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©2022, MD
Presidente do Conselho de Administração Janguiê Diniz
DADOS DO FORNECEDOR
*Todos os gráficos , tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
CITANDO
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa
relevante para o estudo do conteúdo abordado.
CONTEXTUALIZANDO
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato;
demonstra-se a situação histórica do assunto.
o\ CURIOSIDADE
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto
tratado.
' , DICA
1 EXEMPLIFICANDO
Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto.
EXPLICANDO
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da
área de conhecimento trabalhada.
Unidade 1 - Geração de energia elétrica, agentes atuadores e investimentos no
cenário brasileiro
Objetos da unidade .............................................................................................................. 12
Sintetizando ........................................................................................................................... 73
Referências bibl iog ráficas ................................................................................................. / 4
Unidade 3 - Esludo da transm1ss.ao e uma v1sào geral da d1stnlmiçao de energ1
Pletnca
Objetos da unidade .............................................................................................................. 77
Currículo Lattes:
http:l/lattes.cnpq.br/2341871988950551
ser
educacional
Tópicos de estudo
• Relação entre a matriz energé Mercado no modelo institucional
tica e a geração do setor elétrico brasileiro
Geração distribuída: exemplo Eletrobras
da micro ou minigeração pelo
consumidor brasileiro • Atuação das concessionárias no
Geração de energia elétrica a setor elétrico brasileiro
partir de fontes alternativas no A relação entre o BN DES e o setor
Brasil elétrico brasileiro
ASSISTA
O estudo da matriz energética brasileira se faz neces
sário não só do ponto de vista energético em geral, mas
também em estudos do planejamento de expansão da
geração de energia. Desta forma, conhecer os princi
pais recursos e entender a distribuição geográfica des
tes, por exemplo, poderá esclarecer a você a difusão de
ações importantes como o uso de fontes renováveis na
geração de energia elétrica.
•
Geração distribuída: exemplo da micro ou minigeração
pelo consumidor brasileiro
A expansão da matriz energética está diretamente relacionada a aspectos
do estabelecimento da geração, além da legislação vigente. Um importante
exemplo prático é a Resolução normativa ANEEL n. 482, de 2012, que entrou
em vigor para regulamentar a geração distribuída de energia elétrica, do ponto
de vista do consumidor brasileiro.
••
Geração de energia elétrica a partir de fontes alternati
vas no Brasil
Um dos principais exemplos do uso de fontes renováveis no Brasil pode
ser visto na geração distribuída estabelecida pelo consumidor: a geração de
energia elétrica pela energia solar fotovoltaica (HOLDERMANN; KISSEL; BEIGEL,
2014), a partir da micro ou minigeração. Os dados referentes a este tipo de
inserção vêm apresentando, especialmente nos últimos anos, novos rumos do
desenvolvimento sustentável e também da diversificação da produção.
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Pequena Central' ,
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DICA
No site da própria ANEEL existem vários registros e
dados que podem ser utilizados em pesquisas e infor
mativos, além de informações técnicas em linguagem
bastante amigável. Desta forma, sugere-se ao aluno
que navegue por todo o site, em busca não só de da
dos acerca da geração de energia elétrica no Brasil,
mas de diversos outros assuntos referentes à trans-
missão e distribuição. Também é possível encontrar,
no site, normas e outras informações referentes às
regulamentações do setor elétrico.
•
Informações básicas acerca de um modelo institucional
do setor elétrico
Como é esperado, existem regulamentações e modelos políticos específicos
destinados à regulamentação do setor elétrico. Aqui você verá o modelo institu
cional do setor elétrico brasileiro, além de compreender as principais variáveis que
envolvem o estabelecimento de um modelo institucional.
Uma das principais variáveis para a constatação do desenvolvimento de um
país está diretamente relacionada à energia elétrica. Desta forma, é possível ainda
considerar que há dois extremos sociais e históricos, o desenvolvimento tecnoló
gico e a ação horizontal.
Assim, quanto ao desenvolvimento tecnológico é possível citar a criação de po
líticas de incentivo à pesquisa, a busca pelo desenvolvimento sustentável aliando
qualidade e eficiência, exploração de novos recursos energéticos renováveis e di
versas outras ações.
••
Modelo institucional do setor elétrico brasileiro e seus
aspectos históricos
Quando se analisa o setor elétrico brasileiro, uma das principais observa
ções a serem feitas, a este ponto, é que a União Federal é a detentora do servi
ço de fornecimento de energia elétrica no Brasil, de maneira geral.
Além disso, sabe-se que existem duas ocorrências históricas de grande re
levância a serem consideradas: a privatização das companhias operadoras que
iniciou em 1996, trazendo grandes modificações e impactos ao setor como um
todo; e a introdução do Novo Modelo do Setor Elétrico, em 2004.
Então, com relação aos fatos históricos a partir de 1996, iniciando pela
Lei n º9 .427 que envolveu especialmente a privatização das companhias
operadoras , houve grandes modificações no setor. Além disso, a lei em
questão foi a responsável pela instituição da ANEEL, também determinan
do orientações acerca da exploração de recursos hídricos, por exemplo,
sendo que, a partir da ocasião, tal ação passou a ocorrer através de con
corrência ou leilões.
Já sobre o Novo Modelo de 2004, aplicado pelas leis n º 10.847 e 10.848, que
é ainda o modelo regulatório em vigência, os objetivos principais eram: segu
rança no suprimento, modicidade tarifária e promoção da inserção social.
Desta forma, com relação ainda a 2004 destaca-se a criação de programas
como o Luz para Todos, que visava a retomada da responsabilidade do plane-
Presidência da República
-:------1
Políticas Congresso
Nacional
CNPE/MME
..
SDE/MJ CADE-SEAE
Agentes
institucionais
-
li&M@ti Concessionárias
Figura 1. Estrutura mstituoonal do setor eletnco brasileiro. Fonte: ANEEL, 2008. p. 20. (Adaptado).
' ,
DICA
, ' Sugere-se ao aluno a leitura da seguinte revisão para com
preensão adicional acerca das relações entre o uso de ener
gias renováveis e o cenário do setor energético brasileiro:
"Electricity supply security and the future role of renewable
energy sources in Brazil" (SILVA, NETO, SEI FERT, 2016), um
trabalho de 2016, mas bastante atual, aliado ao conhecimento
dos dados mais recentes fornecidos pela ANEEL.
•
Regulação e fiscalização no modelo institucional do
setor elétrico brasileiro
Como visto no esquemático da Figura 1, quem detém o controle principal
para a realização da regulação e fiscalização no setor elétrico brasileiro, pelo
modelo institucional vigente, é a ANEEL. Este órgão é denominado como uma
autarquia federal e é responsável diretamente por, conforme informações da
própria agência:
•Regular a produção, distribuição e comercialização da energia elétrica;
•Realizar a fiscalização das concessões, permissões e serviços relacionados
à energia elétrica;
• Implementação de políticas e diretrizes demandadas pelo Governo Fede
ral, especialmente com relação à exploração da energia elétrica e utilização e
aproveitamento dos recursos hidráulicos;
• Promoção de atividades sobre a outorga de concessão (permissão e auto
rização a empreendimentos e serviços) de energia elétrica;
Energia gerada
o Transmissão e
distribuição
Transporte de energia até
a unidade consumidora
o Encargos setoriais
Além disso, sabe-se que nestes encargos, referentes a cobranças por parte
do Governo Federal, Estadual e Municipal, tem-se PIS/CONFINS, ICMS e Con
tribuição para iluminação pública, respectivamente. O Gráfico 1 apresenta a
média do cálculo dos custos para a fração do valor final da energia elétrica
pago pelo consumidor:
I
começaram a acontecer a partir de
leilões, onde o investidor com a me-
nor oferta para a venda da produção
das futuras usinas ganharia, e foram
instituídos também os ambientes de
contrato ACR e ACL.
No caso do ACR o processo ocor
re entre geradoras e distribuidoras
e, conforme as próprias definições
apresentadas pela ANEEL, a compra
e venda de energia elétrica se dá en
tre agentes vendedores e de distri
buição, através de processo licitatório.
Por outro lado, existem casos amparados e previstos em lei que seguem
regras de comercialização específica. Já com relação ao ACL sabe-se que
neste segmento participam comercializadoras, importadores, agentes ex-
portadores e também os próprios consumidores livres.
O processo de negociação ocorre por meios estabelecidos em contratos
entre as partes, além do fato principal de que o preço da energia elétrica é
acordado entre a parte compradora e a parte vendedora. De forma sucinta,
o Quadro 1 apresenta estes dois ambientes, conforme o CCEE:
Geradoras. distribuidoras e
Geradoras, comercializadoras. consum
comerdalizadoras. As comer
Participantes ciallzadoras podem negociar
idores livres e especiais _
energia somente nos leilões de
energia existente
Realizada por meio de leilões de
Livre negociação entre os cornpradores
Contratação e:iergla promovidos pela CCEE,
e vendedores
sob delegação da Aneel
Regulado pela Aneel. denornina
Acordo Íivremente estabelecido entre do Contrato de Comercialização
Tipo de contrato
as partes de Energia Elétrica·no Ambiente
Regulado (CCEAR_)
Fonte: Camara de comercio de energia eletrica (CCEE), Acesso em: 07/02/2020. (Adaptado).
Por último, com relação aos órgãos diretamente vinculados, algumas obser
vações importantes devem ser feitas baseando-se em dados da própria ANEEL.
A ONS, por sua vez, é responsável pela coordenação da operação de usinas e
redes de transmissão do SIN, através do estudo de dados históricos e proje
ções, analisando a oferta de energia elétrica e também o mercado consumidor.
Além disso, sabe-se, por exemplo, que para a coordenação do despacho de
usinas utiliza-se o Newave, que também é usado para precificação a curto pra
zo no mercado livre por parte da CCEE. Por outro lado, o Mercado Atacadista de
Energia (MA E) teve sua constituição instaurada na década de 1990 e, juntamen
te com a reestruturação de 2004, tornou-se na ocasião o próprio CCEE.
A partir desse ponto, então, você verá as principais ações tomadas e infor
mações pertinentes à atuação dos principais agentes institucionais do setor
elétrico no Brasil, como indicado pela Figura 1 a respeito da estrutura do setor.
A Empresa de Pesquisa Energética
A EPE foi criada também no Novo Modelo, no ano de 2004, com o principal
objetivo de desenvolver diversos estudos sobre o setor energético em geral,
incluindo pesquisas e metodologias necessárias para o planejamento da ex
pansão do sistema elétrico.
Desta forma, esta é uma empresa pública e, sob o ponto de vista de atuação
no setor elétrico, está diretamente ligada à expansão da capacidade de gera-
Rasidencial 137.311
Comercial
Industrial - 32.067
Rural - 28.070
Iluminação pfiblica - 1S.690
Poder pfiblico - 14.890
Serviço p(1blico • 12.712
Consumo próprio 13.079
Eletrobras
••
A Eletrobras se constitui como um agente institucional do setor elétrico
brasileiro e é uma empresa que atua, de forma geral, na geração e trans
missão de energia elétrica. Também possui participações em sociedades
de propósitos específicos (SPEs), atuan do em parceria com outras empre
sas na implantação e operação de usinas, linhas de transmissão , entre
outros.
Do ponto de vista da geração de energia elétrica, a Eletrobras é responsável pela
maior parte da geração e, através de dados fornecidos pela própria empresa, sa
be-se que em 2017 esta produziu 182,1 milhões de MWh, potência suficiente para
atender mais de um terço do consumo anual de energia elétrica em todo o país.
Além disso, também por dados fornecidos pela empresa, sabe-se que 95%
de sua capacidade instalada corresponde a fontes consideradas limpas devido
à baixa emissão de gases de efeito estufa, sendo possível citar como exemplo
de empreendimentos a parte brasileira da Usina de ltaipu, Usina hidrelétrica de
Furnas, o Complexo eólico campos neutrais e a Usina Megawatt Solar.
A Eletrobras ainda atua em estudos ambientais e de engenharia para novos
negócios de geração, como a avaliação da viabilidade do aproveitamento hidrelé
trico do rio Uruguai, por exemplo, além de outros rios brasileiros, em parceria
com outras empresas do setor elétrico da América Latina.
Na transmissão de energia elétrica estimou-se, em 2018, que a Eletrobras atin
giu cerca de 71 mil quilômetros de linhas de transmissão, com tensão igual ou su
perior a 230 kV, o que representa quase metade do total de linhas de transmissão.
É possível citar, também, alguns dos principais empreendimentos de trans
missão já concluídos, com base nos dados de 2018, seja por meio das próprias
Amazonas GT ••
--
Chesf 1.461 22047
Eletrobras
Holding
1.026 ••
Eletrosul 1.046
Furnas
Total
livres
1
• ,J ., ' li 1
�
TUST
• livres
.- cativos
,:j •••
...,I'.•.,.� ,,,,
Grupos
CPFL lberdrola
Equatorial energia
Figura 4. Mapa das concessionárias em todo o Brasil, divididas por grupos. Fonte: Geração Smart Grid 2017.
CONTEXTUALIZANDO
Da mesma forma que grande parte dos dados e informações apresentadas
ao longo da unidade, os programas e planos citados da EPE podem ser
facilmente encontrados nas bases de dados abertos da empresa.
-••
TABELA 3. PERSPECTIVAS DE INVESTIMENTO NO SETOR DE ENERGIA ELÉTRICA
(BILHÕES DE REAIS)
---------
2019-2022
60
51,7
49,6
50
44,1
42,3
37,2
33,8
O-+----=---=----.....:....-_,________.__..........__----=---=----=----=----=----'----t
2018 2019 2020 2021 2022 2023
•
Impactos de investimentos em geração de energia
elétrica
Embora você já tenha visto os aspectos gerais dos investimentos em ener
gia elétrica e os impactos relacionados, a este ponto você ainda verá algumas
considerações voltadas para a produção de energia elétrica. Assim, é neces
sário considerar um dos principais motivos por trás disso, como o aumento
esperado na renda per capita, e que isto também implica, entre diversas outras
coisas, numa maior necessidade da energia elétrica em atividades econômicas,
sociais e até mesmo domésticas.
Desta forma, há um aumento visível no consumo de energia elétrica, e em longo
prazo, o que endossa mais ainda a necessidade de forte expansão da capacidade de
geração nos próximos anos, no Brasil, conforme os dados disponibilizados pela EPE.
Além disso, conforme também salientado pela empresa, um dos princi
pais desafios do planejamento da expansão da capacidade de geração será
assegurar não só a existência de recursos que atendam à demanda, mas tam
bém a aliança entre o desenvolvimento sustentável e eficiência energética.
Adicionalmente, deve-se sempre considerar os custos e outros impactos eco
nômicos práticos, capazes de inviabilizar a expansão, além de incertezas que pode
rão estar associadas à própria projeção, já que a demanda por si só poderá variar,
da mesma forma que existirão alterações inerentes na oferta de geração, como
também falhas e outras questões de segurança de equipamentos, por exemplo.
Por outro lado, pode-se ainda analisar o cenário do ponto de vista do pró
prio comércio e regulamentação, já que como você pode perceber a expansão
da geração poderá ocorrer em dois cenários distintos de contratação: pelo
ambiente denominado ACR e o ACL.
Como visto, a EPE possui os planos apresentados e nestes, conforme tam
bém informações fornecidas pela própria empresa, existirão informações im
portantes e alternativas para a expansão da capacidade de geração, auxiliando
inclusive as decisões de agentes econômicos, tidos como responsáveis, em últi-
•
Impactos de investimentos em transmissão de energia
elétrica
Como apresentado, os investimentos no setor brasileiro podem ser re
lacionados principalmente à geração de energia elétrica ou à transmissão.
Assim, a este ponto serão analisadas algumas informações importantes que
trazem um histórico, regulamentações referentes e os dados mais recentes
Durante muito tempo, ainda no século XX, soube-se que o desenvolvimen
to relacionado à energia elétrica sempre esteve atrelado ao uso de sistemas
isolados, o que corrobora a pequena quantidade de sistemas de transmissão
em todo o Brasil até a década de 1960.
Estes sistemas correspondiam às ligações entre o Rio Grande, através de Fur
nas, e também à Três Marias, em Minas, na capital Belo Horizonte, além dos sis
temas referentes ao Complexo de Paulo Afonso e São Francisco.
ser
educacional
Tópicos de estudo
e Introdução à produção de ener • Introdução aos sistemas hi
gia elétrica drelétricos
Produção de energia elétrica Conceitos e cálculos da energia
no Brasil firme, assegurada, secundária e
A relação com os sistemas do período crítico
brasileiros e com o planejamento Modelos do sistema hidrelétrico
da geração e introdução à simulação compu
tacional
• As usinas hidrelétricas
Equação de produção da energia • As usinas termelétricas
Turbinas hidráulicas Usinas ter·melétrica� a vapor
Curvas características Usinas termelétricas a gás
Introdução à operação dos Usinas termelétricas a ciclo com-
reservatórios binado
Eficiência, poder calorífico do
combustível e a energia gerada
••
Produção de energia elétrica no Brasil
No início da unidade foram apresentados alguns dados importantes e re
centes sobre a geração que reiteram como a energia elétrica é produzida no
país: predominantemente através de recursos hídricos, explorados pelas Usi
nas Hidrelétricas (UHE), Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGH) e Pequenas
Centrais Hidrelétricas (PCH) e pelas Usinas Termelétricas (UTE).
Além disso, conforme a potência total produzida, tem-se que as UHEs pro
duzem 60,5% da energia elétrica atualmente no país, sendo também a partir
de recursos hídricos cerca de 0,47% da potência total pelas CGHs e 3,11% pelas
PCHs, somando 64,08% da potência total produzida.
Já as termelétricas produzem 24,23% da potência total, e um outro
dado interessante é visto no Gráfico 2, também fornecido pelo BIG.
Nele tem-se a projeção para os empreendimentos em construção
e os dados de empreendimentos cuja construção ainda não
foi iniciada por enquanto, mas que já foram outorgados.
Na legenda também são expressas outras formas de
produção, através das centrais geradoras eólicas (EOL),
centrais geradoras solares fotovoltaicas (UFV) e usinas
termonucleares (UTN):
•• EOL
•• PHC
UFV
•• UHE
UTE
UTN
Construção não
Fonte Em operação (%) Em construção (%)
iniciada(%)
Resíduos sólidos
urbanos
1,25 65,61 3,98
Biocombustíveis
0,03
líquidos
•
A relação com os sistemas brasileiros e com o planeja
mento da geração
Relembre que o planejamento do setor elétrico brasileiro, especialmen
te do ponto de vista da geração, deverá levar em conta o sistema elétrico
como um todo, e é possível dividí-lo em dois tipos básicos: centralizado ou
descentralizado.
No contexto brasileiro, onde há um sistema em operação predominante
mente hidrelétrico, o planejamento centralizado envolverá empreendimentos
concentrados localmente, distantes das cargas alimentadas e executados atra
vés de centrais de médio e grande porte. Eles são, em geral, mais atrativos eco
nomicamente, além do fato de utilizarem fontes primárias de aproveitamento.
O As usinas hidrelétricas
••
O Brasil é um país de grande potencial hídrico, devido à disponibilidade
de mananciais, extensão de seu território e condições geográficas. Além dis
so, a capacidade de renovação constante desse tipo de fonte primária é um
dos principais atrativos, embora já se saiba por informações apresentadas
previamente que não está isento de impactos socioambientais.
Reservatório
Rio
Figura 1. Perfil esquemático de uma usina hidrelétrica. Fonte: ANEEL, 2008. p. 50. (Adaptado).
•
Equação de produção da energia
Para compreender matematicamente a produção de energia elétrica, re
lembre o esquemático anterior e considere o fato de que a água que se en
contra no reservatório possui uma energia potencial, em comparação à água
presente do canal de fuga. Desta forma, esta energia potencial (f) pode ser
calculada como
E= y. H. V= p. g. V. H (11.1)
onde yé o peso específico da água, dado por 9,81 N/m3 ou, no sistema prático,
por 1 kgf/m3; H é a altura da queda bruta, dada em metros; V o volume da água
em m3; p a massa específica da água, considerada como 1000 kg/m3 ou, na prática,
como 102 kgfs2/m4; e g a aceleração da gravidade, de 9,8 m/s2 (PEREIRA, 2015).
Além disso, é possível expressar a relação anterior da produção pela potên
cia, considerando-se também a vazão Q, dada pela relação entre o volume e o
tempo:
P = y. Q . H = p . g. Q . H (/1.2)
••
Turbinas hidráulicas
As turbinas, conforme já apresentado brevemente, são partes essen
ciais da geração hidrelétrica, e sabe-se de antemão que a escolha da tur
bina está intimamente ligada à vazão esperada e o próprio tamanho do
sistema de produção.
Assim, estes equipamentos apresentam uma grande variedade de for
ma e tamanho. Há cinco tipos principais: Pelton, Kaplan, Francis, turbina
de hélice e Bulbo, sendo que as do tipo Francis poderão ser indicadas a
partir de seus dois subtipos, para baixa e alta velocidade, e as turbinas
Bulbo geralmente são indicadas para pequenas quedas d'água e altas va
zões, mais adequadas às usinas fio d'água.
Além disso, estima-se que o modelo Francis é o mais usado de
vido ao fato de operar completamente submersa, propiciando
que o eixo seja estabelecido na horizontal ou vertical e ainda em
quedas baixas e altas; os modelos Kaplan geralmente são
mais adequados para quedas baixas e os Pelton para
quedas maiores (ANEEL, 2002, 2008; PEREIRA, 2015).
Na Figura 2 é possível ver o sistema de geração
hidrelétrica com todas as partes importantes desta
cadas, formado por uma turbina hidráulica e o gerador:
Lâminas ajustáveis
Visão
de cima
Figura 2. Geração h1drelétnca de energia, representada pelo sistema turbina/gerador. Fonte: Shutterstock. Acesso em:
1 2/03/2020.
Assim, note que o fluxo de água estabelecido fará com que as pás ajustá
veis se movimentem, estabelecendo a energia cinética necessária para o acio
namento do gerador, que converterá esta energia em energia elétrica.
Uma outra relação importante do ponto de vista das turbinas, conforme já
citado, é a eficiência do equipamento, e que pode ser calculada pela relação
entre a potência de entrada e a de saída, em função dos seguintes parâmetros
(PEREIRA, 2015): '7 = Pr
T
g' Hn' p' Q (/1.6}
••
Introdução à operação dos reservatórios
Assim, como já brevemente mencionado, existem características físicas das
usinas hidrelétricas que utilizam reservatórios que deverão ser analisadas
com cuidado, não só pelo impacto socioambiental, mas por diversos outros
fatores. Logo, existem características que levam a uma série de restrições na
própria operação do sistema.
Dessa forma, sabe-se que vazões mínimas devem ser mantidas a jusante,
no sentido da correnteza, de aproveitamentos hidrelétricos para a proteção
ambiental e também para atendimento a usos consuntivos a jusante, onde há
a retirada de água de mananciais.
Além disso, sabe-se que, em muitos casos, devido ao desconhecimento am
biental, utilizou-se simplesmente a repetição como restrição de va-
zões mínimas ou, ainda, foram impostas vazões muito maiores para
manter-se uma vazão mínima relativamente superior ao histórico.
Um exemplo disso é a situação de Sobradinho, e observa-se
que valores diferenciados para certos períodos do ano
como a piracema também são vistos na prática. Já o
volume de espera é criado usando-se parte do vo-
lume útil, principalmente entre os meses de outu-
bro e março, em vários dos reservatórios que fazem
parte do SIN.
ASSISTA
Esse vídeo do Manual do Mundo mostra, de maneira bastan
te didática, o funcionamento de urna usina hidrelétrica por
meio do exemplo da ltaipu Binacional, onde o locutor teve a
oportunidade de adentrar urna turbina utilizada.
•
Conceitos e cálculos da energia firme, assegurada, se
cundária e do período crítico
Segundo informações da própria Eletrobras, o período crítico nesse con
texto diz respeito ao intervalo de tempo gasto para esvaziamento máximo dos
reservatórios de u m dado sistema, cheios inicialmente e sem reenchimentos
totais intermediários. A energia gerada dentro deste intervalo de tempo é de
nominada energia firme ou carga crítica do sistema.
Em contrapartida, conforme a própria ANEEL, a energia assegurada se re
fere à máxima produção de energia que poderá ser mantida de forma pratica
mente contínua pelas usinas hidrelétricas, onde são consideradas as diversas
possibilidades de vazão e admite-se um determinado risco de não atendimento
à carga, que poderá variar conforme regulamentações estabelecidas, visando
sempre a segurança no fornecimento de maneira geral.
Além disso, este cálculo energético se refere à garantia física do empreendi
mento, e a energia secundária se referirá ao excedente da energia assegurada,
caso a soma da energia total gerada seja superior à soma assegurada, levando
também à realocação de geradores.
ou, ainda, para uma tolerância ó> O, sendo i = O o primeiro mês da pesquisa
e i � 1:
EAM.1 > (1 - ó)EAMma.x (/1.8)
EMAX
-----------·
Período crítico
Período de pesquisa
Fonte: ELETROBRÁS, 2009. p. 5.
- --- EI < E
Período crítico
Período de pesquisa
Fonte: ELETROBRAS. 2009. p. 6.
Além disso então, da mesma forma é possível definir a potência total insta
lada no sistema como a contribuição de todas as E empresas:
A este ponto é possível estruturar o cálculo da energia firme, que será fei
to também computacionalmente e considerando a obtenção de uma solução
plausível, dentro do critério de convergência. Assim, a convergência estará liga
da à obtenção de um valor de fornecimento à carga que seja capaz de maximi
zar o processo de deplecionamento dos reservatórios no mês final do período
crítico sem ocorrerem déficits.
Entretanto, é necessário considerar o fato de que existem restrições opera
tivas de determinados reservatórios que impõem um armazenamento adicio
nal residual e que não poderá ser usado na geração.
Logo, matematicamente introduz-se um fator p para contornar, ou pelo me
nos tentar contornar, esse efeito indesejado, e no exemplo a seguir tem-se um
possível algoritmo a ser implementado nesse caso:
••
Modelos do sistema hidrelétrico e introdução à simula
ção computacional
Existem diversos programas computacionais e propostas dentro da simu-
lação computacional de sistemas hidrelétricos, especialmente consideran
do a necessidade de análise e estudo da operação nos mais diversos níveis de
complexidade destes e considerando o importante fato de que boa parte dos
sistemas de fornecimento são formados por sistemas de geração hidrelétrica.
Dessa forma, a seguir você verá alguns desses principais exemplos, além de
uma breve revisão do estado da arte.
De maneira geral, um simulador para o SIN deverá estar apto a operar para
a execução de políticas de operação das usinas, que são definidas no planeja
mento de operação energética, buscando também minimizar o custo de opera
ção ao longo do horizonte de planejamento.
Além disso, para a simulação propriamente dita, essas políticas poderão ser
obtidas a partir de algoritmos de otimização, como a programação dinâmica
estocástica, pelo fluxo de redes e técnicas heurísticas modernas.
o
vinda de fontes hidráulicas.
••
Como já apresentado no início desta unidade, as centrais termelétricas rea
lizam a transformação em energia elétrica baseadas na conversão da energia
mecânica em energia térmica e desta última em energia elétrica, pelo aqueci
mento de um fluido que, em expansão, realizará trabalho juntamente às turbi
nas térmicas que acionarão um gerador acoplado ao eixo.
Ademais, conforme também já apresentado, nesse ponto o principal foco
será o estudo das termelétricas não nucleares, que poderão realizar dois tipos
de combustão, basicamente (TOLMASQUIM, 2005):
• Quando o combustível não entra em contato com o fluido, caracterizando
a combustão externa. Um exemplo de geradora que realiza este tipo de com
bustão são as denominadas usinas termelétricas a vapor;
•
Usinas termelétricas a vapor
Nesse caso então, como já apresentado, é usada a combustão externa na
produção de energia elétrica, e alguns exemplos de combustíveis usados são
os óleos combustível e diesel, carvão, gás natural e até mesmo a biomassa.
Além disso, uma outra informação relevante a este ponto é que, até o final
da década de 1990, o denominado parque gerador térmico brasileiro foi cons
truído principalmente a partir de usinas térmicas a vapor, a partir do uso de
óleo combustível e carvão no caso das regiões sul, sudeste e centro-oeste, no
norte do país o principal combustível era o óleo diesel.
Sabe-se ainda que estas usinas, dado o cenário hidrelétrico estabelecido
especialmente até a época mencionada, operavam significativamente abaixo
de suas capacidades (TOLMASQUIM, 2005).
Ademais, com o passar dos anos não só o desenvolvimento sustentável
associado a este tipo de empreendimento foi colocado em pauta, mas deve
-se considerar a importância do desenvolvimento tecnológico para a geração
termelétrica, já que este tipo de produção convencionalmente era realizado a
partir do Ciclo Rankine, com baixa eficiência na média (25 a 30%), além do custo
expressivo do óleo combustível usado.
Logo, claramente é possível perceber que não só a opção e adaptação para
o uso de fontes renováveis na geração termelétrica beneficiaram tais empreen
dimentos atualmente, sendo possível também destacar o emprego de novas
tecnologias para o melhor aproveitamento energético da fonte.
Turbina
�
1
,...._...._..,..QRej
Água de resfriamento
1, _ ____ ..
4 , , 3
Figura 3. Ciclo Rankine: geração termelétrica a vapor. Fonte: NASCI IVlENTO. et ai.. 2004.
•
Usinas termelétricas a gás
Nesse caso diz-se que a operação é realizada em regime aberto, devido à
ocorrência de combustão interna para a geração de energia, baseada no Ciclo
Brayton e pelo uso de turbinas a gás, com maior eficiência quando comparadas
às turbinas a vapor, especialmente pelo fato que nos equipamentos a gás tem
-se uma menor diferença de temperaturas, como visto entre o vapor e os gases
liberados na combustão (TOLMASQUIM, 2005).
Sabe-se também que, considerando um ciclo básico simples para entendi
mento da geração termelétrica a gás, uma turbina a gás possui quatro módu
los construtivos principais: a entrada, o estágio de compressão, de combustão
e a parte da exaustão.
Na entrada tem-se então a entrada do ar no processo, para a realiza
ção da combustão interna, que ocorre dentro da câmara de combustão e
o elemento que realiza o turbinamento propriamente dito está no início do
estágio de exaustão.
Gás natural
A B e
D Descarga da turbina
Atm. 550 ºC
'' ,.,
•
Usinas termelétricas a ciclo combinado
Este tipo de empreendimento é estabelecido da associação entre ambos
os tipos de geração termelétrica vistos, sendo esta união capaz de resultar
em um sistema significativamente mais eficiente, o que explica em partes
..
Combustível
Combustível
TV
(a)
(b)
Combustível
Figura 5. Tipos de termelétricas de ciclo combinado: a) em série; b) em paralelo; e) em série/paralelo. Fonte: ARRIETA
et ai., 2004.
•
Eficiência, poder calorífico do combustível e a energia
gerada
A eficiência de um empreendimento que realiza a geração termelétrica está
diretamente relacionada ao Heat Rate (HR), que traduz a eficiência da transfor
mação do combustível em eletricidade, definindo-se a quantidade de unidades
térmicas britânicas (Btu) gastas na geração de 1 MWh. Assim, matematicamen
te define-se para HR em Btu/kWh (TOLMASQUIM, 2005):
1000
'7 = O' 293HR (li. 13)
Já o poder calorífico (PC), pode ser contabilizado como a quantidade de ca
lor liberada pela queima total do combustível, quando os produtos da combus
tão permanecem na fase gasosa, sem a formação de vapor de água devido à
condensação. Este é o denominado poder calorífico inferior (PCI).
Além disso, tem-se ainda a queima total do combustível e em seguida le
vam-se os produtos da combustão à temperatura inicial, onde o vapor de água
está presente devido à condensação e contabiliza-se o calor recuperado.
A esta última medida de calor, denomina-se poder calorífico superior (PCS)
e as medidas típicas para o gás natural são de 8460 kcal/m3 para o PCI e no
superior tem-se 9400 kcal/m3 •
Por último, a energia gerada devido ao processo termelétr ico pode ser esti
mada, assim como foi feito para a geração hidrelétrica. Desta forma, conside
rando-se novamente o gás natural, dada sua relevância no cenário brasileiro,
obtém-se a seguinte relação para estimação da energia gerada:
EG = 1, 65236E- 4
vo
�;
cs (11.14)
5
ser
educacional
Tópicos de estudo
• Planejamento da transmissão • Análise técnica de alternativas
Visão geral do planejamento no planejamento da transmissão
da transmissão no Brasil A estrutura geral da transmissão
Modelo DEA para análise de
• A previsão de carga coeficientes de eficiência
Metodologia de projeção da O modelo DEA no planejamento
carga de energia elétrica da transmissão na ANEEL
Uso da previsão de carga no
planejamento elétrico no Brasil • A estrutura do-:sSistema elétrico
de potênêia--
• Análise de investimentos na
transmissão
O modelo de transportes
transmissão 1
Caracerf5ticas imr20rtantes da
Características imRortantes da
distribuição •
•
Visão geral do planejamento da transmissão no Brasil
Para compreender o planejamento da transmissão, é necessário entender a
própria atuação da Empresa de Pesquisa de Energia que é responsável por estudos
essenciais para o desenvolvimento dos planos de expansão da transmissão e estu
dos de viabilidade técnica, econômica e socioambiental destinados aos empreen
dimentos de transmissão. Adicionalmente, conforme os próprios dados da EPE, os
estudos abrangem principalmente o atendimento à carga, a definição de sistemas
para conexão e a inserção de novas usinas no sistema, além de analisar a expan
são das interligações, seja regional ou até internacional. Ao longo da realização dos
estudos de expansão da transmissão, a EPE elabora o documento conhecido como
PET/PELP (Programa de Expansão da Transmissão e Programa de Expansão de Lon
go Prazo), além dos relatórios R1 a RS e a criação dos Grupos de Estudos da Trans
missão (GET ), com participação das concessionárias de distribuição e transmissão
das regiões, divididos em grupos de estados e o grupo de São Paulo.
Baseando-se na identificação das necessidades de atendimento do cresci
mento do mercado de energia, da inserção e conexão de novos consumidores
e novas usinas ou na expansão de interligações regionais, produzem-se os rela
tórios R1, que tratam da viabilidade econômica, técnica e socioambiental. Esses
documentos serão redigidos a partir da comparação de alternativas, apontan
do a mais adequada, considerando critérios e procedimentos do planejamento
obtidos através de análises de fluxo de potência, estabilidade, curto-circuito
e, inclusive, de análises econômicas. Esses documentos também comportam
algumas análises socioambientais capazes de apontar complicações na im
plantação de empreendimentos, refletidos principalmente quanto ao custo e
ao prazo de implantação, juntamente com meios para redefinição das alterna
tivas, conforme as próprias informações disponibilizadas ao público pela EPE.
O A previsão de carga
A previsão de carga tem como principal objetivo prever o comportamento
••
futuro da demanda por potência e, além de poder abranger curtos períodos, é
possível executar a análise em períodos maiores de planejamento. Além disso,
existem relações entre carga e diversos fatores externos, como variáveis climá-
ticas e o próprio curso evolutivo da sociedade, estabele
cendo relações não lineares para a previsão (OLIVEIRA,
2004). P or outro lado, retornando ao ponto de vista
da atuação dos agentes do setor elétrico brasileiro, te
mos como exemplo a relação entre a EPE e o Operador
Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para o processo de
previsão de carga do sistema nacional, consoante
às próprias informações disponibilizadas pela EPE
nas projeções de médio prazo, o que incluem
horizontes de planejamento de cinco anos. Na
prática, a previsão de demanda é utilizada pelo
Controle Automático de Geração (CAG), um pro-
cesso do sistema que busca viabilizar a manutenção
•
Metodologia de projeção da carga de energia elétrica
Sabe-se que a carga global de energia elétrica é o
requisito total de eletricidade que deve ser atendido
nos três principais processos do fornecimento: ge
ração, transmissão e distribuição. A medida da di
ferença entre a carga e o próprio consumo de ele
tricidade na rede é chamado de Perdas e Diferenças,
que compreende as perdas técnicas (na transmissão
e distribuição), as comerciais e a parcela de autoprodu-
ção denominada como clássica, não injetada na rede, que está
presente na carga e não é contabilizada no consumo. Ademais,
define-se tais perdas como um percentual da carga pelo Índice
de Perdas e, assim, a projeção da carga pode ser obtida através da
projeção do consumo e das premissas definidas para evolução do Índice de
Perdas, tal que (EPE, 2019):
Autoprodução
potencial
Consumo Total
(Conceito BEN)
Relação
Instantânea/
Integrada
Fonte: EPE,2019,p. 26.
••
Uso da previsão de carga no planejamento elétrico no Brasil
O Programa Diário da Operação, também conhecido como PDO, é um do
cumento com as diretrizes necessárias à elaboração da operação para o dia
seguinte, de forma resumida. Elaborado durante a pré-operação, de forma a
consolidar a programação diária eletroenergética emitida pela área de progra
mação do ONS, o PDO inclui novas intervenções e/ou alterações já aprovadas,
além de inclusões ou alterações nas restrições operativas de instalações de ge
ração e transmissão. Ele também abrange condições previstas para a operação
de reservatórios, para a previsão de carga e para a própria programação do
Variação
Subsistema 2019 2020 2021 2022 2023 2024
anual(%)
... / ' ·' ., /
·' . / . .·
, 5:571'/ ·',6:Ó•'79
/ / / /
Norte /
.6.301/ /6.�43/ /6.J62/' ,/7.027
,
,' / /4 8' ,.
•
.1 � ,• ,' '
Nordeste 11.019
/
11.574 12.101 12.630 13.173 13.749 4.5
Sul '11.709·'
.. . 12.112 12.555 13.025 13.500 14.004 3.6
.• ,
SIN ..-
,. 67.975 70.825 73.453 76.204 79.013 81.931 3,8
' , DICA
o
setor elétrico: a análise de investimentos.
••
Conforme informações da ANEEL, investigar os determinantes dos investi
mentos na transmissão é fundamental para o entendimento de como o setor
elétrico funciona como um todo e proporciona a própria compreensão das toma
das de decisões dentro da transmissão, com maior foco neste caso. Além disso,
do ponto de vista técnico, atualmente os maiores investimentos realizados ad
vém da oferta de novos empreendimentos de geração, que geralmente são ex
plorados pela iniciativa privada, além de também ser possível citar a construção
de novas redes de transmissão. Ademais, todas estas ações são executadas com
maior atenção à descentralização, como é o caso, por exemplo, da atenção espe
cial à universalização do fornecimento e atendimento às comunidades isoladas,
especialmente na região Norte do país e em áreas rurais.
A seguir, você verá na prática um exemplo de técnica para a tomada de deci
são que é aplicada ao setor elétrico brasileiro, no planejamento da transmissão.
••
O modelo de transportes
Para a tomada de decisão acerca dos investimentos a serem feitos na trans
missão, por exemplo, é comum considerar o planejamento da transmissão. As
sim, um meio é formular o planejamento matematicamente como um proble
ma de otimização a ser resolvido e, para isso, pode ser utilizado o modelo de
transportes proposto por Garver, na década de 1970. Este modelo permitirá a
mínv=Ic..n. (2)
(i, j) lj y
S .f + g = d (3)
Sendo fiJ o fluxo total no caminho í-j, fiJ o fluxo máximo permitido para um
g; a potência ativa gerada na barra í, g; o vetor de má
circuito no caminho í-j,
xima capacidade de geração nas barras de geração e i\. o vetor com o núme
ro máximo permitido de circuitos adicionados no caminho í-j. A restrição da
equação (4.a) representa a capacidade de transmissão dos circuitos, incluindo
linhas e/ou transformadores, sendo o valor absoluto necessário, uma vez que
EXEMPLIFICANDO
Uma outra alternativa ao modelo de transportes é o modelo DC, que pode
ser visto em Monticelli (1983) e que se baseia no acoplamento entre os
fluxos de potência ativa.
•
A estrutura geral da transmissão
Em geral, um sistema de transmissão é composto por complexas redes de
cabos elétricos, torres, isoladores, transformadores, reatores, disjuntores e
banco de capacitores. Além disso, as instalações da transmissão no SIN podem
ser divididas na rede básica e nas demais instalações da transmissão.
O transporte de grandes quantidades de energia elétri
ca a longas distâncias é feito na rede básica, onde é uti
lizada uma rede de linhas de transmissão e subestações
que operarão com tensão igual ou superior a 230 kV, con
forme a Resolução Normativa nº 067/2004, estabeleci-
da pela ANEEL.
Além disso, com relação à capacidade, exten
são e abrangência do SIN, verifica-se na Figura 1 o
diagrama do SIN em operação, conforme dados do
PDE para 2029, elaborado pela EPE:
Sistema de transmissão
existente 2019
b b
• Subestações
-
� <epe)
l
1 O 7o-� -'lflkl 10:0
..,,,
"' S�M20:'0
F(,n.10 E�. 2019: ISGE. 2,]·10
76 r:rw �· f/'N 45 11W
Figura 1. Diagrama do Sistema Interligado Nacional em operação. Fonte: EPE, 2020a, p. 104.
A seguir, você verá uma das ferramentas mais utilizadas nesta etapa, o
modelo conhecido como DEA (do inglês, Data Envoltory Analysis, que significa
Análise Envoltória de Dados), proposto em 1978 pelo trabalho de Chames e
colaboradores.
••
Modelo DEA para análise de coeficientes de eficiência
Será apresentado a você um modelo bastante comum na análise de dados,
com foco no que vem sendo feito e sugerido pela própria ANEEL sobre a realização
do planejamento do setor elétrico, neste caso, ainda com o foco na transmissão.
Antes de apresentar o modelo mencionado, considere as ferramentas e o
cenário do planejamento como um todo. Assim, a avaliação de coeficientes de
eficiência, dentro da formulação matemática do planejamento, pode ser reali
zada por meio de vários modelos ditos econométricos, que permitem a repre
sentação simplificada da realidade de análise, que podem ainda se subdividir
entre modelos ditos de fronteira estocástica (KUMBHAKAR; LOVELL, 2000) ou
de análise envoltória de dados, como é o caso do modelo DEA. Esses modelos
são amplamente utilizados pelos agentes reguladores do setor elétrico, espe-
Observe que a medida de eficiência, dada por e, deverá ser menor ou igual
a 1, onde tem-se a máxima contração de insumos e a mesma quantidade de
produtos referentes. A solução ótima é dada por:
(8*)1.1*, .. . ,A;J (1 O)
Neste caso ainda, diz-se que as demais DMUs formam um conjunto de re
ferência, também denominado como peer set, que na tradução literal significa
conjunto de pares, ou pode-se ainda denominar este conjunto como um con
junto de benchmarks.
No próximo subtópico, você verá as principais observações sobre o modelo
DEA utilizado pela ANEEL, além das principais correlações com o sistema acer
ca dos possíveis resultados e dados a serem analisados e obtidos ao final.
••
O modelo DEA no planejamento da transmissão na ANEEL
Sabe-se que os determinantes dos custos operacionais de uma concessio
nária de transmissão estão relacionados à operação e à manutenção da dispo
nibilidade das capacidades de transmissão de seus ativos, representados pelos
números referentes a:
• Capacidades de transmissão dos ativos, em MVA, também contabilizada
através da capacidade de transformação, em que estima-se o nível de potência
que pode ser transmitida pela rede analisada;
• Comprimento das linhas de transmissão, em km;
• Quantidade de transformadores presentes no sistema;
• Quantidade de módulos de manobra, por exemplo, co
nexões de transformadores e outros tipos de ligações de
equipamentos.
Segundo Pessanha, Melo e Souza (2010), es
ses parâmetros, tomados como variáveis nes-
te caso do problema de planejamento, ca-
racterizam o porte da linha de transmissão,
além de serem indicadores de uma medida
aproximada da capacidade disponível.
EXEMPLIFICANDO
Considere o exemplo prático da correlação vista entre o comprimento
da rede e a capacidade de transformação. Neste caso, o coeficiente é
positivo, pois no Brasil a geração de energia elétrica é feita, predominan
temente, através de recursos hidrelétricos, o que geralmente implica em
grandes distâncias na transmissão da energia produzida e, logicamente,
grandes linhas de transmissão.
•
A estrutura do sistema elétrico de potência
Um sistema elétrico de potência (SEP) englobará o fornecimento de energia elé
trica desde a geração até a distribuição. Desta forma, equipamentos como gerado
res são um dos principais elementos dentro do SEP. Outro componente importante
é o transformador elétrico, equipamento de transição entre a geração e a transmis
são e entre a transmissão e a distribuição, e pode ser elevador e abaixador.
As linhas de transmissão, aparatos importantes que compõem o SEP, são
constituídas, em geral, por fios condutores metálicos aéreos, suspensos por
torres metálicas e cuja instalação é feita através de isoladores de cerâmica, por
exemplo, ou outro material com grande capacidade isolante. Além disso, exis
tem os alimentadores de distribuição, que fazem parte do sistema de distribui
ção primário, e, por último, tem-se a carga, o elemento final principal do SEP, que
podem ser consumidores residenciais, comerciais ou industriais.
Armadura de
máquina girante
Gerador o Disjuntor de
potência a óleo
--D--
Trafo de po tência de
dois enrolamentos
Disjuntor a ar ___('..,__
Trafo de potência de Conexão trifásica
três enrolamentos em triângulo
Fusível
Conexão trifásica
em estrela sem o
neutro aterrado
Conexão trifásica
y
Trafo de corrente em estrela com o
neutro aterrado
ou )
---®-
Amperímetro
0 Voltímetro
0
PRODUÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA.
Assim, considerando a simbologia proposta e a constituição do SEP, a Figu
ra 2 apresenta um exemplo de diagrama unifilar, onde são destacados os prin
cipais estágios pela div isão prática comum da transmissão de energia elétrica
e para a distribuição:
Subtransmissão
Distribuição
primária
Distribuição
secundária
Figura 2. Diagrama unifilar do sistema elétrico de potência. Fonte: OLIVEIRA etal., 2000; MONTICELLI; GARCIA. 2003. (Adaptado).
••
Características importantes da transmissão
As linhas de transmissão são suportadas nas torres por meio de isoladores,
que são capazes de realizar o isolamento das linhas no caso de possíveis fugas
de corrente, possibilitando que elas sejam descarregadas através das torres
para o solo. Ademais, os isoladores são projetados e utilizados considerando as
possíveis variáveis eletromagnéticas e eletrostáticas, minimizando seus efeitos
no sistema de transmissão como um todo.
Na Figura 3 são apresentadas as três principais configurações de torres de
transmissão de energia elétrica:
••
Características importantes da distribuição
O processo de distribuição de energia elétrica é formado pelas redes e
instalações dedicadas à entrega ao usuário final. Conforme informa a ANEEL,
como regra geral, estabelece-se que os sistemas e equipamentos da distribui
ção operaram a tensões inferiores a 230 kV, nos sistemas entre a transmissão
e a entrega de energia ao consumidor. Desta forma, a distribuição se divide
em: sistema de subtransmissão; subestações de distribuição; sistema de dis
tribuição primário; transformadores de distribuição; sistema de distribuição
secundário e ramais de ligação (LEÃO, 2009).
O sistema de subtransmissão integra a distribuição entre o sistema de trans
missão e as subestações de distribuição, operando em geral com tensões entre
69 a 138 kV e entre as topologias mais utilizadas para o sistema estão: a radial,
radial com recurso, em anel ou reticulado (também conhecido como grid ou net
work) (LEÃO, 2009). As subestações de distribuição, conforme as próprias infor
mações da ANEEL no PRODIST (procedimentos de distribuição), são conjuntos de
instalações em média ou alta tensão, onde há o agrupamento de condutores e
acessórios, junto com equipamentos para proteção, medição, manobra e trans
formação de grandezas elétricas. Além disso, é possível considerar que as subes
tações são as interfaces entre a transmissão e a própria distribuição.
O As linhas de transmissão
É possível estabelecer modelos equivalentes às linhas de transmissão, onde
••
também há representação da impedância por meio de um diagrama unifilar
semelhantemente ao que, já foi visto no início do estudo sobre SEP. Assim, um
exemplo é o modelo n e são analisadas as linhas conforme a classificação, em
curta, média e longa, sendo que, para linhas curtas, o modelo é baseado so
mente em parâmetros do próprio condutor.
Na Figura 4 tem-se uma resistência R e uma indutância representada pela
reatância X, denominados parâmetros série, e apresenta o diagrama unifilar e
o circuito elétrico correspondente. As linhas com menos de 80 km são conside
radas como curtas, já as linhas entre 80 e 240 km são conhecidas como médias
e acima de 240 km são longas (MONTICELLI; GARCIA, 2003; PINTO, 2018).
R X
R X
Carga
Gerador
R X
,_____� Carga
R X Y/2 Y/2
Gerador
senh(yl')
1
yl'
1
1
I'
Y.f
y tgh (7)
2 Y.f
- 2 -
Figura 6. Diagrama unifilar para linhas de transmissão longas.
' ,
DICA
, .' O dimensionamento de uma linha de transmissão pode ser feito com base
na tensão, mas considerando diretamente os efeitos das perdas, como
o efeito Joule ou efeito coro na, adotando-se novas estratégias, sempre
considerando também os custos.
ser
educacional
Objetivos da unidade
• Proporcionar ao aluno o entendimento sobre a capacidade de um sistema de
transmissão sob a perspectiva da potência transmitida;
• Entender como pode ser feito o dimensionamento de condutores de fase
destinados aos para-raios dos sistemas de transmissão;
•Compreender a estrutura básica e a regulamentação da rede de'distribuição
de energia elétrica no Brasil;
•Aprender sobre os sistemas empregados no Brasil e os principais elementos
e equipamentos utilizados na distribuição de energia.
Tópicos de estudo
• Capacidade de uma linha de Relações de tensão e corrente
transmissão para linhas curtas, médias e longas
Potência natural (SIL)
• As redes de distribuição de
• Dimensionamento de condutores energia elétrica
defase Regulamentação da distribuição
Tipos de condutores de fase de energia elétrica: o PRODIST
mais utilizados Principais equipamentos e ele
mentos da distribuição de energia
• Dimensionamento de para-raios A estrutura básica dos sistemas
Tipos de cabos mais utilizados de distribuição de energia elétrica
Capacidade de corrente de Redes de distribuição aéreas e
cabos para-raios subterrâneas
• O modelo de parâmetros
distribuídos para linhas de
transmissão
Propagação de ondas eletromag
néticas na linha de transmissão
--
LJ2
Pe -
Z
n
(1)
e
V= _
2
7
[(v e+ f?,e
�Y' ) (v �Y'f?, )
eYX + e- e e·YXJ (3)
J
e·YX
associados ao exponencial e·yx podem ser desprezados. Pela lei de Ohm, cor
relacionando a tensão e a corrente obtém-se a impedância característica (lc),
que, devido às simplificações, torna-se independente da posição avaliada na
linha de transmissão:
V
(5)
I
Ou ainda:
ASSISTA
Para uma breve explicação sobre a lei de Ohm, assista
ao vídeo Lei de Ohm e Resistores - Circuitos Elétricos #2,
do canal AII Electronics.
••
Potência natural (SIL)
A potência natural (ou SIL), importante parâmetro da linha de transmissão, é
a potência fornecida por uma linha para uma carga resistiva pura igual à sua impe
dância de surto. Segundo Moura, Moura e Rocha (2019), este parâmetro de potên
cia poderá ser utilizado para comparar as capacidades de carregamento das linhas
Is Ir
--+ --+
+
Vs Vr z =foe
e
x=1 x=O
Figura 1. Circuito eqwvalente de uma linha de 1Tansmissão carregada pela impedância de surto. Fonte: MOURA;
MOURA; ROCHA 2019, p. 252.
EXEMPLIFICANDO
Existem tecnologias abordadas no sistema elétrico brasileiro para
o desenvolvimento de linhas de transmissão com potência n atu
ral elevada ou, ainda, para a recapacitação de linhas em opera
ção, visando um projeto mais econômico de linha de transmissão.
Para mais detalhes, leia o artigo publicado pelo CEPEL:
A seguir, você verá as principais premissas para outra ação importante den
tro do projeto de sistemas elétricos de potência em geral: o dimensionamento
de condutores para as fases, denominados condutores de fase, e para os cabos
para-raios.
•
Tipos de condutores de fase mais utilizados
Um cabo é formado por vários outros cabos mais finos que estarão encor
doados através de uma ou mais camadas de outro material. Se os cabos internos
são do mesmo material, eles são chamados de cabos homogêneos, e se são de
materiais diferentes, são chamados de heterogêneos. Na prática, são utilizados
cabos denominados copperweld, quando estes possuem fios de aço revestidos
de cobre, e quando são revestidos de alumínio são chamados de
alumoweld. Entre esses tipos de cabo, se destacam:
• Cabos de alumínio com alma de aço (denominados de
CAA -ACSR): cabo de alumínio com reforço interno de fios de
aço, geralmente utilizado em diâmetro maior, o que permite
reduzir o efeito corona;
• Cabos de alumínio com alma de aço liso (denomi
nados como ALPAC): cabo com seção dos fios trapezoidal;
O Dimensionamento de para-raios
Os para-raios são utilizados nos sistemas de transmissão e na segurança de
••
diversos outros sistemas e equipamentos. As descargas elétricas podem gerar da
nos às superfícies dos isoladores dos sistemas de transmissão, devido à ocorrên
cia de arco elétrico entre a própria linha e a estrutura de sustentação. Assim, os
para-raios são construídos a partir do uso de cabos elétricos que fornecerão um
caminho para a circulação da corrente gerada em razão da ocorrência de descar
gas atmosféricas, que podem, com certa frequência, atingir o circuito de uma linha
de transmissão aérea e gerar falhas e outros efeitos indesejáveis, podendo trazer
prejuízos na segurança dos equipamentos. Logo, quando ocorrer uma descarga
atmosférica nos circuitos, haverá um escoamento de energia através da circulação
de corrente nos dois sentidos, de forma que os isoladores ficarão submetidos a
um menor nível de tensão, já que os condutores não serão atingidos diretamente
por conta da corrente nos cabos dos para-raios, fazendo com que tenha apenas
uma indução de tensão. As correntes chegarão parcialmente nas estruturas e se
rão direcionadas à terra através do sistema projetado para segurança.
•
Tipos de cabos mais utilizados
Segundo Moura e colaboradores (2019), os cabos mais utilizados para o di
mensionamento de dispositivos para-raios para a transmissão são:
• Cabos de aço galvanizados do tipo SM (média resistência), HS (alta resis
tência) ou EHS (de extra alta resistência), compostos por sete fios;
• Cabos copperweld e alumoweld, embora sejam mais caros, por possuírem
maior durabilidade;
• Cabos CAA, de alta resistência mecânica.
É comum que os fabricantes de materiais elétricos disponibilizem tabelas
de características mecânicas e elétricas para cabos usados em para-raios e
para condutores em geral.
••
Capacidade de corrente de cabos para-raios
Sob o ponto de vista da capacidade de condução de corrente, é possível
dimensionar corretamente os cabos que formarão o para-raios para a correta
proteção do sistema de transmissão. Assim, a NBR 8449 avalia, por exemplo, a
capacidade térmica destes cabos considerando a temperatura antes e durante
a corrente de curto-circuito, além dos tempos de eliminação do defeito que
corresponde ao período gasto para a reação da proteção da li-
nha de transmissão nas denominadas subestações terminais.
A Tabela 1 exemplifica as estimativas da capacidade má-
xima de corrente de curto-circuito admissíveis em função dos
tempos de resposta observados para eliminação do curto, para
o uso do aço:
O O modelo d
transmissão
••
Um circuito de comprimento finito pode ser definido como um circuito de
parâmetros distribuídos, em que cada elemento que o compõe, independente
mente de sua dimensão, originará uma variação de tensão longitudinalmente e
uma derivação de corrente transversalmente. Por outro lado, estes parâmetros
poderão ser capacitâncias, indutâncias, resistências, entre outros. O circuito ge
nérico (Figura 2) representa um circuito de parâmetros distribuídos:
R'Llx L'Llx
l!+
i (X+ Llx,t)
i•(:,!;-° l l
C�x V (X+ Llx,t)
Llx
Figura 3. Circun:o equivalente para análise da propagação de ondas eletromagnéticas. Fonte: ZANETIAJÚNIOR, 2006, p. 124.
av(x,s)
= -(R' + sLJl(x,s)
ax
(14)
at(x,s)
= -sC'V(x,s)
ax
a2V(x,s)
= (R' + sL')(sCJV(x,s)
ax 2
(15)
a2t(x,s)
= (R' + sLJ(sCJl(x,s)
ax 2
Perceba que a propagação depende diretamente dos
parâmetros distribuídos da linha e agora considere a so
lução geral das equações demon stradas pela equação
(15). Sab e-se que, no domínio da frequência, é possível
reescrevê-la como:
. . +
. +
V(x,s) = v (O,s) e·YX + V (O,s)e yx
. . +
.
l(x,s) = / (O,s) e-yx + /· (O,s)e yx
+
(18)
Figura 4. Circuito equivalente simples de uma linha de transmissão com dois terminais.
VO
( ) = V5 (20)
Vs=V++V· (22)
v -
1-- v· +
(23)
s
Além disso, pela lei de Ohm é possível compreender que a seguinte relação
também é válida:
Ze Is =V'"-V (24)
Somando-se as equações (22), (23) e (24) tem-se a parcela progressiva da
tensão:
Vs+ Ze Is
V'"= (25)
2
Devido à identificação da tensão v+ com ondas trafegantes, considerando
que a linha tenha comprimento semi-infinito, aplica-se uma onda progressiva
Vs no início:
Vs = Ze Is (26)
Implicando que:
v+ = =Vs (27)
V(xl = 2
1
[(Vs + zc !) e·YX + (Vs - zc !) e yx J+
(29)
/(e) = Ir (33)
Essas condições, substituídas na equação (31), resultam em:
Vr = cosh(ye)V5 -Zc senh(ye)/5 (34)
Note que é possível reescrever a equação (19) para a corrente de forma se
melhante ao que foi feito para a tensão nas equações (29) e (30), resultando em:
1
l(x) = -- [-( eyx - e·YX ) Vs + (eyx + f:YX ) Ze /s J (35)
22e
E, pelas relações hiperbólicas, a equação (35) pode ser reescrita como:
se nh(yx)
/(X) -- _ Vs + cosh( yx.111s (36)
zc
v
[ I r ] -_ [_
r
co
sh(yfJ
senh (yf)
z(
-Zc5enh(yfJ
cosh(yt)
J [v ]I
s
s
(38)
[Vs] _ [
Ou, na forma mais tradicional, pois se [cosh(y-f)]2 - [senh(y-f)]2 = 1, obtém-se:
I
s
-
cosh (yt)
_ sen h(yt)
ze
Zcsenh(yt)
cosh(yf)
J [ vr
Ir
]
Logo, a forma matricial obtida na eq uação (39) condensa as relações
(39)
fund amentais exis tentes entre os fasores das tensões e correntes do início
até o fim da linha de transmissão, usadas no cálculo de tensão e corrente
(ZA NETTAJÚNIOR, 2006).
' ,
DICA
' Caso a linha de transmissão seja curta, é possível realizar algumas
simplificações nas equações gerais vistas anteriormente para os
cálculos da tensão e da corrente. O modelo de quadripolo auxilia na
compreensão, e para mais detalhes, sugere-se a leitura da seção 3.4.2
de Zanetta Júnior (2006).
•
As redes de distribuição de energia elétrica
Conforme a própria definição da ANEEL, as redes e linhas de distribuição são
conjuntos de estruturas, condutores e equipamentos elétricos que operam em bai
xa, média ou alta tensão (até 230 kV) em sistemas aéreos ou subterrâneos, destina
das à distribuição da energia elétrica. Outrossim, as linhas são formadas por circui
tos radiais enquanto as redes constituem circuitos malhados ou interligados, como
veremos adiante.
---------------------------------- ,
SISTEMA DE TRANSMISSÃO
RB 230 kV DIT
130 kV
VE
D ID c
C/P C
VE
Agentes envolvidos
C - Consumidor
G - Produtor de energia (geração distribuída)
CIP - Concessionária ou permissionária de distribuição
VE - Importadora ou exportadora de energia
DI D - Demais instalações de distribuição (tensão 230 kV)
RB - Rede básica
DIT - Demais instalacões de transmissão Ctensão < 230 kVl
Figura 5. Resumo do sistema de distribuição e agentes envolvidos, através do diagrama unifilar. Fonte: LEÃO, 2009, p. 2-3.
••
Regulamentação da distribuição de energia elétrica:
o PRODIST
A ANEEL realiza a regulamentação e fiscalização de todo o fornecimento de
energia e, assim, para compreender a regulamentação da distribuição será preci
so compreender a atuação deste agente.
' ,
DICA
, ' Veja mais detalhes sobre outros módulos que compõem
o PRODIST.
•
Principais equipamentos e elementos da distribuição
de energia
Antes de analisar os principais equipamentos e elementos utilizados para
a distribuição de energia elétrica, relembre que os sistemas de distribuição
podem ser divididos, de forma geral, em subtransmissão e redes de distribui
ção primária e secundária.
Os transformadores, assim como na transmissão, são importantes exem
plos de equipamentos para a distribuição de energia elétrica. Assim, são uti
lizados transformadores que realizarão o abaixamento da tensão de 69 kV
para 13,8 kV, como é o caso de equipamentos da subestação de distribuição.
Adicionalmente, é possível citar os barramentos de alta e média tensão e dis
juntores, por exemplo.
Já o dimensionamento de redes aéreas de distribuição prevê o uso de postes
que poderão ser de concreto, madeira ou até mesmo aço. Além d isso, associados a
eles, tem-se outro elemento importante da distribuição de energia, que são os ra
mais de ligação. Conforme a informação disponibilizada pela ANEEL, eles se consti
tuem como um conjunto de condutores e acessórios instalados pela distribuidora,
que fazem a ligação entre o ponto de derivação de sua rede e o ponto de entrega.
•
A estrutura básica dos sistemas de distribuição de
energia elétrica
A distribuição pode ser representada a partir do diagrama unifilar (Figura 6),
denotando que a distribuição pode ser dividida nos sistemas de subtransmissão,
de subestações de distribuição, de alimentadores primários que fornecem ener
gia trifásica e de um ramal monofásico, constituindo a rede primária de distribui
ção. É a partir deste ramal que se desdobrará a rede secundária:
Subestação de
distribuição
Alimentadores
primários
Alimentação
primária Ramal monofásico
trifásica
Transformadores de distribuição
Alimentação secundária
Consumidores
Pórtico
Seccionadora
Barramento
Disjuntor
TC
•
Redes de distribuição aéreas e subterrâneas
Geralmente, uma rede aérea é formada por alimentadores urbanos de distri
buição, além dos ramais que são responsáveis por alimentar os transformadores
de distribuição e pontos de entrega que possuírem a mesma tensão, constituído
de linhas em arranjo radial. Uma das principais vantagens deste arranjo é que,
caso ocorra alguma contigência no sistema, há a possibilidade de transferência
de energia por outras linhas da distribuição.
Assim, dado o arranjo mais frequente das redes aéreas, é possível exemplifi
car como é feita a distribuição em média tensão para áreas rurais. Como o arran
jo mais frequente é radial, a operação dependerá de uma única
fonte de suprimento. Logo, todas as unidades consumidoras
são alimentadas por um único alimentador primário, com
baixo custo, algo vantajoso para a realização do fornecimento
para consumidores que apresentarão baixa densidade de carga e
estão em grande dispersão geográfica (LEÃO, 2009).