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Termo de responsabilidade

Todas as informações contidas neste livro são provenientes de minhas


experiências pessoais com o aprendizado teórico e prático ao longo de vários
anos de estudo. Embora não tenha medido esforços para garantir ao máximo a
precisão e a mais alta qualidade dessas informações para que todas as técnicas
e métodos aqui ensinados sejam altamente efetivos para que qualquer estudante
de sistemas fotovoltaicos possa colocar o esforço necessário para aplicá-los
conforme instruído, esses métodos e informações não foram testados ou
comprovados cientificamente. As técnicas e informações aqui presentes são
para todos mas, não para qualquer um. Você precisa estar disposto. Além disso,
sua situação particular pode não se adequar perfeitamente as técnicas
ensinadas neste livro. Assim você deverá utilizá-lo ajustando as informações de
acordo com a sua necessidade específica e por essa razão os resultados podem
variar de pessoa para pessoa. Não existe qualquer garantia. Há somente a
minha experiência com diversos clientes que ficaram satisfeitos com seus
resultados devido a aplicação das técnicas aqui apresentadas. O presente
documento foi redigido meramente para fins de informação. As informações aqui
presentes não devem ser consideradas e aplicadas a todas as circunstâncias em
virtude das características específicas de cada projeto de sistema fotovoltaico.
O autor não se responsabiliza por qualquer dano ou prejuízo causado pelo uso
das informações aqui contidas, uma vez que esse documento não dispensa a
consulta às normas técnicas brasileiras e internacionais sobre o tema e outras
fontes normativas aplicáveis para realização de projetos de energia solar
fotovoltaica.

Atenção

Todos os nomes de marcas de produtos e serviços mencionados aqui, são de


propriedade dos seus respectivos donos e são usados somente como uma
referência. Além disso, não existe a intenção de difamar, desrespeitar, insultar,
humilhar ou de menosprezar você leitor ou qualquer outra pessoa, cargo ou
instituição. Caso você acredite que alguma parte desse livro seja de alguma
forma desrespeitosa ou indevida e deva ser removida ou alterada, você pode
entrar em contato diretamente comigo através do e-mail
danielrosaenergia@gmail.com .

Direitos autorais

Este livro está protegido por leis de direitos autorais. Todos os direitos sobre o
livro são reservados. Você não tem permissão para vender esse livro nem para
copiar/reproduzir o conteúdo em sites, blogs e jornais ou quaisquer outros
veículos de distribuição e mídia. Qualquer tipo de violação dos direitos autorais
estará sujeita a sanções da lei.

Sobre o autor
A história por trás do propósito

Meu nome é Daniel Rosa Junior, nasci em Votuporanga, interior de São Paulo,
em dia 17 de fevereiro de 1978. Sou neto de ferroviários que vieram de
Araraquara-SP e que escolheram essa cidade para constituírem às suas
famílias. Meu pai vem de uma família de cinco irmãos, por isso, começou a
trabalhar bem cedo como ajudante de pedreiro para ajudar nas despesas da
casa. Também foi jogador de futebol profissional no extinto AEJ – Associação
Esportiva Jalesence, clube da cidade de Jales. Se tornou eletricitário da
Companhia Energética do Estado de São Paulo (CESP), empresa distribuidora
de energia elétrica, onde teve uma carreira de 30 anos. Já minha mãe, vem de
uma família de seis irmãos. Sua avó era descendente de alemães da região de
Catanduva-SP, que chegaram ao Brasil no século XVIII, quando ocorreu o
movimento migratório europeu para várias regiões do país. Ela também
começou a trabalhar muito cedo auxiliando nas tarefas de casa e na agricultura
familiar em pequeno espaço de terra dos meus avós. A vida dos meus pais
nunca foi fácil, por isso, se dedicaram sem medir esforços para dar o melhor
estudo que podiam para mim e meus irmãos, Carlos e Fabiana. Desde muito
jovem, fui curioso e sempre quis saber sobre a engenharia das coisas – saber
como funcionavam. Gostava de inventar e reinventar meus brinquedos, sempre
me indagando sobre os fenômenos físicos à minha volta. Meu primeiro contato
com a eletricidade, foi em 1990, quando eu tinha 12 anos. O episódio foi um
tanto quanto engraçado e ao mesmo tempo com um alto potencial de risco. Foi
quando eu resolvi desenvolver o meu primeiro projeto elétrico. Escuta isso! Era
um projeto extremamente simples. Eu queria fazer uma campainha soar e
acender uma lâmpada quando a mesma fosse acionada. Eu queria fazer isso,
porque eu achava o máximo um programa de TV, que os mais antigos devem
se lembrar, que se chamava "Passa ou Repassa". Era um programa de
perguntas e respostas, onde os participantes das equipes apertavam uma
campainha e uma lâmpada se acendia quando a equipe supostamente sabia a
resposta para uma determinada pergunta. O meu desejo era fazer exatamente
aquilo que assistia no programa, para poder jogar com meus primos e irmãos.
Nessa época, nós morávamos com os meus avós maternos e meu avô tinha
uma oficina fantástica nos fundos da casa dele com um armário enorme cheio
de ferramentas. Aquilo pra mim, era um parque de diversões. Então,
despertado o forte desejo de desenvolver aquele projeto, comecei a colocar a
ideia em prática quando chegava do colégio. Claro que fazia isso escondido
dos meus avós e dos meus pais, porque meu avô morria de ciúmes das
ferramentas dele. Como eu sabia onde meu avô escondia a chave do armário,
executar o plano, foi uma tarefa fácil. Levei praticamente uma semana para
montar toda aquela parafernália. Até que chegou o grande dia. O momento
mais esperado. Era hora de testar o funcionamento daquele que seria o
primeiro de muitos outros projetos. O momento que eu escolhi para o teste, foi
durante a noite, porque eu queria ver o forte brilho da lâmpada. Nesse horário
meu pai assistia ao Jornal Nacional. Ele adorava ver esse telejornal. Na
verdade adora até hoje. Você já podem imaginar o que aconteceu quando eu
coloquei os dois fios na tomada para ligar minha "obra prima"... Em milésimos
de segundos, após conectar os fios na energia, houve um estouro e a casa dos
meus avós ficou totalmente no escuro por alguns segundos até que meu pai
logo gritou lá da sala!
- Moleque! O que você está aprontando aí?
Nesse momento eu retiro rapidamente os fios da tomada e a luz volta. Sem
saber, meu pai tinha acabado de salvar a minha vida. Meu herói! Fiquei com os
olhos arregalados, totalmente assustado e ao mesmo tempo decepcionado,
porque meu projeto não tinha funcionado conforme planejado. Meu pai então,
sai da sala “voando” e vem até mim pra ver o que eu tinha “aprontado” dessa
vez e me encontra com o que sobrou do meu projeto na mão, um tanto quanto
carbonizado, devido uma ligação, equivocada, que mais tarde eu viria a
aprender que na eletricidade denominamos de curto-circuito. Logo em seguida
chega a minha mãe que olha para o meu pai e diz:
- Esse menino ainda vai botar fogo nessa casa!
E foi assim a minha iniciação na eletricidade, com uma experiência um tanto
quanto perigosa mas, que despertou naquele garoto curioso, ainda mais o
desejo de saber como era possível produzir luz, através de um simples clique
em uma tecla. Quando completei 14 anos, ingressei em uma escola técnica do
SENAI em São José do Rio Preto-SP chamada Escola SENAI Antonio
Devisate, onde conheci meu grande mestre, Prof. Ademir. Me dediquei muito
durante 2 anos. Estudava dia e noite para ser um dos melhores alunos do
colégio, pois, queria recompensar todos os esforços que meus pais colocaram
sobre mim. E assim foi feito. Me formei como um dos melhores alunos do
colégio e comecei a trabalhar na mesma empresa que meu pai trabalhou. Por
lá desenvolvi minha carreira durante 24 anos, porém, em 2014 eu não me
sentia feliz com o trabalho que estava desenvolvendo e tive que tomar uma das
decisões mais difíceis da minha vida, que foi pedir demissão. Apesar de todo
sucesso que eu alcancei, aquilo era tudo o que os meus pais sonharam e
lutaram para que eu tivesse. Aquilo não era o meu sonho. O meu sonho era
empreender e fazer a diferença de verdade na vida das pessoas. Mas deixar
para trás uma carreira e um salário como aquele que eu tinha, era
simplesmente desesperador para mim e minha esposa.
O momento da Virada

Em 2014 eu me apaixonei pela energia solar fotovoltaica e a partir daí, investi 5


anos em treinamentos e capacitação, aprendendo a integrar sistemas de energia
solar fotovoltaica nas edificações. Até que no início de 2019 eu pedi demissão
da distribuidora de energia para me dedicar ao próprio negócio na área de
energia solar. Depois de tomar essa decisão e comunicar ao meu chefe, fiquei
praticamente uma semana sem dormir. Acredito que essa tenha sido a decisão
mais difícil que eu já tomei mas, passados esses dias, era hora de colocar a
mão na massa. E hoje eu sou um integrador e instrutor de sistemas
fotovoltaicos e estou me dedicando ao que considero minha missão de vida,
que é levar conhecimento a todas as pessoas que queiram aprender sobre
energia solar e ajudar a mudar a forma com que o mundo consome energia
elétrica, para que possamos ter uma planeta cada vez mais sustentável.

“Ouse e faça a diferença.”


Daniel Rosa Junior

Como usar este livro

O seu aprendizado e desenvolvimento é diretamente proporcional ao foco e a


imersão no que você quer aprender. Isso não vale só para sistemas de energia
solar fotovoltaica mas, para qualquer coisa que você decida aprender. Logo, uma
coisa que você vai precisar fazer é criar o seu próprio mundo onde em boa parte
do tempo você praticamente vai respirar sistemas fotovoltaicos. Esse livro vai ser
o guia central mas, ler uma boa parte dele e passar o resto do seu dia nas redes
sociais, não vai ajudar muito. Você vai precisar ter mais controle sobre os inputs
que vão aparecer principalmente quando você terminar esse livro e começar a
aplicar as técnicas nos seus projetos. Por isso, eu gostaria de compartilhar com
você algumas dicas para facilitar o seu processo de imersão nesse universo de
sistemas fotovoltaicos.
Um passo além

Reserve um tempo para aplicar seu aprendizado. Assista aos


vídeos complementares que preparei para você expandir seus conhecimentos.

Faça resumos

Procure ler com calma e resumir os principais conteúdos, em um caderno. Faça


isso de tal maneira que você consiga explicar o conteúdo aprendido para outra
pessoa.

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Crie grupo de estudos

Indique este livro para outras pessoas e forme um grupo de estudos. Discutir os
aprendizados do livro com um amigo, colegas e pessoas próximas, ajuda você
a ir além. Lembre-se. Se quer ir rápido vá sozinho, se quer ir longe vá
acompanhado.
Introdução

Eu acredito que este livro será útil para muitos. Por um lado ele serve para
quem já trabalha na área de energia solar fotovoltaica e quer fortalecer sua
base e por outro, serve para quem sonha em trabalhar na área. O que
apresento aqui serve como base para sistemas fotovoltaicos de diversas
potências. Vou ficar muito feliz se você terminar esse livro conseguindo
enxergar as múltiplas oportunidades de aplicação dessa metodologia. Eu
verdadeiramente acredito que o conteúdo desse livro possa transformar a sua
maneira de dimensionar e construir sistemas fotovoltaicos, porque o
conhecimento que eu divido aqui com você transformou desempenho dos
meus projetos trazendo satisfação para vários clientes.
Por isso, é muito importante que você consuma o conteúdo deste livro na
ordem em que ele está sendo apresentado. Acredite, eu investi pesado no
planejamento e organização dessas informações para que você consiga
consumir, aprender e aplicar da maneira mais eficiente possível. E o mais
importante, leia, aprenda, aplique e indique para as pessoas ao seu redor se
ele for útil pra você. A energia solar é uma fonte praticamente inesgotável na
escala de tempo terrestre e uma alternativa energética de suma importância
para o desenvolvimento humano, pois, sabemos que devido a energia do sol,
surgem também outras fontes de energia na Terra. A energia solar direta pode
ser dividida em cinco blocos bem definidos. O primeiro seria a energia solar
passiva que é utilizada nas arquiteturas bioclimáticas, ou seja, nas construções
projetadas para que a luz do sol penetre no ambiente por mais tempo,
auxiliando no iluminação e controle de temperatura com o objetivo de economia
de energia. O segundo seria a energia solar ativa que pode ser utilizada para
aquecimento e refrigeração de fluídos. O terceiro é da energia solar
fotovoltaica, utilizada para produção de eletricidade a partir de células solares. O
quarto, é o de geração de energia elétrica utilizando-se de concentradores
solares térmicos para altas temperaturas. E o quinto bloco é o uso da energia
solar em um reator para produção de hidrogênio que é utilizado como
combustível para células de energia. Sabemos que a energia solar térmica e a
energia solar fotovoltaica, são as mais conhecidas e mais utilizadas hoje em
dia e no conteúdo desse livro nós trataremos especificamente da energia solar
fotovoltaica para geração de energia elétrica de forma distribuída.
Qual é o tipo de dimensionamento que dá resultado na prática?

Devido à grande produção de módulos fotovoltaicos pelas fábricas chinesas, nós


tivemos uma significativa redução nos custos da tecnologia. Com isso a procura
dos consumidores pelos sistemas de energia solar fotovoltaica conectados à
rede, teve um aumento muito expressivo. Consequentemente, cresceu também
o número de instaladores oferecendo seus serviços aos consumidores que ainda
detém pouco conhecimento sobre o assunto. Mas infelizmente, existe uma
parcela de “profissionais”, que eu acredito ser pequena, que não detém o
domínio da tecnologia e está realizando a integração de sistemas fotovoltaicos
sem ter os devidos cuidados necessários para se extrair do sistema
fotovoltaico, todo o potencial energético que ele é capaz de oferecer. Isso,
devido à falta de conhecimento e de observação de diversos pontos
importantes que devemos levar em consideração quando o assunto é projeto
fotovoltaico. Então, o que dá resultado na prática é dimensionar dominando as
características da tecnologia aplicada e realizar uma análise técnica
profissional, lançando mão de todas as ferramentas tecnológicas disponíveis
que estejam ao seu alcance, observando e obedecendo os avisos de
segurança dos equipamentos a serem utilizados em uma instalação, conhecer
seus limites operacionais, suas características elétricas, suas características
mecânicas, fazer uma análise de sombreamento adequada, verificar qual a
melhor orientação do arranjo, melhor inclinação, refrigeração, enfim. Os pontos
fundamentais que devem ser observados na elaboração de um projeto e na
integração de qualquer sistema fotovoltaico. Seja ele residencial, comercial ou
industrial, para extração do maior potencial energético do sistema de forma que
o investidor, possa ter o retorno financeiro de forma mais rápida e segura
possíveis. O que eu vou te mostrar aqui nesse livro, é uma parte do que
aprendi com a minha experiência nos últimos anos trabalhando com sistemas
fotovoltaicos conectados à rede elétrica para sistemas de microgeração
distribuída, de forma que você também seja capaz de dimensionar sistemas
fotovoltaicos de microgeração.
Como implementar esse tipo de dimensionamento partindo do zero?

Para que você possa dimensionar corretamente um sistema fotovoltaico, por


menor que seja, primeiramente você vai precisar conhecer algumas técnicas de
análise. Depois, você precisa conhecer os equipamentos e estruturas de fixação
que você vai utilizar em um determinado projeto. Aprender a realizar uma
inspeção preliminar, que possa ser feita através de ferramentas digitais e
posteriormente no local onde se pretende instalar o sistema fotovoltaico. Isso
vai te ajudar a observar todos os pontos que podem influenciar, tanto
positivamente, quanto negativamente, na geração de um sistema fotovoltaico.
Você precisa tomar conhecimento também dos cálculos que envolvem o
dimensionamento e por fim, você vai precisar saber como utilizar um software
de simulação para energia solar, com recursos que irão te auxiliar na análise
do projeto e na integração do mesmo à uma determinada edificação buscando
o melhor desempenho anual em termos energéticos.

É fácil ter resultados extraordinários?

Eu acredito que qualquer pessoa que esteja realmente comprometida em


aprender e aplicar as técnicas deste livro vai poder colher bons frutos. Eu não
digo isso por intuição ou nada do tipo. Digo isso porque no momento em que eu
escrevo esse livro, existem mais 30 projetos, de diversas potências em
funcionamento, de clientes meus que estão extremamente satisfeitos com os
resultados de seus investimentos. Mas é fácil alcançar esses resultados e
mostrar para os clientes que o barato na maioria das vezes não é o melhor?
Apesar de possível não é fácil fazer o que tem que ser feito. Neste livro eu vou
te dar o caminho, a direção. Mas, o esforço e dedicação de estudar, aprender e
aplicar é com você. É como se diz por aí, “Você pode levar o cavalo até o rio
mas, não pode obrigá-lo a beber água". E infelizmente, nem todo mundo está
disposto a fazer a sua parte. Nem todos estão dispostos a entrar em campo sem
desistir na primeira dificuldade. Ler este livro e ficar sentado na cadeira sem fazer
nada, não vai fazer com que os resultados apareçam magicamente para você.
Mas, se você tiver disposto a arregaçar as mangas, ir à luta e se esforçar, esse
livro vai te dar o caminho que muitos já trilharam para conseguir chegar lá.

" As pessoas não sabem o que querem até você mostrar a


elas." Steve Jobs
Sumário
Introdução a energia solar fotovoltaica ...................................................................................... 11
Vantagens .................................................................................................................................... 11
Desvantagens .............................................................................................................................. 12
Uma breve história da energia solar fotovoltaica ....................................................................... 13
A energia solar fotovoltaica no Brasil ......................................................................................... 14
O Sol ............................................................................................................................................ 15
O princípio da luz......................................................................................................................... 15
O Sol como fonte energética ....................................................................................................... 15
Energia do Sol na Terra ............................................................................................................... 16
O efeito fotovoltaico ................................................................................................................... 17
Aspectos físicos de Eficiência das células solares ....................................................................... 18
Reflexão da luz solar.................................................................................................................... 18
Os principais componentes de um sistema ................................................................................ 19
O inversor .................................................................................................................................... 19
Módulos fotovoltaicos ................................................................................................................ 28
Características dos módulos fotovoltaicos.................................................................................. 29
Coeficientes de temperatura ...................................................................................................... 30
Análise do recurso energético local ............................................................................................ 34
Análise da fatura de energia e pré-dimensionamento ............................................................... 34
Pré-dimensionamento SFVCR para compensação de energia .................................................... 35
Estimativa da quantidade de módulos fotovoltaicos .................................................................. 36
Fator de compensação por temperatura dos módulos fotovoltaicos ........................................ 36
Especificação dos coeficientes de temperatura do módulo fotovoltaico ................................... 37
Compensação de potência pico .................................................................................................. 37
Compensação de tensão de circuito aberto ............................................................................... 37
Compensação de tensão Nonimal .............................................................................................. 38
Compensação de corrente de curto circuito............................................................................... 38
Compensação de corrente de máxima potência ........................................................................ 39
Geração conforme cálculos de compensação por temperatura................................................. 39
Dados elétricos do módulo fotovoltaico corrigidos pelo fator temperatura .............................. 39
Orçamento preliminar ................................................................................................................. 40
Análise e verificação local (Site Survey) ...................................................................................... 40
Dispositivos de proteção ............................................................................................................. 41
Estruturas de fixação ................................................................................................................... 41
Comissionamento........................................................................................................................ 42
Bibliografia .................................................................................................................................. 44
Introdução à energia solar fotovoltaica

A energia solar fotovoltaica é produzida através da conversão direta da radiação


luminosa em eletricidade através do efeito fotovoltaico. Para tal, são utilizadas
células fotovoltaicas que é um dispositivo fabricado geralmente à base de silício,
um material semicondutor encontrado em grande abundância na natureza. A
célula é a base de todo processo de geração de energia elétrica em maior
escala. As células de silíco podem ser fabricadas de silício monocristalino ou
policristalino, sendo este último o mais utilizado devido apresentar melhor
custo-benefício. Há também as células fotovoltaicas fabricadas a partir de
filmes finos. Podem ser de silício amorfo, disseleneto de cobre e índio,
disseleneto de cobre índio gálio e telureto de cádmio. As células de filmes finos
não são tão difundidas devido a algumas dificuldades de disponibilidade
desses materiais, menor rendimento, maior desgaste do material devido à
radiação solar e no caso do cádmio, devido a toxicidade do material. Existe
também as células de multi-junção que apesar de apresentarem um potencial
energético de alta eficiência o custo para a sua produção não é tão competitivo
quanto o das células fotovoltaicas de silício monocristalino e policristalino.

Vantagens

O comportamento dos sistemas fotovoltaicos é algo extraordinário e muito útil


para a humanidade. Eles reagem a recepção da luz, conseguindo transformar
parte dela em eletricidade.

Além disso a energia solar fotovoltaica possui uma série de vantagens sobre
outras fontes de energia que nós conhecemos atualmente. São elas:

 Não possui partes móveis que possam se desgastar e exigir manutenção.


Como é caso de geradores mecânicos movidos a combustíveis fósseis;
 Não contêm fluidos ou gases (exceto em sistemas híbridos) que podem
vazar, assim como alguns sistemas solares-térmicos;
 Não queima combustível durante sua operação;

11
 Responde rapidamente à recepção da luz, obtendo energia na saída do
sistema de forma praticamente instantânea;
 Pode operar em temperaturas moderadas;
 Não produz poluição enquanto produz eletricidade;
 Requer pouca manutenção, quando fabricada e instalada adequadamente,
dentro das normas e padrões nacionais e interacionais;
 Pode ser feito de silício, o segundo elemento mais abundante no planeta.
 Os sistemas podem ser construídos em módulos, permitindo uma ampla
variedade de fontes;
 Pode ser usada em pequena escala como aplicações em áreas remotas e
residências que não têm acesso à rede elétrica convencional;
 Pode ser usada em sistemas distribuídos nos centros de consumo
abastecendo empresas e residências;
 Pode ser utilizada em grande escala como em fazendas para a produção
de energia centralizada para injeção no sistema elétrico nacional;
 Têm uma alta eficiência de conversão de luz em eletricidade comparado
com qualquer outro sistema com de mesma função;
 Possui amplo recurso de manuseio da potência energética dos sistemas.
Desde pequenas potencias em Watts (W) até grandes potências em
Megawatts (MW);
 Têm uma ótima relação entre a potência e peso dos
equipamentos, tornando-os adequados para aplicações sobre telhados.

Desvantagens

Para não dizer que não há nenhuma desvantagem nos sistemas fotovoltaicos,
podemos citar uma preocupação com o meio ambiente, durante o processo de
produção dos módulos fotovoltaicos onde há a produção de resíduos e grande
consumo de energia elétrica. Mas enfim, a energia solar é inesgotável e está
disponível para qualquer utilização prática mesmo que a quantidade de energia
solar emitida pelo Sol que chega à Terra, seja bastante diluída.

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Uma breve história da energia solar fotovoltaica

O efeito fotovoltaico foi observado primeiramente pelo físico francês, Alexandre


Edmond Becquerel, em 1839. Ele percebeu o surgimento de uma diferença de
potencial, ou seja, de uma tensão elétrica, nos eletrodos imersos em uma
solução ácida a partir da absorção da luz. Os dispositivos que podemos
chamar de células fotovoltaicas propriamente ditas foram fabricadas com
selênio em 1883 por Charles Fritts e apenas em 1950, com o avanço dos
estudos e pesquisas no desenvolvimento de materiais semicondutores que
foram fabricadas nos Laboratórios Bell, nos Estados Unidos, as primeiras
células de silício. A tecnologia fotovoltaica deu os seus primeiros passos
através da sua utilização pelas empresas de telecomunicação que utilizaram a
tecnologia como fontes de energia para sistemas instalados em locais isolados.
Depois ela foi utilizada em satélites para alimentação dos mesmos no espaço,
porque a célula fotovoltaica era a tecnologia que possuía o menor custo e o
tamanho mais adequado para fornecer a quantidade de energia necessária
para esses satélites por longos períodos de tempo em órbita. Devido à crise do
petróleo que ocorreu em 1973, a procura pela tecnologia de energia solar
fotovoltaica acabou se ampliando para aplicações terrestres, porém, o grande
desafio era reduzir o custo de produção das células para que fosse viável a
geração de energia elétrica de forma prática, para utilização em consumidores
de energia, maiores que os satélites espaciais. Em 1978, a indústria
fotovoltaica mundial chegou a marca de 1 MWp (1 Mega Watt-pico) por ano de
produção em células fotovoltaicas. Os Estados Unidos, foram um dos grandes
líderes mundiais na produção dessa tecnologia durante a maior parte da
década de 1990 e logo na sequência a Alemanha e Japão aumentaram o seu
desenvolvimento nesse mercado. Em 1998 a produção de células fotovoltaicas
no mundo atingiu a marca de 150 MWp (150 Mega Watt-pico) sendo o silício o
material mais utilizado. Em 2006 foi quando ocorreu a grande ascensão da
tecnologia fotovoltaica depois que a China começou a produzir de forma muito
rápida, as células fotovoltaicas. Em pouco tempo a China se tornou o líder
mundial na produção de células e módulos. O mercado europeu é onde
encontramos a maior parte dos módulos fotovoltaicos do mundo, cerca de 74%.
Depois da Europa, os maiores mercados para sistemas fotovoltaicos são Japão

13
e Estados Unidos. Com a produção em grande escala pelas indústrias
chinesas, o valor do investimento sobre o sistema fotovoltaico tem reduzido
drasticamente, o que permitiu que diversos consumidores no mundo pudessem
investir na tecnologia.

A energia solar fotovoltaica no Brasil

O mercado brasileiro, teve um crescimento de mais de 300% no número de


instalações fotovoltaicas de 2017 para 2018. O Brasil possui altos índices de
radiação solar principalmente quando se compara com os índices dos países
europeus, que é onde se encontra hoje instalada a maior parte da tecnologia
fotovoltaica. O grande marco na história da tecnologia fotovoltaica no Brasil
ocorreu no final de 2012, quando foi publicada a resolução normativa 482 da
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). A partir desse momento, estava
então regulamentada a possibilidade de um consumidor comum, produzir a sua
própria energia elétrica para abater uma parte do seu consumo, obtendo uma
redução na sua fatura de até 95%. Desde então, o mercado nacional tem
crescido a passos largos no número de consumidores que já aderiram ao
sistema de compensação de energia elétrica, através de sistemas de
microgeração e minigeração de energia distribuída. Nós ainda temos muito a
avançar apesar das regras da resolução normativa 482/2012 terem sido
revisadas e melhoradas pela resolução normativa 687/2015. A quantidade do
potencial fotovoltaico instalado no Brasil, no momento que escrevo este livro,
corresponde a aproximadamente 0,4% do total de consumidores existentes no
território nacional. Isso significa que o Brasil tem um vasto campo de crescimento
ainda pela frente quando o assunto é geração de energia elétrica por fontes
renováveis.

14
O Sol

O princípio da luz

Luz é energia. Quando você toca uma superfície preta exposta ao sol, percebe
ali um acumulo dessa energia. O princípio da luz ajuda a compreender como as
células solares funcionam. A luz do sol parece branca porque é composta pela
junção das diferentes cores do espectro visível que combinadas, produzem a luz
branca. A luz visível representa apenas uma pequena porção do espectro de
radiação eletromagnética. Estudos mostram que a maneira com que um raio de
luz interage com outros raios e objetos físicos, muitas vezes podem ser
explicados como se a luz estivesse se movendo em forma de uma onda ou de
partículas. Todas as ondas têm um certa distância entre picos (chamada
comprimento de onda). Esse comprimento de onda também pode ser expresso
como uma frequência (o número de picos em um determinado espaço de
tempo de propagação especificado). Portanto, uma onda com uma longa
distância entre picos, tem uma frequência mais baixa que a de menor
comprimento de onda. A frequência e o comprimento de onda, são
inversamente proporcionais. Para ondas de luz, a energia associada à onda
aumenta à medida que a frequência aumenta e diminui à medida em que se
aumenta o comprimento.

O Sol como fonte energética

O Sol é uma estrela que têm aproximadamente 4,5 bilhões de anos e os


cientistas estimam que ele ainda deva ter pelo menos mais 6,5 bilhões, antes de
entrar em erupção e devastar com os planetas do seu sistema. Algumas estrelas
são enormes fontes de raio-x, outras são grandes geradoras de sinais de rádio.
Já o Sol, além de produzir estes tipos energia, produz também outras, sendo
que libera 95% de sua produção energética em forma de luz. Algumas faixas
dessa luz não podem ser vistas pelo nossos olhos. O sol é responsável por
quase todas as formas de energia disponíveis no Planeta. Praticamente tudo é
uma forma de energia que foi convertida através da energia do sol. Como

15
exemplo, podemos citar a energia hidrelétrica que é possibilitada pela
evaporação devido ao calor solar radiante; os ventos que são causados pelas
diferenças de temperatura entre a atmosfera e a Terra usados na geração de
energia eólica; os combustíveis fósseis que abastecem geradores à
combustão, são restos de vida orgânica previamente nutrida pelo sol; e a
energia fotovoltaica que é produzida diretamente pela radiação solar.

Energia do Sol na Terra

O sol envia para a Terra, uma produção de energia de aproximadamente 3,86 x


1020 MW (Megawatts) por segundo, atingindo a Terra com um fornecimento
constante de 1,37 kW/m2 (quilowatts por metro quadrado). Porém, nem toda
luz solar que passa pela atmosfera terrestre chega a superfície, pois, uma parte
da radiação é refletida para o espaço e outra é espalhada de forma aleatória na
atmosfera, fazendo com que o céu pareça azul. É importante dizer que a
quantidade de luz solar que atinge a superfície da Terra, depende da
quantidade de massa de ar (AM) da atmosfera através da qual a luz deve
passar. A intensidade da luz solar que atingi o solo, também se enfraquece
devido aos ângulos do sol, uma vez que os raios têm mais massa de ar para
atravessar quando os raios estão inclinados em relação a superfície da Terra.
Nesse processo, a atmosfera pode absorver mais de 50% da radiação solar
que chega ao planeta. As áreas da Terra que mais recebem a luz solar, são as
que estão compreendidas entre as latitudes 30º norte e 30º sul, já que essas
áreas têm menor quantidade de nuvens. Também existem as variações de
radiação de acordo com as estações do ano, causadas pela inclinação da
Terra em relação ao sol e pelo movimento de translação. Assim, o sol de
inverno, que é quando o Sol está mais baixo no céu e os dias são mais curtos,
fornecerá diariamente 20% menos energia do que no verão. Todos esses
fatores afetam a quantidade de radiação local na Terra, que dificilmente são
ideais e devem ser levados em consideração quando se projetar um sistema
fotovoltaico. Um bom sistema fotovoltaico não pode ser projetado sem prever

16
as variações associadas ao espectro de energia e sua disponibilidade.

O efeito fotovoltaico

O efeito fotovoltaico ou fotoelétrico é a base para a conversão da luz em


eletricidade. A luz solar carrega uma certa quantidade de energia em forma de
onda eletromagnética que quando penetra em uma célula fotovoltaica, faz com
que surja nela, uma diferença de potencial entre os eletrodos da célula. Como
substância simples, o silício - que é a base para a fabricação das células mais
utilizadas, não conduz corrente elétrica, pois, não possui elétrons de valência,
que são elétrons livres, na última camada eletrônica do átomo, fracamente
ligados ao núcleo e que têm a facilidade de saltar entre as camadas quando
ganham ou perdem energia (fóton). Mas quando o silício é dopado tendo a sua
estrutura cristalina modificada com a inserção de outros elementos que são
chamados de impurezas, esses elementos potencializam a quantidade de
elétrons livres na face negativa da célula e a formação de "buracos" na face
positiva. Os materiais mais usados para dopagem das células de silício são: o
fósforo, que é um dopante negativo que deixa o eletrodo tipo-N da célula com
sobra de elétrons livres e o boro, que faz com que o eletrodo positivo tipo-P da
célula, fique com falta de elétrons, com "buracos" na estrutura cristalina do
silício que chamamos de lacunas. Quando um fóton de luz, que é a energia
liberada pela radiação eletromagnética, excita os elétrons livres do eletrodo
negativo da célula, esses elétrons, preenchem as lacunas do eletrodo positivo,
próximas à área de junção da célula, formando o que chamamos de barreira de
potencial. E quando o circuito é fechado, os elétrons rompem a barreira de
potencial e começam a saltar de um átomo para outro dando origem à corrente
elétrica.

17
Aspectos físicos de Eficiência das células solares

A maior parte da energia que atinge uma célula na forma de luz solar é perdida
antes que possa ser convertida em eletricidade. A máxima eficiência de
conversão de luz solar em eletricidade pelas células fotovoltaicas podem
chegar hoje em testes laboratoriais a pouco mais de 40%. Os valores mais
típicos de células comerciais, são as que têm uma eficiência de 14% a 22%.
Constantemente busca-se trabalhar para o desenvolvimento de células mais
eficientes e de menor custo para maior difusão da tecnologia. Os principais
fenômenos que limitam a eficiência da célula solar são:
1. Reflexão da superfície da célula;
2. Luz que não é energeticamente suficiente para separar elétrons de suas
ligações atômicas;
3. Luz que possui energia extra além da necessária para separar elétrons das
suas ligações;
4. Elétrons e lacunas gerados pela luz, que se encontram aleatoriamente e se
recombinam antes que eles possam contribuir para o desempenho da célula;
5. Elétrons e lacunas gerados pela luz que são reunidos por defeitos na
superfície e nos materiais a célula;
6. Resistência ao fluxo de corrente;
7. Auto-sombreamento resultante da impressão dos contatos elétricos na
superfície superior;
8. Degradação do desempenho em condições não ideais de temperaturas (alta
ou baixas) de operação.

Reflexão da luz solar


Parte da luz solar que atinge uma célula solar é refletida. O silício não tratado
normalmente reflete 36% (ou mais) da luz do sol que o atinge. Isso seria um
perda muito ruim em termos de eficiência. Felizmente, existem várias maneiras
de se tratar as superfícies das células para reduzir a reflexão de forma
eficiente. Entre elas estão o revestimento e texturização química da superfície.
Devido a estes dois métodos, a reflexão pode ser reduzida a valores maiores
que 5%.

18
Os principais componentes de um sistema

O inversor

O inversor interativo é um conversor estático de potência, quem têm a função de


converter a corrente contínua produzida pelo gerador fotovoltaico em corrente
alternada e entregar essa energia para a rede de distribuição dentro dos níveis
adequados de tensão e frequência, segundo alguns parâmetros que são
estabelecidos pelas normas nacionais e internacionais. A características
elétricas do arranjo fotovoltaico devem estar sempre de acordo com os dados de
placa do inversor para que o mesmo não seja exposto a um
superdimensionamento não suportável. Também, os módulos de um gerador
fotovoltaico que serão conectados ao inversor, devem estar de acordo com a
norma da Comissão Eletrotécnica internacional, IEC61730, possuir
classificação energética tipo A e certificação do INMETRO. Caso sejam
conectados ao inversor módulos fotovoltaicos que não possuem as
especificações técnicas do fabricante, estes módulos poderão comprometer o
funcionamento correto das suas proteções. A primeira parte da norma
IEC61730, trata da qualificação construtiva dos módulos fotovoltaicos. Nessa
norma são especificados e descritos os requisitos fundamentais de construção
para módulos fotovoltaicos, de forma que eles possam fornecer uma operação
elétrica e mecânica segura. Nela também são fornecidos tópicos específicos
para avaliação e prevenção contra choque elétrico, riscos de incêndio e lesões
corporais devido a tensões mecânicas e ambientais. Na segunda parte da
IEC61730, são definidos os requisitos para teste dos módulos fotovoltaicos. Ela
é destinada à módulos fotovoltaicos de longo prazo de operação, expostos às
ações do tempo, instalados em circuitos fotovoltaicos com uma tensão máxima
de 1.500V. Esta norma também deve ser aplicada a todos os materiais
utilizados na construção de módulos de placas planas de silício e de película
fina, instalados ao longo na superfície terrestre. O inversor deve realizar a
conexão e desconexão entre o gerador fotovoltaico e a rede, de acordo com a
norma NBR16149, que trata das características que devem ter a interface de
conexão do sistema fotovoltaico, que atua em paralelo com a rede elétrica de
distribuição, estabelecendo as recomendações e requisitos específicos para tal.
A NBR16149 não abrange sistemas fotovoltaicos com dispositivos de
armazenamento de energia e sistemas fotovoltaicos com condicionamento de

19
potência. O inversor também devem satisfazer os requisitos das normas
IEC60634-7-712 que trata sobre os requisitos para instalação de sistemas
fotovoltaicos em edificações, a norma IEC61000-3-3 que trata sobre a
compatibilidade eletromagnética entre os sistemas fotovoltaicos e a rede,
informando as limitações de tensão e cintilação das redes de distribuição de
baixa tensão, quando se utiliza inversores com corrente nominal menor ou igual
a 16A por fase, que não são submetidos a conexão condicional. Deve
obedecer também a norma IEC61000-3-11, também de compatibilidade
eletromagnética, para inversores com corrente nominal menor ou igual a 75A e
que são submetidos a conexão condicional. E a IEC61000-3-5 que trata da
compatibilidade eletromagnética para sistemas com inversores com corrente
nominal maior que 75A, submetidos a conexão condicional. A qualidade da
energia fornecida pelo inversor para as cargas e para a rede em corrente e
tensão alternada dentro dos parâmetros de cada local ou região, é regida por
práticas e normas referentes a tensão, cintilação, frequência, distorção
harmônica e fator de potência. Qualquer desvio do padrão estabelecido por
essas normas, caracteriza uma condição anormal de operação, devendo o
inversor interativo ser capaz de identificar esse desvio e cessar o fornecimento
de energia à rede. A tensão, potência e frequência do inversor devem ser
compatíveis com a rede elétrica local. Os valores nominais de tensão para as
redes brasileiras estão contidos nos Procedimentos de Distribuição do Sistema
Elétrico Nacional (PRODIST) onde encontramos os seguintes valores:

a) 220/127V
b) 220/110V
c) 380/220V
d) 440/220V
e) 230/115V
f) 240/120V
g) 254/127V
h) 208/120V

As tensões de conexão padronizadas para média tensão são:

a) 13,8 kV (MT);

20
b) 34,5 kV (MT).

E para alta tensão

a) 69 kV (AT) e

b) 138 kV (AT).

Os inversores para conexão à rede, normalmente não regulam tensão e sim


regulam a corrente que é injetada na rede. Dessa forma o range (faixa) de
operação normal de tensão do inversor é “setado” (configurado) como uma
função de proteção que vai monitorar e reagir quando a rede apresentar
condições consideradas anormais para que ele continue em operação. O
inversor deve ser capaz de identificar os desvios dos parâmetros de tensão,
frequência, cintilação, distorção harmônica e fator de potência da rede elétrica
cessando o fornecimento de energia. Se a tensão nominal da rede atingir um
valor menor que 80% da tensão nominal, ou seja, cair mais que 20%, o
inversor terá que se desconectar da rede num tempo máximo de 0,4s. Se a
tensão da rede atingir um valor maior que 110% da nominal, o inversor deve se
desconectar da rede num tempo máximo de 0,2s. Quando a tensão variar para
valores considerados anormais e retornar a normalidade dentro do tempo
máximo de desligamento estipulado, o inversor deve continuar em operação
normal. Esse tempo máximo de desligamento, refere-se ao tempo transcorrido
desde que ocorreu o evento anormal de tensão, até a atuação do inversor que
vai se desconectar eletricamente da rede cessando o fornecimento de energia.
Esse tempo de retardo no desligamento, têm objeto de evitar que o inversor
fique realizando desconexões excessivas e desnecessárias quando ocorrerem
distúrbios de curta duração na rede. Porém, o inversor permanece conectado
mecanicamente à rede e deve continuar monitorando os parâmetros de tensão,
de forma que seja realizada a reconexão do sistema fotovoltaico, quando as
condições normais da rede forem restabelecidas. Então, os valores de tensão
considerados normais para o inversor, conforme a NBR16149, estão
compreendidos na faixa de 80 e 110% da tensão nominal de referência. Muito
cuidado no momento de dimensionar os condutores do lado CA, porque deve-
se levar em consideração a queda de tensão, entre o inversor e o ponto de
conexão do sistema fotovoltaico com a rede elétrica.

21
Este ponto é considerado pela norma como sendo o padrão de entrada de
energia. Se a queda de tensão nesse trecho do inversor até o padrão, for muito
alta, pode haver um mau funcionamento do inversor. Um outro parâmetro
importante são valores de cintilação que não devem ser maiores que os valores
estabelecidos nas normas IEC61000-3-3, parte 3-11 e parte 3-5. Inversores
interativos sem transformador, devem possuir uma proteção contra a injeção da
componente de corrente contínua na rede elétrica, desligando o inversor no
tempo máximo de 1s, quando essa corrente atingir um valor maior que 0,5% da
corrente nominal do inversor. Já os inversores com transformador na sua
constituição interna e com isolamento galvânico em 60Hz, não precisam ter
esse tipo de proteção. Como sabemos o inversor deve operar em sincronismo
com a rede elétrica, dentro de alguns limites de variação de frequência.
Quando a frequência da rede atingir um valor de 57,5Hz, o inversor deve se
desconectar dessa rede em um tempo de até 0,2s cessando o fornecimento de
potência. Podendo se reconectar somente quando a frequência chegar a
59,9Hz em um tempo mínimo que pode variar de 20 a 300s dependendo do
ciclo religamento automático da rede de distribuição. Agora, quando a
frequência da rede ultrapassar o valor de 60,5Hz, ficando abaixo de 62Hz, o
inversor deve automaticamente reduzir a sua potência ativa injetada na rede.
Se após o inversor iniciar o processo de redução de potência, a frequência da
rede abaixar, ele deve manter a potência reduzida por no mínimo 300s, até que
a frequência atinja a faixa de 60Hz, mais ou menos 0,05Hz. É conveniente que
a energia injetada na rede pelo inversor, tenha baixos níveis de distorção
harmônica de corrente, para garantir que outros equipamentos elétricos
conectados à rede de distribuição sofram alguma operação indesejada, devido
as distorções harmônicas provocadas pela eletrônica do inversor. Níveis
aceitáveis de distorção harmônica de tensão e corrente, dependem das
características da rede de distribuição, tipo de serviço, cargas conectadas e
procedimentos adotados para a rede. A distorção harmônica total (THD) de
corrente de um inversor, deve ser inferior a 5% em relação a corrente
fundamental (60Hz) na potência nominal do inversor. Cada harmônica
individual têm o seu limite estabelecido pela norma esses valores da tabela a
seguir.

22
Limites de distorção harmônica de corrente – Fonte NBR16149

Harmônicas ímpares Limite de distorção


3ª a 9ª < 4%

11ª a 15ª < 2%

17ª a 21ª < 1.5%

23ª a 33ª < 0,6%

Harmônicas pares Limite de distorção

2ª a 8ª < 1%

10ª a 32ª < 1.5%

Se a potência ativa injetada na rede pelo inversor for maior de 20% da sua
potência nominal, o inversor deve ser capaz de operar dentro de alguns valores
estabelecidos na norma NBR16149 para o fator de potência. Todo inversor deve
sair de fábrica configurado com fator de potência igual a 1, podendo trabalhar
com uma tolerância na faixa de 0,98 indutivo até 0,98 capacitivo, para
inversores com potência menor ou igual a 3kW, na faixa de 0,95 indutivo a 0,95
capacitivo, para inversores com potência de 3 a 6kW e na faixa de 0,90 indutivo
até 0,90 capacitivo, para inversores maiores que 6kW. Sempre que houver uma
variação da potência ativa na saída do inversor, ele deve ajustar a potência
reativa na sua saída automaticamente no tempo máximo de 10s para que o
fator de potência pré-definido seja obedecido. Para prevenir que o sistema
fotovoltaico trabalhe em ilhamento (geração isolada), sempre que ocorrer a
perda de uma das fases da rede, o inversor deve cessar o fornecimento de
potência em até 2s. Se o inversor possuir na sua entrada de corrente contínua
o sistema dc Safety extra-low voltage (SELV), e apresentar uma potência
acumulada menor que 1kW, em apenas um único padrão de entrada de
energia, após a desconexão, não será necessária a desconexão física do
inversor da rede através de relés. A desconexão completa do inversor da rede
elétrica de distribuição, deve ocorrer sempre em condições anormais de
variação de tensão e frequência, tendo inversor que responder a essas
anormalidades protegendo o sistema elétrico contra o ilhamento de sistemas
distribuídos de forma a garantir a segurança das equipes de manutenção de

23
linha morta, segurança da rede, das pessoas em geral, bem como evitar danos
ao sistema fotovoltaico e ao próprio inversor. O inversor deve possuir proteção
contra curto-circuito e ser aterrado conforme a IEC60364-7-12. Os testes do
inversor devem ser realizados conforme a NBR16150 que especifica os
procedimentos de ensaios para verificar se os equipamentos utilizados na
interface de conexão entre o sistema fotovoltaico e a rede de distribuição de
energia estão em conformidade com os requisitos da norma NBR16149 que
citei anteriormente. É importante frisar que antes de realizar a instalação,
operação ou manutenção de um inversor interativo é importante conhecer as
características do equipamento que você está trabalhando e as normas
vigentes pra se evitar lesões ao operador ou instalador, lesões à terceiros e
danos ao inversor. Por isso as instruções de segurança devem ser lidas e
seguidas antes de qualquer intervenção. Não é permitida a conexão ou
desconexão dos conectores de CA e CC quando o inversor estiver em
funcionamento. Isso pode danificar seriamente o inversor. Os polos positivo (+)
e negativo (-) dos módulos fotovoltaicos não devem ser aterrados. A instalação,
conexão e manutenção dos inversores devem ser realizadas por pessoa
qualificada seguindo as normas e regulamentações locais como a NBR5410
que estabelece as condições a que devem satisfazer as instalações elétricas
de baixa tensão, a fim de garantir a segurança de pessoas e animais, o
funcionamento adequado da instalação e a conservação dos bens. Outra
referência importante é a NBR16690 que foi finalmente publicada em 2019 e
que trata sobre as Instalações elétricas de arranjos fotovoltaicos, escrita com
base na norma IEC/TS62548, onde são estabelecidos os requisitos de projeto
das instalações elétricas de arranjos fotovoltaicos, incluindo disposições sobre
os condutores, dispositivos de proteção elétrica, dispositivos de manobra,
aterramento e equipotencialização do arranjo fotovoltaico. O escopo desta
norma inclui todas as partes do arranjo fotovoltaico, mas não inclui, os
dispositivos de armazenamento de energia, as unidades de condicionamento
de potência ou as cargas. Uma exceção é a de que as disposições relativas a
unidades de condicionamento de potência, são abordadas apenas onde a
segurança das instalações do arranjo fotovoltaico está envolvida. A interligação
de pequenas unidades de condicionamento de potência em corrente contínua

24
para conexão a 1 (um) ou 2 (dois) módulos fotovoltaicos também está incluída
no escopo da NBR16690. Vou citar aqui também a importância de conhecer o
PRODIST Módulo 8 para se instalar e conectar um inversor interativo em uma
rede de distribuição. Pra quem não conhece, o PRODIST é uma série de
documentos dividido em módulos e emitidos pela ANEEL. O módulo 8 trata
especificamente sobre a qualidade da energia elétrica. Como nós sabemos o
inversor interativo é uma fonte de potência de energia elétrica que é conectada
paralelamente à rede de distribuição contribuindo com a injeção de potência no
sistema elétrico. Esse paralelismo deve obedecer certos parâmetros para que a
rede não acabe sofrendo com distúrbios ou perturbações que podem prejudicar
a qualidade da energia para os consumidores. Então, o módulo 8 do PRODIST
estabelece os procedimentos relativos à qualidade da energia elétrica,
abordando a qualidade do produto, a qualidade do serviço prestado pelas
distribuidoras e a qualidade do tratamento de reclamações. Para a qualidade
da energia, o módulo 8 define a terminologia e os indicadores, caracteriza os
fenômenos, estabelece os limites ou valores de referência para essa energia, a
metodologia de medição, a gestão das reclamações relativas à conformidade
de tensão em regime permanente, às perturbações na forma de onda de
tensão e os estudos específicos de qualidade da energia elétrica para fins de
acesso aos sistemas de distribuição. As regras que especificam quais devem
ser os requisitos mínimos que uma central geradora dever possuir em função
da potência instalada, para conexão à rede de distribuição são encontradas na
seção 3.7 do módulo 3 do PRODIST, que trata sobre os procedimentos para
acesso de projetos de micro e minigeração distribuída, participantes do sistema
de compensação de energia elétrica ao sistema de distribuição. De acordo com
a potência de central geradora os requisitos mínimos obrigatórios estão na
tabela seguinte:

25
Vale lembrar que o inversor interativo possui algumas dessas proteções
inseridas no próprio inversor, o que dispensa a instalação de proteção externa
de forma redundante. Mas olha só, a distribuidora pode propor proteções
adicionais, desde que justificadas tecnicamente, em função de características
específicas do sistema de distribuição acessado, sem custos para
microgeração distribuída, que são as centrais geradoras de até 75kW segundo
as regras atuais. A quantidade de fases e o nível de tensão de conexão da
central geradora, serão definidos pela distribuidora, em função das
características técnicas da rede e em conformidade com a regulamentação
vigente. Para iniciar o dimensionamento de um inversor o primeiro passo, é
definir qual será a sua potência de saída ou do conjunto de inversores. Para
isso, nós vamos dividir o valor da energia elétrica que dever ser compensada
diariamente em Wh, pela média anual de irradiação solar disponível no local da
instalação do sistema.

𝐸𝑐𝑑
𝑃𝑎𝑐 =
𝐻𝑆𝑃
26
Onde:
Pac = potência alternada da rede
Ecd = energia de compensação diária
HSP = horas de sol pico

É importante que esse valor de irradiação (HSP), já esteja ajustado,


considerando a influência de inclinação, orientação e o poluição da
superfície do gerador fotovoltaico. Para que o gerador fotovoltaico possa
fornecer o valor de energia elétrica capaz de suprir às necessidades da
edificação, será necessário que a potência desenvolvida por ele possua níveis
adequados. Essa potência será determinada a partir da potência elétrica de
saída do inversor e da sua eficiência de conversão. Então, a potência do
gerador fotovoltaico deverá ser calculada, dividindo-se o valor da potência
elétrica CA na saída do inversor interativo, pela sua eficiência, que pode ser
encontrada no seu Datasheet.

Pac out
PV =

Onde:

PV = Potência do gerador fotovoltaico (Wp)


Pac out = potência CA de saída do inversor (W)

ᶯ = eficiência do inversor

Tome muito cuidado no momento de definir a quantidade de módulos


fotovoltaicos para o seu arranjo de forma que nunca seja ultrapassada a
máxima tensão de entrada do inversor. Sempre leve em consideração a
temperatura ambiente máxima e mínima em que o gerador fotovoltaico será
exposto no local do projeto.

27
Módulos fotovoltaicos

Os módulos fotovoltaicos são constituídos por várias células fotovoltaicas


ligadas entre si, em série e paralelo, de forma que se obtenha uma potência
elétrica que possa ser utilizada para fins práticos tendo em vista que a potência
que uma célula fotovoltaica disponibiliza apresentar valores muito baixos, em
torno de 0,5 A 0,7 V (Volts). A fabricação das células fotovoltaicas tem como
base os materiais semicondutores, dos quais o mais difundido é o silício. As
células de silício são fabricadas através de um lingote que é fatiado em
diversas lâminas (wafer) que vão formar a sua base. As lâminas passam por
vários processos até que se obtenha a célula fotovoltaica propriamente dita
com 0,4 a 0,5mm de espessura. Os módulos fotovoltaicos que utilizam da
tecnologia de filmes finos são fabricados sobre o próprio material que vai
formar o módulo, não ocorrendo primeiramente a fabricação de células. O
objetivo de encapsular as células fotovoltaicas em forma de módulo, é prover
proteção mecânica, garantido maior vida útil às células e o bom funcionamento,
pois, as células são extremamente finas e quebráveis. O módulo garante
também uma facilidade de integração nas estruturas de fixação das
edificações, de forma que a associação de módulos possa produzir uma
potência suficiente que realmente traga ganhos energéticos. Você deve estudar
todos os detalhes das folhas de dados dos módulos fotovoltaicos, para que
saiba exatamente as suas especificações e as suas restrições de segurança. É
extremamente proibido pisar ou caminhar sobre os módulos, porque isso pode
provocar microfissuras nas células fotovoltaicas, invisíveis a olho nu, e o
surgimento de pontos quentes, chamados de hotspot e que podem danificar o
módulo ou todo o arranjo, provocado por incêndio devido às altas temperaturas
de trabalho a que as células trincadas ou quebradas são submetidas.

28
Características dos módulos fotovoltaicos

As características elétricas de um módulo fotovoltaico, são registradas


graficamente na sua a curva I-V (corrente-tensão), que é traçada com o valor
da corrente elétrica em função da tensão produzida. As curvas I-V dependem
das condições climáticas do local, da irradiância solar média (kWh/m2.dia-1)
incidente na superfície e da temperatura na junção das células solares. A
irradiância solar tem influência direta sobre a intensidade da corrente elétrica
produzida pelos módulos, pois, quanto maior for a irradiância incidente na
superfície geradora, maior será a intensidade da corrente elétrica produzida.
Agora, quando a irradiância for baixa, com valores inferiores a 600 W/m2
(Watts por metro quadrado), ocorre também uma diminuição da tensão elétrica
produzida pelos módulos, por isso, os valores de irradiância no local do gerador
fotovoltaico, precisam ser corrigidos para valores mais próximos da realidade
local de acordo com as variáveis que influenciam essa grandeza. Chamamos
de Horas Sol Pico (HSP) a representação da quantidade de horas por dia, onde
o valor da irradiância média que incide sobre uma determinada região do
planeta é de 1.000 W/m2 (Watts por metro quadrado) . O valor das horas de sol
pico e da temperatura de operação das células que compõem os módulos do
arranjo, são e suma importância para dimensionar um sistema. Esta
temperatura, é influenciada pela temperatura ambiente e pela irradiação solar
que altera diretamente os valores de tensão gerada pelos módulos
fotovoltaicos. Com o aumento da temperatura, há uma queda da tensão e
consequentemente da potência máxima de cada módulo. Para fazer a correção
da temperatura de trabalho em que o arranjo fotovoltaico será submetido no
local do projeto, é preciso conhecer a temperatura de operação das células
especificadas nas condições padrão de teste STC (Standard Test Conditions).
A seleção de um módulo para um sistema será de acordo com as suas
especificações técnicas de tensão de circuito aberto (Voc), corrente de curto-
circuito (Isc), tensão de operação no ponto de máxima potência (Vmp), corrente
de operação no ponto de máxima potência (Imp) e potência nominal (Wp).
Essas especificações e as informações sobre o desempenho dos módulos
fotovoltaicos encontram-se no seu datasheet e são determinadas nas
condições padrão de teste – STC (Standard Test Conditions) - que são a

29
referência para todos os fabricantes de módulos fotovoltaicos. Abaixo seguem
os valores de referência do padrão STC.

Tstc = 25ºC
1000W
Gstc =
m2
AM = 1,5

Onde:

Tstc = Temperatura da célula solar em STC


Gstc = Irradiação solar padrão em W/m2
AM = Massa de ar da atmosfera do local.

Importante:
A performance dos módulos fotovoltaicos é dada com base nesses valores das
condições padrão de teste. Isso significa que as características elétricas que os
módulos fotovoltaicos vão apresentar para cada local de instalação será de
acordo com as variáveis de influência desse local. Assim um módulo com
potência nominal de 330Wp só vai apresentar esse valor sob uma irradiância
de 1000W/m2 a uma temperatura de operação das células de 25◦C. A
irradiância que incide na superfície de um módulo fotovoltaico determina a
intensidade da corrente elétrica que será produzida por ele. Isso porque quanto
mais fótons dos raios solares incidem sobre a superfície das células, mais
elétrons são liberados aumentando fluxo de corrente.

Coeficientes de temperatura

O desempenho do módulo depende da temperatura de operação das células. E


os parâmetros mais influenciados por essa variável são a tensão de circuito
(Voc) e a tensão no ponto de máxima potência (Vmp). Dificilmente a
temperatura de operação de uma célula fotovoltaica na vida real, será igual a
temperatura das condições padrão de teste, ou seja 25º C. Por isso, a correção
da temperatura é imprescindível para avaliarmos o desempenho real dos
30
módulos. A temperatura média de uma célula fotovoltaica em operação no
mundo real é sempre superior a temperatura média do ambiente e pode ser
calculada usando a expressão abaixo:

Treal Cel = Tamb + ∆t

Onde:
Treal Cel = Temperatura real de operação em ºC, na junção das células solares
Tamb = média anual das temperaturas máximas do ambiente de instalação
∆t = valor de temperatura em ºC acima da temperatura de operação de acordo
com o tipo de instalação dos módulos.

Uma célula fotovoltaica quando entra em operação no mundo real, exposta às


condições da temperatura ambiente, terá uma temperatura de operação
significativamente maior do que a temperatura de laboratório porque a radiação
solar aquece a junção das células. E para se estimar qual seria a temperatura
de operação de uma célula solar, acima da temperatura ambiente, podemos
utilizar a expressão abaixo:

∆t = 0,034 . G – 4

Onde:
∆t = valor de temperatura em ºC acima da temperatura de operação de acordo
com o tipo de instalação dos módulos
0,0034 = constante
G = irradiância solar em W/m2
- 4 = constante

Os fabricantes dos módulos fotovoltaicos disponibilizam nas folhas de dados dos


módulos, os coeficientes de temperatura, que nos possibilitam estimar a variação
das caraterísticas elétricas dos módulos (potência, tensão e corrente) em função
da temperatura das células, para qualquer local de instalação. Dessa forma é
possível verificar qual será a potência que um arranjo fotovoltaico vai
desenvolver de acordo com as condições a que será exposto.

31
Importante:
Para você corrigir as características de potência, tensão e corrente, terá que
utilizar 2 variáveis importantes durante os cálculos. Uma delas é a
Porcentagem de correção (LºCx) e a outra é o Coeficiente de temperatura
(ºCx). Dessa forma, para se obter o valor da potência elétrica de um módulo já
corrigida de acordo com os coeficientes de temperatura, usamos as seguintes
expressões:

Expressão 1: LºCPmáx = ºCPmáx . Tamb


Onde:
LºCPmáx = Porcentagem de correção para potência máxima do módulo
ºCPmáx = Fator do coeficiente de temperatura do módulo para a potência
máxima
Tamb = Temperatura ambiente

Expressão 2: RºCPmáx = 100% + LºCPmáx


Onde:
RºCPmáx = Coeficiente de correção real para Pmáx

Expressão 3: Pmáx’ = RºCPmáx . Pmáx


Onde:
Pmáx’ = Potência máxima real do módulo, corrigida para a temperatura
ambiente
Pmáx = Potência máxima do módulo sob as condições padrão de teste (STC)

Para se obter o valor da tensão de circuito aberto (Voc) e da tensão no ponto


de máxima potência (Vmpp) já corrigidas de acordo com os coeficientes de
temperatura, usamos as seguintes expressões:

32
Expressão 1: LºCVoc = ºCVoc . Tamb
Onde:
LºCVoc = Porcentagem de correção para tensão Voc do módulo
ºCVoc = Fator do coeficiente de temperatura do módulo para a tensão Voc ou Vmpp
Tamb = Temperatura ambiente

Expressão 2: RºCVoc = 100% + LºCVoc


Onde:
RºCVoc = Coeficiente de correção real para Voc

Expressão 3: Voc’ = RºCvoc . Voc


Onde:
Voc’ = Tensão real de circuito aberto do módulo, corrigida para a temperatura
ambiente

E para se obter o valor da corrente de curto-circuito (Isc) e a corrente do ponto


de máxima de operação (Impp) já corrigida de acordo com os coeficientes de
temperatura, usamos as seguintes expressões:

Expressão 1: LºCISC = ºCIsc . Tamb


Onde:
LºCIsc = Porcentagem de correção para a corrente de curto-circuito do módulo
ºCIsc = Fator do coeficiente de temperatura do módulo para ISC ou Impp
Tamb = Temperatura ambiente

Expressão 2: RºCIsc = 100% + LºCIsc


Onde:
RºCISC = Coeficiente de correção real para Isc

33
Expressão 3: Isc’ = RºCIsc . Isc
Onde:
Isc’ = Corrente de curto-circuito real do módulo, corrigida para a temperatura
ambiente

Análise do recurso energético local

Para que você possa iniciar o dimensionamento de um sistema fotovoltaico


conectado à rede elétrica (SFVCR) para geração de créditos de energia em kWh,
será necessário levantar qual é a disponibilidade média anual da energia solar
para o local do projeto em kWh/m2.dia-1 que equivale às Horas de Sol Pico
(HSP). Você pode encontrar essa informação nos bancos de dados
solarimétricos existentes, no Brasil ou exterior, com base na sua coordenada
geográfica. No Brasil nós temos o programa Sundata, que é um banco dados
idealizado pelo Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sergio de
Salvo Brito (CRESEB - http://www.cresesb.cepel.br/), com o objetivo de que os
projetos de energias renováveis possam ser cada vez mais difundidos em
nosso país.

Importante:
Para o dimensionamento de sistemas fotovoltaicos off-grid, você deve avaliar o
mês mais crítico de disponibilidade do recurso solar, que é no inverno, para que
o sistema seja capaz de suprir a necessidade energética da carga mesmo nesse
período de menor irradiação.

Análise da fatura de energia e pré-dimensionamento

A fatura de energia elétrica dos consumidores atendidos em baixa tensão pelas


distribuidoras de energia elétrica, possui um histórico de consumo, geralmente

34
dos últimos 13 meses, através do qual pode-se levantar a média de consumo
mensal em kWh (quilowatt-hora) do cliente em questão.
Para se estimar de forma preliminar qual a potência pico do sistema
fotovoltaico em kWp (quilowatt pico), a quantidade de módulos fotovoltaicos e a
potência aproximada do inversor para um arranjo com ângulo de azimute
menor que 30º e inclinação menor que 20º, basta seguir o exemplo abaixo:

Pré-dimensionamento SFVCR para compensação de energia


Local: Votuporanga-SP
Categoria da unidade consumidora: Bifásico (127/ 220V)
Radiação solar média anual no plano horizontal (HSP) : 5,11KWh//m2.dia-1
Fonte de dados de radiação: Sundata
Latitude: -20.424033
Longitude: -49.953263

Análise Preliminar
Consumo médio mensal (FMM – Fatura média mensal)
FMM = 240KWh/mês

Custo de disponibilidade para cliente bifásico (FMIN - Fatura mínima)


FMIN = 50KWh/mês

Compensação de energia mensal (ECM – Energia de compensação mensal)


ECM = FMM – FMIN = 240 – 50 = 190KWh/mês

Compensação de energia diária (ECD)


ECD = ECM / 30
ECD = 190/ 30
ECD ~ 6,33KWh/dia

Cálculo da potência necessária para o cliente


(Wp) Wp = ECD / HSP
Wp = 6,33 / 5,11
Wp = 1,24KWp

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Seleção preliminar do Inversor Interativo de acordo com a máxima potência
do arranjo: 1,5kW (Valor Comercial).

Módulo escolhido para o projeto


Fabricante: Canadian Solar
Modelo CSP6-P 255P
Dados elétricos do módulo (STC):
Nominal Max. Power (Pmax): 255 W
Opt. Operating Voltage (Vmp): 30.2 V
Opt. Operating Current (Imp): 8.43 A
Open Circuit Voltage (Voc) : 37.4 V
Short Circuit Current (Isc): 9.00 A
Module Efficiency: 15.85%
Operating Temperature: -40°C ~ +85°C
Max. System Voltage: 1000 V (IEC) or 1000 V (UL)
Module Fire Performance: TYPE 1 (UL 1703) or CLASS C (IEC 61730)
Max. Series Fuse Rating :15 A
Application Classification Class A
Power Tolerance 0 ~ + 5 W

Estimativa da quantidade de módulos fotovoltaicos


Nmódulos = Wp/ Wp módulo
Nmódulos = 1240/ 255
Nmódulos = 4,86
5 módulos

Fator de compensação por temperatura dos módulos fotovoltaicos


Local: Votuporanga-SP
Temp. máxima média anual: 31°C
Fonte dos dados de temperatura: Normais Climatológicas do INMET
(http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=clima/normaisClimatologicas)

Tipo de fixação: Integrado ao telhado


ΔT (entre o ambiente e as células devido fixação): +29°C

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Especificação dos coeficientes de temperatura do módulo fotovoltaico
Modelo CS6P-255P
Temperature Coefficient (Pmax) -0.41% / °C
Temperature Coefficient (Voc) -0.31% / °C
Temperature Coefficient (Isc) 0.053% / °C
Nominal Operating Cell Temperature 45±2°C

Compensação de potência pico


L°Cpmax (%) = °Cwp * (Treal - Tref°C)
L°Cpmax (%) = -0,41 *[(31+29)-25]
L°Cpmax (%) = -14,35%

R°Cpmax (%) = 100% + L°Cpmax


R°Cpmax (%) = 100% + (-14,35%)
R°Cpmax (%) = 85,65%

Wpc = Wp * R°Cpmax
Wp c= 255 * 0,8565
Wpc = 218,41Wpc

Compensação de tensão de circuito aberto


L°Cvoc (%) = °Cvoc * (Treal - Tref°C)
L°Cvoc (%) = -0,31 * [(31+29)-25]
L°Cvoc (%) = -10,85%

R°Cvoc (%) = 100% + L°Cvoc


R°Cvoc (%) = 100% + (-10,85%)
R°Cvoc (%) = 89,15%

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Vmpp’ = Vmppstc* R°Cvoc
Vmpp’ = 37,4 * 0,8615
Vmpp’ = 32,22V

Compensação de tensão Nonimal


L°Cvmp(%) = °Cvmp * (Treal - Tref°C)
L°Cvmp (%) = -0,31 *[(31+29)-25]
L°Cvmp (%) = -10,85%

R°Cvmp (%) = 100% + L°Cvn


R°Cvmp (%) = 100% + -10,85%
R°Cvmp (%) = 100% + (-10,85%)
R°Cvmp (%) = 89,15%

Vmp’ = Vmp* R°Cvn


Vmp’ = 30,2* 0,8915
Vmp’ = 29,92V

Compensação de corrente de curto circuito


L°CIsc (%) = °CIsc * (Treal - Tref°C)
L°CIsc (%) = 0,053 *[(31+29)-25]
L°CIsc(%) = 1,855%

R°CIsc (%) = 100% + L°CIsc


R°CIsc (%) = 100% + 1,855%
R°CIsc (%) = 101,855%

Isc’ = Isc * R°CIsc


Isc’ = 9 * 1,01855
Isc’ = 9,2 A

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Compensação de corrente de máxima potência
L°CImp (%) = °CImp * (Treal - Tref°C)
L°CImp (%) = 0,053 *[(31+29)-25]
L°CImp(%) = 1,855%

R°CImp (%) = 100% + L°CImp


R°CImp (%) = 100% + 1,855%
R°CImp (%) = 101,855%

Imp’ = Isc * R°CImp


Imp’ = 8,43 * 1,01855
Imp’ = 8,59 A

Geração conforme cálculos de compensação por temperatura


Potência pico x Radiação no plano horizontal
Local: Votuporanga – SP
HSP: 5,11 kWh/m2. dia-1
Wpc: 218,41Wpc

Geração = 218,41Wpc * 5,11 kWh/m2. dia-1


Geração = 1,12 kWh/dia

Dados elétricos do módulo fotovoltaico corrigidos pelo fator


temperatura
Nominal Max. Power (Pmax): 218,41 W
Opt. Operating Voltage (Vmp): 29,92 V
Opt. Operating Current (Imp) 8,59 A
Open Circuit Voltage (Voc): 32,22 V
Short Circuit Current (Isc): 9,2 A

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Orçamento preliminar

Com base no pré-dimensionamento é possível se estimar o valor aproximado do


sistema fotovoltaico de microgeração para uma determinada unidade
consumidora realizando a emissão de um orçamento preliminar. Nessa fase
ocorre um alinhamento de expectativa por parte do cliente que toma ciência do
investimento necessário para a implantação do projeto fotovoltaico e também do
retorno financeiro que este ativo pode lhe retornar ao longo de sua vida útil.
Entendo que é muito importante a emissão de um orçamento preliminar antes de
passar para a próxima fase do processo, que é a verificação local, que deve ser
realizada para afinar a análise e determinar o valor real da obra.

Análise e verificação local (Site Survey)

O Site Survey basicamente consiste em realizar uma inspeção/verificação no


local onde se pretende instalar o sistema fotovoltaico levantando todas as
necessidades de equipamentos para acesso ao local de instalação, ferramental,
materiais elétricos, condições das instalações elétricas e civis da edificação,
localização geográfica enfim, tudo que tenha relação com a instalação do
sistema. A escolha do sistema ideal não é simplesmente a de escolher o
melhor equipamento. É uma questão de escolher o equipamento que é a
melhor opção para o sistema. O melhor sistema de fato, é que têm o custo-
benefício mais adequado. O primeiro passo no desenvolvimento de um sistema
fotovoltaico é avaliar o motivo da aplicação e ambiente de instalação. Para
fazer isso, analisa-se a necessidade energética da carga durante determinados
períodos de tempo em que as quais as mesmas consomem energia. Essa
etapa envolve também o estabelecimento das condições da luz solar (ângulo,
intensidade, duração, etc.) e do clima em que o sistema fotovoltaico irá operar.
A análise das restrições de projeto como, obstáculos que podem provocar
sombreamento, desempenham um papel vital para um projeto de sistema
fotovoltaico.

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Dispositivos de proteção

A string box de corrente contínua é geralmente montada com dispositivos de


proteção com encaixe padrão DIN. Nela você deve instalar os fusíveis de
proteção para as fileiras de módulos, tanto para o lado positivo quanto para o
lado negativo dos circuitos, utilizando fusíveis devidamente dimensionados de
acordo com a corrente de cada circuito. Esta prática deve ser adotada para
garantir a proteção do circuito contra correntes reversas que podem surgir caso
haja defeito no diodo de by-pass de algum módulo. Instalar também um DPS
de CC para cada circuito, atento à tensão suportada pelo dispositivo e uma
chave seccionadora CC para comutação em carga. Já na string box CA
encontraremos um disjuntor monopolar, bipolar ou tripolar dependendo do tipo
de conexão entre o inversor e a rede elétrica do consumidor. Também são
intalados os DPS’s e terminais de conexão. Essas duas string box não podem
ser integradas em uma única caixa devido possuirem diferentes fontes de
potência o que é proibido segundo a NBR-5410.

Estruturas de fixação

Uma boa estrutura de fixação de um arranjo fotovoltaico é um elemento


fundamental na construção de um projeto. Ela deve possuir boa resistência
mecânica e ser instalada de tal forma que não seja danificada pela força dos
ventos. Podem ser montadas sobre vários tipos de telhados e em diversas
inclinações, porém, alguns pontos devem ser observados. Devemos nos atentar
quanto à dilatação térmica na instalação dos módulos fotovoltaicos sobre as
estruturas para que os mesmos não sejam danificados, garantir boa ventilação
entre os módulos fotovoltaicos e a cobertura do telhado, pois os módulos podem
atingir temperaturas maiores do que 60ºC, garantir inclinação suficiente para que
os módulos não retenham folhas e também deixar pequenos espaços entre os
módulos de forma a aliviar a pressão dos ventos. O tipo de estrutura escolhida
para a montagem depende do tipo de cobertura ou solo. Nunca improvise
estruturas, pois, a sua fabricação demanda estudo aprofundado, muitos cálculos,

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ensaios e testes para garantir a segurança e eficiência da mesma. Existem hoje
no mercado brasileiro diversos fabricantes que oferecem um amplo leque de
opções de estruturas para fixação de sistemas fotovoltaicos, porém, é preciso
ser bastante criterioso no momento de escolher a estrutura adequada para o seu
projeto. Desde de 2014 venho acompanhando o mercado de estruturas e percebi
que com o aumento da concorrência muitos fornecedores oferecem materiais de
baixa resistência mecânica com a utilização de menor quantidade de material
em seus produtos para conseguir praticar preços mais atrativos. Também tenho
visto muitas adaptações realizadas por instaladores que não se preocupam com
a durabilidade dos produtos que utilizam. Um exemplo disso é a utilização de
materiais como porcas e parafusos que são suscetíveis à ferrugem e corrosão.
As estruturas de fixação dos módulos fotovoltaicos devem ter alta durabilidade
(superior a 20 anos), por isso, devem ser fabricadas de materiais com boa
resistência mecânica e que suporte as ações do tempo. De tudo que vi no
mercado até hoje, as estruturas de alumínio e aço inox são as melhores opções
para a realização de um excelente projeto de integração fotovoltaica durável.
Recomendo a utilização de perfis de alumínio anodizado 6063-T5 e periféricos
em aço inox 304.

Comissionamento

Antes de realizar o start do sistema fotovoltaico são necessárias algumas


verificações e testes na instalação para detectar prováveis falhas ou defeitos
que possam ocasionar mau funcionamento ou parada do sistema fotovoltaico.
Realize os passos seguintes:

1. Realize a medição da tensão de circuito aberto de cada módulo fotovoltaico


antes de conectá- los;
2. Verifique se todos os conectores MC4 estão bem conectados e travados;
3. Verifique se os cabos não estão prensados sob módulos, estruturas ou
calhas;

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4. Cheque o torque de todos os terminais (chaves, fusíveis, DPS, aterramento
etc);
5. Verifique se todas as partes metálicas estão aterradas;
6. Confira a polaridade do cabeamento das strings utilizando um voltímetro;
7. Verifique a capacidade de cada fusível;
8. Verifique a ligação dos DPS;
9. Verifique a ligação das chaves de CC;
10.Realize a medição da tensão CA na entrada do disjuntor de conexão;
11. Realize um teste de isolação da instalação realizando um meghômetro;
12. Realize a medição da resistência de aterramento com um terrômetro;
13. Verifique se a capacidade dos disjuntores estão de acordo com a corrente
do circuito;
14. Ligue o inversor e cheque as medições de tensão do mesmo;
15. Ligue o disjuntor CA e verifique o tempo de sincronismo do inversor com
a rede elétrica;
16. Realize a medição da corrente CA nos condutores utilizando um alicate
amperímetro;
17. Acompanhe todas medições do inversor e compare com os dados de
projeto para verificar se a potência entregue está ok.

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Bibliografia

Ayrão, Vinícius. Energia solar fotovoltaica no Brasil conceitos, aplicações e


estudos de caso. 2018. Internacional Cooper Association Brazil.

Treinamento energia solar fotovoltaica PHB 2019.

Catálogo de estruturas Carport 2019. PHB Solar. Disponível em


https://www.energiasolarphb .com.br/tutoriais.php/#downloads

Catálogo de estruturas de laje 2019. PHB Solar. Disponível em


https://www.energiasolarphb.com.br/tutoriais.php/#downloads

Catálogo de estruturas de solo 2019. PHB Solar. Disponível em


https://www.energiasolarphb.com.br/tutoriais.php/#downloads

Catálogo de estruturas de telhado 2019. PHB Solar.Disponível em


https://www.energiasolarphb.com.br/tutoriais.php/#downloads

Catálogo de inversor 2019. PHB Solar. Disponível em


https://www.energiasolarphb.com.br/tutoriais.php/#downloads

Pinho, João Tavares; Galdino, Marco Antonio - Organizadores. Manual de


engenharia para sistema fotovoltaicos.CEPEL - CRESESB. Rio de Janeiro,
março de 2014.

Pereira, Alexandre de Sousa; De Oliveira, Manuel Ângelo Sarmento. Curso


técnico instalador de energia solar fotovoltaica. 2ª edição. janeiro 2015.
Revisão: Julia Guimarães e Juliana Moreira. Publindústria edições técnicas.

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Realização
Daniel Rosa Junior
JULHODE2019

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