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Índice
Introdução 3
2
Introdução
O Guia de Aulas Práticas contém os roteiros que devem ser usados nas aulas de
laboratório de Eletricidade e Eletrotécnica do Instituto Politécnico da PUC Minas. As aulas
de laboratório têm por objetivo fixar os conceitos estudados nas aulas teóricas, através de
cálculo, simulação, montagem e teste de circuitos elétricos usados em situações práticas. Os
simuladores Solve Elec e Multisim, ou equivalentes, podem ser usados para realizar as
simulações exigidas nas aulas de laboratório.
Cada aluno deverá obter uma cópia pessoal do guia de aulas práticas, que é de uso
individual. O guia está disponível no SGA. As tabelas de resultados de teste, cálculos e
simulações que existem nos guias deverão ser preenchidas durante as aulas. A bibliografia
recomendada no cronograma de aulas de laboratório pode ser usada como material de
consulta adicional e base teórica para usar este guia de aulas. A correta utilização do guia de
aulas é um dos critérios usados pelo professor da disciplina para avaliar o aproveitamento
do aluno nas aulas de laboratório.
Recomenda-se que o aluno faça em casa ou nos horários de monitoria do laboratório uma
leitura prévia do roteiro das aulas e realizar os cálculos solicitados antes das montagens
práticas. Isto permite preencher previamente as colunas de cálculo de parâmetros nas
tabelas de anotação de resultados. Este procedimento é muito importante para se ganhar
tempo e assim melhor aproveitar as práticas para operar os aparelhos de teste. Com isso,
consegue-se maior agilidade no desenvolvimento dos trabalhos no laboratório e
esclarecimento mais rápido de dúvidas. As simulações devem ser preferencialmente
realizadas durante as aulas práticas, permitindo melhor acompanhamento pelo professor.
Todo o espaço disponível no guia de aulas deve ser usado para anotações, cálculos, registro
de formas de onda, representação de esquemas auxiliares, etc., para constituir uma base de
informações úteis sobre as práticas realizadas. O aluno poderá usar seu guia de aulas
individual como fonte de consulta na prova de laboratório, na forma impressa.
As respostas dos questionários existentes em cada uma das práticas deverão ser entregues
ao professor na forma de um relatório simples, que serão examinados pelo professor e
usados como critério de avaliação para a composição da nota final do aluno. Se um aluno
preferir usar um tablet ou um notebook ao invés do guia de aulas em forma impressa,
deverá ser capaz de copiar e preencher as tabelas no computador e traçar os gráficos
solicitados, da mesma forma que faria usando o guia de aulas impresso, para que seu
desempenho possa ser avaliado.
O Anexo 1 contém uma orientação geral para a emissão de relatórios e trabalhos solicitados
pelo professor. Recomenda-se também que o aluno obtenha no site da biblioteca da PUC
Minas uma cópia do guia para a emissão de trabalhos acadêmicos no âmbito da
universidade. As normas da ABNT podem ser acessadas através do site da biblioteca da
PUC Minas. O SI-Sistema Internacional de Unidades deve ser usado em todas as atividades
previstas para as aulas de laboratório. Um guia para se usar corretamente o SI está
disponível no SGA.
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1. Apresentação do Laboratório e Medidas Elétricas
Iniciais
1.1 Objetivos
Conhecer as instalações do laboratório e os recursos disponíveis nas bancadas de
trabalho. Tomar conhecimento das recomendações e práticas de segurança necessárias
para se trabalhar com eletricidade e circuitos energizados com tensões de até 220 V.
Realizar medidas elétricas iniciais utilizando corretamente o multímetro digital e o
varivolt. Receber informações básicas sobre a NR-10.
- 1 multímetro digital
- 1 voltímetro CA analógico para 300 V
- 1 variador de tensão CA para 127 V
- 1 conjunto de cabos de teste
As aulas práticas são realizadas usando roteiros elaborados para obter o máximo
aprendizado no tempo disponível. As regras de funcionamento e utilização do
laboratório estão disponíveis em seu quadro de avisos. As regras devem ser obedecidas
rigorosamente. Os materiais de uso pessoal dos alunos podem ser guardados sob as
bancadas ou nas prateleiras específicas para tal finalidade.
A bancada possui um painel de comando frontal equipado com botoeiras para ligar e
desligar a sua alimentação geral, as tomadas frontais e o seu computador. O painel de
comando possui sinalização luminosa de “bancada ligada” e permite seu desligamento
rápido em caso de necessidade.
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As bancadas incluem um disjuntor no painel frontal para ligar e desligar apenas o
sistema trifásico. Dois circuitos trifásicos estão disponíveis na parte frontal da bancada
através conjuntos separados de soquetes do tipo MC. As fases são identificadas por R,
S, T e o condutor de neutro por N.
A figura abaixo ilustra dispositivos DPS e DS. O DPS usa um varistor para suprimir
transitórios de tensão elevada. A curva de característica I x V de um varistor está
mostrada para referência.
Comentários Adicionais
ATENÇÃO! Não use o osciloscópio para medir diretamente a tensão da rede CA.
Além do risco de se danificar o instrumento, esta ação pode causar
choques perigosos e acidentes pessoais. A medição da tensão da rede
exige cuidado especial e transformador para isolamento do osciloscópio.
7
ATENÇÃO! Não ligue ou use nenhum tipo de instrumento de teste que não conste no
roteiro de aulas práticas sem a prévia autorização do professor.
Os multímetros são alimentados por uma bateria interna. No caso dos modelos 15B e
175, da Fluke, basta girar a chave seletora de escala de medição para ligar o aparelho.
No modelo ET-2042D da Minipa, tecla POWER deve ser acionada. Os multímetros
possuem desligamento automático, que ocorre após certo tempo de inatividade, para
aumentar a duração de sua bateria interna.
A tecla HOLD permite congelar a última leitura realizada, mas não deve ser acionada
sem necessidade para que as medições normais possam ser realizadas
consecutivamente. A iluminação de fundo do display pode ser ligada acionando-se o
botão ou a tecla correspondente. Depois de acionada, a iluminação se apaga
automaticamente após certo tempo de uso para aumentar a duração da carga da bateria.
Nos multímetros Fluke modelos 15B e175 o usuário deve selecionar o tipo de parâmetro
a ser medido e o multímetro selecionará automaticamente a faixa de medição. O usuário
pode também selecionar a faixa de medição manualmente, acionando a tecla RANGE.
No caso do Minipa ET-2042D, o usuário precisa selecionar o tipo de medição e a faixa
desejada, o que exige mais atenção para evitar danificação do instrumento.
Instrumentos podem ser do tipo analógico (com uma ou mais escalas com diversas
gravações e um ponteiro indicador) ou então digitais (com display monocromático ou
colorido). A figura seguinte ilustra os dois tipos de instrumentos.
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Para que o usuário possa identificar as escalas de
corrente contínua (CC) e de corrente alternada
(CA), a simbologia mostrada ao lado é colocada
no painel junto ou acima das respectivas faixas
de medição de tensão (V) ou de corrente (A). A
simbologia mostrada ao lado identifica se a
medição será realizada em CC ou CA.
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No caso de multímetros similares ao 15B, a chave seletora geralmente permite
selecionar mais de uma função de teste, geralmente indicada na cor amarela para
diferenciar a escala básica escolhida das outras escalas disponíveis na mesma posição da
chave. Para selecionar o segundo conjunto de medição em uma dada posição da chave
seletora, basta acionar a tecla amarela. O display do multímetro coloca na tela a
unidade da escala escolhida.
Nesta primeira aula de laboratório, vamos usar o multímetro apenas para medir as
tensões das saídas de 220 V da bancada e de suas tomadas de 127 V.
ATENÇÃO!
- Para medir tensão, o multímetro é ligado em paralelo com o circuito a ser medido.
- O multímetro pode se danificar facilmente se as escalas forem selecionadas
incorretamente e as conexões das pontas de prova não forem realizadas de forma
adequada.
- Antes de realizar qualquer tipo de medição, coloque o instrumento na escala mais
apropriada e as pontas de prova nos soquetes específicos para as medições
pretendidas. Se houver dúvida sobre qual escala usar, pergunte ao professor.
- Não meça tensão com as pontas de prova inseridas nos soquetes para medir correntes
ou capacitância!
- Tenha certeza de que capacitores estão descarregados antes de medir sua
capacitância!
- Use a lei de Ohm para fazer uma avaliação preliminar da ordem de grandeza das
medidas a serem realizadas, para então colocar o instrumento na escala mais
apropriada.
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- Se houver qualquer dúvida ou falta de informação sobre a faixa de medição que deve
ser usada, comece usando a maior escala disponível para a grandeza a ser medida e
depois, se for necessário, selecione a escala mais conveniente para as medições.
- Cuidado! Alguns multímetros exigem a seleção manual do tipo de grandeza a ser
medida e também da faixa de medição. Outros modelos requerem a seleção da
grandeza de medição, sendo a seleção de faixa realizada automaticamente neste caso.
- Não meça correntes da ordem de ampères usando as escalas de miliampères!
- No caso de multímetros ET-2042D e similares, após concluir os trabalhos deixe o
multímetro na escala de 750 V de CA antes de acionar a tecla POWER. No caso do
multímetro 15B e similares, coloque a chave seletora em OFF.
3) Medir e anotar as tensões disponíveis entre as fases das saídas trifásicas de 220 V,
conforme solicitado na Tabela 1.1. Em seguida, medir as tensões fase-neutro. Pedir
orientação ao professor para realizar com segurança estas medições iniciais.
Tabela 1.1 - Medida das Tensões da Rede CA Trifásica
A R R
B S S
C T T
N(neutro) N(neutro) N(neutro)
11
A CEMIG usa a designação A, B e C para as fases do seu sistema de potência, mas a
indústria usa R, S e T nas suas subestações internas e nos circuitos de proteção,
comando, iluminação e controle. A ABNT segue a IEC. A bancada do laboratório usa a
nomenclatura IEC/ABNT.
Responder:
a) As tensões medidas entre as fases (VFF) e entre as fases e o neutro (VFN) da rede são
iguais?
b) Se as tensões estiverem variando, qual seria o principal motivo?
c) Qual é a razão numérica existente entre as tensões fase-fase e fase-neutro da rede
CA? Raiz de 3
Responder:
Cuidado neste Teste! Será usada a função de teste de linha “viva” do multímetro
(posição “Test”). Apenas a ponta de prova vermelha ligada
no soquete “V F” do multímetro será usada!
Responder:
a) O que podemos concluir sobre as conexões das tomadas a partir destas medições?
c) Você conhece alguma ferramenta simples e barata que pode ser usada para
identificar a presença de fase em uma tomada elétrica de 127 V ou de 220 V?
1) Com o varivolt desligado, girar seu controle todo para a esquerda e conectá-lo na
tomada CA de tensão adequada para o modelo de varivolt a ser usado.
2) Realizar a montagem mostrada na Figura 1.2. Neste teste a tensão fornecida pelo
varivolt será medida por dois voltímetros que usam tecnologias diferentes, um digital
(o multímetro) e o outro analógico (com ponteiro). Usar a escala apropriada no
multímetro digital para medir tensão CA até 300 V. Usar a escala apropriada no
voltímetro CA para medir até 300 V. Inserir as pontas de prova nos soquetes
adequados dos aparelhos de medida.
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Fig. 1.2 - Montagem Para Uso do Varivolt
50 b) O varivolt permitiu
obter uma tensão de
75 saída maior do que a
tensão da rede de
alimentação?
100
c) Anotar abaixo os dados de placa do varivolt que foi usado nesta prática:
Responder:
a) Suponha que você precisa ligar um rádio mas a tensão da rede da CEMIG está
abaixo do valor nominal de 127 V por algum motivo desconhecido. Um varivolt
pode então ser usado para aumentar a tensão. Qual é o risco que se corre ao se
adotar esta solução?
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2. Montagem e Funcionamento de Circuitos Elétricos
2.1 Objetivos
Realizar montagens e constatar o funcionamento de circuitos elétricos de 127 V usados
no controle de tomadas, cargas e iluminação. Utilizar interruptores 3-way e 4-way.
Localizar e solucionar defeitos na montagem de circuitos usando a função de teste de
continuidade do multímetro.
- 1 multímetro digital
- 1 painel ou dispositivos didáticos com conectores, interruptores e soquetes (boquilhas)
- 1 lâmpada do tipo incandescente, halógena, fluorescente compacta ou de LED
- 1 conjunto de cabos de teste
- 1 jogo de chaves de fenda
2.3 Introdução
Esta aula prática permitirá aos alunos realizar montagens de circuitos alimentados com
127V e ganhar experiência com dispositivos elétricos. Serão usados painéis didáticos,
dispositivos individuais e acessórios, tais como disjuntor de proteção, interruptor
simples, interruptor 3-way, interruptor 4-way, tomadas e soquetes para lâmpadas. As
conexões são realizadas com fios, barra de terminais, conectores e cabos de teste,
conforme for necessário.
Os alunos que concluírem uma das três montagens indicadas em seguida poderão
realizar as demais utilizando os recursos disponíveis. Esta prática não requer a
preparação de relatórios por parte dos alunos.
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ATENÇÃO! Todas as medidas serão realizadas com o multímetro digital. Não ligue
ou use nenhum tipo de instrumento de teste que não conste no roteiro de
aulas práticas sem a prévia autorização do professor.
6) Uma fotocélula pode ser adicionalmente ligada na tonada do circuito. Ver o item
2.8 desta prática.
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Fig. 2.2 - Circuito com 3-Way
Responder:
17
• Qualquer um dos três interruptores na Figura 2.3 poderá acender ou apagar a
lâmpada sem depender da condição em que estiverem os outros dois
interruptores.
Responder:
2) A montagem com fotocélula para controle de iluminação pode ser ligada na rede
CA separadamente, ou então pode trabalhar ligada na tomada da montagem da
Figura 2.1.
Responder:
18
3. Fontes de CC e a Lei de Ohm
3.1 Objetivos
Utilizar com desenvoltura fontes de CC e multímetros. Comprovar a Lei de Ohm através de
cálculo, simulação e montagem de circuitos. Realizar corretamente medições de resistência,
tensão e corrente em circuitos de CC. Reconhecer e utilizar diferentes tipos de unidades
elétricas. Utilizar o SI-Sistema Internacional de Unidades.
1) Ligar a fonte e ajustar em sequência as duas saídas para os valores indicados na Tabela
3.1 usando o display da fonte. Usar então o multímetro na escala de volts de CC para
medir as duas saídas da fonte e anotar os resultados na Tabela 3.1. Medir também a
saída fixa de +5 V. Observar a correta polaridade das pontas de prova.
Responder:
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b) Construir gráficos v x t representando fontes de CC de 12 V e de -6 V:
d) Que valor de tensão está sendo medido em cada figura? A tensão é de CC ou CA?
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A Lei de Ohm estabelece que a queda de tensão em um circuito é o produto da corrente nele
circulante por sua resistência, ou seja: V = I x R. A lei de Ohm define então a relação linear
que existe entre a corrente I que pode circular em um circuito (o efeito), sua causa (o
potencial elétrico V) e a sua oposição (a resistência elétrica R), da seguinte forma.
I=V/R (A)
P=VxI (W)
P = V2 / R (W) e P = I2 x R (W)
Resistores podem ser associados em série ou em paralelo. O aparelho que mede resistência
elétrica é o ohmímetro. Nesta prática, usaremos a escala de ohms (Ω) do multímetro para
medir resistência elétrica. Colocar a ponta de prova vermelha do multímetro no soquete Ω e
a preta no soquete COM (comum).
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1) Usando dois resistores do laboratório, que vamos denominar R1 e R2, identificar
seus valores nominais e medir suas resistências individuais, anotando os resultados
na Tabela 3.2.
R1 R2
Valor nominal:_______ Valor nominal:______
Valor medido: _______ Valor medido: _______
Associação em Série: RE = R1 + R2
Valor calculado:__________
Valor medido: ___________
2) Simular em seguida o circuito da Figura 3.1 usando os valores medidos dos resistores
e usando fonte de CC de 10 V. Obter a corrente I para cada valor de carga indicado
na Tabela 3.3 e anotar os resultados. Os valores obtidos na simulação deverão ser
iguais aos calculados.
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Tabela 3.3 - Medidas no Circuito Alimentado com V = 10 V
Valores Valor Leitura no Leitura Display
Carga da Fonte
Calculados Simulado Multímetro da Fonte
Conexão da R I P I I I
Carga (Ω) (A) (W) (A) (A) (A)
Resistores em
Série
Resistor R1
Apenas
Resistores em
Paralelo
Responder:
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k) Qual é a leitura do instrumento em cada caso?
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4. Circuitos Elétricos e as Leis de Kirchhoff
4.1 Objetivos
Comprovar as leis de Kirchhoff por meio de cálculos, simulações e experimentos práticos.
Analisar corretamente as medições de corrente e de tensão realizadas em circuitos de CC
comparando-as com os valores calculados e simulados. Utilizar com desenvoltura os
instrumentos de teste.
- 1 multímetro digital
- 1 fonte de CC ajustável, 0-30 V, 0-3 A
- 2 resistores de potência de 500 Ω/200 W (ou 250 Ω/200 W)
- 1 resistor de potência de 300 Ω/200 W (ou 100 Ω/200 W)
- 1 computador com simulador de circuitos instalado
- 1 conjunto de cabos de teste
4.3 Introdução
Nesta prática vamos usar as leis de Kirchhoff, assim como a lei de Ohm, para calcular as
correntes e tensões presentes em um circuito elétrico. Em seguida, usando o simulador
disponível, vamos simular os circuitos e obter as correntes e tensões. Finalmente, vamos
montar os circuitos e usar os instrumentos para obter as correspondentes leituras dos
parâmetros calculados e simulados. Todos os resultados deverão ser anotados nas tabelas
para serem analisados.
A lei de Kirchhoff das tensões, ou LKT, estabelece que a tensão aplicada em um circuito
fechado é igual à soma algébrica das quedas ou elevações de tensão que ocorrerem naquele
circuito. A soma algébrica significa que os sinais das elevações e quedas de tensão devem
ser levados em conta nas adições. Sua validade pode ser demonstrada usando o circuito da
Figura 4.1.
VB = V1 + V2 + V3
VB - V1 - V2 - V3 = 0
V=0
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LEI DE KIRCHHOFF DAS CORRENTES
A lei de Kirchhoff das correntes, ou LKI, estabelece que a soma das correntes que entram em
um nó ou junção de circuito é igual à soma algébrica das correntes que saem deste nó. A
soma algébrica significa que os sinais das correntes devem ser incluídos nas adições. Sua
validade pode ser demonstrada usando o circuito da Figura 4.2.
Assumindo na Figura 4.2 que as correntes que entram na junção ou nó do circuito são
positivas e as que saem são negativas, então:
I1 + I4 = I2 + I3
I1 - I2 - I3 + I4 = 0
I=0
1) Nesta prática será usado o circuito de teste mostrado na Figura 4.3. Usar na
montagem os resistores que estiverem disponíveis no laboratório.
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3) Calcular as tensões usando a lei de Ohm e preencher a coluna Valores Calculados da
Tabela 4.1. Simular o circuito, obter os resultados e preencher a coluna Valores
Simulados da Tabela 4.1.
3) Desligar a fonte.
5) Ligar a fonte e medir a corrente I1. Em seguida, medir I2 e I3. Anotar os resultados de
teste na coluna Valores Medidos da Tabela 3.2.
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ATENÇÃO: Antes de movimentar o multímetro de um ponto ao outro do circuito é
preciso desligar a fonte.
Responder
A PONTE DE WHEATSTONE
O circuito mostrado na Figura 4.4 é muito útil e por isso muito importante. Trata-se da Ponte
de Wheatstone. A ponte pode ser usada para medir com precisão o valor de resistências
desconhecidas. Além disso, variações no circuito da ponte permitem medir capacitância,
indutância, impedância e outras grandezas. Um miliamperímetro é montado entre os nós
centrais A e B do circuito. Dizemos que a ponte está em equilíbrio quando os nós A e B
estiverem no mesmo potencial, ou seja, quando o miliamperímetro indicar uma corrente
igual a zero.
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Fig. 4.4 - A Ponte de Wheatstone
IX RX = I1 R1 e IX R3 = I1 R2
IXRX / IX R3 = I1 R1 / I1 R2
RX / R3 = R1 / R2 ou RX = R3(R1 / R2)
b) Montar na ponte um resistor RX cujo valor é o mais próximo possível do valor calculado
no item “a” acima. O equilíbrio da ponte foi alcançado?
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c) Na sua opinião, qual seria o melhor tipo de medidor para uso na ponte: digital ou
analógico?
d) Qual seria o melhor tipo de escala para o medidor usado na ponte: zero à esquerda, zero
central ou zero à direita?
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5. Uso do Gerador de Funções e do Osciloscópio
5.1 Objetivos
Utilizar corretamente o gerador de funções e o osciloscópio. Realizar medições seguras com
estes instrumentos e analisar criticamente os resultados.
5.4 Introdução
Para obter o maior aproveitamento possível da aula prática, recomenda-se que os alunos
leiam com antecedência este texto introdutório para familiarização inicial com
osciloscópios e geradores de funções.
NOTA: Apenas para exemplificar, assim como para facilitar a familiarização com a
operação de osciloscópios e geradores, vamos descrever o painel, controles e
funções do osciloscópio digital Agilent modelo 1102B e do gerador de funções
Agilent 33210A, mostrados nas Figuras 5.1 e 5.2. Os instrumentos disponíveis
no laboratório podem ser de outros modelos.
O OSCILOSCÓPIO
O osciloscópio é um dos mais poderosos instrumentos de teste que existe na engenharia.
Ele permite visualizar as formas de onda dos sinais e medir seus parâmetros, facilitando
a análise do funcionamento dos circuitos e a pesquisa de defeitos.
Um osciloscópio digital tal como o 1102B é capaz de realizar automaticamente uma
grande quantidade de medições, gravar os resultados em um “pen drive” e se comunicar
com um computador externo para exportar resultados de teste e ser remotamente
controlado. Estão disponíveis osciloscópios com tela sensível ao toque e que podem ser
controlados por smartphones.
É importante aprender como operar o osciloscópio o mais rapidamente possível para
obter maior agilidade no desenvolvimento das aulas de laboratório. A Internet permite
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acessar o manual de operações do instrumento. O menu de ajuda (Help) do instrumento
também pode ser usado para se obter informações sobre a sua operação.
A tela do osciloscópio tem o formato (ou razão de aspecto) 3 x 4, com 10 divisões
horizontais de 1cm e 8 divisões verticais de 1cm, com suas subdivisões. Outros
formatos mais modernos também são usados.
O osciloscópio é essencialmente um voltímetro capaz de mostrar ondas no tempo e
medir seus parâmetros. Para tanto, o eixo ou escala horizontal (tempo) da tela é
calibrado em s/div com seus respectivos submúltiplos (ms/div, s/div ou ns/div). O eixo
ou escala vertical (amplitude) da tela é calibrada em volt/div ou então em mV/div.
As calibrações da tela nos eixos vertical e horizontal podem ser ajustadas pelo usuário
para obter ondas na tela que sejam de fácil visualização e interpretação. Em geral a
máxima amplitude vertical é de 5 V/div ou então de 10 V/div, dependendo do modelo
do osciloscópio. O valor de cada divisão principal da tela pode ser ajustado nos
respectivos controles de atenuação (sensibilidade) vertical e controle de tempo
(varredura) horizontal, em função das medições que estiverem sendo realizadas.
Um osciloscópio deve ser ajustado de tal forma a fazer com que as ondas mostradas na
tela sejam estáveis e repetitivas. A estabilização das ondas na tela depende da correta
seleção da fonte de sinal de sincronismo (trigger) a ser usada nas medições, assim
como do ajuste de nível do “trigger”.
O osciloscópio do laboratório possui dois canais de entrada, denominados canais 1 e 2,
e uma entrada de sincronismo externo (“Ext Trig” ou “Sync”). Estão disponíveis outros
modelos de osciloscópios com quatro ou mais canais de entrada. No instrumento que
vamos usar os sinais a serem medidos serão aplicados nos canais 1 ou 2 por meio de
uma ponta de prova. O sinal de sincronismo é importante para estabilizar as ondas na
tela.
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O acionamento do botão “Trig Menu” ou “Trig Source” apresenta as fontes de
“trigger” (gatilho ou sincronismo) que podem ser usadas. A fonte deve ser selecionada
pelo usuário em função da medição que estiver sendo realizada.
Se for necessário sincronizar o osciloscópio em um sinal externo, o mesmo deve ser
aplicado na entrada “Ext Trig” e esta opção deve ser selecionada no menu de
sincronismo. Para medir sinais relacionados com a rede CA, tal como o “ripple” de uma
fonte de CC, recomenda-se usar a opção de sincronismo “Line” (Linha ou Rede)
Os sinais aplicados nos dois canais de entrada podem ser visualizados e medidos
simultaneamente, ou então um por vez. Qualquer um deles pode servir como fonte de
sincronismo, ou de “trigger”.
Além de realizar medições de amplitude e tempo, o osciloscópio é capaz também de
realizar operações matemáticas nos dois sinais de entrada, tais como a soma, subtração,
multiplicação e FFT (Transformada Rápida de Fourier). A função FFT permite analisar
sinais no domínio da frequência.
Para facilitar a preparação do instrumento e a execução das medições, o osciloscópio
possui um controle chamado “Auto Scale”, que programa internamente as funções do
mesmo permitindo visualizar rapidamente na tela as formas de onda que estiverem
sendo medidas. Operadores experientes não usam este controle e os novatos devem
tentar fazer o mesmo, mas o controle é útil se ocorrerem dificuldades iniciais na
operação do osciloscópio.
O osciloscópio pode transferir todas as informações que estiverem sendo mostradas na
sua tela para um pen drive, usando o comando de gravação.
O GERADOR DE FUNÇÕES
O Gerador de Funções gera sinais de teste senoidais, quadrados, retangulares,
triangulares, pulsos, ruído e sinal de sincronismo, entre outros. É utilizado para testes e
calibração de circuitos eletrônicos. A frequência de saída do gerador e a amplitude dos
sinais podem ser ajustadas por controles existentes no seu painel frontal. A Figura 5.2
apresenta como exemplo o painel frontal do gerador Agilent 33210A.
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Descrição dos Controles do Gerador 32210A
1 Display em modo normal ou gráfico 8 Selecionar formas de onda
2 Ligar/desligar o gerador 9 Disparo manual (varredura e burst)
3 Controlar Modulação/Varredura/Burst 10 Habilitar/Desabilitar a saída
4 Gravar/Chamar funções 11 Teclado e “knob” p/ ajustar frequência/nível
5 Chamar o menu de utilidades 12 Controlar a posição do cursor no display
6 Chamar o menu de auxílio 13 Saída de sincronismo do gerador
7 Selecionar o parâmetro no display 14 Saída de ondas do gerador
O gerador permite ajustar o fator de trabalho da onda de saída e colocar nela um “offset”
(pedestal de CC) que pode ser positivo ou negativo, conforme for a necessidade do
circuito sob teste.
O teclado numérico permite programar diretamente os valores de frequência e de
amplitude. A tecla iluminada (por exemplo, a tecla Sine na Figura 5.2) indica a função
que está ativada.
A impedância de saída do gerador é de 50 . O gerador pode ser programado para
trabalhar com cargas externas de 50 ou com cargas de alta impedância (HIGH Z)
usando o controle (5). Se a carga ligada na saída do gerador for diferente de 50 , para
que o nível de sinal indicado no display do gerador corresponda ao nível efetivamente
colocado na saída, a impedância deve ser programada para “HIGH Z”.
O gerador fornece também uma saída que fornece pulsos de sincronismo (13) para
servir de referência ao circuito sob teste, ou para sincronizar um osciloscópio. A
amplitude dos pulsos desta saída varia entre 0 V e 5 V (nível TTL). A frequência dos
pulsos é a mesma daquela ajustada para as ondas de saída do gerador. A saída de ondas
é ativada acionando-se o botão Output (10).
Além de fornecer sinais “puros” e ruído, o gerador de funções pode também fornecer
sinais com modulação AM, FM e FSK, aumentando sua versatilidade para testar
diversos circuitos.
5.5 Operação do Osciloscópio
1) Ligar o osciloscópio e aguardar o seu auto-teste. Apertar qualquer botão após a
conclusão do auto-teste para liberar os controles do osciloscópio. A tela deverá
apresentar um ou dois traços horizontais. Se isto não ocorrer, peça ajuda ao professor.
35
4) Usar o controle de posição vertical do canal 1 para colocar o traço horizontal do
osciloscópio na parte visível da tela. No lado esquerdo da tela, uma pequena seta
amarela indica onde está ajustada a posição do “terra” ou referência de zero volt
do canal 1. O nível de referência zero pode ser ajustado para que o traço do canal 1
(ou do canal 2) fique no centro da tela, caso apenas um canal esteja sendo usado.
- Acoplamento : CC
- Filtro de faixa: ligado
- Ajuste de sensibilidade Grosso/Fino: grosso
- Atenuação da ponta: conforme a ponta usada (ver texto a seguir)
- Inversão de sinal: desligado
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Fig. 5.3 - Circuito Simplificado da Entrada do Osciloscópio
7) O controle de “trigger” serve para sincronizar o sinal aplicado no osciloscópio para que
a onda mostrada na tela fique estável. Chamar o menu de “trigger” e programá-lo para
utilizar como fonte de sincronismo o sinal aplicado no canal 1. Programar também o
modo de operação do “trigger” para “automático”.
• O nível de trigger deve ser ajustado até se obter uma onda estável na tela. Uma
pequena seta no lado direito da tela mostra o ajuste do nível de trigger. O nível
deve ser ajustado de tal forma que esta seta permaneça dentro da forma de onda
selecionada como fonte de sincronismo.
Uma ponta X10, que é muito comum, atenua o sinal a ser medido 10 vezes antes de injetá-lo
no osciloscópio. A atenuação externa proporcionada pela ponta de prova oferece uma
proteção adicional ao osciloscópio, pois ajuda a limitar a amplitude máxima do sinal a ser
medido antes que ele seja injetado no instrumento. Qual é a atenuação das pontas de prova
do seu osciloscópio? ______________
37
Após serem calibradas em um osciloscópio, as pontas de prova precisam ser recalibradas
sempre que forem usadas em um osciloscópio de modelo diferente, pois os circuitos de
entrada dos osciloscópios, que diferem de um modelo para outro, são usados para constituir
um atenuador de sinal juntamente com o circuito da própria ponta.
Algumas pontas de prova permitem selecionar a sua atenuação. A Figura 5.4 apresenta o
esquema básico de uma ponta de prova do tipo X1/X10, cuja atenuação pode ser selecionada
pelo usuário comutando-se a chave existente no corpo da mesma. Notar o comutador
X1/X10 e os símbolos de BNC e de cabo coaxial. Notar também o símbolo e a construção
do conector BNC: o pino central é o terminal “vivo”.
Recomenda-se ligar no circuito a ser testado primeiro o terminal de “terra” dos cabos e
pontas de teste, para depois ligar o terminal “vivo”. Este procedimento evita sobrecargas
momentâneas nos instrumentos de teste. Para remover as pontas e os cabos de teste, o lado
“vivo” deve ser desligado primeiro.
3. Usar o controle de posição vertical do canal 1 para colocar a referência de zero volt do
traço horizontal bem no meio da tela. Ajustar o fator de escala vertical para 2V/div.
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controle de nível de “trigger” para estabilizar a onda na tela. A amplitude da onda na tela
deverá ser 5 V (2,5 divisões verticais de 2 V).
5. Se a ponta de prova estiver bem ajustada, os pulsos retangulares gerados pelo calibrador
serão apresentados sem distorções. Se os pulsos estiverem distorcidos, corrigir a
distorção introduzida pela ponta de prova atuando no seu “trimmer” de ajuste com a
chave de plástico ou madeira disponível para tal finalidade. Não usar chave metálica
neste ajuste. A Figura 5.6 ilustra as formas de onda obtidas na calibração da ponta.
2) Chamar o menu do canal 1, selecionar acoplamento CA, ligar o filtro limitador de faixa
e programar a atenuação da ponta para X10. Manter a opção de ajuste Fino/Grosso em
Grosso e a inversão do canal 1 em Desligado.
3) Programar a saída do gerador para fornecer uma onda senoidal com frequência de 1 kHz
e amplitude para produzir uma onda estável com 5 V pico a pico na tela do osciloscópio.
Acionar o botão Output do gerador para ativar sua saída.
39
Fig. 5.7 - Conexão do Osciloscópio no Gerador de Funções
5) Programar o gerador para fornecer outras formas de onda, tais como ondas quadradas,
triangulares, pulsos e ruído. Observar as diversas formas de onda ondas no osciloscópio.
7) Programar novamente o gerador para fornecer uma onda senoidal. Identificar o controle
DC OFFSET no gerador de funções. Variar o nível de “offset” do gerador e constatar
que, mesmo quando ele insere um pedestal de CC (offset) na sua onda de saída, não
ocorrem alterações no formato e frequência da onda mostrada na tela do osciloscópio.
10) Medir agora diretamente na tela quantas divisões a amplitude pico a pico da onda está
ocupando. Multiplicar o valor obtido na tela pelo o fator de escala ajustado no controle
volt/div do canal 1, cujo valor é também indicado na tela.
Nota: É incorreto expressar a amplitude de uma onda qualquer usando Vp-p, tal como,
por exemplo, 5 Vp-p. No SI-Sistema Internacional de Unidades, a unidade de
potencial elétrico é o volt e não Vp-p. Assim, o correto é escrever: Vp-p=5 V.
Consultar a apostila sobre o SI, disponibilizada no SGA.
11) Medir agora diretamente na tela o número de divisões horizontais que existem entre
zeros consecutivos da onda, ou então entre dois picos da mesma, o que for mais fácil.
Multiplicar o valor encontrado pelo fator de escala de tempo indicado na tela. O
resultado será o valor do período da onda do gerador em segundos.
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T = (No. de divisões entre dois zeros) x (Fator de escala s/div) = ____________
1
12) Conhecendo o valor de T, obtemos a frequência em hertz usando f = _______
T
13) Realizar agora as medições de tensão pico a pico, período e frequência utilizando os
cursores do osciloscópio e depois a função de medição automática. Anotar os resultados:
14) Comparar os três métodos usados para realizar as medições e marcar abaixo qual deles
você prefere:
Responder
- Você pode imaginar uma situação na qual o uso dos cursores seria mais vantajoso?
15) Programar agora o gerador de funções para gerar uma onda quadrada de 1kHz. Chamar
o menu “Utility” do gerador e variar o Fator de Serviço (duty-cycle) da onda. Observar o
que acontece com a forma de onda na tela do osciloscópio.
16) Programar no gerador o Fator de Serviço da sua onda quadrada para 50%, depois para
20% e, finalmente, para 80%.
- Desenhar, nos gráficos mostrados abaixo, as ondas obtidas para cada ajuste de fator
de trabalho. Não se esquecer de indicar nos gráficos os tempos correspondentes a
cada uma das três ondas.
17) Programar o gerador para fornecer novamente uma onda senoidal. Estabilizar a onda na
tela. Inserir um pen drive no osciloscópio no slot adequado do osciloscópio e apertar o
botão de gravação. Aguardar o término da operação e remover o pen drive. Inserir o pen
drive em um PC e examinar a gravação realizada.
41
18) Desligar o gerador e remover os cabos de teste.
Responder
Nas aplicações mais convencionais, os sinais mostrados na tela do osciloscópio são do tipo
Y x t, ou seja, o sinal a ser medido causa uma deflexão do traço na tela na direção vertical
e a deflexão horizontal no eixo de tempo é controlada por um sinal gerado internamente.
Em outras aplicações, tal como no teste das curvas I x V de diodos, é desejável que a
imagem formada na tela do osciloscópio seja o resultado da composição direta de dois
sinais externos, sem levar em conta o tempo na escala horizontal.
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Deflexão X - Y com Sinais de CC
3. Colocar agora as entradas dos dois canais do osciloscópio para trabalhar em CC com
ponta de prova X1 (para uso com cabo de teste BNC-Banana) ou X10 (se a ponta X10
do osciloscópio for usada no teste).
6. Ligar a fonte de CC e ajustar cada uma das saídas para 5 V. Observar o sinal na tela do
osciloscópio. Explicar o resultado obtido.
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6. Bobinas e Circuitos Indutivos
6.1 Objetivos
Realizar associações de bobinas e medições de indutância. Analisar o comportamento
de um circuito elétrico onde ocorre o acoplamento magnético entre os indutores e os
fatores que influenciam o acoplamento. Determinar o valor da indutância mútua entre
dois indutores utilizando um método prático.
6.3 Introdução
Bobinas constituem, juntamente com resistores e capacitores, os três componentes mais
importantes que existem na engenharia elétrica. Uma bobina é também chamada de
reator, indutor, solenoide ou choque, dependendo de sua aplicação. Bobinas são
fabricadas enrolando-se um condutor em uma forma que lhe serve de núcleo. A Figura
6.1 mostra a simbologia usada para representar bobinas nos circuitos, as aplicações de
cada tipo de núcleo e exemplos de construção de algumas bobinas.
Qualquer condutor elétrico é capaz de induzir nele mesmo uma pequena tensão ao ser
percorrido por uma corrente variável no tempo. Este fenômeno é chamado de “auto-
indutância” ou, simplesmente, “indutância”. A tensão instantânea VL induzida em um
condutor é dada em volts por:
di
vL L
dt
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onde L é a indutância do condutor. No SI-Sistema internacional de Unidades, L é dada
em henrys. O termo di/dt representa a taxa da variação da corrente i no tempo, sendo i
dada em amperes e o tempo t em segundos. Observar, através da equação acima, que a
corrente não pode variar instantaneamente em um condutor, pois a tensão induzida seria
infinita. Uma bobina ideal tem indutância de 1 H se, quando percorrida por uma
corrente variável no tempo com taxa de 1A/s, induzir uma tensão de 1 V entre seus
terminais
Se existir um circuito fechado nos terminais de L2, uma corrente variável no tempo irá
também circular nesta bobina, originando um campo que induzirá uma tensão em L1.
Logo, as duas bobinas apresentam uma indutância mútua e vão interagir entre si, pois
a variação de corrente em uma delas causa um fluxo mútuo bilateral e uma indução na
outra. O símbolo para indutância mútua é LM e a unidade é o henry.
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6.3.1 Associação de Bobinas
Bobinas podem ser associadas em série ou em paralelo e o resultado é uma bobina
equivalente cujo valor é determinado do seguinte modo:
Por outro lado, estando duas ou mais bobinas ligadas em série ou em paralelo em um
circuito, haverá circulação de corrente em todas elas e formação de campos. Se existir
acoplamento magnético entre elas, a indutância mútua LM não poderá ser desprezada.
No caso da associação em série, a indutância total será:
LEQUIV. = L1 + L2 2LM
O tipo de acoplamento que pode existir entre duas bobinas, aditivo, nulo ou subtrativo,
depende da posição de uma bobina com relação à outra, assim como do sentido ou
início do enrolamento das mesmas. Se o acoplamento entre as bobinas for aditivo,
usamos +2LM. Se for subtrativo, usamos –2LM.
A marca “” indica o início do enrolamento das bobinas. No caso das bobinas do
laboratório, usamos as cores dos bornes de ligação das bobinas para estabelecer a
referência ou polaridade para o sentido ou início do enrolamento.
Esta definição resulta nas situações onde as bobinas podem ser colocadas justapostas e
ligadas em série conforme mostrado na Figura 6.3a, onde o acoplamento mútuo é
aditivo, ou seja: LEQUIV.= L1 + L2 + 2LM
O fluxo magnético que envolve duas bobinas depende do espaçamento entre elas, da
orientação dos eixos das bobinas e da permeabilidade do material do núcleo. A fração
do fluxo total que envolve as bobinas é chamado de coeficiente de acoplamento, k.
O valor de k entre duas bobinas práticas é sempre menor do que a unidade. No caso de
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montagem perpendicular das bobinas, k é praticamente zero. O relacionamento k com o
fluxo mútuo é dado por:
𝐿 =𝑘 𝐿 𝐿
Bobina L1
Bobina L2
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6.4.2 Efeito da Indutância Mútua na Associação em Série
1) Medir com a ponte LCR a indutância total LEQUIV de cada associação conforme os
procedimentos descritos a seguir. Usar a Ponte LCR em 120 Hz. Anotar os valores
medidos de LEQUIV na Tabela 6.1.
Tipo de LEQUIV LM k
Acoplamento Medido Calculado Calculado
Aditivo
Subtrativo
Nulo
Depois que a corrente se estabilizar e atingir seu valor de regime, a lei de Ohm
determinará o valor da corrente. O campo existirá, porém não variará de intensidade e
não causará indução em outras bobinas ou circuitos nas proximidades.
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Operação em CC
2) Ligar a fonte e ajustar sua tensão de saída vagarosamente até obter 1A de corrente
na bobina. Se for necessário, aumentar a disponibilidade de corrente de saída da
fonte atuando em seu controle de corrente. Anotar a tensão de saída da fonte:
Operação em CA
Quando uma bobina for ligada em uma fonte de CA, a corrente no circuito será limitada
por sua impedância, que é o resultado da combinação dos efeitos de sua resistência
interna e de sua indutância. Ocorrerá a formação do campo e o mesmo irá variar de
intensidade obedecendo as variações de corrente. O campo será mais intenso se o núcleo
da bobina for de ferro. Além disso, como a corrente alternada varia de polaridade a cada
semiciclo da rede CA, o campo também vai mudar sua polaridade a cada semiciclo.
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Fig. 6.6 - Bobina Operando em CA
4) Constatar que a tensão fornecida pelo varivolt para obter a corrente de 1A na bobina
é muito maior do que a tensão da fonte de CC para obter a mesma corrente. Este é o
efeito da impedância da bobina. Em CA, precisamos levar em conta a impedância de
um circuito e não apenas a sua resistência ôhmica.
Z=V/I (Ω)
Z calculada: __________
𝑍= 𝑅 +𝑋 (Ω)
5) Inserir agora um núcleo de ferro na bobina e constatar que ocorre uma redução na
corrente do circuito. Explicar o motivo da redução na corrente.
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6) Reduzir a saída do varivolt para zero volts e desligar a bancada. Desfazer as
conexões e guardar os instrumentos e os cabos de teste.
b) O máximo acoplamento entre os indutores ocorre quando eles são colocados em fila ou
emparelhados (justapostos) um com o outro?
f) Você pode notar, observando os resistores de potência do laboratório, que eles são de fio
enrolado em uma base de cerâmica vitrificada. Como se pode construir resistores de fio
como estes com a mínima indutância possível?
g) Qual é a energia armazenada no campo de uma bobina de 0,2H percorrida por uma corrente
de 1A?
h) Duas bobinas são idênticas, exceto que uma delas usa núcleo de ar e a outra núcleo de ferrite.
Qual delas apresenta maior indutância?
Na Figura 6.4, a energia máxima armazenada na parte indutiva da bobina é dada por
Emax = ½ L(Imax)2 e a energia transformada em calor na sua parte resistiva é dada em
watts por:
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P = I2R = (𝑅), durante o período T = 1/F de um ciclo da onda de excitação.
√
Substituindo os valores:
Q = 2 = =
O Efeito Pelicular
Para verificar este efeito, basta medir a resistência da bobina usando a ponte LCR em
120 Hz e depois em 1 kHz. Anotar os resultados:
Verifica-se que a resistência da bobina na frequência de teste mais alta (1 kHz) é muito
maior do que sua equivalente em 100 Hz por causa do efeito pelicular.
Por este motivo, os condutores de energia elétrica são multifilares (trançados), pois isto
equivale a dividir um único condutor em vários deles, aumentando a área total da
periferia do condutor equivalente e reduzindo as perdas por efeito pelicular.
Mais ainda, os cabos que trabalham com altas frequências são ocos, pois devido ao
efeito pelicular não haveria vantagem se fossem maciços. Como exemplo, podemos
citar os cabos que fazem as conexões das antenas em uma estação de celular. Se eles
fossem maciços seriam pesados e caros, além de não apresentar menor perda na
transmissão de sinal se comparados aos cabos ocos.
Consultar na Internet sobre a construção de bobinas para operar nas frequências até 1
MHz usando o fio Litz, para reduzir os efeitos pelicular e de proximidade.
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