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estará sujeita a sanções da lei.
Sobre o autor
A história por trás do propósito
Meu nome é Daniel Rosa Junior, nasci em Votuporanga, interior de São Paulo,
em dia 17 de fevereiro de 1978. Sou neto de ferroviários que vieram de
Araraquara-SP e que escolheram essa cidade para constituírem às suas
famílias. Meu pai vem de uma família de cinco irmãos, por isso, começou a
trabalhar bem cedo como ajudante de pedreiro para ajudar nas despesas da
casa. Também foi jogador de futebol profissional no extinto AEJ – Associação
Esportiva Jalesence, clube da cidade de Jales. Se tornou eletricitário da
Companhia Energética do Estado de São Paulo (CESP), empresa distribuidora
de energia elétrica, onde teve uma carreira de 30 anos. Já minha mãe, vem de
uma família de seis irmãos. Sua avó era descendente de alemães da região de
Catanduva-SP, que chegaram ao Brasil no século XVIII, quando ocorreu o
movimento migratório europeu para várias regiões do país. Ela também
começou a trabalhar muito cedo auxiliando nas tarefas de casa e na agricultura
familiar em pequeno espaço de terra dos meus avós. A vida dos meus pais
nunca foi fácil, por isso, se dedicaram sem medir esforços para dar o melhor
estudo que podiam para mim e meus irmãos, Carlos e Fabiana. Desde muito
jovem, fui curioso e sempre quis saber sobre a engenharia das coisas – saber
como funcionavam. Gostava de inventar e reinventar meus brinquedos, sempre
me indagando sobre os fenômenos físicos à minha volta. Meu primeiro contato
com a eletricidade, foi em 1990, quando eu tinha 12 anos. O episódio foi um
tanto quanto engraçado e ao mesmo tempo com um alto potencial de risco. Foi
quando eu resolvi desenvolver o meu primeiro projeto elétrico. Escuta isso! Era
um projeto extremamente simples. Eu queria fazer uma campainha soar e
acender uma lâmpada quando a mesma fosse acionada. Eu queria fazer isso,
porque eu achava o máximo um programa de TV, que os mais antigos devem
se lembrar, que se chamava "Passa ou Repassa". Era um programa de
perguntas e respostas, onde os participantes das equipes apertavam uma
campainha e uma lâmpada se acendia quando a equipe supostamente sabia a
resposta para uma determinada pergunta. O meu desejo era fazer exatamente
aquilo que assistia no programa, para poder jogar com meus primos e irmãos.
Nessa época, nós morávamos com os meus avós maternos e meu avô tinha
uma oficina fantástica nos fundos da casa dele com um armário enorme cheio
de ferramentas. Aquilo pra mim, era um parque de diversões. Então,
despertado o forte desejo de desenvolver aquele projeto, comecei a colocar a
ideia em prática quando chegava do colégio. Claro que fazia isso escondido
dos meus avós e dos meus pais, porque meu avô morria de ciúmes das
ferramentas dele. Como eu sabia onde meu avô escondia a chave do armário,
executar o plano, foi uma tarefa fácil. Levei praticamente uma semana para
montar toda aquela parafernália. Até que chegou o grande dia. O momento
mais esperado. Era hora de testar o funcionamento daquele que seria o
primeiro de muitos outros projetos. O momento que eu escolhi para o teste, foi
durante a noite, porque eu queria ver o forte brilho da lâmpada. Nesse horário
meu pai assistia ao Jornal Nacional. Ele adorava ver esse telejornal. Na
verdade adora até hoje. Você já podem imaginar o que aconteceu quando eu
coloquei os dois fios na tomada para ligar minha "obra prima"... Em milésimos
de segundos, após conectar os fios na energia, houve um estouro e a casa dos
meus avós ficou totalmente no escuro por alguns segundos até que meu pai
logo gritou lá da sala!
- Moleque! O que você está aprontando aí?
Nesse momento eu retiro rapidamente os fios da tomada e a luz volta. Sem
saber, meu pai tinha acabado de salvar a minha vida. Meu herói! Fiquei com os
olhos arregalados, totalmente assustado e ao mesmo tempo decepcionado,
porque meu projeto não tinha funcionado conforme planejado. Meu pai então,
sai da sala “voando” e vem até mim pra ver o que eu tinha “aprontado” dessa
vez e me encontra com o que sobrou do meu projeto na mão, um tanto quanto
carbonizado, devido uma ligação, equivocada, que mais tarde eu viria a
aprender que na eletricidade denominamos de curto-circuito. Logo em seguida
chega a minha mãe que olha para o meu pai e diz:
- Esse menino ainda vai botar fogo nessa casa!
E foi assim a minha iniciação na eletricidade, com uma experiência um tanto
quanto perigosa mas, que despertou naquele garoto curioso, ainda mais o
desejo de saber como era possível produzir luz, através de um simples clique
em uma tecla. Quando completei 14 anos, ingressei em uma escola técnica do
SENAI em São José do Rio Preto-SP chamada Escola SENAI Antonio
Devisate, onde conheci meu grande mestre, Prof. Ademir. Me dediquei muito
durante 2 anos. Estudava dia e noite para ser um dos melhores alunos do
colégio, pois, queria recompensar todos os esforços que meus pais colocaram
sobre mim. E assim foi feito. Me formei como um dos melhores alunos do
colégio e comecei a trabalhar na mesma empresa que meu pai trabalhou. Por
lá desenvolvi minha carreira durante 24 anos, porém, em 2014 eu não me
sentia feliz com o trabalho que estava desenvolvendo e tive que tomar uma das
decisões mais difíceis da minha vida, que foi pedir demissão. Apesar de todo
sucesso que eu alcancei, aquilo era tudo o que os meus pais sonharam e
lutaram para que eu tivesse. Aquilo não era o meu sonho. O meu sonho era
empreender e fazer a diferença de verdade na vida das pessoas. Mas deixar
para trás uma carreira e um salário como aquele que eu tinha, era
simplesmente desesperador para mim e minha esposa.
O momento da Virada
Faça resumos
Indique este livro para outras pessoas e forme um grupo de estudos. Discutir os
aprendizados do livro com um amigo, colegas e pessoas próximas, ajuda você
a ir além. Lembre-se. Se quer ir rápido vá sozinho, se quer ir longe vá
acompanhado.
Introdução
Eu acredito que este livro será útil para muitos. Por um lado ele serve para
quem já trabalha na área de energia solar fotovoltaica e quer fortalecer sua
base e por outro, serve para quem sonha em trabalhar na área. O que
apresento aqui serve como base para sistemas fotovoltaicos de diversas
potências. Vou ficar muito feliz se você terminar esse livro conseguindo
enxergar as múltiplas oportunidades de aplicação dessa metodologia. Eu
verdadeiramente acredito que o conteúdo desse livro possa transformar a sua
maneira de dimensionar e construir sistemas fotovoltaicos, porque o
conhecimento que eu divido aqui com você transformou desempenho dos
meus projetos trazendo satisfação para vários clientes.
Por isso, é muito importante que você consuma o conteúdo deste livro na
ordem em que ele está sendo apresentado. Acredite, eu investi pesado no
planejamento e organização dessas informações para que você consiga
consumir, aprender e aplicar da maneira mais eficiente possível. E o mais
importante, leia, aprenda, aplique e indique para as pessoas ao seu redor se
ele for útil pra você. A energia solar é uma fonte praticamente inesgotável na
escala de tempo terrestre e uma alternativa energética de suma importância
para o desenvolvimento humano, pois, sabemos que devido a energia do sol,
surgem também outras fontes de energia na Terra. A energia solar direta pode
ser dividida em cinco blocos bem definidos. O primeiro seria a energia solar
passiva que é utilizada nas arquiteturas bioclimáticas, ou seja, nas construções
projetadas para que a luz do sol penetre no ambiente por mais tempo,
auxiliando no iluminação e controle de temperatura com o objetivo de economia
de energia. O segundo seria a energia solar ativa que pode ser utilizada para
aquecimento e refrigeração de fluídos. O terceiro é da energia solar
fotovoltaica, utilizada para produção de eletricidade a partir de células solares. O
quarto, é o de geração de energia elétrica utilizando-se de concentradores
solares térmicos para altas temperaturas. E o quinto bloco é o uso da energia
solar em um reator para produção de hidrogênio que é utilizado como
combustível para células de energia. Sabemos que a energia solar térmica e a
energia solar fotovoltaica, são as mais conhecidas e mais utilizadas hoje em
dia e no conteúdo desse livro nós trataremos especificamente da energia solar
fotovoltaica para geração de energia elétrica de forma distribuída.
Qual é o tipo de dimensionamento que dá resultado na prática?
Vantagens
Além disso a energia solar fotovoltaica possui uma série de vantagens sobre
outras fontes de energia que nós conhecemos atualmente. São elas:
11
Responde rapidamente à recepção da luz, obtendo energia na saída do
sistema de forma praticamente instantânea;
Pode operar em temperaturas moderadas;
Não produz poluição enquanto produz eletricidade;
Requer pouca manutenção, quando fabricada e instalada adequadamente,
dentro das normas e padrões nacionais e interacionais;
Pode ser feito de silício, o segundo elemento mais abundante no planeta.
Os sistemas podem ser construídos em módulos, permitindo uma ampla
variedade de fontes;
Pode ser usada em pequena escala como aplicações em áreas remotas e
residências que não têm acesso à rede elétrica convencional;
Pode ser usada em sistemas distribuídos nos centros de consumo
abastecendo empresas e residências;
Pode ser utilizada em grande escala como em fazendas para a produção
de energia centralizada para injeção no sistema elétrico nacional;
Têm uma alta eficiência de conversão de luz em eletricidade comparado
com qualquer outro sistema com de mesma função;
Possui amplo recurso de manuseio da potência energética dos sistemas.
Desde pequenas potencias em Watts (W) até grandes potências em
Megawatts (MW);
Têm uma ótima relação entre a potência e peso dos
equipamentos, tornando-os adequados para aplicações sobre telhados.
Desvantagens
Para não dizer que não há nenhuma desvantagem nos sistemas fotovoltaicos,
podemos citar uma preocupação com o meio ambiente, durante o processo de
produção dos módulos fotovoltaicos onde há a produção de resíduos e grande
consumo de energia elétrica. Mas enfim, a energia solar é inesgotável e está
disponível para qualquer utilização prática mesmo que a quantidade de energia
solar emitida pelo Sol que chega à Terra, seja bastante diluída.
12
Uma breve história da energia solar fotovoltaica
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e Estados Unidos. Com a produção em grande escala pelas indústrias
chinesas, o valor do investimento sobre o sistema fotovoltaico tem reduzido
drasticamente, o que permitiu que diversos consumidores no mundo pudessem
investir na tecnologia.
14
O Sol
O princípio da luz
Luz é energia. Quando você toca uma superfície preta exposta ao sol, percebe
ali um acumulo dessa energia. O princípio da luz ajuda a compreender como as
células solares funcionam. A luz do sol parece branca porque é composta pela
junção das diferentes cores do espectro visível que combinadas, produzem a luz
branca. A luz visível representa apenas uma pequena porção do espectro de
radiação eletromagnética. Estudos mostram que a maneira com que um raio de
luz interage com outros raios e objetos físicos, muitas vezes podem ser
explicados como se a luz estivesse se movendo em forma de uma onda ou de
partículas. Todas as ondas têm um certa distância entre picos (chamada
comprimento de onda). Esse comprimento de onda também pode ser expresso
como uma frequência (o número de picos em um determinado espaço de
tempo de propagação especificado). Portanto, uma onda com uma longa
distância entre picos, tem uma frequência mais baixa que a de menor
comprimento de onda. A frequência e o comprimento de onda, são
inversamente proporcionais. Para ondas de luz, a energia associada à onda
aumenta à medida que a frequência aumenta e diminui à medida em que se
aumenta o comprimento.
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exemplo, podemos citar a energia hidrelétrica que é possibilitada pela
evaporação devido ao calor solar radiante; os ventos que são causados pelas
diferenças de temperatura entre a atmosfera e a Terra usados na geração de
energia eólica; os combustíveis fósseis que abastecem geradores à
combustão, são restos de vida orgânica previamente nutrida pelo sol; e a
energia fotovoltaica que é produzida diretamente pela radiação solar.
16
as variações associadas ao espectro de energia e sua disponibilidade.
O efeito fotovoltaico
17
Aspectos físicos de Eficiência das células solares
A maior parte da energia que atinge uma célula na forma de luz solar é perdida
antes que possa ser convertida em eletricidade. A máxima eficiência de
conversão de luz solar em eletricidade pelas células fotovoltaicas podem
chegar hoje em testes laboratoriais a pouco mais de 40%. Os valores mais
típicos de células comerciais, são as que têm uma eficiência de 14% a 22%.
Constantemente busca-se trabalhar para o desenvolvimento de células mais
eficientes e de menor custo para maior difusão da tecnologia. Os principais
fenômenos que limitam a eficiência da célula solar são:
1. Reflexão da superfície da célula;
2. Luz que não é energeticamente suficiente para separar elétrons de suas
ligações atômicas;
3. Luz que possui energia extra além da necessária para separar elétrons das
suas ligações;
4. Elétrons e lacunas gerados pela luz, que se encontram aleatoriamente e se
recombinam antes que eles possam contribuir para o desempenho da célula;
5. Elétrons e lacunas gerados pela luz que são reunidos por defeitos na
superfície e nos materiais a célula;
6. Resistência ao fluxo de corrente;
7. Auto-sombreamento resultante da impressão dos contatos elétricos na
superfície superior;
8. Degradação do desempenho em condições não ideais de temperaturas (alta
ou baixas) de operação.
18
Os principais componentes de um sistema
O inversor
19
potência. O inversor também devem satisfazer os requisitos das normas
IEC60634-7-712 que trata sobre os requisitos para instalação de sistemas
fotovoltaicos em edificações, a norma IEC61000-3-3 que trata sobre a
compatibilidade eletromagnética entre os sistemas fotovoltaicos e a rede,
informando as limitações de tensão e cintilação das redes de distribuição de
baixa tensão, quando se utiliza inversores com corrente nominal menor ou igual
a 16A por fase, que não são submetidos a conexão condicional. Deve
obedecer também a norma IEC61000-3-11, também de compatibilidade
eletromagnética, para inversores com corrente nominal menor ou igual a 75A e
que são submetidos a conexão condicional. E a IEC61000-3-5 que trata da
compatibilidade eletromagnética para sistemas com inversores com corrente
nominal maior que 75A, submetidos a conexão condicional. A qualidade da
energia fornecida pelo inversor para as cargas e para a rede em corrente e
tensão alternada dentro dos parâmetros de cada local ou região, é regida por
práticas e normas referentes a tensão, cintilação, frequência, distorção
harmônica e fator de potência. Qualquer desvio do padrão estabelecido por
essas normas, caracteriza uma condição anormal de operação, devendo o
inversor interativo ser capaz de identificar esse desvio e cessar o fornecimento
de energia à rede. A tensão, potência e frequência do inversor devem ser
compatíveis com a rede elétrica local. Os valores nominais de tensão para as
redes brasileiras estão contidos nos Procedimentos de Distribuição do Sistema
Elétrico Nacional (PRODIST) onde encontramos os seguintes valores:
a) 220/127V
b) 220/110V
c) 380/220V
d) 440/220V
e) 230/115V
f) 240/120V
g) 254/127V
h) 208/120V
a) 13,8 kV (MT);
20
b) 34,5 kV (MT).
a) 69 kV (AT) e
b) 138 kV (AT).
21
Este ponto é considerado pela norma como sendo o padrão de entrada de
energia. Se a queda de tensão nesse trecho do inversor até o padrão, for muito
alta, pode haver um mau funcionamento do inversor. Um outro parâmetro
importante são valores de cintilação que não devem ser maiores que os valores
estabelecidos nas normas IEC61000-3-3, parte 3-11 e parte 3-5. Inversores
interativos sem transformador, devem possuir uma proteção contra a injeção da
componente de corrente contínua na rede elétrica, desligando o inversor no
tempo máximo de 1s, quando essa corrente atingir um valor maior que 0,5% da
corrente nominal do inversor. Já os inversores com transformador na sua
constituição interna e com isolamento galvânico em 60Hz, não precisam ter
esse tipo de proteção. Como sabemos o inversor deve operar em sincronismo
com a rede elétrica, dentro de alguns limites de variação de frequência.
Quando a frequência da rede atingir um valor de 57,5Hz, o inversor deve se
desconectar dessa rede em um tempo de até 0,2s cessando o fornecimento de
potência. Podendo se reconectar somente quando a frequência chegar a
59,9Hz em um tempo mínimo que pode variar de 20 a 300s dependendo do
ciclo religamento automático da rede de distribuição. Agora, quando a
frequência da rede ultrapassar o valor de 60,5Hz, ficando abaixo de 62Hz, o
inversor deve automaticamente reduzir a sua potência ativa injetada na rede.
Se após o inversor iniciar o processo de redução de potência, a frequência da
rede abaixar, ele deve manter a potência reduzida por no mínimo 300s, até que
a frequência atinja a faixa de 60Hz, mais ou menos 0,05Hz. É conveniente que
a energia injetada na rede pelo inversor, tenha baixos níveis de distorção
harmônica de corrente, para garantir que outros equipamentos elétricos
conectados à rede de distribuição sofram alguma operação indesejada, devido
as distorções harmônicas provocadas pela eletrônica do inversor. Níveis
aceitáveis de distorção harmônica de tensão e corrente, dependem das
características da rede de distribuição, tipo de serviço, cargas conectadas e
procedimentos adotados para a rede. A distorção harmônica total (THD) de
corrente de um inversor, deve ser inferior a 5% em relação a corrente
fundamental (60Hz) na potência nominal do inversor. Cada harmônica
individual têm o seu limite estabelecido pela norma esses valores da tabela a
seguir.
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Limites de distorção harmônica de corrente – Fonte NBR16149
2ª a 8ª < 1%
Se a potência ativa injetada na rede pelo inversor for maior de 20% da sua
potência nominal, o inversor deve ser capaz de operar dentro de alguns valores
estabelecidos na norma NBR16149 para o fator de potência. Todo inversor deve
sair de fábrica configurado com fator de potência igual a 1, podendo trabalhar
com uma tolerância na faixa de 0,98 indutivo até 0,98 capacitivo, para
inversores com potência menor ou igual a 3kW, na faixa de 0,95 indutivo a 0,95
capacitivo, para inversores com potência de 3 a 6kW e na faixa de 0,90 indutivo
até 0,90 capacitivo, para inversores maiores que 6kW. Sempre que houver uma
variação da potência ativa na saída do inversor, ele deve ajustar a potência
reativa na sua saída automaticamente no tempo máximo de 10s para que o
fator de potência pré-definido seja obedecido. Para prevenir que o sistema
fotovoltaico trabalhe em ilhamento (geração isolada), sempre que ocorrer a
perda de uma das fases da rede, o inversor deve cessar o fornecimento de
potência em até 2s. Se o inversor possuir na sua entrada de corrente contínua
o sistema dc Safety extra-low voltage (SELV), e apresentar uma potência
acumulada menor que 1kW, em apenas um único padrão de entrada de
energia, após a desconexão, não será necessária a desconexão física do
inversor da rede através de relés. A desconexão completa do inversor da rede
elétrica de distribuição, deve ocorrer sempre em condições anormais de
variação de tensão e frequência, tendo inversor que responder a essas
anormalidades protegendo o sistema elétrico contra o ilhamento de sistemas
distribuídos de forma a garantir a segurança das equipes de manutenção de
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linha morta, segurança da rede, das pessoas em geral, bem como evitar danos
ao sistema fotovoltaico e ao próprio inversor. O inversor deve possuir proteção
contra curto-circuito e ser aterrado conforme a IEC60364-7-12. Os testes do
inversor devem ser realizados conforme a NBR16150 que especifica os
procedimentos de ensaios para verificar se os equipamentos utilizados na
interface de conexão entre o sistema fotovoltaico e a rede de distribuição de
energia estão em conformidade com os requisitos da norma NBR16149 que
citei anteriormente. É importante frisar que antes de realizar a instalação,
operação ou manutenção de um inversor interativo é importante conhecer as
características do equipamento que você está trabalhando e as normas
vigentes pra se evitar lesões ao operador ou instalador, lesões à terceiros e
danos ao inversor. Por isso as instruções de segurança devem ser lidas e
seguidas antes de qualquer intervenção. Não é permitida a conexão ou
desconexão dos conectores de CA e CC quando o inversor estiver em
funcionamento. Isso pode danificar seriamente o inversor. Os polos positivo (+)
e negativo (-) dos módulos fotovoltaicos não devem ser aterrados. A instalação,
conexão e manutenção dos inversores devem ser realizadas por pessoa
qualificada seguindo as normas e regulamentações locais como a NBR5410
que estabelece as condições a que devem satisfazer as instalações elétricas
de baixa tensão, a fim de garantir a segurança de pessoas e animais, o
funcionamento adequado da instalação e a conservação dos bens. Outra
referência importante é a NBR16690 que foi finalmente publicada em 2019 e
que trata sobre as Instalações elétricas de arranjos fotovoltaicos, escrita com
base na norma IEC/TS62548, onde são estabelecidos os requisitos de projeto
das instalações elétricas de arranjos fotovoltaicos, incluindo disposições sobre
os condutores, dispositivos de proteção elétrica, dispositivos de manobra,
aterramento e equipotencialização do arranjo fotovoltaico. O escopo desta
norma inclui todas as partes do arranjo fotovoltaico, mas não inclui, os
dispositivos de armazenamento de energia, as unidades de condicionamento
de potência ou as cargas. Uma exceção é a de que as disposições relativas a
unidades de condicionamento de potência, são abordadas apenas onde a
segurança das instalações do arranjo fotovoltaico está envolvida. A interligação
de pequenas unidades de condicionamento de potência em corrente contínua
24
para conexão a 1 (um) ou 2 (dois) módulos fotovoltaicos também está incluída
no escopo da NBR16690. Vou citar aqui também a importância de conhecer o
PRODIST Módulo 8 para se instalar e conectar um inversor interativo em uma
rede de distribuição. Pra quem não conhece, o PRODIST é uma série de
documentos dividido em módulos e emitidos pela ANEEL. O módulo 8 trata
especificamente sobre a qualidade da energia elétrica. Como nós sabemos o
inversor interativo é uma fonte de potência de energia elétrica que é conectada
paralelamente à rede de distribuição contribuindo com a injeção de potência no
sistema elétrico. Esse paralelismo deve obedecer certos parâmetros para que a
rede não acabe sofrendo com distúrbios ou perturbações que podem prejudicar
a qualidade da energia para os consumidores. Então, o módulo 8 do PRODIST
estabelece os procedimentos relativos à qualidade da energia elétrica,
abordando a qualidade do produto, a qualidade do serviço prestado pelas
distribuidoras e a qualidade do tratamento de reclamações. Para a qualidade
da energia, o módulo 8 define a terminologia e os indicadores, caracteriza os
fenômenos, estabelece os limites ou valores de referência para essa energia, a
metodologia de medição, a gestão das reclamações relativas à conformidade
de tensão em regime permanente, às perturbações na forma de onda de
tensão e os estudos específicos de qualidade da energia elétrica para fins de
acesso aos sistemas de distribuição. As regras que especificam quais devem
ser os requisitos mínimos que uma central geradora dever possuir em função
da potência instalada, para conexão à rede de distribuição são encontradas na
seção 3.7 do módulo 3 do PRODIST, que trata sobre os procedimentos para
acesso de projetos de micro e minigeração distribuída, participantes do sistema
de compensação de energia elétrica ao sistema de distribuição. De acordo com
a potência de central geradora os requisitos mínimos obrigatórios estão na
tabela seguinte:
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Vale lembrar que o inversor interativo possui algumas dessas proteções
inseridas no próprio inversor, o que dispensa a instalação de proteção externa
de forma redundante. Mas olha só, a distribuidora pode propor proteções
adicionais, desde que justificadas tecnicamente, em função de características
específicas do sistema de distribuição acessado, sem custos para
microgeração distribuída, que são as centrais geradoras de até 75kW segundo
as regras atuais. A quantidade de fases e o nível de tensão de conexão da
central geradora, serão definidos pela distribuidora, em função das
características técnicas da rede e em conformidade com a regulamentação
vigente. Para iniciar o dimensionamento de um inversor o primeiro passo, é
definir qual será a sua potência de saída ou do conjunto de inversores. Para
isso, nós vamos dividir o valor da energia elétrica que dever ser compensada
diariamente em Wh, pela média anual de irradiação solar disponível no local da
instalação do sistema.
𝐸𝑐𝑑
𝑃𝑎𝑐 =
𝐻𝑆𝑃
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Onde:
Pac = potência alternada da rede
Ecd = energia de compensação diária
HSP = horas de sol pico
Pac out
PV =
ᶯ
Onde:
ᶯ = eficiência do inversor
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Módulos fotovoltaicos
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Características dos módulos fotovoltaicos
29
referência para todos os fabricantes de módulos fotovoltaicos. Abaixo seguem
os valores de referência do padrão STC.
Tstc = 25ºC
1000W
Gstc =
m2
AM = 1,5
Onde:
Importante:
A performance dos módulos fotovoltaicos é dada com base nesses valores das
condições padrão de teste. Isso significa que as características elétricas que os
módulos fotovoltaicos vão apresentar para cada local de instalação será de
acordo com as variáveis de influência desse local. Assim um módulo com
potência nominal de 330Wp só vai apresentar esse valor sob uma irradiância
de 1000W/m2 a uma temperatura de operação das células de 25◦C. A
irradiância que incide na superfície de um módulo fotovoltaico determina a
intensidade da corrente elétrica que será produzida por ele. Isso porque quanto
mais fótons dos raios solares incidem sobre a superfície das células, mais
elétrons são liberados aumentando fluxo de corrente.
Coeficientes de temperatura
Onde:
Treal Cel = Temperatura real de operação em ºC, na junção das células solares
Tamb = média anual das temperaturas máximas do ambiente de instalação
∆t = valor de temperatura em ºC acima da temperatura de operação de acordo
com o tipo de instalação dos módulos.
∆t = 0,034 . G – 4
Onde:
∆t = valor de temperatura em ºC acima da temperatura de operação de acordo
com o tipo de instalação dos módulos
0,0034 = constante
G = irradiância solar em W/m2
- 4 = constante
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Importante:
Para você corrigir as características de potência, tensão e corrente, terá que
utilizar 2 variáveis importantes durante os cálculos. Uma delas é a
Porcentagem de correção (LºCx) e a outra é o Coeficiente de temperatura
(ºCx). Dessa forma, para se obter o valor da potência elétrica de um módulo já
corrigida de acordo com os coeficientes de temperatura, usamos as seguintes
expressões:
32
Expressão 1: LºCVoc = ºCVoc . Tamb
Onde:
LºCVoc = Porcentagem de correção para tensão Voc do módulo
ºCVoc = Fator do coeficiente de temperatura do módulo para a tensão Voc ou Vmpp
Tamb = Temperatura ambiente
33
Expressão 3: Isc’ = RºCIsc . Isc
Onde:
Isc’ = Corrente de curto-circuito real do módulo, corrigida para a temperatura
ambiente
Importante:
Para o dimensionamento de sistemas fotovoltaicos off-grid, você deve avaliar o
mês mais crítico de disponibilidade do recurso solar, que é no inverno, para que
o sistema seja capaz de suprir a necessidade energética da carga mesmo nesse
período de menor irradiação.
34
dos últimos 13 meses, através do qual pode-se levantar a média de consumo
mensal em kWh (quilowatt-hora) do cliente em questão.
Para se estimar de forma preliminar qual a potência pico do sistema
fotovoltaico em kWp (quilowatt pico), a quantidade de módulos fotovoltaicos e a
potência aproximada do inversor para um arranjo com ângulo de azimute
menor que 30º e inclinação menor que 20º, basta seguir o exemplo abaixo:
Análise Preliminar
Consumo médio mensal (FMM – Fatura média mensal)
FMM = 240KWh/mês
35
Seleção preliminar do Inversor Interativo de acordo com a máxima potência
do arranjo: 1,5kW (Valor Comercial).
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Especificação dos coeficientes de temperatura do módulo fotovoltaico
Modelo CS6P-255P
Temperature Coefficient (Pmax) -0.41% / °C
Temperature Coefficient (Voc) -0.31% / °C
Temperature Coefficient (Isc) 0.053% / °C
Nominal Operating Cell Temperature 45±2°C
Wpc = Wp * R°Cpmax
Wp c= 255 * 0,8565
Wpc = 218,41Wpc
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Vmpp’ = Vmppstc* R°Cvoc
Vmpp’ = 37,4 * 0,8615
Vmpp’ = 32,22V
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Compensação de corrente de máxima potência
L°CImp (%) = °CImp * (Treal - Tref°C)
L°CImp (%) = 0,053 *[(31+29)-25]
L°CImp(%) = 1,855%
39
Orçamento preliminar
40
Dispositivos de proteção
Estruturas de fixação
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ensaios e testes para garantir a segurança e eficiência da mesma. Existem hoje
no mercado brasileiro diversos fabricantes que oferecem um amplo leque de
opções de estruturas para fixação de sistemas fotovoltaicos, porém, é preciso
ser bastante criterioso no momento de escolher a estrutura adequada para o seu
projeto. Desde de 2014 venho acompanhando o mercado de estruturas e percebi
que com o aumento da concorrência muitos fornecedores oferecem materiais de
baixa resistência mecânica com a utilização de menor quantidade de material
em seus produtos para conseguir praticar preços mais atrativos. Também tenho
visto muitas adaptações realizadas por instaladores que não se preocupam com
a durabilidade dos produtos que utilizam. Um exemplo disso é a utilização de
materiais como porcas e parafusos que são suscetíveis à ferrugem e corrosão.
As estruturas de fixação dos módulos fotovoltaicos devem ter alta durabilidade
(superior a 20 anos), por isso, devem ser fabricadas de materiais com boa
resistência mecânica e que suporte as ações do tempo. De tudo que vi no
mercado até hoje, as estruturas de alumínio e aço inox são as melhores opções
para a realização de um excelente projeto de integração fotovoltaica durável.
Recomendo a utilização de perfis de alumínio anodizado 6063-T5 e periféricos
em aço inox 304.
Comissionamento
42
4. Cheque o torque de todos os terminais (chaves, fusíveis, DPS, aterramento
etc);
5. Verifique se todas as partes metálicas estão aterradas;
6. Confira a polaridade do cabeamento das strings utilizando um voltímetro;
7. Verifique a capacidade de cada fusível;
8. Verifique a ligação dos DPS;
9. Verifique a ligação das chaves de CC;
10.Realize a medição da tensão CA na entrada do disjuntor de conexão;
11. Realize um teste de isolação da instalação realizando um meghômetro;
12. Realize a medição da resistência de aterramento com um terrômetro;
13. Verifique se a capacidade dos disjuntores estão de acordo com a corrente
do circuito;
14. Ligue o inversor e cheque as medições de tensão do mesmo;
15. Ligue o disjuntor CA e verifique o tempo de sincronismo do inversor com
a rede elétrica;
16. Realize a medição da corrente CA nos condutores utilizando um alicate
amperímetro;
17. Acompanhe todas medições do inversor e compare com os dados de
projeto para verificar se a potência entregue está ok.
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Bibliografia
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Realização
Daniel Rosa Junior
JULHODE2019
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