.8 - Exercícios Propostos


1) Explique o funcionamento básico dos seguintes dispositivos de proteção:
a) Fusível;
b) Disjuntor Termomagnético;
c) Dispositivo Diferencial Residual (DR);
d) Relé Térmico.

2) Qual a diferença entre relés de manobra e relés térmicos?

3) Pesquisar e familiarizar-se com os diversos tipos de interruptores disponíveis no


mercado (Interruptor simples, de duas e três seções, paralelo, intermediário e
interruptores eletrônicos e com sensores).

4) Pesquisar interruptores de pulso e comparar essa tecnologia com os interruptores


convencionais.

5) Dado o diagrama abaixo e a lista de material disponível, indicar, no próprio diagrama,


o dispositivo MAIS apropriado para os pontos de interrupção, onde deverá ser
indicada a letra e número referente ao dispositivo/elemento escolhido para o circuito.

PE

Quadro de Distribuição
Motor
3-F
01 Chave seccionadora monopolar (S1)
01 Chave seccionadora tripolar, com fusíveis (S3)
01 DTM monopolar (D1)
01 DTM tripolar (D3)
01 DR Tetrapolar (DR)
01 Relé Térmico tripolar (e1)
01 Cabo/Conector # 16mm2 (c1)
6) Cite quatro dispositivos de comando, explicando seu respectivo princípio de
funcionamento.
7) Qual a importância em se seguir as recomendações das Normas Técnicas e das
Normas Regulamentadoras?

8) Desenhe o diagrama de um circuito básico de comando para acionamento de uma


campainha, sendo que o edifício possui duas entradas e, portanto, necessita de dois
pontos de acionamento (Entrada Principal e Secundária). Tanto os dispositivos de
comando como a campainha funcionam em 127(V)/60(Hz).
Material disponível: 01 Contator, 01 Campainha e 02 Botoeiras.

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9) Identifique a Lógica Combinacional utilizada no exercício 8.

10) Desenhar o diagrama multifilar de comando para iluminação, onde se necessita de 3


pontos de acionamento, de um lustre com 5 lâmpadas (127V/60Hz). Um segundo
lustre deve ser instalado, porém com acionamento independente de seus conjuntos
de 2 e 3 lâmpadas, respectivamente.

11) Analisar e descrever o funcionamento do diagrama abaixo, apontando e corrigindo


as irregularidades (casa haja alguma), identificando ainda os condutores presentes
(Fase, Neutro e Retorno) conforme NBR-5444 e cores respectivas, conforme NBR-
5410.
c
40W / 127V
b
60W / 127V
a
100W / 127V

S3

12) Dadas as representações abaixo:

a) Desenhar o diagrama de um circuito para acionamento (acende e apaga) de uma


lâmpada (127 V) em dois pontos distintos, desenhando o DTM, os interruptores //e
o bocal/receptáculo E27.
b) Informar as cores adotadas para os condutores, assim como a respectiva
simbologia, de acordo com as Normas ABNT pertinentes.
c) Descrever e ilustrar como medir a tensão sobre a lâmpada?
d) Informar as ligações feitas nos terminais do bocal/receptáculo (E-27) da lâmpada e
por quê.

13) Imaginando-se os corredores da CTIG, lado da sl 12, onde se tem 3 salas de aula e
mais 2 portas de acesso ao corredor. Pergunta-se, que sistema de comando do
circuito de iluminação poderia ser implementado, de modo que se pudesse acionar
(acender e/ou apagar) a iluminação desse corredor, de qualquer um dos pontos de
acesso? Pesquisar sobre os dispositivos utilizados e Desenhar o diagrama multifilar.

14) Para o exercício 13 exemplificar e ilustrar a aplicação de cada um dos interruptores


pesquisados.

15) Tem-se uma luminária metálica (2x25W/220V) a qual deve ser acionada através de
um circuito de comando. Considerar um interruptor e um bocal (E-27). Pede-se
desenhar o circuito de comando e proteção para esta instalação.

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16) A Figura abaixo ilustra um Multímetro (analógico) utilizado no LAB-CEL, onde deve
ser feita uma revisão das funções e da forma de utilização deste equipamento,
identificando e familiarizando com as escalas e possibilidades de leitura, utilizando
as diversas escalas existentes (VAC e Ω) e a correta conexão das pontas de prova.

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Capítulo – 4
Diagramas de Comando e
Força
A forma mais utilizada em eletrotécnica para representação dos circuitos de Comandos
Elétricos é feita, normalmente, através de dois diagramas:

 Diagrama de força: representa a forma de alimentação/conexão da carga à


fonte de energia, ou seja, o circuito/diagrama de Força ou de Potência/Principal
é aquele no qual estão localizados todos os elementos que interferem
diretamente na alimentação da carga, ou seja, por onde circula a corrente que
alimenta a carga. É normalmente representado através de um diagrama
multifilar.

 Diagrama de comando: representa a lógica de operação da carga, ou seja, o


circuito de comando é aquele onde estão todos os elementos que atuam
indiretamente na abertura, fechamento e sinalização dos dispositivos utilizados
no acionamento de uma determinada carga, ou em sua proteção, em condições
normais e anormais de funcionamento.

4.1 - Diagrama/Esquema Elétrico


O Diagrama ou Esquema Elétrico é a representação gráfica de uma instalação elétrica,
ou de parte dela, por meio de símbolos gráficos, definidos nas normas NBR, indicando
claramente:

 O funcionamento, sequencial do circuito;


 A representação dos elementos, suas funções e interligações conforme normas
pertinentes.

Permite ainda uma visão analítica das partes ou do conjunto e a rápida localização física
dos diversos componentes de um projeto.

Os Diagramas/Esquemas se dividem, basicamente, em três grupos, sendo:

 O de Ligações/Esquemático;
 O de Blocos e
 As Plantas.

Em CEL serão estudados apenas os Diagramas de Ligação/Esquemáticos os quais são a


representação de um sistema elétrico através de símbolos gráficos, representando os
componentes do circuito, os circuitos propriamente ditos e suas interligações.
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Os diagramas de ligação podem ser classificados em três tipos:

 Unifilar;
 Multifilar e
 Funcional.

4.1.1 - Diagrama Unifilar


O Diagrama Unifilar é um desenho que utilizando simbologia específica, permite
representar, graficamente, sobre a planta arquitetônica, uma instalação elétrica e tem
por objetivo fornecer, de forma simplificada, as informações importantes dos circuitos,
tais como:

 Localização dos QD´s;


 Posição das tomadas, dos Interruptores e dos Pontos de luz;
 Divisão e identificação dos circuitos;
 Encaminhamento, posição e diâmetro dos eletrodutos;
 Seção transversal (bitola) dos condutores e etc.

O diagrama abaixo ilustra a representação de um diagrama unifilar onde são


contemplados aspectos do circuito elétrico e do encaminhamento físico da instalação.

Diagrama Unifilar
Fonte: G. Cavalin e S. Cervelin 13ª ed/2005, fig 6.10, pg 122

4.1.2 - Diagrama Multifilar


O diagrama multifilar (bifilar ou trifilar) indica o sistema elétrico com todos os detalhes e
condutores.

Este tipo de diagrama é frequentemente para representar circuitos de comando/proteção


e circuitos de força para acionamentos.

4.1.3 - Diagrama Funcional


O Diagrama Funcional apresenta todo o sistema elétrico e permite interpretar com
rapidez e clareza o funcionamento ou a sequência funcional dos circuitos.
Esse tipo de diagrama não se preocupa com a posição física dos componentes da
instalação elétrica.

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4.2 - Diagrama de Comando e Força


É composto geralmente por um circuito principal/força, um circuito de comando e
um circuito de sinalização e alarme.

Os três circuitos mencionados são representados nessa sequência, da esquerda


para direita, separadamente.

Ilustração de um Circuito de Comando e Força.

Em diagramas de grande porte, recomenda-se numerar as linhas sequencialmente, visto


que, na identificação dos equipamentos, seus componentes, recebem a mesma
designação. Dessa forma pode-se localizar, numa linha, os elementos de contato,
identificando-os com os respectivos equipamentos.

A figura a seguir ilustra um circuito de comando e força de um sistema de bombeamento


d’água entre dois reservatórios, utilizando Sensores de Nível p/ Líquidos no acionamento
de um MIT acoplado a uma bomba d’água.

Ilustração de uma aplicação de um Circuito de Comando e Força.


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Forma de operação:

Reservatório A vazio: os contatos dos sensores de nível superior (1) e inferior (2) estão
fechados e alimentam a bobina (A1/A2) do contator 1, que fica retido pelos contatos
13/14, acionando a bomba.

O nível inferior do reservatório A se eleva abrindo o contato do sensor de nível inferior


(2), mas o contato permanece energizado através do contato fechado do sensor de nível
superior (1) e dos contatos 13/14 do contator 1.

O contato do sensor de nível superior (1) se abre quando o reservatório A está cheio,
interrompendo a bomba.

Com a falta de água do reservatório B, o sensor de proteção (3) desliga o contator 3.

4.3 - Circuitos de Comando/Força com Contatores

Dentre os dispositivos utilizados em comandos elétricos, o contator pode ser considerado,


na técnica de acionamentos, um dos principais dispositivos de manobra. Ele reúne as
propriedades requeridas, na maioria dos casos, para operação de circuitos de comandos
e força, sendo:

 Comando a distância,
 Alta frequência de operação, com capacidade de retenção em regime permanente,
 Elevada durabilidade mecânica,
 Pequeno volume,
 Contatos confiáveis e
 Pouca, ou mesmo, ausência de manutenção.

Para isso o contator exige:

 Acionamento perfeitamente definido do dispositivo de comando, pois, um


comando incompleto pode levar o contator ao ricochete, danificando o conjunto
magnético ou ainda, operar com corrente mais elevada, provocando a “soldagem”
dos contatos.
 Observância da faixa de tolerância de tensão da bobina, pois uma tensão acima
da nominal poderá causar redução da vida útil ou mesmo a queima da bobina.
Uma tensão abaixo da nominal impedirá a operação correta dos contatores,
podendo ocorrer o desgaste do conjunto magnético e dos contatos.

O acionamento de cargas através de contator permite a possibilidade de automatização


de seu funcionamento pelo circuito de comando desse contator.

4.3.1 - Circuitos Básicos com Contatores


Os diagramas de comando a seguir ilustram alguns circuitos básicos de acionamento
utilizando contator:

Nota: Os diagramas apresentados utilizam contatores alimentados em 127VAC, com proteção por DTM
unipolar. Para contatores alimentados em 220VAC há necessidade de alterar os componentes e o
circuito de comando, utilizando-se botoeiras e DTM bipolares.

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C1 NA
C1 NF
A1

N
a) Alimentação da Bobina do Contator

N
b) Acionamento de K1 com sinalização

c) Diagrama de conexão/função lógica “E”

N
d) Diagrama de conexão/função lógica “OU”

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4.3.2 - Circuito de Retenção ou Selo


O Circuito de Retenção/Selo permite a operação contínua da carga (regime permanente),
uma vez que seja pressionado o botão de acionamento b1, não necessitando mais mantê-
lo pressionado.

O “Contato Selo” é o termo que define, neste caso, o contato auxiliar do contator K1
(C1NA) ligado em paralelo com os contatos da botoeira b1 e que “sela” o comando de
alimentação de K1.

O diagrama a seguir ilustra a conexão de um circuito com retenção/selo.

N
Diagrama do circuito Retenção/Selo.

A carga permanece acionada até que se pressione b0, o que interromperá a corrente na
bobina de K1 implicando na sua desenergização e, consequentemente, na desenergização
da carga.

Exemplo:

1) Desenhar o diagrama de acionamento de 3 lâmpadas utilizando-se de botoeiras e de


1 contator.

N
Exercícios Propostos
1) Redesenhar os circuitos “b, c e d”, apresentados no tópico 4.3.1, aplicando os conceitos de
selo/retenção.
2) Implementar um circuito de iluminação (lâmpadas L1, L2 e L3), utilizando-se de botoeiras e
contatores, que obedeça a seguinte sequência de operação:
 Inicia-se acionando L1 a qual permanece acesa;
 Ao se acender L2, L1 deverá se apagar, permanecendo somente L2 acesa;
 Ao se acionar L3, L2 deverá se apagar, permanecendo somente L3 acesa;
 O acionamento de L1 apaga L3, permanecendo somente L1 acesa.

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4.3.3 - Circuito de Intertravamento

O circuito de intertravamento serve para garantir que não haja condição conflitante, de
modo que ao utilizar o acionamento 1 será garantido o não acionamento ou desligamento
do acionamento 2 e vice-versa.

Diagrama do circuito Intertravamento Eletromecânico.

N
Diagrama do circuito Intertravamento Mecânico.

4.4 - Dispositivo Temporizador

Comum

NA

NF

Temporizador.

Funcionamento: O relé/dispositivo temporizador possui mecanismo de controle e ajuste de


tempo, com variação de segundo, minuto e hora. Possui uma bobina que,
similarmente aos contatores, ao ser alimentada por uma tensão nominal
ocasionará a mudança do estado do seu contato NA para NF e NF para
NA, uma vez decorrido o tempo previamente ajustado.

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4.5 - Exemplos

1) Elaborar um circuito de comando, para acionamento temporizado, sequencial, de


duas lâmpadas, com tempo de programação de 30 seg.

Solução 1

N
Solução 2:

N
2) É necessário acionar um motor de uma bomba para abastecer/esvaziar uma caixa
d’água, sendo que para esvaziar a caixa é necessário partir o motor em sentido
contrário de rotação, sendo esta uma condição conflitante. Considerar inicialmente a
caixa d’água vazia e um tempo de 20 minutos para que a caixa fique cheia/vazia.

Pede-se desenhar um diagrama de comando para este motor que permita o


abastecimento da caixa e utilização da água de modo que se garanta a condição de
intertravamento.

N
Solução: b1/k1 enche a caixa; b2/k2 esvazia a caixa.

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3) Refazer o exemplo anterior otimizando a utilização de componentes e mantendo a


condição necessária de intertravamento.

Solução: b1/k1 enche a caixa; b2/k2 esvazia a caixa com um único temporizador.

N
4) Pesquisar funcionamento e aplicação dos sensores de nível e chaves boia e refazer o
exemplo 2 implementando uma solução, utilizando chaves boia ou sensores de nível
(do tipo NA/NF), para monitorar os níveis CHEIO e VAZIO da caixa d’água, com
sinalização luminosa.

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4.6 - Exercícios
1) Realizar pesquisa (entendendo o funcionamento, listando os tipos, características,
simbologia e fabricantes) sobre:
1.1 Botoeiras.
1.2 Chaves Boia.
1.3 Sinalizadores (visuais e sonoros) - GiroFlex.
1.4 Contatores.
1.5 Relés/Dispositivos Temporizadores.
1.6 Sensores.
1.7 Sensores de Nível.
2) O que são e para que servem os Diagramas de Comando e Força.
3) Explique o que é “Ricochete” e qual a causa e consequência deste efeito nos circuitos
de comando?
4) Qual a função do contato de “Retenção/Selo”?
5) Quais os tipos e quando há necessidade de utilização de intertravamento?
6) Qual a importância/necessidade do intertravamento utilizado em circuitos de
comando em processos industriais?
7) Refazer o Exemplo 4 (pg-50) utilizando sensores de nível (pesquisar funcionamento).
8) Utilizando-se de contatores e botoeiras, desenhar o diagrama do circuito de comando
para acionamento de lâmpadas (L1, L2 e L3) como descrito a seguir:
- Inicialmente aciona-se L1 a qual permanecerá acesa,
- Ao se acionar L2, L1 se apaga e L2 permanecerá acesa,
- Ao se acionar L3, L2 se apaga e L3 permanecerá acesa.
9) Refazer o exercício anterior (8) utilizando relés temporizadores, sendo que ao se
iniciar a sequência, L1 deverá se acender, permanecendo acesa por 60”,
automaticamente L2 se acende, e L1 se apaga permanecendo L2 acesa por 30”,
quando L2 se apaga L3 se acende, automaticamente, permanecendo acesa por 120”,
quando então se apaga e o processo retorna ao início aguardando comando manual
para que tudo se repita.
10) É necessário acionar uma sequência de 20 motores, divididos em 2 grupos de 10
motores. Uma vez acionado o 1º grupo, deve-se necessariamente aguardar “b0” ser
acionada para que se possa realizar o acionamento do 2º grupo de motores e vice-
versa. Não é permitido o acionamento dos dois grupos simultaneamente. Pede-se
desenhar o diagrama de comandos.

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Capítulo – 5
Métodos de Partida
Para Motores Elétricos de Indução
A presença e uso de motores elétricos é imprescindível nos setores Residencial, Comercial
e Industrial, sendo considerado o coração das máquinas modernas.

O Motor Elétrico é a máquina com a finalidade de transformar energia elétrica em energia


mecânica, sendo do tipo Corrente Contínua (CC) ou Corrente Alternada (CA).

Os motores de indução ou motores CA são os mais usados, devido a sua simplicidade,


características construtivas robustas e baixo custo de fabricação, sendo classificados,
geralmente, em dois tipos principais: motores de indução e motores síncronos. Podendo
ser do tipo trifásico ou monofásico, sendo que o princípio de funcionamento é
basicamente o mesmo nos dois casos, ou seja, é baseado em um campo magnético
girante que provoca a rotação do rotor da máquina.

O Motor Síncrono possui velocidade fixa, sem interferência do escorregamento, sendo


utilizado mais frequentemente para grandes potências, dado seu alto custo.

Neste curso será abordada apenas a concepção dos Motores CA de Indução.

O nome do Motor de Indução é baseado no fato de serem induzidas correntes alternadas


no circuito do rotor, pelo campo magnético girante, produzido nas bobinas do estator.
Este tipo de motor funciona com velocidade constante a qual pode variar ligeiramente
em função da carga mecânica acoplada ao seu eixo.

Devido a sua grande simplicidade, robustez e baixo custo, é o motor mais utilizado de
todos, sendo adequado para quase todos os tipos de máquinas.

Este capítulo foi desenvolvido com base no Guia de Especificação de Motores Elétricos da
WEG, disponível no site www.weg.net

5.1 - Conceitos Básicos

Para utilização de motores é necessário relembrar os conceitos de algumas grandezas


básicas, cuja compreensão é necessária para as aplicações no curso de CEL.

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5.1.1 - Torque/Conjugado
O Conjugado do motor, também conhecido por Torque ou Momento, é a medida do
esforço necessário para que ocorra rotação de seu eixo.

A Figura 5.1 ilustra, por similaridade, o que ocorre no eixo de um motor na geração do
Torque.

Figura 5.1 – Manivela de Poço


Fonte: Catálogo WEG

A Figura 6.1 ilustra a força “F” sendo aplicada à manivela a qual depende inversamente
do seu comprimento “E”, ou seja, quanto maior for a manivela, menor será a força
necessária, como mostrado na equação (neste caso, E=d):

C = F . d [N.m]
Onde:

C é o Conjugado [N.m],
F é a Força aplicada/necessária [N]
d é o comprimento/distância [m]
Exemplo 01:

Na Figura 5.1, considerando o balde com um peso de 20 N e o tambor com diâmetro de


0,20 m, qual será a Força transmitida pela corda na superfície do tambor?

Solução:

Se o balde pesa 20 N e o diâmetro do tambor é 0,20 m, a corda transmitirá


uma força de 20 N na superfície do tambor, isto é, a 0,10 m do centro do eixo.
Para contrabalançar esta força, precisa-se de 10 N na manivela, considerando,
neste caso, o comprimento d = 0,20 m.

Se d for o dobro, igual a 0,40 m, a força F será a metade, ou seja 5 N.

Portanto, se for dobrado o tamanho da manivela, a força F necessária será


diminuída pela metade.

Para medir o “esforço” necessário para girar o eixo não basta definir a força
empregada, sendo preciso também dizer a que distância do centro do eixo a
força é aplicada.

O “esforço” é medido pelo conjugado, que é o produto da força pela distância,


F x d, portanto tem-se: C = F . d [N.m].

C = 20 N x 0,10 m = 10 N x 0,20 m = 5 N x 0,40 m = 2,0 [N.m]

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5.1.2 - Energia e Potência Mecânica

A Potência mede a “velocidade” com que a energia é aplicada ou consumida.

No exemplo anterior, considerando que o poço tenha 24,5 metros de profundidade, a


energia gasta, ou trabalho (W) realizado para trazer o balde do fundo até a boca do poço
é sempre a mesma.

A unidade de medida de Energia Mecânica, N.m, é a mesma usada para o conjugado.


No entanto, tratam-se de grandezas de naturezas diferentes, que não devem ser
confundidas.

W = F . d [N.m]

Onde:

W = Trabalho [N.m]
F = Força [N]
d = distância [m]

Nota.: 1 [N.m] = 1 [J] = Potência x tempo = watts x segundo [W.s]

Portanto, energia gasta ou trabalho (W) realizado para trazer o balde do fundo até a boca
do poço é sempre a mesma, valendo 20 N x 24,5 m = 490 [N.m].

A Potência exprime “a rapidez com que esta energia é aplicada” e pode ser calculada
dividindo-se a Energia ou Trabalho total pelo tempo gasto na sua realização. Assim, se a
manivela for substituída por um motor elétrico capaz de erguer o balde de água em 2,0
segundos, a potência necessária será:

Pmec = F . d / t [W]

Onde:

Pmec = Potência Mecânica

F = Força [N]

d= distância [m]

t= tempo [s]

Portanto, a Potência necessária será: Pmec1 = W/t = 490/2 = 245 W

Se usarmos um motor mais potente, com capacidade de realizar o trabalho em 1,3


segundos, a potência necessária será:

Pmec2 = W/t = 490/1,3 = 377 [W]

“A potência nominal de um motor é a máxima potência que a máquina é capaz de disponibilizar


continuamente em seu eixo quando alimentada com tensão e frequência nominais. É a potência na saída do
motor e, sendo do tipo mecânica é, normalmente, expressa em CV ou HP.

Em eletricidade, as unidades HP e CV são utilizadas para expressar a potência dos motores elétricos, cabendo
ressaltar que ambas são unidades de potência mecânica, e para serem corretamente utilizadas, em cálculos
elétricos, necessitam ser convertidas para potência elétrica (W).

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Ao contrário do que alguns deduzem, CV (Cavalo-Vapor) não é simplesmente a tradução de HP (Horse-


Power). Por exemplo, em um motor elétrico produzido no Brasil, a potência, geralmente vem em CV, mas em
um motor importado a potência pode vir expressa em HP. Essas duas formas de expressar a potência
mecânica são medidas diferentes, ainda que representem a mesma grandeza (potência). No SI-Sistema
Internacional, a unidade que representa a potência é o watt (W), porém, é bastante comum que a potência
seja expressa em HP ou CV.

Para facilitar a interpretação dos dados de placa das máquinas/motores tem-se a seguinte relação:

1 CV = 735,5 W e 1 HP = 745,7 W

Ou seja; 1 CV é equivalente a 0,9863 HP e 1 HP equivale a 1,0139 CV.

Como já mencionado, a unidade usada no Brasil para medida de potência mecânica é o CV (Cavalo-Vapor),
que em número redondo equivalente a 0,736 (kW) (unidade de medida utilizada internacionalmente para o
mesmo fim), assim como o HP equivale a 0,746 (kW). “

Então as potências dos dois motores citados no exemplo, serão:

PM1 = 245/736 = 1/3 CV

PM2 = 377/736 = 1/2 CV

Para o caso particular de movimentos circulares, tem-se:

C = F . r [N.m]

v= π . d. n/60 [m/s]

Pmec = F . d/(736 . t) [CV]

Onde: C = conjugado em [Nm]


F = força em [N]
r = raio da polia em [m]
v = velocidade angular em [m/s]
d = diâmetro da peça em [m]
n = velocidade em [rpm]

5.1.3 - Velocidade Nominal (rpm)

É a velocidade que o motor apresenta em seu eixo quando submetido à tensão e


frequência nominais, fornecendo potência nominal.

A velocidade nominal do motor depende diretamente da velocidade síncrona e do


escorregamento.

nn = ns. (1 – S%)/100

Onde,

nn = Velocidade nominal do motor em rpm


ns = Velocidade síncrona em rpm
S= Escorregamento, ou seja, a diferença entre a velocidade do rotor e a
velocidade síncrona é chamada de escorregamento. Dada em %.

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S%=[(ns-nn)/ns].100

- Cálculo da Velocidade Síncrona

ns = 120 . f/p

Onde:

ns = Velocidade síncrona em rpm


f = frequência da rede (60 Hz)
p = nº de polos do motor

Exemplos

a. Para um motor de 4 polos ligado a uma rede de alimentação de 60Hz, a velocidade


síncrona é:

ns = 120 . f/p = 120.60/4 = 1.800 rpm

b. Calcular o escorregamento para o motor do exemplo “a”, se este possui rotação


nominal de 1.750 rpm?

S%= [(ns - nn ) / ns ].100% = [(1800-1750)/1800].100% = 2,8%

5.1.4 - Potência Elétrica

A “Potência Elétrica”, em circuitos de corrente alternada trifásicos, para as “cargas


reativas”, ou seja, onde existe defasagem entre o ângulo da tensão e da corrente, como
é o caso dos motores de indução, pode ser obtida através da seguinte relação:

P = √3 . U . I . η . cos φ [W]

Onde: U = Tensão de linha


I = Corrente de linha
η = Rendimento do motor
cos φ = Ângulo de defasagem entre a tensão e a corrente de fase = FP =
Fator de Potência.

A unidade de medida usual para potência elétrica é o watt [W], correspondente a 1 Volt
x 1 Ampère, ou seu múltiplo, o quilowatt = 1.000 watts.

Quando a potência for apresentada em outras unidades, torna-se necessário transformá-


la em watts, sendo a relação entre unidades de potência dada por:

CV (Cavalo Vapor), sendo 1 CV = 736 (W).

HP (Horse Power), sendo 1 HP = 746 (W).

ou

P (HP) = 0,746 (kW)

P (CV) = 0,736 (kW)

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5.1.5 - Fator de Serviço (FS)

Chama-se Fator de Serviço (FS) ao valor que, multiplicado pela potência nominal, indica
a carga permissível que pode ser aplicada continuamente ao motor, sob condições
especificadas, sendo que este valor está na faixa de 1,0 a 1,35.

Trata-se de um fator multiplicador o qual indica a carga permitida a ser acoplada aos
motores de uso não permanente, sem que haja aquecimento de prejudicial do motor.

O FS deve ser aplicado à potência nominal do motor, o que pode ser resumido como uma
“potência reserva” que o motor possui, onde esta pode ser utilizada, desde que seja
mantida a tensão e frequência nominal do motor.

Exemplos:

a. Para um motor de 5 CV com FS 1,10, tem-se:

Carga máxima admissível no eixo = 5 cv x 1,10 = 5,5 CV

b. Para um motor com In = 8,7 [A] e FS 1,15 tem-se:

Corrente máxima admissível = 8,7 [A] x 1,15 = 10,0 [A]

5.1.6 - Rendimento (η)

O rendimento define a eficiência com que é feita a conversão da energia elétrica absorvida
da rede pelo motor (Pe), em energia mecânica disponível no eixo (Ps), também chamada
de “Potência útil” Pu a potência mecânica disponível no eixo e “Potência absorvida” Pa a
potência elétrica que o motor retira da rede, o rendimento será a relação entre as duas,
ou seja, a diferença entre as perdas na entrada e na saída constitui-se na perda do motor,
conforme ilustrado pela Figura 5.2, e pode ser relacionada por seu rendimento (η), dado
por: η = Ps/Pe

Figura 5.2 – Fluxo da potência em um motor

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5.2 - Cálculo da Corrente Nominal (IN)

IN (corrente nominal) é a corrente solicitada pelo motor quando alimentado por tensão
e frequência nominais e operando a plena carga.

Para o cálculo da IN de um motor elétrico necessita-se conhecer os seguintes dados:

- Tipo do motor (mono ou trifásico)


- Tensão de alimentação (U ou V)
- Frequência (f)
- Rendimento Δ
- Potência (P)
- Fator de potência (FP) ou cos 
- Características de partida (IP, IP/IN, FS)

A corrente nominal (IN), assim como, a relação IP/IN, são dados de placa motor.

Para a corrente alternada trifásica, a IN pode ser calculada através de:

IN = P (W) [A]
√3. U. cos φ. η
Onde:
P é a Potência em watts,
U é a tensão nominal em volts,
cos φ=FP= Fator de Potência e
η é o rendimento em %.

A expressão acima é a mais completa para o caso de tensões trifásicas, sendo que para
os casos de tensões monofásicas basta suprimir o termo √3 e utilizar os demais
parâmetros da fórmula.

5.3 - Cálculo da Corrente de Partida (IP)


Na partida dos motores de indução é solicitada uma corrente muitas vezes maior que a
IN, conhecida como IP (corrente de partida). À medida que o motor acelera a corrente vai
diminuindo até atingir valor da corrente de regime.

A corrente de partida é relacionada à corrente nominal (IN) através dos valores de IP/IN
dados de Placa do motor.

Alguns problemas decorrentes desta elevada corrente de partida são:

- Queda de tensão na rede de alimentação;


- Necessidade de aumento da bitola dos condutores de alimentação; e
- Necessidade de transformadores de maior potência.

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5.4 - Partes Constituintes de um Motor Elétrico


Neste curso serão abordados os motores de indução Monofásicos e Trifásicos sendo que
estes motores são compostos basicamente de três partes: A Carcaça metálica, o Estator
e o Rotor, onde o estator constitui a parte estática/imóvel da máquina e o rotor a parte
móvel, que se movimenta de forma rotativa. O espaço existente entre o estator e o rotor
é denominado entreferro.

Figura 5.3 – Partes Componentes do Motor


Fonte: Catálogo WEG

5.4.1 - Carcaça

Trata-se do invólucro sendo uma carcaça metálica de ferro laminado.

5.4.2 - Estator

(a) (b)

Figura 5.4 – Enrolamento de campo de um motor de indução:


(a) formação dos enrolamentos; (b) núcleo com enrolamento completo.

Construído com chapas de material magnético e recebe o enrolamento de campo, os


quais são alojados nas ranhuras existentes na periferia interna de da carcaça. Os
enrolamentos do estator são alimentados com tensão trifásica que produz um campo
magnético que gira com velocidade síncrona. O enrolamento de campo pode ser mono

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ou trifásico e a maneira como esse enrolamento é construído determina o número de


polos do motor, entre outras características operacionais. Suas pontas (terminais) são
estendidas até uma caixa de terminais, onde pode ser feita a conexão com a rede elétrica
de alimentação.

5.4.3 - Rotor

Construído em dois tipos: (a) rotor bobinado; e (b) rotor em curto-circuito, ou gaiola de
esquilo (ou simplesmente gaiola). Os núcleos magnéticos de ambos os tipos são de ferro
laminado.

(a) (b)
Figura 5.5 – Enrolamento de armadura de um motor de indução:
(a) rotor gaiola; (b) rotor montado (corte)

O enrolamento de armadura, montado no Rotor, no caso mais comum, é constituído de


condutores retilíneos interligados nas duas extremidades por anéis de curto-circuito
(Figura 5.5a), o que lhe dá a forma de uma gaiola. Existe outro tipo de rotor, o bobinado,
onde os terminais das fases do enrolamento de armadura são ligados a anéis deslizantes,
permitindo a inserção de elementos que auxiliem na partida do motor (Figura 5.5b).

Fazem parte do motor, ainda, as tampas dianteira e traseira, que servem de proteção, o
ventilador que auxilia no resfriamento dos enrolamentos, os rolamentos e a caixa de
ligações.

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5.5 - Placa de Identificação

As principais características dos motores de indução são indicadas na placa de


identificação, semelhante à mostrada na Figura 5.6, a qual contém os dados de
fabricação e técnicos.

Figura 5.6 – Dados de Placa do Motor


Fonte: Catálogo WEG

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5.6 - Motor de Indução Monofásico (MIM)

Os motores monofásicos têm seus enrolamentos de campo (estator) ligados diretamente


a uma fonte monofásica.

5.6.1 - Particularidades do MIM

Por terem uma ou no máximo duas fases de alimentação, não possuem um campo
magnético girante como os motores trifásicos, mas sim um campo magnético pulsante.
Isso impede que o MIM tenha um torque de partida, considerando que no rotor serão
induzidos campos magnéticos alinhados ao campo do estator.

Para solucionar o problema de partida, utilizam-se enrolamentos auxiliares, que são


dimensionados e posicionados de forma a criar uma fase fictícia, permitindo a formação
do campo girante necessário para a partida do MIM.

Nesse caso, os enrolamentos do estator do MIM, principal e auxiliar, são conectados de


forma a receberem a tensão (Nominal) para o qual foram projetados provocando, assim,
a partida do motor.

Para obter um torque de partida maior com menor corrente, um capacitor eletrolítico é
usado em série com o enrolamento auxiliar (circuito de arranque). A Figura 5.7 ilustra os
componentes de um MIM em vista explodida.

Figura 5.7 – Motor monofásico (vista explodida)


Fonte: Catálogo WEG

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O núcleo do estator é construído de lâminas justapostas tendo seus enrolamentos


assentados em suas ranhuras, sendo estes enrolamentos:

 Principal, para operação nominal, e


 Auxiliar, somente para a partida do motor.

Figura 5.8 – Motor monofásico (diagrama)


Fonte: Catálogo EBERLE

Assim que o motor atinge 80% da velocidade da sua velocidade nominal, o enrolamento
auxiliar (circuito de arranque ou de partida) é desconectado, através de uma chave
centrífuga (interruptor automático), que abre o circuito do enrolamento.

5.6.2 - Fechamento do MIM

Os motores monofásicos podem ser ligados à tensão F+N ou F+F da rede elétrica, sendo
os valores de tensão mais comuns 127 e 220 VAC.

Para que isso seja possível, o enrolamento principal é dividido em duas partes de forma
que, contando com o enrolamento auxiliar de partida, existem 6 terminais disponíveis.

Para a tensão mais baixa (127V), os enrolamentos principais são ligados em paralelo e
para a tensão mais alta (220V) são ligados em série. O enrolamento auxiliar é sempre
ligado em paralelo com o enrolamento principal, cujo fechamento dos enrolamentos
Principal e Auxiliar de um MIM, encontra-se ilustrado pela Figura 5.9.

Figura 5.9 – Fechamento do Motor monofásico (127 e 220 VAC)

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5.6.3 - Diagrama de Partida do MIM

PE

Figura 5.10 – Diagrama Chave de Partida - Motor Monofásico

Forma de operação:

Ligação: com o acionamento de b1, a bobina de K1 é energizada, fazendo com que seus
contatos (auxiliar e principal) comutem, desta forma o motor M1 entra em
funcionamento.

Interrupção: ao se acionar o botão bo interrompe-se a alimentação da bobina de K1, da


mesma forma (quando instalado o relé de térmico), em caso de sobrecarga, tem-se a
atuação desse dispositivo de proteção, o que também interrompe a alimentação de K1.
Em ambos os casos o motor é seccionamento de sua alimentação através da abertura
dos contatos principais de K1.

Nota: No caso de alimentação do MIM por redes do tipo (F+N), o condutor de Neutro
não deve ser interrompido pelos dispositivos de comando/proteção, sendo este
ligado diretamente ao MIM, conforme prescrito na NBR-5410.

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5.6.3.1 - Chave Reversora

A inversão do sentido de rotação do motor monofásico ocorre quando as ligações do


enrolamento auxiliar são invertidas, ou seja, invertendo, dessa forma, a alimentação do
enrolamento auxiliar, conforme observado no diagrama abaixo e ilustrado pela Figura
5.11.

Figura 5.11 – Diagrama - Chave Reversora Motor Monofásico


Fonte: Manual do Professor WEG

Funcionamento:

Com o acionamento de b1, a bobina de K1 é energizada e as fases chegam ao


enrolamento auxiliar do motor pela seguinte ordem: S-T, girando o rotor, por exemplo,
no sentido anti-horário.

Com K2 acionado, é que ocorre a mudança a inversão das fases e a ordem de chegada
das fases no enrolamento auxiliar passa a ser a seguinte: T-S, girando o rotor, por
exemplo, no sentido horário.

Ao acionar o botão B1, energiza-se K1 e tem-se a partida direta, do motor.

Ao acionar o botão B2, energiza-se K2 e tem-se a partida direta, com sentido contrário
de giro.

Para interromper o funcionamento do motor aciona-se bo.

Não é possível a ligação dos contatores K1 e K2, simultaneamente, porque existe um


intertravamento eletromecânico, impedindo o acionamento de um contator quando o
outro estiver acionado.

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5.7 - Exercícios
1) Explique como se consegue a inversão de rotação de um MIM.
2) Com relação ao MIM, qual a função do Capacitor de Partida e da Chave Centrífuga?
3) Desenhar os diagramas de fechamento de um MIM (6 terminais).
4) Um motor elétrico monofásico de 2 CV tem FP = 0,85, η=80% e é alimentado em
220V. Calcular a corrente nominal deste motor. Resp: 9,84[A]
5) O MIM do ex. 4 tem uma relação IP /In=6,5 (dado de placa) calcular a IP para este
motor.
6) Um MIM de 3HP/127V/60Hz, Ip/In= 7,1, FP=0,75 e =0,85 é utilizado para
acionamento de uma bomba hidráulica. Pede-se calcular as correntes deste motor.
Resp.: IN=27,64[A]; Ip=196,24[A]
7) Repetir os cálculos do exemplo 6, para o mesmo motor, porém com UN=220VAC.
8) Desenhar o diagrama de comando e Força/Potência das chaves de partida de um
MIM, estudadas em CEL (direta e reversora).
9) Há necessidade de se mover uma carga deslizante sobre trilhos, na forma horizontal.
O motor disponível para acionamento é um MIM de 3 CV/220V-60Hz e o processo
deverá seguir os seguintes passos:
 A carga terá que ser movimentada para frente até um determinado ponto;
 Deverá ficar parada;
 Deverá retornar ao ponto de partida.
Considerando-se o tempo de funcionamento do motor de 30“ para movimentar a carga
para frente, em seguida permanecendo 25” parado e ainda 30” para retornar a carga à
posição original de partida e aguardar por acionamento manual para reinicio do processo.

Pede-se implementar um diagrama de comando e força que possibilite o controle do


motor em questão, para execução desta atividade.

10) Com os dados da placa do MIM abaixo pede-se:


a) Potência em CV?
b) Considerando ser um MIM de 2
polos quais suas velocidades
síncrona e nominal?
c) Desenhar os diagramas de
comando e força para utilização
deste MIM em 220VAC.
d) In, para as tensões de 127 e 220 VAC
e) Ip, para as tensões de 127 e 220 VAC

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5.8 - Motor de Indução Trifásico (MIT)

O motor de indução trifásico é um motor de corrente alternada bastante comum nas


instalações industriais, dada à sua simplicidade e robustez. O seu nome deriva do fato de
que a corrente no rotor não provém diretamente de uma fonte de alimentação, mas é
induzida nele pelo movimento relativo dos condutores do rotor e do campo magnético
girante produzido pelas correntes no estator.

Quando comparados com os motores monofásicos de mesma potência e velocidade, os


trifásicos só apresentam vantagens:

 Menor volume e menor peso (em média 4 vezes);


 Menor preço;
 Podem ser encontrados em uma ampla faixa de potência (tipicamente de 1/8 a
500 CV);
 Não necessitam de dispositivo de partida, o que diminui seu custo e a
necessidade de manutenção;
 Apresentam rendimento maior e fator de potência mais elevado, o que se reflete
em menor consumo (em média 20% menos);

O único ponto desfavorável é que os motores trifásicos necessitam de rede trifásica para
a alimentação, o que nem sempre está disponível nas instalações.

Os MITs podem ser constituídos por 1 ou 2 grupos de enrolamentos trifásicos. No primeiro


caso, como são 3 enrolamentos, cada qual com um início e um fim, haverá 6 terminais
disponíveis (motor de 6 pontas); no outro caso, um dos grupos pode ou não estar
conectado internamente, configurando motores de 9 ou 12 pontas.

A identificação dos terminais não é padronizada: alguns fabricantes usam números,


enquanto outros usam letras, no Lab_CEL é usada a identificação numérica dos terminais,
como ilustrado na Figura 5.12-a.

Figura 5.12 – Identificação dos terminais dos MIT


(a) de 6 pontas; (b) de 9 pontas, ligação em Y; (c) de 12 pontas.

Os MITs sempre são ligados à tensão de linha da rede elétrica, sendo que os valores de
alimentação, mais comuns, são 220, 380, 440 e 660VAC.

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5.8.1 - Fechamento do MIT

Para cada nível de tensão requerido pelo MIT ou disponível na rede de alimentação, tem-
se uma forma de realizar o fechamento das bobinas do motor. Dado aos tipos de MIT,
são basicamente três tipos de fechamento a se considerar.

a) Motor de 6 pontas

São fabricados para operar com duas tensões relacionadas por √3, usualmente
220/380V ou 380/660 V.

Na tensão mais baixa serão ligados em triângulo e na mais alta em estrela (Figura
5.13).

Figura 5.13 – Motor de 6 pontas, tensão nominal 220/380V


(a) conexão a rede 220/127 V (b) conexão a rede de 380/220 V.

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b) Motor de 9 pontas

Podem ser ligados em tensões relacionadas por 2, usualmente 220/440 V ou 230/460


V.

Na tensão mais baixa os enrolamentos são ligados em paralelo (em Y ou Δ,


dependendo do tipo do motor) e na tensão mais alta são conectados em série, como
se mostra na Figura 5.14.

Figura 5.14 – Motor de 9 pontas, tensão nominal 220/440V


(a) conexão à tensão mais baixa, ligação Y paralelo;
(b) conexão à tensão mais alta, ligação Y série.

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c) Motor de 12 pontas

Havendo 12 terminais disponíveis, é possível a ligação em 4 tensões diferentes,


usualmente 220/380/440/760V.

A configuração dos enrolamentos é, respectivamente, Δ paralelo, Y paralelo, Δ série


e Y série, como mostra a Figura 5.15.

Figura 5.15 - Motor de 12 pontas, tensão nominal 220/380/440/760V

(a) conexão a rede de 220/127V, ligação Δ paralelo;


(b) conexão a rede de 380/220V, ligação Y paralelo;
(c) conexão a rede de 440/254V, ligação Δ série;
(d) conexão à tensão mais alta 760/440V, ligação Y série.

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5.9 - Métodos de Partida de Motores de Indução


Trifásico (MIT)

As concessionárias de fornecimento de energia elétrica permitem a partida direta para


MIT até 5 CV em 220V e até 7,5 CV em 380V. (Entende-se por partida direta a partida
com a tensão de abastecimento).

5.9.1 - Partida Direta

Forma de operação:

Ligação: ao acionarmos a bobina B1, a bobina de K1 é energizada, fazendo com que seus
contatos (auxiliar e principal) comutem, desta forma, com o fechamento dos contatos
principais de K1 o motor entra em funcionamento.

Interrupção: ao se acionar o botão bo interrompe-se a alimentação da bobina de K1, da


mesma forma, no caso de sobrecarga, tem-se a atuação do dispositivo de proteção (relé
de sobrecarga do motor) o que também interrompe a alimentação de K1. Em ambos os
casos o motor é desligado através do seccionamento de sua alimentação pela abertura
dos contatos principais de K1.

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5.9.2 - Partida Direta com Chave Reversora

Para inverter o sentido de rotação de um motor trifásico é necessário que haja inversão
do sentido de campo magnético gerado pelas suas bobinas, o que se consegue invertendo
duas fases quaisquer das três fases que alimentam o MIT, sendo que esse processo pode
ser manual ou automático.

Dentro de determinados processos industriais, tem-se a necessidade de reversão, ou


seja, a inversão do sentido de rotação do eixo dos motores, para retrocesso do ciclo de
operação, onde se utiliza esse tipo de chave. Ex: esteira transportadora.

Funcionamento:

Com K1 acionado, as fases chegam ao motor pela seguinte ordem: U-V-W ou T-S-R,
girando o rotor, por exemplo, no sentido anti-horário.

Com K2 acionado, é que ocorre a mudança das duas fases e a ordem de chegada passa
a ser a seguinte: W-V-U ou R-S-T, girando o rotor, neste caso, no sentido horário.

Ao acionar o botão b1, energiza-se K1 e tem-se a partida direta, do motor.

Ao acionar o botão b2, energiza-se K2 e tem-se a partida direta, com sentido contrário
de rotação.

Para interromper o funcionamento do motor aciona-se bo.

Não é possível a ligação dos contatores K1 e K2 contatores simultaneamente porque


existe um intertravamento, impedindo o acionamento de um contator quando o outro
estiver acionado.

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As Concessionárias de Distribuição de Energia Elétrica limitam a potência nominal de MIT


para os quais pode ser dada a partida direta, sendo exigido algum dispositivo/mecanismo
que reduza a corrente de partida de motores com potência superior a 5CV (alimentados
em 220V) e 7,5CV (alimentados em 380V).

Os principais dispositivos de redução da corrente de partida são:

- Chave Estrela-Triângulo, para motores de 6 ou 12 pontas;


- Chave Compensadora, para qualquer tipo de motor;
- Chave Série-Paralelo, para motores de 9 ou 12 pontas;
- Inserção de resistências ou reatâncias de partida.
- Soft-Starter e Inversor de Frequência, que podem ser utilizadas para acionamento
de qualquer motor;

Sendo que alguns destes métodos, que permitem a redução da Ip, ou Chaves de Partidas
de motores de indução trifásico serão apresentados a seguir.

5.9.3 - Chave de Partida Y-Δ

Essa chave pode ser manual ou automática e se aplica a partida de motores de indução
trifásicos.

Funcionamento:

O botão b1 aciona o contator K2 (Y) e, simultaneamente, o dispositivo de retardo de tempo d1. O


contato C1-NA atua alimentando a bobina de K1. Desta forma, o motor parte em Y. Decorrido o
tempo, pré-ajustado em d1, o contato d1-NF opera e o contator K2 é desligado. Quando o contato
C2-NF volta a sua posição de repouso K3 é alimentado e o motor passa a operar em .

Para interromper o funcionamento do motor, aciona-se “bo”.

A chave Y- foi desenvolvida para diminuir o pico de corrente proveniente da partida do MIT. O que
consiste na alimentação do motor com redução de tensão nas bobinas durante a partida.

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COMANDOS ELÉTRICOS

É fundamental que, para esse tipo de partida possa ser utilizado um motor que tenha possibilidade
de ligação em dupla tensão, ou seja, 220/380V ou 380/660V ou 440/760V e, portanto, o motor
deve ter 6 terminais acessíveis e sua tensão em  deve coincidir com a tensão da rede.

Na partida Y- executa-se a ligação estrela no motor, porém, alimenta-se o motor com tensão de
triângulo, o que reduz a tensão das bobinas do motor em aproximadamente 58%.
Consequentemente a corrente também será reduzida (aproximadamente 33% da nominal), assim
como o conjugado de partida será reduzido na mesma proporção.

Após a partida em estrela e após o giro do rotor ter atingido por volta de 90% da velocidade
nominal, o motor deve ser ligado em triângulo, assim as bobinas passam a recebera tensão nominal
e o motor poderá desenvolver suas características nominais (Velocidade, In, Torque e Potência).

A chave Y- só pode ser usada quando a curva do conjugado do motor for suficientemente elevada
para poder garantir a aceleração da máquina até no mínimo 90% da rotação nominal com a
corrente reduzida.

5.9.4 - Chave de Partida Y-Δ com duplo sentido de


Rotação

O diagrama a seguir pode ser implementado quando se necessita inverter o sentido de


rotação em motores acima de 5CV, sendo na realidade a aplicação das duas técnicas
simultâneas, ou seja, a partida Y- com a inversão do sentido de rotação.

Exercício 01: Descrever o funcionamento da Chave de Partida Y- e o ocorrido com o


MIT quando acionado por uma Chave de Partida Y- com duplo sentido de rotação.

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5.9.5 - Chave Compensadora

A chave compensadora normalmente é utilizada para partir motores sob carga, sendo
desenvolvida com intuito de reduzir a corrente de partida (Ip) do MIT, evitando uma
sobrecarga na rede de alimentação, deixando, porém, o motor com um conjugado
suficiente para a partida e aceleração.

Utilizadas para motores acoplados à máquinas que partem, por exemplo, com 50% de
sua carga nominal, sendo o caso de compressores, ventiladores, bombas hidráulicas,
britadores, etc...

A tensão na chave compensadora é reduzida através de um autotransformador que possui


derivações (TAP) de 65% e 80% da tensão nominal, a fim de que o motor possa partir
satisfatoriamente.

Funcionamento:

K1 acionado implica em alimentar o motor (partida direta) com a tensão reduzida, fornecida pelo
autotransformador, 65% e 85% da tensão nominal, através de K3, o que implicará em corrente
reduzida na partida do motor.

Com o acionamento de K2 o motor entra e funcionamento nominal após d1 ser acionado


automaticamente, entrando em regime permanente até que se acione b0.

Não é possível o acionamento dos dois contatores (K1 e K2) simultaneamente porque existe um
intertravamento impedindo o acionamento de um contator quando o outro estiver acionado.

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5.9.6 - Exercícios
1) Explique como se consegue a inversão de rotação de um MIT.
2) Desenhar o diagrama de comando e Força/Potência das 3 chaves de partida de um MIT,
estudadas em CEL, dizendo quando e porque estas chaves são recomendadas.
3) Com relação ao MIT, qual a desvantagem da Chave Compensadora em relação à Chave Y-∆?
4) Desenhar um diagrama de comando e força de uma Chave Reversora de um MIT, utilizando
intertravamento mecânico. Que cuidados devem ser tomados na implementação do circuito de
Comando e Força deste tipo de chave de partida?
5) Conhecidos o diagrama de partida Y-∆ e o diagrama de inversão de rotação de um MIT, pede-
se implementar um sistema (diagramas de comando e força) que permita partida Y-∆ com
possibilidade de partida em ambos os sentidos de rotação do motor.
6) Refazer o exercício 9 da lista 5.7 utilizando um MIT.
7) Faça uma análise do diagrama do exercício 6 e explique, detalhadamente, o seu
funcionamento.
8) Tem-se um MIT de 10CV, 220/380V-60Hz. Desenhar um método de partida automática
(comando e força) recomendado para este motor. Justifique sua resposta.
9) Desenhar o fechamento de um MIT (6 terminais) em Y e ∆.
10) Um MIT de 10HP tem necessidade de partir nas seguintes condições:
 A vazio;
 Com 25% de carga;
 Com meia carga.
Explicar qual método de partida seria indicado/recomendado para cada situação acima.
11) Implementar um diagrama de comando, que permita apenas o controle manual da partida Y-
∆, de um MIT.
12) Tem-se um MIT de 10CV, 220/380V-60Hz que parte sem carga. Desenhar o diagrama de um
método de partida (comando e força) recomendado para este motor.
13) Considerando a necessidade de acionamento de um compressor (MIT 15CV), o qual parte com
meia carga, pede-se implementar o diagrama de comando e força de uma chave de partida
para acionamento desta máquina.
14) Dado motor de indução trifásico de 6 polos, operando em 60 Hz, pede-se:
a) a velocidade do campo magnético girante.
b) a velocidade do rotor para um escorregamento de 3 %.

15) Um MIT de 7,5HP/220/380VAC/60Hz, FP=0,92 e η=95% partirá a vazio para acionamento de


uma determinada carga. Pede-se:

a) Que tipo de chave de partida seria recomendada?


b) Calcular a Ip para esta chave considerando a relação Ip/In= 10 para este motor.

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16) Explique o funcionamento do diagrama de comando da figura abaixo, destacando quais


dispositivos ficam energizados quando atua somente o relé 1, ou 2, ou 3, ou 4.

17) Dado o Diagrama de Força abaixo, que representa a


inversão de rotação de um MIT, feita através de
contatores, desenhe o respectivo Diagrama de
Comando.

18) Refazer o exercício 15 utilizando uma Chave Reversora automática, utilizando temporizador
(treversão=20”).
19) Dado os diagramas abaixo:

5HP/3F220/380V/60Hz,
%= 90% ; FP = 0,92.

a) Explicar, detalhadamente, o funcionamento do circuito de comando.


b) No caso de ocorrência de sobre carga, o que aconteceria?
c) Indicar com um círculo, na própria figura, o circuito de selo e dizer qual sua finalidade.
d) Em que situações os componentes de proteção do circuito irão atuar?
e) Calcular a IN do motor e a Ip sendo a relação Ip/In = 6,5.
f) Qual o fechamento do MIT adotado nesta chave de partida?

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Capítulo – 6
Dimensionamento
Condutores, Fusíveis, DTM e DR.

Este capítulo propõe uma técnica de dimensionamento de condutores, fusíveis,


disjuntores e dispositivos DR, de forma simples e atendendo ao mínimo especificado pela
NBR-5410/04 – “Instalações Elétricas em Baixa Tensão”. Portanto, de um ponto
de vista prático, será apresentada uma forma sucinta para o dimensionamento dos
condutores e dispositivos de proteção das instalações elétricas, tendo em mente que para
projetos mais detalhados, outros fatores deverão ser levados em consideração.

6.1 - Tensões Nominais usuais no Brasil


A Tabela 6.0, fornece as tensões nominais para sistemas monofásicos e trifásicos
utilizados no Brasil.
Tipo Tensão Nominal (V)

110
115
Monofásicos 120
127
220
220
Trifásicos 380
440
Tabela 6.0 – Tensões Nominais usuais no Brasil

A Concessionária local de Energia Elétrica, BANDEIRANTE ENERGIA S.A. fornece


energia elétrica nas tensões secundárias de distribuição de 220/127 [V] (Sistema Estrela
com Neutro) e de 230/115 [V] ou 240/120 [V] (Sistema Delta com Neutro), em
frequência nominal de 60 Hz.

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6.2 - Considerações Técnicas


A NBR-5410 traz recomendações claras e objetivas sobre dimensionamento e utilização
dos condutores e os distingue em três tipos:

 Condutor Isolado – aquele que possui condutor e isolação, o que diferencia dos
Cabos nus.

 Cabo Unipolar – possui um único condutor, isolação e uma segunda camada de


revestimento, chamada cobertura, para proteção mecânica.

 Cabo Multipolar – possui sob a mesma cobertura, dois ou mais condutores


isolados, denominados, veias.

É importante conhecer os conceitos de cada um desses tipos de condutores para poder


empregá-los corretamente.

As considerações técnicas mais importantes para a escolha de um condutor de baixa


tensão, são as seguintes:

 Tensão e corrente nominal do circuito;


 Características das cargas elétricas;
 Dispositivos de proteção elétrica.

6.3 - Dimensionamento
Neste tópico serão apresentados os conceitos relacionados ao dimensionamento de
condutores, fusíveis e disjuntores para instalações elétricas. Com um ponto de vista
prático e econômico, porém rigorosamente em conformidade com as normas de
instalações elétricas da ABNT e recomendações dos fabricantes.

6.3.1 - Corrente Nominal “IN”


IN é a Corrente Nominal de um circuito e/ou equipamento, sendo calculada por:

IN = P (W) __ [A]
√3 . UN . cos φ . η

Onde: P é a Potência em watts, UN é a tensão nominal em volts, cos φ=FP=Fator de


Potência e η é o rendimento em %.

6.3.2 - Corrente de Ramal “IR”


Entende-se por IR, como sendo a corrente de ramal ou de circuito, devidamente protegido
e independente.

IR é calculado para CA da seguinte forma:

IR = IN x 1,25 [A]

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A Tabela 6.1 apresenta a relação da seção nominal em função da Imáx suportada pelo
condutor.

Corrente
Seção
Máxima
nominal
Admissível
(mm²)
(A)
1,5 15,5
2,5 21
4 28
6 36
10 50
16 68
25 89
35 110
50 134
70 171
95 207
120 239
150 275
185 314
240 370
300 426
400 510
500 587
630 678
800 788
1.000 906
Tabela 6.1 - Corrente Máxima por Seção Nominal do Condutor

A Tabela 7.1 foi elaborada baseando-se na Tabela 36 da NBR 5410 – Capacidades de condução de
corrente, em ampères, para o método de referência B, com condutores de cobre, Isolação em PVC,
à Temperatura no condutor de 70° C e Temperaturas de referência do ambiente: 30° C (ar), 20°
C (solo), considerando 3 condutores carregados.

6.3.3 - Momento Elétrico “Me”


O momento elétrico calculado leva em consideração a distância “d”, em metros, entre o
QT (Quadro Terminal) e o ponto final do circuito (ramal ou carga). O mesmo aplica-se
para o QG (Quadro Geral/Medição) e, neste caso, "d" é a distância em metros do QG/QT
até a carga ou entre os quadros de disjuntores.

O Momento Elétrico é calculado para CA, como descrito a seguir:

Me = IR x d [A.m]

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6.3.4 - Seção Nominal (# Bitola em mm2) do Condutor


de Fase.
A NBR 5410 - A partir de dezembro de 1982 escala padronizada em mm2, da série métrica
da IEC (International Electrotechnical Comission) e segundo o preceituado nesta NBR, a
menor bitola (# seção transversal do condutor) dos condutores de energia elétrica,
permitida para circuitos de iluminação é de 1,5 mm2 e para os demais circuitos é de 2,5
mm2.

A Tabela – 1 do Passo-a-Passo foi elaborada para as principais tensões CA praticadas no


mercado brasileiro, permitindo facilmente, que se determine a área da Seção Nominal
(#Bitola em mm2) do condutor, uma vez conhecidas a Tensão Nominal e o Momento
Elétrico Calculado.

6.3.5 - Seção Nominal do Condutor Neutro


A regra é simples, válida para CA e pode ser observada na Tabela 6.2, a seguir:

Seção Seção
Condutor Mínima
Fase Condutor
(mm²) (mm²)
S ≤ 25 S
35 25
50 25
70 35
95 50
120 70
150 70
185 95
240 120
300 150
400 185
500 240
630 300
800 400
1000 500
Tabela 6.2 - Seção Mínima do Condutor Neutro

A Tabela 6.2 foi elaborada com base na Tabela 48 – “Seção reduzida do condutor neutro”
da NBR 5410.

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6.3.6 - Seção Nominal do Condutor de Proteção (PE)


Na mesma linha de raciocínio do item anterior, tem-se a seguinte regra para
dimensionamento do condutor de PE:

Seção Seção
Condutor mínima
Fase Condutor
(mm²) (mm²)
S ≤ 16 S Fase
16 < S ≤ 35 16
S > 35 S/2
Tabela 6.3 - Seção Mínima do Condutor de Proteção

A Tabela 6.3 foi elaborada com base na Tabela 58 - “Seção mínima do condutor de
proteção” da NBR 5410.

6.3.7 - Queda de Tensão ΔU (%)


A NBR 5410 em seu item 6.2.7.1 prevê que em qualquer ponto de utilização da instalação
elétrica, a queda de tensão não deve ser superior a 5%, calculados a partir do ponto de
entrega, com fornecimento em tensão secundária de distribuição, conforme ilustrado pela
figura a seguir.

Fonte: Dimensionamento BT Uso Geral - Prysmian, disponível em www.prysmian.com.br

Sendo QG (Quadro Geral/Medidor) e QT (Quadro Terminal).

Portanto, segundo a NBR-5410, é aceitável uma queda de tensão ΔU% de até 5% para
as instalações elétricas em Baixa Tensão. A queda de tensão pode ser verificada
utilizando-se a equação a seguir, a qual relaciona o Me calculado e o Me tabelado (Tabela
– 1):

ΔU% = Me Calculado x ( 1, 2, 3, ... 5% ) ≤ ( 1, 2, 3, ...5%)


Me Tabelado

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6.3.8 - Disjuntor Termomagnético (DTM)


O disjuntor é um dispositivo cuja função principal é a proteção do circuito contra sobre
correntes (sobrecarga e/ou curto-circuito) que operam por disparadores térmicos ou
magnéticos. Ele funciona protegendo a instalação elétrica e desliga/desarma toda vez
que sua capacidade (IN) for ultrapassada.

Podem ser dimensionados observando-se as seguintes relações:

IR ≤ IDNominal ≤ Imáx Condutor

Os disjuntores estão padronizados e podem ser encontrados no mercado nas seguintes


especificações de correntes (ID): ID 6, 10, 13, 15, 16, 20, 25, 32, 35, 40, 50, 60, 63,
70, 80, 100, 125, 150, 200, 225, 275, 300, 350, 400 (A), disponível em:
http://www.2a.com.br/download/Siemens/
*** Importante que a ID não seja superior à Imáx do condutor adotado.

6.3.9 - Fusível
O fusível é um dispositivo cuja função principal é a proteção do circuito contra curto-
circuito que operam por ruptura (fusão) em uma corrente e em um tempo determinados.

Podem ser dimensionados observando-se as seguintes relações:

IR ≤ IFNominal ≤ Imáx Condutor

Os fusíveis também estão padronizados e podem ser encontrados no mercado nas


seguintes especificações de correntes (IF):
IF 2, 4, 6, 8, 10, 12, 16, 20, 25, 32, 40, 50, 63, 80, 100, 125, 160, 200, 250, 315,
400, 500, 630, 800, 1000, 1250 (A), disponível em:
http://www.2a.com.br/download/Siemens/
*** Importante que a IF não seja superior à Imáx do condutor adotado.

6.3.10 - Dispositivo DR
Desde dezembro de 1997, segundo a NBR-5410, é obrigatório no Brasil, em todas as
instalações elétricas, o uso do chamado dispositivo DR (diferencial residual) nos circuitos
elétricos que atendam aos seguintes locais: banheiros, cozinhas, copas-cozinhas,
lavanderias, áreas de serviço e áreas externas.

O dispositivo DR é um interruptor automático que desliga correntes elétricas de pequena


intensidade (da ordem de 30 mA), que podem ser fatais, se percorrerem o corpo humano.

Dessa forma, um sistema de proteção deve conter, no mínimo, um bom aterramento


elétrico e ao menos um dispositivo DR corretamente dimensionado e instalado.

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A Tabela 6.4 permite a escolha de um dispositivo DR adequado ao disjuntor dimensionado


para o circuito.

I Nominal do
I Nominal Disjuntor (A)
DR (A)
ID ≤ 25 25
25 < ID ≤ 40 40
40 < ID ≤ 63 63
63 < ID ≤ 80 80
80 < ID ≤ 100 100
100 < ID ≤ 125 125
Tabela 6.4 - Dispositivo DR

6.4 - Recomendações Importantes


 Apenas o aterramento elétrico não é suficiente para a proteção dos usuários contra
choques elétricos, a NBR-5410 estabelece o uso de dispositivos DR (Diferencial-
Residual), SEGURANÇA NUNCA É DEMAIS.
 Segundo o preceituado na NBR-5410, a menor bitola (# seção transversal do
condutor) dos condutores de energia elétrica, permitida para circuitos de
iluminação é de 1,5 mm2 e para os demais circuitos é de 2,5 mm2.
 Um sistema elétrico, bem executado, dura, em média, 25 anos, porém, é
recomendado que se faça uma revisão geral a cada 5 anos.
 Tomadas de Corrente e Isolante dos condutores com indícios de sobreaquecimento
sinalizam para um problema de sobrecarga do circuito e requer atenção.
 As tomadas AC e todas as carcaças metálicas dos equipamentos elétricos têm que
ser aterradas (equipotencializadas).
 Durante a fase de projeto deve-se prever circuitos exclusivos (separados) de
iluminação, tomadas e equipamentos de maiores potências.
 Jamais alterar/mudar Disjuntores ou Fusíveis sem verificar se os condutores estão
dimensionados para a nova demanda.
 Respeitar o limite de condução de corrente elétrica dos condutores e o sistema de
proteção existente.
 Evitar a utilização do Disjuntor como Interruptor.
 Não utilizar o condutor de Neutro como condutor de Aterramento pois estes, têm
funções distintas em um circuito.
 Evitar a utilização dos benjamins ou "T´s", pois esta prática pode causar
sobrecargas nas instalações elétricas.
 Não inutilizar o condutor/pino de terra dos aparelhos/equipamentos.
 Recorra sempre a serviços de um Eletricista Qualificado.
 Antes de dar início a manutenção do sistema elétrico, certifique-se de DESLIGAR
a chave geral ou disjuntor geral, o qual se encontra no QF ou QM e que o mesmo
esteja efetivamente desligado, garantindo a DESENERGIZAÇÃO dos circuitos
elétricos, durante todo o tempo que estiver executando a manutenção do sistema.

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6.5 - Passo-a-Passo para o Dimensionamento

1) INominal = P(W) [A]


√3 x U x cos φ x η

2) IRamal = 1,25 x IN [A]

3) Tabela - 2 - Seção Nominal do Condutor de Fase

4) Momento Elétrico ME = IR x d [A.m]

5) {[ME_Calculado / ME_Tabelado (Tabela - 1)] x U % desejado} ≤ U % desejado

6) Tabela- 4 - Seção Nominal do Condutor de Condutor Neutro

7) Tabela- 3 - Seção Nominal do Condutor de Condutor PE (Proteção/Terra)

8) Tabela- 2A - Seleção do Disjuntor

9) Tabela- 2B - Seleção do Fusível

10) Tabela- 2C - Seleção do Dispositivo DR

Sendo:

“d” a distância entre a proteção e a carga,

ID e IF são as INominais do DTM e do Fusível, respectivamente.

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Tabela-1- Momento E Tensão Nominal - CA (Monofásica ou Trifásica)


VCA VCA
110 115 127 208 220 230 380 440 110 115 127 208 220 230 380 440
3 Queda % 1% 2%
1,5 47 49 54 89 94 98 162 188 94 98 109 178 188 197 325 376
2,5 78 82 90 148 157 164 271 314 157 164 181 296 314 328 542 627
4 125 131 145 237 251 262 433 502 251 262 290 474 502 524 866 1.003
6 188 197 217 356 376 393 650 752 376 393 434 711 752 787 1.300 1.505
10 314 328 362 593 627 656 1.083 1.254 627 656 724 1.186 1.254 1.311 2.166 2.508
16 502 524 579 948 1.003 1.049 1.733 2.006 1.003 1.049 1.158 1.897 2.006 2.098 3.466 4.013
25 784 819 905 1.482 1.568 1.639 2.708 3.135 1.568 1.639 1.810 2.964 3.135 3.278 5.415 6.270
35 1.000 1.045 1.154 1.890 1.999 2.090 3.453 3.999 1.999 2.090 2.308 3.781 3.999 4.180 6.907 7.997
50 1.325 1.386 1.530 2.506 2.651 2.771 4.579 5.302 2.651 2.771 3.060 5.012 5.302 5.543 9.157 10.603
Seção (mm²)

70 1.803 1.885 2.082 3.410 3.607 3.771 6.230 7.213 3.607 3.771 4.164 6.820 7.213 7.541 12.459 14.427
95 2.340 2.446 2.701 4.424 4.680 4.892 8.083 9.359 4.680 4.892 5.403 8.849 9.359 9.784 16.166 18.718
120 2.750 2.875 3.175 5.200 5.500 5.750 9.499 10.999 5.500 5.750 6.350 10.399 10.999 11.499 18.999 21.999
150 3.142 3.285 3.628 5.942 6.285 6.571 10.856 12.570 6.285 6.571 7.256 11.884 12.570 13.141 21.711 25.140
185 3.548 3.709 4.096 6.708 7.095 7.418 12.255 14.190 7.095 7.418 8.192 13.416 14.190 14.835 24.510 28.380
240 4.230 4.422 4.884 7.998 8.460 8.844 14.612 16.919 8.460 8.844 9.767 15.996 16.919 17.688 29.224 33.838
300 4.583 4.791 5.291 8.666 9.166 9.583 15.832 18.332 9.166 9.583 10.583 17.332 18.332 19.165 31.665 36.664
400 5.000 5.228 5.773 9.455 10.001 10.455 17.274 20.002 10.001 10.455 11.546 18.911 20.002 20.911 34.548 40.003
500 5.238 5.476 6.048 9.905 10.476 10.953 18.096 20.953 10.476 10.953 12.095 19.810 20.953 21.905 36.191 41.906
630 6.600 6.900 7.620 12.480 13.200 13.800 22.800 26.401 13.200 13.800 15.240 24.960 26.401 27.601 45.601 52.801
800 8.381 8.762 9.676 15.848 16.762 17.524 28.953 33.524 16.762 17.524 19.353 31.696 33.524 35.048 57.906 67.049
1000 10.476 10.953 12.095 19.810 20.953 21.905 36.191 41.906 20.953 21.905 24.191 39.620 41.906 43.810 72.382 83.811

Tabela 2 - A B C
5 Seçã o Corrente Tabela - 3 - # PE Tabela - 4 - # Neutro
Disjuntor Fusível IDR
nominal Máxima Seção mínima Se ção Mínima
(A) (A) (A) Seção Condutor Seção Condutor
(mm²) Admissível (A) Condutor Condutor
Fase Fase
Proteção Ne utro
1,5 15,5 16 16
2,5 21 20 20 25 (mm²) (mm²) (mm²) (mm²)
4 28 25 25 S ≤ 16 S Fase S ≤ 25 S Fase
6 36 32 32 40 16 < S ≤ 35 16 35 25
10 50 50 50 S > 35 S / 2 50 25
63
16 68 63 63 70 35
25 89 80 80 80 95 50
35 110 110 100 100 120 70
50 134 125 125 125 150 70
70 171 160 160 185 95
95 207 200 200 240 120
120 239 225 200 300 150
150 275 250 250 400 185
185 314 300 250 500 240
240 370 350 315 630 300
300 426 400 400 800 400
400 510 500 500 1000 500
500 587 500 500
630 678 630 630
800 788 700 630
1.000 906 900 800

Disjuntores: 6, 10, 13, 15, 16, 20, 25, 32, 35, 40, 50, 60, 63, 70, 80, 90, 100, 110, 125, 150, 160, 200, 225, 250, 275, 300, 320, 350, 400, 450, 500, 630, 700, 800, 900, 1000, 1250, 1600 (A),
F usív eis: 2, 4, 6, 8, 10, 12, 16, 20, 25, 32, 40, 50, 63, 70, 80, 100, 125, 160, 200, 250, 315, 400, 500, 630, 800, 1000, 1250 (A)
** Inf ormação extraida dos catálogos dos Fabricantes Siemens e WEG

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6.6 - Exemplo
Dimensionar os condutores e os dispositivos de proteção para uma carga resistiva de
5k[W], instalada a 40 [m] do Quadro de Disjuntores (QD), a qual deverá ser alimentada
por um circuito bifásico de 220VAC, admitindo-se uma queda de tensão ΔU=2%.
Solução: Ampliando-se o Passo-a-Passo:

1) INominal = 5.000(W) = 22,73 [A]


220 (V)

2) IRamal = 1,25 x 22,73 = 28,40 [A]

3) Momento Elétrico ME = 28,40 x 40 = 1.136,40 [A.m]

4) Tabela 2 - Seção Nominal do Condutor de Fase #


Pela IN (Passo 1) e através da Tabela 2, obtém-se uma seção mínima de 4 mm2.

5) ME_Calculado = 1.136,40 [A.m] (Passo 3)


ME_Tabelado = 502 [A.m], para # 4,0 mm2, conforme (Tabela 1), portanto tem-
se:

ΔU% = (1.136 / 502) x 2 % = 4,53% ≤ ΔU % desejado, o que não atende o passo 5 (≤


2%).

Condutor de 4,0 mm2 reprovado, devendo-se então, migrar para o próximo condutor na
Tabela 2 que é de # 6 mm2.

ME_Calculado = 1.136,40 [A.m]


ME_Tabelado = 754 [A.m], para # 6,0 mm2, conforme (Tabela 2), portanto tem-se:

ΔU% = (1.136 / 754) x 2 % = 3,01 % ≤ ΔU % desejado, o que também não atende o


passo 5, portanto, condutor de 6,0 mm2 reprovado.

Deve-se então, migrar novamente, para o próximo condutor na Tabela 2 que é de 10 mm2.

ME_Calculado = 1.136,40 [A.m]


ME_Tabelado = 1.254 [A.m], para # 10,0 mm2, conforme (Tabela 2), portanto tem-se:

ΔU %= (1.136 / 1.254) x 2 % = 1,81 % ≤ ΔU % desejado (2%) o que atende o passo 5.

Portanto a bitola # mínima para o condutor de Fase a ser escolhido deve ser o de 10 mm2.

6) Tabela 4 - Seção Nominal do Condutor de Neutro (Não se aplica a este exemplo por
se tratar de um sistema bifásico (F+F), portanto sem condutor de neutro).

Porém, para fins didáticos, pela Tabela 4, tem-se a Seção do condutor de Neutro igual ao
do condutor de fase, ou seja, 10 mm2, na cor azul-claro.

7) Tabela 3 - Seção Nominal do Condutor de Proteção PE (Proteção Elétrica/Terra)

Pela Tabela 3, tem-se que a Seção do condutor de Proteção deve ser a mesma do condutor
de fase, ou seja, 10 mm2.

8) Tabela 2A - Seleção do Disjuntor (DTM)

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Pela Tabela 2, condutor de 10 mm2, tem-se o DTM com IDNominal de 50(A) (Tabela 2A), ou
seja, 2x50(A) por se tratar de um DTM bifásico.

9) Tabela 2B - Seleção do Fusível

Pela Tabela 2, condutor de 10,0 mm2, tem-se o Fusível com IFNominal de 50(A) (Tabela 2B),
ou seja, 2x50(A) por se tratar de duas fases, sendo um Fusível por fase.

10) Tabela 2C - Seleção do Dispositivo DR

Pela Tabela 4, DTM/Fus de 50[A] implica em um DR Bipolar de 63[A], ou seja, 2x63[A],


o que também pode ser obtido pela Tabela 2C

6.7 - Exercícios Propostos

Dimensionar os condutores e a proteção para:

1) Dê sua opinião quanto ao relatado a seguir:

Um determinado estabelecimento comercial tem uma de suas torneiras elétricas


danificadas, havendo necessidade imediata de substituição. Porém, no mercado local,
somente existem modelos de torneiras com potência nominal maior do que a potência
nominal da torneira danificada. Sendo você o supervisor responsável pela manutenção,
que cuidados tomaria e que recomendações faria com relação à substituição dessa
torneira?

2) Dimensionar os circuitos alimentadores (cabos e proteção) para as situações propostas


a seguir:
a) Um chuveiro de 4.400W/220V com U = 1 e 2%, d=20m.
Resp: → Para U = 1% → F=PE= 10,0 mm2, DTM 2x25A, Fus 2x25A, DR 2x25A
Para U = 2% → F=PE= 4,0 mm2, DTM 2x25A, Fus 2x25A, DR 2x25A

b) Refazer o exercício “1” para 127V e comparar os valores obtidos.


Resp: → Para U = 1% → F=N 25,0 mm2, PE= 16,0 mm2, DTM 1x50A, Fus 1x50A, DR 2x63A
Para U = 2% → F=N=PE= 16,0 mm2, DTM 1x50A, Fus 1x50A, DR 2x63A

c) Um sistema de iluminação de 1.800W/127V FP=0,80, U = 2%, d=15m.


Resp: →F=N=PE= 6,0 mm2, DTM 1x25A, Fus 1x25A, DR 2x25A
d) Refazer o item “c” para 220V e comparar os valores obtidos.
Resp: → F=N=PE= 2,5 mm2, DTM 2x20A, Fus 2x20A, DR 2x25A
e) Motor AC de 2CV/220V/FP=0,88/η=0,85, U = 2%, d=20m
Resp: →F=PE= 2,5 mm2, DTM 2x20A, Fus 2x20A, DR 2x25A
f) MIT de 10HP/220V/FP=0,92/η=0,95 ,U = 2%, d=30m
Resp: →F=PE= 10,0 mm2, DTM 3x32A, Fus 3x32A, DR 4x40A
g) MIM de 3HP/220V/FP=0,90/η=0,85 ,U = 2%, d=20m
Resp: →F=PE= 4,0 mm2, DTM 2x20A, Fus 2x20A, DR 2x25A
h) Refazer os exercícios “f” e “g” para U = 3%
Resp: → F=PE= 6,0 mm2, DTM 3x32A, Fus 3x32A, DR 4x40A
→ F=PE= 2,5 mm2, DTM 2x20A, Fus 2x20A, DR 2x25A

i) Um circuito de iluminação de 2.300[W]/220V/FP=0,80/η=0,90,U = 1%, d=20m


Resp: → F=PE= 6,0 mm2, DTM 2x20A, Fus 2x20A, DR 2x25A (DR para circuitos de
iluminação é necessário apenas em casos especiais externas)
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Capítulo – 7
Acionamento Eletrônico
Soft-Starter e Inversor de Frequência
O Acionamento Eletrônico pode ser definido como a conversão e o controle da energia
elétrica para alimentação de máquinas elétricas (CC ou CA), através da utilização de
dispositivos de eletrônica de potência.

Com os avanços e a popularização das aplicações da Eletrônica de Potência, os


Acionamentos Eletrônicos, ou Dispositivos/Chaves de Partida a Estado Sólido, vêm se
tornando comuns em aplicações industriais, devido à sua funcionalidade, modularidade e
facilidade de adaptação de sistemas já existentes, sendo, cada vez mais, economicamente
viável o uso desta tecnologia para acionamento de motores elétricos, com especial
destaque para as aplicações do Soft-Starter e do Inversor de Frequência.

7.1 - Soft-Starter
Soft-Starter - é uma chave de partida estática (eletrônica), projetada para a aceleração,
desaceleração e proteção de motores elétricos de indução trifásicos, através do controle
da tensão aplicada ao motor.

O motor assíncrono trifásico é, atualmente, o mais aceito pelo mercado dado às suas
características, porém, em muitos casos, os métodos tradicionais de partida
eletromecânicos, partida direta ou estrela-triângulo, não se apresentam como a melhor
solução.

Isto devido aos efeitos prejudiciais proporcionados por estes métodos, como por exemplo,
distúrbios de tensão, picos de corrente devido às altas IPs, picos de torque, fadiga/stress
mecânico, comprometimento da rede de alimentação e do sistema de proteção, dentre
outros.

As Soft-starters se apresentam como uma solução para estes problemas, devido ao seu
princípio de funcionamento pois, no momento da partida, a soft-starter controla
continuamente a potência enviada ao motor, aproveitando ao máximo suas características
junto à máquina acionada.

Com a utilização deste tipo de tecnologia o pico de corrente de partida (IP) é atenuado,
deixando de ser um problema, uma vez que a o motor parte/para suavemente.

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Desta forma, equipamentos mecânicos acelerados de forma suave, resultam em um efeito


positivo em toda a máquina e proporcionam uma vida útil mais longa.

Em outras palavras, a soft-starter é um equipamento/chave eletrônica capaz de controlar


a potência entregue ao motor no instante da partida, assim como, sua frenagem no
instante da parada, sendo uma vantagem em relação aos sistemas convencionais de
partida (partida direta, com autotransformador e estrela-triângulo).

A figura a seguir mostra um grupo de soft-starters de várias potências ilustrando seu


tamanho compacto e a versatilidade da interação através do painel de IHM.

Fonte: WEG - Manual de Automação Soft-Starters

7.1.1 - Princípio de Funcionamento


A Soft-Starter apresenta-se como uma alternativa para partidas e paradas de motores
assíncronos (monofásico e trifásico), a qual possibilita controlar a tensão aplicada no motor
através do circuito de potência (ponte tiristorizada, constituída de SCRs) com a variação
do ângulo de disparo de cada SCR e, consequentemente, variando a tensão eficaz aplicada
aos terminais do motor. O controle da tensão aplicada ao motor, mediante o ajuste do
ângulo de disparo dos tiristores, permite obter partidas e paradas suaves.

Desta forma, a tensão do motor é reduzida utilizando-se o controle de fase e é aumentada


até a tensão nominal, dentro de um tempo pré-determinado (tempo da rampa de
aceleração) conforme ilustrado na figura a seguir.

Fonte: SIEMENS - Manual de Soft-Starters - SIRIUS

Assim, pode-se controlar a corrente de partida do motor, proporcionando uma "Partida


Suave", de forma a não provocar quedas de tensão bruscas na rede de alimentação, como
ocorre em partidas diretas. Partida e Parada suaves em motores garantem o mínimo de
perdas mecânicas e elétricas nos sistemas.

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A evolução dos processos e das máquinas criou um ambiente propício ao acionamento


suave, controlado e com múltiplos recursos disponibilizados pelo controle digital.

Além disso, há uma maior conscientização de que os recursos naturais exigem conservação
cuidadosa, o que faz da soft-starter um equipamento em sintonia com o cenário energético
atual, colaborando para o uso racional de energia elétrica.

A figura a seguir ilustra o diagrama em blocos de uma Soft-Starter, o qual é composto


basicamente de dois blocos o de Potência e o de Controle.

Diagrama de Blocos
Fonte: Franchi C.M. - Acionamentos Elétricos, Ed. Erica – 4ª ed. – 2010, pág. 182.

7.1.1.1. Circuito de Potência


Circuito pelo qual circula a corrente de alimentação do motor, sendo constituído
basicamente por tiristores (SCR), na configuração antiparalelo, ou ponte tiristorizada e
suas proteções e os TC´s.

O circuito (snubber) tem como função proteger os tiristores contra variações de tensão
aplicadas sobre eles.

Snubbers são circuitos RC inseridos em conversores estáticos de potência, cuja função é


controlar os efeitos produzidos pelas reatâncias intrínsecas do circuito, amortecendo
oscilações e controlando a taxa de variação da tensão e/ou corrente. Desta forma, os
semicondutores apresentarão menores picos de tensão, corrente e consequentemente
menor dissipação de potência.

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Os TC´s fazem a monitoração da corrente de saída, permitindo que o controle eletrônico


efetue a proteção e a manutenção da corrente, em níveis predefinidos, quando a função
limitação de corrente estiver ativa.

7.1.1.2. Circuito de Controle

O circuito de controle é o responsável pelo comando, monitoração e proteção dos


componentes do circuito de potência, bem como, os circuitos utilizados para comando,
sinalização e IHM (Interface Homem Máquina).

7.1.2 - Principais Funções


Apresentam funções programáveis, onde o comando dos tiristores é feito através um
sistema microprocessado que permite o controle das seguintes funções:

Os conceitos e figuras apresentados a seguir foram extraídos/adaptados do Manual de


Automação Soft-Starters, modelos SSW07 e SSW08 do fabricante WEG, disponível em:
http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-soft-starters-ssw07-e-ssw08-10413139-catalogo-portugues-br.pdf

 Rampa de Tensão

Permite a aceleração e/ou desaceleração suave, através de rampas de tensão.

A Rampa de Aceleração é obtida através do controle da variação do ângulo de disparo


da ponte de tiristores, gerando uma tensão eficaz gradual e crescente, até que seja
atingida a tensão nominal da rede.

Na parada controlada, a Rampa de Desaceleração é obtida através da redução gradual


da tensão de saída, até um valor mínimo em um tempo pré-definido.

A Parada por Inércia leva a tensão de saída instantaneamente a zero, implicando que o
motor não produza nenhum conjugado na carga, que por sua vez, irá perdendo velocidade,
até que toda energia cinética seja dissipada.

 Pump Control

A função incorporada Pump Control, ou controle de bombas, permite um eficaz controle


sobre bombas, possibilitando aceleração e desaceleração com rampa linear de velocidade,
reduzindo, desta forma, a chance de ocorrência o Golpe de Aríete.

Trata-se de uma configuração pré-definida/específica para sistemas de bombeamento,


onde, normalmente, é necessário estabelecer uma rampa de tensão na aceleração e
desaceleração.

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 Kick Start em Tensão ou Corrente

Permite um pulso inicial de tensão ou corrente, que aplicado ao motor proporciona um


reforço de torque inicial a partida, necessária para a partida de cargas com elevado atrito
estático/conjugado resistente.
Ideal para aplicações onde as cargas, no momento da partida, exigem um esforço extra
do acionamento em função do alto conjugado resistente, sendo necessário aplicar no motor
uma tensão/corrente maior que aquela ajustada na rampa de tensão na aceleração.

 Limitação de Corrente

Permite ajustar o limite de corrente durante a partida, de acordo com as necessidades da


aplicação.

Utilizada onde a carga apresenta uma inércia elevada, esta função faz com que o sistema
rede elétrica/Soft-Starter forneça ao motor somente a corrente necessária para que seja
executada a aceleração da carga.

 Sobre e Subtensão

Permite ajustar os limites de sobre e subtensão para proteção do motor.

 Sobre e Subcorrente

Permite ajustar os limites de sobre e subcorrente para a completa proteção do motor.

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 Controle de Torque

Este tipo de controle permite a aceleração e desaceleração com rampa linear de velocidade,
através de um algoritmo de controle de torque tanto para partida como para parada do
motor.

Disponível nos dois tipos de ligação ao motor: ligação padrão (3 cabos) ou ligação dentro
do delta do motor (6 cabos).

 By-pass

Costumam funcionar com a tecnologia chamada “By-pass”, a qual, após o motor partir e
receber toda a tensão da rede aciona-se um contator que substitui os módulos de potência,
evitando sobreaquecimento, ou seja, minimiza as perdas de potência e a dissipação de
calor nos tiristores, proporcionando redução de espaço e contribuindo para economia de
energia.

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É importante lembrar que a soft-starter, como qualquer dispositivo de acionamento


eletrônico, gera harmônicos, interferindo na qualidade da energia elétrica, sendo
necessária, para reduzir esta interferência, a utilização de filtros entre a rede de
alimentação e a soft-starter.

7.1.3 - Comparativo entre os Métodos de Partida

Os motores assíncronos (rotor em gaiola), apresentam picos de corrente e de conjugados


durante a partida direta e no intuito de mitigar estes efeitos, durante a partida, são usadas
várias técnicas e métodos, como por exemplo; chave estrela-triângulo e chave
compensadora, estudadas no Capítulo 6.

As Chaves Estrela-Triângulo e Compensadora, proporcionam redução na corrente de


partida (IP), alterando a tensão de alimentação do motor durante a partida e reduzindo,
desta forma, a IP, mas ainda assim, com correntes potencialmente danosas resultando em
distúrbios na rede elétrica.

Estas correntes podem ser evitadas através do método de partida suave com a utilização
da soft-starter, proporcionando menor exigência da rede de fornecimento de energia
elétrica.

A figura a seguir apresenta o gráfico de partida de um MIT, permitindo a comparação da


dinâmica do comportamento da IP entre as principais técnicas de partida.

7.1.4 - Aplicações
Os equipamentos de partida/parada suave, disponíveis comercialmente, são empregados
para motores de pequeno e grande porte, em aplicações que não exijam a
variação/controle de velocidade, sendo bastante comuns em motores para acionamento
de:
 Bombas Centrífugas,  Britadores,
 Ventiladores,  Moedores,
 Exaustores,  Picadores de Madeira,
 Sopradores,  Refinadores de Papel,
 Compressores de Ar,  Fornos Rotativos,
 Misturadores,  Serras e Plainas,
 Aeradores,  Transportadores de Carga.
 Moinhos,

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7.1.5 - Vantagens
 Partidas e Paradas suaves
 Eliminação de choques mecânicos
 Aumento da vida útil do motor e equipamentos
 Limitação de quedas de tensão na partida
 Tamanho reduzido
 Proporciona economia de energia e redução dos esforços sobre os
acoplamentos e dispositivos de transmissão
 Evita o Golpe de Aríete em bombas centrífugas
 Instalação simples com facilidade de operação, ajuste e manutenção

7.2 - Inversor/Conversor Estático de Frequência


O acionamento de motores elétricos de indução por conversores estáticos de frequência
ou simplesmente inversores de frequência é uma solução relativamente nova, porém, já
amplamente utilizada na indústria.

Trata-se de um dispositivo eletrônico que permite transformar energia elétrica CA, com
tensão e frequência fixas, em energia elétrica CA, com tensão e frequência variáveis,
controlando a potência demandada pela carga.

A utilização de inversores estáticos de frequência, atualmente, compreende o método mais


eficiente para controlar a velocidade dos motores de indução.

A figura a seguir mostra um grupo de Inversores de várias potências e com similaridade


às soft-starters, ilustrando seu tamanho compacto e a versatilidade da interação com o
painel de IHM.

Fonte: WEG - Manual de Automação Inversores de Frequência

7.2.1 - Princípio de Funcionamento


Os inversores transformam a tensão da rede, de amplitude e frequência constantes, em
uma tensão de amplitude e frequência variáveis. Variando-se a frequência da tensão de

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alimentação, varia-se também a velocidade do campo girante e consequentemente a


velocidade mecânica de rotação da máquina.

O inversor é conectado à rede de energia elétrica (monofásica ou trifásica) e em sua saída


trifásica poderá ser conectada uma carga sobre a qual será disponibilizada uma tensão e
frequência diferente da rede.

Os inversores estáticos de frequência podem ser divididos em duas categorias:

1. Inversores PWM (Pulse Width Modulation): A tensão de entrada do conversor (CC 


CA) é mantida constante por um retificador a diodo e o inversor controla a magnitude
e a frequência da tensão de saída através de um PWM.
2. Inversores de onda quadrada: Nesses inversores a tensão CC de entrada do
conversor é controlada de forma a controlar a magnitude da tensão CA de saída. Desta
forma o conversor tem que controlar apenas a frequência da tensão de saída. A onda
de saída tem a forma similar a uma onda quadrada, dando origem a seu nome.

7.2.1.1. Circuito de Potência


Inversores estáticos indiretos de frequência com tensão imposta PWM (Pulse Width
Modulation) são atualmente os equipamentos mais empregados para a alimentação de
motores de baixa tensão em aplicações industriais que requerem variação de velocidade.
Eles operam como uma interface entre a fonte de energia (rede) e o motor de indução.

Para entender o funcionamento de um inversor de frequência é necessário entender a


função de cada bloco que o constitui, sendo que o diagrama a seguir ilustra os três blocos
principais de um Inversor.

O processo de obtenção da tensão e frequência desejadas por meio de tais equipamentos


passa por três estágios:

 Retificador ou Ponte de diodos - Retificação da tensão alternada da rede elétrica,


com tensão e frequência constantes;

 Filtro ou Link DC - Formado por capacitores para manter a tensão CC


relativamente constante e sem flutuações, responsável pelo alisamento/regulação
da tensão retificada, com armazenamento de energia por meio de um banco de
capacitores;

 Inversor/Transistores IGBT – Compõe o estágio Inversor/Conversor CC-CA,


formado por uma ponte de dispositivos de chaveamento para reproduzir a tensão
de saída CA com tensão e frequência variáveis, ou seja, é o estágio responsável

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pela conversão da tensão contínua, proveniente do link DC, em uma tensão


alternada, com tensão e frequência variáveis.

O chaveamento é executado por semicondutores de potência tais como tiristores,


transistores MOSFET ou BJT, sendo que o dispositivo mais utilizado, atualmente, para o
chaveamento é o transistor bipolar de porta isolada, ou simplesmente IGBT (Insulated
Gate Bipolar Transistor), que combina as características do BJT e do MOSFET.

O Diagrama a seguir detalha a composição dos blocos internos de um Inversor de


frequência.

Fonte: Catálogo WEG, disponível em: http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-cfw-09-inversor-de-frequencia-10413064-


catalogo-portugues-br.pdf

O circuito de controle é o responsável pelo comando, monitoração e proteção dos


componentes do circuito de potência, bem como, pelos circuitos utilizados para comando,
sinalização e IHM (Interface Homem Máquina).

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7.2.1.2. Modos de Controle


O Inversor é operado por um módulo de controle, que determinará a abertura e o
fechamento das chaves para reproduzir a tensão CA, sendo possível variar a frequência do
sinal de saída para regular a velocidade do MIT.
Basicamente existem dois tipos de controle dos inversores eletrônicos: o escalar e o
vetorial.

 Controle Escalar

O controle escalar baseia-se no conceito original do inversor de frequência: impõe no


motor uma determinada tensão/frequência, visando manter a relação V/f constante, ou
seja, o motor trabalha com fluxo aproximadamente constante.

Este método é aplicado quando não há necessidade de respostas rápidas a comandos de


torque e velocidade e é particularmente utilizado quando há conexão de múltiplos motores
a um único inversor.

O controle é realizado em malha aberta e a precisão da velocidade é função do


escorregamento do motor, que varia em função da carga, já que a frequência no estator é
imposta.

O controle escalar é o mais utilizado devido à sua simplicidade e devido ao fato de que a
grande maioria das aplicações não requer alta precisão e/ou rapidez no controle da
velocidade.

 Controle Vetorial

O controle vetorial possibilita atingir um elevado grau de precisão e rapidez no controle


do torque e da velocidade do motor, decompondo a corrente do motor em dois vetores:
um que produz o fluxo magnetizante e outro que produz torque, regulando,
separadamente, o torque e o fluxo.

O controle vetorial pode ser realizado em malha aberta (“sensorless”) ou em malha fechada
(com realimentação) com sensor de velocidade.

 Com sensor de velocidade – requer a instalação de um sensor de velocidade no


motor, permitindo maior precisão no controle da velocidade e do torque, inclusive em
rotação zero.

 Sensorless – mais simples que o controle com sensor e em velocidades maiores é


praticamente tão bom quanto o controle vetorial com realimentação, porém, apresenta
limitações de torque em baixas rotações.

As principais diferenças entre os dois tipos de controle são que o controle escalar, no
que se refere ao estator, considera as amplitudes das grandezas elétricas instantâneas
(fluxos, correntes e tensões) e no controle vetorial o motor de indução é “visto” como
um motor de corrente contínua, havendo regulação independente para torque e fluxo.

A forma de onda, ao lado, ilustra a corrente medida na entrada de


um inversor PWM de 6 pulsos.

Nota: O parâmetro que mostra o quanto as harmônicas distorcem


a rede é o THD (Distorção Harmônica Total), fornecido pelo
fabricante do inversor.

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7.2.2 - Aplicações
São utilizados para controlar a rotação de um motor assíncrono, o que é possível através
do controle micro processado do circuito composto de transistores de potência (IGBT) que
“chaveiam” uma tensão CC, modificando o valor “rms” e o período da tensão de
alimentação do motor. Desta forma, são destinados ao controle e variação de velocidade
de motores elétricos de indução trifásicos sendo compactos, com alto desempenho e
funcionalidade, sendo ideais para as mais diversos segmentos e aplicações industriais,
dentre elas:

 Ventiladores/exaustores  Rebobinadoras de papel


 Bombas centrifugas/dosadoras  Fornos de cimento
 Aplicações multimotores  Esmaltadeiras
 Esteiras transportadoras  Granuladores/paletizadoras
 Compressores  Injetoras/sopradoras
 Agitadores/misturadores  Máquinas de corte e solda
 Extrusoras
 Laminadores

7.2.3 - Vantagens
No caso dos inversores, estes podem ser um grande aliado para a economia de energia na
utilização de motores elétricos com aplicações em bombeamento, ventilação e compressão
os quais representam a maioria dos motores elétricos em operação (cerca de 80%),
reduzindo a energia consumida através da substituição de sistemas tradicionais que
utilizam partida direta e controle de vazão por meio de válvulas ou dampers.

Nesses sistemas, em que a energia é desperdiçada através do controle da vazão por meio
de estrangulamento, onde o motor permanece operando a plena velocidade, é possível
substituir a partida direta por um inversor e retirar a válvula de estrangulamento. Com
isso, o controle da vazão é feito pela velocidade imposta pelo inversor, garantindo menor
consumo de energia em momentos que tenham necessidade de menor vazão,
proporcionando redução do consumo de energia em até 50%. Isto é conseguido pois os
inversores variam as velocidades dos motores de acordo com a maior ou menor
necessidade de vazão/pressão/temperatura de cada processo. Ao diminuir a velocidade,
reduzem a potência demandada da rede elétrica, proporcionando economia de energia. Tal
efeito não ocorre com as válvulas tradicionais onde a vazão é reduzida através de
estrangulamento, porém, o motor continua operando na mesma velocidade pressionando
o fluído sobre a entrada da válvula, demandando a mesma potência da rede elétrica.

Outra vantagem que se pode obter utilizando os inversores de frequência é a possibilidade


de redução dos custos de manutenção, uma vez que os inversores possibilitam que os
motores sejam acionados suavemente. Com isso, reduz-se a quebra de elementos de
transmissão como correntes e rodas dentadas, ocorrências frequentes em virtude do
esforço adicional provocado pelos motores com partida direta, pois além de gerar economia
de energia também reduz o custo de instalação/manutenção/operação do sistema.

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7.3 - Vantagens do Acionamento Eletrônico

Poder controlar a partida/parada e velocidade de motores elétricos sem dúvida é uma


grande vantagem, pois ao comparar uma partida direta e uma partida com acionamento
eletrônico, observam-se diversos benefícios, dentre eles, a redução do pico de corrente na
partida do motor. Em uma partida direta a corrente de partida (IP) demanda em ‘n’ vezes
a corrente nominal (IN), sendo que com acionamento eletrônico esta pode ser limitada a
1,5 vezes a IN. Com isso, não é preciso sobre dimensionar cabos, proteções e
transformadores.

O fato de partir motores abruptamente, como ocorre em partidas diretas, gera estresses
mecânicos na máquina, resultando na necessidade de manutenções mecânicas com menor
intervalo de tempo. Com a adoção de soluções utilizando acionamento eletrônico, essa
condição de estresse mecânico deixa de existir, proporcionando maior vida útil ao
equipamento.

7.4 - Exercícios Propostos

a) Explique o princípio de funcionamento da Soft-Starter e do Inversor de Frequência.


b) Qual a função da Soft-Starter e do Inversor de Frequência?
c) Quais os modos de controle dos Inversores de Frequência? Descreva cada um deles.
d) Desenhe o diagrama de blocos da Soft-Starter e do Inversor de Frequência.
e) Cite as principais vantagens/desvantagens de se utilizar acionamento eletrônico?
f) Faça um comparativo entre os sistemas de partida de motores, estudados no Cap.
5 e os sistemas com acionamento eletrônico estudados no Cap. 7.

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Capítulo – 8
Automação Industrial
Princípios Básicos
8.1 - Automação Industrial e Tecnologias Associadas

As primeiras iniciativas do homem para mecanizar atividades manuais ocorreram na pré-


história e invenções como a roda, o moinho de vento ou força animal e as rodas d’água
demonstram a criatividade do homem para poupar esforço. Porém, a automação só ganhou
destaque na sociedade quando o sistema de produção agrário e artesanal se transformou
em industrial, a partir da segunda metade do século XVIII, inicialmente na Inglaterra. O
controle manual implica em se ter um operador presente ao processo criador de uma
variável física e que, de acordo com alguma regra de seu conhecimento, opera um
equipamento/aparelho qualquer (válvula, alavanca, chave, etc.), que por sua vez produz
alterações naquela variável.

A palavra automação está diretamente ligada ao controle automático, ou seja, está


ligada às ações que dependem, de forma mínima, da intervenção do operador.

Dessa forma, com a finalidade de garantir o controle do sistema de produção, foram


colocados sensores nas máquinas para monitorar e indicar as condições do processo. O
controle só é garantido com o acionamento de atuadores a partir do processamento das
informações coletadas pelos sensores.

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Automatizar um sistema tornou-se muito mais viável à medida que a eletrônica avançou e
passou a dispor de componentes e circuitos capazes de realizar funções lógicas e
aritméticas com os sinais de entrada e gerar respectivos sinais de saída. Com este avanço,
o controlador, os sensores e os atuadores passaram a funcionar em conjunto,
transformando o processo em um sistema automatizado, onde o próprio controlador toma
decisões em função da situação dos sensores e aciona os atuadores.

Vale salientar dessa forma, que dois dos maiores objetivos ligados a não dependência do
operador nos processos industriais são: a redução dos custos de fabricação e a
maximização da produtividade.

Uma planta industrial, para ser controlada, deve dispor dos seguintes componentes
básicos: processo, sensor, controlador e atuador, os quais estão ilustrados no diagrama
simplificado de um sistema de controle:

Diagrama simplificado de um sistema de controle

 Processo - operação que evolui progressivamente e que se constitui por uma série
de ações controladas, objetivando um resultado particular;

 Sensor - mede o desempenho do sistema de automação ou uma propriedade


particular de algum de seus componentes. Exemplos: termômetros e velocímetros;

 Controlador - opera presença de distúrbios e tende a reduzir a diferença entre a


saída de um sistema e a entrada de referência;

 Atuador - compara os valores medidos com valores preestabelecidos e toma a


decisão de quando atuar no sistema. Como exemplos, podemos citar os termostatos
e os programas de computadores, ou seja, são responsáveis pela realização de
trabalho no processo ao qual está se aplicando a automação.

O controle do tipo discreto, voltado aos processos digitais, teve seu início marcado pela
utilização de dispositivos eletromecânicos do tipo relés e contadores. Com a evolução
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tecnológica e dos materiais, os circuitos lógicos tornaram-se mais rápidos, compactos e


capazes de receber mais informações de entrada, atuando sobre um maior número de
dispositivos de saída.

Com o advento dos dispositivos microprocessados, vieram os Controladores Lógicos


Programáveis (CLP), onde a forma básica de programação é oriunda da lógica de
programação dos diagramas elétricos a relés.

8.2 - Introdução ao CLP


Os Controladores Lógicos Programáveis (CLP) são próprios para ambientes industriais, os
quais realizam uma rotina cíclica de operação, o que caracteriza seu princípio de
funcionamento e operam apenas variáveis digitais, efetuando controle discreto, portanto,
um CLP é um equipamento/dispositivo eletrônico digital que usa memória programável
para armazenar instruções que implementam funções como: lógica, sequenciamento,
temporização, contagem e operações aritméticas, para controlar através de módulos de
entrada e saída (digital e analógica) diversos tipos de máquinas e processos, além de
manipular dados e comunicação em rede, sendo utilizados no controle de sistemas
automatizados. Os CLPs são utilizados onde se exige tanto controles lógicos, como
sequenciais, ou ambos ao mesmo tempo.

Portanto, os CLPs são equipamentos de controle que atuam a partir da filosofia na qual
toda a lógica de acionamento pode ser desenvolvida através de software, que determina
ao controlador a sequência de acionamento a ser desenvolvida. Este tipo de alteração
lógica caracteriza e permite um sistema flexível, o que faz com que os CLPs tenham
algumas vantagens em relação aos sistemas convencionais.

Os CLPs mais atuais trabalham com padrões de protocolo de comunicação para facilitar a
interface com equipamentos de outros fabricantes, e também com Sistemas Supervisórios
e Redes Internas de comunicação como o protocolo OPC (OLE - Object Linked and
embedding for Process Control - o qual permite realizar transferências de objetos entre
diferentes aplicações) cujo desenvolvimento foi encabeçado pela Microsoft, e tende a se
tornar o padrão de relacionamento entre os diversos módulos de software ou hardware de
diferentes fabricantes.

Para começar a entender os conceitos apresentados neste capítulo e saber como o que é
um controlador lógico programável, é necessário entender o que é um controle, quais são
seus elementos básicos e quais são os seus principais tipos.

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8.2.1 - Aplicações do CLP


Sua aplicação é generalizada em diferentes processos industriais, como: tratamento de
águas, calefação, climatização, controle de acesso, portas automáticas, distribuidores
automáticos, máquina de lavagem de veículos, máquina de acondicionamento, embalagem
e impressão, equipamentos médicos, manipuladores, acionamento de bombas,
construções mecânicas, manutenção, equipamentos têxteis, etc.

Atualmente, são encontrados CLPs na implementação de painéis sequenciais de


intertravamento, controle de malhas, servo-posicionamento, sistemas SCADA
(Supervisory Control and Data Aquisition), sistemas de controle estatístico de processo,
sistema de controle de estações, sistemas de controle de células de manufatura, etc.

Os CLPs são encontrados em processos de: empacotamento, engarrafamento,


enlatamento, transporte e manuseio de materiais, usinagem, geração de energia; em
sistemas de controle predial de ar condicionado, sistemas de segurança, montagem
automatizada, linhas de pintura e sistemas de tratamento de água, existentes em
indústrias de alimentos, bebidas, automotiva, química, têxtil, plásticos, papel e celulose,
farmacêutica e siderúrgica/metalúrgica.

De uma maneira geral, os CLPs têm aplicação na automação de processos discretos


(controle ON/OFF) e na automação de processos contínuos (controle de malhas).

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8.2.2 - Princípio de Funcionamento do CLP

Os Controladores Lógicos Programáveis são dispositivos digitais, porém, os sinais de


ENTRADA, como os de SAÍDA de um CLP, podem ser digitais ou analógicos.

Figura 1 – Ciclo de Processamento do CLP

A estrutura básica de um CLP pode ser ilustrada pela Figura 1, podendo ser apresentado
como uma estrutura dividida em três partes:

 Unidade central de processamento (CPU),


 Módulos de I/O (ou módulos de entrada/saída) e
 Fonte de Alimentação,

Figura 2 - Exemplos de entradas e saídas digitais e analógicas de um CLP

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Existem diversos tipos de módulos de entrada e saída que se adequam às necessidades do


sistema a ser controlado, ilustrados pela Figura 3.

Figura 3 - Exemplos de entradas e saídas digitais e analógicas de um CLP

As entradas analógicas são módulos conversores A/D, que convertem um sinal de entrada
em um valor digital, normalmente de 12 bits (4096 combinações). As saídas analógicas
são módulos conversores D/A, ou seja, um valor binário é transformado em um sinal
analógico.

O sensoriamento é obtido através sinais, oriundo dos sensores, aplicados às entradas do


CLP e a cada ciclo (varredura) todos esses sinais são lidos e transferidos para a unidade
de memória interna, denominada memória imagem de entrada.

Ao término do ciclo de varredura, os resultados são transferidos à memória imagem de


saída e então disponibilizados nos terminais de saída (anal/dig) do CLP.

Os CLPs vêm substituindo os elementos e componentes eletroeletrônicos de acionamento


e a linguagem utilizada na sua programação é similar à linguagem de diagramas lógicos

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de acionamento desenvolvidos por eletrotécnicos e profissionais da área de controle, sendo


que a programação de um CLP pode ser feita através de uma variedade de linguagens, e
uma das mais populares é a linguagem LADDER.

8.3 - Linguagem de Programação LADDER

Trata-se da linguagem de programação mais usada para o desenvolvimento de softwares


para CLP na indústria. O nome é baseado na observação de que programas nessa
linguagem lembram escadas (Ladder, em inglês), com dois trilhos verticais e várias linhas
horizontais entre elas, sendo um conjunto de sinais gráficos, padronizados pela norma IEC
61131-3, os quais são derivados de uma simbologia americana, já em uso para os
esquemas funcionais, sendo, pela facilidade e semelhante à lógica de relés, a preferida por
programadores de CLP.

A linguagem LADDER é tida, no meio dos programadores, como sendo uma linguagem de
baixo nível (próximo a linguagem de máquina) utilizada para programação de CLP, capaz
de realizar o controle de sistemas críticos e/ou industriais, substituindo os antigos, de difícil
manutenção, baixo nível de segurança e caros circuitos controladores a relés. A principal
vantagem de representar as lógicas de controle por meio de diagramas LADDER é que
permite à engenheiros e técnicos de campo desenvolver "códigos" sem conhecimento
prévio de outras linguagens/lógicas de programação como a C e o FORTRAN, devido à
familiaridade com a lógica a relés.

O tratamento matemático dado à solução lógica de um determinado problema é a Álgebra


de Boole, a qual, através de seus teoremas, expressões representativas da solução do
problema ou do comando de um sistema. Tais expressões podem ser executadas por um
conjunto de circuitos, denominados em eletrônica digital, de portas lógicas. As portas
lógicas, como veremos a seguir são a tradução dos postulados de Boole.

A lógica matemática ou simbólica visa superar as dificuldades e ambiguidades de qualquer


língua/idioma, devido a sua natureza vaga e equívoca das palavras usadas e do estilo
metafórico e, portanto, confuso que poderia prejudicar o rigor lógico do raciocínio.

Para evitar essas dificuldades, criou-se uma linguagem lógica artificial, a lógica binária, a
qual possui apenas dois valores/símbolos que são representados por “0 e 1” (zero e um)
e a partir desses dois símbolos foi possível construir uma base numérica binária.

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A partir dos conceitos binários, em sistemas digitais, trabalha-se com dois estados ou
níveis lógicos (0 e 1), pois a eletrônica digital apoia-se no princípio da lógica que considera
uma proposição verdadeira ou falsa sendo então, idealizadas as portas lógicas, que são
circuitos eletrônicos utilizados para combinar níveis lógicos digitais (0 e 1) de formas
específicas.
A Tabela 1 mostra os 3 principais símbolos de programação LADDER e sua equivalência
com a eletroeletrônica tradicional.

Tabela 1 - Simbologia de Equivalência LADDER (Contatos NA, NF e Carga)

A linguagem LADDER permite que se desenvolvam lógicas combinacionais, sequenciais e


circuitos que envolvam ambas, utilizando como operadores para estas lógicas: entradas,
saídas, estados auxiliares e registros numéricos.

No curso de CEL, como apresentado nos capítulos anteriores, serão explorados apenas os
conceitos das portas lógicas básicas, sendo: lógicas E, OU e NÃO, conforme Tabela 2.

Tabela 2 - Simbologia, Expressão, Circuito de Comando e equivalente LADDER


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8.3.1 - Interpretação Ladder e Conceitos Iniciais


A programação é vista com linhas verticais e horizontais, onde são colocadas as
simbologias formando uma lógica, podendo colocar diversos tipos de temporizadores,
contadores e comparadores para um sistema a programar, é possível também usar blocos
operadores para realizar operações matemática. O diagrama/esquema Ladder é composto:

 Da barra de alimentação (linha vertical esquerda), que comanda todos os elementos


de entrada.
 Do retorno comum ou massa (linha vertical direita), que conecta todas as variáveis
de saída.
 Da zona de teste, nesta parte os esquemas são desenhados várias entradas em
paralelo ou em série, conforme o desenvolvimento do processo.
 Da zona de ação, destinada a variável de saída.

Para se entender a estrutura da linguagem, será adotado, como exemplo, o acionamento


de uma lâmpada “L” a partir de um interruptor (liga/desliga).

Na Figura 3 tem-se, da esquerda para direita, o esquema/circuito elétrico tradicional


(eletromecânico), o programa/diagrama utilizando Linguagem LADDER e a ilustração das
ligações físicas no CLP.

O botão B1, normalmente aberto, está ligado a entrada I 0.0 e a lâmpada está ligada à
saída Q 0.0. Ao se acionar B1, I 0.0 é acionado e a saída Q 0.0 é energizada. Caso se
deseje que a lâmpada se apague quando acionado B1 bastaria trocar o contato normal
aberto por um contato normal fechado, o que representa a função NOT.

Desta forma, pode-se desenvolver programas para CLP que correspondam a operações
lógicas combinacionais básicas da álgebra de Boole, como a operação AND. Em elétrica a
operação AND corresponde a associação em série de contatos, como indicado na Figura 4.

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Outra operação lógica básica é a função OR, que corresponde a associação em paralelo de
contatos, como indicado na Figura 5.

Pode-se afirmar que todas as funções lógicas combinacionais podem ser desenvolvidas em
programação e executadas pelos CLP, uma vez que todas derivam dos conceitos básicos
das funções lógicas: AND, OR e NOT.

A flexibilidade dos CLP é notória, pois as alterações lógicas podem ocorrer com grande
facilidade, sem que sejam necessárias alterações do hardware ou inclusão de componentes
eletrônicos ou elétricos. Esta é a principal característica dos sistemas de automação
flexíveis e o que faz dos CLP ferramentas de grande aplicação nas estruturas de
automação.

Além da linguagem LADDER, existem outras formas de programação características de


cada fabricante.

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8.3.2 - Vantagens do CLP/LADDER


 Possibilidade de rápida de adaptação do programador,
 Fácil recomposição do diagrama original a partir do programa de aplicação,
 Fácil visualização dos estados das variáveis sobre o diagrama LADDER, permitindo
uma rápida manutenção do software.
 Documentação fácil e clara,
 Símbolos padronizados e mundialmente aceitos pelos usuários, fabricantes e
indústrias.
 Ocupam menos espaço;
 Requerem menor potência elétrica;
 Podem ser reutilizados;
 São programáveis, permitindo alterar os parâmetros de controle;
 Têm maior confiabilidade;
 Sua manutenção é mais fácil;
 Oferecem maior flexibilidade;
 Permitem interface de comunicação com outros CLPs e computadores de controle;
 Permitem maior rapidez na elaboração do projeto do sistema.

8.3.3 - Desvantagens
 Utilização em lógicas mais complexas e extensas, torna-se mais difícil,
 Edição mais lenta, e
 Programadores que não conhecem operação/lógica de relés tem mais dificuldades.

A criação de diversos modelos de equipamentos dedicados à automação industrial gerou


uma grande variedade de equipamentos e como consequência uma incompatibilidade das
características com referência a programação desses equipamentos e para tentar
minimizar este problema foi criada uma normatização internacional, sendo a norma IEC
61.131.

8.4 - A Norma IEC 61.131

Para atender às demandas da indústria internacional, foi formado um grupo de trabalho


dentro da International Electrotechnical Commission (IEC) para avaliar o projeto
completo de controladores lógicos programáveis, incluindo hardware, instalação,

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testes, documentação, programação e comunicação. Algumas forças tarefas de


especialistas foram então estabelecidas para desenvolver as diferentes partes do
padrão recebendo o objetivo primário de desenvolver um novo padrão de linguagens
de programação de CLPs, sendo então definida a Norma IEC 61.131 (constituída de 8
partes).

Atualmente, apenas algumas especificações e testes de certificação estão disponíveis


para esta norma, fazendo com que o número de produtos certificados seja modesto,
porém é notória a tendência dos fabricantes em atender às características da IEC
61.131 Parte 3: Padronização Internacional de Linguagens, estrutura de software e
execução de programas em CLPs .

8.5 - Sistema Supervisório


Os projetos de automação e controle, envolvendo CLP, reduzem o trabalho de
desenvolvimento de hardware dos circuitos lógicos do acionamento, bem como os
dispositivos de potência para acionamento de cargas e dos atuadores, uma vez que se
pode escolher módulos de saída prontos, adequados ao tipo de carga que se deseja acionar
e controlar este sistema através de um supervisório, o qual lê e escreve na memória do
CLP, permitindo a atualização das telas e da IHM.

O supervisório é um software destinado a promover a interface homem/máquina,


proporcionando a supervisão de um processo através de telas devidamente configuradas.
Possui telas que representam o processo que podem ser animadas em função das
informações recebidas pelo CLP, controlador, etc. Por exemplo: no acionamento de uma
bomba, a representação na tela mudará de cor informando que a mesma está ligada; se
um determinado nível varia no campo, a representação na tela mudará informando a
alteração de nível.

O elo de comunicação entre a IHM e o PLC (ou outro equipamento de controle monitorado)
normalmente se dá por meio de um protocolo de comunicação específico que reproduz na
IHM as variáveis do processo através de Tags.

Uma Tag representa uma variável na IHM que pode ser do tipo discreto, numérico ou
alfanumérico.
Devido à bidirecionalidade do sentido de comunicação entre PLC e IHM, uma Tag pode
tanto monitorar o status do controlador, como também enviar valores (ou setpoints –
valores predefinidos) a ele.

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As IHMs podem liberar a CPU do controlador da monitoração de situações anômalas do


processo pela geração de sinais de alarme. Tal procedimento é feito pela constante
monitoração das Tags suscetíveis a falhas por parte da IHM que podem, inclusive, ter a
vantagem de, em ocorrências, sugerir ao operador que providências devem ser tomadas
diante do defeito ocorrido.

Em situação similar, a IHM pode simplesmente alertar o operador sobre a troca de situação
do processo, por meio da geração de sinais de eventos que são obtidos pela monitoração
das variáveis pertinentes.

Esses recursos por si mesmo já justificariam o uso de uma IHM. Porém, mais do que isto,
em grande parte dos casos, permitem ainda o registro histórico (pelo armazenamento de
dados) “log dos eventos e alarmes”, de forma a permitir posterior análise de ocorrências
pela engenharia de processos, permitindo, desta forma, a obtenção de dados para controle
estatístico, bem como de consulta e análise de históricos, plotagem e diversos outros tipos
de relatórios e gráficos de tendência.

É exatamente por intermédio de arquivos de receitas, históricos, linguagem de


programação interativa (scripts), entre outros, que os supervisórios/softwares de
supervisão e controle devem se comunicar com diferentes tipos de bancos de dados,
possibilitando enviar ou receber informações geradas pelo e para o chão de fábrica. Isto é
possível por meio da ferramenta ODBC (Open Data Base Connectivity) que permite enviar
informações vindas da rede corporativa automaticamente para o processo.

Outras tecnologias estão facilitando e aumentando a eficiência, o grau de flexibilidade e de


controle do processo fabril, pelos sistemas de supervisão, como, por exemplo, a tendência
da engenharia de software de desenvolvimento de programas por componentes (módulos
que se integram perfeitamente com todo o sistema); recursos de captura, registro e
transmissão digital de imagens em tempo real; sistemas de supervisão, gerenciamento e
distribuição de informações por meio da Internet; dentre outras facilidades.

Um recurso interessante disponível nas IHMs é o armazenamento de conjuntos de


setpoints, gravados em arquivos que, ao serem enviados ao controlador, definem as
diversas parametrizações do sistema, ou receitas de produção. Assim, torna-se possível,
por exemplo, alterar rapidamente a produção de um determinado tipo de peça para um
outro tipo, ao simples enviar de um único comando por parte do operador.
Atualmente o mercado disponibiliza vários programas supervisórios, tais como: INTOUCH,
ELIPSE, AIMEX, FIX-32, VIEW, CIMPLIST e outros.

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Abaixo tem-se um diagrama básico de como um sistema supervisório está conectado a um


CLP.

Figura 6 - Diagrama básico de interligação de um CLP com o Sistema Supervisório

O papel do supervisório mediante a atual realidade tecnológica é complexo e vital. Tal


como um canivete suíço, os supervisórios de última geração devem ser multifuncionais e
permitir muito mais do que a mera operação do processo.

O uso do supervisório abriu um universo de possibilidades. Ao tornar a operação de suas


plantas mais eficiente e confiável, através da visualização dos dados de processo em tempo
real, as indústrias passaram a basear seus relatórios e ferramentas gerenciais nos dados
provindos do sistema de supervisão. Essa demanda, aliada à evolução tecnológica dos
computadores e à acirrada concorrência entre os fabricantes, fez com que a tecnologia
SCADA (Supervisory Control and Data Aquisition), passasse continuamente por melhorias
e modificações em sua estrutura.

Com a evolução da tecnologia, foram incorporadas funções nunca antes imaginadas para
um sistema supervisório. Sempre baseadas nas necessidades e requisições dos usuários
finais, são implementadas ferramentas para as mais diversas finalidades. Em suma, a
evolução tecnológica dos sistemas supervisórios trouxe aos seus usuários inúmeros
benefícios e o uso desta tecnologia e de todas as suas funcionalidades traz, inegavelmente,
maior conhecimento, eficiência, qualidade e confiabilidade à operação das modernas
plantas industriais.
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8.6 - Exercícios Propostos

a) Defina Automação Industrial.


b) Explique o princípio de funcionamento de um CLP.
c) O que é um Sistema Supervisório.
d) Através de um simulador LADDER, implemente os principais conceitos vistos em
CEL: Lógicas E e OU, Selo e Intertravamento.
e) Implemente, através do simulador LADDER, as partidas eletromecânicas, estudadas
no Capítulo 5.

Referências Bibliográficas
FILHO G. F. e Dias R.A. - Comandos Elétricos. 1ª Ed. São Paulo: Editora Érica 2014.
ROQUE, Luiz A. O. L. Automação de Processos Com Linguagem Ladder e Sistemas
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Prof: Jomar Bueno 109/109 jomar.bueno@unesp.br

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