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APOSTILA
ELE505
MEDIDAS ELÉTRICAS
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Grupo de Estudos em Qualidade da Energia Elétrica GQEE
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ELE 505
MEDIDAS
1- MEDIDAS ELÉTRICAS NA MANUTENÇÃO.......................................................................................................................... 9
1.1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................. 9
1.2. OPERAÇÃO DE MEDIÇÃO .......................................................................................................................................... 9
1.3. CATEGORIAS BÁSICAS DE INSTRUMENTOS.......................................................................................................... 10
1.4. CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS.................................................................................................................. 10
A. À grandeza a ser medida ....................................................................................................................................... 11
B. À apresentação da medida .................................................................................................................................... 11
C. Ao uso .................................................................................................................................................................. 13
D. À corrente ............................................................................................................................................................. 13
1.5. ESCALA DOS INSTRUMENTOS................................................................................................................................ 14
1.6. ERROS EM MEDIDAS ............................................................................................................................................... 17
1.7. CLASSE DE EXATIDÃO ............................................................................................................................................ 18
2- INSTRUMENTOS ANALÓGICOS DE BOBINA MÓVEL....................................................................................................... 21
2.1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................................................... 21
2.2. CONSTITUIÇÃO DO MEDIDOR DE BOBINA MÓVEL ................................................................................................ 21
2.3. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO ........................................................................................................................... 22
3- INSTRUMENTOS ANALÓGICOS DE FERRO MÓVEL........................................................................................................ 27
3.1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................................................... 27
3.2. CONSTITUIÇÃO DO MEDIDOR DE FERRO MÓVEL ................................................................................................. 27
A. Bobina Fixa ........................................................................................................................................................... 27
B. Conjugado Móvel .................................................................................................................................................. 27
C. Conjugado Amortecedor ........................................................................................................................................ 27
3.3. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO ........................................................................................................................... 28
4- MEDIÇÃO DE TENSÃO E CORRENTE .............................................................................................................................. 32
4.1. MEDIÇÃO DE TENSÃO ............................................................................................................................................. 32
A. Voltímetro ............................................................................................................................................................. 32
B. Aumento de Faixa de Medição com Resistência em Série com o Voltímetro ........................................................... 34
C. Ponta de Prova ou Ponteira de Tensão .................................................................................................................. 35
D. Transformadores de Potencial (TP)........................................................................................................................ 35
E. Sensores de Tensão por Efeito Hall ....................................................................................................................... 36
4.2. MEDIÇÃO DE CORRENTE ........................................................................................................................................ 36
A. Amperímetro ......................................................................................................................................................... 36
B. Aumento de Faixa de Medição com Resistência em Paralelo com o amperímetro ................................................... 39
C. Shunt Resistivo ..................................................................................................................................................... 41
D. Transformadores de Corrente (TC) ........................................................................................................................ 41
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1ª PARTE
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Capítulo 1:
Medidas Elétricas na
Manutenção
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1- MEDIDAS ELÉTRICAS NA MANUTENÇÃO
1.1. INTRODUÇÃO
A medição é um conjunto de operações, manuais ou automatizadas, que visa comparar uma
grandeza com outra da mesma espécie, a qual é tomada como unidade padrão, e determinando o seu valor
momentâneo.
Em função do exposto, mede-se para estabelecer a extensão, o grau, a qualidade, as dimensões ou a
capacidade com relação a um padrão, ou seja, para estimar.
Observa-se que, para toda grandeza, existe um padrão básico correspondente, ou seja, para o
tempo, velocidade, luminosidade, força, comprimento, corrente elétrica, etc.
Por outro lado, devido à natureza dos fenômenos envolvidos, a medição de grandezas elétricas
assume aspectos mais complexos que, por exemplo, medir-se o comprimento de um condutor (ou seja,
comparando-se um metro com o metro padrão, nesse caso).
Sendo assim, como a existência de tais grandezas não pode ser constatada pelos sentidos humanos,
elas devem ser detectadas e avaliadas qualitativa e quantitativamente.
Em outras palavras, apenas é possível verificar os seus efeitos e, portanto, há a necessidade de se
fazer corresponder outra grandeza de acesso e manipulação mais fácil.
Desta forma, um instrumento de medição elétrica é um dispositivo que permite um estado de um
fenômeno físico (intensidade da corrente elétrica, por exemplo) corresponda a outro (movimento,
aquecimento, etc.), sendo esse, porém, accessível aos sentidos humanos (à visão, geralmente).
Se, por exemplo, a medida tem a finalidade de manter uma máquina em um determinado regime de
funcionamento, o esquema de medição é acrescido de mais uma etapa, ou seja:
Portanto, um instrumento é um dispositivo utilizado para uma medição, sozinho ou em conjunto, com
dispositivo(s) complementar(es), sendo um conjunto completo destes instrumentos e outros equipamentos
acoplados para executar uma medição específica denominado de sistema de medição.
O método de medição, por sua vez, é uma sequência lógica de operações, descritas genericamente,
aplicadas na execução das medições.
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1.3. CATEGORIAS BÁSICAS DE INSTRUMENTOS
De uma forma geral os instrumentos de medição elétrica podem ser:
a) analógicos, nos quais o sinal de saída ou a indicação apresenta uma variação contínua no tempo
da grandeza que está sendo medida ou do sinal de entrada; ou,
b) digitais, nos quais o sinal de saída ou a indicação apresenta uma variação com valores fixos em
períodos de tempo da grandeza que está sendo medida ou do sinal de entrada.
Para ilustrar a diferença entre ambos, as figuras 1.1 e 1.2 mostram, respectivamente, instrumentos de
medição de tensão elétrica, ou seja, voltímetros analógico e digital.
Observa-se na figura 1.1, que o voltímetro analógico possui um ponteiro indicador (também
conhecido por cabelo) que se deslocará em movimento constante ao efetuar uma medida. O digital da figura
1.2, por outro lado, apresenta sua indicação das tensões medidas através de números que mudam de
intervalo em intervalo.
Dessa forma, é importante ressaltar que os termos analógico e digital referem-se à forma de
apresentação do sinal ou da indicação e não ao princípio de funcionamento do instrumento.
Considerando-se o exposto, tem-se que os instrumentos de medição elétrica se dividem em duas
categorias básicas, ou seja, em instrumentos eletromecânicos, os quais são sempre analógicos, e eletrônicos,
os quais podem ser analógicos ou digitais (ou ambos).
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A. À grandeza a ser medida
Nesse caso tem-se, por exemplo:
a) Amperímetros (corrente); b) Voltímetros (tensão);
B. À apresentação da medida
a) Instrumentos indicadores apresentam os valores b) Instrumentos com mostrador, os quais
de uma ou mais grandezas simultaneamente no apresentam uma indicação, como no caso de um
instante em que ocorrem, não os retendo no voltímetro analógico ou um frequencímetro
seguinte. Podem, também, fornecer um registro; digital, entre outros;
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Figura 1.7 – Exemplo de instrumento indicador Figura 1.8 – Exemplo de instrumento com mostrador
(digital). indicador (frequencímetro digital).
c) Instrumentos registradores - apresentam o valor da medida no instante em que está sendo feita e
registra-o de modo que ele não seja perdido. Os registros podem ser analógicos (linha contínua ou
descontínua) ou digitais. Naturalmente, várias grandezas podem ser registradas simultaneamente e,
também, apresentar uma indicação;
e) Instrumentos totalizadores que determinam o valor medido através da soma dos valores parciais da
grandeza, obtidos, simultânea ou consecutivamente, de uma ou mais fontes, como, por exemplo, um
medidor totalizador de potência elétrica (medidor de demanda).
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C. Ao uso
a) Instrumentos industriais; b) Instrumentos de laboratório.
Figura 1.12 – Exemplo de voltímetro para utilização Figura 1.13 – Exemplo de voltímetro para utilização
em painéis elétricos industriais. em laboratório.
D. À corrente
Figura 1.14 – Exemplo de amperímetro DC para Figura 1.15 – Exemplo de amperímetro AC para
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utilização em painéis elétricos industriais. utilização em painéis elétricos industriais.
Quanto aos instrumentos eletromecânicos eles são analisados em capítulo específico, porém é usual
classificá-los quanto ao principio de funcionamento do elemento motor, ou seja, eles podem ser:
a) Instrumentos eletromagnéticos, os quais se baseiam nos efeitos magnéticos da corrente. Existem
dois tipos, ou seja, instrumentos de bobina novel e imã fixo e instrumentos de ferro móvel;
b) Instrumentos baseados no efeito térmico da corrente elétrica;
c) Instrumentos eletrodinâmicos, os quais se baseiam nos efeitos eletrodinâmicos da corrente
elétrica;
d) Instrumentos de indução, os quais se baseiam, como o próprio nome indica, nos fenômenos de
indução. Também são conhecidos pelo nome de instrumentos de campo girante ou instrumentos
Ferraris;
e) Instrumentos eletrostáticos, cujo funcionamento se explica pelos efeitos de cargas elétricas em
repouso (eletricidade estática).
Observa-se que muitos instrumentos, digitais ou analógicos, apresentam mais de uma escala, ou
seja, de faixa de medição. Nesse sentido, a figura 1.17 mostra um amperímetro analógico, onde se visualiza
duas escalas, as quais devem ser lidas dependendo do terminal a que se conecta a o circuito.
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Figura 1.17 – Amperímetro analógico com duas Figura 1.18 – Voltímetro analógico com escala fixa e
escalas. multiplicadores.
A figura 1.18, por outro lado, apresenta um voltímetro analógico, onde se tem uma escala fixa e uma
chave comutadora, a qual permite a mudança para os valores mostrados em um indicador. A leitura, nesse
caso, se faz diretamente, porém deve ser multiplicada por um fator indicado no próprio instrumento.
Observa-se, por outro lado, os instrumentos digitais também possuem comutadores de escala, como
ilustra a figura 1.19.
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A utilização desse ajuste antes de se iniciar uma medição é de grande importância nos instrumentos
analógicos. Com ele é possível posicionar o ponteiro indicador (cabelo) exatamente sobre o ponto inicial da
escala, o que minimiza futuros erros de leitura.
No entanto, isso deve ser realizado observando-se o ponteiro e a escala em uma posição
perpendicular aos olhos para evitar erros de paralaxe (ou seja, à diferença aparente na localização de um
ponteiro quando observado por diferentes ângulos). Aliás, esse procedimento deve ser adotado em qualquer
leitura, sendo que o espelho existente em muitos desses instrumentos auxilia nessa tarefa.
Observa-se que alguns instrumentos digitais também apresentam o ajuste de zero, como ilustra a
figura 1.23.
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1.7. CLASSE DE EXATIDÃO
Em função do exposto no tópico anterior, facilmente se conclui que valor da medida será tanto mais
exata (ou seja, com valor mais próximo do real), quanto menor for o erro.
Sendo assim, é conveniente conhecer-se o erro em cada ponto da escala de um instrumento para se
ter exatidão na medida.
Naturalmente, isso é impraticável nas medições cotidianas, o que leva à idéia de se conhecer, ao
menos, uma ordem de grandeza dos erros cometidos.
Desta forma, emprega-se a chamada classe de exatidão, a qual se constitui em uma classificação
dos instrumentos que estabelece a exatidão de uma medida dentro de uma faixa de valores.
Observa-se que o erro que define a citada faixa é sempre expresso em relação ao valor final da
escala, ou ao valor nominal ou a um campo nominal.
Como se nota na tabela 1.2, um instrumento da classe 1 poderá ter, no máximo, um erro de +1%
sobre o valor final da escala.
No caso, por exemplo, de um voltímetro com escala 0-100 V, o erro em uma medida é de, no
máximo, +1V em qualquer ponto da escala, pois:
+1% de 100V = +1V
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e, como se sabe, erro absoluto é sempre menor ou igual a +1V, o valor real estará compreendido na
faixa entre:
21 – 1 = 20 V; e 21 + 1 = 22 V.
Assim, verifica-se que a classe de precisão estabelece, na realidade, os limites de um erro absoluto.
Entretanto, o erro que se comete em relação à leitura (erro relativo) é, na prática, muito mais interessante na
definição da exatidão, mas, como ilustrado, seus valores variam com a leitura.
Os exemplos apresentados mostraram claramente que, quanto menor é a quantidade a ser medida
em relação ao fim da escala do instrumento, tanto maior é o erro cometido. O fato físico é lamentável, mas,
infelizmente, inevitável.
Em função do exposto, emprega-se para os instrumentos analógicos uma regra pratica fundamental,
ou seja:
“O valor da grandeza a ser medida não deve ser inferior ao valor da metade da escala do instrumento”.
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Capítulo 2:
Instrumentos Analógicos de
Bobina Móvel
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2- INSTRUMENTOS ANALÓGICOS DE BOBINA MÓVEL
2.1. INTRODUÇÃO
Os instrumentos de bobina móvel são dos mais utilizados em medições elétricas. São também
chamados de instrumentos de imã permanente, imã fixo ou magnetoelétricos.
Eles também são conhecidos por instrumentos que utilizam o sistema D’Arsonval por ter sido o físico
francês de mesmo nome que o desenvolveu.
Estes equipamentos são desenvolvidos tendo como base o seguinte princípio do eletromagnetismo: “na
presença de um campo magnético B, um condutor de comprimento l, fica submetido a uma força F cujo
sentido é dado pela regra dos três dedos da mão esquerda e cujo módulo é dado por:
F B.i.l .sen
onde θ é o ângulo entre B e a direção de il no espaço”.
Este teorema é ilustrado na figura 2.1.
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OBS.: Na expressão anterior, l representa, na realidade, o comprimento da bobina que está sob a ação do
campo magnético B.
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O instrumento de bobina móvel é apropriado para medir corrente contínua, pois o campo magnético
desenvolvido pelo imã permanente é também contínuo.
O que aconteceria se a corrente ao invés de ser contínua fosse alternada?
Notamos que se a corrente que percorre os condutores da bobina mudasse de sentido, as forças F
também fariam o mesmo (Fig. 2.4).
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d = largura da bobina.
Na Fig.2.2 notamos a existência de duas molas espirais. Qual é a função desempenhada por estas
molas?
Estas molas desenvolvem um conjugado contrário ao conjugado motor se opondo desta forma ao
movimento de rotação da bobina. Este conjugado é tanto maior quanto maior for o deslocamento da bobina.
Assim, podemos dizer que seu valor depende do deslocamento da bobina e da constante de mola K:
Ca k .
onde se tem:
Ca = conjugado contrário ou antagônico;
k = constante da mola;
θ = desvio da bobina.
Desta forma, notamos que quando o ponteiro estiver parado em uma dada posição, teremos:
Cm Ca ,
n.B.i.S k .
n.B.i .S
ou seja:
k
n. B .S
Considerando-se constante os elementos n, B, S, k e chamando por K’, vem: K '.i
k
Nesta última expressão podemos concluir que:
Quanto maior foro valor da corrente i, maior será o desvio do ponteiro;
Como θ = f (i) é uma função linear, a escala do aparelho apresentará distâncias iguais entre os
pontos fixos das divisões;
Quando a corrente i cair à zero, ou seja, o conjugado motor terminar, as molas irão atuar no sentido de
trazer o ponteiro do aparelho a sua posição inicial.
É importante ressaltar que o quadro retangular de alumínio possui a finalidade de produzir um
amortecimento do sistema móvel por correntes de Foucault.
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Qual será o objetivo deste conjugado?
Este conjugado de amortecimento possui a finalidade de diminuir ou amortecer as vibrações do sistema
móvel quando estamos na posição de equilíbrio (C m = Cc).
Também em qualquer deslocamento repentino do sistema móvel ele irá atuar como uma proteção do
instrumento.
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Capítulo 3:
Instrumentos Analógicos de
Ferro Móvel
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3- INSTRUMENTOS ANALÓGICOS DE FERRO MÓVEL
3.1. INTRODUÇÃO
Os instrumentos de ferro móvel, ferromagnéticos ou eletromagnéticos são bastante utilizados em
medições industriais, por possuir em uma construção simples além de serem econômicos e de fácil
manutenção.
Devido a seu aspecto construtivo, são instrumentos que possuem certa resistência às vibrações ou
choques mecânicos.
A. Bobina Fixa
A bobina fixa pode ser projetada para suportar correntes de valor elevado ou ter seu valor reduzido
através do emprego de um transformador de corrente.
Os medidores que usam este sistema podem funcionar como amperímetros ou como voltímetros.
Quando é usado como voltímetro coloca-se um resistor em série com a bobina fixa para reduzir o valor da
tensão aplicada.
B. Conjugado Móvel
O mecanismo móvel é formado pelo ferro móvel, mola espiral, amortecedor de ar (ou palheta do
amortecedor) e do ponteiro.
C. Conjugado Amortecedor
Nos instrumentos de bobina móvel, o amortecimento do ponteiro era realizado pelo princípio das
correntes parasitas de Foucault, enquanto que nos instrumentos de ferro móvel ele pode ser mecânico ou
magnético. O amortecimento mecânico é formado pelo freio de ar. A aleta ou palheta do amortecedor, presa
ao eixo, move-se durante o movimento do ponteiro em uma câmara de ar. Ela comprime o arda câmara
agindo desta forma como um freio. O amortecimento pode também ser obtido através de imãs permanentes.
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Figura 3.2 - Sistema de atração - Ferro móvel Figura 3.3 – Sistema de repulsão – Ferro móvel
Este sistema de atração pode ser usado na medição de corrente alternada ou de corrente contínua,
pois qualquer que seja o tipo decorrente ocorrerá na bobina fixa uma polaridade que irá atrair o núcleo de
ferro móvel. Esta força de atração é proporcional ao quadrado da corrente que circula na bobina.
Outro processo de medição empregado nos medidores de ferromóvel é o que utiliza o sistema de
repulsão (Fig. 3.3).
Neste sistema uma placa de aço é fixa no interior da bobina e outra móvel (ferro móvel) no eixo do
ponteiro. Ao se medir uma dada corrente, a mesma ao percorrer a bobina fixa magnetiza as placas no mesmo
sentido criando uma força de repulsão entre elas. Desta forma sobre o eixo do ponteiro age um conjugado
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que resulta em um desvio do ponteiro até que o mesmo seja equilibrado pelo conjugado oposto, produzido
pela mola espiral presa ao eixo. Usando-se o amortecimento com o ar pode-se obter uma indicação do
ponteiro sem maiores oscilações.
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Capítulo 4:
Medição de Tensão e Corrente
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4- MEDIÇÃO DE TENSÃO E CORRENTE
4.1. MEDIÇÃO DE TENSÃO
A. Voltímetro
O voltímetro tem como objetivo medir a diferença de potencial entre dois pontos quaisquer de um
circuito.
Existem voltímetros para medições em corrente contínua e alternada.
Em qualquer caso, entretanto, eles devem ser ligados sempre em paralelo com o circuito entre os
dois pontos nos quaisquer se medir a diferença de potencial.
A medida será ideal se o instrumento tiver resistência interna infinita, isto é, se ele constituir um
circuito aberto entre os pontos do circuito em que se encontra instalado, pois somente nesta condição é que
as correntes e tensões do circuito não serão alteradas pelo instrumento.
O voltímetro comum, esquematizado na Figura 4.2, utiliza um galvanômetro tipo quadro móvel que,
através de uma chave seletora, é posto em série com resistores internos convenientemente dimensionados
denominados “resistências multiplicadoras” permitindo, desse modo, que se varie a escala de leitura de
tensão.
Rm
S
V
Im G
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Figura 4.4 – Exemplo de voltímetro de bancada de Figura 4.5 – Voltímetro de zero central.
bobina móvel.
Esta característica dos instrumentos de bobina móvel permite a construção de amperímetros com
zero central, ou seja, que podem indicar a corrente em ambos os sentidos.
Para aplicações industriais, os voltímetros normalmente são instalados em painéis, como ilustra a
figura 4.6.
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Além disso, como citado anteriormente, os voltímetros também podem ser digitais.
Com o auxílio de um resistor inserido em série com o voltímetro é possível obter-se leituras
superiores ao fundo de escala do instrumento (divisor de tensão).
Desta forma, caso o voltímetro deva ser utilizado para uma faixa de medição n vezes superior a
existente (fator de amplificação n), então uma parte da tensão será nele aplicada e (n-1) partes na resistência.
Para que seja possível a ampliação, a resistência shunt (Rs) deve ser:
Rs = (n - 1) x Rv (2)
Exercícios de fixação
Qual deve ser o valor de uma resistência série para ampliar o fundo de escala de voltímetro, cuja
resistência interna é de 2.000 , de 12 V para 60 V?
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60
O fator de amplificação n é: n = =5
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Uma ponta de prova é um elemento que simplesmente exibirá o valor em um dado ponto de um circuito.
Ela mesma não interage com os outros componentes.
Também chamada de ponteira de tensão ela pode ser utilizada em multímetros e osciloscópios. No caso
de ponteira de tensão para osciloscópios, esta pode apresentar escalas de atenuação, como por exemplo,
1X, 10X, 20X, 50X, 100X, 1000X. A atenuação é a razão da amplitude do sinal de entrada da ponta de prova
até a amplitude do sinal de saída, geralmente medida em CC. Muitas pontas de prova são chamadas de
pontas de prova “10X”, significando que o sinal aplicado ao osciloscópio é 1/10º da amplitude do sinal de
entrada real. É, portanto, essencial que o osciloscópio saiba a atenuação da ponta de prova e a leve em
conta em suas medições.
Seguem abaixo, fotos de pontas de provas (figura 4.9).
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Também é possível empregar-se sensores de tensão por efeito Hall, os quais possuem a capacidade
de medir tanto tensão contínua como alternada em um único instrumento.
Certos componentes são desenvolvidos especificamente para condicionar níveis de tensão. O modelo
exposto abaixo é o LV25-P, fabricado e comercializados pela LEM.
O funcionamento de sensores de efeito Hall consiste na geração de um campo elétrico transversal a
um condutor, quando este está imerso em um campo magnético e é percorrido por uma corrente elétrica.
A faixa de operação desse componente é de 10 a 500[V]. Para realizar a medida, é preciso alimentá-
lo com tensões de ±12[V] ou ±15[V]. Trata-se de um medidor com boa linearidade, ótima imunidade contra
ruídos, possui uma grande largura de banda e ótima precisão.
Figura 4.11 – Sensor Hall de tensão Figura 4.12 – Aplicação de sensor Hall de tensão.
O amperímetro tem como objetivo medir a corrente elétrica que circula por um circuito ou por um
ramo do mesmo.
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Existem amperímetros para medições em corrente contínua e alternada.
Em qualquer caso, entretanto, eles devem ser ligados em série no circuito cuja corrente se quer
medir.
Observe-se que a medida será ideal se o instrumento não possuir resistência interna, isto é, se ele
constituir um curto-circuito entre os pontos do circuito em que se encontra instalado, pois somente nesta
condição é que as correntes e tensões do circuito não serão alteradas pelo medidor.
Alguns amperímetros permitem que se utilizem várias escalas, como citado anteriormente. Nesses
casos, emprega-se um galvanômetro tipo quadro móvel e resistores convenientemente dimensionados, os
quais são inseridos em paralelo (shunt ou derivador) pelo fechamento de uma chave seletora, por exemplo. A
cada posição da chave, portanto, varia-se a escala de leitura de corrente.
shunts
I
Rm
Im G
S
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Figura 4.16 – Exemplo de amperímetro de bancada Figura 4.17 – Amperímetro de zero central.
de bobina móvel.
Esta característica dos instrumentos de bobina móvel permite a construção de amperímetros com
zero central, ou seja, que podem indicar a corrente em ambos os sentidos.
Para aplicações industriais, os amperímetros normalmente são instalados em painéis, como ilustra a
figura 4.18.
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Observa-se que, como citado anteriormente, os amperímetros também podem ser digitais, como o
ilustrado na figura 4.19.
Com o auxílio de um resistor inserido em paralelo com o amperímetro é possível obter-se leituras
superiores ao fundo de escala do instrumento. Tal resistor é conhecido como shunt ou derivador.
Desta forma, caso o amperímetro deva ser utilizado para uma faixa de medição n vezes superior a
existente (fator de amplificação n), então uma parte da corrente passará pelo amperímetro e (n-1) partes
deverão passar pelo shunt.
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Ri
Para que seja possível a ampliação, a resistência shunt (Rs) deve ser: Rs = (1)
n -1
Onde: Ri - Resistência interna do amperímetro.
Exercícios de fixação
1) Qual deve ser o valor de uma resistência shunt para ampliar o fundo de escala de amperímetro, cuja
resistência interna é de 1,8 , de 1 A para 10 A?
Solução:
10
O fator de amplificação n é: n= = 10
1
Ri 1,8
Ou seja, deseja-se aumentar o fundo de escala em 10 vezes. Portanto: . Rs = = = 0,2
n - 1 10 - 1
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C. Shunt Resistivo
Sendo assim, para se determinar a corrente, basta medir a tensão resultante em um milivoltimetro.
Os shunts possuem uma queda de tensão padronizada para uma determinada corrente (exemplo:
200Ac.c./60mVc.c.), permitindo que o sinal de medição (60mVc.c., 150mVc.c. ou 300mVc.c.) seja levado a
um transdutor analógico, indicador analógico ou indicador digital.
Exercício de fixação
Qual é o valor da corrente em circuito, se nos terminais de um shunt resistivo de 100 A/ 30 mV obteve-se
10 mV medidos com um milivoltimetro?
Solução:
Para se obter a corrente, basta aplicar uma regra de três, ou seja:
I 100
= Ou: I = 60 A
18 30
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Em 1879, Edwin H. Hall aplicou um campo magnético perpendicular a um condutor percorrido por
uma corrente. Nessa experiência, verificou que as cargas elétricas se distribuem de tal modo que, as
positivas, ficam de um lado e, as negativas, do lado oposto da borda do condutor, resultando, portanto, em
uma pequena diferença de potencial.
Esse é o efeito Hall, que, apesar de existir em qualquer material condutor, é mais intenso nos
semicondutores. Entretanto, como esses apresentam variações em suas propriedades físicas de lote para
lote, necessita-se de um circuito eletrônico auxiliar para ajustar o sinal obtido a um valor calibrado do campo
magnético.
Portanto, sensores de corrente por efeito Hall são dispositivos semicondutores que geram um sinal de
corrente quando são inseridos em um campo magnético e uma tensão é aplicada a eles. A corrente de saída
desses sensores é proporcional à densidade de fluxo do campo magnético.
Por outro lado, sabe-se que corrente circulando em um condutor produz um campo magnético e,
sendo assim, é possível medi-la empregando esse tipo de sensor.
Note-se que a sua grande vantagem é a capacidade de medir tanto corrente contínua como alternada
em um único instrumento.
Para se obter uma maior resolução no sinal de saída em medidas de correntes baixas, pode-se
passar o condutor várias vezes pela janela do primário do sensor, como no exemplo de utilização desse
sensor ilustrado na figura 4.23.
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F. Amperímetro Alicate
Figura 4.24 – Amperímetro alicate analógico. Figura 4.25 – Amperímetro alicate digital.
Observa-se que o condutor abraçado deve ficar o mais centralizado possível dentro das garras.
Além disto, deve-se atentar a um detalhe muito importante na utilização do amperímetro alicate, ou
seja, se houver mais que uma fase, o núcleo deve abraçar apenas os condutores da fase cuja corrente se
quer medir. Em caso contrário, as leituras apresentarão resultados falsos devido aos fluxos produzidos pelas
correntes que circulam em cada fase. Se, por exemplo, for medida as três correntes simultaneamente em um
sistema equilibrado, a leitura será nula.
Figura 4.26 – Aplicação correta do amperímetro alicate (Medição de apenas uma fase).
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Figura 4.27 – Aplicação incorreta do amperímetro Figura 4.28 – Aplicação incorreta do amperímetro
alicate (Medição simultânea de duas fases). alicate. (Medição simultânea de três fases).
Observa-se que esses instrumentos podem incorporar outras funções, permitindo, por exemplo, a
medição de tensão (voltímetro)
Um segundo tipo de amperímetro alicate é aquele que emprega um sensor com base no efeito Hall.
Naturalmente, ele é muito mais versátil que o anterior, pois permite a medição de corrente tanto contínua,
quanto alternada.
G. Pinças Amperimétricas
Com a evolução da tecnologia digital e uma maior exigência de portabilidade dos equipamentos de
medição, utiliza-se, cada vez mais, as chamadas pinças amperimétricas (ou pontas de corrente).
A idéia básica e o princípio de funcionamento são os mesmos dos amperímetros alicates
correspondentes (eletromagnéticos tradicionais ou com sensor Hall), ou seja, todas possuem um dispositivo
separável ou basculante (garras), permitindo envolver o condutor onde se quer medir a corrente.
No entanto elas, ao invés de incorporar um amperímetro conectado internamente, amperimétricas
disponibilizam uma saída em tensão (proporcional ao valor da corrente) que pode ser ligada a um voltímetro
ou a um osciloscópio, por exemplo.
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Figura 4.31 - Exemplos de pinças amperimétricas (pontas de corrente) com sensor Hall – Medição em AC e
DC.
H. Bobina de Rogowski
A Bobina de Rogowski é um dispositivo eletrônico para medição de corrente alternada (AC). Esta tem
a importante propriedade de medir a corrente elétrica independentemente da geometria do condutor. Uma
bobina de Rogowski é um toróide constituído de um enrolamento uniformemente distribuído em um núcleo de
material não magnético. Seu princípio de funcionamento está fundamentado na Lei de Ampère, e na Lei da
Indução de Faraday-Lenz. Esta bobina fornece um sinal de saída em tensão. Devido ao sinal ter uma
amplitude relativamente baixa concomitante com a presença de ruídos elétricos sobrepostos ao sinal
mensurado, este deve ser tratado eletronicamente e amplificado.
Quando a bobina de Rogowski envolve um condutor por onde passa uma determinada corrente
elétrica alternada, o campo magnético produzido por esta induz na bobina uma diferença de potencial entre
seus terminais. A tensão induzida nos terminais da bobina é a imagem da taxa de variação da corrente.
Abaixo seguem algumas fotos desta bobina (figura 4.32).
A figura 4.33 mostra um gráfico com a linearidade entre a tensão e a corrente da bobina de Rogowski,
enquanto que a figura 4.34 mostrando a resposta em frequência deste dispositivo.
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Capítulo 5:
Medidas com Multímetros
Analógicos e Digitais
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Figura 2– Aspecto externo típico de um multímetro
Figura 1 – Diagrama interno simplificado.
analógico.
A figura 2, por outro lado, fornece um exemplo típico de seu aspecto externo.
Para efetuar uma medição com o multímetro, deve-se, primeiramente, conectar-se as pontas de
prova no aparelho de medição (convencionalmente, vermelha no terminal positivo e preta no negativo).
Após isso, seleciona-se o tipo de grandeza a ser medida, bem como a escala do aparelho mais
adequada para se efetuar a medição desejada. A figura 4 ilustra esses pontos básicos, para um multímetro
analógico típico.
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Os símbolos marcados com um círculo vermelho, por outro lado, indicam, de cima para baixo, escalas
para grandezas contínuas e alternadas, respectivamente.
O ajuste da escala pode ser realizado a partir de uma previsão da faixa de valores a serem medidos.
Caso isso não seja possível, a escala deve ser ajustada para o seu valor máximo. Deve-se sempre se atentar
para não expor o aparelho a valores superiores ao fundo de escala.
A leitura deve ser realizada sempre de frente e a 90º do mostrador, para reduzir os erros devido à
paralaxe. Cada leitura deve ser realizada levando-se em conta a grandeza e a escala selecionada.
Observa-se que, qualquer que seja o caso, é necessário ter o cuidado de não se tocar as partes
condutoras das pontas de prova durante as medições.
C. Medição de Tensão
As medições de tensão sempre são efetuadas com as pontas de prova em paralelo com as partes do
circuito que se deseja medir, conforme ilustra a figura 5. Sendo assim, o valor lido representará a queda de
tensão em cima desta parte do circuito.
D. Medição de Corrente
A medição de corrente sempre deve ser realizada com as pontas de prova em série com o circuito, de
modo que a corrente que circule pelo multímetro seja a mesma do circuito. A figura 6 ilustra.
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O valor lido, na realidade, é a queda de tensão em cima de uma resistência de valor muito baixo que
está disposta internamente no circuito do multímetro (comumente chamada de resistência ou resistor shunt, a
exemplo dos amperímetros estudados anteriormente). Essa tensão é proporcional à corrente que circula pela
resistência e, assim, a escala de corrente é ajustada de forma a mostrar o valor de corrente correspondente à
queda tensão.
É importante ter o cuidado de se observar que, quando o multímetro está no modo amperímetro, as
pontas de provas não sejam inseridas a um circuito em paralelo, pois, dessa forma, ocorrerá um curto-
circuito, em termos práticos. Nesse caso, naturalmente, haverá a circulação de correntes elevadas, podendo
ocasionar a queima do circuito ou, mesmo, do próprio aparelho.
As medições de corrente como mostrado implicam em desligamento do circuito, inserir o as pontas de
prova em série e, após isso, religar o circuito. Isso pode ser evitado, empregando-se multímetros alicate ou
garras conectadas aos terminais através de adaptadores. As figuras 7 e 8 ilustram ambos os casos.
O procedimento de medição é o relatado para os amperímetros alicates em capítulo anterior.
Figura 7 – Multímetro alicate analógico. Figura 8 – Exemplo de medição com multímetro com garras
conectadas aos seus terminais através de adaptadores.
E. Medição de Resistência
Para efetuar a medição de uma resistência, as pontas de provas do multímetro devem ser aplicadas
uma em cada terminal do componente que ser medir. Assim, pode-se dizer que se emprega uma conexão
paralela.
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De modo que tal medição ocorra corretamente, o componente em questão deve estar separado do
restante do circuito em que se insere, pois em caso contrário, o valor medido representará a resistência do
conjunto.
A figura 9 ilustra o exposto para a medição de um resistor.
Observe-se que na figura 9, as pontas de provas foram substituídas pelas chamadas garras de
jacaré, pois isso propicia um contato melhor. Esse procedimento é interessante, pois diminui a resistência de
contato, o que, dependendo do valor medido, poderia afetar a leitura. Assim, eventuais erros de medição são
minimizados.
A. Tipos ou Modelos
Os multímetros digitais possuem aspecto semelhante ao analógico, de modo que o usuário habituado
com o segundo não se confunda na operação.
A figura 10 apresenta o aspecto frontal de um instrumento desse tipo, o qual exemplifica o exposto.
Note-se, em especial, a existência de uma chave seletora ao centro, com as mesmas funções básicas dos
analógicos.
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Em outros modelos, entretanto, tais chaves são substituídas por teclas de pressão, como ilustra a
figura 11.
Alguns multímetros digitais microprocessados apresentam, o recurso “Auto Range”, ou seja, escolha
automática da escala, como citado em capítulo anterior. Nesses casos, entretanto, é necessário selecionar o
modo de medição adequado para a grandeza que será lida com uma chave seletora A figura 12 apresenta a
vista frontal de um exemplar desse tipo.
Existem ainda multímetros do tipo auto-range que não dispõe de chave comutadora, identificando
automaticamente a grandeza, o seu tipo (alternada ou contínua, por exemplo) e ajustando a escala
apropriada. A figura 13 mostra um exemplo desse instrumento.
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Figura 13 – Multímetro digital do tipo auto Figura 14 – Exemplos de multímetros digitais com indicador de
range. forma de onda.
A tecnologia digital, ainda permite, a incorporação de mais informações nos multímetros. Esse é o
caso dos instrumentos apresentados na figura 14, onde é possível visualizar formas de onda no display, o
que o torna um pequeno osciloscópio digital (nos modelos do exemplo, de 1 MHz de varredura).
Os multímetros digitais também podem ser de bancada, o que resulta em um aspecto bastante
distinto dos analógicos, como ilustra a figura 15.
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Por outro lado, no borne indicado por V/Ohms/mA deve-se conectar a ponta de prova vermelha. Este
borne serve para efetuar as medições de tensão e corrente contínua ou alternada, e, ainda, a medição de
resistência.
O terceiro e\ou quarto borne, se houver, são mais comumente utilizados para medição de correntes
contínuas na escalas de mA ou de 10 A, esta última muitas vezes indicada como 10ADC.
Observa-se que a maioria dos multímetros digitais não mede corrente alternada. Desse modo, deve
se verificar se existe uma escala para isto no instrumento antes de se efetuar a medição.
Além das medidas de tensão, corrente e resistência, os multímetros digitais podem apresentar
escalas para outras medidas específicas como: temperatura, frequência, semicondutores, capacitância,
ganho de transistores, continuidade com aviso sonoro, etc.
Diferentemente do multímetro analógico, que apenas utiliza uma bateria para realizar medições de
resistência, o multímetro digital a utiliza para efetuar as medições em todos os seus modos de operação e
escalas. Deve-se, portanto, observar o indicador de bateria no display, pois quando ele indicar que ela está
fraca, é necessário substituí-la para evitar medidas errôneas com o aparelho.
Como procedimento padrão para aumentar a vida útil das baterias, o multímetro deve desligado
sempre que não estiver em uso. Observa-se, por outro lado, que alguns modelos dispõem da função
“desligamento automático” (“power off”), o que ocorre após detectar um certo período de ociosidade.
Uma grande parte dos multímetros digitais disponíveis no mercado possui displays chamados de três
e meio dígitos.
Na prática, como citado anteriormente, isto significa que tais instrumentos podem exibir números de
até três dígitos completos (ou seja, um número de zero a nove) e mais um dígito parcial que é apenas o
número um.
Atenta-se ao detalhe de que, quando o valor da grandeza a ser lida é maior do que a escala do
aparelho pode exibir, o display exibe o número 1 no seu lado esquerdo.
No multímetro mostrado na figura 16, por exemplo, como a escala utilizada é a de 20 mA e o display
mostra 1.234 (notação inglesa), tem-se:
a) 1/2 dígito – limitado apenas ao valor 1;
b) digito inteiro, pode assumir valores entre 0 e 9 (número 2, na figura 16);
c) digito inteiro, pode assumir valores entre 0 e 9 (número 3, na figura 16);
d) digito inteiro, pode assumir valores entre 0 e 9 (número 4, na figura 16).
Desta forma, a medida de corrente é de 1,234 mA.
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Para a medição de corrente também existem multímetros digitais alicate, como o da aplicação
mostrada na figura 18.
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Também existem, a exemplo dos analógicos, os multímetros digitais com garras conectadas aos
terminais através de adaptadores.
Figura 19 - Multímetro digital com garras conectadas aos terminais através de adaptadores aplicado à
medição de corrente em um motor de indução.
Por outro lado, como há outras funcionalidades, como citado anteriormente, se relata o procedimento
para o emprego de algumas dela.
D. Teste de Diodos
A figura 20 mostra a utilização de um multímetro para efetuar um teste em um diodo.
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Note-se que, em alguns multímetros, um mesmo ponto selecionado pela chave seletora pode
apresentar mais de uma função. No da figura 20, por exemplo, o círculo vermelho destaca que o ponto
escolhido habilita o multímetro tanto para o teste de continuidade, quanto para o de diodos. A escolha entre
ambos, nesse aparelho, se faz pressionando-se o botão seletor de função (destacado com o círculo amarelo).
Quanto ao diodo, ele, como se sabe, permite a condução de corrente elétrica apenas quando
polarizado diretamente, ou seja, ao se aplicar uma tensão positiva ao seu anodo e uma negativa ao seu
cátodo. Ao polarizá-lo reversamente, entretanto, ocorrerá o bloqueio (não conduzirá).
Considerando-se esses aspectos, verifica-se que, no exemplo da figura 20, o diodo testado apresenta
polarização direta, pois há um valor mostrado no display (corresponde à sua barreira de potencial). Caso a
polarização fosse inversa ou se o diodo estivesse aberto (junção rompida), o mostrador indicaria a não
continuidade. Se, eventualmente, estivesse curto-circuitado, a indicação seria nula.
Naturalmente, se o diodo for integrante de um circuito (por exemplo, de uma ponte) deve-se testá-lo
separadamente.
E. Medição de Capacitância
A figura 21 exemplifica a utilização de um multímetro para se efetuar a medição de uma capacitância.
Para a medição, coloca-se a chave seletora na posição adequada (circulo vermelho da figura 21) e
pressiona-se o botão seletor de função (circulo amarelo da figura 21). No exemplo apresentado, a
capacitância medida do capacitor eletrolítico é de 1097 F.
Deve-se atentar para que o capacitor sempre esteja descarregado antes de se efetuar quaisquer
medições.
A descarga pode ser realizada através de um curto-circuito em seus terminais.
Para capacitores com mais de um terminal positivo, cada terminal deverá ser colocado em curto
individualmente com o terra.
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Alguns multímetros digitais apresentam escalas para medição de ganho de transistores. Neste caso,
em geral, eles possuem conectores específicos para isso (círculo vermelho), conforme ilustra a figura 22. A
chave seletora deve ser colocada no ponto identificado por, geralmente, hFE.
G. Medição de Corrente
O multímetro deve ser conectado em série no circuito elétrico. Para tanto, coloque a chave seletora
na escala mais próxima acima da corrente a ser medida. Para isto é necessário saber qual a corrente que
passa pelo circuito. Interrompa uma parte do circuito.
Abaixo, têm-se as figuras 23 e 24 com os esquemas elétricos comumente utilizados para medição de
corrente.
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Capítulo 6:
Transformadores para
Instrumentos
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Os TP’s reduzem os níveis de tensões das instalações a valores mais baixos, compatíveis com a
segurança de operadores e das bobinas de tensões dos circuitos de medição, controle ou proteção.
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Figura 2 - Polaridade do TP
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Existem dois tipos de TP’s: os indutivos e os capacitivos; a utilização do último é mais conveniente e
econômica em circuitos de alta e extra-alta tensão.
As explanações a seguir versam sobre os TP’s indutivos, os quais são amplamente utilizados na
indústria.
Seu princípio de funcionamento é idêntico ao dos transformadores de potência. Observe-se que, se
houver variação de tensão primária, deve-se ter, dentro da tolerância permitida, uma variação proporcional da
tensão secundária; em outras palavras, a curva relacionando as duas tensões deve ser linear. Esta condição
implica na utilização de núcleo magnético não saturado, ou seja, trabalhando na faixa linear da curva de
saturação do aço-silício utilizado.
Os TP’s podem ter, considerando a quantidade de enrolamentos secundários:
a) Um enrolamento secundário é o caso mais normal para TP’s de média e baixa tensão. Amplamente
utilizado na indústria em geral;
b) Um enrolamento secundário com tap’s: utilizados onde se desejam dois ou mais valores de tensão
secundária;
Dois secundários: possuem dois secundários em núcleo magnético comum e possuem
enrolamentos com ou sem tap’s. Naturalmente, cada secundário é afetado pelas condições de
carga do outro.
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TENSÃO PRIMÁRIA E RELAÇÃO NOMINAL
A tensão primária nominal depende da tensão entre fases, ou entre fase e neutro, do circuito em que o
TP vai ser utilizado;
A tensão secundária nominal é, aproximadamente, 115 volts; há a possibilidade de ligação para 115/
3 volts. Em TP’s antigos, podem ser encontradas as tensões secundárias nominal 110 [V], 120 [V] e às
vezes 125 [V]. Os de 120 [V] são bastante encontrados na indústria;
A relação de transformação é definida como:
U 1N
RTP = (1)
U 2N
onde:
U1N – é a tensão primária nominal, em [V]
U2N – é a tensão secundária nominal, em [V].
A Tabela 1 fornece as tensões primárias e relações nominais definidas nas normas brasileiras.
O TP está dentro de sua classe de exatidão na faixa de 90 a 110% da tensão primária nominal.
NÍVEIS DE ISOLAMENTO
FREQUÊNCIA NOMINAL
60 [Hz] no Brasil.
CARGA NOMINAL
Carga nominal é “carga na qual se baseiam os requisitos de exatidão do TP”. As cargas nominais para
TP’s são, conforme a NBR 6855/81, as mostradas na Tabela 2 e designadas por um símbolo formado pelas
letras “P” seguida do número de volt-ampères correspondente às tensões de 120 [V] ou 69,3 [V], a frequência
de 60 Hz e ao fator de potência normalizado.
Tabela 1 – Tensões primárias e relações nominais de TP’s (Definições dos Grupos 1,2 e 3 no item 2.6)
Grupo 1: Para ligação de fase para fase Grupos 2 e 3: Para ligação de fase para neutro
Tensão Relações Nominais
Tensão Primária Relação Tensão Secundária de
Primária Tensão Secundária
Nominal (V) Nominal (V)
Nominal (V) 115/ 3 V aprox. 115 V
115 1:1 - 2:1 1,2:1
230 2:1 230/ 3 3,5:1 2:1
402,5 3,5:1 402,5/ 3 4:1 2,4:1
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Grupo 1: Para ligação de fase para fase Grupos 2 e 3: Para ligação de fase para neutro
Tensão Relações Nominais
Tensão Primária Relação Tensão Secundária de
Primária Tensão Secundária
Nominal (V) Nominal (V)
Nominal (V) 115/ 3 V aprox. 115 V
460 4:1 460/ 3 5:1 3:1
575 5:1 575/ 3 20:1 12:1
2300 20:1 2300/ 3 30:1 17,5:1
3450 30:1 3450/ 3 35:1 20:1
4025 35:1 4025/ 3 40:1 24:1
4600 40:1 4600/ 3 60:1 35:1
6900 60:1 6900/ 3 70:1 40:1
8050 70:1 8050/ 3 100:1 60:1
11500 100:1 11500/ 3 120:1 70:1
13800 120:1 13800/ 3 200:1 120:1
23000 200:1 23000/ 3 300:1 175:1
34500 300:1 34500/ 3 400:1 240:1
46000 400:1 46000/ 3 600:1 350:1
69000 600:1 69000/ 3 800:1 480:1
- - 88000/ 3 1000:1 600:1
- - 115000/ 3 1200:1 700:1
- - 138000/ 3 1400:1 800:1
- - 161000/ 3 1700:1 1000:1
- - 195500/ 3 2000:1 1200:1
- - 230000/ 3
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Tabela 3 – Cargas nominais de TP’s (NBR 6855/81)
Cargas Nominais Características a 60 Hz e 69,3 V
Potência Fator de Resistência Indutância Impedância
Designação
Aparente (VA) Potência Efetiva ( ) (mH) ( )
P 12,5 12,5 0,10 38,4 1014 384
P 25 25 0,70 134,4 364 192
P 75 75 0,85 54,4 89,4 64
P 200 200 0,85 20,4 33,6 24
P 400 400 0,85 10,2 16,8 12
As características a 60 [Hz] e 130 [V] são válidas para tensões secundárias entre 100 e 130 [V], e as
características a 60 [Hz] e 69,3 [V] são válidas para tensões secundárias ente 58 e 75 [V]. Em tais condições,
as potências aparentes serão diferentes das especificadas.
D. Classe de Exatidão
Classe de exatidão é o valor máximo de erro, expresso em porcentagem, que poderá ser causado pelo
TP aos instrumentos a ele conectados.
De acordo com as normas NBR 6855/81 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e
C57.13 da ANSI (American National Standarts Institute) os TP’s são enquadrados em uma ou mais das três
seguintes classes de exatidão: 0,3, 0,6 e 1,2.
A seleção da classe de precisão depende da aplicação a que se destina o TP; observe-se que os
instrumentos a serem ligados ao mesmo, devem possuir classes de precisão semelhantes. As aplicações, de
uma forma geral, são as seguintes:
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a) Grupo 1 – TP’s projetados para ligações entre fases;
b) Grupo 2 – TP’s projetados para ligações entre fases e neutro de sistemas diretamente aterrados;
c) Grupo 3 – TP’s projetados para ligações entre fases e neutro de sistemas onde não se garanta a
eficácia do aterramento.
Os TP’s do grupo 1, por razões econômicas, só devem ser utilizados em sistemas com tensões abaixo
de 15 [kV], os do grupo 2 e 3 em tensões acima deste limite.
Potência térmica nominal é a maior potência aparente que um TP pode fornecer em regime
permanente, sob tensão e frequência nominais, sem exceder os limites de elevação de temperatura
especificados.
Para os TP’s pertencentes aos grupos de ligação 1 e 2, a potência térmica nominal não deve ser
inferior a 1,33 vezes a carga mais alta em volt-ampères, referente à exatidão do TP; as sobretensões
admissíveis para o equipamento nestes grupos é de 15% continuamente.
Para os TP’s pertencentes ao grupo de ligação e, a potência térmica nominal não deve ser inferior a 3,6
vezes a carga mais alta em volt-ampères, referente à exatidão do TP. A NBR 6855 exige que TP deste grupo
suporte continuamente 90% de sobretensão.
Desta forma, a potência térmica dos TP’s, expressa em VA, deve atender à condição:
U2
PT>k 1,21 (2)
Z
Onde:
PT – potência térmica, em [VA]
k – 1,33 (grupos 1 e 2) ou 3,6 (grupo 3)
U – tensão secundária, em [V]
Z – impedância correspondente à carga nominal, em [ ].
Para as tensões secundárias normalizadas, de 115 [V] e 66,45 [V], os valores mínimos de potências
térmicas aceitáveis são fornecidos na Tabela 5.
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F. Determinação da Carga dos TP’s
As impedâncias dos cabos que interligam os instrumentos e/ou relés ao secundário do TP podem ser
desprezadas no levantamento de sua carga.
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Tabela 8 – Marcação dos terminais de TP’s
Denominação Esquemas
De relação única
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a) Tensão primária: a tensão primária nominal depende da tensão entre fases, ou entre fase e neutro, do
circuito em que o TP vai ser utilizado;
b) Tensão secundária: a tensão secundária nominal é 115 volts, ou aproximadamente 115 volts, havendo
também a possibilidade de 115/ 3 volts. Em TP’s antigos podem ser encontradas as tensões
secundárias nominais: 110 [V], 120 [V], e às vezes 125 [V].
As tensões primárias nominais e as relações nominais devem ser representadas em ordem crescente,
do seguinte modo:
a) Sinal de dois pontos (:) deve ser usado para representar relações nominais. Por exemplo: 120:1
b) Hífen (-) deve ser usado para separar relações nominais de enrolamentos secundários
diferentes. Por exemplo: 700-1200:1
c) Sinal (x) deve se usado para separar tensões primárias nominais e relações nominais de
enrolamentos destinados a serem ligados em série ou paralelo. Por exemplo:
6900 x 13800 V
x 120:1
d) A barra (/) deve ser usada para separar tensões primárias nominais e relações nominais obtidas por meio
de derivações, seja no enrolamento primário, ou seja, no enrolamento secundário. Por exemplo:
Um enrolamento primário com derivação, e um enrolamento secundário:
6900/8050 [V]
60/70:1
Tabela XX: Ordem de Grandeza das Perdas da Bobina de Potencial de Instrumentos Elétricos Empregados
com TP's 115 V 60 Hz
INSTRUMENTO VA W VAR
Medidor - kw.h 5,0 – 8,0 1,0 - 2,0 4,5 - 7,9
Medidor - kVar.h 5,0 - 8,0 1,8 - 3,0 4,5 - 7,7
Wattímetro 2,0 - 4,0 2,0 - 4,0 0 - 0,9
Varímetro 2,0 - 4,0 2,0 - 4,0 0 - 0,9
Motor do Medidor de Demanda 2,6 - 3,0 1,6 - 2,2 1,8 - 2,4
Autotranf. Defasador 9,0 - 13,0 2,3 - 3,0 8,5 - 13,0
Voltímetro 4,0 - 7,0 4,0 - 7,0 0 - 0,9
Frequencímetro 3,0 - 5,0 3,0 - 5,0 0 - 3,0
Fasímetro 4,0 - 6,0 4,0 - 5,0 0 - 3,0
Sincroniscópio 5,0 - 6,0 4,0 - 6,0 0 - 3,0
Relés 16,0 - 50,0 11,0 - 30,0 11,0 - 40,0
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EXEMPLO:
Solução:
a) Classe 0,6 ou 0,3
b) Potência?
W Var
Medidor KWh (bob. Potencial) 2,0 7,9
Motor do medidor de demanda 2,2 2,4
Medidor KVar (bob. Potencial) 3,0 7,7
7,2 18,0
√ √ √
Existem outras especificações a acrescentar tais como: potência térmica, grupo de ligação, uso exterior
ou interior, nível de isolamento, tensão máxima de operação (5% a mais), tensão suportável à frequência
industrial e de impulso atmosférico.
O transformador de corrente (TC) reduz valores de corrente a outros de menor intensidade. O seu
circuito primário é ligado em série com a alimentação de uma instalação ou equipamento onde se deseja
medições ou proteção. O secundário alimenta as bobinas de corrente dos aparelhos destinados para tal fim.
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Evidentemente, estes fatores fazem com que fusíveis nunca sejam usados nos secundários de TC’s.
Desta forma, se necessário realizar qualquer operação neste circuito, deve-se primeiro aplicar um curto-
circuito através de um condutor de baixa impedância ou de chave apropriada.
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Os paralelogramos a seguir definem as classes de exatidão dos TC como mostra a figura a seguir.
Paralelogramo de exatidão do TC
TC para medição:
CLASSE APLICAÇÃO
0,3 Medidas de precisão (laboratório e faturamento)
0,6 Medidas de energia (faturamento)
1,2 Instrumentos de painel em geral
3,0 Amperímetros.
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D. TC’s para Medidas e Proteção
TC tipo janela: TC sem primário próprio, construído por uma abertura através do núcleo, por onde
passará o condutor do circuito primário, formando uma ou mais espiras;
TC tipo bucha: tipo especial de TC tipo janela, projetado para ser instalado sobre uma bucha de um
equipamento elétrico e fazendo parte integrante deste;
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TC do núcleo dividido: tipo especial de TC tipo janela, em que parte do núcleo é separável ou
basculante, para facilitar o enlaçamento do circuito primário.
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Em geral, os TC’s possuem dois tipos de enrolamentos secundários, um para medição e outro para
proteção. Por este fato, nota-se que, neste caso, deve haver dois núcleos diferentes e independentes entre si
devido às diferenças de saturação.
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estando um deles em carga, haverá um fluxo de reação contrário ao principal, não havendo, portanto, indução
de tensões mais elevadas. Outro motivo seria o fato de que, se houvesse dois enrolamentos em carga ao
mesmo tempo, as correntes que circulariam por ambos não seriam as nominais, pois o fluxo principal ficaria
alterado por dois fluxos de reação.
NÍVEL DE ISOLAMENTO
Define a especificação do TC quando às condições que sua isolação deve satisfazer em termos de
tensão suportável.
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A tabela 2 fornece as tensões máximas de operação de um TC; em geral, considera-se tal tensão como
sendo a imediatamente superior à nominal de linha do circuito em que o TC será utilizado.
FREQUÊNCIA NOMINAL
60 [Hz] no Brasil.
CARGAS NOMINAIS
De acordo com a NBR 6856/1981, as cargas nominais são designadas por um símbolo, formador pela
letra “C” seguida do número de volt-ampere em 60 [Hz], com a corrente secundária nominal de 5 [A], os
valores de resistência e indutância das cargas nominais são obtidos multiplicando-se os valores especificados
na tabela 3 pelo quadrado da relação entre 5 [A] e a corrente secundária nominal do transformador.
Tabela 3 – Cargas nominais para TC’s para características a 60 [Hz] e 5 [A] (NBR 6856/1981)
Potência Fator de Resistência Indutância
Designação Impedância ( )
Aparente (VA) Potência Efetiva ( ) (mH)
C2.5 2.5 0.90 0.09 0.116 0.1
C5.0 5.0 0.90 0.18 0.232 0.2
C12.5 12.5 0.90 0.45 0.580 0.5
C25 25 0.50 0.50 2.3 1.0
C50 50 0.50 1.0 4.6 2.0
C100 100 0.50 2.0 9.2 4.0
C200 200 0.50 4.0 18.4 8.0
CLASSE DE EXATIDÃO
TC’s para medição
Ao se utilizar um TC para medição surgem erros devidos à relação de transformação de corrente
(módulos das correntes) e de fase (defasagem de grandeza primária em relação secundária); este fato pode
ser comprovado pela análise do diagrama fasorial dos transformadores. Naturalmente, deseja-se que tais
erros sejam os menores possíveis.
Devido a este fato, e com objetivo de detectar a qualidade dos TC’s e o seu possível comportamento
nas instalações, as normas técnicas (em particular a NBR 6856/81) estabelecem certas condições nas quais
os TC’s devem ser enquadrados em uma das seguintes classes de exatidão: 0,3 – 0,6 – 1,2 – 3.
A seleção da classe de precisão depende da aplicação a que se destina o TC. Independente disso, o
TC e os instrumentos (destinados a serem ligados ao mesmo) devem apresentar classes de precisão
semelhante. De uma forma geral, as aplicações são as seguintes:
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fasímetros, etc.
3 Aplicações diversas. Não deve ser usado em medição de energia ou potência.
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Observação: A grandeza I2t é chamada solicitação térmica anormal de curta duração, ou seja, no caso
do TC tem-se que Ith deve ser a máxima durante um segundo. Se por exemplo:
Ith = 50 kA, Ith2t = 502 . 1 = 2500 A2 . s.
Como a Ith efetivamente suportada pelo TC é uma característica própria, deve-se analisar para o tempo
que ele pode ser submetido a outras correntes de curto térmicas.
Supondo um TC que possui Ith = 5 [kA] e que haja um curto de 10 [kA], o tempo que ele suportaria sem
se danificar é:
Ith2 . t1 = ICC2 . t2 = 52 . 1 = 102 . t2
25
t2 = = 0,25s ou t 2 = 0,25s
100
I th2 .1 5 2.1
It = = ou It= 6,5 [kA]
t 0.6
H. Especificação de TC’s
Todos os fatores citados no item anterior devem ser considerados. Para a determinação da carga e
classe de exatidão adotar o procedimento a seguir. Na indústria em geral são seguidas diversas normas;
desta forma, mostra-se as diferentes maneiras de identificação dos TC’s e como relacioná-los.
MEDIÇÃO
O primeiro passo para a especificação é verificar a aplicação do TC de medição. Com este dado,
escolher a classe de exatidão conforme tabela 4.
Feito isso, passe-se às cargas. As cargas deverão ser levantadas em termos de suas potências
consumidas ou respectivas impedâncias; os fabricantes de instrumentos de medição, normalmente, fornecem
tais dados.
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A ABNT utiliza a seguinte representação: X.C-VA; onde X é a classe de precisão e VA a potência da
carga acoplada no secundário. Se o TC for, por exemplo, 0.6 C 25, isto significa que 0.6 é a classe de
precisão e até 25 [VA] poderão ser acoplados ao secundário.
A representação americana ANSI (antiga ASA) estabelece o seguinte: XB-Z, onde X é a classe de
precisão e Z a impedância da carga em [ ].
A conversão da ABNT para ANSI é feita da seguinte forma, para, por exemplo, um TC 0.6 C 25:
Como I2N = 5 Apelas normas brasileiras, tem-se:
P = Z I2 ou Z = 1 [ ].
PROTEÇÃO
Maneira antiga
As antigas normas ANSI utilizavam os termos “XHV” ou “XLV”, onde H significa “impedância secundária
interna elevada”; esta é a característica de TC’s que possuem enrolamentos secundários concentrados com
elevada reatância de dispersão (TC do tipo enrolado). A letra L significa “impedância secundária interna
baixa”, a qual é uma característica do TC tipo bucha (com enrolamentos secundários completamente
distribuídos) ou de tipo janela (possuindo duas a quatro bobinas secundárias com baixa reatância de
dispersão secundária).
Em outras palavras, os TC’s de núcleo toroidal com enrolamento secundário uniformemente distribuído
são da classe L, e os restantes da classe H.
A letra X representa o máximo erro de relação especificado em porcentagem (valor 10 ou 2.5). V
significa a máxima tensão terminal secundária na qual o erro de relação máximo não é ultrapassado, para
uma corrente secundária de 20 vezes a nominal (normalmente I2n = 5A; então 20 x 5 = 100 [A]).
Tem-se:
10H10 10H20 10H50 10H100
10H200 10H400 10H800
2.5H10 2.5H20 2.5H50 2.5H100
2.5H200 2.5H400 2.5H800
Por exemplo, A10F20C50, onde: A(=H) – alta impedância e B(=L) – baixa impedância; F – fator de
sobrecorrente (n x IN); C – carga em [VA].
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No exemplo anterior, tem-se alta impedância com 10% de erro, fator de sobrecorrente = 20 x I N e carga
de 50 [VA].
Este caso pode ser transposto para a antiga ANSI, da seguinte maneira:
50 = Z 52=>Z = 2 [ ] e V = Z 100 = 200 [V];
então
A10F20C50 = 10H200
Maneira atual
A NBR 6856/81 modificou um pouco a especificação de TC’s para proteção devido ao fato de que
estes:
a) Somente devem entrar em saturação para uma corrente 20 vezes a nominal;
b) Devem ser de classe de exatidão 5 ou 10, isto é, o erro de relação percentual não deve exceder
ou 5 ou 10% para qualquer valor da corrente secundária, desde 1 a 20 vezes a corrente nominal,
e qualquer carga igual ou inferior à nominal.
A primeira condição leva ao estabelecimento da chamada “tensão secundária nominal”; esta grandeza
é definida como sendo a tensão nos terminais da carga nominal acoplada ao secundário do TC para
proteção, se a corrente que a percorre é igual a 20 vezes o valor da corrente secundária nominal (ou seja,
quando a corrente secundária é 100 [A]).
A carga nominal para TC de medição padronizada pela ABNT corresponde uma tensão secundária
nominal para o de proteção; esta é obtida multiplicando-se por 100 a impedância da carga nominal.
Na especificação de um TC para proteção é necessário indicar se ele deve ser classe A (alta
impedância) ou B (baixa impedância), como também a tensão secundária nominal que o usuário deseja para
ele.
Desta forma, se o TC for 5A200, tem-se:
Classe de exatidão = 5%, alta impedância e 200 [V] de tensão secundária nominal.
As normas ANSI, atualmente utilizam as letras T (tested) e C (calculated) no lugar de H e L, ou seja, “T”
geralmente equivalente a “H” e “C” a “L”; por exemplo:
T200 = 10H200 e C200=10L200.
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Observe-se na figura 10 que os enrolamentos estão no mesmo sentido, mudando apenas a marcação
dos terminais subtrativo para o aditivo.
Figura 11 – Terminais de um TC
As diversas normas internacionais especificam que os TC’s devem ser subtrativos e os terminais
marcados como mostrado na tabela 6.
De qualquer forma, é muito importante em qualquer ligação, que os TC’s envolvidos possuam a mesma
polaridade. Por exemplo, na medição, um TC com polaridade invertida levará a erros de leitura na medida de
energia ou potência.
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Tabela 5 – Marcação dos terminais dos TC’s
Denominação Esquema
De relação única
J. Relação de Transformação
Um processo bastante comum em termos de manutenção é o mostrado na figura 14.
Procura-se aplicar a corrente primária I com um valor o mais próximo possível do nominal do TC sob
teste. Efetuadas as medidas, calculam-se os erros através de:
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I pd - I ts
Erro% = 100
I pd
O procedimento deve ser feito em todos os tap’s individualmente com os demais curto-circuitados.
As correntes primárias nominais e as relações nominais devem ser escritas em ordem crescente, do
seguinte modo:
a) o hífen (-) deve ser usado para separar correntes nominais de enrolamentos diferentes. Por
exemplo:
100 – 5 [A]
100 – 100 – 5 [A] (caso de um transformador com vários enrolamentos primários empregados
individualmente).
b) o sinal de dois pontos (:) deve ser usado para exprimir relações nominais. Por exemplo:
120 : 1
c) o sinal (x) deve ser usado para separar correntes primárias ou relações obtidas de enrolamentos
cujas bobinas devem ser ligadas em série ou em paralelo. Por exemplo: 100 x 200 – 5 [A] ou 20 x 40 : 1;
d) a barra (/) deve ser usada para separar correntes primárias ou relações obtidas por meio de
derivações, sejam estas no enrolamento primário ou no secundário.
Por exemplo: 150/200 – 5 [A] ou 30/40 : 1
Tabela xx: Ordem de grandeza das perdas da bobina de corrente de alguns instrumentos elétricos
empregados com TC 5A, 60Hz:
INSTRUMENTO VA W VAR
Medidor - kw.h 0,7 - 2,0 0,5 - 1,6 0,4 - 1,5
Medidor - kVar.h 0,7 - 2,0 0,5 - 1,6 0,4 - 1,5
Wattímetro 1,0 - 2,5 0,5 - 0,7 0,9 - 2,4
Varímetro 1,0 - 2,5 0,5 - 0,7 0,9 - 2,4
Amperímetro 1,2 - 3,0 1,0 - 1,5 0,9 - 2,5
Fasímetro 2,5 - 3,6 2,2 - 2,6 1,0 - 2,5
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Relés 8,0 - 15 2,0 - 4,0 8,0 - 14,9
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Capítulo 7:
Medição de Resistências,
Capacitâncias e Indutâncias
Elétricas
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a) Método do galvanômetro diferencial;
b) Método do potenciômetro;
c) Ponte kelvin;
d) Ducter.
Essa ponte é montada conforme o esquema da figura 1.a onde a resistência X a medir e três resistores
ajustáveis, graduados e conhecidos são ligados em ponte, sendo as diagonais constituídas pela fonte e pelo
galvanômetro G, respectivamente.
O principio de medição consiste em ajustar os valores das resistências dos respectivos resistores M, N
e P de tal modo que os pontos C e D fiquem com o mesmo potencial, sendo a verificação desta igualdade
fornecida pela indicação zero no galvanômetro G, ou seja, ig=0.
Assim no equilíbrio, tem-se:
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(1)
(2)
(3)
(4)
De (3) tem-se:
(5)
M/N é chamado fator de entrada de ponte e, normalmente é múltiplo ou submúltiplo de 10 tais como
0,01/0,1/1/10/100/1000. Para selecionar a relação usa-se uma chave rotativa ou comutativa:
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Assumindo desde o valor zero (0000) ate 1111 ohms. A visão frontal de uma ponte Wheatstone típica
comercial está na figura 4.
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A chave liga-desliga é do tipo push-botton pelo motivo de que estando a ponte muito desequilibrada, ou
seja, X é bem diferente de M.P/N, o ponteiro do galvanômetro batera com violência num dos batentes laterais
podendo danificá-lo. Para evitar isso o usuário apenas com um leve e rápido toque na chave poderá ter noção
do desequilíbrio para mais ou para menos que o permitira o pré ajustar o fato de entrada M/N e a resistência
P minimizando o choque do ponteiro.
O valor final da resistência sendo lida é o somatório ponderado dos valores das décadas resistivas
multiplicadas pelo fator de entrada ajustado, tudo isso observado o equilíbrio da ponte.
Para reduzir as influencias indesejáveis, os instrumentos específicos para a medição das resistências
baixas são constituídos de dois circuitos: um de corrente e um de potencial, praticamente independentes
entre si. Em consequência, eles são providos de quatro terminais, conforme figura 5.
Onde:
P1 e P2 são os cabos de potencial;
C1 e C2 são os cabos de corrente;
RL Resistência limitadora de corrente;
I corrente relativamente alta (1,10 e 100 A)
X resistência baixa desconhecida
Como a resistência interna do voltímetro é bem maior que X, pode-se dizer que iv <<< I, com certa
aproximação a X=V/I.
A partir do principio acima muitos medidores de baixa resistência foram desenvolvidos, tais como a
ponte de Kelvin e o Ducter os quais serão vistos a seguir.
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A) Ponte de Kelvin
Essa ponte é um dos mais simples e eficientes dispositivos para medição das resistências baixas.
Normalmente trabalha dentro da faixa de centenas de microohms ate alguns ohms, caracterizando assim sua
aplicação em medidas de resistência dos enrolamentos de maquinas elétricas, cabos, contatos, etc...
Algumas observações:
a) O galvanômetro G é do tipo zero central;
b) O reostato entre E e B é ajustável e graduado em submúltiplos de ohm. R é a parcela desse
reostato;
c) M, N, P e Q são resistores fixos da ponte onde são responsáveis pela parte de medida de
potencial. Algumas características importantes são:
1°) M+N e P+Q são muito maiores que X +R + do circuito de corrente, com isso tem-se que << I e
i2 << I.
2°) É sempre observada a relação M/N=P/Q.
d) R é a resistência da ligação interna mostrada na figura 6.
Funcionamento:
Fechada a chave Ch e ajustado o valor de R para que a ponte se equilíbrio (Ig=0) observa-se as
seguintes relações:
( ) ( )
( ) ( )
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Mas pelo divisor de corrente formado P+Q e r tem-se que:
( ) ⁄( )
Chamando ( )
⁄( ) fica (3)
( ) ( ) (4)
( ) ( ) (5)
Isolando X
Ou melhor
⁄ ( ⁄ ⁄ )
⁄
Onde
X é a resistência desconhecida;
M/N o fator de entrada da ponte;
R ajustável e graduada em submúltiplos de ohm.
A figura 6 é apenas um esquema básico da ponte de Kelvin. A figura 7 mostra agora uma ponte de
Kelvin com maiores detalhes construtiva, estando esta mais próxima das realmente fornecidas pelos
fabricantes:
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(1°) A equação dessa ponte indica o valor de X é obtida por meio de uma expressão idêntica aquela da
ponte de Wheatstone, a igualdade entre os produtos dos lados opostos, isto é: XN=MR;
(2°) Foi visto que a ponte de Wheatstone em apenas um resistor M+N fixo. A ponte de Kelvin tem dois
resistores: M+N e P+Q, sendo por esta razão conhecida também como “ponte dupla”;
(3°) A ligação de X a ponte deve ser feita sempre através de 3 fios condutores, conforme mostra a
figura 7, os quais são fornecidos pelos fabricantes com a mesma, tendo cerca de 0,008 ohm. Não se deve
fazer esta ligação através de apenas dois fios condutores a1 e a2, interligando-se na própria ponte c1 com P1
e c2 com P2 conforme figura 8. Este procedimento de convertê-la em uma Wheatstone a acabaria com
incansáveis estudos de Kelvin no sentido de excluir a medição de X a resistência dos fios da ligação.
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(4°) Os resistores próprios da ponte são dimensionados pelo fabricante tendo em vista a corrente
máxima que poderá por eles circular em face da pilha de serviço E (figura 6), a qual é, nas pontes usuais, de
cerva de 2 [V], mas de grande potência, podendo fornecer uma corrente total ao circuito (Corrente I da figura
6) da ordem de 10 [A]. As resistências X a serem medidas, quanto menores forem, devem portar correntes
dessa ordem de grandeza. De uma ponte de kelvin, cujos limites são:
0,5
Retira-se, para exemplo, o quadro que vai a seguir:
Multiplicador:
relação de 1 10
entrada M/N
Corrente total
no Circuito 10 6 1,5 0,2 20m 2m
(A)
Como se vê, quanto menor a relação de entrada, o que corresponde à resistências X menores a medir,
maior corrente estas devem poder suportar, pois as correntes que circulam através de M+N e P+Q são
pequenas da ordem de poucos miliampéres
(5°) Alguns chamam esta ponte de “Ponte de Thomson” tendo em vista o nome verdadeiro de seu
criador, Willian Thomson.
B) “DUCTER” Analógico
O “Ducter” é um instrumento projetado e construído especialmente para medir resistência muito baixas
tais como resistência de condutores, de conexão, de contatos, etc.
Figura 9 - Ducter
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Onde:
Então,
( )
θ=K.X
o desvio do ponteiro é proporcional a resistência X.
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Multiplicador K da Faixa de Valores de X que
Leitura da Escala podem ser medidos (µΩ)
1000 0 - 500000
100 0 - 50000
10 0 - 5000
1 0 - 500
(1°) É importante ressaltar que, quando se mede a resistência dos contatos dos disjuntores,
religadores, contatores, etc., por serem estes hermeticamente deixados em caixas metálicas, no valor medido
estão incluídos os condutores internos que ligam os contatos aos terminais de ligação externos destes
equipamentos. Assim, em equipamentos similares, mas de fabricantes distintos, é normal serem encontrados
valores bem diferentes para a resistência dos contatos. Para se acompanhar o comportamento desses
contatos ao longo do tempo, uma boa pratica é fazer a medição da sua resistência quando o equipamento é
novo, isto é, antes de ser energizado pela primeira vez, é repeti-la periodicamente, de seis em seis meses por
exemplo. Consta-se um aumento exagerado dessa resistência, é certo que há afrouxamento ou desgaste dos
contatos, devendo ser programada uma manutenção corretiva imediata.
(2°) O ohmímetro “Ducter” é fornecido com os quatro fios condutores que ligam X aos seus terminais
os dois circuitos de corrente, C1 e C2, não influem no valor medido. Mas, os dois condutores do circuito de
potencial, P1 e P2, tendo cada um deles cerca de 0,2 ohms, influem no valor medido, e por isto a sua
resistência é elevada em consideração no projeto e construção do instrumento, não sendo, portanto
recomendável o emprego de condutores diferentes daqueles recebidos com o “Ducter”.
(3°) Por ser o conjunto móvel do tipo quocientímetro, quando o ducter está desligado, o seu ponteiro
pode ficar em qualquer posição na escala, e não necessariamente no “zero”.
(4°) Antes de ligar o “Ducter” é aconselhável verificar se a bateria E, a qual é cerca de 1,2 [V], está em
boas condições e se seu ponteiro esta se movendo sem problema. Para isto, deixando-se desligado os
terminais P1 e P2, junta-se o terminal C1 e C2 dos condutores do circuito de corrente, devendo o ponteiro se
deslocar até indicar o “zero” da escala.
(5°) Observamos aqui que as palavras Ducter, Megger e Meg são marcas registradas de Evershed &
Vignoler Limited (England).
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Figura 11 - Megger
A bobina de deflexão D é ligada a fonte através da resistência fixa R e em como função eliminar o
efeito da variação de tensão aplicada sobre a resistência a ser medida. A bobina de controle C é ligada a
fonte através da resistência de ajuste R’ e da resistência desconhecida Rs, mostrada a figura 13.
Como as bobinas C e D produzem conjugados antagônicos, o repouso do ponteiro indicador, para
qualquer valor de Rs, só será conseguido quando estes conjugados forem iguais e opostos. Nestas condições
uma variação na tensão da fonte DC afeta as duas bobinas C e D igualmente, não provocando assim desvio
no ponteiro indicador e nem alteração na leitura da resistência Rx.
Esta disposição das bobinas do instrumento para se conseguir a independência da medida com a
tensão aplicada é denominada bobinas cruzadas. Assim no instrumento com bobinas cruzadas consegue-se
diretamente a leitura da resistência a ser medida Rx através do quociente das correntes I e Ix que circulam
nas bobinas D e C, respectivamente, ou seja, a deflexão θ do ponteiro é proporcional a razão I/Ix.
O conjugado produzido pela bobina D é proporcional á corrente I que por sua vez é dependente da
tensão da fonte, uma vez que a resistência R tem o seu valor fixo. Por esta razão a bobina D é denominada
bobina da tensão ou bobina de deflexão.
O conjugado produzido pela bobina C, denominada bobina de corrente ou de controle, depende da
corrente Ix que passa pela resistência desconhecida Rx. Desprezando-se as resistência das bobinas D e C e
a resistência R’ em face aos valores de R e Rx temos:
Como:
Tem-se que:
Ou melhor:
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Disto conclui-se que, para o uso correto do “guard”, é aconselhável então o operador faça um pequeno
esquema para cada equipamento elétrico a ensaiar tendo em vista a resistência que deseja medir e as que
devem ser excluídas em cada medição.
A respeito dos megaohmímetros podemos fazer as seguintes observações finais:
(1°) G’ é um anel de material condutor (Figura 14) que circunda o terminal L, sem com ele fazer contato
elétrico, tendo a finalidade de desviar do quocientímetro as correntes que possam circular através da própria
caixa isolante que contém o instrumento, quando este está em operação.
(2°) R’ é uma resistência limitadora (Figura 14), própria do instrumento, ajustada por ocasião da sua
fabricação para fazê-lo indicar “zero” quando os terminais T e L são curto-circuitados. Ela é de cerca de
100000 ohms e 1,6 megaohms para os instrumentos de menor e maior porte, respectivamente.
(3°) A corrente máxima que o megaohmímetro pode fornecer, curto-circuitando os terminais T e L, é da
ordem de 2 a 3 mA.
(4°) São encontrados no mercado megaohmímetros com geradores para 500, 1000, 1500, 2000, 2500
e 5000 volts, sendo muitos deles são feitos para operar com várias tensões através de simples mudanças na
chave comutadora.
Os megaohmímetros de 5000 V[] são utilizados e, equipamentos elétricos de tensões elevadas (ex:
Transformadores acima de 138 [kV]) e os de 2500 naqueles de tensões menores.
A título de exemplo, o quadro abaixo mostra as características de dois desses instrumentos usuais
fabricados pela Eversherd & Vignoles Limitel, cada um deles podendo operar com 5 tensões diferentes:
Tensões do Gerador Faixas de Resistências que podem ser
Modelo
[V] Medidas
2.500 0 A 250.000 MEGAOHMS
2.000 0 A 200.000 MEGAOHMS
SL 1.500 0 A 150.000 MEGAOHMS
1.000 0 A 100.000 MEGAOHMS
500 0 A 50.000 MEGAOHMS
5.000 0 A 500.000 MEGAOHMS
4.000 0 A 400.000 MEGAOHMS
SH
3.000 0 A 300.000 MEGAOHMS
2.000 0 A 200.000 MEGAOHMS
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1.000 0 A 100.000 MEGAOHMS
5°) Além dos megaohmimetros a magneto, existem os megaohmimetros a retificador em que o gerador
é substituído por um retificador de onda completa.
Alguns deles são previstos para funcionamentos com retificador e também com gerador de
acionamento manual, podendo o operador utilizar uma fonte ou outra, e não as duas ao mesmo tempo.
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Pode-se, também, definir um condensador por sua capacitância e seu ângulo de perde ∂ dado por:
( )
( )
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outra é fixa. A capacitância máxima destes condensadores é geralmente compreendida entre 15 e 500 [uF]. A
capacitância residual é da ordem de 1/20 da capacitância máxima.
Uma bobina é caracterizada por sua resistência e seu coeficiente de indutância próprio.
, que é o quociente do fluxo de indução que atravessa pela corrente que o percorre.
Se a bobina é colocada sobre uma tora de material de permeabilidade μ, o campo na tora é:
E o fluxo
Onde
⁄
As indutâncias “sobre ar” tem sua bobina construída sem suporte material ou sobre pedaço de madeira
ou baquelite. Seu valor é variável porem independente da corrente.
Uma bobina pode ser representada por um esquema elétrico, apresentado abaixo, onde r é a
resistência da bobina, L é seu coeficiente de indutância própria e C a capacitância existente entre as espiras:
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Pode identificar-se no esquema com uma resistência e uma indutância em série ou com uma
resistência e indutância em paralelo.
Como, Xs=2πfLs e Xp=2πfLp resulta, pois, que a resistência e indutância aparentes finais são funções
da frequência.
As indutâncias “sobre ferro” são bobinadas sobre materiais magnéticos: ferro, Ligas, ligas metálicas,
toras de ferro aglomerado, ferrites. Eles tem um valor elevado, mas dependente da corrente que fixa o estagio
de saturação do meio.
O material magnético colocado dentro de um campo alternado senoidal de frequência f é submetido a
perdas por histerese e correntes de Focault,
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Onde R seria uma constante análoga a uma resistência que se pode materializar nos bornes da bobina
(a potencia seria dissipada por efeito joule dentro da resistência fictícia é igual a potencia perdida no ferro).
Uma bobina sobre o ferro pode, pois se representar pelo esquema abaixo, série ou paralelo:
Desde que se procure ter uma medida precisa de uma impedância emprega-se o método zero. Utiliza-
se uma montagem em ponte, seja a ponte de Wheatstone, seja outro tipo de ponte.
A ponte de Wheatstone utilizada em corrente alternada é constituída por quatro impedâncias quem
forma quatro braços.
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Esta relação equivale a duas igualdades (igualdade das partes reais e igualdade das partes
imaginarias) permite exprimir a resistência R e a reatância X da impedância desconhecida em função das
resistências e reatâncias de outras impedâncias da ponte.
Existe evidentemente uma infinidade de modos de se realizar o equilíbrio. Para ter-se a medida
comodamente, reduz-se o numero de parâmetros fixando, geralmente a zero, duas das reatâncias, tornando-
se assim duas impedâncias em resistências puras.
As pontes de baixa frequência são pontes de Wheatstone cujo domínio se estende a 0 a 20 [KHz].
Geralmente as pontes se comportam:
- Um ramo constituído por uma impedância desconhecida
- Dois ramos constituídos por resistências puras
- Um ramo constituído por uma caixa de resistência de seis décadas e uma caixa de capacitância de
cinco décadas.
A relação mostra que o equilíbrio pode ser realizado adotando-se como impedância
como resistência pura P e Q e adotando-se para uma impedância capacitiva ajustável:
A relação mostra que o equilíbrio pode ser realizado adotando-se como impedância
como resistência pura e adotando-se para uma impedância capacitiva regulável:
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A) PONTE DE SAUTY OU P/Q SÉRIE
Esta ponte é conveniente para medida de impedâncias capacitivas de grande ângulo, em particular
para a medida de capacitâncias de boa qualidade (baixo D).
( )
Esta ponte é conveniente para a medida de impedâncias capacitivas de pequeno ângulo, em particular,
para medida de capacitâncias de grandes perdas (alto D).
( )
Esta ponte é conveniente para a medida de impedâncias indutivas de grande ângulo, em particular,
para medida de bobinas de boa qualidade (alto Q).
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( )
Esta ponte é conveniente para a medida de impedâncias indutivas de pequeno ângulo, em particular,
para medida de bobinas de baixa qualidade (pequeno Q).
( )
E) PONTE RESSONANTE
Na ponte ressonante, três impedâncias conectadas são resistências conhecidas. A quarta é constituída
por uma impedância desconhecida que deve ser indutiva (Se for preciso se junta uma indutância conhecida
em série) e por uma capacitância ajustável em série (ressonância em série) ou em paralelo (ressonância
paralelo). Em equilíbrio, o quarto ramo deve ser uma resistência pura.
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F) PONTE UNIVERSAL
A ponte universal é uma montagem que permite com ajuda de comutadores realizar facilmente as
pontes precedentes.
A figura 28 representa este tipo de ponte.
A chave dupla CH.1 realiza a montagem P/Q ( CH.1 para cima) ou a montagem P.Q (CH.1 para baixo).
A chave dupla CH.2 realiza a montagem série (CH.2 para baixo) ou a montagem paralela (CH.2 para
cima)
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↑ ↓ P/Q SÉRIE SAUTY
↓ ↑ P.Q PARALELA MAXWELL
↓ ↓ P.Q SÉRIE HAY
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Capítulo 8:
Medição de Resistividade de
Solo e Resistência de Terra
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A. Método de Medição
Basicamente existe o método dos quatro eletrodos (dois de corrente, dois de tensão) chamado também
de Megger de terra.
Então:
K .R
Onde:
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4a
K
2a 2a
1
a 4b
2 2
4a 2 4b2
Onde:
B. Condições de Medição
a) Normalmente b ≥ 70 [cm]
a = 2, 4, 8, 16, 32 [m]
d) Durante a medida desenergizar linhas de transmissão ou subestações muito (centenas de) para
evitar ruídos.
A. Materiais Necessários
a) Eletrodo:
- Tubo de ferro galvanizado
- Cantoneira
- Haste cooperweld
- Chapa de cobre
- Cano d' água metálico.
b) Condutor de ligação.
c) Terra envolvente.
Uma vez medida a resistividade do solo, calculada a malha de terra e tendo-a feita, mede-se a
resistência de "terra”, ou seja, da malha de terra.
Um aterramento para desempenhar satisfatoriamente a sua finalidade deve ter baixa resistência de terra a fim
de que uma corrente elétrica que chegue ao mesmo possa facilmente circular para uma terra circunvizinha.
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VXH
Rx
I
Varia-se a posição do eletrodo C até atingir o patamar onde se mede a resistência de terra.
A distância XB depende do aterramento (singelo ou malha), normalmente é superior a 30 metros.
C. Ordem de Grandeza
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Excelente: RT ≤ 5 [Ω]
Bom: 5 < RT ≤ 5 [Ω]
Razoável: 15 < RT ≤ 30 [Ω]
Condenável: > 30 [Ω]
E depende de:
- ρ sob [Ω.m]
- Profundidade das hastes
- Dimensão das hastes
- Material das hastes.
Métodos:
- Voltímetro/amperímetro
- Instrumento tipo universal
- Instrumento tipo zero central
a) Voltímetro / Amperímetro
Seja a figura:
Onde:
VX
Rx
I
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Utiliza um galvanômetro quocientímetro onde a deflexão θ do ponteiro é proporcional ao quociente das
correntes que entram em suas bobinas.
Onde:
Prefere-se corrente alternada no ensaio para evitar a eletrólise do solo e da polarização dos eletrodos
durante o ensaio e consequentemente obter um falso valor.
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Então:
Rx = r . (i/I) ou Rx = K . r
Onde:
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2ª PARTE
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Capítulo 9:
Medição de Potência Ativa em
CC
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9- MEDIÇÃO DE POTÊNCIA ATIVA EM CC
9.1. MÉTODO INDIRETO
Pode-se medir a potência de um circuito de corrente contínua utilizando-se um amperímetro e um
voltímetro, calculando-se a potência através da equação (1).
(1)
Este método leva os resultados a terem menos precisão do que uma medida direta, pois além dos
erros de leitura, é envolvida, ainda, uma operação matemática. Outro problema é a disposição dos aparelhos
que será realizada a seguir.
A. Derivação Longa
Neste caso, a corrente que circula pela carga é a real marcada no amperímetro, enquanto a tensão
registrada no voltímetro é a queda tanto na carga quanto no amperímetro. Isto fornece um valor superior e
irreal da queda de tensão na carga. Logo, tem-se uma potência consumida maior do que a real.
Este tipo de disposição é indicada quando se tem tensões elevadas e correntes reduzidas, pois o efeito
da queda de tensão no amperímetro e atenuada.
O erro cometido é mostrado abaixo:
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Nota-se, então, que quanto menor for o valor da resistência do amperímetro em face da resistência da
carga, menor será o erro da medida.
B. Derivação Curta
Neste caso, a queda de tensão medida pelo voltímetro e a real sobre a carga, porém a corrente medida
pelo amperímetro é maior do que a que circula pela carga, pois há uma parte que passa pelo voltímetro.
Logo, tem-se uma potência consumida maior do que a real.
Este tipo de disposição é indicada quando se tem tensões reduzidas e corrente elevadas, pois a
corrente no voltímetro é reduzida.
O erro cometido é mostrado abaixo:
Nota-se, então, que quanto maior for o valor da resistência do voltímetro face à resistência da carga,
menor será o erro da medida.
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Exemplo 1: Calcular o erro obtido na medição de potência utilizando-se um amperímetro e um
voltímetro, nos dois tipos de derivação apresentados.
Dados: Resistência do amperímetro: RA = 0,01Ω
Resistência do voltímetro: RV = 1000Ω
Resistência da carga: R = 0,1Ω
Nota-se que para este caso, a derivação curta é mais eficaz na medição do que a derivação longa, que
apresentou um valor incompatível.
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Capítulo 10:
Medição de Potência Ativa em
CA
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10- MEDIÇÃO DE POTÊNCIA ATIVA EM CA
A potência em circuitos de corrente alternada é dada por:
(1)
Portanto, somente com a leitura da tensão e corrente não se obtém a potência ativa, há necessidade
do uso de wattímetro.
A. Princípio de Funcionamento
Seja:
i = corrente instantânea na bobina amperimétrica;
id = corrente instantânea na bobina voltimétrica;
Rad = Resistência adicional;
Para um instrumento eletrodinâmico temos:
(2)
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Onde:
m = conjugado motor;
k1= constante.
Mas:
Onde:
v = tensão instantânea do circuito;
Rd=é a resistência do circuito voltimétrico do wattímetro.
Mas:
( )
Então:
( ) (3)
(4)
∫ ( )
∫ ( )
Resolvendo:
O órgão móvel do wattímetro (bobina voltimétrica é provida de uma mola que tem dupla função:
conduzir corrente e oferecer conjugado resistente ao movimento da bobina ou do ponteiro. Quando se
estabelece o equilíbrio entre o conjugado motor e o conjugado resistente, estabelece-se a relação:
Onde:
= constante da mola;
=desvio do ponteiro
Então:
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O desvio do ponteiro é proporcional a potência ativa que o wattímetro “enxerga”. Ele serve para
corrente contínua também.
OBS.: - bobina corrente é fixa e de poucas espiras de fio grosso;
- bobina tensão é móvel e está em série com resistência não indutivas (manganina) de alto valor.
B) Erro de fase: Bobina voltimétrica não é perfeitamente resistiva (forma um ângulo Θ):
em minutos
D. Constante do Wattímetro
É dada por W/divisão, por exemplo: um wattímetro de 5 A, 300 V com 150 divisões na escala.
Para a tensão:
a – Alterar a resistência adicional (de manganina);
b – Utilizar TP’s.
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Para a corrente:
a - Dividir a bobina de corrente em várias partes (colocando-as em série ou em paralelo) Série = I;
Paralelo = 2I (2 partes);
b – Utilizar TC’s.
Utilização de TP e TC conjuntos.
(5)
Figura 6 – Uso de TP e TC
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Baseia-se no princípio da conversão da energia elétrica em calor. A elevação da temperatura pode
provocar a dilatação ou uma torção num condutor, proporcional à potência do circuito. Serve tanto para
corrente alternada quanto para corrente contínua.
( ) ( )
( ) ( )
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10.4. CIRCUITOS TRIFÁSICOS SEM NEUTRO
(1)
Onde:
= potência total da carga equilibrada;
= potência lida pelo wattímetro.
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Condições:
Onde:
= é a resistência do circuito voltimétrico do wattímetro.
Tem-se:
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(5)
(6)
(7)
Portanto:
∫ ( )
Tomando o ponto 0 e ligando em qualquer das fases, o wattímetro dessa fase indicará zero, podendo
ser ele removido. A esse procedimento damos o nome de conexão Aron, cuja única restrição é a sua
utilização em sistemas com neutro. Com isso se economiza um wattímetro.
(9)
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1.1.1. Algumas Considerações para a Conexão Aron para Quando se tem Carga Equilibrada
Seja a figura:
(̂
̇ ̇) (10)
( ̂
̇ ̇ ) (11)
̇ ̇ ( ) ( )
̇ ̇ ( ) ( )
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No primeiro caso apresenta leitura negativa. No segundo caso apresenta leitura negativa.
Portanto se algum medidor apresenta leitura negativa basta inverter a sua bobina de corrente ou de potencial
(melhor) para se ler valores positivos. Mas na verdade a potência deve entrar negativa para efeito de cálculo.
1.2. APLICAÇÂO
Dois wattímetros são instalados conforme abaixo, para medir a potência da carga desequilibrada
constituída de um motor trifásico M, de 6 kW, cos(ψ) = 0,8 indutivo ligado em triângulo e de uma resistência
de 4 kW entre fases A e B.
Determinar as leituras dos wattímetros e .
Corrente na linha: | ̇ |
√
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Corrente na fase: | ̇ |
√
Como as correntes estão defasadas de ψ de suas respectivas tensões, tem-se que,
.
| ̇ |
| ̇ |
| ̇ |
| ̇ |
Portanto:
̇ ̇ ̇ ̇
̇ ̇ ̇ ̇
̇
̇
Finalmente:
As potências são dadas por:
| ̇ || ̇ | ( ̇ ̂̇ )
(( ) ( ))
| ̇ || ̇ | ( ̇ ̂̇ )
( )
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10.5. CIRCUITOS TRIFÁSICOS COM NEUTRO
(1)
( ̂
̇ ̇)
E assim sucessivamente para e .
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Cada wattímetro, dependendo das conveniências, pode utilizar um transformador de potencial e/ou um
transformador de corrente segundo a transformação a seguir:
(̂
̇ ̇)
(̂
̇ ̇)
Mas,
(̂
̇ ̇) (̂
̇ ̇)
| ̇ | | ̇ | | ̇| | ̇|
| ̇ | | ̇| (̂ ̇ ̇)
| ̇ || ̇| (̂
̇ ̇)
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1.3. APLICAÇÂO
Fator de Potência = ?
| ̇ || ̇|
| ̇ || ̇ |
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11- MEDIÇÃO DE POTÊNCIA REATIVA
A medida da potência reativa é feita com o intuito de se determinar o fator de potência de um sistema
elétrico e sendo assim, corrigi-lo através de banco de capacitores caso ψ seja indutivo ou através de banco
de indutores caso ψ seja capacitivo.
Distinguiremos duas situações distintas:
- A medida de potência reativa em circuitos 1 ;
- A medida de potência reativa em circuitos 3 .
11.1. CIRCUITOS 1Ø
( )
Uma das maneiras de se conseguir a defasagem de 90° é colocar em série com a bobina móvel
(voltimétrica) uma reatância indutiva em lugar da resistência adicional.
Devido à resistência ôhmica tanto da bobina voltimétrica quando da reatância indutiva a ser colocada, é
usado o seguinte artifício para a obtenção exata do defasamento de 90°.
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são calculados para que fique atrasado de 90°, exatamente, de V. E só vale para uma
determinada frequência.
11.2. CIRCUITOS 3Ø
(̂
̇ ̇)
( ̂
̇ ̇ )
é a potência reativa nas 3 fases. Carga equilibrada ou não, tensões simétricas ou não, sistema
3 sem neutro.
Somente para tensões e correntes senoidais e de frequência específica.
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√ ( )
Onde
( )
( )
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( ) (1)
( ) (2)
( ) (3)
Mas
√
√
√
Então
√ ( )
Portanto
(4)
√
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Capítulo 12:
Medição de Energia Ativa
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A. Aspectos Gerais
Esse equipamento funciona sob o mesmo princípio do wattímetro de indução. A única diferença no
instrumento reside no fato de que no eixo do disco não existe mais o torque antagônico. O disco gira dentro
do entreferro de um imã permanente que exerce o papel de freio e no eixo do disco vai acoplado um
dispositivo mecânico para contagem do número de rotações realizado (totalizador, registrador).
A figura 1 mostra as partes componentes de um medidor monofásico de indução.
Onde,
= bobina de tensão (potencial), muitas espiras de fio fino;
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= bobina de corrente, espiras espiras de fio grosso;
Considerando a carga com fator de potência igual a 1, ter-se-á que ip está atrasada quase de 90° de ic.
Por sua vez, ip cria um fluxo ψp na bobina de tensão, idem ic cria ψc na bobina de corrente. Sendo assim, ψ p e
ψc atravessam o disco de alumínio e criam correntes induzidas nele, respectivamente I p e Ic.
Tendo em conta a disposição das várias peças que constituem o medidor, no espaço o fluxo ψ c é
sempre normal a direção de Ip e o fluxo ψp é sempre normal a direção de Ic. Assim, as forças originadas pela
interação entre ψc e Ip e entre ψp e Ic, respectivamente, estão postas no plano do disco e sempre dirigidas no
mesmo sentido. Estas forças, estando a certa distância do eixo de rotação, criarão em relação a ele um
conjugado motor fazendo o disco girar, dado pela expressão:
(1)
onde,
– é o conjugado motor;
– é o conjugado devido a interação de ψc e Ip;
– é o conjugado devido a interação de ψp e Ic.
onde,
– é a constante de proporcionalidade;
– é a tensão do circuito;
– é a corrente na carga;
– é o ângulo entre V e ψp ( ̃ 90°);
– é o ângulo entre V e I (fator de potência).
Se a bobina de tensão for puramente indutiva implicará que seria 90°, com isso ter-se-ia:
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(2.b)
Ou seja, o conjugado motor seria proporcional à potência ativa da carga. Como não é uma bobina
ideal, há na prática vários artifícios empregados para se fazer com que o fluxo útil ψp, que atravessa o disco,
seja defasado de exatamente 90° atrasado com relação a V. Essa operação é chamada de ajuste da carga
indutiva.
Compensação do atrito: O atrito nos pontos de apoio do eixo de suspensão do disco e no sistema
mecânico de engrenagens impede o disco de partir ou de dar o número exato de rotações para cargas
pequenas, ou seja, correntes reduzidas. A compensação desse atrito é feita na prática, por meio de vários
artifícios, atingindo todos eles no mesmo objetivo, dependendo naturalmente do projeto e do fabricante do
medidor. Esses artifícios consistem em colocar um dispositivo apropriado que faça introduzir um pequeno
conjugado suplementar sobre o disco, apressando ou retardando o seu movimento, conforme se deseje.
B. Aferição do Medidor
Aferição é a determinação dos erros do medidor pela sua comparação com um padrão. Subsídios para
ensaio são encontrados no método brasileiro MB-114 da ABNT.
A tensão usada na aferição ou no ajuste dos medidores para ensaios de aceitação é denominada
tensão de ajuste, que deve ser a mesma onde o medidor irá operar efetivamente. A tensão de ajuste não é
necessariamente igual a tensão nominal (ou de placa).
Há dois métodos para aferição de medidores e um deles deve ser usado:
a) Método do wattímetro;
b) Método do padrão rotativo.
a) Método do wattímetro: Consiste em fazer passar pelo medidor uma energia durante um tempo
suficientemente grande com potência constante, medida pelo wattímetro de modo a se obter um
determinado número de rotações do disco do medidor.
Sendo:
= potência indicada pelo wattímetro em watts com precisão de ±0,2%;
= número inteiro de rotações do disco do medidor;
= tempo decorrido em segundos;
= constante do disco em watt.horas por rotação.
(3)
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Os valores de tensão e corrente deverão ficar dentro de ±2% dos valores nominais. O valor de potência
deve ser lido com precisão dentro de ±0,2%. O cronômetro deverá ter resolução de , no mínimo, 1/10 de
segundo.
b) Método do padrão rotativo: Este método consiste em passar, simultaneamente, pelo medidor e pelo
padrão rotativo uma dada energia com potência constante de modo a se obter um número inteiro de
rotações do disco do medidor.
Sendo:
= número inteiro de rotações do disco do medidor;
= constante do disco em watt.horas por rotação;
= número de rotações do disco do padrão rotativo (inclusive frações de rotação);
= constante do padrão rotativo em watt.horas por rotação.
(4)
Deve-se escolher suficientemente grande de modo a permitir uma leitura no padrão com erro
desprezível.
O esquema para aferição pelo método do padrão rotativo é mostrado na figura 4.
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C. Calibração do Medidor
Uma vez aferido o medidor e constatado que ele está com erros intoleráveis elas normas vigentes,
deve-se calibrá-lo ou ajustá-lo.
Entende-se por calibração o manejo dos dispositivos de ajuste do medido de modo a fazê-lo resgistrar
a energia medida dentro das tolerâncias especificadas.
As normas EB-45 e MB-114, da ABNT, referem-se aos medidores monofásicos de indução e
estabelecem que os medidores monofásicos devem ter os seguintes dispositivos de ajuste:
a) Calibração a plena carga: Carga que corresponde a uma corrente no medidor igual a corrente
nominal, com tensão e frequência nominais e com fator de potência igual a 1.
Para calibrar o medidor na carga nominal, maneja-se o imã permanente fazendo modificar o
conjugado frenador ou de amortecimento produzido pelo mesmo sobre o disco.
O modelo matemático que rege o conjugado do imã é dado por:
(5)
Onde,
= fluxo magnético do imã;
a = medida lateral do imã;
= raio que vai do centro do disco ao centro do imã;
= seção reta do imã;
= resistência elétrica oferecida pelo disco à circulação das correntes induzidas por ;
= velocidade angular do disco.
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Para se alterar Cam na prática, altera-se por um derivador magnético ajustável manualmente (ajuste
fino), ou altera-se "r" aproximando ou afastando o imã em relação ao centro do disco (ajuste grosso).
Os imãs permanentes modernos são feitos de ligas especiais ,com tratamento de envelhecimento
artificial adequado, apresentando grande estabilidade magnética, mantendo o medidor estável em seu ponto
de calibracão por vários anos.
b) Calibração a pequena carga: Carga que corresponde a uma corrente no medidor igual a 10% da
corrente nominal, com tensão e frequência nominais e com fator de potência igual a 1.
Mesmo sem corrente na bobina amperimétrica, qualquer falta de assimetria no fluxo da bobina de
tensão pode produzir um conjugado motor e movimentar o disco para frente ou para trás. Também,
devido ao fato do fluxo da bobina de corrente não ser exatamente proporcional à corrente,
acontece que o disco passa a girar mais lentamente do que deveria. Além disso, o atrito nos
mancais e no dispositivo de totalização tende a atrasar o contador. Para compensar essas
tendências o medidor deve contar com um conjugado motor dependendo não da carga, mas da
tensão do circuito. Isso é conseguido com uma pequena chapa de material magnético montada
junto à bobina de tensão de modo a aumentar o fluxo, independentemente das condições da carga
do circuito. Consegue-se assim, ajustes de até 2% com 5% da carga nominal.
c) Calibração a carga indutiva: Carga que corresponde a uma corrente no medidor igual a corrente
nominal, com tensão e frequência nominais e com fator de potência igual a 0,5 indutivo.
O princípio consiste em fazer com que o ângulo entre a tensão na bobina de potencial e a corrente
nessa mesma bobina fique exatamente 90°, ( = 90° na expressão 2). O ajuste é feito incluindo ou
excluindo uma resistência em série com o enrolamento de um a bobina “de sombra” colocada num
dos eletroimãs. Consegue-se variações de até 5% para cargas de f.p.=0,5 indutivo.
Há ocasiões em que fica maior que 90°, o que é dito sobrecompensado, com isso, para cargas
indutivas, o medidor tende a ficar adiantado (medir mais). Quando é menos que 90°, é dito
subcompensado, com isso, para cargas indutivas, o medidor tende a ficar atrasado (medir menos).
D. Constantes do Medidor
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Após ter diso aferido e calibrado, o medidor monofásico de indução apresenta curvas características do
erro como as mostradas na figura 5.
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A especificação brasileira EB-51 e o método brasileiro MB117 da ABNT fixam características e
métodos de ensaio para medidores polifásicos de indução. Os processos de aferição e calibração são, em
essência, os descritos para medidores monofásicos.
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Capítulo 13:
Medição de Energia Reativa
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13- MEDIÇÃO DE ENERGIA REATIVA
A medição da energia reativa é aplicada pelas concessionárias aos consumidores primários, com
potência elétrica instalada igual ou superior a 75 [KVA] (dependendo da concessionária).
Assim sendo, trata-se da medição de energia elétrica reativa somente para circuitos trifásicos, em baixa
tensão a quatro fios e em alta tensão a três ou quatro fios.
O objetivo da concessionária ao medir a energia reativa é determinar o “fator de potência” médio
mensal da instalação pela relação:
( ) (6)
Quando < 0,92 o consumidor paga uma multa proporcional, onde, o valor da conta de energia
vem sobre-tarifado pela multiplicação do fator 0,92/ .
Dois são os processos utilizados para a medida da energia reativa dos circuitos trifásicos:
a) Emprego de medidores trifásicos de indução para energia ativa, mas ligados através de
autotransformadores defasadores, aroveitando-se da realação trigonométrica.
( ) (7)
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Figura 6 – Medidor da Energia Reativa com ATD com Circuitos Trifásicos a 4 fios
Na prática, a medição da energia elétrica reativa é feita, com maior frequência, pelo processo “a”,
defasando-se de 90° atrasados, as tensões das bobinas de potencial do medidor, através de um ATD (auto
transformador de defasamento). Para tal é necessário observar três regras:
O princípio de funcionamento de um conjunto de medição de [KVarh] com ATD, para 4 fios, 3 fases e
neutro, é mostrado na figura 6.
A expressão da potência é dada pela expressão:
(8)
A título de observação, existem ainda ATD’s com entrada para duas fases e neutro.
Da mesma forma que acontece com os ATD’s para os circuitos trifásicos a quatro fios, há no mercado,
também, uma grande variedade de ATD’s destinados a medição da energia reativa nos circuitos trifásicos a
três fios, sem neutro; os principais são os ATD’s em delta aberto e os ATD’s em estrela.
Os ATD’s tem grande aceitação por parte das concessionárias porque, além de não introduzirem
constante de multiplicação, pois são sempre de relação 1:1, os medidores por eles alimentados são os
mesmos de [KWh] já usuais, sem necessidade de modificações.
Os medidres de [KWh], no entanto, podem também ser utilizados como medidores de [KVarh] sem o
emprego de ATD’s. Entretanto, a sua indicação terá de ser multiplicada por um coeficiente
(√ ), para que se obtenha a energia reativa solicitada pela carga.
√ √
Abaixo, a título de ilustração são relatados cinco desses medidores de [KWh] utilizados como medidores de
[KVarh]. Eles já possuem artifícios que os seus favricantes adotam para que eles incluam na leitura o
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coeficiente acima do citado. Os dois primeiros medidores são empregados em circuitos trifásicos a quatro fios
e os três últimos são empregados em circuitos trifásicos a três fios:
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Capítulo 14:
Medição de Demanda
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14.1. DEFINIÇÕES
Entre os termos técnicos utilizados nesta área, destacamos os seguintes:
A. Energia
É o uso da potência ativa durante qualquer intervalo de tempo, ou seja, é a quantidade de energia
elétrica consumida, expressa em quilowatt-hora (kWh). Em uma conta de energia elétrica ela aparece sob a
denominação de consumo.
Ex.: Se em uma instalação industrial um motor de potência 30 (kW) opera durante 30 min, o consumo
ou energia será dada por:
B. Demanda
É a potência média durante um intervalo qualquer de tempo, medida por aparelho integrador (medidor
de demanda). No Brasil este intervalo é adotado como sendo de 15 minutos.
Em uma conta de energia elétrica a demanda aparece com o seu valor expresso em quilowatt (kW).
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Ex.: Consideremos uma indústria na qual durante o intevalo de 15 minutos, ou parte dele, estiveram em
funcionamento os seguintes equipamentos:
Consumo [kWh] =
Consumo =
Demanda [kW] =
Demanda = =
C. Demanda Máxima
É a demanda de maior valor verificada durante um certo período. Assim, se tivermos, por exemplo, os
seguintes valores para a demanda (cada uma durante 15 minutos):
1° valor – D1 = 30 [kW]
2° valor – D2 = 20 [kW]
3° valor – D3 = 35 [kW]
4° valor – D4 = 20 [kW]
D. Demanda Média
Definimos a demanda média como sendo a relação entre a quantidade de energia elétrica consumida
durante um certo período de tempo, em kWh, e o número de horas do mesmo período.
Assim, no exemplo dado no item anterior, temos para um período de 1 hora o seguinte valor para a
demanda média:
( ) ( ) ( ) ( )
Demanda Média =
Demanda Média =
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E. Demanda Registrada
Durante o ano temos 7 meses de 31 duas, 4 meses de 30 dias e um mês de 28 dias.
Calculando o número de horas destes meses e dividindo o resultado por 12 encontraremos o número
de horas de um mês médio:
Mês médio =
Assim, em um mês de 730 horas temos 730.4, ou seja, 2920 intervalos de 15 minutos. Em cada um
desdes intervalos teremos um valor para a demanda. A máxima destas demandas, durante este período é
considerado para o faturamento pela concessionária de energia elétrica, será a demanda registrada.
F. Demanda Contratada
É o valor de demanda pela qual a concessionária se compromete, por meio de um contrato, colocar à
disposição do consumidor pelo tempo que vigorar o mesmo. Por outro lado, o consumidor tem que pagar esta
demanda, mesmo que não a use em sua totalidade.
G. Demanda Faturada
Para fins, de faturamento de consumidores do Grupo A (tensão igual ou superior a 2,3 kV, exceto rurais
e sazonais), a componente de demanda cobrada pela concessionária será a maior dentre os seguintes
valores (Resolução ANEEL 456 de 2000 artigo 49°):
Demanda contratada;
Demanda máxima medida em qualquer intervalo de 15 minutos, durante o período de faturamento.
OBS.:
1) Com a finalidade de estabelecer tarifas diferenciadas, a ANEEL (Agência Nacional de Energia
Elétrica) divide os consumidores de acordo com o nível de tensão da seguinte forma (Resolução
ANEEL 456 de 2000, artigo 2°, XXII):
Grupo A – para consumidores ligados a tensão superior a 2300 V;
Grupo B – para consumidores ligados a tensão inferior a 2300 V.
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2) Além da parte relativa à demanda (em kW), os consumidores do Grupo A pagam também o valor
consumido de energia elétrica (em kWh). Esta é a chamada tarifa binômia.
Demanda (kW);
Consumo (kWh);
Empréstimo compulsório ou imposto único;
Ajuste, se houver, por baixo fator de potência.
Um dispositivo com engrenagens e respectivos ponteiros do mostrador, através dos quais são
medidas e somadas as rotações do disco, em quilowatt-hora da energia consumida;
Um dispositivo de engrenagens e transmissões que, trabalhando em conjunto com um pequeno
motor, soma as rotações do disco durante cada intervalo de 15 minutos em termos de quilowatts
de demanda.
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Onde:
(1) Ponteiro de arrasto (preso ao disco D3);
(2) Ponteiro indicador de demanda máxima (preso ao mesmo eixo do disco D3);
(3) Parafuso sem fim;
(4) Disco;
(5) Molas;
(6) Molas;
(7) Alavanca.
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Aplicação Proposta:
Pede-se determinar:
a) Demanda em cada intervalo;
b) Demanda máxima;
c) Demanda média.
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Como consequência destes fatos, o governo estabeleceu a tarifa horosazonal, que nada mais é do que
a aplicação de preços diferenciados para a demanda e o consumo de energia de acordo com a hora do dia e
o período do ano.
Com estes preços diferenciados, o consumidor poderá reduzir suas despesas com energia elétrica
utilizando pouca demanda no horário de ponta e otimizando seu consumo no período seco.
Podemos então estabelecer 4 segmentos horo-sazonais onde são atribuídos preços diferenciados para
a demanda de potência e o consumo de energia:
Os registros dos valores das demandas e consumos nos horário de ponta e fora de ponta, bem como
nos períodos seco e úmido, são feitos através do Registrador Digital para Tarifação. Diferenciada (RTDT), ou
similares, que é instalado pela concessionária.
O RDTD é um equipamento eletrônico, com capacidade para captar, registrar, exibir e manter
disponíveis as informações necessárias para o acompanhamento do consumo de energia elétrica e
possibilitar desta forma a aplicação das tarifas diferenciadas. É um equipamento que se serve de um
microprocessador para o seu controle: atualização do relógio-calendário, reconhecendo feriados, sábados e
domingos, gerenciamento de sua memória de dados, etc.
Os medidores de energia fornecem as grandezas necessárias que são registradas em meio não volátil
pelo RDTD. Através de um mostrador digital com vários dígitos e indicadores, o consumidor pode
acompanhar as informações armazenadas em memória e informações sobre o período da tarifação vigente:
Os dois primeiros dígitos são utilizados para identificação da função (energia ativa, demanda, energia
reativa, tensão, etc.) e os outros representam as leituras dos valores destas funções.
Para obtermos as grandezas elétricas os valores mostrados devem ser multiplicados por constantes
específicas. Assim, se tivermos, por exemplo, uma leitura de energia ativa total (código 3) no mostrador com
os dígitos 03 729742 devemos multiplicar o valor 729742 pela constante (por exemplo 30) onde encontremos:
ENERGIA ATIVA TOTAL =
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ENERGIA ATIVA TOTAL =
A diferença entrre estes dois valores representa o consumo de energia no período considerado:
Consumo =
Aplicação proposta:
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Capítulo 15:
Técnicas Computacionais para
a Medição de Grandezas
Elétricas
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15- TÉCNICAS COMPUTACIONAIS PARA A MEDIÇÃO DE
GRANDEZAS ELÉTRICAS
15.1. EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA
É latente a preocupação mundial em busca de um sistema tarifário mais justo, no qual se distribua
adequadamente e equalitariamente o custeio da energia elétrica.
Por um lado, esbarra-se na ausência de um instrumento legal capaz de nortear e balizar
procedimentos, simplesmente pelo fato de, ainda, não existir consenso em definições de base, como por
exemplo, potência reativa, aparente e fator de potência em circuitos distorcidos e desequilibrados, entre
outros. Sabe-se que tal consenso, ainda se encontra longe de ser estabelecido, demandará grandes esforços
da comunidade científica para se tornar algo concreto e aceitável por todos. Nada impede, no entanto, que
uma vez estabelecida uma norma ou uma prática ela venha a ser modificada, em função de uma
necessidade, com o decorrer do tempo. Referimo-nos, por exemplo, à legislação tarifária no Brasil e sua
tendência à modernização. Cita-se para isto: tarifação de demanda e do fator de potência residencial,
tarifação horosazonal, mudanças de referencial do fator de potência, inclusão de sinais distorcidos devido a
cargas não lineares, etc.
Por outro lado, existe ainda a necessidade de um instrumento físico que seja capaz de captar as
grandezas corrente e tensão e quantificá-las adequadamente bem como de tratar outras grandezas definidas
pela associação de ambas, tais como potência, energia, demanda, etc. Na verdade, a tecnologia atual
permite o desenvolvimento de equipamentos que contornem facilmente os empecilhos impostos, talvez, por
definições mais exatas, porém mais complexas, das grandezas que se deseja medir. Citemos, por exemplo, o
fluxo da potência harmônica, sua origem, sua direcionalidade e seu efeito no sistema elétrico. Associado a
isto, o medidor deve ser flexível o suficiente para acompanhar uma legislação tarifária justa, moderna e
dinâmica, bem como deve possuir as facilidades possibilitadas pela informática moderna: transmissão de
dados incluindo tele faturamento e tele parametrização, compra adiantada de energia através de cartão,
programação de consumo, rejeição de carga residencial, etc.
Sem dúvida, os atuais medidores de energia residencial não são, nem de longe, capazes de suportar
esta evolução. Apesar de confiáveis para se trabalhar em condições senoidais e de apresentar, atualmente
um custo muito reduzido, preconiza-se, no entanto o seu desaparecimento lento e gradual. Custo de uma
instrumentação numérica avançada? – É simplesmente uma questão de tempo.
Pelo fato da instrumentação clássica estar inapta a deparar-se com situações não clássicas, cada vez
mais presentes, dentro do sistema elétrico, está havendo uma corrida em busca de tecnologias que sejam
capazes de solucionar, de uma forma barata e eficiente, os problemas de medição. Sem dúvida, o maior
objetivo de tal instrumentação é realizar instantaneamente o produto ou a divisão de dois sinais elétricos.
Para isso, os primeiros instrumentos ditos clássicos, que surgiram foram os medidores a disco de
indução, os galvanômetros eletrodinâmicos e os wattímetros térmicos (que possibilitaram a multiplicação), e
os galvanômetros quocientímetros (que fornecem o resultado de uma divisão). Outro dispositivo também
bastante conhecido pela sua propriedade de multiplicação de dois sinais elétricos é o sensor a efeito Hall, no
qual em sua saída, emite um sinal de tensão proporcional ou produto de um campo magnético, normalmente
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oriundo da circulação de uma corrente, por uma tensão de entrada, resultando assim, por exemplo, o sinal
instantâneo da potência.
Mais tarde, porém, surgiram os multiplicadores eletrônicos valvulados e posteriormente os
transistorizados. Com a introdução dos amplificadores operacionais vieram os primeiros multiplicadores
analógicos em circuito integrado, que reduziram o volume e a complexidade do processo. Alguns fabricantes
ainda fornecem este tipo de circuito multiplicador que, surpreendentemente, apresentava uma boa exatidão.
Outra tecnologia, também analógica e bastante utilizada é a chamada time-division multiplier ou multiplicação
por partilha de tempo. Este processo consiste em fazer uma modulação PWM (Pulse Width Modulation) em
alta frequência com a corrente e uma modulação PAM (Pulse Amplitude Modulation) com a tensão. Assim,
em um intervalo de tempo muito curto, obtem-se um retângulo no qual a base é formada por um
proporcional à corrente momentânea e a altura é formada pela amplitude da tensão também no mesmo
momento. Portanto, a área deste retângulo, que na verdade é um pulso temporal de amplitude variável,
representa a potência instantânea do sinal. Para chegar a uma exatidão razoável, é necessário que este
processamento se repita muitas vezes dentro de um mesmo ciclo do sinal de 60 [Hz]. Por intermédio de
filtros, o valor médio do trem de pulsos, modulado tanto em largura (corrente) quanto em amplitude (tensão), é
extraído, fornecendo então a potência média.
Com o advento, a popularização e a miniaturização dos sistemas microprocessados tornou-se possível
a entrada em cena de um novo método de medidas que vem, há apenas um par de décadas, revolucionando
o universo da medição em geral. Este método baseia-se na amostragem dos sinais de tensão e de corrente
através de pares de amostras (V,I) uniformes e equidistantes e cujos valores ao longo do período ficam
disponíveis em um buffer de memória para o tratamento numérico. Na verdade, a partir destas amostras
pode-se calcular em princípio todas as grandezas inerentes aos dois sinais, como por exemplo, valores
médios, eficazes, de pico, potências e respectivas energias ativa, reativa total, reativa de defasamento,
reativa de distorção, aparente, fator de potência, fator de deslocamento, fator de forma, harmônicos,
impedância, etc. Com as amostras dos sinais pode-se ainda fazer oscilografia, funções de proteção,
supervisão, entre muitas outras possibilidades.
Um dos primeiros artigos técnicos sobre o assunto surgiu em 1974 escrito por Turgel – Digital
Wattmeter Using a Sampling Method. Raymond S. Turgel, IEEE Transaction on Instrumentation and
Measurements, Vol IM-23, number 4, December 74 – no qual é mostrado que é possível, através da
realização da operação integral por aproximação somatória, obter os valores das grandezas envolvidos nos
sinais. O objetivo básico deste trabalho foi o de mostrar em primeiro plano os resultados de um medidor
universal baseado na amostragem dos sinais, em que o wattímetro, dentro de certas circunstâncias, tenha
atingido a exatidão de 0,015%. Muitos outros trabalhos seguiram o feito, porém a base estava constituída.
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final da amostragem do período, serão numericamente manipulados para que se obtenha os valores das
grandezas.
Existem basicamente dois métodos para o cálculo destas grandezas. O primeiro apela a uma
aproximação de integrais definidas através de somatórios e o segundo utiliza o espectro harmônico calculado
pela transformada discreta de Fourier (DFT), no qual os valores dos harmônicos, fase e amplitude, são
usados para se calcular as demais grandezas do sinal. Cada processo tem suas vantagens e desvantagens,
mas ambos partem dos valores das amostras previamente aquisitadas.
A grande vantagem do primeiro método (aproximação integral) é a velocidade e a exatidão na obtenção
dos valores das grandezas (tensão eficaz, potência ativa, etc.). Porém ele se mostra ineficaz para o cálculo
de certas grandezas, como por exemplo, a Potência Não Ativa de Distorção, o Fator de Distorção e a
distribuição espectral das harmônicas. O segundo método (Transformada de Fourier) é mais lento, porém
podem-se extrair aquelas importantes informações do sinal (ou sinais). Neste caso, com vistas a reduzir o
tempo de processamento utiliza-se, via de regra, a transformada rápida de Fourier (FFT), que, no entanto,
uma importante premissa tem que ser cumprida: o número de amostras deve ser sempre (n inteiro
positivo). Porém, isto é razoavelmente fácil de ser conseguido. Alguns estudos matemáticos foram feitos para
executar uma FFT com um número de amostrar qualquer, os resultados de desempenho ficaram entre a DFT
e a FFT pura. É muito alentador, por outro lado, o desenvolvimento de processadores numéricos dedicados
para sinais (DSP - Digital Signal Processing), no qual custos vêm, sendo reduzidos bem como o desempenho
da execução de uma FFT vem sendo drasticamente aumentado.
Neste capítulo enfatizaremos o processo por aproximação integral e em algumas oportunidades
comentaremos o método que utiliza a FFT.
Como se sabe, o valor médio por definição de uma função periódica qualquer v(t), de período T, é dado
por:
(1)
∫ ( )
Onde:
= valor médio do sinal;
= período da onda;
( ) = sinal periódico em função do tempo.
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Nos medidores que utilizam o processo da amostragem de sinais, a integral é substituída por um
somatório da seguinte forma:
(2)
∑
Onde:
= valor médio aproximado;
= número de amostras em um período;
= valor da amostra.
O valor eficaz verdadeiro por definição (também se usa RMS verdadeiro) de uma função periódica
qualquer ( ), de período T, é dado por:
√ ∫ ( ) (3)
Onde:
= valor eficaz verdadeiro.
Nos sistemas por amostragem de sinais, a integral é substituída aproximadamente por um somatório
da seguinte forma:
√ ∑ (4)
Onde:
= valor eficaz aproximado da onda.
A potência ativa de um sinal de tensão com um de corrente é por definição o valor médio no período do
produto destes dois sinais:
∫ ( ) ( ) (5)
Onde:
= potência ativa ou média em um período da onda;
( ) = tensão em função do tempo;
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( ) = corrente em função do tempo.
Fazendo uso do mesmo procedimento utilizado para os valores médio e eficaz, a integral é substituída
por um somatório:
∑ (6)
Onde:
= potência ativa aproximada dos dois sinais;
= amostra do sinal de tensão;
= amostra do sinal de corrente simultânea a .
A potência aparente total é por definição o produto dos valores eficazes de corrente e de tensão,
resultando, portanto na expressão:
(7)
Associando à expressão do valor eficaz aproximado os valores de tensão e corrente para a potência
aparente, obtém-se:
√ ∑ √ ∑
√ (8)
Associando à expressão do valor eficaz aproximado os valores de tensão e de corrente para a potência
aparente, obtém-se:
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O fator de potência total é definido pela relação entre a potência que efetivamente realiza trabalho, no
caso a potência ativa, e a ocupação necessária do sistema elétrico para que esse trabalho seja realizado, no
caso a potência aparente total, portanto:
(9)
1. EXEMPLO
Neste exemplo é considerado um circuito retificador monofásico a tiristores sendo comandados a 60°.
Como carga tem-se um circuito RL onde o valor da indutância é suficientemente alta para que a corrente
retificada não sofra ondulações. Por outro lado, a resistência R tem o valor necessário para produzir a
corrente mostrada na entrada do retificador.
É mostrado inicialmente o procedimento de cálculo das grandezas de uma forma analítica. Neste caso
é possível a separação das potências reativas de deslocamento e de distorção. Em seguida, mostra-se o
procedimento de cálculo através de amostragem de sinais utilizando-se o método da aproximação de
integrais.
Seja o circuito abaixo e as formas de onda de tensão e de corrente em sua entrada:
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G. Processo de Medição Analítica Através da Definição Integral
Potência Ativa:
∫ ( ) ( )
∫ ( )( ) ∫ ( )
∫ ( )( )
| | |
( )
√ ∫ ( ) √ ∫ ( )
Mas:
( )
√ ∫ ( ) √ ∫
( )
√ ( )|
√
E:
√ ∫ ( ) ∫ ∫ ( )
√ | | | √
Portanto:
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Potência Não-Ativa Total:
A potência reativa total considera o efeito de defasamento das ondas bem como o efeito da distorção.
Ela é, portanto, composta da parcela Q devida ao deslocamento e da parcela D devida aos harmônicos:
(1)
Ou:
Portanto:
√
A segunda forma: consiste em obter da série de Fourier do sinal, pois, para o tipo de onda
da corrente tem-se que:
( ) ( )
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Este valor confere com o que foi obtido no processo anterior, resultando, portanto, no mesmo
valor de potência reativa de deslocamento:
Observações:
1) Pela expressão de f(x) nota-se que, para o tipo de onda em questão, o defasamento da
corrente fundamental em relação a corrente total é nulo;
2) Caso a corrente fundamental possuísse algum defasamento com relação a corrente total, este
fenômeno deverá ser considerado no cálculo de Q;
3) Caso a tensão fosse também deformada, a contribuição da potência ativa bem como da reativa
de deslocamento de cada harmônico individualmente deve ser considerada como cômputo final
de P e Q respectivamente. Por exemplo, para um harmônico genérico de ordem n, tem-se:
(̂̇ ̇ ) (̂ ̇ ̇ )
Sendo assim, a composição final das potências ativa e reativa seria respectivamente:
∑ ∑
Podemos nota, portanto, que os harmônicos de tensão e de corrente que possuem a mesma
ordem podem colaborar na potência ativa P e na potência reativa de deslocamento Q. Por outro lado,
harmônicos de tensão e de corrente que possuam ordens diferentes não produzem tais potências (ativa e
reativa de deslocamento), mas são contabilizadas para o aumento da potência aparente total, através de
outro tipo de potência não-ativa chamada não-ativa de distorção, ou D.
Portanto:
√ ( )
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O fator de potência total para o circuito em questão é dado pela razão entre a potência ativa P e a
potência aparente total :
Vetor de Potências:
A figura a seguir mostra em forma espacial o paralelepípedo da distribuição das várias potências
calculadas neste exemplo analítico. Vale notar que o ângulo entre o vetor e o eixo da potência P dá
origem a um fator de potência menor que FD devido à potência não-ativa de distorção (
)
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Por outro lado, o momento de efetuar a primeira amostra pode ocorrer em qualquer instante entre 0 e
11,25º. Ou seja, podem-se ter inúmeras possibilidades de partida do processo de amostragem. Para um
sistema de medição numérico real, pode-se encontrar desde um sistema sincronizado com o zero de alguma
onda de referência ou um processo aleatório de partida, em qualquer ponto do sinal. Normalmente, para
efeito de cálculo somente, considera-se que o sistema de amostragem parta em um ponto intermediário entre
os tempos mínimo e máximo em que a primeira amostra possa ocorrer. Portanto, adota-se que o ponto para
ocorrer a primeira amostra - Tp- seja o meio do caminho entre zero e Te, portanto:
Tp = Te/2 (2)
Resumindo, obtém-se:
N = 32 amostras;
Te = 11,25º, intervalo de espaçamento entre as amostras;
Tp= 5,625º, intervalo desde o zero da onda para ocorrer a primeira amostra.
A partir destes valores monta-se uma tabela que contenha os vetores das amostras dos sinais. Na
mesma tabela a seguir, mostram-se também os valores das amostras ao quadrado (e j2 e ij2), bem como o
produto de cada par (ej ij). Para o cálculo das grandezas envolvidas nos sinais, o somatório de cada coluna
(vetor numérico) é fornecido no final.
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Tabela das amostras dos sinais de tensão e corrente
A partir dos valores da tabela e as expressões mostradas para o cálculo das grandezas, temos:
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Quanto mais número de amostras, mais exato será o valor das grandezas calculadas anteriormente, ou
seja: Potência ativa, Potência reativa, fator de potência, principalmente.
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