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Instituto Politécnico

Departamento de Engenharia Elétrica

Guia de Aulas de Laboratório


de
Eletricidade e Eletrotécnica

Elaborado por: Prof. Fernando Villamarim

Rev. 10 - Julho, 2022

Belo Horizonte
Índice

Introdução 3

1. Apresentação do Laboratório e Medidas Elétricas Iniciais 4

2. Montagem e Funcionamento de Circuitos Elétricos 15

3. Fontes de CC e a Lei de Ohm 19

4. Circuitos Elétricos e as Leis de Kirchhoff 26

5. Uso do Gerador de Funções e do Osciloscópio 32

6. Bobinas e Circuitos Indutivos 44

7. Capacitores e Circuitos Capacitivos 53

8. Circuitos e Cargas RL Ligados em Série 62

9. Circuitos e Cargas RC Ligados em Série 67

10. Cargas Trifásicas, Conexão Estrela Equilibrada 78

11. Cargas Trifásicas Conexão em Delta ou Triângulo 84

12. Carga Trifásica, Conexão em Estrela Desequilibrada 91

13. Ligação de Motores e Correção do Fator de Potência 96

14. Medição de Energia Elétrica 102

15. Medição de Iluminância 111

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Introdução
O Guia de Aulas Práticas contém os roteiros que devem ser usados nas aulas de
laboratório de Eletricidade e Eletrotécnica do Instituto Politécnico da PUC Minas. As aulas
de laboratório têm por objetivo fixar os conceitos estudados nas aulas teóricas, através de
cálculo, simulação, montagem e teste de circuitos elétricos usados em situações práticas. Os
simuladores Solve Elec e Multisim, ou equivalentes, podem ser usados para realizar as
simulações exigidas nas aulas de laboratório.

As aulas são ministradas em conformidade com o Cronograma de Aulas de Laboratório,


disponível no SGA. O índice deste Guia de Aulas Práticas não determina exatamente a
sequência de execução das aulas de laboratório e nem o seu número, que podem variar em
função do calendário semestral de aulas previstas para a disciplina e outras contingências.

Cada aluno deverá obter uma cópia pessoal do guia de aulas práticas, que é de uso
individual. O guia está disponível no SGA. As tabelas de resultados de teste, cálculos e
simulações que existem nos guias deverão ser preenchidas durante as aulas. A bibliografia
recomendada no cronograma de aulas de laboratório pode ser usada como material de
consulta adicional e base teórica para usar este guia de aulas. A correta utilização do guia de
aulas é um dos critérios usados pelo professor da disciplina para avaliar o aproveitamento
do aluno nas aulas de laboratório.

Recomenda-se que o aluno faça em casa ou nos horários de monitoria do laboratório uma
leitura prévia do roteiro das aulas e realizar os cálculos solicitados antes das montagens
práticas. Isto permite preencher previamente as colunas de cálculo de parâmetros nas
tabelas de anotação de resultados. Este procedimento é muito importante para se ganhar
tempo e assim melhor aproveitar as práticas para operar os aparelhos de teste. Com isso,
consegue-se maior agilidade no desenvolvimento dos trabalhos no laboratório e
esclarecimento mais rápido de dúvidas. As simulações devem ser preferencialmente
realizadas durante as aulas práticas, permitindo melhor acompanhamento pelo professor.

Todo o espaço disponível no guia de aulas deve ser usado para anotações, cálculos, registro
de formas de onda, representação de esquemas auxiliares, etc., para constituir uma base de
informações úteis sobre as práticas realizadas. O aluno poderá usar seu guia de aulas
individual como fonte de consulta na prova de laboratório, na forma impressa.

As respostas dos questionários existentes em cada uma das práticas deverão ser entregues
ao professor na forma de um relatório simples, que serão examinados pelo professor e
usados como critério de avaliação para a composição da nota final do aluno. Se um aluno
preferir usar um tablet ou um notebook ao invés do guia de aulas em forma impressa,
deverá ser capaz de copiar e preencher as tabelas no computador e traçar os gráficos
solicitados, da mesma forma que faria usando o guia de aulas impresso, para que seu
desempenho possa ser avaliado.

O Anexo 1 contém uma orientação geral para a emissão de relatórios e trabalhos solicitados
pelo professor. Recomenda-se também que o aluno obtenha no site da biblioteca da PUC
Minas uma cópia do guia para a emissão de trabalhos acadêmicos no âmbito da
universidade. As normas da ABNT podem ser acessadas através do site da biblioteca da
PUC Minas. O SI-Sistema Internacional de Unidades deve ser usado em todas as atividades
previstas para as aulas de laboratório. Um guia para se usar corretamente o SI está
disponível no SGA.

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1. Apresentação do Laboratório e Medidas Elétricas
Iniciais

1.1 Objetivos
Conhecer as instalações do laboratório e os recursos disponíveis nas bancadas de
trabalho. Tomar conhecimento das recomendações e práticas de segurança necessárias
para se trabalhar com eletricidade e circuitos energizados com tensões de até 220 V.
Realizar medidas elétricas iniciais utilizando corretamente o multímetro digital e o
varivolt. Receber informações básicas sobre a NR-10.

1.2 Material Necessário

- 1 multímetro digital
- 1 voltímetro CA analógico para 300 V
- 1 variador de tensão CA para 127 V
- 1 conjunto de cabos de teste

1.3 Apresentação do Laboratório


No laboratório de Eletricidade Aplicada o aluno trabalha com instrumentos de teste
diversificados, tanto analógicos quanto digitais, tais como multímetros, geradores de
funções, osciloscópios, fontes de CC e multimedidores de parâmetros de CA tais como
Watt, VAr e VA, além de instrumentos de apoio e dispositivos auxiliares.

No estudo da eletricidade, CA significa corrente alternada. Como exemplo, temos a


tensão alternada disponibilizada em uma tomada comum. Por sua vez, CC significa
corrente contínua, tal como a tensão disponibilizada por uma bateria, ou pela fonte de
CC das bancadas do laboratório.

As aulas práticas são realizadas usando roteiros elaborados para obter o máximo
aprendizado no tempo disponível. As regras de funcionamento e utilização do
laboratório estão disponíveis em seu quadro de avisos. As regras devem ser obedecidas
rigorosamente. Os materiais de uso pessoal dos alunos podem ser guardados sob as
bancadas ou nas prateleiras específicas para tal finalidade.

Cada bancada é alimentada por um sistema trifásico através de um disjuntor geral


montado na sua parte traseira. A tampa traseira da bancada é do tipo basculante para
permitir o acesso a tomadas e outros dispositivos internos. O computador da bancada
está interligado na rede acadêmica da PUC Minas.

A bancada possui um painel de comando frontal equipado com botoeiras para ligar e
desligar a sua alimentação geral, as tomadas frontais e o seu computador. O painel de
comando possui sinalização luminosa de “bancada ligada” e permite seu desligamento
rápido em caso de necessidade.

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As bancadas incluem um disjuntor no painel frontal para ligar e desligar apenas o
sistema trifásico. Dois circuitos trifásicos estão disponíveis na parte frontal da bancada
através conjuntos separados de soquetes do tipo MC. As fases são identificadas por R,
S, T e o condutor de neutro por N.

Algumas bancadas podem estar equipadas com dois conjuntos de botoeiras


independentes na parte frontal. Um deles é usado para ligar e desligar as tomadas de 127
V e as saídas de 220 V da bancada e o outro para ligar e desligar apenas o computador.
Isto é muito conveniente durante a realização das práticas, pois permite desligar apenas
os circuitos de teste e manter o computador energizado. Algumas bancadas possuem
dois circuitos trifásicos, um para 220 V e outro para 8,6 V, disponibilizados na parte
frontal por meio de bornes convencionais. O sistema trifásico de 8,6 V destina-se a uso
em aplicações de controle industrial que necessitarem de tensões de menor amplitude.

Os laboratórios de Contagem incluem um


disjuntor de proteção adicional para a
entrada de alimentação de cada bancada,
montado na parede ao lado das mesmas.

O QDC - Quadro de Distribuição de


Circuitos do laboratório está instalado na
parede da sala, onde estão montados o
disjuntor geral e os disjuntores de
proteção individual de cada bancada.

O QDC pode incluir protetores do tipo


DPS contra picos de tensão provenientes
da rede da Cemig ou gerados no prédio do
próprio laboratório, e ainda dispositivos
DR, para proteção contra falhas para a
terra causadas por defeitos internos nos
equipamentos ou por pessoas por onde
possa passar corrente e dar choques.
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A figura abaixo ilustra um sistema de alimentação monofásica mostrando o QM-
Quadro de Medição de Energia e o QDC-Quadro de Distribuição de Circuitos. Notar a
inclusão dos dispositivos DPS e DR no QDC, assim como o disjuntor geral no QM e os
disjuntores dos circuitos individuais no QDC.

A figura abaixo ilustra dispositivos DPS e DS. O DPS usa um varistor para suprimir
transitórios de tensão elevada. A curva de característica I x V de um varistor está
mostrada para referência.

Dispositivo DPS Curva Típica de um Varistor Dispositivo DR

Comentários Adicionais

As pontas de prova dos osciloscópios e os demais cabos de teste ficam guardados no


cabeiro do laboratório. O cabeiro deve ser mantido organizado para facilitar o uso e a
conservação dos cabos e acessórios de teste. Deve ser dedicada especial atenção às
pontas de prova dos osciloscópios, pois são elas muito frágeis e caras.

Um livro de ocorrências está disponível no laboratório para registrar todos os eventos


importantes, tais como problemas com aparelhos e cabos com problemas, necessidade
de troca de bateria de multímetros, etc. Os alunos devem alertar os professores sobre
problemas com cabos, instrumentos e outros eventos, para que os reparos possam ser
providenciados. Quando terminar a aula de laboratório, os alunos deverão colocar as
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cadeiras nos seus lugares, guardar os cabos e instrumentos de teste, desligar
ordenadamente o computador e depois a bancada. Os alunos devem recolher seus
objetos pessoais. Materiais deixados no laboratório serão entregues no setor de achados
e perdidos.

1.4 Recomendações Sobre Segurança


ATENÇÃO No Laboratório de Eletricidade Aplicada o aluno trabalha com circuitos
energizados com tensões de 220 V. A Norma Regulamentadora NR-10,
do MTE, aborda especificamente a segurança nos trabalhos com
eletricidade. Sendo aplicável no âmbito do laboratório, a NR-10 está
disponível no SGA para ser consultada pelos alunos.

As seguintes recomendações de segurança devem ser observadas por todos os alunos


para sua segurança individual e para a conservação dos instrumentos de teste usados
no laboratório:

- antes de iniciar a montagem do circuito, verifique se a bancada está desligada;


- usar cabos vermelhos para os circuitos “vivos” ou de potencial positivo. Usar cabos
pretos para os circuitos de “terra”, referência ou de potencial negativo;
- não ligar os circuitos sem que o professor os tenha conferido e autorizado sua
alimentação;
- não tocar nas partes “vivas” dos circuitos;
- se for o caso, montar o circuito usando cabos de cores diferentes para circuitos de
corrente e de tensão;
- analisar sempre, com antecedência, a ordem de grandeza dos parâmetros a serem
medidos de modo a aplicar adequadamente os instrumentos de teste, escolhendo as
escalas mais adequadas para as medições. Usar cálculos e simulações como
orientação inicial;
- Se não for possível avaliar com antecedência as escalas que devem ser usadas nos
instrumentos, colocar os mesmos sempre na maior escala disponível;
- tomar cuidado com pulseiras, correntes, relógios e outros objetos pessoais que
possam entrar em contato com circuitos elétricos ou máquinas rotativas em
funcionamento. Cuidado com cabelo comprido! Estes itens podem originar graves
acidentes!
- não interromper circuitos de corrente sem antes desligar a alimentação dos mesmos;
- tomar muito cuidado com as pontas de prova dos osciloscópios, pois elas são caras e
frágeis. Se o “chapéu de bruxa” da ponta for removido, recolocar o mesmo na ponta
após a conclusão da prática;
- não deixar os cabos de teste encostar nos resistores de potência aquecidos, para não
queimar os cabos;
- não encostar mãos e braços em componentes aquecidos, tais como resistores de
potência e lâmpadas do tipo incandescente;
- após concluir a experimentação, desligar o circuito antes de desfazer as conexões;
- guardar os instrumentos, cabos e dispositivos auxiliares nos locais específicos.

ATENÇÃO! Não use o osciloscópio para medir diretamente a tensão da rede CA.
Além do risco de se danificar o instrumento, esta ação pode causar
choques perigosos e acidentes pessoais. A medição da tensão da rede
exige cuidado especial e transformador para isolamento do osciloscópio.

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ATENÇÃO! Não ligue ou use nenhum tipo de instrumento de teste que não conste no
roteiro de aulas práticas sem a prévia autorização do professor.

1.5 Medições Iniciais


1.5.1 Uso do Multímetro

O multímetro do laboratório de Eletricidade Aplicada é do tipo digital de 3½ dígitos e


tela de LCD iluminada. Vamos fazer agora uma breve descrição sobre multímetros para
ajudar na familiarização com este tipo de instrumento. Os modelos usados no
laboratório podem diferir um pouco da descrição aqui apresentada. A Figura 1.1 ilustra
dois modelos de multímetros digitais típicos, para referência.

Os multímetros são alimentados por uma bateria interna. No caso dos modelos 15B e
175, da Fluke, basta girar a chave seletora de escala de medição para ligar o aparelho.
No modelo ET-2042D da Minipa, tecla POWER deve ser acionada. Os multímetros
possuem desligamento automático, que ocorre após certo tempo de inatividade, para
aumentar a duração de sua bateria interna.

A tecla HOLD permite congelar a última leitura realizada, mas não deve ser acionada
sem necessidade para que as medições normais possam ser realizadas
consecutivamente. A iluminação de fundo do display pode ser ligada acionando-se o
botão ou a tecla correspondente. Depois de acionada, a iluminação se apaga
automaticamente após certo tempo de uso para aumentar a duração da carga da bateria.

Fig. 1.1 - Multímetros Digitais Fluke 15B e Minipa ET-2042D

Nos multímetros Fluke modelos 15B e175 o usuário deve selecionar o tipo de parâmetro
a ser medido e o multímetro selecionará automaticamente a faixa de medição. O usuário
pode também selecionar a faixa de medição manualmente, acionando a tecla RANGE.
No caso do Minipa ET-2042D, o usuário precisa selecionar o tipo de medição e a faixa
desejada, o que exige mais atenção para evitar danificação do instrumento.

Instrumentos podem ser do tipo analógico (com uma ou mais escalas com diversas
gravações e um ponteiro indicador) ou então digitais (com display monocromático ou
colorido). A figura seguinte ilustra os dois tipos de instrumentos.

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Para que o usuário possa identificar as escalas de
corrente contínua (CC) e de corrente alternada
(CA), a simbologia mostrada ao lado é colocada
no painel junto ou acima das respectivas faixas
de medição de tensão (V) ou de corrente (A). A
simbologia mostrada ao lado identifica se a
medição será realizada em CC ou CA.

Os multímetros são capazes de medir tensões CA e CC, correntes CA e CC, resistência


ôhmica, capacitância, temperatura e frequência. A medição de temperatura requer uma
ponta de prova especial. Eles são também capazes de medir continuidade de circuitos e
testar o funcionamento básico de diodos, sendo que nestas duas funções um “beep” é
acionado para sinalizar a existência de continuidade. As funções de medição do
multímetro serão usadas progressivamente durante as aulas de laboratório. A figura
abaixo mostra o uso do multímetro para teste de continuidade.

Os multímetros são alimentados por bateria interna. Se a bateria estiver descarregada, o


display exibe a mensagem LO BAT. Em alguns modelos, o símbolo de bateria é
mostrado no display. Ambos os casos indicam a necessidade de se trocar a bateria.

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No caso de multímetros similares ao 15B, a chave seletora geralmente permite
selecionar mais de uma função de teste, geralmente indicada na cor amarela para
diferenciar a escala básica escolhida das outras escalas disponíveis na mesma posição da
chave. Para selecionar o segundo conjunto de medição em uma dada posição da chave
seletora, basta acionar a tecla amarela. O display do multímetro coloca na tela a
unidade da escala escolhida.

O multímetro ET-2042D pode detectar qual é o condutor “vivo” em circuitos de CA


usando-se a função Test. Neste caso específico usamos apenas a ponta de prova positiva
durante o teste e o LED do painel frontal do multímetro acende e o alarme soa para
alertar o operador sobre a existência de um condutor “vivo”.

É importante conhecer bem a finalidade e as polaridades de cada soquete de encaixe das


pontas de prova, assim como todas as funções de medição que podem ser selecionadas
por meio da chave rotativa central. Observar que os terminais usados nas medições de
corrente não são os mesmos que os usados para medir tensões, resistências, diodos,
capacitância e frequência.

Nesta primeira aula de laboratório, vamos usar o multímetro apenas para medir as
tensões das saídas de 220 V da bancada e de suas tomadas de 127 V.

ATENÇÃO!

- Para medir tensão, o multímetro é ligado em paralelo com o circuito a ser medido.
- O multímetro pode se danificar facilmente se as escalas forem selecionadas
incorretamente e as conexões das pontas de prova não forem realizadas de forma
adequada.
- Antes de realizar qualquer tipo de medição, coloque o instrumento na escala mais
apropriada e as pontas de prova nos soquetes específicos para as medições
pretendidas. Se houver dúvida sobre qual escala usar, pergunte ao professor.
- Não meça tensão com as pontas de prova inseridas nos soquetes para medir correntes
ou capacitância!
- Tenha certeza de que capacitores estão descarregados antes de medir sua
capacitância!
- Use a lei de Ohm para fazer uma avaliação preliminar da ordem de grandeza das
medidas a serem realizadas, para então colocar o instrumento na escala mais
apropriada.
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- Se houver qualquer dúvida ou falta de informação sobre a faixa de medição que deve
ser usada, comece usando a maior escala disponível para a grandeza a ser medida e
depois, se for necessário, selecione a escala mais conveniente para as medições.
- Cuidado! Alguns multímetros exigem a seleção manual do tipo de grandeza a ser
medida e também da faixa de medição. Outros modelos requerem a seleção da
grandeza de medição, sendo a seleção de faixa realizada automaticamente neste caso.
- Não meça correntes da ordem de ampères usando as escalas de miliampères!
- No caso de multímetros ET-2042D e similares, após concluir os trabalhos deixe o
multímetro na escala de 750 V de CA antes de acionar a tecla POWER. No caso do
multímetro 15B e similares, coloque a chave seletora em OFF.

1.5.2 Medições na Alimentação da Bancada

Medições nas Saídas Trifásicas

1) Ligar a bancada acionando a botoeira frontal de comando da alimentação. Constatar


o acendimento da lâmpada de sinalização vermelha.

2) Utilizando o multímetro digital, selecionar a escala adequada para medir tensões CA


de 220 V. Colocar as pontas de prova nos soquetes adequados.

3) Medir e anotar as tensões disponíveis entre as fases das saídas trifásicas de 220 V,
conforme solicitado na Tabela 1.1. Em seguida, medir as tensões fase-neutro. Pedir
orientação ao professor para realizar com segurança estas medições iniciais.
Tabela 1.1 - Medida das Tensões da Rede CA Trifásica

TENSÕES FASE-FASE TENSÕES FASE-NEUTRO


Valor Nominal: 220 V Valor Nominal: 127 V
Medir Valor Medido Medir Valor Medido
R-S 221 R-N 127
S-T 222 S-N 126,6
T-R 219 T-N 126,9

4) A nomenclatura das fases e do neutro depende do padrão adotado, da seguinte forma:

Padrão ANSI(USA) Padrão IEC(Internacional) Padrão ABNT(Brasil)

A R R
B S S
C T T
N(neutro) N(neutro) N(neutro)

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A CEMIG usa a designação A, B e C para as fases do seu sistema de potência, mas a
indústria usa R, S e T nas suas subestações internas e nos circuitos de proteção,
comando, iluminação e controle. A ABNT segue a IEC. A bancada do laboratório usa a
nomenclatura IEC/ABNT.

A norma da ABNT que padroniza as conexões e as nomenclaturas dos circuitos


elétricos de baixa tensão, tal como os circuitos da bancada do laboratório, é a NBR
5410, que pode ser acessada através do site da biblioteca da PUC Minas.

Responder:

a) As tensões medidas entre as fases (VFF) e entre as fases e o neutro (VFN) da rede são
iguais?
b) Se as tensões estiverem variando, qual seria o principal motivo?
c) Qual é a razão numérica existente entre as tensões fase-fase e fase-neutro da rede
CA? Raiz de 3

Medições nas Tomadas Monofásicas

1) Na tomada de 127 V da bancada, medir as tensões entre os pinos de fase e neutro


(VFN), fase e terra (VFT) e depois entre neutro e terra (VNT) na tomada. Anotar os
valores obtidos:

VFN:______________ VFT: __________________ VNT:______________

2) As tomadas monofásicas de 127 V possuem 3 pinos: fase, neutro e “terra” de


proteção. A CEMIG exige que o consumidor de energia faça o aterramento do
neutro no seu quadro de medição de energia. O aterramento de proteção (o terceiro
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pino da tomada) é chamado pela ABNT de PE (Protective Earth) e deve também ser
providenciado pelo consumidor por questões de segurança.

Responder:

Levando em conta os resultados das medições realizadas acima, desenhar uma


tomada conforme o novo padrão da ABNT, vista de frente, indicando em quais pinos
foram feitas as conexões de fase, neutro e terra na tomada da bancada.

2) Apenas no caso do multímetro Minipa ET-2042D, colocar o mesmo na escala


“Test” para detectar a presença da fase e determinar qual é o seu pino na tomada.

Cuidado neste Teste! Será usada a função de teste de linha “viva” do multímetro
(posição “Test”). Apenas a ponta de prova vermelha ligada
no soquete “V F” do multímetro será usada!
Responder:

a) O que podemos concluir sobre as conexões das tomadas a partir destas medições?

b) Analisar a seguinte afirmativa e responder:

“Todos os equipamentos eletro-eletrônicos devem ser ligados ao“terra” para proteção


do operador”.
Verdadeira:_____ Falsa:_____ Justificar sua resposta:

c) Você conhece alguma ferramenta simples e barata que pode ser usada para
identificar a presença de fase em uma tomada elétrica de 127 V ou de 220 V?

1.5.3 Uso do Varivolt Monofásico

O varivolt é um equipamento que permite variar continuamente a tensão CA da rede


elétrica, fornecendo tensões de saída que podem ser ajustadas pelo usuário. Existem
varivolts que podem trabalhar com 127 V ou 220 V de tensão de entrada, dependendo
do seu tipo. Trata-se de um equipamento muito útil para ajustar o valor da tensão CA
que deve ser aplicada em um circuito ou equipamento para realizar testes/experiências,
ou então para controlar como será realizada a aplicação da tensão de alimentação em um
equipamento, por questão de segurança.

1) Com o varivolt desligado, girar seu controle todo para a esquerda e conectá-lo na
tomada CA de tensão adequada para o modelo de varivolt a ser usado.

2) Realizar a montagem mostrada na Figura 1.2. Neste teste a tensão fornecida pelo
varivolt será medida por dois voltímetros que usam tecnologias diferentes, um digital
(o multímetro) e o outro analógico (com ponteiro). Usar a escala apropriada no
multímetro digital para medir tensão CA até 300 V. Usar a escala apropriada no
voltímetro CA para medir até 300 V. Inserir as pontas de prova nos soquetes
adequados dos aparelhos de medida.

13
Fig. 1.2 - Montagem Para Uso do Varivolt

4) Ligar o varivolt em 127 V e ajustar a tensão de saída em cinco diferentes valores da


sua escala, conforme Tabela 1.2. Medir a tensão de saída do varivolt no multímetro
digital na escala de volts CA, no voltímetro CA analógico e no voltímetro do próprio
do varivolt (se equipado). Anotar os resultados obtidos na Tabela 1.2.

Tabela 1.2 - Uso do Varivolt Responder:

Tensão na Saída do Varivolt a) Comparar as leituras


dos voltímetros que
Escala Leitura do Leitura do Leitura do foram usados neste
do Multímetro Voltímetro Voltímetro teste e responder:
Varivolt Digital do Varivolt CA - Qual deles deve
(se equipado) Analógico ser o mais
(%) exato?
- O que é o erro
0 de paralaxe no
voltímetro CA
25 analógico?

50 b) O varivolt permitiu
obter uma tensão de
75 saída maior do que a
tensão da rede de
alimentação?
100

c) Anotar abaixo os dados de placa do varivolt que foi usado nesta prática:

Responder:

a) Suponha que você precisa ligar um rádio mas a tensão da rede da CEMIG está
abaixo do valor nominal de 127 V por algum motivo desconhecido. Um varivolt
pode então ser usado para aumentar a tensão. Qual é o risco que se corre ao se
adotar esta solução?

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2. Montagem e Funcionamento de Circuitos Elétricos
2.1 Objetivos
Realizar montagens e constatar o funcionamento de circuitos elétricos de 127 V usados
no controle de tomadas, cargas e iluminação. Utilizar interruptores 3-way e 4-way.
Localizar e solucionar defeitos na montagem de circuitos usando a função de teste de
continuidade do multímetro.

2.2 Material Necessário

- 1 multímetro digital
- 1 painel ou dispositivos didáticos com conectores, interruptores e soquetes (boquilhas)
- 1 lâmpada do tipo incandescente, halógena, fluorescente compacta ou de LED
- 1 conjunto de cabos de teste
- 1 jogo de chaves de fenda

2.3 Introdução
Esta aula prática permitirá aos alunos realizar montagens de circuitos alimentados com
127V e ganhar experiência com dispositivos elétricos. Serão usados painéis didáticos,
dispositivos individuais e acessórios, tais como disjuntor de proteção, interruptor
simples, interruptor 3-way, interruptor 4-way, tomadas e soquetes para lâmpadas. As
conexões são realizadas com fios, barra de terminais, conectores e cabos de teste,
conforme for necessário.

Os alunos que concluírem uma das três montagens indicadas em seguida poderão
realizar as demais utilizando os recursos disponíveis. Esta prática não requer a
preparação de relatórios por parte dos alunos.

2.4 Recomendações de Segurança


Nesta aula prática vamos trabalhar diretamente com tensões de 127 V. As seguintes
recomendações de segurança devem ser observadas por todos os alunos para sua
proteção individual e também para a conservação dos instrumentos de teste usados no
laboratório:

- antes de iniciar a montagem do circuito, verificar se a bancada está desligada;


- usar cabos vermelhos para os circuitos “vivos” ou ligados na fase da entrada de
alimentação.
- usar cabos verdes ou pretos para os circuitos de neutro.
- não ligar os circuitos sem que o professor os tenha conferido e autorizado sua
alimentação;
- não tocar nas partes “vivas” dos circuitos energizados;
- aplicar adequadamente os instrumentos de teste, escolhendo as escalas adequadas
para as medições.
- Se não for possível avaliar com antecedência as escalas que devem ser usadas nos
instrumentos, colocar os mesmos sempre na maior escala disponível;
- ao concluir a experimentação, desligar o circuito antes de desfazer as conexões.

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ATENÇÃO! Todas as medidas serão realizadas com o multímetro digital. Não ligue
ou use nenhum tipo de instrumento de teste que não conste no roteiro de
aulas práticas sem a prévia autorização do professor.

ATENÇÃO! O multímetro poderá ser utilizado na função de teste continuidade para


identificar e testar conexões. Nesta função, o “beep” do multímetro irá
soar para indicar continuidade ou interligação entre dois pontos do
circuito. O circuito montado deverá estar completamente desligado!

2.5 Montagem de Circuitos com Tomadas e Iluminação


1) Com a bancada desligada, montar o circuito apresentado na Figura 2.1.

Fig. 2.1 - Circuito com Tomada e Lâmpada para Iluminação

2) Conferir a montagem cuidadosamente.

3) Ligar o circuito e constatar o correto funcionamento do disjuntor de proteção no


controle geral da alimentação CA do circuito, o funcionamento do interruptor e o
acendimento da lâmpada.

4) Usando o multímetro na escala de volts CA, medir a tensão na tomada do painel de


teste para garantir que ela está funcionando. Anotar o valor medido:__________.

5) Se o circuito não funcionar conforme esperado, desligar a alimentação geral da


bancada, remover o cabo de entrada de alimentação do circuito da tomada da
bancada e usar o multímetro nas escalas de teste de continuidade e medição de
tensão CA para localizar e corrigir o defeito.

6) Uma fotocélula pode ser adicionalmente ligada na tonada do circuito. Ver o item
2.8 desta prática.

2.6 Montagem de Circuito de Iluminação com 3-way


1) Com a bancada desligada, montar o circuito da Figura 2.2.

2) Conferir a montagem cuidadosamente antes de ligar a bancada.

16
Fig. 2.2 - Circuito com 3-Way

3) Acionar o disjuntor e constatar o correto funcionamento do disjuntor de proteção no


controle geral da alimentação CA do circuito, o acendimento da lâmpada e seu
controle pelos interruptores 3-way.

• Qualquer um dos dois interruptores 3-way na Figura 2.2 poderá acender ou


apagar a lâmpada, sem depender da condição do outro.

4) Se o circuito não funcionar conforme esperado, desligar a alimentação geral da


bancada, remover o cabo de entrada de alimentação do circuito da tomada da
bancada e usar o multímetro para localizar e corrigir o defeito.

Nota: Os interruptores 3-way são chamados de interruptores paralelos nas normas


da ABNT.

Responder:

a) Em um galpão ou em uma casa, onde você usaria interruptores 3-way?

2.7 Montagem de Circuito de Iluminação com 4-way

1) Com a bancada desligada, montar o circuito da Figura 2.3.

Fig. 2.3 - Circuito com 4-Way

2) Conferir a montagem cuidadosamente.


3) Ligar a bancada e constatar o correto funcionamento do disjuntor de proteção no
controle geral da alimentação CA do circuito, o acendimento da lâmpada e seu
controle pelos interruptores 4-way.

17
• Qualquer um dos três interruptores na Figura 2.3 poderá acender ou apagar a
lâmpada sem depender da condição em que estiverem os outros dois
interruptores.

4) Se o circuito não funcionar conforme esperado, desligar a alimentação geral da


bancada, remover o cabo de entrada de alimentação do circuito da tomada da
bancada e usar o multímetro para localizar e corrigir o defeito.

Nota: Os interruptores 4-way são chamados de interruptores reversíveis nas


normas da ABNT.

Responder:

b) Em um prédio, onde você usaria um interruptor 4-way?

2.8 Montagem Adicional - Controle de Iluminação com Fotocélula

1) Nos laboratórios equipados com uma fotocélula, montar o circuito de controle de


iluminação mostrado na Figura 2.4. Usar o varivolt em 127 V.

Figura 2.4 - Controle de Iluminação com Fotocélula

2) A montagem com fotocélula para controle de iluminação pode ser ligada na rede
CA separadamente, ou então pode trabalhar ligada na tomada da montagem da
Figura 2.1.

3) Se a entrada de luz da fotocélula for tampada, simulando a redução da luminosidade


do ambiente, a lâmpada se acenderá.

Responder:

a) A fotocélula usa um fotoresistor para detectar a presença de luz, ou então um


fotodiodo. Realizar uma pesquisa na Internet e responder: Qual é o material
usado na fabricação de um fotoresistor? Como ele funciona? Represente abaixo
o símbolo do fotoresistor.

18
3. Fontes de CC e a Lei de Ohm
3.1 Objetivos
Utilizar com desenvoltura fontes de CC e multímetros. Comprovar a Lei de Ohm através de
cálculo, simulação e montagem de circuitos. Realizar corretamente medições de resistência,
tensão e corrente em circuitos de CC. Reconhecer e utilizar diferentes tipos de unidades
elétricas. Utilizar o SI-Sistema Internacional de Unidades.

3.2 Material Necessário


- 1 multímetro digital
- 1 fonte de CC ajustável, 0-30 V, 0-3 A
- 2 resistores de potência de 100 Ω/200 W, ou 250 Ω/200 W, ou 300 Ω/200 W
- 1 computador com simulador de circuitos instalado
- 1 conjunto de cabos de teste

3.3 Uso da Fonte de CC


A fonte de CC da bancada possui duas saídas ajustáveis e independentes de 0 – 30 V/3 A,
chamadas de CH1 e CH2, e uma saída fixa de 5 V/0,5 A, chamada de CH3. As saídas
ajustáveis possuem displays para indicar os valores de tensão e corrente de saída. As saídas
podem ser programadas para trabalhar de modo independente, em paralelo (para fornecer
mais corrente) ou rastreadas (tracking), situação na qual uma das saídas comanda a outra
para que forneçam a mesma tensão.

As saídas ajustáveis possuem controles independentes de tensão de saída e da máxima


corrente que pode ser fornecida por elas. O ajuste de corrente máxima permite limitar a saída
em um valor que seja mais seguro para o circuito ou equipamento que esteja sendo
alimentado pelas fontes. Alguns modelos de fontes, tal como a fonte MPL-3303M da
Minipa, disponibilizam as saídas apenas quando o controle OUTPUT for acionado.

1) Ligar a fonte e ajustar em sequência as duas saídas para os valores indicados na Tabela
3.1 usando o display da fonte. Usar então o multímetro na escala de volts de CC para
medir as duas saídas da fonte e anotar os resultados na Tabela 3.1. Medir também a
saída fixa de +5 V. Observar a correta polaridade das pontas de prova.

Tabela 3.1 - Medições na Saída da Fonte de CC


5,0 V 10,0 V 15,0 V Saída
Tensão Ajustada
Fixa de
na Fonte CH1 CH2 CH1 CH2 CH1 CH2
5,0 V
Leituras Usando o
Multímetro

Responder:

a) Se existirem diferenças entre as leituras indicadas no display da fonte e as leituras do


multímetro na Tabela 3.1, quais seriam as prováveis causas?

19
b) Construir gráficos v x t representando fontes de CC de 12 V e de -6 V:

b) Suponha que foi realizado um conjunto de medidas da tensão de saída da fonte de


CC do laboratório, cujos resultados estão mostrados na tabela abaixo. Representar
em um único gráfico v x t a tensão de saída da fonte:

Conjunto de Leituras Gráfico


Instante de Valor Medido
Tempo (s) (V)
0 0
10 5
15 10
20 15
30 0

c) Como proceder para limitar a corrente de saída da fonte do laboratório em 0,5 A?

d) Que valor de tensão está sendo medido em cada figura? A tensão é de CC ou CA?

3.4 O Circuito Elétrico e a Lei de Ohm


Um circuito elétrico é basicamente constituído por uma fonte de potencial ou de corrente,
interligada com fios ou cabos condutores a uma carga ou equipamento que vai usar a energia
elétrica disponibilizada pela fonte para executar um trabalho.

Um circuito pode incluir resistores, bobinas, capacitores, diodos, transistores e circuitos


integrados, assim como dispositivos auxiliares tais como disjuntores, fusíveis de proteção,
chaves liga-desliga, motores, lâmpadas e LEDs de sinalização, entre outros.

20
A Lei de Ohm estabelece que a queda de tensão em um circuito é o produto da corrente nele
circulante por sua resistência, ou seja: V = I x R. A lei de Ohm define então a relação linear
que existe entre a corrente I que pode circular em um circuito (o efeito), sua causa (o
potencial elétrico V) e a sua oposição (a resistência elétrica R), da seguinte forma.

I=V/R (A)

No SI - Sistema Internacional de Unidades, estas grandezas são definidas da seguinte forma:

Grandezas Elétricas Unidade Símbolo Múltiplos e Submúltiplos

Tensão volt V nV, µV, mV, kV, MV


Corrente ampère A nA, µA, mA, kA
Resistência ohm  µΩ, mΩ, kΩ, MΩ, GΩ
Potência watt W µW, mW, kW, MW, GW
Potência é o trabalho realizado por unidade de tempo. A potência elétrica é definida como o
produto da tensão aplicada em um circuito pela corrente nele circulante, da seguinte forma:

P=VxI (W)

A unidade de potência elétrica é o watt, cujo símbolo é W. Usando I = V / R ou V = I x R e


depois substituindo em P = V x I, obtemos também outras expressões úteis para o cálculo da
potência elétrica:

P = V2 / R (W) e P = I2 x R (W)

As expressões anteriores referem-se a potências instantâneas. Ao longo do tempo, a energia


precisa ser levada em consideração. A energia elétrica é a taxa na qual a potência é usada
para produzir um trabalho. Energia pode ser dissipada ou armazenada, sendo dada por:
E=Pxt (Ws) ou (J)
Por ser mais adequado ao perfil do consumidor, a unidade usada para medir o consumo de
energia elétrica residencial, comercial ou industrial é o quilowatt∙hora, ou kW∙h.

3.5 Teste de Resistores e Suas Associações


Resistores são dispositivos ou componentes projetados para oferecer oposição
controlada à passagem da corrente, ou seja, oferecer Resistência Elétrica. A resistência
é o fenômeno proporcionado por um resistor, sendo dada em ohms, cujo símbolo é Ω.

Por outro lado, a Resistividade, dada em ohm∙metro e cujo símbolo é ρ, é uma


propriedade do material usado para construir o resistor. Logo, resistor é diferente de
resistência, que é diferente de resistividade!

Resistores podem ser associados em série ou em paralelo. O aparelho que mede resistência
elétrica é o ohmímetro. Nesta prática, usaremos a escala de ohms (Ω) do multímetro para
medir resistência elétrica. Colocar a ponta de prova vermelha do multímetro no soquete Ω e
a preta no soquete COM (comum).
21
1) Usando dois resistores do laboratório, que vamos denominar R1 e R2, identificar
seus valores nominais e medir suas resistências individuais, anotando os resultados
na Tabela 3.2.

Nota: Os resistores R1 e R2 podem ser de 300 /200 W ou quaisquer outros


valores disponíveis no laboratório, tais como 50 Ω, 100 Ω, 250 Ω, 500 Ω ou
1 kΩ

2) Em seguida, calcular os valores das resistências equivalentes RE que resultam das


associações em série e em paralelo dos dois resistores, anotando também os
resultados na Tabela 3.2.

Tabela 3.2 - Associação de Resistores

R1 R2
Valor nominal:_______ Valor nominal:______
Valor medido: _______ Valor medido: _______

Associação em Série: RE = R1 + R2
Valor calculado:__________
Valor medido: ___________

Associação em Paralelo: 1/RE = 1/R1 + 1/R2


Valor calculado: __________
Valor medido: ____________

3.6 Verificação da Lei de Ohm


1) Transferir agora os valores medidos dos resistores, anotados na Tabela 3.2, para a
Tabela 3.3. Os resistores deverão ser ligados como cargas na saída da fonte conforme
a Figura 3.1, para configurar sequencialmente os três valores indicados na Tabela
3.3. Calcular para cada combinação de resistores as correntes I e a potência P usando
a lei de Ohm e anotar os valores na Tabela 3.3.

2) Simular em seguida o circuito da Figura 3.1 usando os valores medidos dos resistores
e usando fonte de CC de 10 V. Obter a corrente I para cada valor de carga indicado
na Tabela 3.3 e anotar os resultados. Os valores obtidos na simulação deverão ser
iguais aos calculados.

22
Tabela 3.3 - Medidas no Circuito Alimentado com V = 10 V
Valores Valor Leitura no Leitura Display
Carga da Fonte
Calculados Simulado Multímetro da Fonte
Conexão da R I P I I I
Carga (Ω) (A) (W) (A) (A) (A)
Resistores em
Série
Resistor R1
Apenas
Resistores em
Paralelo

3) Com a fonte de CC desligada, montar agora o circuito da Figura 3.1 usando


inicialmente os dois resistores R1 e R2 em série. Usar qualquer um dos dois canais
da fonte. Tomar cuidado nas conexões, escalas e polaridade do multímetro para fazer
o mesmo funcionar como um amperímetro. Usar o valor calculado para a corrente
como referência para selecionar a escala do multímetro, caso a seleção não seja
automática.

Fig. 3.1 - Circuito de Teste de CC

Nota: As fontes do laboratório possuem um voltímetro para medir a tensão de saída


e um amperímetro para medir a corrente fornecida. Na montagem da Figura
3.1 vamos usar o voltímetro da própria fonte para medir a sua tensão de saída
e usar o multímetro ligado externamente para funcionar como amperímetro.

4) Ligar a fonte de CC e ajustar a tensão de saída para 10 V usando o voltímetro do seu


display. Medir a corrente no multímetro e no display da fonte, anotando os resultados
na Tabela 3.3 com os resistores em série.

5) Desligar a fonte antes de trocar os resistores. Configurar o circuito agora usando


apenas R1. Ligar a fonte, medir a corrente no multímetro e no display da fonte,
anotando os resultados na Tabela 3.3.

6) Finalmente, desligar a fonte e montar os dois resistores em paralelo na saída da fonte.


Ligar a fonte e medir a corrente no multímetro e no display da fonte, anotando os
resultados na tabela 3.3.

Nota: Dependendo do modelo disponível no laboratório, a fonte Minipa pode estar


equipada com o controle OUTPUT, que permite ligar e desligar suas saídas
ajustáveis sem que haja necessidade de acionar o seu botão liga-desliga geral.
23
7) Concluídos os testes, desligar a fonte antes de remover o multímetro, componentes
e cabos de teste. Guardar os materiais e instrumentos nos seus respectivos lugares.

Responder:

a) Analisar as medições anotadas na Tabela 3.3 e verificar se elas comprovam a Lei de


Ohm.
b) O amperímetro é o instrumento usado para medir corrente elétrica. Um amperímetro
tem resistência interna muito baixa. Pede-se responder:
- Fazer o esquema elétrico equivalente de um amperímetro.
- Qual é o resultado se um amperímetro for ligado em paralelo com o resistor de carga
no circuito da Figura 3.1?
- Qual instrumento oferece maior resolução: o amperímetro da fonte ou do
multímetro?

c) O voltímetro é o instrumento usado para medir tensão elétrica. Um voltímetro tem


alta resistência interna. Pede-se responder:
- Fazer o esquema elétrico equivalente de um voltímetro.
- Qual é o resultado se um voltímetro for ligado em série com o resistor de carga no
circuito da Figura 3.1?
d) Se as pontas de prova de um voltímetro digital forem ligadas invertidas em uma
medição, o que aconteceria com a leitura do instrumento?
e) Se as pontas de um voltímetro analógico forem ligadas invertidas em uma medição, o
que aconteceria com a leitura do instrumento?
f) Como um voltímetro digital pode indicar se a escala da medição foi excedida? E se ele
for do tipo analógico?
g) Suponha que a potência P = V x I calculada para um certo resistor foi de 3 W. Qual é a
potência que devemos especificar para este resistor, em um pedido de compra? Os
resistores usados nesta prática são capazes de trabalhar com as potências calculadas?
h) Fazer um gráfico i x v que represente a Lei de Ohm, supondo três valores distintos para
R, sendo eles R baixo, R médio e R alto.
i) Dar exemplo de um dispositivo muito usado nas residências, que pode ser comprado em
um supermercado e que apresenta coeficiente de temperatura positivo.
j) Analisar a seguinte afirmativa e marcar se ela está correta ou não. Justificar a resposta!
“A resistência de um chuveiro elétrico se queimou e precisou ser trocada”.
Correta:________ Incorreta:________

24
k) Qual é a leitura do instrumento em cada caso?

25
4. Circuitos Elétricos e as Leis de Kirchhoff
4.1 Objetivos
Comprovar as leis de Kirchhoff por meio de cálculos, simulações e experimentos práticos.
Analisar corretamente as medições de corrente e de tensão realizadas em circuitos de CC
comparando-as com os valores calculados e simulados. Utilizar com desenvoltura os
instrumentos de teste.

4.2 Material Necessário

- 1 multímetro digital
- 1 fonte de CC ajustável, 0-30 V, 0-3 A
- 2 resistores de potência de 500 Ω/200 W (ou 250 Ω/200 W)
- 1 resistor de potência de 300 Ω/200 W (ou 100 Ω/200 W)
- 1 computador com simulador de circuitos instalado
- 1 conjunto de cabos de teste

4.3 Introdução
Nesta prática vamos usar as leis de Kirchhoff, assim como a lei de Ohm, para calcular as
correntes e tensões presentes em um circuito elétrico. Em seguida, usando o simulador
disponível, vamos simular os circuitos e obter as correntes e tensões. Finalmente, vamos
montar os circuitos e usar os instrumentos para obter as correspondentes leituras dos
parâmetros calculados e simulados. Todos os resultados deverão ser anotados nas tabelas
para serem analisados.

LEI DE KIRCHHOFF DAS TENSÕES

A lei de Kirchhoff das tensões, ou LKT, estabelece que a tensão aplicada em um circuito
fechado é igual à soma algébrica das quedas ou elevações de tensão que ocorrerem naquele
circuito. A soma algébrica significa que os sinais das elevações e quedas de tensão devem
ser levados em conta nas adições. Sua validade pode ser demonstrada usando o circuito da
Figura 4.1.

Aplicando a lei de Kirchhoff das


tensões:

VB = V1 + V2 + V3

VB - V1 - V2 - V3 = 0

V=0

Fig. 4.1 - Lei de Kirchhoff das Tensões

26
LEI DE KIRCHHOFF DAS CORRENTES

A lei de Kirchhoff das correntes, ou LKI, estabelece que a soma das correntes que entram em
um nó ou junção de circuito é igual à soma algébrica das correntes que saem deste nó. A
soma algébrica significa que os sinais das correntes devem ser incluídos nas adições. Sua
validade pode ser demonstrada usando o circuito da Figura 4.2.

Assumindo na Figura 4.2 que as correntes que entram na junção ou nó do circuito são
positivas e as que saem são negativas, então:

Aplicando a lei de Kirchhoff das


correntes:

I1 + I4 = I2 + I3

I1 - I2 - I3 + I4 = 0

I=0

Fig. 4.2 - Lei de Kirchhoff das Correntes

4.4 Circuito, Cálculos e Simulações

1) Nesta prática será usado o circuito de teste mostrado na Figura 4.3. Usar na
montagem os resistores que estiverem disponíveis no laboratório.

Fig. 4.3 - Circuito de Teste

2) Identificar as tensões presentes no circuito de teste usando como referência a


nomenclatura de parâmetros da Tabela 4.1. A fonte será ajustada para fornecer 10 V.

Tabela 4.1 - Verificação da Lei de Kirchhoff das Tensões – V=10V

Valores Valores Valores


Parâmetro Ponto de Medição Calculados Simulados Medidos
(V) (V) (V)
V1 Saída da Fonte 10 V 10 V
V2 Resistor R1
V3 Resistor R2 ou R3
V1 =V2 + V3 Comprovação

27
3) Calcular as tensões usando a lei de Ohm e preencher a coluna Valores Calculados da
Tabela 4.1. Simular o circuito, obter os resultados e preencher a coluna Valores
Simulados da Tabela 4.1.

4) Identificar agora as correntes circulantes no circuito de teste da Figura 4.3 usando


como referência a nomenclatura de parâmetros sugerida na Tabela 4.2. Usar setas
para indicar o sentido do fluxo das correntes.

Tabela 4.2 - Verificação da Lei de Kirchhoff das Correntes

Valores Valores Valores


Parâmetro Ponto de Medição Calculados Simulados Medidos
(A) (A) (A)
I1 Resistor R1 20,5 mA
I2 Resistor R2 7,7 mA
I3 Resistor R3 12,8 mA
I1 = I2 + I3 Comprovação 20,5 mA

5) Calcular as correntes usando a lei de Ohm e preencher a coluna Valores Calculados


da Tabela 4.2. Simular o circuito, obter os resultados e preencher a coluna Valores
Simulados da Tabela 4.2.

6) Simular o circuito usando o software Solve Elec ou Multisim, obter os


correspondentes parâmetros e preencher a Tabela 4.2.

4.5 Montagem e Teste do Circuito


1) Inicialmente, com a fonte de CC desligada, montar o circuito de teste mostrado
acima na Figura 4.3. Usar, por exemplo, a saída CH2 da fonte.

2) Ligar a fonte e ajustar a saída CH2 para 10 V.

3) Usando o multímetro, medir as tensões V1, V2 e V3 do circuito. Para escolher as


escalas e as faixas de medição, usar como orientação os valores calculados ou
simulados. Observar as polaridades das pontas de prova. Anotar os resultados de
teste na coluna Valores Medidos da Tabela 4.1.

3) Desligar a fonte.

4) Preparar agora o multímetro para medir miliampères (mA) de corrente contínua.


Escolher a escala e a faixa de medição usando como orientação os valores calculados
ou simulados para as correntes. Conectar o multímetro no circuito, inicialmente para
medir a corrente I1. Observar cuidadosamente as polaridades das pontas de prova e as
entradas usadas no multímetro.

5) Ligar a fonte e medir a corrente I1. Em seguida, medir I2 e I3. Anotar os resultados de
teste na coluna Valores Medidos da Tabela 3.2.

28
ATENÇÃO: Antes de movimentar o multímetro de um ponto ao outro do circuito é
preciso desligar a fonte.

6) Concluídas todas as medições, desligar a fonte e desfazer as conexões. Guardar os


cabos de teste e os instrumentos adequadamente.

Responder

a) Os valores medidos correlacionam com os valores calculados e simulados,


comprovando as Leis de Kirchhoff de tensão e de corrente?
b) Quais são as fontes de erro existentes no circuito da Figura 4.3 que fazem com as
leituras dos instrumentos sejam diferentes dos valores calculados ou simulados?
c) Que leitura será indicada pelo multímetro em cada caso nas figuras abaixo?

4.6 Para Saber Mais


ATENÇÃO: Esta parte da aula prática é opcional

A PONTE DE WHEATSTONE

O circuito mostrado na Figura 4.4 é muito útil e por isso muito importante. Trata-se da Ponte
de Wheatstone. A ponte pode ser usada para medir com precisão o valor de resistências
desconhecidas. Além disso, variações no circuito da ponte permitem medir capacitância,
indutância, impedância e outras grandezas. Um miliamperímetro é montado entre os nós
centrais A e B do circuito. Dizemos que a ponte está em equilíbrio quando os nós A e B
estiverem no mesmo potencial, ou seja, quando o miliamperímetro indicar uma corrente
igual a zero.

29
Fig. 4.4 - A Ponte de Wheatstone

Na condição de equilíbrio, podemos escrever:

IX RX = I1 R1 e IX R3 = I1 R2

Podemos dividir uma expressão pela outra e obter:

IXRX / IX R3 = I1 R1 / I1 R2

o que resulta em:

RX / R3 = R1 / R2 ou RX = R3(R1 / R2)

Se o resistor R3 for substituído por um potenciômetro com escala ôhmica conhecida e


calibrada, poderemos montar um resistor Rx desconhecido na ponte e ajustar o
potenciômetro até equilibrar a ponte. Então, o valor de Rx será igual ao valor do
potenciômetro em ohms multiplicado pela razão R1/R2, sendo esta última chamada de
“multiplicador da escala”. Em nosso teste, vamos fixar R3 e variar Rx.

Montar o circuito da ponte, procedendo do seguinte modo:

1) Com a fonte de CC desligada, usar os resistores disponíveis no laboratório para montar o


circuito da Figura 4.4. Por exemplo, usar R1 = 500  , R2 = R3 = 300  (ou 250 ).
Colocar multímetro na escala de 20 mA de CC ou então operar na sua escala automática,
conforme o modelo usado. Tomar cuidado com as conexões e polaridades.

2) Usando inicialmente RX = 50 , ligar a fonte e anotar a leitura de corrente indicada no


multímetro.

Responder sobre a Ponte

a) Se, na montagem realizada, o miliamperímetro não indicou 0mA, a ponte está


desequilibrada. Então, que valor de RX deve ser usado para equilibrar (balancear) a
ponte?

b) Montar na ponte um resistor RX cujo valor é o mais próximo possível do valor calculado
no item “a” acima. O equilíbrio da ponte foi alcançado?

30
c) Na sua opinião, qual seria o melhor tipo de medidor para uso na ponte: digital ou
analógico?

d) Qual seria o melhor tipo de escala para o medidor usado na ponte: zero à esquerda, zero
central ou zero à direita?

e) Em que ponto do circuito, A ou B, devemos ligar a entrada COM do multímetro para


que uma deflexão ou leitura positiva indique que Rx está acima do valor necessário para
equilibrar a ponte?

31
5. Uso do Gerador de Funções e do Osciloscópio

5.1 Objetivos
Utilizar corretamente o gerador de funções e o osciloscópio. Realizar medições seguras com
estes instrumentos e analisar criticamente os resultados.

5.2 Material Necessário

- 1 osciloscópio digital para 70 MHz com ponta de prova do tipo X10


- 1 gerador de funções para 10 MHz
- 1 cabo de teste adaptador do tipo BNC-jacaré
- 1 cabo de teste tipo BNC-BNC

5.3 Recomendações de Segurança


Revisar atentamente as recomendações sobre o uso de instrumentos conforme descrito
na Prática 1 deste guia de aulas. Os instrumentos usados nesta prática são altamente
sensíveis e poderão ser danificados facilmente se não forem cuidadosamente operados.
As pontas de prova devem ser usadas com cuidado, pois são frágeis e caras.

5.4 Introdução

Para obter o maior aproveitamento possível da aula prática, recomenda-se que os alunos
leiam com antecedência este texto introdutório para familiarização inicial com
osciloscópios e geradores de funções.
NOTA: Apenas para exemplificar, assim como para facilitar a familiarização com a
operação de osciloscópios e geradores, vamos descrever o painel, controles e
funções do osciloscópio digital Agilent modelo 1102B e do gerador de funções
Agilent 33210A, mostrados nas Figuras 5.1 e 5.2. Os instrumentos disponíveis
no laboratório podem ser de outros modelos.
O OSCILOSCÓPIO
O osciloscópio é um dos mais poderosos instrumentos de teste que existe na engenharia.
Ele permite visualizar as formas de onda dos sinais e medir seus parâmetros, facilitando
a análise do funcionamento dos circuitos e a pesquisa de defeitos.
Um osciloscópio digital tal como o 1102B é capaz de realizar automaticamente uma
grande quantidade de medições, gravar os resultados em um “pen drive” e se comunicar
com um computador externo para exportar resultados de teste e ser remotamente
controlado. Estão disponíveis osciloscópios com tela sensível ao toque e que podem ser
controlados por smartphones.
É importante aprender como operar o osciloscópio o mais rapidamente possível para
obter maior agilidade no desenvolvimento das aulas de laboratório. A Internet permite

32
acessar o manual de operações do instrumento. O menu de ajuda (Help) do instrumento
também pode ser usado para se obter informações sobre a sua operação.
A tela do osciloscópio tem o formato (ou razão de aspecto) 3 x 4, com 10 divisões
horizontais de 1cm e 8 divisões verticais de 1cm, com suas subdivisões. Outros
formatos mais modernos também são usados.
O osciloscópio é essencialmente um voltímetro capaz de mostrar ondas no tempo e
medir seus parâmetros. Para tanto, o eixo ou escala horizontal (tempo) da tela é
calibrado em s/div com seus respectivos submúltiplos (ms/div, s/div ou ns/div). O eixo
ou escala vertical (amplitude) da tela é calibrada em volt/div ou então em mV/div.

Fig. 5.1 - O Osciloscópio Digital Agilent DSO1102B

As calibrações da tela nos eixos vertical e horizontal podem ser ajustadas pelo usuário
para obter ondas na tela que sejam de fácil visualização e interpretação. Em geral a
máxima amplitude vertical é de 5 V/div ou então de 10 V/div, dependendo do modelo
do osciloscópio. O valor de cada divisão principal da tela pode ser ajustado nos
respectivos controles de atenuação (sensibilidade) vertical e controle de tempo
(varredura) horizontal, em função das medições que estiverem sendo realizadas.
Um osciloscópio deve ser ajustado de tal forma a fazer com que as ondas mostradas na
tela sejam estáveis e repetitivas. A estabilização das ondas na tela depende da correta
seleção da fonte de sinal de sincronismo (trigger) a ser usada nas medições, assim
como do ajuste de nível do “trigger”.
O osciloscópio do laboratório possui dois canais de entrada, denominados canais 1 e 2,
e uma entrada de sincronismo externo (“Ext Trig” ou “Sync”). Estão disponíveis outros
modelos de osciloscópios com quatro ou mais canais de entrada. No instrumento que
vamos usar os sinais a serem medidos serão aplicados nos canais 1 ou 2 por meio de
uma ponta de prova. O sinal de sincronismo é importante para estabilizar as ondas na
tela.
33
O acionamento do botão “Trig Menu” ou “Trig Source” apresenta as fontes de
“trigger” (gatilho ou sincronismo) que podem ser usadas. A fonte deve ser selecionada
pelo usuário em função da medição que estiver sendo realizada.
Se for necessário sincronizar o osciloscópio em um sinal externo, o mesmo deve ser
aplicado na entrada “Ext Trig” e esta opção deve ser selecionada no menu de
sincronismo. Para medir sinais relacionados com a rede CA, tal como o “ripple” de uma
fonte de CC, recomenda-se usar a opção de sincronismo “Line” (Linha ou Rede)
Os sinais aplicados nos dois canais de entrada podem ser visualizados e medidos
simultaneamente, ou então um por vez. Qualquer um deles pode servir como fonte de
sincronismo, ou de “trigger”.
Além de realizar medições de amplitude e tempo, o osciloscópio é capaz também de
realizar operações matemáticas nos dois sinais de entrada, tais como a soma, subtração,
multiplicação e FFT (Transformada Rápida de Fourier). A função FFT permite analisar
sinais no domínio da frequência.
Para facilitar a preparação do instrumento e a execução das medições, o osciloscópio
possui um controle chamado “Auto Scale”, que programa internamente as funções do
mesmo permitindo visualizar rapidamente na tela as formas de onda que estiverem
sendo medidas. Operadores experientes não usam este controle e os novatos devem
tentar fazer o mesmo, mas o controle é útil se ocorrerem dificuldades iniciais na
operação do osciloscópio.
O osciloscópio pode transferir todas as informações que estiverem sendo mostradas na
sua tela para um pen drive, usando o comando de gravação.

O GERADOR DE FUNÇÕES
O Gerador de Funções gera sinais de teste senoidais, quadrados, retangulares,
triangulares, pulsos, ruído e sinal de sincronismo, entre outros. É utilizado para testes e
calibração de circuitos eletrônicos. A frequência de saída do gerador e a amplitude dos
sinais podem ser ajustadas por controles existentes no seu painel frontal. A Figura 5.2
apresenta como exemplo o painel frontal do gerador Agilent 33210A.

Fig. 5.2 - O Gerador de Funções Agilent 33210A

34
Descrição dos Controles do Gerador 32210A
1 Display em modo normal ou gráfico 8 Selecionar formas de onda
2 Ligar/desligar o gerador 9 Disparo manual (varredura e burst)
3 Controlar Modulação/Varredura/Burst 10 Habilitar/Desabilitar a saída
4 Gravar/Chamar funções 11 Teclado e “knob” p/ ajustar frequência/nível
5 Chamar o menu de utilidades 12 Controlar a posição do cursor no display
6 Chamar o menu de auxílio 13 Saída de sincronismo do gerador
7 Selecionar o parâmetro no display 14 Saída de ondas do gerador

O gerador permite ajustar o fator de trabalho da onda de saída e colocar nela um “offset”
(pedestal de CC) que pode ser positivo ou negativo, conforme for a necessidade do
circuito sob teste.
O teclado numérico permite programar diretamente os valores de frequência e de
amplitude. A tecla iluminada (por exemplo, a tecla Sine na Figura 5.2) indica a função
que está ativada.
A impedância de saída do gerador é de 50 . O gerador pode ser programado para
trabalhar com cargas externas de 50  ou com cargas de alta impedância (HIGH Z)
usando o controle (5). Se a carga ligada na saída do gerador for diferente de 50 , para
que o nível de sinal indicado no display do gerador corresponda ao nível efetivamente
colocado na saída, a impedância deve ser programada para “HIGH Z”.
O gerador fornece também uma saída que fornece pulsos de sincronismo (13) para
servir de referência ao circuito sob teste, ou para sincronizar um osciloscópio. A
amplitude dos pulsos desta saída varia entre 0 V e 5 V (nível TTL). A frequência dos
pulsos é a mesma daquela ajustada para as ondas de saída do gerador. A saída de ondas
é ativada acionando-se o botão Output (10).
Além de fornecer sinais “puros” e ruído, o gerador de funções pode também fornecer
sinais com modulação AM, FM e FSK, aumentando sua versatilidade para testar
diversos circuitos.
5.5 Operação do Osciloscópio
1) Ligar o osciloscópio e aguardar o seu auto-teste. Apertar qualquer botão após a
conclusão do auto-teste para liberar os controles do osciloscópio. A tela deverá
apresentar um ou dois traços horizontais. Se isto não ocorrer, peça ajuda ao professor.

2) Localizar no painel do osciloscópio os controles que ajustam a sensibilidade (ganho)


vertical dos canais 1 e 2 e os controles de posicionamento vertical dos traços na tela.
Localizar também o controle de tempo de deflexão (varredura) horizontal, o controle de
posição horizontal do traço na tela, os controles de “trigger” e os controles das funções
do display, tais como os cursores e as medições automáticas.

3) Observando os traços na tela, variar os controles de deflexão horizontal assim como os


controles de posição e sensibilidade vertical, para observar sua atuação. Notar que o
canal 1 usa traço amarelo na tela e o canal 2 usa traço verde.

35
4) Usar o controle de posição vertical do canal 1 para colocar o traço horizontal do
osciloscópio na parte visível da tela. No lado esquerdo da tela, uma pequena seta
amarela indica onde está ajustada a posição do “terra” ou referência de zero volt
do canal 1. O nível de referência zero pode ser ajustado para que o traço do canal 1
(ou do canal 2) fique no centro da tela, caso apenas um canal esteja sendo usado.

4) Chamar o menu do canal 1 apertando o seu correspondente botão amarelo. No menu


apresentado no lado direito da tela, selecionar:

- Acoplamento : CC
- Filtro de faixa: ligado
- Ajuste de sensibilidade Grosso/Fino: grosso
- Atenuação da ponta: conforme a ponta usada (ver texto a seguir)
- Inversão de sinal: desligado

• O botão de Acoplamento permite selecionar o tipo de sinal que o osciloscópio vai


medir. A Figura 5.3 apresenta, de modo simplificado, o circuito de entrada de um
dos canais do osciloscópio. Se a opção de acoplamento CA for selecionada, um
capacitor para bloqueio de CC é inserido no percurso do sinal aplicado. Para medir
um sinal de CC, basta selecionar esta opção no controle do acoplamento e o sinal a
ser medido será aplicado diretamente no estágio seguinte.

• O Filtro de faixa, quando acionado, limita a faixa de frequências na qual o


osciloscópio poderá trabalhar. Isto é útil para reduzir ruídos de alta frequência
presentes no sinal a ser medido, o que melhora a nitidez das ondas apresentadas na
tela.
• O Ajuste de sensibilidade Grosso/Fino permite selecionar se os controles do painel
vão operar de modo normal (Grosso) ou permitir que eles atuem de modo mais suave
ao ajustar seus respectivos parâmetros (Fino). O ajuste normal é o modo Grosso.
• A atenuação da ponta de prova deve ser programada para o tipo de ponta que vai
ser utilizada (X1 ou X10). O valor da atenuação da ponta de prova do osciloscópio
está indicado no seu corpo de manuseio, ou na sua base, dependendo do modelo.
Algumas pontas possuem uma chave que permite programar sua atenuação para 10
vezes (X10) ou então para não atenuar o sinal a ser aplicado no osciloscópio (X1).
Recomenda-se, por segurança, sempre que for possível usar a ponta de prova na
posição X10 e programar os dois canais do osciloscópio para operar com ponta de
prova X10.
Cabos de teste comuns não introduzem atenuação significativa se usados na sua faixa
de frequências de operação. Então, ao se trabalhar com cabos comuns, preparar os
dois canais do osciloscópio para funcionar com atenuação X1.
• A Inversão de sinal permite inverter a polaridade do sinal aplicado nas entradas do
osciloscópio antes de medi-los. Algumas medições mais específicas podem exigir tal
inversão. O ajuste normal é desligado.

36
Fig. 5.3 - Circuito Simplificado da Entrada do Osciloscópio

6) No caso de se usar os dois canais simultaneamente, recomenda-se posicionar a


referência de zero volt do canal 1 duas divisões verticais principais abaixo da linha
central da tela, e a do canal 2 duas divisões acima da linha central, separando assim
os dois traços. Uma pequena seta verde mostrada no lado esquerdo da tela indica
a posição da referência de zero volt do canal 2. Manter o canal 2 desligado.

7) O controle de “trigger” serve para sincronizar o sinal aplicado no osciloscópio para que
a onda mostrada na tela fique estável. Chamar o menu de “trigger” e programá-lo para
utilizar como fonte de sincronismo o sinal aplicado no canal 1. Programar também o
modo de operação do “trigger” para “automático”.

• O nível de trigger deve ser ajustado até se obter uma onda estável na tela. Uma
pequena seta no lado direito da tela mostra o ajuste do nível de trigger. O nível
deve ser ajustado de tal forma que esta seta permaneça dentro da forma de onda
selecionada como fonte de sincronismo.

5.6 As Pontas de Prova do Osciloscópio


As pontas de prova de osciloscópios são usadas para captar o sinal a ser medido e aplicá-lo
na entrada do instrumento. Elas são blindadas para reduzir interferências causadas por ruído.
As pontas podem ser atenuadoras ou não atenuadoras. As pontas não atenuadoras, ou X1,
não atenuam significativamente o sinal de entrada caso as suas componentes de frequências
permaneçam dentro da faixa de trabalho da ponta. Existem também pontas atenuadoras X10,
X100 e X1000. Algumas pontas permitem selecionar operação com atenuação X1 ou X10.

Uma ponta X10, que é muito comum, atenua o sinal a ser medido 10 vezes antes de injetá-lo
no osciloscópio. A atenuação externa proporcionada pela ponta de prova oferece uma
proteção adicional ao osciloscópio, pois ajuda a limitar a amplitude máxima do sinal a ser
medido antes que ele seja injetado no instrumento. Qual é a atenuação das pontas de prova
do seu osciloscópio? ______________

NOTA: A atenuação da ponta de prova precisa ser conhecida e ser programada no


osciloscópio através do menu dos canais verticais 1 e 2, caso contrário o valores das
medidas realizadas não serão corretamente apresentados.

As pontas atenuadoras precisam ser calibradas no osciloscópio onde serão usadas. A


calibração é realizada fazendo uma medição de ondas quadradas ou pulsos retangulares com
amplitude conhecida. Estas ondas contêm amplo espectro de frequências, servindo para
testar as condições de trabalho não apenas da ponta de prova, mas também do próprio
osciloscópio. Se a calibração não for feita, a ponta introduzirá um erro significativo nas
medições de amplitude de sinais realizadas com o instrumento.

37
Após serem calibradas em um osciloscópio, as pontas de prova precisam ser recalibradas
sempre que forem usadas em um osciloscópio de modelo diferente, pois os circuitos de
entrada dos osciloscópios, que diferem de um modelo para outro, são usados para constituir
um atenuador de sinal juntamente com o circuito da própria ponta.

Algumas pontas de prova permitem selecionar a sua atenuação. A Figura 5.4 apresenta o
esquema básico de uma ponta de prova do tipo X1/X10, cuja atenuação pode ser selecionada
pelo usuário comutando-se a chave existente no corpo da mesma. Notar o comutador
X1/X10 e os símbolos de BNC e de cabo coaxial. Notar também o símbolo e a construção
do conector BNC: o pino central é o terminal “vivo”.

Fig. 5.4 - A Ponta de Prova X1/X10

Recomenda-se ligar no circuito a ser testado primeiro o terminal de “terra” dos cabos e
pontas de teste, para depois ligar o terminal “vivo”. Este procedimento evita sobrecargas
momentâneas nos instrumentos de teste. Para remover as pontas e os cabos de teste, o lado
“vivo” deve ser desligado primeiro.

5.7 Verificação das Pontas e Testes com o Calibrador do Osciloscópio


O procedimento para verificar a calibração da ponta de prova X10 é o seguinte:

1. Ligar o osciloscópio e chamar o menu do canal 1. Programar o canal 1 do seguinte


modo:
- Acoplamento: CC
- Filtro de faixa: desligado
- Ajuste Grosso/Fino: grosso
- Atenuação da ponta: X10
- Inversão de sinal: desligado

2. Ligar a ponta de prova do canal 1 no calibrador do osciloscópio, conforme ilustrado na


Figura 5.5. Preparar a ponta de prova para atenuação de 10 vezes (10X), caso a
atenuação seja programável.

3. Usar o controle de posição vertical do canal 1 para colocar a referência de zero volt do
traço horizontal bem no meio da tela. Ajustar o fator de escala vertical para 2V/div.

4. A frequência do calibrador é de 1 kHz. Colocar o controle de varredura horizontal em


500 s/div para obter um trem de pulsos retangulares bem visíveis na tela. Chamar o
menu de “trigger” (sincronismo) e usar como fonte o canal 1. Ajustar em seguida o

38
controle de nível de “trigger” para estabilizar a onda na tela. A amplitude da onda na tela
deverá ser 5 V (2,5 divisões verticais de 2 V).

Fig. 5.5 - Teste e Calibração da Ponta de Prova

5. Se a ponta de prova estiver bem ajustada, os pulsos retangulares gerados pelo calibrador
serão apresentados sem distorções. Se os pulsos estiverem distorcidos, corrigir a
distorção introduzida pela ponta de prova atuando no seu “trimmer” de ajuste com a
chave de plástico ou madeira disponível para tal finalidade. Não usar chave metálica
neste ajuste. A Figura 5.6 ilustra as formas de onda obtidas na calibração da ponta.

6. Repetir os procedimentos para verificar a calibração da ponta de prova usada do canal 2.


Pontas não atenuadoras (X1) e cabos de teste comuns não precisam ser calibrados, desde
que sejam usados dentro da sua faixa de frequência de trabalho.

Fig. 5.6 - Resultados do Teste da Ponta de Prova

5.8 Uso do Gerador de Funções e Medição de Ondas


1) Ligar agora o osciloscópio na saída do gerador, conforme ilustrado na Figura 5.7. Usar
um cabo BNC-BNC para interligar a saída OUTPUT do gerador (a saída de ondas) e um
dos canais de entrada do osciloscópio. Alternativamente, usar um cabo BNC-Jacaré na
saída do gerador interligado com a ponta de prova do osciloscópio. Cuidar neste caso
para que as polaridades sejam as mesmas, ou seja: “terra” do cabo do gerador (preto)
ligado no fio de “terra” da ponta do osciloscópio, terminal “vivo” (vermelho) do cabo do
gerador ligado no gancho da ponta do osciloscópio.

2) Chamar o menu do canal 1, selecionar acoplamento CA, ligar o filtro limitador de faixa
e programar a atenuação da ponta para X10. Manter a opção de ajuste Fino/Grosso em
Grosso e a inversão do canal 1 em Desligado.

3) Programar a saída do gerador para fornecer uma onda senoidal com frequência de 1 kHz
e amplitude para produzir uma onda estável com 5 V pico a pico na tela do osciloscópio.
Acionar o botão Output do gerador para ativar sua saída.
39
Fig. 5.7 - Conexão do Osciloscópio no Gerador de Funções

4) Ajustar no osciloscópio o controle de sensibilidade (volt/div) do canal 1 e a sua base de


tempo horizontal (seg/div) para permitir visualizar uma onda estável e com a maior
fidelidade possível. O valor ajustado para a base de tempo é mostrada na tela. Ajustar o
“trigger” do osciloscópio para usar como fonte o canal 1 e estabilizar a onda na tela.

5) Programar o gerador para fornecer outras formas de onda, tais como ondas quadradas,
triangulares, pulsos e ruído. Observar as diversas formas de onda ondas no osciloscópio.

6) Variar a amplitude e a frequência do sinal de saída do gerador de funções observando as


correspondentes variações mostradas no osciloscópio. Ajustar no osciloscópio o controle
de varredura horizontal e o sincronismo para obter ondas de fácil visualização.

7) Programar novamente o gerador para fornecer uma onda senoidal. Identificar o controle
DC OFFSET no gerador de funções. Variar o nível de “offset” do gerador e constatar
que, mesmo quando ele insere um pedestal de CC (offset) na sua onda de saída, não
ocorrem alterações no formato e frequência da onda mostrada na tela do osciloscópio.

8) Chamar agora o menu do Canal 1 e selecionar acoplamento de CC . Variar novamente o


controle DC OFFSET do gerador de funções e observar o resultado na tela do
osciloscópio. Fazer abaixo gráficos v x t da saída do gerador com e sem offset nas ondas
e explicar as diferenças observadas em relação ao item anterior.

9) Retirar totalmente a componente contínua do sinal de entrada, ou seja, desabilitar o


OFFSET do gerador, ou programar seu valor para zero.

10) Medir agora diretamente na tela quantas divisões a amplitude pico a pico da onda está
ocupando. Multiplicar o valor obtido na tela pelo o fator de escala ajustado no controle
volt/div do canal 1, cujo valor é também indicado na tela.

Vpp = No. de divisões x Fator de escala (volt/div) = __________

Nota: É incorreto expressar a amplitude de uma onda qualquer usando Vp-p, tal como,
por exemplo, 5 Vp-p. No SI-Sistema Internacional de Unidades, a unidade de
potencial elétrico é o volt e não Vp-p. Assim, o correto é escrever: Vp-p=5 V.
Consultar a apostila sobre o SI, disponibilizada no SGA.

11) Medir agora diretamente na tela o número de divisões horizontais que existem entre
zeros consecutivos da onda, ou então entre dois picos da mesma, o que for mais fácil.
Multiplicar o valor encontrado pelo fator de escala de tempo indicado na tela. O
resultado será o valor do período da onda do gerador em segundos.

40
T = (No. de divisões entre dois zeros) x (Fator de escala s/div) = ____________
1
12) Conhecendo o valor de T, obtemos a frequência em hertz usando f  = _______
T
13) Realizar agora as medições de tensão pico a pico, período e frequência utilizando os
cursores do osciloscópio e depois a função de medição automática. Anotar os resultados:

Cursores: Vpp= __________ T= ___________ f = ___________

Automático: Vpp= __________ T= ___________ f = ___________

14) Comparar os três métodos usados para realizar as medições e marcar abaixo qual deles
você prefere:

 Método direto na tela  Usando os cursores  Método automático

Responder

- Você pode imaginar uma situação na qual o uso dos cursores seria mais vantajoso?

15) Programar agora o gerador de funções para gerar uma onda quadrada de 1kHz. Chamar
o menu “Utility” do gerador e variar o Fator de Serviço (duty-cycle) da onda. Observar o
que acontece com a forma de onda na tela do osciloscópio.

O Fator de Serviço de uma onda ao longo de um ciclo da mesma é dado por:

Fator de Serviço = (Duração de Tempo em Nível Alto / Período da Onda) x 100%

Para exemplificar, uma onda quadrada apresenta Fator de Serviço de 50%.

16) Programar no gerador o Fator de Serviço da sua onda quadrada para 50%, depois para
20% e, finalmente, para 80%.

- Desenhar, nos gráficos mostrados abaixo, as ondas obtidas para cada ajuste de fator
de trabalho. Não se esquecer de indicar nos gráficos os tempos correspondentes a
cada uma das três ondas.

a) Fator de Serviço = 50% b) Fator de Serviço = 20% c) Fator de serviço = 80%

17) Programar o gerador para fornecer novamente uma onda senoidal. Estabilizar a onda na
tela. Inserir um pen drive no osciloscópio no slot adequado do osciloscópio e apertar o
botão de gravação. Aguardar o término da operação e remover o pen drive. Inserir o pen
drive em um PC e examinar a gravação realizada.
41
18) Desligar o gerador e remover os cabos de teste.

Responder

Usando as informações contidas neste guia de aulas, no menu de “Help” do


osciloscópio, na Internet ou no manual de utilização do osciloscópio usado no
laboratório, obtido no site do seu fabricante, responder:

a) Quais são as funções matemáticas disponíveis no osciloscópio?


b) Explicar a utilidade de cada uma das opções do menu de sincronismo (trigger).
c) Quais as opções disponíveis ou os modos de operação para visualizar ondas na tela?
d) Como se pode usar o osciloscópio para analisar, no domínio da frequência, uma onda
qualquer? Realizar a análise aplicando no osciloscópio primeiro uma onda senoidal e
depois uma onda quadrada de 1 kHz, provenientes do gerador de funções. Usar o
osciloscópio com acoplamento CA. Responder:
- Qual das ondas apresenta o maior conteúdo de frequências?
- Qual é a amplitude da componente de frequência de 2 kHz da onda quadrada?
e) Quando é útil usar varredura horizontal retardada (delayed)?
f) A calibração das pontas de prova do osciloscópio, usando seu calibrador interno,
assegura o funcionamento do fio de “terra” da ponta de prova? Se não assegurar,
como podemos realizar um teste rápido da conexão de “terra” da ponta de prova?
g) Se uma ponta de prova que foi anteriormente calibrada em um certo osciloscópio for
usada em outro modelo de osciloscópio, o que poderá acontecer?
h) Se a ponta de prova de um osciloscópio não estiver calibrada, as leituras do
instrumento serão maiores ou menores do que o valor real?

5.9 Para Saber mais


Uso do Osciloscópio com Deflexão Horizontal Externa
ATENÇÃO: Esta parte da aula de laboratório é opcional

Nas aplicações mais convencionais, os sinais mostrados na tela do osciloscópio são do tipo
Y x t, ou seja, o sinal a ser medido causa uma deflexão do traço na tela na direção vertical
e a deflexão horizontal no eixo de tempo é controlada por um sinal gerado internamente.
Em outras aplicações, tal como no teste das curvas I x V de diodos, é desejável que a
imagem formada na tela do osciloscópio seja o resultado da composição direta de dois
sinais externos, sem levar em conta o tempo na escala horizontal.

Isto é conseguido colocando o osciloscópio no modo de operação X-Y. Basta acionar o


controle DISPLAY e selecionar em seguida a opção X-Y. Neste caso, a deflexão vertical
será devida ao sinal aplicado no canal 1 e a deflexão horizontal será devida ao sinal
aplicado no canal 2, sendo a onda apresentada na tela o resultado da composição dos dois
sinais.

42
Deflexão X - Y com Sinais de CC

1. Conectar duas pontas de prova BNC-Banana nas entradas dos canais 1 e 2 do


osciloscópio. Acionar a tecla Display e preparar o osciloscópio no modo X-Y.

2. Colocar as entradas dos dois canais do osciloscópio em “Terra” e posicionar o ponto


luminoso no centro da tela usando o ajuste de posição vertical de cada canal.

3. Colocar agora as entradas dos dois canais do osciloscópio para trabalhar em CC com
ponta de prova X1 (para uso com cabo de teste BNC-Banana) ou X10 (se a ponta X10
do osciloscópio for usada no teste).

4. Posicionar agora os fatores de escala dos dois canais do osciloscópio em 2 V / divisão.

5. Com a fonte de CC do laboratório inicialmente desligada, ligar os dois canais do


osciloscópio nas saídas (+) e (-) da fonte de CC, separadamente, uma ponta de prova em
cada saída. Observar as corretas polaridades das pontas e dos terminais da fonte.

6. Ligar a fonte de CC e ajustar cada uma das saídas para 5 V. Observar o sinal na tela do
osciloscópio. Explicar o resultado obtido.

7. Ajustar no osciloscópio o acoplamento do canal 2 para “terra” e manter o acoplamento


do canal 1 em CC. Observar o sinal na tela do osciloscópio. Explicar o resultado obtido.

8. Ajustar agora o acoplamento do canal 2 para CC e o do canal 1 para “terra” e observar o


sinal na tela do osciloscópio. Explicar o resultado obtido.
9. Desligar a fonte de CC e remover as pontas de prova.
10. Reprogramar o display do osciloscópio para operação do tipo Y - t.
11. Desligar o osciloscópio e guardar adequadamente os cabos de teste.

43
6. Bobinas e Circuitos Indutivos
6.1 Objetivos
Realizar associações de bobinas e medições de indutância. Analisar o comportamento
de um circuito elétrico onde ocorre o acoplamento magnético entre os indutores e os
fatores que influenciam o acoplamento. Determinar o valor da indutância mútua entre
dois indutores utilizando um método prático.

6.2 Material Necessário


- 1 ponte LCR
- 1 fonte de CC de 0-30 V, 0-3 A
- 1 varivolt para 127 V
- 2 multímetros digitais
- 2 indutores de 0,2 H
- 1 jogo de cabos de teste

6.3 Introdução
Bobinas constituem, juntamente com resistores e capacitores, os três componentes mais
importantes que existem na engenharia elétrica. Uma bobina é também chamada de
reator, indutor, solenoide ou choque, dependendo de sua aplicação. Bobinas são
fabricadas enrolando-se um condutor em uma forma que lhe serve de núcleo. A Figura
6.1 mostra a simbologia usada para representar bobinas nos circuitos, as aplicações de
cada tipo de núcleo e exemplos de construção de algumas bobinas.

- Bom para rádio - Bom para 60 Hz - Bom para 400 Hz,


e TV fontes chaveadas
e altas frequências

Fig. 6.1 - Simbologias, Aplicações e Construção de Bobinas

Qualquer condutor elétrico é capaz de induzir nele mesmo uma pequena tensão ao ser
percorrido por uma corrente variável no tempo. Este fenômeno é chamado de “auto-
indutância” ou, simplesmente, “indutância”. A tensão instantânea VL induzida em um
condutor é dada em volts por:

di
vL  L
dt

44
onde L é a indutância do condutor. No SI-Sistema internacional de Unidades, L é dada
em henrys. O termo di/dt representa a taxa da variação da corrente i no tempo, sendo i
dada em amperes e o tempo t em segundos. Observar, através da equação acima, que a
corrente não pode variar instantaneamente em um condutor, pois a tensão induzida seria
infinita. Uma bobina ideal tem indutância de 1 H se, quando percorrida por uma
corrente variável no tempo com taxa de 1A/s, induzir uma tensão de 1 V entre seus
terminais

Bobinas são construídas de forma a reforçar o valor da indutância de um condutor.


Como a passagem da corrente em um condutor dá origem a um campo eletromagnético
no seu redor, a construção da bobina favorece a concentração deste campo tornando-o
muito intenso, conforme mostrado na Figura 6.2a. No caso de bobinas projetadas para
trabalhar com 60Hz, elas são enroladas em um núcleo de ferro, que é muito mais
permeável para as linhas do campo do que o ar, favorecendo sua concentração e
intensidade.

O campo produzido pela passagem da corrente é capaz de executar trabalhos que


exigem grandes forças, tal como levantar uma pesada chapa de aço ou de outro material
ferromagnético. A força eletromagnética disponibilizada no campo de uma bobina é a
terceira maior força conhecida, sendo a base para o funcionamento das máquinas
importantes que usamos, tais como os geradores e motores elétricos, assim como dos
transformadores.

Quando uma corrente variável no tempo passa em um condutor ou em uma bobina, o


fluxo magnético originado também será variável no tempo e pode interceptar outro
condutor ou bobina colocada nas proximidades. Na Figura 6.2b, duas bobinas foram
colocadas uma próxima da outra. Uma corrente I variável no tempo circulando em L1
produzirá um campo magnético que induzirá uma tensão variável em L2.

Se existir um circuito fechado nos terminais de L2, uma corrente variável no tempo irá
também circular nesta bobina, originando um campo que induzirá uma tensão em L1.
Logo, as duas bobinas apresentam uma indutância mútua e vão interagir entre si, pois
a variação de corrente em uma delas causa um fluxo mútuo bilateral e uma indução na
outra. O símbolo para indutância mútua é LM e a unidade é o henry.

a) Formação do Campo em uma Bobina b) Acoplamento Mútuo entre Bobinas

Fig. 6.2 - Formação de Campo e Indutância Mútua entre L1 e L2

45
6.3.1 Associação de Bobinas
Bobinas podem ser associadas em série ou em paralelo e o resultado é uma bobina
equivalente cujo valor é determinado do seguinte modo:

Associação em Série: LEQUIV. = L1 + L2 + L3 +....+ Ln,

Associação em paralelo: 1/LEQUIV. = 1/L1 + 1/L2 + .... + 1/Ln

Por outro lado, estando duas ou mais bobinas ligadas em série ou em paralelo em um
circuito, haverá circulação de corrente em todas elas e formação de campos. Se existir
acoplamento magnético entre elas, a indutância mútua LM não poderá ser desprezada.
No caso da associação em série, a indutância total será:

LEQUIV. = L1 + L2  2LM

O tipo de acoplamento que pode existir entre duas bobinas, aditivo, nulo ou subtrativo,
depende da posição de uma bobina com relação à outra, assim como do sentido ou
início do enrolamento das mesmas. Se o acoplamento entre as bobinas for aditivo,
usamos +2LM. Se for subtrativo, usamos –2LM.

A marca “” indica o início do enrolamento das bobinas. No caso das bobinas do
laboratório, usamos as cores dos bornes de ligação das bobinas para estabelecer a
referência ou polaridade para o sentido ou início do enrolamento.

Esta definição resulta nas situações onde as bobinas podem ser colocadas justapostas e
ligadas em série conforme mostrado na Figura 6.3a, onde o acoplamento mútuo é
aditivo, ou seja: LEQUIV.= L1 + L2 + 2LM

Na Figura 6.3b, as bobinas são igualmente justapostas e ligadas em série, mas o


acoplamento mútuo é subtrativo, ou seja: LEQUIV.= L1 + L2 - 2LM

No caso da Figura 6.3c o acoplamento é nulo, pois as bobinas estão posicionadas


fazendo um ângulo de 90 entre si. Logo, seus campos não serão concatenados e não
haverá acoplamento magnético apreciável entre elas. Portanto, teremos LEQUIV.= L1 + L2

Fig. 6.3 - Condições para Acoplamentos Mútuos Aditivos, Subtrativos e Nulos

O fluxo magnético que envolve duas bobinas depende do espaçamento entre elas, da
orientação dos eixos das bobinas e da permeabilidade do material do núcleo. A fração
do fluxo total que envolve as bobinas é chamado de coeficiente de acoplamento, k.
O valor de k entre duas bobinas práticas é sempre menor do que a unidade. No caso de
46
montagem perpendicular das bobinas, k é praticamente zero. O relacionamento k com o
fluxo mútuo é dado por:

𝐿 =𝑘 𝐿 𝐿

6.4 Testes das Bobinas do Laboratório


Sendo uma bobina construída com fio, então seu circuito equivalente na faixa de
frequências de interesse pode ser representado conforme mostrado na Figura 6.4.

Fig. 6.4 - Circuito Equivalente da Bobina

A resistência própria do fio usado na construção da bobina é representada por Rbob e a


sua indutância é representada por Lbob. Em muitas aplicações a resistência interna da
bobina pode ser desprezada, especialmente no caso de bobinas que trabalham com baixa
corrente. Em outras aplicações, a resistência interna não pode ser desprezada e haverá
aquecimento da bobina por efeito joule, ou seja, P = I2Rbob (W).

6.4.1 Medições de Indutância e Resistência Interna em CC


1) Usando duas bobinas do laboratório, chama-las de L1 e L2 e anotar os seus dados
de placa:

Bobina L1

Indutância Nominal: ___________ Resistência Interna Nominal: __________

Bobina L2

Indutância Nominal: ___________ Resistência Interna Nominal: __________

2) Medir com o multímetro a resistência de CC das bobinas:

Resistência Interna de L1: _________ Resistência Interna de L2: _________

3) Medir com a ponte LCR em 120 Hz a indutância das bobinas:

L1: ____________ L2: ____________

47
6.4.2 Efeito da Indutância Mútua na Associação em Série
1) Medir com a ponte LCR a indutância total LEQUIV de cada associação conforme os
procedimentos descritos a seguir. Usar a Ponte LCR em 120 Hz. Anotar os valores
medidos de LEQUIV na Tabela 6.1.

- No caso do acoplamento mútuo LM aditivo, as bobinas devem ser justapostas e


as polaridades para entrada de corrente devem ser as mesmas nas duas bobinas.
Usar as cores dos bornes de ligação como referência para fazer as conexões.
Notar que as bobinas estão ligadas em série. Ver a Figura 6.3a.

- No caso do acoplamento mútuo LM subtrativo, as bobinas devem ser justapostas


e as polaridades para entrada de corrente devem ser opostas. Usar as cores dos
bornes de ligação como referência para fazer as conexões. Notar que as bobinas
estão ligadas em série. Ver a Figura 6.3b.

- No caso do acoplamento mútuo nulo, os indutores devem fazer um ângulo de


90 entre si. Notar que as bobinas estão ligadas em série com acoplamento
aditivo. Ver a Figura 6.3c.

2) Calcular os valores de LM e k para tipo de acoplamento e anotar na Tabela 6.1.

Tabela 6.1 - Influência do Tipo de Acoplamento

Tipo de LEQUIV LM k
Acoplamento Medido Calculado Calculado

Aditivo

Subtrativo

Nulo

6.4.3 Operação de Bobinas em CC e em CA


Quando uma bobina for ligada em uma fonte de CC, a corrente no circuito será limitada
apenas por sua resistência interna. Ocorrerá a formação do campo e o mesmo irá variar
de intensidade apenas enquanto a corrente estiver aumentando no tempo para atingir seu
valor de regime e depois decaindo para zero quando a fonte for desligada.

Depois que a corrente se estabilizar e atingir seu valor de regime, a lei de Ohm
determinará o valor da corrente. O campo existirá, porém não variará de intensidade e
não causará indução em outras bobinas ou circuitos nas proximidades.

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Operação em CC

1) Com a fonte de CC do laboratório desligada, efetuar a montagem mostrada na


Figura 6.5. Usar o multímetro na escala de 10 A de CC. Tomar cuidado com as
polaridades da fonte e do multímetro.

Fig. 6.5 - Bobina Operando em CC

2) Ligar a fonte e ajustar sua tensão de saída vagarosamente até obter 1A de corrente
na bobina. Se for necessário, aumentar a disponibilidade de corrente de saída da
fonte atuando em seu controle de corrente. Anotar a tensão de saída da fonte:

Tensão da Fonte: _________

ATENÇÃO: Não desligue a fonte de CC ao completar a medição! Reduza a saída


da fonte para zero volts usando o seu controle de tensão ANTES de
desliga-la! Este procedimento é necessário para evitar a geração de
elevada força contra-eletromotriz na bobina em função da energia
armazenada no seu campo, o que pode danificar a fonte. A energia
armazenada na bobina é dada por E=1/2 LI2 (J).

3) Ajustar a saída da fonte para zero volts, desligar a mesma e desfazer as


conexões.

Operação em CA

Quando uma bobina for ligada em uma fonte de CA, a corrente no circuito será limitada
por sua impedância, que é o resultado da combinação dos efeitos de sua resistência
interna e de sua indutância. Ocorrerá a formação do campo e o mesmo irá variar de
intensidade obedecendo as variações de corrente. O campo será mais intenso se o núcleo
da bobina for de ferro. Além disso, como a corrente alternada varia de polaridade a cada
semiciclo da rede CA, o campo também vai mudar sua polaridade a cada semiciclo.

1) Com a bancada desligada, ligar o varivolt em 127 V e girar o controle de tensão de


saída do varivolt todo para a esquerda e realizar a montagem de teste mostrada na
Figura 6.6. Usar o multímetro na escala de 10 A de CA. Tomar cuidado nas
conexões.

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Fig. 6.6 - Bobina Operando em CA

3) Ligar a bancada e aumentar vagarosamente a tensão de saída do varivolt até a


corrente atingir 1 A. Em seguida, medir e anotar a tensão fornecida pelo varivolt.

Tensão do Varivolt: _________

4) Constatar que a tensão fornecida pelo varivolt para obter a corrente de 1A na bobina
é muito maior do que a tensão da fonte de CC para obter a mesma corrente. Este é o
efeito da impedância da bobina. Em CA, precisamos levar em conta a impedância de
um circuito e não apenas a sua resistência ôhmica.

- Calcular a impedância Z da bobina em ohms, ou seja, sua oposição total à


passagem da corrente, usando:

Z=V/I (Ω)

Z calculada: __________

- O valor de Z para a bobina pode ser calculado também por:

𝑍= 𝑅 +𝑋 (Ω)

onde XL = 2FL é a reatância indutiva da bobina em ohms. No caso de nosso


teste, F é a frequência da rede da CEMIG, ou F = 60 Hz.

- Conhecendo-se Z e os valores medidos de RBOB e de L, calcular o valor de XL


usando a expressão de Z e sua expressão direta:

XL(usando Z) = ____________ XL(usando XL=2FL) = ____________

Os valores correlacionam? _____________

5) Inserir agora um núcleo de ferro na bobina e constatar que ocorre uma redução na
corrente do circuito. Explicar o motivo da redução na corrente.

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6) Reduzir a saída do varivolt para zero volts e desligar a bancada. Desfazer as
conexões e guardar os instrumentos e os cabos de teste.

6.5 Análise de Resultados


Responder:

a) Explicar como ocorre o acoplamento magnético no circuito proposto.

b) O máximo acoplamento entre os indutores ocorre quando eles são colocados em fila ou
emparelhados (justapostos) um com o outro?

c) Como se pode determinar a indutância mútua através dos valores medidos?

d) As indutâncias totais medidas e calculadas correlacionam? Se não correlacionarem, podemos


determinar as prováveis causas?

e) Se, por necessidade de empacotamento de um projeto, dois indutores precisarem ser


montados próximos um do outro, tal como em um filtro de rede CA, como reduzir a sua
influência mútua?

f) Você pode notar, observando os resistores de potência do laboratório, que eles são de fio
enrolado em uma base de cerâmica vitrificada. Como se pode construir resistores de fio
como estes com a mínima indutância possível?

g) Qual é a energia armazenada no campo de uma bobina de 0,2H percorrida por uma corrente
de 1A?

h) Duas bobinas são idênticas, exceto que uma delas usa núcleo de ar e a outra núcleo de ferrite.
Qual delas apresenta maior indutância?

i) Se um núcleo de alumínio ou de cobre fosse inserido na bobina da Figura 6.6, o que


poderíamos esperar do comportamento do circuito?

6.6 Para Saber mais


Nota: Esta parte da aula prática é opcional.

O Fator de Qualidade de uma Bobina

Chamamos de Fator de Qualidade de uma bobina, ou o seu Fator de Mérito, cujo


símbolo é a letra Q, a razão entre a energia que ela pode armazenar e a energia nela
dissipada na forma de calor, durante 1 ciclo da onda de excitação aplicada na bobina, ou
seja:

Q = 2 (máx. energia armazenada / energia dissipada por ciclo)

Na Figura 6.4, a energia máxima armazenada na parte indutiva da bobina é dada por
Emax = ½ L(Imax)2 e a energia transformada em calor na sua parte resistiva é dada em
watts por:

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P = I2R = (𝑅), durante o período T = 1/F de um ciclo da onda de excitação.

Substituindo os valores:


Q = 2 = =

O valor de Q é adimensional. No caso de bobinas com Q  10, geralmente se pode


desprezar sua resistência interna.

O Efeito Pelicular

Quando uma corrente contínua percorre um condutor, ela se distribui uniformemente em


toda a seção transversal do mesmo. No entanto, o mesmo não ocorre no caso de corrente
alternada, que tende a se propagar na preferia do condutor. Isto causa um aumento na
resistência à corrente alternada do condutor.

Para verificar este efeito, basta medir a resistência da bobina usando a ponte LCR em
120 Hz e depois em 1 kHz. Anotar os resultados:

Resistência em 120 Hz:____________ Resistência em 1 kHz:___________

Verifica-se que a resistência da bobina na frequência de teste mais alta (1 kHz) é muito
maior do que sua equivalente em 100 Hz por causa do efeito pelicular.

Por este motivo, os condutores de energia elétrica são multifilares (trançados), pois isto
equivale a dividir um único condutor em vários deles, aumentando a área total da
periferia do condutor equivalente e reduzindo as perdas por efeito pelicular.

Mais ainda, os cabos que trabalham com altas frequências são ocos, pois devido ao
efeito pelicular não haveria vantagem se fossem maciços. Como exemplo, podemos
citar os cabos que fazem as conexões das antenas em uma estação de celular. Se eles
fossem maciços seriam pesados e caros, além de não apresentar menor perda na
transmissão de sinal se comparados aos cabos ocos.

Consultar na Internet sobre a construção de bobinas para operar nas frequências até 1
MHz usando o fio Litz, para reduzir os efeitos pelicular e de proximidade.

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