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DESCRIÇÃO

Métodos e fundamentos para executar a proteção de sistemas de distribuição. Identificação dos dispositivos de proteção,
bem como seu funcionamento, aplicabilidade, esquemas e arranjos de coordenação.

PROPÓSITO
Apresentar os métodos e fundamentos de proteção para sistemas de distribuição de energia elétrica. Identificar os
dispositivos de proteção e suas características. Por fim, conhecer os esquemas e arranjos de emprego e coordenação de
dispositivos para garantir segurança às instalações e aos usuários.

PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o estudo deste tema, tenha em mãos papel, caneta e uma calculadora, ou use a calculadora de seu
smartphone/computador.

OBJETIVOS

MÓDULO 1

Descrever métodos e fundamentos da proteção de sistemas de distribuição

MÓDULO 2

Identificar os dispositivos de proteção e suas características

MÓDULO 3

Reconhecer os princípios básicos de funcionamento, esquemas e arranjos típicos de emprego dos dispositivos de proteção,
e coordenação de proteção
INTRODUÇÃO
Neste tema, vamos conhecer os princípios básicos de proteção de sistemas de distribuição. Para começarmos,
assista ao vídeo a seguir.

Considerando as falhas e anormalidades que ocorrem nos sistemas elétricos de potência quando fornecem energia, um
sistema de proteção, ao perceber operação fora do usual, visa garantir que a parte afetada do sistema elétrico seja
desconectada para evitar danos às instalações e a seus usuários.

A finalidade de um bom projeto de proteção de sistemas de distribuição é reduzir os custos de eventuais reparos, limitar a
propagação do defeito, minimizar o tempo de equipamentos indisponíveis, evitar perdas de produção em setores industriais
e comerciais, dentre outros.

MÓDULO 1

 Descrever métodos e fundamentos da proteção de sistemas de distribuição

SISTEMAS DE PROTEÇÃO
Para iniciar este módulo, assista ao vídeo a seguir no qual serão tratados os métodos e filosofia sobre proteção de
sistemas de distribuição.
Um sistema de proteção fornece as informações relativas aos defeitos ocorridos, objetivando a correção e recuperação do
sistema protegido. Outras vantagens são melhorar a continuidade do fornecimento de energia e diminuir as despesas com
manutenção corretiva.

De forma geral, os defeitos são percebidos quando há elevação da corrente, elevação ou redução da tensão, inversão do
sentido da corrente ou alteração do valor de impedância do sistema. À elevação da corrente frequentemente se sucede um
curto-circuito. Além da variação da corrente, o curto-circuito também causa distúrbios no nível de tensão. Ambos os
defeitos podem provocar prejuízos às instalações. O curto-circuito é a ligação direta entre as três fases, entre duas fases
quaisquer ou entre uma fase e a terra. Trata-se de falha mais severa se comparada a sobrecargas, que, similarmente aos
curtos-circuitos, causam elevação da corrente, mas em um nível moderado.

CURTO-CIRCUITO

O nível de curto-circuito permite o dimensionamento dos dispositivos de proteção e seu correto ajuste, para atender as
demandas de coordenação e tempo de atuação. O nível de curto-circuito depende apenas da topologia e dos componentes
do circuito a montante, portanto é indiferente à carga instantânea; além disso, seu cálculo depende dos diagramas de
sequências de fase (positiva, negativa e zero). São quatro os tipos de curto-circuito: trifásico, bifásico (representando 11%
das faltas), bifásico-terra, fase-terra (representando 79% das faltas).

REQUISITOS DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO


A elaboração de um sistema de proteção eficiente leva em conta alguns fundamentos:

SELETIVIDADE
Em um sistema elétrico existem diversos dispositivos de proteção. Imagine uma instalação com um quadro geral de
distribuição de energia cujo diagrama unifilar está representado na figura 1.

 Figura 1 – Exemplo de diagrama unifilar

Caso haja uma falha no circuito de tomadas do hall, em um sistema cujo projeto se preocupou com a seletividade entre os
dispositivos, o primeiro disjuntor a atuar seria o DJ 5. Assim, apenas esse circuito fica fora de operação. Se não houver
seletividade, os disjuntores DJ 8 e DJ 9 podem atuar antes do DJ 5, deixando outros circuitos inoperantes de forma
desnecessária.

ZONAS DE ATUAÇÃO
O dispositivo de proteção deve conseguir identificar se a falha é interna ou externa à sua zona de atuação. Se o defeito
ocorre fora da zona protegida, o dispositivo não atua.

VELOCIDADE
A velocidade com que o dispositivo de proteção atua sobre o sistema pode reduzir ou evitar danos; logo, o ideal é que o
desligamento do trecho afetado seja no menor tempo possível dentro de cada situação. O tempo de atuação dos elementos
de proteção pode ser definido e isso é importante para garantir a seletividade do sistema de proteção.

SENSIBILIDADE
É a capacidade que o sistema tem para reconhecer com precisão os valores indicados para sua operação.

CONFIABILIDADE
É a probabilidade de o sistema de proteção funcionar com segurança e exatidão, sob todas as circunstâncias.

AUTOMAÇÃO
Os elementos de proteção podem atuar automaticamente quando as condições de operação são atendidas.
TIPOS DE PROTEÇÃO
Conforme comentado, existem diversas falhas possíveis em instalações elétricas. A fim de minimizar os efeitos desses
eventos, emprega-se um conjunto de dispositivos, cada um tendo sua função e condições de operação. Vamos conhecê-
los!

PROTEÇÃO DE SOBRECORRENTE

A sobrecorrente é dividida pelo nível de elevação da corrente, vejamos:

QUANDO AS VARIAÇÕES DE CORRENTE SÃO MODERADAS, TEM-SE A


SOBRECARGA.

QUANDO AS VARIAÇÕES DE CORRENTE SÃO EXTREMAS, TEM-SE O


CURTO-CIRCUITO.

Em determinadas situações, o sistema de proteção deve ser projetado de forma a permitir uma sobrecarga definida e por
tempo limitado.

 EXEMPLO

Como exemplo, podemos citar os transformadores de potência, que podem atuar em sobrecarga sem
prejudicar o restante da instalação. Outro exemplo são os motores de indução, que possuem correntes de
partida elevadas, as quais devem ser suportadas.
Quando os limites permitidos são ultrapassados, os elementos de proteção devem agir para interromper a falha.
Normalmente, para sobrecargas, são aplicados relés térmicos. Já os curtos-circuitos, que causam avarias maiores, devem
ser limitados em um intervalo de tempo menor. Portanto, os dispositivos de proteção, cuja função é operar em curtos-
circuitos, devem ser rápidos em sua atuação, como, por exemplo, um fusível.

PROTEÇÃO DE SOBRETENSÃO

As descargas atmosféricas, a manobra de equipamentos e os curtos-circuitos monopolares provocam as sobretensões. Um


sistema elétrico, em funcionamento normal, pode suportar trabalhar com nível de tensão de até 110 % do valor nominal da
tensão. Os relés de sobretensão têm atuação instantânea e temporizada, acionando os disjuntores quando o valor da
tensão é detectado acima do limite estabelecido.

 VOCÊ SABIA

As descargas atmosféricas causam prejuízos às redes elétricas quando são diretas e indiretas. As descargas
diretas atingem mais as redes aéreas de baixa e média tensão, devido ao baixo grau de isolamento. No
entanto, as redes de distribuição localizadas em áreas urbanas têm menor probabilidade de ser atingidas
pois há edificações, árvores e outras linhas que funcionam como uma proteção natural.

Para evitar as descargas diretas, as redes elétricas têm cabos de guarda, que funcionam como para-raios, ou têm para-
raios atmosféricos de haste (figura 2).
 Figura 2 – Cabo de guarda ou cabo para-raio

Devido aos campos eletromagnéticos produzidos, as descargas indiretas induzem picos de tensão e corrente nas redes de
arame, nos cabos das redes elétricas, nos cabos das redes de dados e telefonia, e nas estruturas metálicas das
edificações.

PROTEÇÃO DE SUBTENSÃO

Os dispositivos de proteção de subtensão protegem, principalmente, motores e geradores. Esses equipamentos suportam
por aproximadamente dois segundos uma tensão de valor equivalente a 80 % da tensão nominal antes de atuarem.

 Relé de rádio.
PROTEÇÃO DE FREQUÊNCIA

A alteração da velocidade de máquinas girantes pode ter como resultado eventos de sobrefrequência ou subfrequência,
além de aquecimentos e vibrações no sistema elétrico. A variação da frequência atinge a qualidade da energia fornecida.
Normalmente, as proteções impedem que um sistema de 60 Hz opere fora da faixa de 58 Hz e 62 Hz.

SELETIVIDADE
Há três critérios que podem ser utilizados para projetar a seletividade de um sistema de proteção:
POR VALOR DE CORRENTE

POR TEMPO DE ATUAÇÃO

POR LÓGICA

SELETIVIDADE AMPERIMÉTRICA
Método empregado no primário de transformadores, com elos fusíveis, dispositivos instantâneos. A corrente de curto-circuito
aumenta à medida que o ponto de defeito se aproxima da fonte de alimentação, ou seja, o dispositivo a jusante vê uma
corrente menor do que a corrente vista pelo dispositivo a montante da falha. Isso ocorre quando há uma impedância
considerável entre os pontos em que se deseja impor a seletividade. A figura 3 ilustra esse processo:

 Figura 3 – Seletividade amperimétrica

Para que a seletividade seja efetiva, deve-se respeitar estas condições:

A corrente de atuação do primeiro dispositivo de proteção a montante da falha, IDP1, deve ser inferior em relação à corrente

de curto-circuito da zona de proteção.

A corrente de atuação dos demais dispositivos de proteção a montante da falha, IDPn, deve ser superior em relação à

corrente de curto-circuito.

IDP1 ≤ 0,8 . ICS

IDPn > ICS

SELETIVIDADE CRONOLÓGICA

Nesse método utilizam-se os ajustes de temporização dos dispositivos. Os elementos de proteção a montante e mais
afastados da falha têm sua atuação retardada, permitindo que os elementos próximos ao defeito atuem primeiro. A diferença
de tempo de atuação deve considerar o tempo de abertura do dispositivo acrescido de um tempo de incerteza. Esse período
chama-se intervalo de coordenação. A figura 4 ilustra esse processo:
 Figura 4 – Seletividade cronológica

 ATENÇÃO

A seletividade cronométrica não é vantajosa em sistema de distribuição que possui muitas subestações em
série, pois à medida que se aproxima da fonte, o tempo de atuação torna-se elevado em demasia. Para
casos com mais de três níveis de coordenação, não é indicado o uso de atuação por tempo definido. Ao
permitir que uma corrente de defeito circule por tanto tempo, provoca-se queda de tensão no sistema,
prejudicando o restante das cargas.

SELETIVIDADE LÓGICA

Esse método, ideal para casos de níveis de curto-circuito muito próximos, surgiu com a aplicação dos relés digitais e
permite que os dispositivos atuem mais rapidamente do que em outros esquemas. Na seletividade lógica, diversos níveis de
proteção têm comunicação entre si. Assim, quando uma proteção falha, outra é logo acionada. Nesse caso, também é
utilizada a temporização dos relés a montante, mas não se tem o mesmo problema que ocorre com a seletividade
cronológica, pois as temporizações estão na ordem de 50 a 100 ms. A figura 5 ilustra esse processo:
 Figura 5 – Seletividade lógica

SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO
Existem alguns critérios básicos para proteção de sistemas de distribuição:

Empregam-se chaves fusíveis no primário dos transformadores de distribuição.


Empregam-se, preferencialmente, chaves fusíveis no início de ramais, mas religadores ou seccionadores podem ser usados
também.

Empregam-se chaves fusíveis, religadores ou seccionadores no percurso de linhas longas de distribuição, onde for
necessário (como, por exemplo, após cargas que requerem continuidade no fornecimento de energia).
Não se empregam mais de duas chaves fusíveis em série numa linha de distribuição. Se forem necessárias mais proteções,
deve-se usar seccionadores.

Vale por fim destacar que as principais funções utilizadas em redes de distribuição são as proteções temporizadas e
instantâneas de fase e de neutro, proteção de sobretensão, proteção de subtensão e religamento.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 2

 Identificar os dispositivos de proteção e suas características

DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO
Para iniciar este módulo, assista ao vídeo a seguir que trata dos dispositivos de proteção existentes: disjuntores
(comandados por relés), religadores, seccionadores, chave/elo fusível.
Já vimos que há diversos dispositivos de proteção que auxiliam a garantir o fornecimento de energia com segurança e
eficiência, dentre eles: chaves fusíveis, disjuntores comandados por relés, religadores e seccionadores. Vamos conhecê-los
com mais detalhes a seguir.

CHAVE FUSÍVEL

São os equipamentos de proteção mais usados em redes de distribuição urbanas e rurais.

A chave fusível (figura 1) é um dispositivo unipolar composto por um elo fusível – elemento metálico e sensível a elevadas
correntes elétricas que se funde num intervalo de tempo inversamente proporcional ao valor de corrente. A interrupção da
corrente elétrica não ocorre necessariamente quando o elo se funde; muitas vezes um arco elétrico continua entre os
terminais. O elo fusível tem um tubinho protetor que, quando aquecido, libera gases que ajudam na extinção do arco
elétrico.

 Figura 1 – Chave fusível

Os elos fusíveis se classificam de acordo com suas características:


TIPO H
São aplicados na proteção de primário de transformadores de distribuição. Conhecidos como fusíveis de alto surto, têm
atuação lenta e, por isso, não operam durante a energização de transformadores. São fabricados nas correntes nominais:
0,5 A, 1 A, 2 A, 3 A e 5 A.

TIPO K
Conhecidos pela rápida atuação, são aplicados na proteção de redes aéreas e de transformadores de distribuição. Os
fusíveis preferenciais são fabricados nas correntes nominais: 6 A, 10 A, 15 A, 25 A, 40 A, 65 A, 100 A, 140 A e 200 A. Os
fusíveis não preferenciais são fabricados nas correntes nominais: 8 A, 12 A, 20 A, 30 A, 50 A e 80 A.

TIPO T
Também são aplicados na proteção de redes aéreas de distribuição, mas conhecidos pela lenta atuação. São fabricados
nos mesmos valores de corrente nominal do tipo K.

Para a escolha do elo fusível na proteção do primário dos transformadores, utiliza-se a potência nominal como referência.
Observe a tabela 1 a seguir. Nos casos em que ocorre acionamento frequente do elo, pode-se utilizar um elo com corrente
nominal acima da indicada.

Potência do transformador Transformador Transformador monofásico Transformador


(kVA) monofásico MRT trifásico

3 0,5H 0,5H -

5 0,5H 0,5H 0,5H

7,5 0,5H 1H -

10 1H 2H 0,5H

15 1H 2H 0,5H

25 2H 3H 1H

30 2H 5H 2H

37,5 3H 5H 2H

75 - - 3H

112,5 - - 5H

150 - - 6K
Potência do transformador Transformador Transformador monofásico Transformador
(kVA) monofásico MRT trifásico

225 - - 10K

300 - - 15K

500 - - 20K

 Tabela 1 – Escolha de elo fusível para transformadores em redes de 13,8 kV

Para a escolha do elo fusível na proteção de redes aéreas de distribuição, a corrente nominal deve ser pelo menos 150 %
do valor da corrente máxima prevista no projeto. Isso porque é preciso prever o crescimento da carga por um período de
pelo menos cinco anos e considerar eventuais cargas que serão alimentadas nos momentos de manutenção de outros
ramais.

DISJUNTORES COMANDADOS POR RELÉ

Nos sistemas de distribuição de energia, os alimentadores podem ser protegidos por disjuntores comandados por relés de
sobrecorrente. Os disjuntores devem ter tensão nominal adequada ao sistema protegido, sua capacidade nominal deve
considerar o crescimento da carga no longo prazo e sua capacidade de interrupção deve ser compatível com as correntes
de curto-circuito.

RELÉ DE SOBRECORRENTE

Dispositivo que vigia o sistema e, a todo instante, compara a corrente medida com sua corrente de ajuste. Quando a
corrente ultrapassar o valor da corrente de ajuste, o relé atua de forma temporizada ou instantânea comandando outros
dispositivos como disjuntores.

Os relés que comandam os disjuntores têm suas características conforme seu uso: fase ou neutro, unidade temporizada ou
instantânea. Veja a figura 2.
 Figura 2 – Esquema de ligação disjuntor trifásico e relé 50/51 e 50/51N

No estudo de proteção de sistemas elétricos de potência, cada função tem um número relacionado. O relé 50 refere-se ao
relé de sobrecorrente com atuação instantânea; e o 50N, ao relé de sobrecorrente instantâneo de neutro. O relé 51 refere-
se ao relé de sobrecorrente com atuação temporizada, podendo ser tempo definido ou tempo inverso. Já o 51N, ao relé de
sobrecorrente temporizado de neutro. O disjuntor de corrente alternada tem a função 52.

FUNÇÃO

As denominações mais comuns de relé são:


50 – relé de sobrecorrente instantâneo
51 – relé de sobrecorrente temporizado
52 – disjuntor de corrente alternada
59 – relé de sobretensão
67 – relé de sobrecorrente direcional
79 – relé de religamento em corrente alternada
81 – relé de frequência

Conheça agora os tipos de relé:

Relé de sobrecorrente de fase – unidade temporizada

A corrente de ajuste da função 51 é dada por:

K.Icmax
I51 =
RT C

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal


Na equação, K é o valor de sobrecarga admissível, normalmente entre 1,2 e 1,5; Icmax é a corrente do alimentador na carga

máxima; e RTC, a relação de transformação do TC.

Os relés funcionam de acordo com curvas fixas, chamadas curvas de temporização. Cada curva é identificada por um
número múltiplo da corrente ajustada. Então, a regulagem do relé é feita por meio da escolha da curva de atuação, ou seja,
a partir da definição do múltiplo:

Im
M =
RT C.I51

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Na equação, Im é a máxima corrente admitida no circuito, por exemplo, uma corrente de sobrecarga ou de curto-circuito. As

curvas dos relés temporizados podem ser de tempo definido ou tempo inverso (inverso, moderadamente inverso, muito
inverso e extremamente inverso). Veja a figura 3.

 Figura 3 – Exemplo de curvas normalmente inversas do relé de sobrecorrente

 VOCÊ SABIA

O tempo de atuação dos relés depende do valor da corrente de ajuste. As curvas temporizadas inversas são
descritas como:

K.dt
t = ∝
M −1
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Na equação, K é a constante que caracteriza o relé; dt é o ajuste de tempo de atuação; M é o múltiplo da corrente de
atuação; e ∝, a constante que caracteriza a curva. Veja a tabela 2.

Curva Normalmente inversa NI Muito inversa MI Extremamente inversa EI Tempo longo

K 0,14 13,5 80 80

∝ 0,02 1 2 1

 Tabela 2 – Valores das constantes K e ∝ para as curvas do relé de sobrecorrente

Relé de sobrecorrente de fase – unidade instantânea

A corrente de ajuste da função 50 deve considerar que o dispositivo de proteção atue para qualquer falha dentro da zona
protegida pelo disjuntor e de forma que não opere com a energização do transformador.

 VOCÊ SABIA

A corrente de magnetização do transformador ou de um conjunto de transformadores deve ser considerada


para o ajuste da proteção. Conhecendo a potência dos transformadores, calcula-se a corrente de
magnetização.

Para transformadores a óleo de até 2000 kVA, pode-se calcular como sendo oito vezes a corrente nominal.

8.Pn
Imag =
√3.Vp

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Na equação, Pn é a potência nominal do transformador e Vp , a tensão no primário.

Para transformadores com isolamento e encapsulamento em epóxi, a corrente de magnetização é igual a 16 vezes a
corrente nominal. Para transformadores de potência superior a 2000 kVA, o valor deve ser informado pelo fabricante.
Quando há mais de um transformador, calcula-se a corrente de magnetização como sendo a do maior transformador, mais
as correntes nominais dos demais equipamentos.
Relé de sobrecorrente de neutro – unidade temporizada

A corrente de ajuste da função 51 é dada por:

K.Icmax
I51 =
RT C

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Na equação, K é o valor de desequilíbrio das correntes e erros no nível de saturação dos TC, normalmente entre 0,1 e 0,3.

Nesse caso, o ajuste deve considerar sua operação baseado no valor de corrente de curto-circuito fase-terra do trecho
protegido.

Relé de sobrecorrente de neutro – unidade instantânea

Nesse caso, o ajuste também deve basear sua operação no valor de corrente de curto-circuito fase-terra do trecho
protegido. Após todos os ajustes, a curva de operação de um relé fica conforme a figura 4.

 Figura 4 – Exemplo de curva de relé de sobrecorrente


RELIGADOR

Dentre os curtos-circuitos, o mais comum é o monofásico a terra. Sabe-se, ainda, que apenas 8 a 13 % deles são curtos-
circuitos permanentes em redes de distribuição, ou seja, a proteção atua de forma definitiva no sistema e o sistema só
retorna ao funcionamento normal após manutenção. Em instalações industriais e comerciais, os curtos-circuitos são,
normalmente, permanentes. Nesses casos, não é recomendado o uso de religador.

Sendo temporária a maior parte dos curtos e pensando na continuidade do serviço de fornecimento de energia, são
empregados religadores no sistema de proteção. Quando ocorre um defeito e a proteção é ativada, o religador faz o
religamento automático do sistema. Caso o curto-circuito seja temporário, o sistema volta a operar em sua normalidade.
Caso seja permanente, a proteção irá atuar novamente. Nos sistemas aéreos de distribuição de energia, os religadores
realizam até quatro tentativas de restabelecer a linha, permitindo o ajuste para o ciclo de operação conforme as opções:

Uma operação rápida e três retardadas

Duas operações rápidas e duas retardadas

Três operações rápidas e uma retardada

Quatro operações rápidas


Os religadores podem ser monofásicos ou trifásicos; ter controle eletrônico ou por ação eletromagnética e podem ter um
meio de extinção de arco elétrico a óleo, a vácuo ou a SF6. Os religadores de interrupção em óleo podem ser monofásicos
ou trifásicos. A extinção do arco elétrico no óleo ocorre devido à decomposição das moléculas do óleo líquido, pela ação da
energia do próprio arco voltaico, que é gerada na abertura dos contatos do religador.

Esses dispositivos são classificados quanto ao tipo de instalação: subestação ou rede de distribuição. Vejamos:

RELIGADORES DE SUBESTAÇÃO
Quando se opta por empregar disjuntor em uma subestação, o projetista deve se preocupar com o fornecimento do
disjuntor, dos transformadores de corrente, do relé de religamento e dos demais materiais para seu funcionamento. Já os
religadores de subestação são um conjunto: religador, transformadores de corrente, circuitos de controle e dispositivo de
proteção. Dessa forma, os religadores tornam-se equipamentos mais práticos e até financeiramente mais vantajosos.

Os religadores também são compostos por relés de proteção de fase e de terra. O ajuste da corrente de acionamento deve
ser feito de forma que o relé atue para um valor inferior à corrente mínima de curto-circuito entre fases da zona protegida,
tanto para a unidade temporizada quanto para a instantânea. O tempo de rearme deve considerar o tempo que o relé de
sobrecorrente leva para estar apto a um novo acionamento.

RELIGADORES DE DISTRIBUIÇÃO
Esses dispositivos são instalados em postes e deseja-se que sua operação seja rápida. Caso a operação seja retardada, a
chave fusível pode atuar primeiro, impedindo o religamento do sistema.

Os religadores são empregados em pontos onde a corrente de curto-circuito não sensibiliza os demais equipamentos de
proteção, em derivações de ramais, em pontos onde há cargas com prioridade na continuidade do serviço de energia.

SECCIONADOR

Os seccionadores são equipamentos de manobra capazes de abrir e fechar circuitos em carga e, quando abertos, mantêm
entre os terminais uma distância segura de isolamento. Normalmente são acionados sem carga, pois seus contatos sofrem
desgaste quando operados sob carga, além de porem em risco a vida do operador. Observe a figura 5:
 Figura 5 – Seccionador

Podem ser unipolares ou tripolares e geralmente são empregados para manobrar circuitos e isolar equipamentos para
execução de manutenção e outros serviços. Os dispositivos tripolares são construídos de forma que sempre ocorre a
abertura e o fechamento simultâneo das três fases.

Os seccionadores de uso interno, aplicados em subestações abrigadas, são basicamente fabricados sobre uma estrutura
metálica dobrada que sustenta os três terminais. Alguns modelos são feitos com isoladores de porcelana ou de resina epóxi
e chamam-se seccionadores com buchas passantes. Ainda há os seccionadores fusíveis, nos quais há um fusível para cada
fase, de forma que o equipamento, além de seccionar, serve como proteção.

 SAIBA MAIS

Outro tipo de seccionador de uso interno é o seccionador reversível. Esse equipamento tem mais de uma
posição fechada e é empregado para transferência de carga entre circuitos.

Para redes aéreas de distribuição e subestações abertas, são usados os seccionadores para uso externo. Os dispositivos
monopolares, normalmente, são empregados nas redes de distribuição e os tripolares, nas subestações. As chaves
seccionadoras tripolares variam conforme a abertura, podendo esta ser central, lateral singela, dupla abertura lateral,
abertura vertical ou pantográfica. Por fim, é importante identificar as principais características elétricas que devem ser
escolhidas em um projeto. Vejamos:

TENSÃO NOMINAL
É a que está submetida no sistema elétrico em que é aplicada.

CORRENTE NOMINAL
O seccionador deve conduzir continuamente uma corrente sem exceder os limites de temperatura definidos. No entanto, há
um valor de sobrecarga contínua que é permitido.
Por norma, tem-se que a máxima temperatura ambiente permitida é de 40oC. Quando o equipamento está operando em
uma temperatura menor que essa, há um valor de corrente de sobrecarga admissível, a saber:

Tm −Ta
Isc = In .  √
Tm −40

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Na equação, In é a corrente nominal; Tm, a temperatura no ponto mais quente do seccionador; e Ta, a temperatura

ambiente. Assim, o fator de sobrecarga da chave seccionadora é:

Isc
Fs =
In

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

CAPACIDADE DE INTERRUPÇÃO
Como já comentado, os seccionadores podem abrir o circuito mesmo quando estão circulando elevadas correntes. A
capacidade de interrupção é dada por:

D
Ii = .K
Vl

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Na equação, Vl é a tensão de linha em kV; D, a distância entre as fases em mm; e K, o fator de correção (tabela 3).

Situação Fator de correção K

Abertura para corrente de carga 0,4

Abertura de transformador a vazio 0,2

Abertura de capacitores 0,6

 Tabela 3 – Fator de correção K


VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 3

 Reconhecer os princípios básicos de funcionamento, esquemas e arranjos típicos de emprego dos dispositivos
de proteção e coordenação de proteção

COORDENAÇÃO ENTRE CHAVES FUSÍVEIS


Para iniciar este módulo, assista ao vídeo a seguir que trata dos princípios básicos de funcionamento dos
dispositivos de proteção, esquemas e arranjos de proteção e coordenação.

Agora que os dispositivos de proteção já foram apresentados, pode-se analisar como eles atuam em conjunto nos sistemas
de proteção de sistemas de distribuição.

Nos casos em que há mais de uma chave fusível em uma linha de distribuição, primeiro deve-se identificar a posição
relativa entre as chaves: qual é o elemento protegido (o mais próximo a fonte) e qual é o protetor (o mais próximo da carga).
Veja a figura 1.

 Figura 1 – Coordenação entre elos fusíveis


O ideal é que se tenha a menor variação dos tipos de elos fusíveis em um sistema de proteção. A coordenação deve ocorrer
para o maior valor da corrente de curto-circuito no ponto de instalação do elo fusível protetor. Então, conhecendo as
correntes de curto-circuito de um sistema, aplicam-se as tabelas 1, 2, 3 e 4, a seguir.

Elo protegido
Elo protetor
12 15 20 25 30 40

6 350 510 650 840 1060 1340

8 210 440 650 840 1060 1340

10 - 300 540 840 1060 1340

12 - - 320 710 1060 1340

15 - - - 430 870 1340

20 - - - - 500 1100

25 - - - - - 660

 Tabela 1 – Coordenação entre elos fusíveis K

Elo protegido
Elo protetor
10K 12K 15K 20K 30K 40K

1H 280 510 650 840 1060 1340

2H 45 450 650 840 1060 1340

3H 45 450 650 840 1060 1340

5H 45 450 650 840 1060 1340

 Tabela 2 – Coordenação entre elos fusíveis K e H

Elo protegido
Elo protetor
10 12 15 20 25 30 40

6 350 680 920 1200 1500 2000 2540

8 375 800 1200 1500 2000 2540


Elo protegido
Elo protetor
10 12 15 20 25 30 40

10 - 530 1100 1500 2000 2540

12 - - 680 1280 2000 2540

15 - - - 730 1700 2500

20 - - - - 990 1100

25 - - - - - 1400

 Tabela 3 – Coordenação entre elos fusíveis T

Elo protegido
Elo protetor
8T 10T 12T 15T 20T 25T 30K 40K

1H 400 520 710 920 1200 1500 2000 2540

2H 240 500 710 920 1200 1500 2000 2540

3H 240 500 710 920 1200 1500 2000 2540

5H 240 500 710 920 1200 1500 2000 2540

8H 240 500 710 920 1200 1500 2000 2540

 Tabela 4 – Coordenação entre elos fusíveis H e T

Em vez de consultar as tabelas apresentadas, a coordenação de dois elos fusíveis em série pode ser obtida, de modo mais
minucioso, relacionando os tempos de atuação dos elos:

T(MAX.PROTETOR) ≤ 0,75 . T(MIN,PROTEGIDO)

Nessa relação:

T(max.protetor)

=
É o máximo tempo de atuação do elo fusível protetor

T(min,protegido)

É o mínimo tempo de atuação do elo fusível protegido

Observe o gráfico das curvas características de tempo x corrente dos elos fusíveis tipo K (figura 2) e veja o exemplo de
coordenação do elo fusível 30K (protegido) e do 20K (protetor), da tabela 1: para uma corrente de curto-circuito de 500 A os
elos estão coordenados.

 Figura 2 – Curvas características de tempo x corrente dos elos fusíveis tipo

Do gráfico, extrai-se o tempo de atuação máxima do elo protetor e o tempo de atuação mínima do elo protegido:

T(MIN,PROTEGIDO) = 0,08 S

T(MAX.PROTETOR) = 0,04 S

Verificando a desigualdade, confirma-se que a coordenação sugerida pela tabela 1 ocorre:

T(MAX.PROTETOR) ≤ 0,75 . T(MIN.PROTEGIDO)


T(MAX.PROTETOR) ≤ 0,06 S

 ATENÇÃO

É possível que, na coordenação entre um elo fusível protegido e um elo fusível de proteção de um
transformador, a corrente nominal necessária do elo protegido seja muito alta, dificultando sua coordenação
com os demais dispositivos da rede de distribuição. Entre garantir a coordenação dos equipamentos de
proteção e garantir a proteção da rede de distribuição, o ideal é que se opte pela proteção da rede.

COORDENAÇÃO ENTRE DISJUNTORES


Os critérios para coordenação entre disjuntores são os seguintes:

Eles devem atuar para os defeitos trifásicos, bifásicos e fase-terra, além de coordenar com as proteções a montante e a
jusante.
Os ajustes de atuação instantânea são realizados utilizando-se a seletividade amperimétrica ou por ajuste de tempo, desde
que o ajuste instantâneo seja acionado por tempo definido.

Os ajustes de atuação temporizados são realizados utilizando-se a seletividade cronológica e o intervalo de coordenação é,
geralmente, de 0,30 a 0,40 s.

EXEMPLO DE COORDENAÇÃO ENTRE DISJUNTORES

Suponha que uma instalação está sendo projetada e para a subestação foi dimensionado o uso de dois transformadores de
300 kVA, impedância 4,5 %, fator de potência 0,92. A linha de fornecimento de energia é de 13,8 kV e a demanda prevista
de projeto é de 350 kW. Nessa subestação será instalado um relé de sobrecorrente com funções 50/51 e 50/51N para
comandar o disjuntor de média tensão.

A definição das especificações dos TC, do relé e seus ajustes, para que a proteção da subestação esteja coordenada com a
rede de distribuição da concessionária, está demonstrada na figura 3, a seguir.
 Figura 3 – Diagrama unifilar da subestação

Dados fornecidos pela concessionária

NÍVEIS DE CURTO-CIRCUITO

Tipos de curto Icc (A)

Icc 3Ø 3.519

Icc Ø Ø 3.047

Icc ØT 2.316

Icc ØT (40 Ohm) 194

Icc ØT (100 Ohm) 79

CARACTERÍSTICAS E AJUSTES DOS RELÉS DE SOBRECORRENTE DE


PROTEÇÃO

RELÉ FASE NEUTRO

Fabricante PEXTRON PEXTRON

Tipo URP 2.000 URP 2.000

Unidade temporizada 2,4 1


Curva Muito inversa (MI 0,996) Muito inversa (MI 0,996)

Unidade instantânea 8 3

RTC 80 (400/5) 80 (400/5)

IMPEDÂNCIAS DE SEQUÊNCIA REDUZIDA NO PONTO DE


INTERLIGAÇÃO

Z1 (Ω) Z0 (Ω)

R1 X1 R0 X0

0,9219 2,0681 1,2806 5,6986

Cálculos

- Impedância equivalente do sistema da concessionária

T ens ã o de f ornecimento


Zcc =
√3 . I cc 3Ø
=
13800
    ∴    Zcc = 2, 26 Ω
√3 . 3519

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

- Impedância dos transformadores

2
T ens ã o de f ornecimento 2
 . Z% 13800 .0,045
Ztraf = =  
P otê ncia do traf o 300000

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Ztraf 1 =  Ztraf 2 = 28, 57 Ω 

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

- Curto-circuito no secundário dos transformadores


T ens ã o de f ornecimento 13800
Icctraf o = =
√3 . (Zcc +Ztraf ) √3 . (2,26+28,57)

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Icctraf o1 =  Icctraf o2 = 258, 43 A

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

- Corrente nominal máxima (trifásica)

ê ncia dos transf ormadores
P ot
In =
√3  . T ensã o de f ornecimento
=   
600
  ∴    I n = 25, 10 A
√3 .13,8

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

- Corrente demandada (trifásica)

Demanda prevista 350
Idem = =
√3 . T ens ã o de f ornecimento . F P √3 . 13,8 .0,92

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Idem = 15, 92 A

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

- Corrente de desbalanço

Ides =  Idem  .  0, 20    ∴    I des = 3, 18 A 

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

- Corrente de magnetização

8.Pn 8.600
Imag = =
√3.Vp √3.13,8
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Imag = 200, 82 A

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

- Ponto ANSI

300

0,58 .   
0,58 . Intraf o
∴    I
√3 .13,8

Iansitraf =   =    ansitraf = 161, 76 A


Z% 0,045

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

 ATENÇÃO

O menor transformador tem capacidade de 300 kVA

O ponto ANSI é o máximo valor de corrente que um transformador suporta por um período de dois segundos, sem sofrer
danos. No caso de falta de fase-terra em transformador delta-estrela com neutro aterrado, utiliza-se a equação apresentada.
Esse ponto deve ficar acima da curva do relé temporizado de fase.

- Cálculo do TC

I cc 3 Ø
In =
20
=  
 3519

20
   ∴   I n = 175, 95 A

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

 ATENÇÃO

É importante que os transformadores de corrente de proteção retratem com fidelidade as correntes de defeito
sem sofrer os efeitos da saturação. Apenas devem entrar em saturação para valores de elevada indução
magnética, o que corresponde a uma corrente de 20 vezes a corrente nominal primária.

- Especificação do TC
PRIMÁRIO

200

SECUNDÁRIO

RTC

40

Distância entre relé e TC 10 m

Resistência unitária do cabo 8,87 Ω/km

Consumo do relé 0,2 VA

Corrente nominal 5 A

Z burden do TC 1 Ω

- Impedância do TC

Ztc = 0, 2 . Zburden  ∴   0, 2 Ω

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

 ATENÇÃO

A impedância do TC pode ser obtida pelo manual do fabricante ou pode ser considerada como 20% do valor
de impedância burden.

- Impedância do cabo
8,87.10
Zcabo = Rcabo  .  Dist â ncia = 1000
    ∴    Z cabo = 0, 089 Ω

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

- Impedância do relé

Consumo do rel é 0,2
Zrelé =
Corrente nominal
2
=
5
2
∴Z rel é = 0, 008 Ω

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

- Tensão secundária do TC

Icc  3 Ø  .(Z tc +2.Zcabo +Zrel é)  3519.(0,2+2.0,089+0,008)


Vs = =  
RT C 40

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Vs = 33, 91 V

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

- Carga nominal do TC

2 2
Ptc = Isecundá rio  .  (Ztc + 2. Zcabo + Zrelé ) = 5 . (0, 2 + 2. 0, 089 + 0, 008)

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Ptc = 9, 65 W

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

- Sensor de fase

Idem  .1,2 15,92 .1,2


T emporizado =
RT C
=
40
   ∴   T emporizado = 0, 48 A

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal


Ajuste :    T emporizado * RT C = 19, 10 A

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Imag  .1,1 200,82 .1,1


I nstant â neo = RT C
=
40
   ∴   I nstantâ neo = 5, 52 A

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Ajuste :    I nstant â neo * RT C = 220, 90 A

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

- Sensor de neutro

Ides  .1,2 3,18 .1,2


T emporizado =
RT C
=
40
   ∴   T emporizado = 0, 10 A

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Ajuste :    T emporizado * RT C = 4, 00 A

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

0,9.Icc   Ø T  (100 Ohm) 0,9 .79


I nstant â neo ≤ RT C
=
40
    ∴    I nstantâ neo ≤ 1, 78

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Ajuste :    I nstant â neo * RT C = 71, 20 A

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Definição dos TC, dos relés e ajustes

TC DE PROTEÇÃO
Fator de sobrecorrente 20

Classe de exatidão 10 %

Corrente no secundário (A) 5

Relação nominal 40

Tensão no secundário (V) 50

Carga nominal (VA) 12,5

RELÉ FASE NEUTRO

Fabricante PEXTRON PEXTRON

Tipo URPE 7104 URPE 7104

Unidade temporizada 0,48 0,10

Curva Muito inversa (MI 0,2) Muito inversa (MI 0,2)

Unidade instantânea 5,52 1,78

RTC 40 (200/5) 40 (200/5)

Temporizado de fase 19,10 A Temporizado de neutro 4,00 A

Instantâneo de fase 220,90 A Instantâneo de neutro 71,20 A

Coordenograma – Fase
 Figura 4 – Curvas de relé de sobrecorrente de fase coordenadas

Coordenograma – Neutro

 Figura 5 – Curvas de relé de sobrecorrente de neutro coordenadas

COORDENAÇÃO ENTRE DISJUNTORES E ELOS


FUSÍVEIS
Para realizar essa ação, os critérios são os seguintes:
Os ajustes de fase devem atuar para o valor da menor corrente de curto-circuito do trecho protegido.

As curvas de tempo x corrente do relé que aciona o disjuntor e as do elo fusível não devem se cruzar em nenhum momento
no trecho protegido pelo disjuntor.
Ao empregar a seletividade cronológica, utiliza-se um intervalo mínimo de coordenação de 0,20 s para garantir a
coordenação. Graficamente, esse valor de 0,20 s é o distanciamento mínimo entre as curvas.

COORDENAÇÃO ENTRE RELIGADORES DE


SUBESTAÇÃO E ELOS FUSÍVEIS
A figura 6 a seguir ilustra a coordenação entre o religador de subestação e o elo fusível.

 Figura 6 – Coordenação entre religador de subestação e elo fusível

São estes os critérios para realizar essa ação:


Os religadores devem coordenar com as proteções a montante e a jusante.

Os ajustes de fase devem atuar para o valor da menor corrente de curto-circuito bifásico do trecho protegido.
Os ajustes de neutro devem atuar para o valor da menor corrente de curto-circuito fase-terra do trecho protegido.

O religador tem, preferencialmente, o ciclo de operação com duas operações rápidas e duas retardadas. Isso permite que o
fusível não seja acionado nas duas primeiras tentativas e, em casos de defeitos temporários, é mantida a continuidade do
serviço.

Na coordenação, utilizando-se as curvas de operação do religador, deve-se atentar para o fator de correção K da curva, que
é alterado conforme o ciclo de operação escolhido.
Em relação à seletividade cronométrica, é ideal um afastamento de 0,20 s entre as curvas de atuação dos equipamentos.

Agora, observe a figura 7 a seguir.

 Figura 7 – Coordenação entre religador de subestação e elo fusível

A faixa de coordenação entre o religador e o elo fusível utiliza dois pontos como referência: ponto de máximo tempo de
atuação é a intersecção entre a curva de operação retardada do religador e a curva de tempo máximo de interrupção do
elemento fusível e o ponto de mínimo tempo de atuação é a intersecção entre a curva de operação rápida do religador
(corrigida pelo fator K) e a curva de tempo mínimo de fusão do elemento fusível.

 ATENÇÃO

Tendo em vista as características das curvas de atuação de elos fusíveis, a coordenação entre o elo e o
religador ocorre de maneira facilitada quando a curva de sobrecorrente de fase e de neutro do religador
escolhida é do tipo muito inversa.
COORDENAÇÃO ENTRE RELIGADORES DE
SUBESTAÇÃO E SECCIONADORES
Nessa ação seguem-se estes critérios:

O religador é instalado a montante do seccionador.

Os ajustes de fase e neutro do religador devem atuar para o valor da menor corrente de curto-circuito a jusante do
seccionador.
O ajuste de corrente do seccionador deve ser no máximo 80 % da corrente de ajuste do religador.

A figura 8 ilustra a coordenação entre o religador de subestação e o seccionador.

 Figura 8 – Coordenação entre religador de subestação e seccionador

COORDENAÇÃO ENTRE RELIGADORES DE


SUBESTAÇÃO, SECCIONADORES E ELOS FUSÍVEIS
Para realizar essa ação, os critérios são os seguintes:
O elo fusível é instalado a jusante do seccionador.

O seccionador é instalado a jusante do religador.


O religador tem, preferencialmente, o ciclo de operação com uma operação rápida e três retardadas.

O religador em ciclo de operação com duas operações rápidas e duas retardadas deve ser evitado, pois pode ocorrer a
atuação simultânea do elo fusível e do seccionador.

Os demais critérios de coordenação entre religador e seccionador, e religador e elo fusível também são seguidos nesse
caso.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste estudo vimos, além dos métodos, fundamentos e requisitos para a proteção de sistemas de distribuição, os principais
dispositivos de proteção para a construção de um bom projeto. Obtivemos informações sobre o uso, partes construtivas e
características elétricas. Por fim, conhecemos os princípios básicos de funcionamento, esquemas, e arranjos típicos de
emprego dos dispositivos de proteção e coordenação de proteção.

Agora, a professora Rafaela Furtado encerra o tema falando sobre os Princípios Básicos de Proteção de Sistemas de
Distribuição.

 PODCAST

AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
CREA-PR. Proteção contra descargas atmosféricas – SPDA. Consultado em meio eletrônico em: 24 nov. 2020.

DELMAR. Manual do fabricante: elos fusíveis de distribuição modelo H, K, T, EF e olhal. Consultado em meio eletrônico
em: 30 nov. 2020.

ELETROBRAS. Fornecimento de energia elétrica em média tensão: manual de distribuição. 2013. Consultado em meio
eletrônico em: 30 nov. 2020.

KINDERMANN, G. Proteção de sistemas elétricos de potência. 3. ed. Florianópolis: Edição do autor, 2012.

MAMEDE FILHO, J. Manual de equipamentos elétricos. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2015.

MAMEDE FILHO, J.; MAMEDE, D. R. Proteção de sistemas elétricos de potência. Reimpr. Rio de Janeiro: LTC, 2016.

MARDEGAN, C. Proteção e seletividade. In: O setor elétrico – capítulo XVII: A seletividade. Publicado em: mai. 2011.

PEXTRON. Manual de operação URPE 6104. Consultado em meio eletrônico em: 30 nov. 2020.

TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO EM FOCO. Cabos para-raios. Consultado em meio eletrônico em: 24 nov. 2020.
EXPLORE+

NBR 5410, de 2004 – Cálculo de curto-circuito, coordenação e seletividade em BT.

NBR 14039, de 2005 – Cálculo de curto-circuito, coordenação e seletividade em MT.

CONTEUDISTA
Rafaela Furtado Teixeira

 CURRÍCULO LATTES

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