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PROF.

AQUILES ROSSONI

PROJETOS
ELÉTRICOS
INDUSTRIAIS
Aulas 08 - Proteção de sobrecorrente em sistemas
elétricos industriais (Parte 1): conceitos gerais e
circuitos terminais (geral e motores)
PROTEÇÕES EM INSTALAÇÃO INDUSTRIAL –
CONCEITOS GERAIS
Unifilar com as proteções:

Disjuntor de entrada no lado primário (média


tensão) comandado por relé com medição
através de TC

Proteção de entrada do QGF através de fusível


(F) e/ou disjuntor (D)

Proteção de quadros (CCMs e QDFLS) no QGF


através de fusíveis e/ou disjuntor

Proteção de entrada de quadros (CCMs e


QDFLS) através de fusíveis e/ou disjuntor (nem
sempre adotado)
[1]
Unifilar com as proteções:

Proteção de circuitos terminais de tomadas e


iluminação através de disjuntores

Proteção de motores através de fusível e relé


térmico, disjuntor magnético e relé térmico (R),
disjuntor termomagnético (disjuntor motor),
outras configurações

A ênfase será dada na proteção de


sobrecorrente (sobrecarga e curto-circuito),
sendo que podem ser incorporadas outras
funções, como subtensão e ausência de fase

[1]
Elementos possuem curvas de atuação (com ajuste ou não) e capacidade de
interrupção de curto-circuito:

[1]
Elementos possuem curvas de atuação (com ajuste ou não) e capacidade de
interrupção de curto-circuito:

[1]
Critérios gerais para as proteções:
A corrente de ajuste (atuação da proteção) deve se superior a corrente
nominal do circuito (equipamento ou quadro). Esta também deve ser inferior a
corrente de suportabilidade em regime permanente do condutor do circuito e
do equipamento
A curva de atuação deve proteger os equipamentos contra sobrecarga e,
também, permitir a partida/energização do equipamento (por exemplo, motores
e transformadores)
Deve possuir a capacidade de interromper a corrente de curto-circuito do
quadro em que está instalado
O tempo de atuação para a corrente de curto-circuito deve ser inferior ao
tempo capaz de danificar o condutor
Os equipamentos devem atuar de forma seletiva (desenergizar parte em
falha) e coordenada (sem atuações múltiplas ou indevidas) para as correntes
de curto-circuito [1]
PROTEÇÕES EM INSTALAÇÃO INDUSTRIAL –
PROTEÇÃO DE CIRCUITOS TERMINAIS DE
ILUMINAÇÃO/TOMADAS NOS QDFLS
Proteção de sobrecarga e curto-circuito com disjuntor termomagnético,
podendo ser através de fusível. A adição de fusível em série com o disjuntor é
utilizada para limitar a corrente de curto-circuito, se o disjuntor não tiver
capacidade de interrupção da corrente de curto-circuito
[1]
WEG: capacidade de interrupção de 20 kA (depende da corrente/modelo – ver
catálogo)
WEG: capacidade de interrupção de 20 kA (depende da corrente/modelo – ver
catálogo)
Em [1] é feita correção para disjuntor “não tropicalizado”, porém, normalmente
os disjuntores consideram temperaturas ambientes de 30 graus (ver próximo
slide)
Exemplo de variação de corrente de atuação para temperaturas diferentes:
Exemplos de disjuntores em caixa moldada: Corrente usual de atuação entre
atuação entre 1,05-1,35 In

[1]
Exemplos de curva para disjuntor em caixa moldada:

[1]
Fusíveis NH

[1]
Fusíveis NH

[1]
Limitação da corrente de curto-circuito

[1]
Sobrecarga: a corrente do circuito Ic (Im ou It) é calculada a partir da
potência do circuito:

Também é considerada a corrente nominal do condutor Inc, de acordo com o


número de condutores carregados e o método de instalação.
(Obs: dados já conhecidos do dimensionamento do condutor pelo critério de
corrente)
Para condição de sobrecarga:

Sendo In acorrente nominal do disjuntor ou corrente de ajuste (se ajustável)

[1]
Sendo Ia acorrente convencional de atuação para disjuntores, ou corrente
convencional de fusão, para fusíveis. A condição da esquerda é aplicável
quando a temperatura limite de sobrecarga dos condutores não venha a ser
mantida por um tempo superior a 100 h durante 12 meses consecutivos, ou
por 500 h ao longo da vida útil do condutor. Utilizando o critério de corrente,
esta temperatura é ultrapassada se a corrente ultrapassa a capacidade do
cabo (de acordo com o método e número de condutores carregados –
método de dimensionamento pela corrente). Portanto, utilizado este critério é
plausível considerar a relação a esquerda.
O valor nominal do fusível pode ser selecionado por:

[1]
Curto-circuito: para disjuntores, a corrente de interrupção Ird, deve ser
superior a corrente de curto-circuito trifásico Ics do quadro em que está
instalado (fase-terra se for circuito monofásico).

Caso a condição acima não seja satisfeita, uma solução é adicionar um


fusível para limitar a corrente de curto-circuito, obtendo a corrente de corte
Icorte. Sendo feita então a verificação:

O tempo de atuação da proteção para o curto-circuito deve ser inferior ao


tempo de suportabilidade do condutor. O tempo de suportabilidade pode ser
analisado graficamente (próximo slide) ou através da expressão (dois slides
a frente).
[1]
Seções (mm2) [1]
O tempo de atuação Ta deve ser inferior ao tempo de suportabilidade Tcs
para o curto-circuito Ics (kA), levando em consideração a seção do condutor
Sc (mm^2) e as temperaturas nominais Ti e máximas Tf suportadas pelos
cabo, definida pelo tipo de isolação (PVC/70: 70 e 160; XLPE: 90 e 250).

Esta verificação é mais usual para circuitos de motores e CCMs, onde o há


um atraso na proteção, permitindo a partida. Porém, pode ser verificada para
os demais circuitos.
[1]
Exercício 1

Determine a proteção de um circuito terminal monofásico (220 V) conectado


em um QDFL com corrente nominal de 24,7 A, sendo o condutor utilizado de
16 mm^2 (PVC/70), com valor limite de de 68 A para o método de instalação
utilizado. A corrente de curto-circuito no QDFL é igual a 16,5 kA.

[1]
R. Opção 1: disjuntor slide 14. Escolha de In de 40 A, atendendo a condição

Porém,
Condição não atendia. Pode ser adicionado um fusível NH (slides 16-17).
Escolhido o de Inf 32 A, atendendo a condição:

A corrente de corte Icorte (slide 17) é aproximadamente 4 kA, atendendo a


condição:
O tempo de atuação para a corrente de curto-circuito é instantânea (10 ms)
para o fusível, atendendo a condição:

Omitindo o cálculo de Tcs [1]


R. Opção 2: WEG MDWH. Escolha de In de 40 A, atendendo as condições

Atuação instantânea, mesma


análise anterior.
NBR NM 60896: Disjuntores para proteção de sobrecorrentes para
instalações domésticas e similares
NBR IEC 60947-2: Dispositivo de manobra e comando de baixa tensão - Parte
2: Disjuntores (instalações industriais)
[1]
PROTEÇÕES EM INSTALAÇÃO INDUSTRIAL –
PROTEÇÃO DE CIRCUITO TERMINAL DE MOTOR
Proteção de sobrecarga e curto-circuito: relé-térmico (sobrecarga) e fusível
(curto-circuito) ou disjuntor-motor magnético (curto-circuito); ou com
disjuntor-motor termomagnético (sobrecarga e curto-circuito). O disjuntor
termomagnético pode ser protegido por fusível, se não possuir a capacidade
de interrupção de curto-circuito.
[1]
Exemplos de relés-
térmicos

[1]
Exemplos de relés-térmicos

[1]
Exemplos de disjuntor-motor WEG

[1]
Exemplos de disjuntor-motor WEG

[1]
Sobrecarga: além da característica apresentada anteriormente (corrente de
ajuste superior a corrente nominal do motor – próximo a este valor, fator de
serviço do motor – e inferior a corrente nominal do condutor) o tempo de
atuação da proteção deve ser superior ao tempo de partida do motor Tpm e
inferior ao tempo de rotor bloqueado (tempo de limite térmico do motor em
condição de corrente de partida – Tabela da Aula 2):

Curto-circuito: são utilizados os mesmos critérios anteriores para a proteção


do condutor e para a capacidade de interrupção de curto-circuito (se utilizar
disjuntor), mais a condição que a corrente de partida deve ser permitida, ou
seja (necessária duas verificações, caso sejam utilizados proteções
diferentes, senão, já verificada no critério anterior):

[1]
A escolha do fusível pode ser feita utilizando a regra abaixo (ou analisando a
curva graficamente):

[1]
Exercício 2
Determine a proteção de um circuito terminal de um motor de 30 cv
conectado em um CCM com corrente nominal de 43,3 A, sendo a corrente de
partida 6,7 vezes superior. A partida é feita de forma direta, sendo o condutor
utilizado de 10 mm^2 (PVC/70) e o método de instalação 61A (referência D).
A corrente de curto-circuito no CCM é 25,6 kA. Considere o tempo de partida
igual a 3 s. Obs: o limite térmico do cabo precisa ser verificado na
norma/livro ou na Aula 3 e o tempo de rotor bloqueado é obtido com os
fabricantes ou exemplos da Aula 2
Exercício 2
R. Opção 1: relé-térmico Siemens (sobrecarga) e fusível NH (curto-circuito)
Relé térmico 3UA58-00-2F (faixa de ajuste entre 32-50 A), ajuste em 44 A,
logo atendendo a condição:

A corrente de partida é 290 A, que corresponde a 6,7 vezes a corrente de


ajuste Ia, obtendo um tempo de atuação (slide 29) igual a 6 s, logo atendendo
a condição:

A escolha do fusível é dada por:


Sendo escolhido o NH de 100 A. Para a corrente de partida, o tempo de
começo de atuação é entre 4-10s, logo, atende a condição:

Para o curto-circuito, o fusível atua de forma instantânea (10 ms), portanto,


atende a condição (cálculo de Tcs omitido):
Exercício 2
R. Opção 2: disjuntor-motor termomagnético da WEG:
Disjuntor de 50 A com ajuste em 44 A, sendo a corrente de atuação próxima
da de ajuste, logo:

A corrente de partida é 6,7 vezes a corrente de ajuste, resultando em um


tempo de atuação (slide 29) de 6 s e atendendo a condição:

O ajuste instantâneo deste disjunto é fixo em 650 A. Para o curto-circuito,


este atua de forma instantânea, portanto, atende a condição (cálculo de Tcs
omitido):
Referências
[[1] MAMEDE FILHO, J. Instalações elétricas industriais

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