Sistema trifásico de tensões

Campus Cuiabá
𝜔𝑡 [rad] 𝑢(𝑡)
𝑈𝑚𝑎𝑥
𝑈ሶ𝐶 = 𝑈𝑚𝑎𝑥 ∠120°
120°
−240° 𝑈ሶ𝐴 = 𝑈𝑚𝑎𝑥 ∠0
0 π/2 π 3π/2 2π
𝜔𝑡 [rad]
−120°
𝑈ሶ𝐵 = 𝑈𝑚𝑎𝑥 ∠(−120°) −𝑈𝑚𝑎𝑥
APONTAMENTOS SOBRE O SISTEMA

ELÉTRICO TRIFÁSICO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA E DE AUTOMAÇÃO

COORDENAÇÃO DE ELETROTÉCNICA
Prof. Rupert Pereira
2022
Sumário
1. Circuitos monofásicos e circuitos polifásicos ................................................................................... 3
2. O sistema bifásico .......................................................................................................................... 3
3. O sistema trifásico 𝒏 = 𝟑 ............................................................................................................... 6
3.1 As vantagens em se utilizar o sistema trifásico .................................................................................7
3.2 Definições e terminologia .................................................................................................................8
4. Sistema trifásico simétrico e equilibrado – ligações e enfasamento ............................................... 10
4.1 Ligações em ípsilon ou estrela (Y) ..................................................................................................10
4.2 Ligações em delta ou triângulo (Δ) .................................................................................................14
4.3 Exercícios resolvidos para sistemas simétricos e equilibrados em Y e em Δ. .................................19
5. Equivalências Δ e Y para os circuitos sob corrente alternada ......................................................... 34
6. Sequência de fases ....................................................................................................................... 39
7. Sistemas trifásicos com cargas desequilibradas ............................................................................. 41
7.1 Sistemas trifásicos com cargas desequilibradas, a quatro fios – ligação em Y ...............................41
7.2 Sistemas trifásicos com cargas desequilibradas a três fios – ligação em Δ ....................................43
7.3 Sistemas trifásicos com cargas desequilibradas, a três fios – ligação em Y (sem o neutro) ..........49
O sistema trifásico 2
O SISTEMA TRIFÁSICO DE TENSÕES
1. Circuitos monofásicos e circuitos polifásicos
Os circuitos monofásicos são circuitos elétricos com pelo menos
uma fonte de energia elétrica em corrente alternada, alimentando 𝐸ሶ5 𝐸ሶ6
cargas ligadas em uma linha ou rede elétrica. Caso haja mais de uma
fonte CA no circuito, elas comumente mantêm as suas tensões em
fase entre si (com o mesmo ângulo de fase), têm a mesma forma de 60°
onda e os mesmos período e frequência. Já nos circuitos polifásicos, ሶ 60° 60°
𝐸4 𝐸ሶ1
as cargas são alimentadas por duas ou mais fontes CA, onde as
tensões geralmente têm a mesma amplitude, forma de onda, −60° −60°
período e frequência, mantendo, no entanto, ângulos de fase −60°
diferentes. Isto é o que diferencia os circuitos monofásicos dos
polifásicos, pois nestes, cada tensão têm o seu próprio ângulo de
fase, cujos valores são definidos de tal modo que tensões 𝐸ሶ3 𝐸ሶ2
adjacentes têm a mesma defasagem (sistemas simétricos). A Figura Figura 1: Sistema hexafásico de tensões.
1 mostra um sistema hexafásico simétrico de tensões (fasores), onde cada tensão mantém 60° de
defasagem com as tensões adjacentes.
A preferência pelos sistemas polifásicos se deve ao fato de serem mais eficientes em termos de geração,
transmissão e distribuição da energia elétrica. Neles são combinadas 2, 3 ou mais fontes de tensão
alternadas senoidais, denominadas fases, e o ângulo de defasagem entre tensões sucessivas depende do
número de fases do sistema.
Os sistemas de tensões polifásicos são denominados simétricos quando alimentados através de um

número 𝑛 de tensões alternadas (𝑛 fases, onde 𝑛 é um número inteiro, maior ou igual a 3), de tal forma que
os seus valores instantâneos mantenham entre si uma relação que se enquadre na série de expressões
mostradas a seguir:
Sendo:
𝑒1 = 𝐸𝑚𝑎𝑥 ∙ sen(𝜔𝑡) 𝑛 o número de fases do sistema;
1 𝐸𝑚𝑎𝑥 o valor máximo das tensões alternadas;
𝑒2 = 𝐸𝑚𝑎𝑥 ∙ sen (𝜔𝑡 − 2𝜋 )
𝑛
𝑒1 a tensão instantânea na fase 1;
2
𝑒3 = 𝐸𝑚𝑎𝑥 ∙ sen (𝜔𝑡 − 2𝜋 ) 𝑒2 a tensão instantânea na fase 2;
𝑛
⋯ 𝑒3 a tensão instantânea na fase 3;
𝑛−1
𝑒𝑛 = 𝐸𝑚𝑎𝑥 ∙ sen (𝜔𝑡 − 2𝜋 ) 𝑒𝑛 a tensão instantânea na fase 𝑛;
𝑛
𝜔 a frequência angular das tensões.
Pode-se então dizer que os sistemas polifásicos simétricos são alimentados através de um conjunto de 𝑛
tensões (senoidais) com o mesmo valor máximo, a mesma forma de onda, a mesma frequência, mas
mantendo sempre uma defasagem de 2𝜋⁄𝑛 rad (360°⁄𝑛) entre duas tensões sucessivas quaisquer
(adjacentes). As suas tensões e correntes podem ser representadas por meio de fasores.
2. O sistema bifásico
Os sistemas bifásicos foram sistemas polifásicos de distribuição de energia elétrica em corrente alternada
muito usados no início do século XX e que foram substituídos pelos sistemas trifásicos.
Os sistemas bifásicos eram constituídos de duas tensões com a mesma amplitude, forma de onda e
frequência, mas mantendo entre si um ângulo de defasagem igual a 90° (ou 𝜋⁄2 rad). Naturalmente os
sistemas bifásicos não se enquadravam na regra de ângulos de defasagem entre as tensões descrita nas
expressões mostradas no capítulo anterior.
A geração desse sistema consistia basicamente em dois enrolamentos monofásicos independentes e
espaçados simetricamente ao redor do rotor (ou do estator, caso a armadura fosse estacionária), de tal
forma que, ao girar dentro de um campo magnético, eles mantinham defasagem espacial de 90° magnéticos
(não propriamente geométricos, caso o gerador tivesse mais de dois polos) em relação ao campo magnético
produzido por bobinas de campo. Deste modo as tensões CA induzidas nos enrolamentos também eram
defasadas entre si em 90° elétricos. Os primeiros geradores bifásicos tinham dois conjuntos completos de
rotor e bobinas de campo magnético, com os enrolamentos fisicamente deslocados para geração das
tensões bifásicas.
𝑒𝑏 = 𝐸𝑚𝑎𝑥 sen(𝜔𝑡 + 𝜋⁄2)
𝑒(𝑡)
𝑒𝑎 = 𝐸𝑚𝑎𝑥 sen(𝜔𝑡)
𝐸𝑚𝑎𝑥
𝐸ሶ𝑏 = 𝐸∠90°
90°
𝐸ሶ𝑎 = 𝐸∠0
0 π/2 π 3π/2 2π 𝜔𝑡 [rad]
−𝐸𝑚𝑎𝑥
Figura 2: Representação fasorial e senoidal de um sistema bifásico de tensões.
𝑎
𝑎 𝐸𝑏𝑏′
𝑁 𝑆
𝐸𝑏𝑏′
𝑏′ 𝑏
𝑏′ 𝑏 𝐸𝑎𝑎′
90°
𝑎′ 𝐸𝑎𝑎′
(a) 𝑎′ (b) (c)
Figura 3: (a) Geração de tensões bifásicas através de máquina de dois polos, com a armadura no rotor e com (b) as bobinas 𝑎𝑎′
e 𝑏𝑏 ′ do gerador dispostas em um ângulo de 90° entre si; A figura (c) mostra a representação fasorial das duas tensões bifásicas.
Os antigos sistemas bifásicos requeriam pelo menos três fios com dois condutores energizados também
denominados fases e um condutor comum aterrado (potencial de referência). A razão entre a tensão
medida entre duas fases e a tensão medida entre uma das fases e o condutor comum era √2. As cargas
monofásicas eram ligadas entre um dos condutores fase e o condutor comum, razão pela qual este precisava
ter um diâmetro maior. Também eram frequentes sistemas bifásicos com 4 fios, com dois condutores
energizados e dois aterrados (neutros) saindo do gerador para alimentar as cargas ligadas a cada fase.
Embora mais dispendiosos que os atuais sistemas trifásicos, os sistemas bifásicos, quando usados na
alimentação de motores elétricos apresentam algumas características interessantes em relação aos sistemas
monofásicos:
• Os motores bifásicos produziam campos magnéticos rotativos, permitindo arranques sem a

necessidade de dispositivos especiais de partida. Os atuais motores monofásicos, que produzem
apenas campos magnéticos alternados, geralmente necessitam de um enrolamento específico para
a partida, com a respectiva corrente adiantando-se da tensão mediante o emprego de capacitores,
de forma a emular essa característica dos motores bifásicos e produzir conjugado (torque) de
arranque;
• A soma das potências instantâneas das duas fases nunca era nula para cargas equilibradas, ou seja,
aquelas que, como os motores bifásicos, tinham impedâncias equivalentes iguais nas duas fases;
• Os motores bifásicos produziam conjugado constante em decorrência das duas características
acima, minimizando ruídos e vibrações.
Atualmente o fornecimento de energia elétrica mediante sistemas ditos bifásicos é feito através de três
condutores, com dois condutores fase (energizados) e um condutor neutro (aterrado), oriundos de sistemas
trifásicos. Por este motivo as duas tensões entre fase e neutro são defasadas em 120° e os valores medidos
entre duas fases são √3 vezes maiores do que os medidos entre um condutor fase e o condutor neutro. São
comuns as tensões de 127/220V ou 220/380V, dependendo da concessionária de energia elétrica.
Geralmente nos projetos de instalações elétricas bifásicas admite-se o fornecimento de energia com
potências máximas 8,00 kVA em sistemas de 127/220 V e 25,0 KVA em sistemas de 220/380 V. Redes bifásicas
de média tensão também são frequentemente usadas no fornecimento rural de energia elétrica.
3. O sistema trifásico (𝒏 = 𝟑)
Um sistema trifásico consiste em três fases (𝑛 = 3), ou seja, três tensões alternadas com a mesma forma
de onda, a mesma frequência e é denominado simétrico quando as tensões são defasadas entre si em
2𝜋⁄𝑛 rad = 2𝜋⁄3 rad = 120° e possuem a mesma amplitude (módulo), o que implica no mesmo valor eficaz
para as tensões nas três fases.
𝐸𝑚𝑎𝑥
𝑒1 = 𝐸𝑚𝑎𝑥 ∙ sen(𝜔𝑡) ⟹ 𝐸ሶ1 = ∠0
√2
1 𝐸𝑚𝑎𝑥
𝑒2 = 𝐸𝑚𝑎𝑥 ∙ sen (𝜔𝑡 − 2𝜋 ) = 𝐸𝑚𝑎𝑥 ∙ sen(𝜔𝑡 − 2𝜋⁄3) = 𝐸𝑚𝑎𝑥 ∙ sen(𝜔𝑡 − 120°) ⟹ 𝐸ሶ2 = ∠(−120°)
𝑛 √2
2 𝐸𝑚𝑎𝑥
𝑒3 = 𝐸𝑚𝑎𝑥 ∙ sen (𝜔𝑡 − 2𝜋 ) = 𝐸𝑚𝑎𝑥 ∙ sen(𝜔𝑡 + 2𝜋⁄3) = 𝐸𝑚𝑎𝑥 ∙ sen(𝜔𝑡 + 120°) ⟹ 𝐸ሶ3 = ∠120°
𝑛 √2
Observações: −2𝜋 rad × 2⁄3 = − 4𝜋⁄3 rad ⟹ − 4𝜋⁄3 rad + 2𝜋 rad = 2𝜋⁄3 rad
−360° × 2⁄3 = −240° ⟹ −240° + 360° = 120°
𝜔𝑡 [rad] 𝑒1 = 𝐸𝑚𝑎𝑥 sen(𝜔𝑡)
𝑒(𝑡)
𝐸ሶ3 = 𝐸𝑚𝑎𝑥 ∠120° 𝐸𝑚𝑎𝑥 𝑒2 = 𝐸𝑚𝑎𝑥 sen(𝜔𝑡 − 2𝜋⁄3)
𝑒3 = 𝐸𝑚𝑎𝑥 sen(𝜔𝑡 + 2𝜋⁄3)
120°
𝐸ሶ1 = 𝐸∠0
−240° 0 π/2 π 3π/2 2π 𝜔𝑡 [rad]
−120°
𝐸ሶ2 = 𝐸𝑚𝑎𝑥 ∠(−120°) −𝐸𝑚𝑎𝑥

Figura 4: Representação fasorial e senoidal de um sistema trifásico de tensões (𝑛 = 3).
Adotando-se a representação fasorial com valores eficazes das tensões (𝐸ሶ𝑛 = (𝐸𝑚𝑎𝑥 ⁄√2)∠𝜃𝑛 )1:
𝐸𝑚𝑎𝑥 𝐸𝑚𝑎𝑥 𝐸𝑚𝑎𝑥
𝐸ሶ1 = ∠0 = 𝐸∠0 𝐸ሶ2 = ∠(−120°) = 𝐸∠(−120°) 𝐸ሶ3 = ∠120° = 𝐸∠120°
√2 √2 √2
𝐸ሶ3 = 𝐸∠(120°)
𝑗𝐸 sen(120°)
120°
𝑗𝐸 cos(120°) 𝐸ሶ1 = 𝐸∠(0°)
𝑗𝐸 cos(−120°)
−120°
𝑗𝐸 sen(−120°)
𝐸ሶ2 = 𝐸∠(−120°)
Figura 5: A resultante da soma de todas as tensões de fase num sistema trifásico simétrico é nula.
1
Atenção: neste estudo as grandezas complexas são representadas por letras maiúsculas com um ponto colocado em
cima, tal como: 𝐸ሶ = 𝐸∠𝜃. Sendo 𝐸ሶ (com o ponto) a grandeza; 𝐸 (sem o ponto) o seu módulo (geralmente o valor
eficaz, quando se tratar de tensões ou correntes alternadas); e 𝜃 ou 𝜙 o ângulo de fase correspondente.
Num sistema trifásico simétrico a resultante da soma fasorial das três tensões é sempre igual a zero:
𝐸ሶ1 + 𝐸ሶ2 + 𝐸ሶ3 = 𝐸∠0° + 𝐸∠120° + 𝐸∠(−120°)
𝐸ሶ1 + 𝐸ሶ2 + 𝐸ሶ3 = 𝐸 + (𝐸 cos 120° + 𝑗𝐸 sen 120°) + (𝐸 cos(−120°) + 𝑗𝐸 sen(−120°))
1 √3 1 √3
𝐸ሶ1 + 𝐸ሶ2 + 𝐸ሶ3 = 𝐸 + (− 𝐸 + 𝑗 𝐸) + (− 𝐸 − 𝑗𝐸 ) = 0
2 2 2 2
Por razões técnicas e econômicas o sistema trifásico, dentre todos os sistemas polifásicos, tornou-se
padrão na geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.
Polos Enrolamentos da
armadura (induzido)
Enrolamento de campo 𝒂
(magnetização)
𝒃′ N 𝒄′
𝒄 𝒃
S
𝒂′
Rotor Estator
Figura 6: Os geradores trifásicos possuem três enrolamentos monofásicos independentes, espaçados simetricamente no estator
(à volta do rotor) e magneticamente dispostos entre ente si em 120° (magnéticos), de modo que a tensão CA induzida em cada
um deles também está defasada 120° em relação às tensões induzidas nos demais enrolamentos. Nesta figura tem-se a
representação de um gerador síncrono trifásico de dois polos, com armadura estacionária e campo magnético rotativo.
3.1 As vantagens em se utilizar o sistema trifásico

A maior parte da energia elétrica distribuída no mundo é feita através de sistemas trifásicos, que possuem
a flexibilidade de alimentar tanto às cargas monofásicas (em um ou dois níveis de tensão), como às cargas
trifásicas, sem a necessidade de qualquer alteração na sua configuração. As cargas monofásicas, no entanto,
geralmente provocam desequilíbrio nas correntes do sistema (desbalanceamento).
O uso praticamente unânime de sistemas trifásicos de energia elétrica pelo mundo é devido a uma série
de vantagens que ele apresenta em relação a sistemas monofásicos, dentre as quais se pode destacar:
• O sistema trifásico usa menor quantidade de material condutor (cobre ou alumínio) para entregar
a mesma potência, quando comparado a um sistema monofásico equivalente;
• Os geradores trifásicos são menores e mais leves que os seus equivalentes monofásicos por usarem
com maior eficiência seus enrolamentos. Isso se verifica, inclusive, nos automóveis, cujos geradores
produzem energia elétrica através de corrente alternada trifásica (alternadores), sendo
posteriormente convertida em contínua mediante o emprego de diodos retificadores;
• As tensões contínuas obtidas através de retificadores trifásicos apresentam menos ondulação
(ripple), quando comparadas às obtidas da retificação de tensões alternadas monofásicas;
• Motores trifásicos são menores e mais baratos do que os seus correspondentes monofásicos com
as mesmas potências;
• Os motores trifásicos, por conta do campo magnético rotativo produzido pelas três fases, podem
arrancar sem a necessidade de dispositivos especiais. Já o campo magnético alternado dos motores
monofásicos exige enrolamentos extras de partida;
• Os motores trifásicos produzem um conjugado (torque) constante, o que não é possível nos motores
monofásicos, sendo, por isso, menos sujeitos a vibrações durante o funcionamento;
• A potência total (a soma das potências nas três fases) em sistemas trifásicos, quando carregados
nas três fases nunca é nula. Em sistemas monofásicos a potência tem valor nulo todas as vezes em
que a tensão ou a corrente passam pelo zero. Nesses instantes, os motores monofásicos só
continuam girando graças à inércia;
• A potência instantânea total em sistemas trifásicos equilibrados (com impedâncias equivalentes
idênticas nas três fases) é constante e não varia no tempo. Esta propriedade é extremamente
importante, residindo nela a superioridade do desempenho de muitos dispositivos trifásicos.
3.2 Definições e terminologia

Com base no que já se aprendeu sobre a corrente alternada, uma onda senoidal pode ser entendida
como resultado de um movimento circular que se propaga ao longo do eixo que representa a progressão
angular ou no tempo. A relação desse movimento, relativa a um referencial arbitrário estabelecido para a
onda, é chamada de fase2. Reforçando o que já foi informado neste texto, num sistema polifásico, cada uma
das 𝑛 tensões que compõem o sistema tem a mesma amplitude, ou módulo, convenientemente definido
pelo seu valor eficaz (𝐸 = 𝐸𝑚𝑎𝑥 ⁄√2), mas com ângulos de fase próprios, mantendo uma mesma defasagem
entre as tensões adjacentes definida por (2𝜋 rad)⁄𝑛 = 360°⁄𝑛, com 2𝜋⁄3 rad = 120°, para os sistemas
trifásicos. Essas tensões são denominadas fases do sistema. É importante também relembrar que na análise
de circuitos em corrente alternada, tratando-se de tensões, correntes, impedâncias e potências, levam-se
em conta tanto os módulos quanto os respectivos ângulos de fase.
a) Tensão de fase: a tensão medida diretamente nos terminais dos enrolamentos do gerador (ou fonte
trifásica), ou das impedâncias equivalentes por fase da carga.
b) Tensão de linha: a tensão medida entre dois terminais de saída do gerador ou da carga trifásicos,
excluindo-se o condutor neutro, caso haja um. Evidentemente, as tensões de linha são tensões
medidas entre os condutores que ligam o gerador à carga, dois a dois, também excluindo-se o
condutor neutro;
c) Corrente de fase: a corrente que percorre cada um dos enrolamentos do gerador, ou a corrente que
percorre cada uma das impedâncias da carga (ambos por fase);
As tensões e as correntes de fase do gerador ou fonte trifásica, não são necessariamente iguais às
da carga trifásica correspondente. Isto dependerá da forma como estão agrupadas as respectivas
fases.
d) Corrente de linha: a corrente que percorre os condutores que interligam o gerador à carga
(excluindo-se a corrente no condutor neutro, se houver um).
e) Sistema de tensões trifásico simétrico: sistema com três tensões alternadas senoidais de mesma
magnitude, defasadas 120° entre si;
2
A alimentação dos circuitos elétricos com corrente contínua é feita através de condutores ligados aos polos
positivo e negativo da fonte. Esses condutores também recebem o nome de positivo e negativo. Já na alimentação dos
circuitos elétricos sob corrente alternada, as tensões provenientes da fonte estão associadas aos seus respectivos
ângulos de fase e cada condutor com tensão (energizado) também recebe o nome de fase. Assim, os circuitos
monofásicos são alimentados por dois condutores, um energizado, denominado fase e o outro condutor sem tensão
(aterrado), que recebe o nome de neutro (potencial de referência). Os circuitos trifásicos têm três condutores
energizados, cujas tensões têm a mesma amplitude e frequência, mas ângulos de fase diferentes. Então os circuitos
trifásicos são alimentados através de três fases e muito frequentemente um condutor neutro, ou seja, os circuitos
trifásicos podem ser alimentados por meio de três (3 fases) ou quatro fios condutores (3 fases + o condutor neutro).
Os circuitos bifásicos são alimentados a partir de fontes trifásicas, mas estão ligados apenas a duas fases, além do
condutor neutro (3 fios).
f) Sistema de tensões trifásico assimétrico: sistema trifásico em que as tensões não atendem a pelo
menos uma das condições descritas anteriormente.
g) Carga trifásica equilibrada: é constituída por três impedâncias equivalentes iguais, tanto em módulo,
quanto em ângulo de fase, agrupadas em ípsilon (Y), com 𝑍𝐴ሶ = 𝑍ሶ𝐵 = 𝑍ሶ𝐶 = 𝑍𝐹𝑌 ∠𝜃; ou em delta (Δ), com
ሶ = 𝑍ሶ𝐵𝐶 = 𝑍ሶ𝐶𝐴 = 𝑍𝐹Δ ∠𝜃;
𝑍𝐴𝐵
h) Carga trifásica desequilibrada: é a carga trifásica em ípsilon (Y) ou delta (Δ), cujas impedâncias
equivalentes não atendem a pelo menos uma das condições de equilíbrio descritas acima.
i) Linha (ou rede) trifásica equilibrada: linha (ou rede) constituída por 3 ou 4 fios (incluído o neutro
ou retorno), alimentando carga trifásica equilibrada, ou seja, impedâncias equivalentes iguais em
módulo e ângulos de fase, tanto impedâncias próprias (𝑍ሶ 𝐴 = 𝑍ሶ 𝐵 = 𝑍ሶ 𝐶 = 𝑍𝐹 ∠𝜃), quanto impedâncias
mútuas (𝑍ሶ 𝐴𝐵 = 𝑍ሶ 𝐵𝐶 = 𝑍ሶ 𝐶𝐴 ):
Diz-se que um circuito trifásico está em equilíbrio se as três tensões senoidais tiverem a mesma
magnitude e frequência, com cada uma das tensões defasada 120° em relação às demais. As
correntes na carga deverão igualmente estar em equilíbrio e, havendo um condutor neutro, a
corrente nesse condutor é nula como será demonstrado ainda neste texto.
j) Linha (ou rede) trifásica desequilibrada: linha (ou rede) trifásica em que não se verifica alguma das
condições de equilíbrio descritas anteriormente.
4. Sistema trifásico simétrico e equilibrado – ligações e enfasamento
4.1 Ligações em ípsilon ou estrela (Y)
Na ligação em estrela os três enrolamentos do alternador, ou as impedâncias da carga, são ligados
conforme mostrado na Figura 7 e na Figura 8.
𝐼𝐴
𝑨
𝑨′
+
Gerador
𝐸𝐴𝑁
𝐼𝑁 Carga
𝑵 − 𝑵′
− 𝐸𝐵𝑁
−
𝐼𝐵
𝐸𝐶𝑁 +
𝐶 + 𝑩′
𝑩
𝐼𝐶
𝑪′
Figura 7: Ligação dos enrolamentos de um gerador trifásico em Y.
A Figura 8 ilustra um gerador trifásico alimentando carga trifásica, ambos com as fases agrupadas em Y.
Gerador 𝐼𝐴ሶ Carga
𝐴 𝐴
ሶ ሶ
𝐼𝐹𝐴
𝐼𝜙𝐴 𝐼𝑁ሶ 𝑍𝐴ሶ
𝐸ሶ𝜙𝐴 𝑈ሶ𝐹𝐴
𝑈ሶ𝐴𝐵
𝑁 𝐸ሶ𝜙𝐵 N′ ሶ
𝐼𝐹𝐶
𝑈ሶ𝐶𝐴 𝑈ሶ𝐹𝐵
ሶ
𝐼𝜙𝐶 𝑍ሶ𝐶
𝐸ሶ𝜙𝐶 𝑍ሶ𝐵 𝑈ሶ𝐹𝐶

𝐶 ሶ
𝐼𝜙𝐵 𝐵 𝐼𝐵ሶ 𝐵 ሶ 𝐶
𝐼𝐹𝐵
𝐼𝐶ሶ 𝑈ሶ𝐵𝐶
Figura 8: Gerador e carga trifásicos, ambos com as fases agrupadas em Y.
Sendo: 𝐸ሶ𝜙𝐴 , 𝐸ሶ𝜙𝐵 e 𝐸ሶ𝜙𝐶 as tensões na fase do gerador;

ሶ , 𝐼𝜙𝐵
𝐼𝜙𝐴 ሶ ሶ as correntes na fase do gerador;
e 𝐼𝜙𝐶
𝑈ሶ𝐴𝐵 , 𝑈ሶ𝐵𝐶 e 𝑈ሶ𝐶𝐴 as tensões de linha;
𝑍𝐴ሶ , 𝑍ሶ𝐵 e 𝑍ሶ𝐶 as impedâncias de fase da carga;
𝐼𝐴ሶ , 𝐼𝐵ሶ e 𝐼𝐶ሶ as correntes de linha;
𝑈ሶ𝐹𝐴 , 𝑈ሶ𝐹𝐵 e 𝑈ሶ𝐹𝐶 as tensões na fase da carga;
ሶ , 𝐼𝐹𝐵
𝐼𝐹𝐴 ሶ ሶ as correntes nas fases da carga.
e 𝐼𝐹𝐶
Nas ligações em Y, as correntes de linha são iguais às respectivas correntes de fase; e, sendo o sistema
simétrico, todas as tensões de linha têm módulo igual a 𝑈𝐿 = √3 ⋅ 𝑈𝐹 , ou seja, o módulo das tensões de linha
é √3 vezes maior que o das tensões de fase. Já o conjunto das tensões de linha tem ângulos de fase
adiantados 30° em relação ao conjunto das tensões de fase, como mostrado na Figura 9.
Demonstração:
𝑈ሶ𝐶𝐴 𝑈ሶ𝐹𝐶 𝐼𝐶ሶ = 𝐼𝐹𝐶

ሶ −𝑈ሶ𝐹𝐵
𝑈ሶ𝐴𝐵
−𝑈ሶ𝐹𝐴 𝑈ሶ𝐹𝐴
30°
−𝜃
𝐼𝐴ሶ = 𝐼𝐹𝐴
ሶ
𝐼𝐵ሶ = 𝐼𝐹𝐵
ሶ
𝑈ሶ𝐹𝐵 −𝑈ሶ𝐹𝐶
𝑈ሶ𝐵𝐶
Figura 9: Representação fasorial das correntes e tensões trifásicas (simétricas) de fase e de linha, aplicadas
às impedâncias da carga trifásica (equilibrada), agrupadas em Y, com 𝑍ሶ = 𝑍∠𝜃 por fase.
Considerando o sistema simétrico e desprezando as quedas nos condutores que ligam o gerador à carga,
os módulos das tensões de fase do gerador e da carga são:
𝐸𝜙𝐴 = 𝐸𝜙𝐵 = 𝐸𝜙𝐶 = 𝑈𝐹𝐴 = 𝑈𝐹𝐵 = 𝑈𝐹𝐶 = 𝑈𝐹
Sendo o sistema equilibrado, as impedâncias das fases da carga são iguais, em módulo e ângulo:
𝑍ሶ𝐹𝐴 = 𝑍ሶ𝐹𝐶 = 𝑍ሶ𝐹𝐶 = 𝑍𝐹 ∠𝜃
E as tensões de linha, medidas entre os terminais do gerador, ou da carga, são:

𝑈ሶ𝐴𝐵 = 𝑈ሶ𝐹𝐴 − 𝑈ሶ𝐹𝐵 = 𝑈𝐹 ∠0 − 𝑈𝐹 ∠(−120°) ⟹ 𝑈ሶ𝐴𝐵 = √3 ⋅ 𝑈𝐹 ∠30° = 𝑈𝐿 ∠30°
𝑈ሶ𝐵𝐶 = 𝑈ሶ𝐹𝐵 − 𝑈ሶ𝐹𝐶 = 𝑈𝐹 ∠(−120°) − 𝑈𝐹 ∠120° ⟹ 𝑈ሶ𝐵𝐶 = √3 ⋅ 𝑈𝐹 ∠(−90°) = 𝑈𝐿 ∠(−90°)
𝑈ሶ𝐶𝐴 = 𝑈ሶ𝐹𝐶 − 𝑈ሶ𝐹𝐴 = 𝑈𝐹 ∠120° − 𝑣∠(−180°) ⟹ 𝑈ሶ𝐶𝐴 = √3 ⋅ 𝑈𝐹 ∠150° = 𝑈𝐿 ∠150°
Sendo:
𝑈𝐹 = 𝐸𝜙 o módulo das tensões de fase; 𝑍𝐹 o valor das impedâncias complexas, por fase (módulo);
𝑈𝐿 o módulo das tensões de linha; 𝜃 o argumento (ângulo) das impedâncias complexas.
As correntes de fase têm o mesmo módulo e são defasadas em 120°, se o sistema for simétrico e
equilibrado:
𝑈ሶ𝐹𝐴 𝑈𝐹 ∠0 𝑈ሶ𝐹𝐵 𝑈𝐹 ∠(−120°) 𝑈ሶ𝐹𝐶 𝑈𝐹 ∠120°
ሶ =
𝐼𝐹𝐴 = ሶ =
𝐼𝐹𝐵 = ሶ =
𝐼𝐹𝐶 =
𝑍ሶ𝐹𝐴 𝑍𝐹 ∠𝜃 𝑍ሶ𝐹𝐵 𝑍𝐹 ∠𝜃 𝑍ሶ𝐹𝐶 𝑍𝐹 ∠𝜃
𝑈𝐹 𝑈𝐹 𝑈𝐹
ሶ =
𝐼𝐹𝐴 ∠(−𝜃) ሶ =
𝐼𝐹𝐵 ∠(−120° − 𝜃) ሶ =
𝐼𝐹𝐶 ∠(120° − 𝜃)
𝑍𝐹 𝑍𝐹 𝑍𝐹
Sendo 𝐼𝐹 o módulo das correntes de fase.
A corrente no condutor neutro é nula sempre que se tratar de sistemas simétricos e equilibrados em Y:
𝐼𝑁ሶ = 𝐼𝐹𝐴
ሶ + 𝐼𝐹𝐵
ሶ + 𝐼𝐹𝐶
ሶ =0 (a soma fasorial das correntes nas fases)
As potências nas fases (𝑆𝐹 ), para o sistema simétrico e equilibrado, são obtidas multiplicando-se as
tensões de fase pelo conjugado3 das correntes de fase correspondentes:
ሶ = 𝑈ሶ𝐹𝐴 ⋅ 𝐼𝐹𝐴
𝑆𝐹𝐴 ∗ሶ
; ሶ = 𝑈ሶ𝐹𝐵 ⋅ 𝐼𝐹𝐵
𝑆𝐹𝐵 ∗ሶ
; ሶ = 𝑈ሶ𝐹𝐶 ⋅ 𝐼𝐹𝐶
𝑆𝐹𝐶 ∗ሶ
⟹ 𝑆𝐹ሶ = 𝑈𝐹 ⋅ 𝐼𝐹 ∠𝜃
E a potência trifásica, ou total (𝑆𝑇 ) é determinada pela soma das potências das três fases:
𝑆ሶ𝑇 = 𝑆𝐹𝐴
ሶ + 𝑆𝐹𝐵
ሶ + 𝑆𝐹𝐶
∗ሶ
+ 𝑈ሶ𝐹𝐵 ⋅ 𝐼𝐹𝐵
∗ሶ
+ 𝑈ሶ𝐹𝐶 ⋅ 𝐼𝐹𝐶
∗ሶ
⟹ 𝑆ሶ𝑇 = 3 ⋅ (𝑈𝐹 ⋅ 𝐼𝐹 )∠𝜃 = 3 ⋅ 𝑆𝐹ሶ
Mas:
𝑈𝐿 = √3 ⋅ 𝑈𝐹 e 𝐼𝐿 = 𝐼𝐹
Então:
𝑈𝐿
𝑆ሶ𝑇 = 3 ⋅ (𝑈𝐹 ⋅ 𝐼𝐹 )∠𝜃 = 3 ⋅ 𝑆𝐹ሶ = 3 ⋅ ( ⋅ 𝐼𝐿 ) ∠𝜃 ⟹ 𝑆ሶ𝑇 = √3 ⋅ (𝑈𝐿 ⋅ 𝐼𝐿 )∠𝜃
√3
Sendo:
𝑆𝐹ሶ a potência complexa de fase; 𝑈𝐿 a tensão de linha do sistema;
𝑆𝑇 o módulo das potências de fase; 𝐼𝐿 a corrente de linha do sistema;
𝑆ሶ𝑇 a potência complexa trifásica (total); 𝜃 o ângulo de fase das impedâncias da carga
𝑆𝑇 o módulo da potência trifásica; equilibrada.
Exercício resolvido 01: Uma carga trifásica equilibrada com 𝑈ሶ𝐹𝐶 = 127∠120° [V]
impedâncias 𝑍ሶ𝐹𝐴 = 𝑍ሶ𝐹𝐵 = 𝑍ሶ𝐹𝐶 = 𝑍ሶ𝐹 = 25,4∠30,0° [Ω], agrupadas
em Y, é alimentada a 4 fios pelas tensões indicadas na Figura 10.
Deseja-se conhecer os seguintes valores complexos:
120°
a) as tensões de linha (𝑈ሶ𝐴𝐵 ; 𝑈ሶ𝐵𝐶 e 𝑈ሶ𝐶𝐴 ); 𝑈ሶ𝐹𝐴 = 127∠0° [V]
ሶ ; 𝐼𝐹𝐵
b) as correntes de fase (𝐼𝐹𝐴 ሶ e 𝐼𝐹𝐶ሶ ); 120°
c) a corrente no condutor neutro (𝐼𝑁ሶ ); −120°

d) as correntes de linha (𝐼𝐴ሶ ; 𝐼𝐵ሶ e 𝐼𝐶ሶ );
e) as potências de fase (𝑆𝐹𝐴ሶ ; 𝑆𝐹𝐵 ሶ e 𝑆𝐹𝐶 ሶ );
f) a potência trifásica (Σ 𝑆𝐹ሶ = 𝑆𝐹𝐴 ሶ + 𝑆𝐹𝐵 ሶ + 𝑆𝐹𝐶
ሶ ).
𝑈ሶ𝐹𝐵 = 127∠(−120°) [V]
Resolução:
Figura 10: Tensões trifásicas simétricas aplicadas às
a) Cálculo das tensões de linha: impedâncias da carga trifásica (equilibrada), em Y.
𝑈𝐹𝐴 = 127∠0° [V]; 𝑈𝐹𝐵 = 127∠(−120°) [V]; 𝑈𝐹𝐶 = 127∠120° [V]
𝑈ሶ𝐴𝐵 = 𝑈ሶ𝐹𝐴 − 𝑈ሶ𝐹𝐵 = 127∠0 [V] − 127∠(−120°) [V]
𝑈ሶ𝐴𝐵 = (127 + 𝑗0) − (−63,5 − 𝑗110) = (127 + 63,5) + 𝑗110 = 190,5 + 𝑗110 ⟹ 𝑈ሶ𝐴𝐵 = 127∠30,0° [V]
𝑈ሶ𝐵𝐶 = 𝑈ሶ𝐹𝐵 − 𝑈ሶ𝐹𝐶 = 127∠(−120°) [V] − 127∠120° [V]

𝑈ሶ𝐵𝐶 = (−63,5 − 𝑗110) − (−63,5 + 𝑗110) = (−63,5 + 63,5) − 𝑗(110 + 110) = 0 − 𝑗220
𝑈ሶ𝐵𝐶 = 220∠(−90,0°) [V]
𝑈ሶ𝐶𝐴 = 𝑈ሶ𝐹𝐶 − 𝑈ሶ𝐹𝐴 = 127∠120° [V] − 127∠0° [V]

𝑈ሶ𝐶𝐴 = (−63,5 + 𝑗110) − (127 + 𝑗0) = (−63,5 − 127) + 𝑗110 = −190,5 + 𝑗110 ⟹ 𝑈ሶ𝐶𝐴 = 220∠150° [V]
Como previsto para um sistema simétrico, as tensões de linha também têm exatamente o mesmo valor
(módulo) e estão defasadas entre si em 120°, ou seja:
𝑈ሶ𝐴𝐵 = 220∠30,0° [V]; 𝑈ሶ𝐵𝐶 = 220∠(−90,0°) [V]; 𝑈ሶ𝐶𝐴 = 220∠150° [V]
É importante também observar que o conjunto das tensões de linha está adiantado em 30° em relação
ao das tensões de fase.
3
Neste estudo, os conjugados de valores complexos estão assinalados com asterisco: 𝐼 ሶ = 𝐼∠𝜃𝑖 ⟹ 𝐼 ∗ሶ = 𝐼∠(−𝜃𝑖 ).
𝑈ሶ𝐹𝐶 = 127∠120° [V]
𝑈ሶ𝐶𝐴 = 220∠150° [V] 𝑈ሶ𝐴𝐵 = 220∠30,0° [V]
120°
30°
𝑈ሶ𝐹𝐴 = 127∠0° [V]
–120°
𝑈ሶ𝐹𝐵 = 127∠(−120°) [V]
𝑈ሶ𝐵𝐶 = 220∠(−90,0°) [V]
Figura 11: Diagrama fasorial das tensões na carga em Y.
b) Cálculo das correntes de fase:

𝑈ሶ𝐹𝐴 127∠0° [V] 𝑈ሶ𝐹𝐵 127∠(−120°) [V] 𝑈ሶ𝐹𝐶 127∠120° [V]
ሶ =
𝐼𝐹𝐶 =
𝑍𝐴ሶ 25,4∠30,0° [Ω] 𝑍ሶ𝐵 25,4∠30,0° [Ω] 𝑍𝐶ሶ 25,4∠30,0° [Ω]
ሶ = 5,00∠(−30,0°) [A]
𝐼𝐹𝐴 ሶ = 5,00∠(−150°) [A]
𝐼𝐹𝐵 ሶ = 5,00∠90,0° [A]
𝐼𝐹𝐶
𝑈ሶ𝐹𝐶 = 127∠120° [V]

ሶ = 𝐼𝐶ሶ = 5,00∠90,0° [A]
𝐼𝐹𝐶
𝑈ሶ𝐶𝐴 = 220∠150° [V] 𝑈ሶ𝐴𝐵 = 220∠30,0° [V]
-30° 𝑈ሶ𝐹𝐴 = 127∠0° [V]
ሶ = 𝐼𝐵ሶ = 5,00∠(−150°) [A]

𝐼𝐹𝐵 ሶ = 𝐼𝐴ሶ = 5,00∠(−30,0°) [A]
𝐼𝐹𝐴
𝑈ሶ𝐹𝐵 = 127∠(−120°) [V]
𝑈ሶ𝐵𝐶 = 220∠(−90,0°) [V]
Figura 12: Diagrama fasorial com as tensões e correntes na carga equilibrada em Y.
c) Cálculo da corrente no condutor neutro:
𝐼𝐴ሶ Carga
𝐴
𝐴
ሶ
𝐼𝐹𝐴
𝐼𝑁ሶ 𝑍𝐴ሶ
𝑁 𝑈ሶ𝐹𝐴
𝑈ሶ𝐶𝐴
N ሶ
𝐼𝐹𝐶
𝑈ሶ𝐴𝐵 𝑈ሶ𝐹𝐵
𝑍ሶ𝐶
𝐼𝐵ሶ
𝐵 𝑍ሶ𝐵 𝑈ሶ𝐹𝐶
𝐶
𝐵 ሶ
𝐼𝐹𝐵
𝑈ሶ𝐵𝐶
𝐼𝐶ሶ
Figura 13: Ligação da carga equilibrada em Y, a 4 fios.

𝑈ሶ𝐹𝐴 = 127∠0 [V]; 𝑈ሶ𝐹𝐵 = 127∠(−120°) [V]; 𝑈ሶ𝐹𝐶 = 127∠120° [V]
𝑈ሶ𝐴𝐵 = 220∠30° [V]; 𝑈ሶ𝐵𝐶 = 220∠(−90,0°) [V]; 𝑈ሶ𝐶𝐴 = 220∠150° [V]
ሶ = 𝐼𝐴ሶ = 5,00∠(−30,0°) [A];
𝐼𝐹𝐴 ሶ = 𝐼𝐵ሶ = 5,00∠(−150°) [A];
𝐼𝐹𝐵 ሶ = 𝐼𝐶ሶ = 5,00∠90,0° [V]
𝐼𝐹𝐶
Aplicando a lei de Kirchhoff das correntes (LKC) no ponto 𝑁, tem-se:

ሶ + 𝐼𝐹𝐵
𝐼𝐹𝐴 ሶ + 𝐼𝐹𝐶
ሶ + 𝐼𝑁ሶ = 0 ⟹ 5,00∠(−30,0°) [A] + 5,00∠(−150°) [A] + 5,00∠90,0° [A] + 𝐼𝑁ሶ = 0
5,00∠(−30,0°) [A] + 5,00∠(−150°) [A] + 5,00∠90,0° [A] + 𝐼𝑁ሶ = 0
(4,33 − 𝑗2,50) + (−4,33 − 𝑗2,50) + (0 + 𝑗5,00) + 𝐼𝑁ሶ = 0 + 𝑗0 ⟹ 𝐼𝑁ሶ = 0
d) Cálculo das correntes de linha:

Considerando o sistema em Y, as correntes que chegam pelas linhas (𝐼𝐴ሶ , 𝐼𝐵ሶ e 𝐼𝐶ሶ ), são as mesmas que
ሶ , 𝐼𝐹𝐵
percorrem as fases correspondentes da carga equilibrada (𝐼𝐹𝐴 ሶ e 𝐼𝐹𝐶
ሶ ).
ሶ = 𝐼𝐴ሶ = 5,00∠(−30,0°) [A];

𝐼𝐹𝐴 ሶ = 𝐼𝐵ሶ = 5,00∠(−150°) [A];
𝐼𝐹𝐵 ሶ = 𝐼𝐶ሶ = 5,00∠90,0° [V]
𝐼𝐹𝐶
e) Cálculo das potências de fase:

Considerando o sistema simétrico e equilibrado, as potências de fase são iguais nas três fases:
𝑆𝐹𝐴 ∗ሶ
= (𝑈𝐹 ⋅ 𝐼𝐹 )∠𝜃 = 127 ∠0 [V] × 5,00∠30,0° [A] ⟹ 𝑆𝐹ሶ = 635∠30,0° [VA]
ሶ = 𝑈ሶ𝐹𝐵 ⋅ 𝐼𝐹𝐵
𝑆𝐹𝐵 ∗ሶ
= (𝑈𝐹 ⋅ 𝐼𝐹 )∠𝜃 = 127 ∠(−120°) [V] × 5,00∠150° [A] ⟹ 𝑆𝐹ሶ = 635∠30,0° [VA]
ሶ = 𝑈ሶ𝐹𝐶 ⋅ 𝐼𝐹𝐶
𝑆𝐹𝐶 ∗ሶ
= (𝑈𝐹 ⋅ 𝐼𝐹 )∠𝜃 = 127 ∠120° [V] × 5,00∠(−90,0°) [A] ⟹ 𝑆𝐹ሶ = 635∠30,0° [VA]
𝑆𝐹ሶ = (𝑈𝐹 ⋅ 𝐼𝐹 )∠𝜃 = (127 V × 5,00 A)∠(30,0°) ⟹ 𝑆𝐹ሶ = 635∠30,0° [VA]
f) Cálculo da potência trifásica (total):

ሶ + 𝑆𝐹𝐵
ሶ + 𝑆𝐹𝐶
ሶ = 3 ⋅ 𝑆𝐹ሶ = 3 × 635∠30,0° [VA] ⟹ 𝑆ሶ𝑇 = 1,905∠30,0° [kVA]
Ou,
𝑆ሶ𝑇 = (√3 ⋅ 𝑈𝐿 ⋅ 𝐼𝐿 )∠𝜃 = (√3 ⋅ 220 V ⋅ 5,00 A)∠30,0° ⟹ 𝑆ሶ𝑇 = 1,905∠30,0° [kVA]
O sistema de tensões adotado pela concessionária de energia elétrica em Cuiabá é semelhante ao

proposto neste exercício, com tensões de fase de 127 V, medidas entre as fases e o condutor neutro e com
tensões de 220 V medidas entre as fases (tensão de linha).
4.2 Ligações em delta ou triângulo (Δ)

Na ligação em delta, os enrolamentos do alternador, ou as impedâncias da carga, são ligados conforme
mostrado na Figura 14 e na Figura 15 a seguir:
𝐴 𝐼𝐴ሶ
𝐴
𝐸ሶ𝐶 𝐸𝐴ሶ ሶ = 𝐸𝐴ሶ

𝐸𝐴𝐵
Carga
𝐸ሶ𝐶𝐴 = 𝐸ሶ𝐶 3Φ
𝐼𝐵ሶ
𝐵
𝐶 𝐵
𝐸ሶ𝐵
𝐸ሶ𝐵𝐶 = 𝐸ሶ𝐵
𝐼𝐶ሶ
𝐶
Figura 14: Ligação dos enrolamentos de um gerador trifásico, agrupados em Δ.
A Figura 15 ilustra um gerador trifásico alimentando carga trifásica, ambos em Δ:
𝐼𝐴ሶ
𝐴 𝐴
ሶ
𝐼𝜙𝐴 ሶ
𝐼𝐹𝐴
𝐸ሶ𝜙𝐶 𝐸ሶ𝜙𝐴 𝑈ሶ𝐹𝐴 𝑈ሶ𝐹𝐶
𝑈ሶ𝐴𝐵
𝑍𝐴ሶ 𝑍ሶ𝐶
ሶ
𝐼𝜙𝐶 𝑈ሶ𝐶𝐴 ሶ
𝐼𝐹𝐶
ሶ
𝐼𝜙𝐵 𝐼𝐵ሶ ሶ
𝐼𝐹𝐵 𝑍ሶ𝐵
𝐶 𝐵 𝐵 𝐶
𝐸ሶ𝜙𝐵 𝑈ሶ𝐹𝐵
𝑈ሶ𝐵𝐶
𝐼𝐶ሶ
Figura 15: Ligação dos enrolamentos de um gerador trifásico agrupados em Δ, alimentando carga trifásica equilibrada,
com as impedâncias também agrupadas em em Δ.
Sendo:
𝐸ሶ𝜙𝐴 , 𝐸ሶ𝜙𝐵 e 𝐸ሶ𝜙𝐶 as tensões nas fases do gerador;
ሶ , 𝐼𝜙𝐵
𝐼𝜙𝐴 ሶ e 𝐼𝜙𝐶
ሶ as correntes nas fases do gerador;
𝑈ሶ𝐴𝐵 , 𝑈ሶ𝐵𝐶 e 𝑈ሶ𝐶𝐴 as tensões de linha;
𝐼𝐴ሶ , 𝐼𝐵ሶ e 𝐼𝐶ሶ as correntes de linha;
𝑈ሶ𝐹𝐴 , 𝑈ሶ𝐹𝐵 e 𝑈ሶ𝐹𝐶 as tensões nas fases da carga;

ሶ , 𝐼𝐹𝐵
𝐼𝐹𝐴 ሶ e 𝐼𝐹𝐶
ሶ as correntes nas fases da carga.
Nas ligações em Δ, as tensões de linha são iguais às correspondentes tensões de fase e, se o sistema for
simétrico, todas as tensões de linha têm módulo com 𝑈𝐿 = 𝑈𝐹 , ou seja, nos sistemas em Δ com tensões
simétricas o módulo das tensões de linha é sempre igual ao das tensões de fase.
𝑈ሶ𝐴𝐵 = 𝐸ሶ𝜙𝐴 = 𝑈ሶ𝐹𝐴 = 𝑈𝐹 ∠0 𝑈ሶ𝐵𝐶 = 𝐸ሶ𝜙𝐵 = 𝑈ሶ𝐹𝐵 = 𝑈𝐹 ∠(−120°) 𝑈ሶ𝐶𝐴 = 𝐸ሶ𝜙𝐶 = 𝑈ሶ𝐹𝐶 = 𝑈𝐹 ∠120°
As correntes de fase na carga, considerando o sistema simétrico, são determinadas pelas tensões nas
fases e as impedâncias das fases:
𝑈ሶ𝐹𝐴 𝑈𝐹 ∠0 𝑈
ሶ =
𝐼𝐹𝐴 = ሶ = 𝐹 ∠(−𝜃𝐴 ) = 𝐼𝐹𝐴 ∠(−𝜃𝐴 )
⟹ 𝐼𝐹𝐴
𝑍𝐴ሶ 𝑍𝐴 ∠𝜃𝐴 𝑍𝐴
𝑈ሶ𝐹𝐵 𝑈𝐹 ∠(−120°) 𝑈
ሶ =
𝐼𝐹𝐵 = ሶ = 𝐹 ∠(−120° − 𝜃𝐵 ) = 𝐼𝐹𝐵 ∠(−120° − 𝜃𝐵 )
⟹ 𝐼𝐹𝐵
𝑍ሶ𝐵 𝑍𝐵 ∠𝜃𝐵 𝑍𝐵
𝑈ሶ𝐹𝐶 𝑈𝐹 ∠120° 𝑈
ሶ =
𝐼𝐹𝐶 = ሶ = 𝐹 ∠(120° − 𝜃𝐵 ) = 𝐼𝐹 ∠(120° − 𝜃𝐶 )
⟹ 𝐼𝐹𝐶
𝑍ሶ𝐶 𝑍𝐶 ∠𝜃𝐶 𝑍𝐶 𝐶
Considerando a carga equilibrada (𝑍𝐴ሶ = 𝑍ሶ𝐵 = 𝑍ሶ𝐶 = 𝑍𝐹 ∠𝜃), tem-se:

𝑈𝐹
𝑍𝐴ሶ = 𝑍ሶ𝐵 = 𝑍ሶ𝐶 = 𝑍𝐹 ∠𝜃 𝐼𝐹𝐴 = 𝐼𝐹𝐵 = 𝐼𝐶 = 𝐼𝐹 =
𝑍𝐹
𝑈ሶ𝐹𝐴 𝑈𝐹 ∠0 𝑈
ሶ =
𝐼𝐹𝐴 = ሶ = 𝐹 ∠(−𝜃) = 𝐼𝐹 ∠(−𝜃)
⟹ 𝐼𝐹𝐴
𝑍𝐴ሶ 𝑍𝐹 ∠𝜃 𝑍𝐹
𝑈ሶ𝐹𝐵 𝑈𝐹 ∠(−120°) 𝑈
ሶ =
𝐼𝐹𝐵 = ሶ = 𝐹 ∠(−120° − 𝜃) = 𝐼𝐹 ∠(−120° − 𝜃)
⟹ 𝐼𝐹𝐵
𝑍𝐵ሶ 𝑍𝐹 ∠𝜃 𝑍𝐹
𝑈ሶ𝐹𝐶 𝑈𝐹 ∠120° 𝑈
ሶ =
𝐼𝐹𝐶 = ሶ = 𝐹 ∠(120° − 𝜃) = 𝐼𝐹 ∠(120° − 𝜃)
⟹ 𝐼𝐹𝐶
𝑍𝐶ሶ 𝑍 𝐹 ∠𝜃 𝑍𝐹
As relações entre as correntes de linha e as correntes de fase podem ser obtidas aplicando a lei de
Kirchhoff das correntes (LKC) nos nós A, B e C.
𝐼𝐴ሶ − 𝐼𝐹𝐴
ሶ + 𝐼𝐹𝐶
ሶ = 0 ⟹ 𝐼𝐴ሶ = 𝐼𝐹𝐴
ሶ − 𝐼𝐹𝐶
ሶ = 𝐼𝐹 ∠(−𝜃) − 𝐼𝐹 ∠(120° − 𝜃)
𝐼𝐴ሶ = 𝐼𝐹 ⋅ (1∠(−𝜃) − 1∠(120° − 𝜃))

1∠(−𝜃) = cos(−𝜃) + 𝑗 sen(−𝜃)
1∠(120° − 𝜃) = cos(120° − 𝜃) + 𝑗 sen(120° − 𝜃)
1 √3
cos(120° − 𝜃) = cos(120°) ⋅ cos(−𝜃) − sen(120°) ⋅ sen(−𝜃) = − cos(−𝜃) − sen(−𝜃)
2 2
√3 1
sen(120° − 𝜃) = sen(120°) ⋅ cos(−𝜃) + sen(−𝜃) ⋅ cos(120°) = ⋅ cos(−𝜃) − sen(−𝜃)
2 2
1 √3 √3 1
−1∠(120° − 𝜃) = cos(−𝜃) + sen(−𝜃) + 𝑗 (− ⋅ cos(−𝜃) + sen(−𝜃))
2 2 2 2
1 √3 √3 1
1∠(−𝜃) − 1∠(120° − 𝜃) = cos(−𝜃) + 𝑗 sen(−𝜃) + cos(−𝜃) + sen(−𝜃) + 𝑗 (− ⋅ cos(−𝜃) + sen(−𝜃))
2 2 2 2
3 √3 √3 3
1∠(−𝜃) − 1∠(−120° − 𝜃) = cos(−𝜃) + sen(−𝜃) + 𝑗 (− ⋅ cos(−𝜃) + sen(−𝜃))
2 2 2 2
√3 1 1 √3
1∠(−𝜃) − 1∠(−120° − 𝜃) = √3 ⋅ ( cos(−𝜃) + sen(−𝜃) + 𝑗 (− ⋅ cos(−𝜃) + sen(−𝜃)))
2 2 2 2
1∠(−𝜃) − 1∠(−120° − 𝜃) = √3 ⋅ (cos(−30° − 𝜃) + 𝑗(sen(−30° − 𝜃)) = √3 ⋅ 1∠(−30° − 𝜃)
𝐼𝐴ሶ = √3 ⋅ 𝐼𝐹 ∠(−30° − 𝜃)
E as demais correntes de linha:

𝐼𝐵ሶ − 𝐼𝐹𝐵
ሶ + 𝐼𝐹𝐴
ሶ = 0 ⟹ 𝐼𝐵ሶ = 𝐼𝐹𝐵
ሶ − 𝐼𝐹𝐴
ሶ
𝐼𝐶ሶ − 𝐼𝐹𝐶
ሶ + 𝐼𝐹𝐵
ሶ = 0 ⟹ 𝐼𝐶ሶ = 𝐼𝐹𝐶
ሶ − 𝐼𝐹𝐵
ሶ
O mesmo procedimento deverá ser adotado para a obtenção das outras duas correntes de linha. Ou,
visto ser o sistema simétrico e equilibrado, pode-se simplificar considerando as demais correntes de linha
defasadas em 120°, ou seja:
𝐼𝐴ሶ = √3 ⋅ 𝐼𝐹 ∠(30° − 𝜃) 𝐼𝐵ሶ = √3 ⋅ 𝐼𝐹 ∠(−90° − 𝜃) 𝐼𝐶ሶ = √3 ⋅ 𝐼𝐹 ∠(150° − 𝜃)
Nas ligações em Δ, com sistemas simétricos e com cargas equilibradas, as correntes de linha têm módulo
𝐼𝐿 = √3 ⋅ 𝐼𝐹 , ou seja, o módulo das correntes de linha é √3 vezes maior que o das correntes de fase. E o
conjunto das correntes de linha está atrasado de um ângulo igual a 30° em relação ao conjunto das correntes
de fase.
As potências nas fases são obtidas multiplicando-se os fasores das tensões pelos conjugados4 dos fasores
das respectivas correntes.
𝑆𝐹𝐴 ∗ሶ
𝑆𝐹𝐵 ∗ሶ
𝑆𝐹𝐶 ∗ሶ
A potência trifásica é obtida somando-se as potências de cada uma das fases, então:
ሶ + 𝑆𝐹𝐵
ሶ + 𝑆𝐹𝐶
∗ሶ
+ 𝑈ሶ𝐹𝐵 ⋅ 𝐼𝐹𝐵
∗ሶ
+ 𝑈ሶ𝐹𝐶 ⋅ 𝐼𝐹𝐶
∗ሶ
⟹ 𝑆ሶ𝑇 = 3 ⋅ (𝑈𝐹 ⋅ 𝐼𝐹 )∠𝜃 = 3 ⋅ 𝑆𝐹ሶ
Mas:
𝑈𝐿 = 𝑈𝐹 e 𝐼𝐿 = √3 ⋅ 𝐼𝐹
Então:
𝐼𝐿
𝑆ሶ𝑇 = 3 ⋅ (𝑈𝐹 ⋅ ) ∠𝜃 ⟹ 𝑆ሶ𝑇 = √3 ⋅ (𝑈𝐿 ⋅ 𝐼𝐿 )∠𝜃 = 3 ⋅ (𝑈𝐹 ⋅ 𝐼𝐹 )∠𝜃 = 3 ⋅ 𝑆𝐹ሶ
√3
Sendo:
𝑆𝐹ሶ a potência complexa das fases; 𝑈𝐹 a tensão de fase;
𝑆𝐹 o módulo da potência das fases; 𝑈𝐿 a tensão de linha do sistema;
𝑆ሶ𝑇 a potência complexa trifásica (total); 𝐼𝐹 a corrente de fase;
𝑆𝑇 o módulo da potência trifásica; 𝐼𝐿 a corrente de linha do sistema;
𝜃 o ângulo das impedâncias da carga equilibrada.
𝐼𝐶ሶ
𝑈ሶ𝐹𝐶 = 𝑈ሶ𝐶 𝑈ሶ𝐹𝐴 = 𝑈ሶ𝐴

ሶ
𝐼𝐹𝐶 ሶ
−𝐼𝐹𝐵
ሶ
−𝐼𝐹𝐴 ሶ
−𝜃 𝐼𝐹𝐴
−30°
ሶ
𝐼𝐹𝐵
𝐼𝐵ሶ ሶ
−𝐼𝐹𝐶
𝐼𝐴ሶ
𝑈ሶ𝐹𝐵 = 𝑈ሶ𝐵
Figura 16: Representação fasorial das correntes e tensões trifásicas simétricas e equilibradas,
aplicadas às impedâncias da carga trifásica, agrupadas em Δ, com 𝑍ሶ = 𝑍𝐹 ∠𝜃 por fase.
4
Neste estudo, os conjugados de valores complexos estão assinalados com asterisco: 𝐼 ሶ = 𝐼∠𝜃𝑖 ⟹ 𝐼 ∗ሶ = 𝐼∠(−𝜃𝑖 ).
Exercício resolvido 02. Para a carga trifásica equilibrada agrupada em Δ do exercício resolvido
anteriormente, com impedância 𝑍ሶ𝐹𝐴 = 𝐼𝐴ሶ
ሶ ሶ ሶ
𝑍𝐹𝐵 = 𝑍𝐹𝐶 = 𝑍𝐹 = 25,4∠30,0° [Ω] e 𝐴 𝐴
alimentada a 3 fios pelo mesmo sistema

trifásico de tensões, deseja-se conhecer os
seguintes valores complexos: ሶ
𝐼𝐹𝐴
a) as tensões de linha; 𝑈ሶ𝐹𝐴 𝑈ሶ𝐹𝐶
b) as correntes de fase; 𝑈ሶ𝐴𝐵
c) as correntes de linha;
d) as potências de fase;
𝑈ሶ𝐶𝐴 ሶ
𝐼𝐹𝐶
e) a potência trifásica. 𝐼𝐵ሶ ሶ
𝐵
Resolução:
𝐵 𝐶
a) Cálculo das tensões de linha:
𝑈ሶ𝐹𝐵
Considerando os valores já calculados
no exercício resolvido anterior, tem-se: 𝑈ሶ𝐵𝐶
𝑈ሶ𝐴𝐵 = 220∠30,0° [V]
𝑈ሶ𝐵𝐶 = 220∠(−90,0°) [V]
𝐼𝐶ሶ
𝑈ሶ𝐶𝐴 = 220∠150° [V] 𝐶
Cabe observar que a carga com as fases Figura 17: Carga trifásica equilibrada, com as impedâncias agrupadas em Δ
agrupadas em Δ implica na alimentação e alimentada a 3 fios através de sistema trifásico simétrico de tensões em
127/220 V.
a 3 fios, onde as tensões de linha são
aplicadas diretamente às impedâncias da carga, ou seja, as tensões de fase na carga são as próprias
tensões de linha (𝑈𝐹 = 220 V).
b) Cálculo das correntes de fase:

𝑈ሶ𝐹𝐴 220∠30° [V]
ሶ =
𝐼𝐹𝐴 = ሶ = 8,66∠0 [A]
⟹ 𝐼𝐹𝐴
𝑍𝐴ሶ 25,4∠30,0° [Ω]
𝑈ሶ𝐹𝐵 220∠(−90,0°) [V]

ሶ =
𝐼𝐹𝐵 = ሶ = 8,66∠(−120°) [A]
⟹ 𝐼𝐹𝐵
𝑍ሶ𝐵 25,4∠30,0° [Ω]
𝑈ሶ𝐹𝐶 220∠150° [V]

ሶ =
𝐼𝐹𝐶 = ሶ = 8,66∠120° [A]
⟹ 𝐼𝐹𝐶
𝑍ሶ𝐶 25,4∠30,0° [Ω]
c) Cálculo das correntes de linha:

ሶ = 8,66∠0 [A] − 8,66∠120° [A] = √3 ⋅ 8,66∠(30,0° − 30,0°) ⟹ 𝐼𝐴ሶ = 15,0∠0 [A]
ሶ = 8,66∠(−120°) [A] − 8,66∠0 [A] = √3 ⋅ 8,66∠(−120° − 30,0°)
𝐼𝐵ሶ = 15,0∠(−150°) [A]
𝐼𝐶ሶ = 𝐼𝐹𝐶
ሶ = 8,66∠120° [A] − 8,66∠(−120°) [A] = √3 ⋅ 8,66∠(120° − 30,0°)
𝐼𝐶ሶ = 15,0∠90,0° [A]
d) Cálculo das potências de fase:

Considerando o sistema simétrico e equilibrado, as potências de fase são iguais nas três fases:
𝑆𝐹𝐴 ∗ሶ
𝑆𝐹𝐵 ∗ሶ
𝑆𝐹𝐶 ∗ሶ
ሶ = 𝑆𝐹𝐵
𝑆𝐹𝐴 ሶ = 𝑆𝐹𝐶
ሶ = (𝑈𝐹 ⋅ 𝐼𝐹 )∠𝜃 = (220 V × 8,66 A)∠30,0° ⟹ 𝑆𝐹ሶ = 1,905∠30,0° [kVA]
e) Cálculo da potência trifásica:

ሶ + 𝑆𝐹𝐵
ሶ + 𝑆𝐹𝐶
ሶ = 3 ⋅ 𝑆𝐹ሶ = 3 × 1,905∠30,0° [kVA] ⟹ 𝑆ሶ𝑇 = 5,72∠30,0° [kVA]
Ou:
𝑆ሶ𝑇 = (√3 ⋅ 𝑈𝐿 ⋅ 𝐼𝐿 )∠𝜃 = (√3 ⋅ 220 V ⋅ 15,0 A)∠30,0° ⟹ 𝑆ሶ𝑇 = 5,72∠30,0° [kVA]
𝐼𝐶ሶ = 15,0∠90,0° [A]
𝑈ሶ𝐹𝐶 = 220∠150° [V] ሶ = 8,66∠120° [A]

𝐼𝐹𝐶 𝑈ሶ𝐹𝐴 = 220∠30,0° [V]
−𝜃 ሶ = 8,66∠0 [A]
𝐼𝐹𝐴
−30°
ሶ = 8,66∠(−120°) [A]
𝐼𝐹𝐵 𝐼𝐴ሶ = 15,0∠(−30,0°) [A]
𝐼𝐵ሶ = 15,0∠(−150°) [A]
𝑈ሶ𝐹𝐵 = 220∠(−90,0°) [V]
Figura 18: Representação fasorial das correntes e tensões trifásicas, aplicadas às impedâncias da
carga trifásica agrupadas em Δ, com 𝑍ሶ𝐹 = 25,4∠30,0° [𝛺], por fase.
É importante observar que, para as mesmas impedâncias da carga agrupadas em Δ, a potência trifásica
total é 3 vezes maior do que a correspondente potência em Y. Isto ocorre porque as tensões aplicadas às
fases são √3 vezes maiores, o que implica em correntes de fases também multiplicadas pelo mesmo fator
√3, fazendo com que a potência seja √3 × √3 = 3 vezes maior.
𝑆𝐹Δ = √3 ⋅ 𝑈𝐹𝑌 × √3 ⋅ 𝐼𝐹𝑌 = 3 ⋅ 𝑈𝐹𝑌 ⋅ 𝐼𝐹𝑌 ⟹ 𝑆𝐹Δ = 3 ⋅ 𝑆𝐹𝑌
4.3 Exercícios resolvidos para sistemas simétricos e equilibrados em Y e em Δ.

Formulário para sistemas trifásicos simétricos e equilibrados
Grandezas Conexão Y Conexão Δ

Tensão de fase 𝑈𝐹 = 𝑈𝐿 ⁄√3 = 𝑍𝐹 ⋅ 𝐼𝐹 𝑈𝐹 = 𝑈𝐿 = 𝑍𝐹 ⋅ 𝐼𝐹
Tensão de linha 𝑈𝐿 = √3 ⋅ 𝑈𝐹 𝑈𝐿 = 𝑈𝐹
Corrente de fase 𝐼𝐹 = 𝑈𝐹 ⁄𝑍𝐹 = 𝑈𝐿 ⁄(√3 ⋅ 𝑍𝐹 ) 𝐼𝐹 = 𝑈𝐹 ⁄𝑍𝐹 = 𝑈𝐿 ⁄𝑍𝐹
Corrente de linha 𝐼𝐿 = 𝐼𝐹 𝐼𝐿 = √3 ⋅ 𝐼𝐹
Potência por fase 𝑆𝐹 = 𝑈𝐹 ⋅ 𝐼𝐹 = (𝑈𝐿 ⋅ 𝐼𝐿 )⁄√3 𝑆𝐹 = 𝑈𝐹 ⋅ 𝐼𝐹 = (𝑈𝐿 ⋅ 𝐼𝐿 )⁄√3
Potência total 𝑆𝑇 = 3 ⋅ 𝑆𝐹 = √3 ⋅ 𝑈𝐿 ⋅ 𝐼𝐿 𝑆𝑇 = 3 ⋅ 𝑆𝐹 = √3 ⋅ 𝑈𝐿 ⋅ 𝐼𝐿
Relação entre as potências trifásicas aparente, ativa e reativa em sistemas simétricos e equilibrados
Potência aparente trifásica 𝑆𝑇 = √3 ⋅ 𝑈𝐿 ⋅ 𝐼𝐿 = 3 ⋅ 𝑈𝐹 ⋅ 𝐼𝐹
Potência ativa trifásica 𝑃𝑇 = 𝑆𝑇 ⋅ cos 𝜃 = √3 ⋅ 𝑈𝐿 ⋅ 𝐼𝐿 ⋅ cos 𝜃 = 3 ⋅ 𝑈𝐹 ⋅ 𝐼𝐹 ⋅ cos 𝜃
Potência reativa trifásica 𝑄𝑇 = 𝑆𝑇 ⋅ sen 𝜃 = √3 ⋅ 𝑈𝐿 ⋅ 𝐼𝐿 ⋅ sen 𝜃 = 3 ⋅ 𝑈𝐹 ⋅ 𝐼𝐹 ⋅ sen 𝜃
Exercício resolvido 03. Um alternador trifásico com os enrolamentos agrupados em Y (4 fios) alimenta um
motor assíncrono trifásico, com os enrolamentos também ligados em Y, cujas impedâncias por fase são
idênticas e dadas por ZሶA = ZሶB = ZሶC = 𝑍∠𝜃. As tensões de linha aplicadas ao motor são 𝑈ሶ𝐴𝐵 = 6,60∠(30°) [kV},
e 𝑈ሶ𝐶𝐴 = 6,60∠(150°) [kV}, conforme indicado nas figuras deste exercício. As
𝑈ሶ𝐵𝐶 = 6,60∠(−90,0°) [kV}
correntes de linha do motor funcionando a plena carga são de 87,83 A e o fator de potência cos 𝜙 = 0,83
(indutivo).
𝐼𝐴ሶ 𝐼𝑁ሶ 𝐼𝐵ሶ 𝐼𝐶ሶ
𝑈ሶ𝐺𝐴 𝑈ሶ𝐺𝐵 𝑈ሶ𝐺𝐶 𝑈ሶ𝐵𝑁

𝑈ሶ𝐴𝑁 𝑈ሶ𝐶𝑁
A 𝑁 B C
𝐸ሶ𝐺𝐴 𝐸ሶ𝐺𝐵 𝑍𝐴ሶ 𝑍ሶ𝐵
𝐸ሶ𝐺𝐶 𝑍ሶ𝐶
Figura 19: Motor trifásico com os enrolamentos agrupados em Y, sendo alternador trifásico, também em Y.
Figura 20: Fonte: WEG Equipamentos Elétricos S.A. (www.weg.net)
Deseja-se:
a) As tensões aplicadas às fases do motor (𝑈ሶ𝐹𝐴 , 𝑈ሶ𝐹𝐵 e 𝑈ሶ𝐹𝐶 );
b) As correntes de linha 𝐼𝐴ሶ , 𝐼𝐵ሶ e 𝐼𝐶ሶ (forma polar);
c) As impedâncias complexas por fase do motor (𝑍𝐴ሶ , 𝑍ሶ𝐵 e 𝑍ሶ𝐶 ), nas formas polar e retangular;
d) A corrente que atravessa o condutor neutro (𝐼𝑁ሶ );
ሶ , 𝑆𝐹𝐵
e) As potências complexas por fase e a potência total (𝑆𝐹𝐴 ሶ , 𝑆𝐹𝐶
ሶ e 𝑆ሶ𝑇 ), nas formas polar e retangular;
f) A eficiência do motor (𝜂) entregando potência mecânica na ponta do eixo de 𝑃𝑚𝑒𝑐ã𝑛𝑖𝑐𝑎 = 800 kW,
considerando (𝜂 = 𝑃𝑚𝑒𝑐â𝑛𝑖𝑐𝑎 ⁄𝑃𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 );
g) O diagrama fasorial com as tensões e as correntes do motor.
Resolução:
a) Cálculo das tensões aplicadas às fases do motor (𝑈ሶ𝐹𝐴 , 𝑈ሶ𝐹𝐵 e 𝑈ሶ𝐹𝐶 ):

𝑈𝐿 6,60
𝑈ሶ𝐹𝐴 = ∠(𝜃𝑈𝐴 − 30°) = ∠(30° − 30,0°) (kV) ⟹ 𝑈ሶ𝐹𝐴 = 3,81∠0 [kV]
√3 √3
𝑈𝐿 6,60
𝑈ሶ𝐹𝐵 = ∠(𝜃𝑈𝐵 − 30°) = ∠(−90° − 30,0°) (kV) ⟹ 𝑈ሶ𝐹𝐵 = 3,81∠(−120°) [kV]
√3 √3
𝑈𝐿 6,60
𝑈ሶ𝐹𝐶 = ∠(𝜃𝑈𝐵 − 30°) = ∠(150° − 30,0°) (kV) ⟹ 𝑈ሶ𝐹𝐶 = 3,81∠120° [kV]
√3 √3
b) Cálculo das correntes de linha 𝐼𝐴ሶ , 𝐼𝐵ሶ e 𝐼𝐶ሶ (forma polar):

cos 𝜙 = 0,83 ⟹ 𝜙 = cos −1 (0,83) → 𝜙 = −33,9° (indutivo)
ሶ = 87,83∠(0 − 33,9°) [A] ⟹ 𝐼𝐴ሶ = 𝐼𝐹𝐴
ሶ = 87,83∠(−33,9°) [A]
ሶ = 87,83∠(−120° − 33,9°) [A] ⟹ 𝐼𝐵ሶ = 𝐼𝐹𝐵
ሶ = 87,83∠(−153,9°) [A]
ሶ = 87,83∠(120° − 33,9°) [A] ⟹ 𝐼𝐶ሶ = 𝐼𝐹𝐶
ሶ = 87,83∠86,1° [A]
c) Cálculo das impedâncias complexas por fase (𝑍𝐴ሶ , 𝑍ሶ𝐵 e 𝑍ሶ𝐶 ) do motor, nas formas polar e retangular:
𝑈ሶ𝐹𝐴 3,81∠0 [kV]
𝑍𝐴ሶ = = ⟹ 𝑍𝐴ሶ = 43,38∠33,9° [A]
ሶ
𝐼𝐹𝐴 87,83∠(−33,9°) [A]
𝑈ሶ𝐹𝐵 3,81∠(−120°) [kV]
𝑍ሶ𝐵 = = ⟹ 𝑍𝐴ሶ = 43,38∠33,9° [A]
ሶ𝐼𝐹𝐵 87,83∠(−153,9°) [A]
𝑼ሶ𝑭𝑪 3,81∠120° [kV]
𝒁ሶ𝑪 = = ⟹ 𝑍𝐴ሶ = 43,38∠33,9° [A]
𝑰ሶ𝑭𝑪 87,83∠86,1° [A]
d) Cálculo da corrente que atravessa o condutor neutro (𝐼𝑁ሶ ):

ሶ + 𝐼𝐹𝐵
ሶ + 𝐼𝐹𝑁
ሶ = 0 ⟹ 𝐼𝐹𝑁
ሶ = −(𝐼𝐹𝐴
ሶ + 𝐼𝐹𝐵
ሶ + 𝐼𝐹𝐶
ሶ )
ሶ = −(87,83∠(−33,9°) [A] + 87,83∠(−153,9°) [A] + 87,83∠86,1° [A] ⟹ 𝐼𝐹𝑁

𝐼𝐹𝑁 ሶ =0
ሶ , 𝑆𝐹𝐵
e) Cálculo das potências complexas por fase e a potência total (𝑆𝐹𝐴 ሶ , 𝑆𝐹𝐶
ሶ e 𝑆ሶ𝑇 ), nas formas polar e
retangular:
𝑆𝐹𝐴 ∗ሶ
= 3,81∠0 [kV] × 87,83∠33,9° [A]
ሶ = 334,6∠33,9° [kVA] = (277,7 + 𝑗186,6) kVA
𝑆𝐹𝐴
𝑆𝐹𝐵 ∗ሶ
= 3,81∠(−120°) [kV] × 87,83∠153,9° [A]
ሶ = 334,6∠33,9° [kVA] = (277,7 + 𝑗186,6) kVA
𝑆𝐹𝐵
𝑆𝐹𝐶 ∗ሶ
= 3,81∠120° [kV] × 87,83∠(−86,1°) [A]
ሶ = 334,6∠33,9° [kVA] = (277,7 + 𝑗186,6) kVA
𝑆𝐹𝐶
ሶ + 𝑆𝐹𝐵
ሶ + 𝑆𝐹𝐶
ሶ = 3 ⋅ 𝑈𝐹 ⋅ 𝐼𝐹 ∠𝜙 = √3 ⋅ 𝑈𝐿 ⋅ 𝐼𝐿 ∠𝜙 = √3 ⋅ (6,60 kV ⋅ 87,83 A)∠33,9°
𝑆ሶ𝑇 = 1,004∠33,9° [MVA] = 833,3 + 𝑗560,0 (kVA)
f) Cálculo da eficiência do motor (𝜂) entregando potência mecânica na ponta do eixo de 800 kW:
𝑃𝑚𝑒𝑐â𝑛𝑖𝑐𝑎 800 kW
𝜂= = ⟹ 𝜂 = 0,960 = 96,0%
𝑃𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 833,3 kW
A eficiência do motor é obtida pela relação entre a potência elétrica de alimentação (potência de
entrada) e à potência mecânica de saída, podendo ainda ser expressa em porcentagem.
g) Traçado do diagrama fasorial com as tensões e correntes do motor:
ሶ = 87,83∠86,1° [A]
𝑈ሶ𝐹𝐶 = 3,81∠120° [kV]
𝑈ሶ𝐶𝐴 = 6,60∠150° [kV] 𝑈ሶ𝐴𝐵 = 6,60∠30,0° [kV]
30° 𝑈ሶ𝐹𝐴 = 3,81∠0 [kV]
−33,9°
ሶ = 87,83∠(−153,9°) [A]
ሶ = 87,83∠(−33,9°) [A]
𝑈ሶ𝐹𝐵 = 3,81∠(−120°) [kV]
𝑈ሶ𝐵𝐶 = 6,60∠(−90,0°) [kV]
Figura 21: Representação fasorial das correntes e tensões trifásicas, aplicadas ao motor, com os enrolamentos agrupados em Y.
Atenção: Os dados de placa indicados a seguir, aplicam-

se aos exercícios resolvidos de número 04 a 10.
ALTO
Um motor assíncrono trifásico apresenta os dados RENDIMENTO NBR7094
nominais indicados na placa da Figura 22. O motor possui

6 bobinas idênticas, com as mesmas impedâncias MOTOR DE INDUÇÃO GAIOLA
INDUCTION MOTOR GAGE HZ 60 CAT N
complexas, tensões e correntes nominais. As bobinas de kW(HP – cv) 1730 2.2(3.0) RPM
min
uma mesma fase podem ser ligadas em série ou em FS ISOL
S 1.15 B ΔT K IP/In 6.7
INSL IP55
paralelo. Estas bobinas já ligadas em série ou em
220/380/440 V 8.40/4.86/4.20 A
paralelo, são então agrupadas em Δ ou em Y, para a REG
DUTY S1
MAX AMB ALT m
conexão do motor à rede elétrica trifásica.
A forma como as bobinas e as fases são agrupadas (Δ ou
em Y) determina a tensão de alimentação do motor, 11 12 10 11 12 10 11 12 10 11 12 10
220 V
440 V
760 V
380 V
como mostrado na Figura 23 até a Figura 26. 5 6 4 5 6 4 5 6 4 5 6 4
8 9 7 8 9 7 8 9 7 8 9 7
2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1
Exercício resolvido 04. Para o motor funcionando em L1 L2 L3 L1 L2 L3 L1 L2 L3 L1 L2 L3

ΔΔ YY Δ Y
uma rede trifásica de 127/220 V – 60,0 Hz, em condições ONLY START / SOMENTE PARTIDA
nominais, deseja-se saber:
6205-ZZ A base de Lítio
a) O valor da impedância complexa de cada bobina; 6204-ZZ kg
b) A forma adequada para se agrupar as bobinas e as PNCEE
fases do motor alimentado através desta rede; REND%=85.5%
c) A impedância equivalente do motor, por fase. COS φ=0.81
d) A intensidade da corrente em cada cabo elétrico de Figura 22: Placa de um motor assíncrono trifásico.
Fonte: WEG Equipamentos Elétricos S.A. (www.weg.net)
alimentação do motor;
e) A potência complexa do motor, por fase, recebida da rede elétrica de alimentação;
f) A potência complexa do motor recebida da rede elétrica de alimentação, consideradas as três fases.
Nota: Os diagramas de ligação dos terminais (1 a 12) mostrados na placa do motor, para 220V a 760 V,
correspondem às seguintes ligações de bobinas (série e paralelo) e agrupamentos de fases (Δ e Y):
Ligação ΔΔ – Bobinas em paralelo; tensão de linha: 220 V; tensão de fase: 220 V.

Ligação ΔΔ – 220 V 11 12 10
Bobina Bobina Bobina

11 12 10
5 6 4
5 6 4
8 9 7
220 V
8 9 7
5 6 4
2 3 1
2 3 1
L1 L2 L3
ΔΔ 2 3 1
Figura 23: Bobinas ligadas em paralelo (por fase) e agrupadas em Δ. 𝐿1 𝐿2 𝐿3
Ligação YY – Bobinas em paralelo; tensão de linha: 380 V; tensão de fase: 220 V.

Ligação YY – 380 V
11 12 10

11 12 10 5 4
6
5 6 4
8 9 7
380 V
8 9 7
5 6 4
2 3 1
2 3 1
L1 L2 L3
2 3 1
YY
𝐿1 𝐿2 𝐿3
Figura 24: Bobinas ligadas em paralelo (por fase) e agrupadas em Y.
Ligação Δ – Bobinas em série; tensão de linha: 440 V; tensão de fase: 440 V.

Ligação Δ – 440 V
11 12 10
11 12 10 Bobina Bobina Bobina

5 6 4
5 6 4
8 9 7
440 V
8 9 7
5 6 4
2 3 1
2 3 1
L1 L2 L3
2 3 1
Δ
Figura 25: Bobinas ligadas em série (por fase) e agrupadas em Δ. 𝐿1 𝐿2 𝐿3
Ligação Y – Bobinas em série; tensão de linha: 760 V; tensão de fase: 440 V.
Ligação Y – 760 V
11 12 10
11 12 10 Bobina Bobina Bobina

5 6 4
5 6 4
760 V
8 9 7
8 9 7
5 6 4
2 3 1
2 3 1
L1 L2 L3
Y 2 3 1
Figura 26: Bobinas ligadas em série (por fase) e agrupadas em Y. 𝐿1 𝐿2 𝐿3

Utilizada para partidas mediante chave Y/Δ em redes de 440 V.
Resolução:
Nas normas técnicas brasileiras não há previsão de redes elétricas com tensão nominal de 760 V, então
a conexão Y da Figura 22 e da Figura 26 somente poderá ser usada em partidas com chaves Y/Δ, em redes
com tensão de linha de 440 V.
Conforme informado no enunciado deste exercício, o motor funciona em rede com tensões de linha de
220 V e as fases agrupadas em Δ, para que as tensões nas bobinas sejam de 220 V. A ligação adequada é
ΔΔ, como mostrado na Figura 23. Nesse caso, as bobinas nas fases deverão ser ligadas em paralelo e
agrupadas em Δ. Isso significa que as correntes das bobinas são a metade das correntes de fase.
𝐼𝐿 8,40 A
𝐼𝐿 = 8,40 A ⟹ 𝐼𝐹 = = ⟹ 𝐼𝐹 = 4,85 A
√3 √3
O motor não possui conexão para condutor neutro, por ter as fases agrupadas em delta.
Tensão de cada bobina (ligação ΔΔ): ⟹ 𝑈𝑏 = 220 V
𝐼 4,85 A
Corrente de cada bobina (ligação ΔΔ): ⟹ 𝐼𝑏 = 𝐹 = ⟹ 𝐼𝑏 = 2,42 A
2 2
Fator de potência (motor): ⟹ cos 𝜑 = 0,81 ⟹ 𝜑 = cos −1 (0,81) ⟹ 𝜑 = 35,9°
𝑈𝑏 220 V
𝑍ሶ𝑏 = ∠𝜑 = ∠35,9° ⟹ 𝑍ሶ𝑏 = 90,7∠35,9° [Ω] = (73,5 + 𝑗53,2) Ω
𝐼𝑏 2,42 A
𝑆𝐹ሶ = (𝑈𝐹 ⋅ 𝐼𝐹 )∠𝜑 = (220 V ⋅ 4,85 A)∠35,9° ⟹ 𝑆𝐹ሶ = 1,07∠35,9° [kVA] = (864 + 𝑗626) VA
ሶ = 3 ⋅ 𝑆𝐹ሶ = (3 ⋅ 𝑈𝐹 ⋅ 𝐼𝐹 )∠𝜑 = (3 ⋅ 1,85 kVA)∠35,9° ⟹ 𝑆𝐹ሶ = 3,20∠35,9° [kVA] = (2,59 + 𝑗1,88) kVA
𝑆𝑀
ሶ = (√3 ⋅ 𝑈𝐿 ⋅ 𝐼𝐿 )∠𝜑 = (√3 ⋅ 220 V ⋅ 8,40 A)∠35,9° ⟹ 𝑆𝐹ሶ = 3,20∠35,9° [kVA] = (2,59 + 𝑗1,88) kVA
𝑆𝑀
𝑃𝑚𝑒𝑐 2,20 kW
ሶ =
𝑆𝑀 ∠𝜑 = ሶ = 3,18∠35,9° [kVA] = (2,57 + 𝑗1,86) kVA
⟹ 𝑆𝑀
𝜂 ⋅ cos 𝜑 0,855 ⋅ 0,81
Exercício resolvido 05. Para o motor do Exercício 4 funcionando em uma rede trifásica de 220/380 V –
60,0 Hz, em condições nominais, deseja-se saber:
a) A forma adequada para ligar as bobinas e agrupar as fases do motor, na rede de 220/380 V;
b) A impedância equivalente do motor, por fase.
c) A intensidade da corrente em cada cabo de alimentação elétrica do motor;
d) A potência complexa recebida da rede elétrica de alimentação pelo motor, por fase;
e) A potência complexa recebida da rede elétrica de alimentação pelo motor, consideradas as três fases.
Resolução:
Apesar do preciosismo, por uma questão de precisão dos cálculos, neste exercício serão considerados os
valores nominais de 220/381 V para as tensões trifásicas de fase e de linha, respectivamente. Isto porque
a relação entre as tensões de fase e de linha nas ligações Y corresponde ao fator √3, ou seja:
Redes: 127⁄220 V Redes: 220⁄380 V
𝑈𝐿 220 V 𝑈𝐿 381 V
𝑈𝐹 = = ⟹ 𝑈𝐹 ≅ 127 V 𝑈𝐹 = = ⟹ 𝑈𝐹 ≅ 220 V
√3 √3 √3 √3
Considerando o valor das tensões de linha iguais a 381 V e as tensões nominais das bobinas individuais
de 220 V (valor informado na placa do motor) estas deverão ser ligadas em paralelo e agrupadas em Y.
𝑈𝐿 381 V
𝑈𝑏𝑜𝑏 = 𝑈𝐹 = = = 220 V
√3 √3
Deverá ser adotada a ligação YY, como mostrado na Figura 24.
𝐼𝐿 = 4,86 A ⟹ 𝐼𝐹 = 𝐼𝐿 = 4,86 A
𝑈𝐹 220 V
𝑍ሶ𝐹 = ∠𝜑 = ∠35,9° ⟹ 𝑍ሶ𝐹 = 45,3∠35,9° [Ω] = (36,7 + 𝑗26,6) Ω
𝐼𝐹 4,86 A
𝑆𝑀
𝑆𝑀
ሶ =
𝑆𝑀 ∠𝜑 = ሶ = 3,18∠35,9° [kVA] = (2,57 + 𝑗1,86) kVA
⟹ 𝑆𝑀
𝜂 ⋅ cos 𝜑 0,855 ⋅ 0,81
Exercício resolvido 06. Para o motor do Exercício 4 funcionando em uma rede trifásica de 254/440 V – 60,0
Hz, em condições nominais, deseja-se saber:
a) A forma adequada para se agrupar as bobinas e as fases do motor alimentado através desta rede;
b) A impedância equivalente do motor, por fase.
c) A intensidade da corrente em cada cabo de alimentação elétrica do motor;
d) A potência complexa do motor, por fase, recebida da rede elétrica de alimentação;
e) A potência complexa do motor, consideradas as três fases, recebida da rede elétrica de alimentação.
Resolução:
Considerando que a rede tem tensões de linha de 440 V e que as tensões nominais das bobinas individuais
são de 220 V, estas deverão ser ligadas em série e agrupadas em Δ, visto que neste tipo de agrupamento
de fases, as tensões aplicadas a cada fase (grupo de duas bobinas em série) são iguais às correspondentes
tensões de linha: 𝑈𝐹 = 𝑈𝐿 = 440 V. Como as bobinas são idênticas e estão em série, cada uma receberá a
metade da tensão de fase, ou seja:
𝑈𝐹 440 V
𝑈𝑏 = = ⟹ 𝑈𝑏 = 220 V
2 2
Deverá ser adotada a ligação Δ, como mostrado na Figura 25.
𝐼𝐹 = 𝐼𝑏 ⟹ 𝐼𝐹 = 2,42 A
𝐼𝐿 4,20 A
𝐼𝐿 = 4,20 A ⟹ 𝐼𝐹 = = ⟹ 𝐼𝐹 = 2,42 A
√3 √3
𝑆𝑀
𝑆𝑀
ሶ =
𝑆𝑀 ∠𝜑 = ሶ = 3,18∠35,9° [kVA] = (2,57 + 𝑗1,86) kVA
⟹ 𝑆𝑀
𝜂 ⋅ cos 𝜑 0,855 ⋅ 0,81
Exercício resolvido 07. Para o motor dos Exercícios 4 a 6 funcionando em condições nominais, deseja-se:
a) O diagrama fasorial com as tensões e correntes (fase e linha) do motor, nas condições do Exercício 4;
b) O diagrama fasorial com as tensões e correntes (fase e linha) do motor, nas condições do Exercício 5.
c) O diagrama fasorial com as tensões e correntes (fase e linha) do motor, nas condições do Exercício 6;
Resolução:
Tensões nas bobinas, de fase e de linha (ligação ΔΔ): 𝑈𝑏 = 220 V
𝐼𝐿 8,40 A
Correntes de fase (ligação ΔΔ): 𝐼𝐹 = = ⟹ 𝐼𝐹 = 4,85 A
√3 √3
Correntes de linha (ligação ΔΔ): 𝐼𝐿 = 8,40 A
Fator de potência (motor): cos 𝜑 = 0,81 ⟹ 𝜑 = cos −1 (0,81) ⟹ 𝜑 = 35,9°
Tensões de linha e de fase do motor

𝑈ሶ12 = 𝑈ሶ𝐹1 = 220∠30,0° [V] 𝑈ሶ23 = 𝑈ሶ𝐹2 = 220∠(−120°) [V] 𝑈ሶ31 = 𝑈ሶ𝐹3 = 220∠120° [V]
Correntes de linha do motor
ሶ = 8,40∠(−35,9°) [A]
𝐼𝐿1 ሶ = 8,40∠(−155,9°) [A]
𝐼𝐿2 ሶ = 8,40∠84,1° [A]
𝐼𝐿3
Correntes de fase do motor
ሶ = 4,85∠(−5,90°) [A]
𝐼𝐹1 ሶ𝐼𝐹2 = 4,85∠(−125,9°) [A] ሶ = 4,85∠114,1° [A]
𝐼𝐹3
Ligação ΔΔ – 220 V
𝐿1 𝐿2 𝐿3
𝑈ሶ31
𝑈ሶ12 𝑈ሶ23
I𝐿1 ሶ
𝐼𝐿2 ሶ
𝐼𝐿3
2-8 3-9 1-7
ሶ
𝐼𝐹1 ሶ
𝐼𝐹2 ሶ
𝐼𝐹3
Bobinas Bobinas Bobinas
2-5 3-6 1-4
5-11 6-12 4-10
Figura 27: Bobinas agrupadas em Δ.
ሶ = 4,20∠84,1° [A]
𝐼𝐿3
ሶ = 2,42∠114,1° [A]
𝐼𝐹3
𝑈ሶ𝐹1 = 𝑈ሶ12 = 440∠30,0° [V]
𝑈ሶ𝐹3 = 𝑈ሶ31 = 440∠150° [V]
𝑈ሶ1𝑁 = 254∠0° [V]
ሶ = 2,42∠(−5,9°) [A]
𝐼𝐹1
ሶ = 4,20∠(−155,9°) [A]
𝐼𝐿2
ሶ = 2,42∠(−125,9°) [A]
𝐼𝐹2 ሶ = 4,20∠(−35,9°) [A]
𝐼𝐿1
𝑈ሶ𝐹2 = 𝑈ሶ23 = 440∠(−90,0°) [V]
Figura 28: Diagrama fasorial das tensões e correntes com o motor alimentado em rede de 127/220 V.
Tensões nas bobinas e de fase (ligação YY): 𝑈𝐹 = 220 V
Tensões de linha (ligação YY): 𝑈𝐿 = √3 ⋅ 𝑈𝐹 ⟹ 𝑈𝐿 = 381 V
Correntes de fase e de linha (ligação YY): 𝐼𝐹 = 𝐼𝐿 = 2 ⋅ 𝐼𝑏 = 4,85 A
Tensões de linha do motor

𝑈ሶ12 = 381∠30,0° [V] ሶ
𝑈23 = 381∠(−90,0°) [V] 𝑈ሶ31 = 381∠150° [V]
Tensões de fase do motor
𝑈ሶ𝐹1 = 220∠0° [V] 𝑈ሶ𝐹2 = 220∠(−120°) [V] 𝑈ሶ𝐹3 = 220∠120° [V]
Correntes de linha e de fase do motor
ሶ = 𝐼𝐹1
𝐼𝐿1 ሶ = 4,85∠(−35,9°) [A] ሶ = 𝐼𝐹2
𝐼𝐿2 ሶ = 4,85∠(−155,9°) [A] ሶ = 𝐼𝐹3
𝐼𝐿3 ሶ = 4,85∠84,1° [A]
Ligação YY – 380 V
𝐿1 𝐿2 𝐿3
𝑈ሶ23
𝑈ሶ12 𝑈ሶ23
ሶ
𝐼𝐿1 ሶ
𝐼𝐿2 ሶ
𝐼𝐿3
2-8 3-9 1-7
ሶ
𝐼𝐹1 ሶ
𝐼𝐹2 ሶ
𝐼𝐹3
𝑈ሶ𝐹1 ሶ
2-5 𝑈𝐹2
ሶ
3-6 𝑈𝐹3 1-4
5-11 6-12 4-10
N
𝑈ሶ31 = 381∠150° [V] 𝑈ሶ𝐹3 = 220∠120° [V] ሶ = 𝐼𝐹3

𝐼𝐿3 ሶ = 4,85∠84,1° [A]
𝑈ሶ12 = 381∠30,0° [V]
𝑈ሶ𝐹1 = 220∠0° [V]
ሶ = 𝐼𝐹2
𝐼𝐿2 ሶ = 4,85∠(−155,9°) [A]
ሶ = 𝐼𝐹1
𝐼𝐿1 ሶ = 4,85∠(−35,9°) [A]
𝑈ሶ𝐹2 = 220∠(−120°) [V]
𝑈ሶ23 = 381∠(−90,0°) [V]
Tensões de fase e de linha (ligação Δ): 𝑈𝐹 = 𝑈𝐿 = 440 V
Correntes de linha (ligação Δ): 𝐼𝐿 = 4,20 A
𝐼𝐿 4,20 A
Correntes de fase (ligação Δ): 𝐼𝐹 = = ⟹ 𝐼𝐹 = 2,42 A
√3 √3
Tensões de linha e de fase do motor

𝑈ሶ12 = 𝑈ሶ𝐹1 = 440∠30,0° [V] 𝑈ሶ23 = 𝑈ሶ𝐹2 = 440∠(−90,0°) [V] 𝑈ሶ31 = 𝑈ሶ𝐹3 = 440∠150° [V]
Correntes de fase do motor

ሶ = 2,42∠(−35,9°) [A]
𝐼𝐹1 ሶ = 2,42∠(−125,9°) [A]
𝐼𝐹2 ሶ = 2,42∠84,1° [A]
𝐼𝐹3
Correntes de linha do motor

ሶ = 4,20∠(−5,90°) [A]
𝐼𝐿1 ሶ = 4,20∠(−155,9°) [A]
𝐼𝐿2 ሶ = 4,20∠114,1° [A]
𝐼𝐿3
Ligação Δ – 440 V
𝐿1 𝐿2 𝐿3
𝑈ሶ31
𝑈ሶ12 𝑈ሶ23
ሶ
𝐼𝐿1 ሶ
𝐼𝐿2 ሶ
𝐼𝐿3
2 3 1
ሶ
𝐼𝐹1 ሶ
𝐼𝐹2 ሶ
𝐼𝐹3
2-5 3-6 1-4
11 12 10
ሶ = 4,20∠84,1° [A]
𝐼𝐿3
ሶ = 2,42∠114,1° [A]
𝐼𝐹3
𝑈ሶ𝐹1 = 𝑈ሶ12 = 440∠30,0° [V]
𝑈ሶ𝐹3 = 𝑈ሶ31 = 440∠150° [V]
𝑈ሶ1𝑁 = 254∠0° [V]
ሶ = 2,42∠(−5,9°) [A]
𝐼𝐹1
ሶ = 4,20∠(−155,9°) [A]
𝐼𝐿2
ሶ = 2,42∠(−125,9°) [A]
𝐼𝐹2 ሶ = 4,20∠(−35,9°) [A]
𝐼𝐿1
𝑈ሶ𝐹2 = 𝑈ሶ23 = 440∠(−90,0°) [V]
Exercício resolvido 08. Para o motor dos Exercícios 4 a 7, supondo que os valores das impedâncias das
bobinas do motor sejam mantidos constantes, deseja-se conhecer:
a) As correntes de fase e de linha, as potências de fase e a potência total do motor ligado em YY em
uma rede com tensão de linha de 220 V.
b) As correntes e potências por fase e a potência total do motor ligado em ΔΔ em uma rede com tensão
de linha de 380 V. Para os cálculos, adote a tensão de linha 𝑈𝐿 = 381 V.
c) As correntes e potências por fase e a potência total do motor ligado em Y em uma rede com tensão
de linha de 440 V.
Resolução
Dados do motor: potência mecânica nominal = 2,20 kW (3,00 cv) – tensões nominais = 220/280/
440 V – Frequência = 60,0 Hz – Correntes nominais = 8,40/4,86/4,20 A – frequência de rotação =
1730 rpm (4 polos) – 12 terminais – rendimento 𝜂 = 85,5% – fator de potência cos 𝜙 = 0,81.
Impedância das bobinas individuais calculadas nos Ligação YY em rede de 220 V
exercícios anteriores 𝐿1 𝐿2 𝐿3
𝑍ሶ𝑏 = 90,726∠35,904° [Ω] = (73,488 + 𝑗53,205) Ω 220 V
Cálculo das impedâncias por fase ligadas em 220 V 220 V
paralelo, calculadas nos exercícios anteriores: 2,80 A 2,80 A 2,80 A
𝑍ሶ𝐹 = 45,363∠35,904° [Ω] = (36,744 + 𝑗26,602) Ω 2-8 3-9 1-7
Motor com as bobinas nas fases ligadas em Bobinas Bobinas Bobinas

paralelo e agrupadas em Y – ligação YY – e 127 V 2-5 127 V 3-6 127 V 1-4
alimentadas a partir de uma rede elétrica com
tensão de linha 𝑈𝐿 = 220 V: 5-11 6-12 4-10
220 V
𝑈𝐹 = ⟹ 𝑈𝐹 = 127 V N
√3 Figura 33: Fases agrupadas em condição de sobtensão,
ou seja, 𝑈𝐹 = 𝑈𝐹𝑛𝑜𝑚 ⁄√3.
𝑈ሶ𝐹 𝑈𝐹 220 V⁄√3
𝐼𝐹ሶ = = ∠(−𝜙) =
ሶ
𝑍𝐹 𝑍𝐹 45,363∠35,904° [Ω]
𝐼𝐹ሶ = 2,80∠(−35,9°) [A]

2
𝑈ሶ𝐹2 𝑈𝐹2 (220 V⁄√3)
𝑆𝐹ሶ = = ∠𝜙 = ∠35,904°
ሶ
𝑍𝐹 𝑍𝐹 45,363 Ω
𝑆𝐹ሶ = 356∠35,9° [VA]
ሶ = 3 ⋅ 𝑆𝐹ሶ = 3 ⋅ 356∠35,904° [VA]
𝑆𝑀
ሶ = 1,07∠35,9° [kVA]
𝑆𝑀
Ligação ΔΔ em rede de 380 V
Motor com as bobinas nas fases ligadas em paralelo
𝐿1 𝐿2 𝐿3
e agrupadas em Δ – ligação ΔΔ – e alimentadas a
partir de uma rede elétrica com tensão de linha 380 V
𝑈𝐿 = 381 V: 380 V 380 V
14,5 A 14,5 A 14,5 A
𝑈ሶ𝐹1 = 𝑈ሶ12 = 381∠30,0° [V]
2-8 3-9 1-7
𝑈ሶ𝐹1 𝑈𝐹1 381∠30,0° [V] 8,40 A 8,40 A 8,40 A
𝐼𝐹ሶ = = ∠(−𝜙) =
𝑍ሶ𝐹 𝑍𝐹 45,363∠35,904° [Ω]
ሶ = 8,40∠(−5,904°) [A]
𝐼𝐹1 2-5 3-6 1-4
𝑈ሶ𝐹2 𝑈𝐹2 (381 V)2 5-11 6-12 4-10

𝑆𝐹ሶ = = ∠𝜙 = ∠35,904°
𝑍ሶ𝐹 𝑍𝐹 45,363 Ω
𝑆𝐹ሶ = 3,20∠35,9° [kVA]
Figura 34: Fases agrupadas em condição de sobretensão,
ou seja, 𝑈𝐹 = √3 ⋅ 𝑈𝐹𝑛𝑜𝑚 .
ሶ = 3 ⋅ 𝑆𝐹ሶ = 3 ⋅ 3,20∠35,9° [kVA]
𝑆𝑀
ሶ = 9,60∠35,9° [kVA]
𝑆𝑀
Motor com as bobinas nas fases ligadas em série e agrupadas em Y e alimentadas a partir de uma rede
elétrica com tensão de linha 𝑈𝐿 = 440 V:
Impedância por fase com as bobinas em série, calculadas nos exercícios anteriores:
𝑍ሶ𝐹 = 2 ⋅ 𝑍ሶ𝑏 = 2 ⋅ 90,726∠35,904° [Ω]
𝑍ሶ𝐹 = 181,452∠35,904° [Ω]
Ligação Y em rede de 440 V
Cálculo das correntes e potências: 𝐿1 𝐿2 𝐿3
440 V
𝑈𝐹1 = ⟹ 𝑈𝐹1 = 254 V 440 V
√3 440 V 440 V
𝑈ሶ𝐹 𝑈𝐹 440 V⁄√3 1,40 A 1,40 A 1,40 A
ሶ =
𝐼𝐹1 = ∠(−𝜙) =
𝑍ሶ𝐹 𝑍𝐹 181,452∠35,904° [Ω] 2 3 1
ሶ = 1,40∠(−35,904°) [A]
𝐼𝐹1
2
𝑈ሶ𝐹2 𝑈𝐹2 (440 V⁄√3) 254 V 2-5 254 V 3-6 254 V 1-4
𝑆𝐹ሶ = = ∠𝜙 = ∠35,904°
𝑍ሶ𝐹 𝑍𝐹 181,452 Ω
11 12 10
𝑆𝐹ሶ = 356∠35,9° [VA]
ሶ = 3 ⋅ 𝑆𝐹ሶ = 3 ⋅ 356∠35,904° [VA]
𝑆𝑀 N
Figura 35: Motor com as bobinas ligadas em série e
ሶ = 1,07∠35,9° [kVA]
𝑆𝑀 agrupadas em Y. As fases do motor recebem tensão
√3 vezes menor do que a nominal (subtensão), onde
𝑈𝐹 = 𝑈𝐹𝑛𝑜𝑚 ⁄√3
Conclusões:
Agrupamento das fases, ligação das bobinas e impedâncias equivalentes por fase – funcionamento do
motor sob condições nominais.
Agrupamento Ligação das Impedância Tensão nominal Tensões de fase Tensões de
das fases bobinas equivalente, das bobinas [V} nominais [V] linha nominais
por fase [Ω] [V]
ΔΔ Paralelo 45,4 220 220 220
YY Paralelo 45,4 220 220 380
Δ Série 181 220 440 440
Y Série 181 220 440 762
Tabela indicando as formas de ligação das bobinas, o agrupamento das fases e as tensões de fase e de linha para que as
bobinas sejam submetidas às respectivas tensões nominais. A tensão de 762 V para a ligação Y, com as bobinas em série, não
deve ser considerada tensão nominal do motor, visto não haver previsão em norma para este valor de tensão de linha.
Funcionamento do motor sob condições nominais.

Tensões de Agrupamento Tensões de Correntes de Correntes de Potências de Potências do
linha [V] das fases fase [V] fase [A] linha [A] fase [kVA] motor [kVA]
220 ΔΔ 220 4,86 8.40 1,07 3,20
380 YY 220 4,86 4.86 1,07 3,20
440 Δ 440 2,43 4,20 1,07 3,20
762 Y 440 2,43 4,20 1,07 3,20
Tabela com as tensões e as correntes de fase e de linha e com as potências de fase e as potências totais do motor, todos em
condições nominais de alimentação e funcionamento.
Funcionamento do motor sob as condições descritas no enunciado do exercício.

Tensões de Agrupamento Tensões de Correntes de Correntes de Potências de Potências do
linha [V] das fases fase [V] fase [A] linha [A] fase [kVA] motor [kVA]
220 YY 127 V 2,80 2,80 0,356 1,07
380 ΔΔ 380 V 8,40 14,5 3,20 9,60
440 Y 254 V 1,40 1,40 0,356 1,07
Tabela comparativa entre correntes de fase e de linha e potências de fase e totais do motor, para as ligações de bobinas e
agrupamentos de fase propostos no enunciado do exercício.
Observa-se claramente que nas condições impostas pelo enunciado do exercício, com as fases agrupadas em Y
(sob as tensões de linha de 220 V ou 440 V), as fases recebem tensão √3 vezes menor do que o que seria o valor
nominal, o que faz com que as correntes de fase também sejam reduzidas de igual relação (1/√3), enquanto as
correntes de linha sejam reduzidas a 1/3 do que seriam os valores das correntes de linha nominais, se as fases
do motor estivessem devidamente agrupadas em Δ. Iguais relações de decréscimo de 1/3 também são
percebidas nas potências, tanto de fase, quanto de linha.
Já na ligação em Δ (sob tensão de linha de 380 V) observou-se o efeito inverso, onde as tensões por fase são √3
vezes maiores do que seriam tensões nominais e as correntes, bem como as potências, são 3 vezes maiores do
que os valores nominais típicos.
Exercício resolvido 09. Considerando que a relação entre a corrente de partida (𝐼𝑃 ) e a corrente nominal do
motor (𝐼𝑁 ) alimentado com tensão nominal, seja 𝐼𝑃 ⁄𝐼𝑁 = 6,7 (valor informado na placa do motor) e que o
fator de potência no instante da partida do motor seja cos 𝜙𝑃 = 0,16, deseja-se as seguintes informações
relativas ao instante da partida do motor, alimentado com tensão nominal e com as fases agrupadas em ΔΔ:
a) O valor da impedância complexa de cada bobina no instante da partida;
b) A impedância equivalente do motor no instante da partida, por fase;
c) A intensidade da corrente de partida em cada cabo de alimentação elétrica do motor;
d) A potência complexa de partida do motor recebida da rede elétrica de alimentação, por fase;
e) A potência complexa recebida da rede elétrica de alimentação pelo motor, no instante da partida
(deverão ser consideradas as três fases);
f) O diagrama fasorial com as tensões e correntes do motor.
Ligação ΔΔ Ligação ΔΔ – 220 V
𝐿1 𝐿2 𝐿3
𝐼𝑃 = 6,7 ⋅ 𝐼𝑁 = 6,7 ⋅ 8,40 A ⟹ 𝐼𝑃 = 56,3 A
220 V
𝐼𝑃 56,3 A
𝐼𝐹𝑃 = = ⟹ 𝐼𝐹𝑃 = 32,5 A 220 V 220 V
√3 √3 56,3 A 56,3 A 56,3 A
cos 𝜙𝑃 = 0,16 ⟹ 𝜙𝑃 = 80,8° 2-8 3-9 1-7
𝑈𝐹 220 V 32,5 A 32,5 A 32,5 A

𝑍ሶ𝐹𝑃 = ∠𝜙 = ∠ cos −1 (0,16)
𝐼𝑃 32,5 A 6,78 Ω 6,78 Ω 6,78 Ω
𝑍ሶ𝐹𝑃 = 6,78∠80,8° [Ω] = (1,08 + 𝑗6,68) Ω
𝐼𝑃 56,3 A 5-11 6-12 4-10
𝐼𝑏𝑃 = = ⟹ 𝐼𝑏𝑃 = 16,2 A
2 ⋅ √3 2 ⋅ √3
𝑈𝑏𝑃 = 𝑈𝐹𝑃
Figura 36:
𝑈𝑏𝑃 220 V
𝑍ሶ𝑏𝑃 = ∠𝜙 =
𝐼𝑏𝑃 16,2 A
𝑍ሶ𝑏𝑃 = 13,5∠80,8° [Ω] = (2,16 + 𝑗13,4) Ω
ሶ = 56,3∠39,2° [A]
𝐼𝐿3
𝑈ሶ𝐹3 = 𝑈ሶ31 = 220∠150° [V]

ሶ = 32,5∠69,2° [A]
𝐼𝐹3
𝑈ሶ𝐹1 = 𝑈ሶ12 = 220∠30,0° [V]
ሶ = 56,3∠159,2° [A]
𝐼𝐿2
𝑈ሶ1𝑁 = 127∠0° [V]

ሶ = 32,5∠(−170,8°) [A]
𝐼𝐹2
ሶ = 32,5∠(−50,8°) [A]
𝐼𝐹1
ሶ = 56,3∠(−80,8°) [A]
𝐼𝐿1
𝑈ሶ𝐹2 = 𝑈ሶ23 = 220∠(−90,0°) [V]
Figura 37: Diagrama fasorial das tensões e correntes de partida, com as fases do motor agrupadas em ΔΔ e alimentado
através de rede de 127/220 V.
𝑈ሶ12
ሶ
𝐼𝐹1𝑃 = ሶ
= 32,5∠(30,0° − 80,8°) [A] ⟹ 𝐼𝐹1𝑃 = 36,2∠(−50,8°) [A]
𝑍ሶ𝐹𝑃
𝑈ሶ23
ሶ
𝐼𝐹2𝑃 = ሶ
= 32,5∠(−90,0° − 80,8°) [A] ⟹ 𝐼𝐹2𝑃 = 36,2∠(−170,8)° [A]
𝑍ሶ𝐹𝑃
𝑈ሶ31
ሶ =
𝐼3𝑃 ሶ
= 56,3∠(150° − 80,8°) [A] ⟹ 𝐼𝐹3𝑃 = 36,2∠69.2° [A]
𝑍ሶ𝐹𝑃
ሶ = 𝐼𝐹1𝑃
𝐼1𝑃 ሶ − 𝐼𝐹3𝑃
ሶ ሶ = 𝐼𝐹2𝑃
ሶ ሶ = 𝐼𝐹3𝑃
ሶ
ሶ = 36,2∠(−80,8°) [A]
𝐼1𝑃 ሶ = 36,2∠159,2° [A]
𝐼2𝑃 ሶ = 36,2∠39,2° [A]
𝐼3𝑃
ሶ = 𝑈𝐹𝑃 ⋅ 𝐼𝐹𝑃 ∠𝜙𝑃 ⟹ 𝑆𝐹𝑃
𝑆𝐹𝑃 ሶ = 7,15∠80,8° [kVA] = (1,14 + 𝑗7,06) kVA
𝑆𝑃ሶ = 3 ⋅ 𝑈𝐹𝑃 ⋅ 𝐼𝐹𝑃 ∠𝜙𝑃 = √3 ⋅ 𝑈𝐿𝑃 ⋅ 𝐼𝐿𝑃 ∠𝜙𝑝 ⟹ 𝑆𝑃ሶ = 21,4∠80,8° [kVA] = (3,43 + 𝑗21,2) kVA
Exercício resolvido 10. Considerando que a relação entre a corrente de partida (𝐼𝑃 ) e a corrente nominal do
motor (𝐼𝑁 ) alimentado com tensão nominal, seja 𝐼𝑃 ⁄𝐼𝑁 = 6,7 (valor informado na placa do motor) e que o
fator de potência no instante da partida do motor seja cos 𝜙𝑃 = 0,16, deseja-se as seguintes informações
relativas ao instante da partida do motor, alimentado com tensão nominal e com as fases agrupadas em YY
(partida direta):
a) A impedância equivalente do motor, por fase, no instante da partida;
b) A intensidade da corrente de partida em cada cabo de alimentação elétrica do motor;
c) A potência complexa de partida do motor, por fase, recebida da rede elétrica de alimentação;
d) A potência complexa de partida do motor, consideradas as três fases, recebida da rede elétrica de
alimentação;
e) O diagrama fasorial com as tensões e correntes do motor.
Resolução:
𝑈𝐿𝑃 220 V
𝑍ሶ𝐹𝑃 = 6,78∠80,8° [Ω] = (1,08 + 𝑗6,68) Ω 𝑈𝐹𝑃 = = ⟹ 𝑈𝐹𝑃 = 127 V
√3 √3
𝑈ሶ𝐹1𝑃 = 127∠0 [V]; 𝑈ሶ𝐹2𝑃 = 127∠(−120°) [V]; 𝑈ሶ𝐹1𝑃 = 127∠120° [V]
𝑈ሶ𝐹1𝑃 (220 V)⁄√3 Ligação YY – 220 V

ሶ
𝐼𝐹1𝑃 = = ∠(0 − 80,8°)
𝑍ሶ𝐹𝑃 6,78 Ω 𝐿1 𝐿2 𝐿3
ሶ = 𝐼𝐹1𝑃
𝐼1𝑃 ሶ = 18,8∠80,8° [A] 220 V
220 V 220 V
𝑈ሶ𝐹2𝑃 (220 V)⁄√3 18,8 A 18,8 A 18,8 A
ሶ
𝐼𝐹2𝑃 = = ∠(−120° − 80,8°)
𝑍ሶ𝐹𝑃 6,78 Ω
2-8 3-9 1-7
ሶ = 𝐼𝐹2𝑃
𝐼2𝑃 ሶ = 18,8∠159,2° [A]
6,78 Ω 6,78 Ω 6,78 Ω
𝑈ሶ𝐹3𝑃 (220 V)⁄√3 127 V 127 V 127 V
ሶ
𝐼𝐹3𝑃 = = ∠(120° − 80,8°)
𝑍ሶ𝐹𝑃 6,78 Ω
5-11 6-12 4-10
ሶ = 𝐼𝐹3𝑃
𝐼3𝑃 ሶ = 18,8∠39,2° [A]
Figura 38: N
𝑈ሶ𝐹1𝑃 = 127∠0 [V] 𝑈ሶ𝐹2𝑃 = 127∠(−120°) [V] 𝑈ሶ𝐹1𝑃 = 127∠120° [V]
𝑈ሶ12𝑃 = 220∠30,0° [V] 𝑈ሶ23𝑃 = 220∠(−90,0°) [V] 𝑈ሶ31𝑃 = 220∠150° [V]
ሶ = 𝐼𝐹1𝑃
𝐼1𝑃 ሶ = 18,8∠80,8° [A] ሶ = 𝐼𝐹2𝑃
𝐼2𝑃 ሶ = 18,8∠159,2° [A] ሶ = 𝐼𝐹3𝑃
𝐼3𝑃 ሶ = 18,8∠39,2° [A]
ሶ = 𝐼𝐹3
𝐼𝐿3 ሶ = 4,85∠84,1° [A]
𝑈ሶ31 = 381∠150° [V] 𝑈ሶ𝐹3 = 220∠120° [V]
𝑈ሶ12 = 381∠30,0° [V]
ሶ = 𝐼𝐹2
𝐼𝐿2 ሶ = 4,85∠(−155,9°) [A]
𝑈ሶ𝐹1 = 220∠0° [V]
ሶ = 𝐼𝐹1
𝐼𝐿1 ሶ = 4,85∠(−35,9°) [A]
𝑈ሶ𝐹2 = 220∠(−120°) [V]
𝑈ሶ23 = 381∠(−90,0°) [V]

Figura 39: Diagrama fasorial das tensões e correntes de partida, com o motor tendo as suas fases
agrupadas em YY e alimentado através de rede de 127/220 V.
5. Equivalências Δ e Y para os circuitos sob corrente alternada
Há circuitos elétricos onde as técnicas mais comuns usadas na análise de circuitos em série e em paralelo
não são suficientes para a sua resolução e, dependendo da sua estrutura, são classificados como circuitos
em delta (ou triângulo, ou pi), ou circuitos em ípsilon (ou estrela, ou T). Na análise de circuitos pode ser
conveniente a conversão de circuitos Δ para circuitos em Y e vice-versa. O domínio desta prática é
imprescindível no aprofundamento da análise dos circuitos.
A
Equivalências Δ−Y / Y–Δ de impedâncias
𝚫→𝐘 𝐘→𝚫
𝑍ሶYA 𝑍ሶΔB ⋅ 𝑍ሶΔC 𝑍ሶYA ∙ 𝑍ሶYB + 𝑍ሶYB ∙ 𝑍ሶYC + 𝑍ሶYA ∙ 𝑍ሶYC

𝑍ሶYA = 𝑍ሶΔA =
𝑍ሶΔC 𝑍ሶΔB ሶZΔA + ZሶΔB + ZሶΔC 𝑍ሶYA
𝑍ሶΔA ⋅ 𝑍ሶΔC 𝑍ሶYA ∙ 𝑍ሶYB + 𝑍ሶYB ∙ 𝑍ሶYC + 𝑍ሶYA ∙ 𝑍ሶYC

𝑍ሶYB 𝑍ሶYC 𝑍ሶYB = 𝑍ሶΔB =
ሶZΔA + ZሶΔB + ZሶΔC 𝑍ሶYB
𝑍ሶΔA
𝑍ሶΔA ⋅ 𝑍ሶΔB 𝑍ሶYA ∙ 𝑍ሶYB + 𝑍ሶYB ∙ 𝑍ሶYC + 𝑍ሶYA ∙ 𝑍ሶYC
𝑍ሶYC = 𝑍ሶΔC =
ሶZΔA + ZሶΔB + ZሶΔC 𝑍ሶYC
B C
Figura 40: Equivalências Δ–Y e Y–Δ.
Como já descrito anteriormente, circuitos em Y e em Δ são considerados balanceados (ou equilibrados)

quando:
Ligação Y ⟹ 𝑍ሶYA = 𝑍ሶYB = 𝑍ሶYC = 𝑍ሶY Ligação Δ ⟹ 𝑍ሶΔA = 𝑍ሶΔB = 𝑍ሶΔC = 𝑍ሶΔ
Sob essa condição, as equações relativas às equivalências das impedâncias Δ–Y e Y–Δ, resumem-se a:
𝑍ሶΔ
𝑍ሶY = 𝑍ሶΔ = 3 ∙ 𝑍ሶY
3
Exercício resolvido 11. Considerando uma carga trifásica constituída por três impedâncias ligadas em delta
(∆) conforme indicado na Figura 41, deseja-se obter a sua conversão para a ligação Y.
C
𝑍𝐵 = 6,00∠30,0° [Ω] 𝑍𝐴 = 3,00∠45,0° [Ω]
A B
𝑍𝐶 = 9,00∠60,0° [Ω]
Figura 41:
𝑍ሶ𝐵 ∙ 𝑍ሶ𝐶 6,00∠30,0° [Ω] ∙ 9,00∠60,0° [Ω]

𝑍ሶ1 = =
𝑍𝐴ሶ + 𝑍ሶ𝐵 + 𝑍ሶ𝐶 3,00∠45,0° [Ω] + 6,00∠30,0° [Ω] + 9,00∠60,0° [Ω]
𝑍ሶ1 = 3,085∠42,458° [Ω]
𝑍𝐴ሶ ∙ 𝑍ሶ𝐶 3,00∠45,0° [Ω] ∙ 9,00∠60,0° [Ω]

𝑍ሶ2 = =
ሶ ሶ
𝑍𝐴 + 𝑍𝐵 + 𝑍𝐶 ሶ 3,00∠45,0° [Ω] + 6,00∠30,0° [Ω] + 9,00∠60,0° [Ω]
𝑍ሶ2 = 1,542∠57,458° [Ω]
𝑍𝐴ሶ ∙ 𝑍ሶ𝐵 3,00∠45,0° [Ω] ∙ 6,00∠30,0° [Ω]

𝑍ሶ3 = =
ሶ ሶ ሶ
𝑍𝐴 + 𝑍𝐵 + 𝑍𝐶 3,00∠45,0° [Ω] + 6,00∠30,0° [Ω] + 9,00∠60,0° [Ω]
𝑍ሶ3 = 1,028∠27,458° [Ω]
C
𝑍ሶ3 = 1,028∠27,458° [Ω]
N
𝑍1 = 3,085∠42,458° [Ω] 𝑍ሶ2 = 1,542∠57,458° [Ω]
A B
Figura 42:
Exercício resolvido 12: Uma carga trifásica é constituída por três impedâncias ligadas em estrela, conforme
indicado na Figura 43 a seguir. Deseja-se a conversão da ligação Y para ∆.
C
𝑍ሶ3 = 18,0∠60,0° [Ω]
N
𝑍1 = 30,0∠15,0° [Ω] 𝑍ሶ2 = 15∠15,0° [Ω]
A B
Figura 43:
𝑍ሶ1 ∙ 𝑍ሶ2 + 𝑍ሶ2 ∙ 𝑍ሶ3 + 𝑍ሶ3 ∙ 𝑍ሶ1
𝑍𝐴ሶ =
𝑍ሶ1
30,0∠15,0° [Ω] ∙ 15∠15,0° [Ω] + 15∠15,0° [Ω] ∙ 18,0∠60,0° [Ω] + 18,0∠60,0° [Ω] ∙ 30∠15,0° [Ω]
𝑍𝐴ሶ =
30,0∠15,0° [Ω]
𝑍𝐴ሶ = 39,07∠44,249° [Ω]
𝑍ሶ1 ∙ 𝑍ሶ2 + 𝑍ሶ2 ∙ 𝑍ሶ3 + 𝑍ሶ3 ∙ 𝑍ሶ1

𝑍ሶ𝐵 =
𝑍ሶ2
30,0∠15,0° [Ω] ∙ 15∠15,0° [Ω] + 15∠15,0° [Ω] ∙ 18,0∠60,0° [Ω] + 18,0∠60,0° [Ω] ∙ 30∠15,0° [Ω]
𝑍ሶ𝐵 =
15,0∠15,0° [Ω]
𝑍ሶ𝐵 = 78,15∠44,249° [Ω]
𝑍ሶ1 ∙ 𝑍ሶ2 + 𝑍ሶ2 ∙ 𝑍ሶ3 + 𝑍ሶ3 ∙ 𝑍ሶ1

𝑍ሶ𝐶 =
𝑍ሶ2
30,0∠15,0° [Ω] ∙ 15∠15,0° [Ω] + 15∠15,0° [Ω] ∙ 18,0∠60,0° [Ω] + 18,0∠60,0° [Ω] ∙ 30∠15,0° [Ω]
𝑍ሶ𝐶 =
18,0∠60,0° [Ω]
𝑍ሶ𝐶 = 65,123∠(−0,7506°) [Ω]
C
𝑍ሶ𝐵 = 78,15∠44,249° [Ω] 𝑍𝐴ሶ = 39,07∠44,249° [Ω]
A B
𝑍ሶ𝐶 = 65,123∠(−0,7506°) [Ω]
Figura 44:
Exercício resolvido 13. Para o motor dos Exercícios 4 a 6, em condições nominais e funcionando a plena carga
(𝑃𝑚𝑒𝑐 = 3 cv), deseja-se conhecer:
a) Os valores das impedâncias complexas equivalentes, por fase;
b) As potências reativas capacitivas totais e por fase, as reatâncias capacitivas e as capacitâncias, por
fase, necessárias para corrigir o fator de potência do conjunto para 0,92, considerando o banco de
capacitores agrupado em Δ;
c) As potências reativas capacitivas e por fase, as reatâncias capacitivas e as capacitâncias, por fase,
necessárias para corrigir o fator de potência do conjunto para 0,92, considerando o banco de
capacitores agrupado em Y;
d) Verificar a validade da fundamentação teórica para as conversões Δ/Y e Y/Δ nos circuitos em corrente
alternada, onde:
𝑍ሶΔ
𝑍ሶΔ = 3 ∙ 𝑍ሶY ; e 𝑍ሶY =
3
Dados do motor: potência mecânica nominal ⇒ 2,20 kW (3,00 cv) – tensões nominais ⇒ 220/280/
440 V – Frequência = 60,0 Hz – Correntes nominais ⇒ 8,40/4,86/4,20 A – frequência de rotação ⇒
1730 rpm (4 polos) – 12 terminais – rendimento 𝜂 = 85,5% – fator de potência cos 𝜙 = 0,81.
2,20 kW
ሶ =
𝑆𝑀 ሶ = 3,18∠35,90° [kVA] = (2,57 + 𝑗1,86) kVA
∠ cos −1 (0,81) ⟹ 𝑆𝑀
0,855 ⋅ 0,81
Dados das bobinas individuais, calculados nos exercícios anteriores
𝑈𝑏 = 220 V 𝐼𝑏 = 2,42 A 𝑍ሶ𝑏 = 90,7∠35,9° [Ω] = (73,5 + 𝑗53,2) Ω
Cálculo das impedâncias por fase nas ligações ΔΔ e YY:
𝑍ሶ𝑏 ⋅ 𝑍ሶ𝑏 𝑍ሶ𝑏 90,7∠35,9° [Ω]
𝑍ሶ𝐹 = = = ⟹ 𝑍ሶ𝐹 = 45,4∠35,9° [Ω] = (36,7 + 𝑗26,6) Ω
𝑍ሶ𝑏 + 𝑍ሶ𝑏 2 2
Cálculo das impedâncias por fase na ligação Δ:

𝑍ሶ𝐹 = 2 ⋅ 𝑍ሶ𝑏 = 2 ⋅ 90,7∠35,9° [Ω] ⟹ 𝑍ሶ𝐹 = 181∠35,9° [Ω] = (147 + 𝑗106) Ω
Cálculo das reatâncias capacitivas e dos capacitores:

Fator de potência desejado: 0,92
2,57 kW
ሶ =
𝑆𝑀𝐶 ሶ = 2,80∠23,1° [kVA] = (2,57 + 𝑗1,10) kVA
∠ cos −1 (0,92) ⟹ 𝑆𝑀𝐶
0,92
Potência reativa capacitiva requerida:
Q C = Δ𝑄 = 𝑄𝑓 − 𝑄𝑖 = 1,10 kVA𝑅 − 1,86 kVA𝑅 ⟹ 𝑄𝐶 = −767 VA𝑅
Potência reativa capacitiva requerida por fase:
−767 VA 𝑅
𝑄𝐶𝐹 = ⟹ 𝑄𝐶𝐹 = −256 VA𝑅
3
A A
𝑍ሶY1
𝑋CΔ 𝑋CY 𝑋CΔ
𝑍ሶΔ3 𝑍ሶΔ2
𝑋CY 𝑋CY
𝑍ሶY2 𝑍ሶY3
𝑍ሶΔ1 𝑋CΔ
B C B C
Fases do motor agrupadas em Δ, ou em Y. Banco de capacitores agrupados em Δ,
ou em Y.
Figura 45:
Capacitâncias por fase com o banco de capacitores ligado em Δ:

𝑈𝐹2Δ 𝑈𝐹2Δ 𝑈𝐹2Δ |𝑄𝐶𝐹 |
|𝑄𝐹 | = ⟹ 𝑋𝐶𝐹𝛥 = ⟹ |𝑄𝐶𝐹 | = = 𝜔 ⋅ 𝐶FΔ ⋅ 𝑈𝐹2Δ ⟹ 𝐶FΔ =
𝑋𝐶𝐹𝛥 |𝑄𝐶𝐹 | 1 𝜔 ⋅ 𝑈𝐹2Δ
𝜔 ⋅ 𝐶Δ
𝑈𝐿 = 220 V ⟹ 𝑈𝐹𝐶𝛥 = 220 V
(220 V)2 256 VA𝑅
𝑋𝐶𝐹𝛥 = ⟹ 𝑋𝐶𝐹𝛥 = 189 Ω ⟹ 𝐶𝐹𝛥 = ⟹ 𝐶𝐹𝛥 = 14,0 μF
256 VA 𝑅 120𝜋 ⋅ (220 V)2
𝑈𝐿 = 381 V ⟹ 𝑈𝐹𝐶𝛥 = 381 V

(381 V)2 256 VA𝑅
256 VA 𝑅 120𝜋 ⋅ (381 V)2
𝑈𝐿 = 440 V ⟹ 𝑈𝐹𝐶𝛥 = 440 V

(440 V)2 256 VA𝑅
256 VA 𝑅 120𝜋 ⋅ (440 V)2
Capacitâncias por fase com o banco de capacitores ligado em Y:
2
𝑈𝐹𝑌 𝑈𝐹2Y 𝑈𝐹2Y 2
|𝑄𝐶𝐹 |
|𝑄𝐹 | = ⟹ 𝑋𝐶𝐹𝑌 = ⟹ |𝑄𝐶𝐹 | = = 𝜔 ⋅ 𝐶FY ⋅ 𝑈𝐹𝑌 ⟹ 𝐶FY =
𝑋𝐶𝐹𝑌 |𝑄𝐶𝐹 | 1 𝜔 ⋅ 𝑈𝐹2Y
𝜔 ⋅ 𝐶FY
𝑈𝐿 = 220 V ⟹ 𝑈𝐹𝐶𝑌 = 127 V
(127 V)2 256 VA𝑅
𝑋𝐶𝐹𝑌 = ⟹ 𝑋𝐶𝐹𝑌 = 63,1 Ω ⟹ 𝐶𝐹𝑌 = ⟹ 𝐶𝐹𝑌 = 42,0 μF
256 VA 𝑅 120𝜋 ⋅ (127 V)2
𝑈𝐿 = 381 V ⟹ 𝑈𝐹𝐶𝑌 = 220 V
(220 V)2 256 VA𝑅
𝑋𝐶𝐹𝑌 = ⟹ 𝑋𝐶𝐹𝑌 = 189 Ω ⟹ 𝐶𝑌𝐹 = ⟹ 𝐶𝐹𝑌 = 14,0 μF
256 VA 𝑅 120𝜋 ⋅ (220 V)2
𝑈𝐿 = 440 V ⟹ 𝑈𝐹𝐶𝑌 = 254 V
(254 V)2 256 VA𝑅
𝑋𝐶𝐹𝑌 = ⟹ 𝑋𝐶𝐹𝑌 = 252 Ω ⟹ 𝐶𝐹𝑌 = ⟹ 𝐶𝐹𝑌 = 10,5 μF
256 VA 𝑅 120𝜋 ⋅ (254 V)2
A condição para que impedâncias ligadas em Y e em Δ (em circuitos balanceados) tenha as mesmas
potências de fase sob tensões de linha iguais, são de fato: 𝑍𝑌 = 3 ⋅ 𝑍Δ ; e vice-versa.
Tensões de linha Reatâncias capacitivas em Y Reatâncias capacitivas em Δ
𝑋𝐶𝐹𝚫
220 V 𝑋𝐶𝐹𝒀 = = 63,1 Ω 𝑋𝐶𝐹𝜟 = 3 ⋅ 𝑋𝐶𝐹𝒀 = 189 Ω
3
𝑋𝐶𝐹𝚫
380 V 𝑋𝐶𝐹𝒀 = = 189 Ω 𝑋𝐶𝐹𝜟 = 3 ⋅ 𝑋𝐶𝐹𝒀 = 568 Ω
3
𝑋𝐶𝐹𝚫
440 V 𝑋𝐶𝐹𝒀 = = 252 Ω 𝑋𝐶𝐹𝜟 = 3 ⋅ 𝑋𝐶𝐹𝒀 = 757 Ω
3
No entanto, considerando-se que 𝑋𝐶𝐹 = 1⁄(𝜔 ⋅ 𝐶𝐹 ), as capacitâncias equivalentes por fase têm razão
inversa; onde 𝐶𝐹𝑌 = 3 ⋅ 𝐶𝐶𝐹𝚫 , para as mesmas potências por fase e com tensões de linha iguais.
Tensões de linha Capacitâncias por fase em Y Capacitâncias por fase em Δ

𝑋𝐶𝐹𝐘
220 V 𝐶𝐹𝑌 = 3 ⋅ 𝑋𝐶𝐹𝚫 = 42,0 μF 𝐶𝐹𝛥 = = 14,0 μF
3
𝑋𝐶𝐹𝐘
3
𝑋𝐶𝐹𝐘
3
Nota importante: Os cálculos dos capacitores para a correção do fator de potência deste exercício têm
propósitos apenas didáticos sobre as conversões Δ-Y (e vice-versa). Faz-se ainda necessário informar ao
aluno que os procedimentos e as especificações previstos no dimensionamento desses capacitores são mais
complexos e envolvem fatores e variáveis que fogem ao escopo deste texto.
6. Sequência de fases
Uma bobina girando em um campo magnético uniforme é induzida de uma tensão cujos valores
instantâneos são definidos pela expressão 𝑢𝑎 = 𝑈𝑚𝑎𝑥 sen(𝜔𝑡 + 𝜃). Considerando 3 bobinas deslocadas entre
si de 2𝜋⁄3 rad, todas fixadas em um mesmo eixo, as três tensões induzidas (𝑢𝑎 , 𝑢𝑏 e 𝑢𝑐 ) manterão entre si
um ângulo de fase também de 2π⁄3 rad = 120° e terão os seus valores instantâneos definidos pelas
expressões:
𝑢𝑎 = 𝑈𝑚𝑎𝑥 ⋅ sen(𝜔𝑡); 𝑢𝑏 = 𝑈𝑚𝑎𝑥 ⋅ sen(𝜔𝑡 − 2𝜋⁄3); 𝑢𝑐 = 𝑈𝑚𝑎𝑥 ⋅ sen(𝜔𝑡 + 2𝜋⁄3)
As tensões terão os valores instantâneos representados graficamente conforme mostrado na Figura 46

e Figura 47, a seguir:
ሬԦ
𝒏
A 𝑎 𝝎 𝑎′ 𝐴ሶ 𝑢𝑎 𝑢𝑏 𝑢𝑐
ሬ𝑩
ሬԦ
N S 𝜔 𝑈𝑚𝑎𝑥
𝑏 𝜋 3𝜋
B ሬሬԦ
𝑩 𝜋 2𝜋 𝜔𝑡
N S 2 2
ሬԦ
𝒏 𝐶ሶ 𝐵ሶ
𝝎
′
𝑏
−𝑈𝑚𝑎𝑥
𝑐′ Figura 47: Tensões trifásicas (fasores e valores instantâneos) em sequência de
C ሬሬԦ
𝑩
N 𝝎 S fase positiva (ABC).
ሬԦ
𝒏 𝑐 Atenção: deve-se tomar cuidado para não confundir o sentido de
rotação do gerador com o sentido positivo de rotação dos fasores.
Figura 46: Bobinas do gerador trifásico.
A sequência das fases (ABC, ou BCA, ou CAB) é definida como sequência de fase positiva.
Trocando-se a saída das bobinas B e C, as tensões de saída terão valores conforme indicados na Figura
48 e Figura 49:
ሬԦ
𝒏
𝐴ሶ 𝑢𝑎 𝑢𝑐 𝑢𝑏
A 𝑎 𝝎 𝑎′ 𝑈𝑚𝑎𝑥
ሬ𝑩
ሬԦ 𝜔
N S
𝜋 𝜋 3𝜋 2𝜋 𝜔𝑡
𝑏′
B ሬ𝑩
ሬԦ 2 2
N 𝝎 S 𝐵ሶ 𝐶ሶ
ሬԦ
𝒏 𝑏
−𝑈𝑚𝑎𝑥
Figura 49: Tensões trifásicas (fasores e valores instantâneos) em sequência de
C 𝑐 ሬሬԦ fase negativa (CBA).
𝑩
N S
ሬԦ
𝒏
𝝎 Atenção: novamente deve-se tomar cuidado para não confundir o
𝑐′ sentido de rotação do gerador com o sentido positivo de rotação dos
fasores.
Figura 48: Bobinas do gerador trifásico.
𝑢𝑎 = 𝑈𝑚𝑎𝑥 ⋅ sen(𝜔𝑡); 𝑢𝑏 = 𝑈𝑚𝑎𝑥 ⋅ sen(𝜔𝑡 + 2𝜋⁄3); 𝑢𝑐 = 𝑈𝑚𝑎𝑥 ⋅ sen(𝜔𝑡 − 2𝜋⁄3)
A sequência das fases (CBA, ou BAC, ou ACB) é definida como sequência de fase negativa.
A sequência de fases pode ser entendida como sendo a ordem pela qual as tensões passam pelo máximo.
• Na Figura 50: A-B-C, ou B-C-A, ou C-A-B – é a sequência direta, ou positiva.
Tensões: 𝑈ሶ𝐴 = 𝑈𝐹 ∠90°; 𝑈ሶ𝐵 = 𝑈𝐹 ∠(−30°) e 𝑈ሶ𝐶 = 𝑈𝐹 ∠(−150°)
• Na Figura 51: C-B-A, ou B-A-C, ou A-C-B – é a sequência inversa, ou negativa.
Tensões: 𝑈ሶ𝐴 = 𝑈𝐹 ∠90°; 𝑈ሶ𝐵 = 𝑈𝐹 ∠(−150°) e 𝑈ሶ𝐶 = 𝑈𝐹 ∠(−30°)
Sequência: (+) ABC Sequência: (−) ACB

𝑈ሶ𝐶 𝑈ሶ𝐵
𝜔 𝜔
Ref. Ref.
𝑈ሶ𝐵 𝑈ሶ𝐴 𝑈ሶ𝐶 𝑈ሶ𝐴
Figura 50: Sequência de fase direta dos fasores de tensão. Figura 51: Sequência de fase inversa dos fasores de tensão.
É importante observar que a troca (inversão) nos terminais de dois geradores causa inversão na
sequência das fases das tensões de saída. Esta sequência das fases (CBA, ou BAC, ou ACB) é definida como
sequência de fase negativa.
A inversão na sequência de fases também pode advir da inversão do sentido de rotação do gerador e,
para cargas como os motores trifásicos, isso resulta na inversão do seu sentido de rotação.
É importante observar a sequência de fases nos sistemas elétricos porque sistemas com sequências de
fases diferentes não podem ser interconectados. Igualmente, uma inversão na sequência das fases
eventualmente feita nos alimentadores pode trazer problemas para alguns tipos de cargas trifásicas.
Na literatura técnica também é comum o emprego das letras RST em analogia as fases ABC.
Exercício resolvido 14. Um sistema trifásico simétrico, com sequência das fases negativa ACB, e
𝑈ሶ𝐶 = 220∠(−90°) [V]. Deseja-se as tensões nas fases A e B.
𝑈ሶ𝐴 = 220∠(−90° + 120°) [V] ⟹ 𝑈ሶ𝐴 = 220∠(30°) [V]
𝑈ሶ𝐵 = 220∠(−90° − 120°) [V] = 220∠(−210°) [V] ⟹ 𝑈ሶ𝐵 = 220∠150° [V]
𝑒𝐴 𝑒𝐶 𝑒𝐵
𝜔 𝐸𝑚𝑎𝑥
𝐴ሶ
𝐵ሶ 150°
30°
𝜋 𝜋 3𝜋 2𝜋 𝜔𝑡
−90° 2 2
−𝐸𝑚𝑎𝑥
𝐶ሶ
Figura 52: Tensões trifásicas com sequência negativa ACB.
7. Sistemas trifásicos com cargas desequilibradas
Os consumidores residenciais, comerciais e industriais usam equipamentos que podem ser monofásicos
e/ou trifásicos. Em virtude dessa característica, as redes de distribuição das concessionárias de energia
elétrica, usadas para a alimentação dos consumidores em baixa-tensão, são normalmente trifásicas, com 4
fios (3 fases + neutro) e oferecem dois níveis de tensão, obtidos a partir de ligações em Y dos enrolamentos
secundários dos transformadores de distribuição. Em razão da ligação em Y, a relação entre as tensões de
linha e de fase é sempre de um fator igual a 1,73 ≅ √3 como 220/127 V; ou 380/220 V, por exemplo.
Nos sistemas trifásicos com 4 fios alimentando cargas monofásicas, o total das cargas alimentadas por
cada uma das três fases muda constantemente. Nesse caso, a soma das correntes nas três fases não é nula
(𝛴 𝐼𝐹 ≠ 0) e faz-se necessário um condutor neutro para oferecer um caminho de retorno para a corrente de
desequilíbrio da carga (corrente de neutro).
Os sistemas trifásicos são considerados desequilibrados em duas situações: (a) as tensões da fonte não
são iguais em módulo e/ou ângulo de fase (tensões assimétricas); (b) as impedâncias da carga são desiguais.
Este estudo sobre sistemas trifásicos desequilibrados se limitará apenas às impedâncias desequilibradas,
que acontece com maior frequência.
7.1 Sistemas trifásicos com cargas desequilibradas, a quatro fios – ligação em Y

Nesta seção é feita a análise de um sistema trifásico a 4 fios com a fonte e a carga desequilibrada ligadas
na configuração Y. A utilização do condutor neutro garante que a fonte forneça tensões estáveis à carga,
apesar dos módulos das correntes é/ou os ângulos de defasagem em relação às respectivas tensões serem
diferentes.
𝐼𝐴ሶ Carga
𝐴
ሶ 𝐴
𝐼𝐹𝐴
𝐼𝑁ሶ 𝑍𝐴ሶ
𝑵 𝑈ሶ𝐹𝐴
𝑈ሶ𝐴𝐵
𝐍
𝑈ሶ𝐶𝐴 𝑈ሶ𝐹𝐵
𝑍ሶ𝐶 ሶ
𝐼𝐹𝐶
𝐼𝐵ሶ
𝐵 𝑍ሶ𝐵 𝑈ሶ𝐹𝐶
𝐶
𝐵 ሶ
𝐼𝐹𝐵
𝑈ሶ𝐵𝐶
𝐼𝐶ሶ
𝐶
Figura 53: Carga trifásica desequilibrada, com as impedâncias agrupadas em Y ⟹ 𝑍𝐴ሶ ≠ 𝑍ሶ𝐵 ≠ 𝑍ሶ𝐶 ⟹ 𝐼𝐴ሶ ≠ 𝐼𝐵ሶ ≠ 𝐼𝐶ሶ ⟹ 𝐼𝑁ሶ ≠ 0
Considerando o sistema simétrico, tem-se:

𝑈𝐿
𝑈𝐹𝐴 = 𝑈𝐹𝐵 = 𝑈𝐹𝐶 = 𝑈𝐹 =
√3
𝑈ሶ𝐹𝐴 𝑈ሶ𝐹𝐵 𝑈ሶ𝐹𝐶
ሶ = = 𝑌𝐴ሶ ⋅ 𝑈ሶ𝐹𝐴 𝐼𝐵ሶ = 𝐼𝐹𝐵
ሶ = = 𝑌𝐵ሶ ⋅ 𝑈ሶ𝐹𝐵 𝐼𝐶ሶ = 𝐼𝐹𝐶
ሶ = = 𝑌𝐶ሶ ⋅ 𝑈ሶ𝐹𝐶
𝑍𝐴ሶ 𝑍ሶ𝐵 𝑍ሶ𝐶
Na resolução do sistema trifásico desequilibrado em estrela, pode ser convenientemente o uso das
admitâncias por fase (𝑌𝐴ሶ , 𝑌𝐵ሶ e 𝑌𝐶ሶ ) ao invés das impedâncias por fase (𝑍𝐴ሶ , 𝑍ሶ𝐵 e 𝑍𝐴ሶ ), sendo:
1 1 1
É conveniente lembrar que a admitância é o recíproco da impedância, ou seja: 𝑌ሶ = = = ∠(−𝜃)
𝑍ሶ 𝑍∠𝜃 𝑍
𝑈ሶ
E a relação entre a tensão corrente e a admitância é: 𝐼 ሶ = = 𝑌ሶ ⋅ 𝑈ሶ
𝑍ሶ
1 1 1
Então: 𝑌𝐴ሶ = 𝑌𝐵ሶ = 𝑌𝐶ሶ =
Exercício resolvido 15. O secundário ligado em Y de um transformador trifásico de 30 kVA, 13,8 kV / 220 V
(tensões de linha) e 60 Hz, alimenta uma carga trifásica desequilibrada, também ligada em Y, conforme
mostrado no diagrama elétrico abaixo. Deseja-se:
a) As tensões aplicadas às fases da carga:
b) As correntes nas fases da carga:
c) A corrente no condutor neutro:
d) As correntes de linha:
e) As potências complexas na carga, de fase e total:
f) Verificar se há sobrecarga em alguma das fases do transformador:
g) O diagrama fasorial com as tensões e correntes de fase na carga e com a corrente no condutor neutro:
A B B 𝑍ሶ𝐵 A
𝐸ሶ𝐴𝑁 = 127∠0° [V]
1,371∠25,0° [Ω]
𝐸ሶ𝐵𝑁 = 127∠(−120°) [V] 𝑍𝐴ሶ

1,613∠30,0° [Ω]
N N′
𝑍ሶ𝐶
𝐸ሶ𝐶𝑁 = 127∠120° [V]
1,210∠15,0° [Ω]
C
C
Figura 54: Carga trifásica desequilibrada, com as impedâncias agrupadas em Y, sendo:
𝑍𝐴ሶ ≠ 𝑍ሶ𝐵 ≠ 𝑍ሶ𝐶 ⟹ 𝐼𝐴ሶ ≠ 𝐼𝐵ሶ ≠ 𝐼𝐶ሶ ⟹ 𝐼𝑁ሶ ≠ 0

Em virtude de haver conexão elétrica entre os dois neutros (𝑁 e 𝑁 ′ ), considera-se que as tensões aplicadas
às fases da carga são iguais às tensões geradas nas fases correspondentes do transformador.
𝑈ሶ𝐹𝐴 = 𝐸ሶ𝐴𝑁 = 127∠0 [V]; 𝑈ሶ𝐹𝐵 = 𝐸ሶ𝐵𝑁 = 127∠(−120°) [V]; 𝑈ሶ𝐹𝐶 = 𝐸ሶ𝐶𝑁 = 127∠120° [V]
b) As correntes nas fases da carga:

𝑈ሶ𝐹𝐴 127∠0 [V]
ሶ =
𝐼𝐹𝐴 = ሶ = 78,74∠(−30,0°) [A]
⟹ 𝐼𝐹𝐴
ሶ
𝑍𝐴 1,613∠30,0° [Ω]
𝑈ሶ𝐹𝐵 127∠(−120°) [V]
ሶ =
𝐼𝐹𝐵 = ሶ = 92,63∠(−145°) [A]
⟹ 𝐼𝐹𝐵
𝑍ሶ𝐵 1,371∠25,0° [Ω]
𝑈ሶ𝐹𝐶 127∠120° [V]
ሶ =
𝐼𝐹𝐶 = ሶ = 104,96∠105° [A]
⟹ 𝐼𝐹𝐶
𝑍𝐶ሶ 1,210∠15,0° [Ω]
c) A corrente no condutor neutro:

ሶ + 𝐼𝐹𝐵
ሶ + 𝐼𝑁ሶ = 0 ⟹ 𝐼𝑁ሶ = −(𝐼𝐹𝐴
ሶ + 𝐼𝐹𝐵
ሶ + 𝐼𝐹𝐶
ሶ )
𝐼𝑁ሶ = −(78,74∠(−30,0°) [A] + 92,63∠(−145°) [A] + 104,96∠105° [A]) ⟹ 𝐼𝑁ሶ = 35,97∠(−14,30°) [A]
d) As correntes de linha:
As fases estão agrupadas em Y e as correntes de fase são iguais às correspondentes correntes de linha.
ሶ = 78,74∠(−30,0°) [A]; 𝐼𝐵ሶ = 𝐼𝐹𝐵
ሶ = 92,63∠(−145°) [A]; 𝐼𝐶ሶ = 𝐼𝐹𝐶
ሶ = 104,96∠105° [A]
e) As potências complexas na carga, de fase e total:

(𝑈𝐴𝑁 )2 (127 V)2
ሶ =
𝑆𝐹𝐴 ∠𝜃𝑍𝐴 = ሶ = 10.00∠30,0° [kVA] = (8,660 + 𝑗5,000) kVA
∠30,0° ⟹ 𝑆𝐹𝐴
𝑍𝐴 1,613 Ω
(𝑈𝐵𝑁 )2 (127 V)2
ሶ =
𝑆𝐹𝐵 ∠𝜃𝑍𝐵 = ሶ = 11,76∠25,0° [kVA] = (10,66 + 𝑗4,972) kVA
∠25,0° ⟹ 𝑆𝐹𝐵
𝑍𝐵 1,371 Ω
(𝑈𝐶𝑁 )2 (127 V)2
ሶ =
𝑆𝐹𝐶 ∠𝜃𝑍𝐶 = ሶ = 13,33∠15,0° [kVA] = (12,88 + 𝑗3,450) kVA
∠15,0° ⟹ 𝑆𝐹𝐶
𝑍𝐶 1,210 Ω
𝑆ሶ𝑇 = ∑ 𝑆𝐹ሶ = 𝑆𝐹𝐴

ሶ + 𝑆𝐹𝐵
ሶ + 𝑆𝐹𝐶
ሶ = 10.00∠30,0° [kVA] + 11,76∠25,0° [kVA] + 13,33∠15,0° [kVA]
𝑆ሶ𝑇 = 34,88∠22,63° [kVA] = (32,20 + 𝑗13,42) kVA
f) Verificar se há sobrecarga em alguma das fases do transformador:

𝑆𝑡𝑟𝑎𝑓𝑜 30 kVA
𝑆𝐹𝑛𝑜𝑚 = = ⟹ 𝑆𝐹𝑛𝑜𝑚 = 10,0 kVA
3 3
Há sobrecarga de 17,6% na fase B e de 33,3% na fase C. A fase A trabalha na capacidade nominal.
g) O diagrama fasorial com as tensões e correntes de fase na carga e com a corrente no condutor neutro:
100° 90° 80°
110° 70°
ሶ = 104,96∠105° [A]
𝐼𝐹𝐶
120° 60°
𝑈ሶ𝐶𝑁 = 127∠120° [V]
130° 50°
140° 40°
150° 30°
160° 20°
170° 10°
𝑈ሶ𝐴𝑁 = 127∠0° [V]

180° 0
𝐼𝑁ሶ = 35,97∠(−14,30°) [A]

190° 350°
200° 340°
ሶ = 78,74∠(−30,0°) [A]
𝐼𝐹𝐴
210° 330°
ሶ = 92,63∠(−145°) [A]
𝐼𝐹𝐵
220° 320°
230° 310°
𝑈ሶ𝐵𝑁 = 127∠(−120°) [V]
240° 300°
250° 290°
260° 270° 280°
Figura 55: Diagrama fasorial das tensões e correntes na carga desequilibrada em Y, alimentada através de um
transformador trifásico, em 127/220 V a 4 fios.
7.2 Sistemas trifásicos com cargas desequilibradas a três fios – ligação em Δ

Um sistema trifásico a 3 fios, com as impedâncias da carga ligadas na configuração Δ, estão representadas
na Figura 56. A carga desequilibrada significa que as impedâncias equivalentes por fase da carga são
diferentes em módulo e/ou ângulo.
As impedâncias da carga agrupadas em delta recebem diretamente as tensões de linha, ou seja, as
tensões de fase e de linha na carga são as mesmas. E por se tratar de uma ligação em Δ, não há condutor
neutro para drenar correntes de desequilíbrio, todavia as tensões aplicadas às impedâncias da carga são
estáveis, desde que as tensões de linha também permaneçam estáveis.
𝐼𝐴ሶ
A
ሶ
𝐼𝐹𝐴 A
𝑈ሶ𝐴𝐵
𝑈ሶ𝐶𝐴
ሶ
𝐼𝐹𝐶
𝐼𝐵ሶ
B B C
ሶ
𝑈ሶ𝐵𝐶
𝑰ሶ𝑪
C
Figura 56: Carga trifásica desequilibrada, com as impedâncias agrupadas em

Δ, com 𝑍𝐴ሶ ≠ 𝑍ሶ𝐵 ≠ 𝑍ሶ𝐶
As tensões de linha são aplicadas às fases:

𝑈ሶ𝐹𝐴 = 𝑈ሶ𝐴𝐵 𝑈ሶ𝐹𝐵 = 𝑈ሶ𝐵𝐶 𝑈ሶ𝐹𝐶 = 𝑈ሶ𝐶𝐴
As correntes nas fases da carga são:

𝑈ሶ𝐹𝐴 𝑈ሶ𝐴𝐵 𝑈ሶ𝐹𝐵 𝑈ሶ𝐵𝐶 𝑈ሶ𝐹𝐶 𝑈ሶ𝐶𝐴
ሶ =
𝐼𝐹𝐶 =
𝑍𝐴ሶ 𝑍𝐴ሶ 𝑍ሶ𝐵 𝑍ሶ𝐵 𝑍ሶ𝐶 𝑍ሶ𝐶
E as correntes de linha são:

ሶ 𝐼𝐵ሶ = 𝐼𝐹𝐵
ሶ 𝐼𝐶ሶ = 𝐼𝐹𝐶
ሶ
Exercício resolvido 16. Uma carga trifásica desequilibrada é alimentada a três fios a partir de uma rede
elétrica equilibrada, com tensões de fase supostas constantes de 127 V, conforme mostrado na Figura 57.
𝐼𝐴ሶ
A A
ሶ
𝐼𝐹𝐴
𝐸ሶ𝐴𝑁 = 127∠0 [V]
𝑈ሶ𝐴𝐵 𝑍𝐴ሶ 𝑍ሶ𝐶

N
𝑈ሶ𝐶𝐴
𝐸ሶ𝐵𝑁 = 127∠(−120°) [V] ሶ
𝐼𝐹𝐶
𝐼𝐵ሶ
𝐸ሶ𝐶𝑁 = 127∠120° [V]
C
B B C
ሶ
𝑈ሶ𝐵𝐶
𝐼𝐶ሶ
Figura 57: Carga trifásica desequilibrada, com as impedâncias agrupadas em Δ.
Deseja-se saber:
a) as tensões aplicadas às fases da carga;
b) as correntes nas fases da carga;
c) as correntes de linha.
Resolução
a) Cálculo das tensões aplicadas às fases da carga:
𝑈ሶ𝐹𝐴 = 𝑈ሶ𝐴𝐵 = 127∠0 [V] − 127∠(−120°) [V] ⟹ 𝑈ሶ𝐹𝐴 = 𝑈ሶ𝐴𝐵 = 220∠30° [V]
𝑈ሶ𝐹𝐵 = 𝑈ሶ𝐵𝐶 = 127∠(−120) [V] − 127∠120° [V] ⟹ 𝑈ሶ𝐹𝐵 = 𝑈ሶ𝐵𝐶 = 220∠(−90,0°) [V]
𝑈ሶ𝐹𝐶 = 𝑈ሶ𝐶𝐴 = 127∠120° [V] − 127∠0 [V] ⟹ 𝑈ሶ𝐹𝐶 = 𝑈ሶ𝐶𝐴 = 220∠150° [V]
b) Cálculo das correntes nas fases da carga:
𝑈ሶ𝐹𝐴 220∠30° [V]
ሶ =
𝐼𝐹𝐴 = ሶ = 136,4∠0 [A]
⟹ 𝐼𝐹𝐴
𝑍𝐴ሶ 1,613∠30,0° [Ω]
𝑈ሶ𝐹𝐵 220∠(−90,0°) [V]
ሶ =
𝐼𝐹𝐵 = ሶ = 160,5∠(−115°) [A]
⟹ 𝐼𝐹𝐵
𝑍ሶ𝐵 1,371∠25,0° [Ω]
𝑈ሶ𝐹𝐶 220∠120° [V]
ሶ =
𝐼𝐹𝐶 = ሶ = 181,8∠105° [A]
⟹ 𝐼𝐹𝐶
𝑍ሶ𝐶 1,210∠15,0° [Ω]
c) Cálculo das correntes de linha:

ሶ = 136,4∠0 [A] − 181,8∠105° [A] ⟹ 𝐼𝐴ሶ = 254,0∠(−43,75°) [Ω]
ሶ = 160,5∠(−115°) [A] − 136,4∠0 [A] ⟹ 𝐼𝐵ሶ = 250,7∠(−144,54°) [Ω]
ሶ = 181,8∠105° [A] − 160,5∠(−115°) [A] ⟹ 𝐼𝐵ሶ = 321,7∠86,30° [Ω]
Exercício resolvido 17. Um transformador trifásico de 150 kVA, 60 Hz, 23,1/13,8 kV (tensões de linha), com
as fases primárias e secundárias (enrolamentos) agrupadas em ∆/∆, alimenta, em média tensão, um circuito
desequilibrado de uma indústria, cujas fases também estão agrupadas em ∆, apresentando as seguintes
potências por fase: 𝑆𝐴 = 42,5 kVA e fator de potência cos 𝜙𝐴 = 0,85 (capacitivo); 𝑆𝐵 = 55,7 kVA e fator de
potência unitário (cos 𝜙𝐴 = 1); e 𝑆𝐶 = 61,1 kVA e fator de potência cos 𝜙𝐴 = 0,8 (indutivo). Supondo que o
sistema das tensões secundárias seja simétrico, com a sequência de fases positiva e adotando-se como
referência angular a tensão 𝐸ሶ𝐴𝐵 , precisa-se das seguintes informações:
a) As tensões de linha na carga;
b) As potências complexas por fase da carga (𝑆𝐹𝐴 ሶ , 𝑆𝐹𝐵
ሶ e 𝑆𝐹𝐶
ሶ ), nas formas polar e retangular;
c) As impedâncias por fase da carga (𝑍𝐴ሶ , 𝑍ሶ𝐵 e 𝑍ሶ𝐶 ), nas formas polar e retangular;
c) As correntes de fase na carga (forma polar);
c) As correntes de linha (forma polar);
d) As correntes nas fases do transformador;
e) Verificar se há sobrecarga em alguma das fases do transformador;
h) O diagrama fasorial com as tensões e correntes de fase na carga.
Secundário do 𝐼𝐴ሶ Carga com as
transformador com fases em ∆
as fases em ∆
A ሶ
𝐼𝐹𝐴 A
ሶ
𝐼𝐶𝐴
𝐸𝐶 𝐸𝐴 𝑈ሶ𝐴𝐵
13,8 [kV] 13,8 [kV] 𝑆𝐴ሶ 𝑆𝐶ሶ
𝑈ሶ𝐶𝐴
ሶ
𝐼𝐹𝐴 ሶ
𝐼𝐹𝐶
𝐼𝐵ሶ
C B B C
𝐸𝐵 ሶ
𝐼𝐹𝐵 ሶ
𝐼𝐹𝐵 𝑆𝐵ሶ
13,8 [kV] 𝑈ሶ𝐵𝐶
𝐼𝐶ሶ
Figura 58: Transformador trifásico com os enrolamentos secundários em Δ, alimentando carga trifásica desequilibrada
também em Δ.
a) As tensões de linha na carga:
𝑈ሶ𝐴𝐵 = 𝐸ሶ𝐴𝐵 = 𝐸𝐴ሶ = 13,8∠0 [kV]; 𝑈ሶ𝐵𝐶 = 𝐸ሶ𝐵𝐶 = 𝐸ሶ𝐵 = 13,8∠(−120°) [kV]; e
𝑈ሶ𝐶𝐴 = 𝐸ሶ𝐶𝐴 = 𝐸ሶ𝐶 = 13,8∠120 [kV]
ሶ , 𝑆𝐹𝐵
b) As potências complexas por fase da carga (𝑆𝐹𝐴 ሶ e 𝑆𝐹𝐶
ሶ ), nas formas polar e retangular:
ሶ = 42,5∠(− cos −1 (0,85)) [kVA] ⟹ 𝑆𝐹𝐴

𝑆𝐹𝐴 ሶ = 42,5∠(−31,8°) [kVA] = (36,12 − 𝑗22,40) kVA
(O ângulo é negativo porque a carga tem características capacitivas.)
ሶ = 55,7∠(cos −1 (1,00)) [kVA] ⟹ 𝑆𝐹𝐵
𝑆𝐹𝐵 ሶ = 55,7∠0 [kVA] = 55,7 kW
ሶ = 61,1∠(− cos −1 (0,80)) [kVA] ⟹ 𝑆𝐹𝐶
𝑆𝐹𝐶 ሶ = 61,1∠36,9° [kVA] = (48,88 − 𝑗36,66) kVA
c) As impedâncias por fase da carga (𝑍𝐴ሶ , 𝑍ሶ𝐵 e 𝑍ሶ𝐶 ), nas formas polar e retangular:
(𝑈𝐹𝐴 )2 (13,8 [kV])2
𝑍𝐴ሶ = ∠𝜙𝑆𝐴 = ∠(−31,8°) ⟹ 𝑍𝐴ሶ = 4,801∠(−31,8°) [kΩ] = (3,809 − 𝑗2,360) kΩ
𝑆𝐹𝐴 42,5 [kVA]
(𝑈𝐹𝐵 )2 (13,8 [kV])2

𝑍ሶ𝐵 = ∠𝜙𝑆𝐵 = ∠0° ⟹ 𝑍ሶ𝐵 = 3,4190∠0° [kΩ] = 3,4190 kΩ
𝑆𝐹𝐵 55,7 [kVA]
(𝑈𝐹𝐶 )2 (13,8 [kV])2

𝑍ሶ𝐶 = ∠𝜙𝑆𝐶 = ∠36,9° ⟹ 𝑍ሶ𝐶 = 3,117∠36,9° [kΩ] = (2,493 + 𝑗1,870) kΩ
𝑆𝐹𝐶 61,1 [kVA]
c) As correntes de fase na carga (forma polar):

∗ ∗
ሶ
𝑆𝐹𝐴 42,5∠(−31,8°) [kVA]
ሶ
𝐼𝐹𝐴 =( ) =( ሶ = 3,080∠31,79° [A]
) ⟹ 𝐼𝐹𝐴
𝑈ሶ𝐴𝐵 13,8∠0 [kV]
∗ ∗
ሶ
𝑆𝐹𝐵 55,7∠0 [kVA]
ሶ =(
𝐼𝐹𝐵 ) =( ሶ = 4,036∠(−120,0°) [A]
) ⟹ 𝐼𝐹𝐵
𝑈ሶ𝐵𝐶 13,8∠(−120) [kV]
∗ ∗
ሶ
𝑆𝐹𝐶 61,1∠36,9° [kVA]
ሶ =(
𝐼𝐹𝐶 ) =( ሶ = 4,428∠83,13° [A]
) ⟹ 𝐼𝐹𝐶
𝑈ሶ𝐶𝐴 13,8∠120° [kV]
c) As correntes de linha (forma polar):

ሶ = 3,080∠31,79° [A] − 4,428∠83,13° [A] ⟹ 𝐼𝐴ሶ = 3,472∠(−53,02°) [A]
ሶ = 4,036∠(−120,0°) [A] − 3,080∠31,79° [A] ⟹ 𝐼𝐵ሶ = 2,155∠(−48,84°) [A]
ሶ = 4,428∠83,13° [A] − 4,036∠(−120,0°) [A] ⟹ 𝐼𝐶ሶ = 5,6231∠128,58° [A]
d) As correntes nas fases do transformador:

ሶ = 3,080∠31,79° [A]
𝐼𝐹𝐴
ሶ = 4,036∠(−120,0°) [A]
𝐼𝐹𝐵
ሶ = 4,428∠83,13° [A]
𝐼𝐹𝐶
e) Verificar se há sobrecarga em alguma das fases do transformador:

ሶ
𝑆𝑛𝑜𝑚 150 kVA
ሶ
𝑆𝐹𝑛𝑜𝑚 = = ሶ
⟹ 𝑆𝐹𝑛𝑜𝑚 = 50,0 kVA
3 3
𝑆𝐹𝐴 = 42,5 kVA; 𝑆𝐹𝐵 = 55,7 kVA; 𝑆𝐹𝐶 = 61,1 kVA
Há sobrecarga de 11,4% na fade B e de 22,2% na fase C.
h) O diagrama fasorial com as tensões e correntes de fase na carga:
100° 90° 80°
110° 70°
120° 60°
𝑈ሶ𝐶𝐴 = 13,8∠120° [kV]
130° 50°
ሶ = 4,428∠83,13° [A]
𝐼𝐹𝐶
𝐼𝐶ሶ = 5,6231∠128,58° [A]
140° 40°
150° 30°
160° 20°
ሶ = 3,080∠31,79° [A]
𝐼𝐹𝐴
170° 10°
𝑈ሶ𝐴𝐵 = 13,8∠0° [kV]

180° 0
190° 350°
𝐼𝐵ሶ = 2,155∠(−48,84°) [A]

200° 340°
210°
𝐼𝐴ሶ = 3,472∠(−53,02°) [A]
330°
ሶ = 4,036∠(−120,0°) [A]
𝐼𝐹𝐵
220° 320°
230° 310°
𝑈ሶ𝐵𝐶 = 13,8∠(−120°) [kV]
240° 300°
250° 290°
260° 270° 280°
Figura 59: Diagrama fasorial das tensões e correntes na carga desequilibrada em ligada em ∆ e alimentada em
13,8 kV, através de um transformador trifásico, com o secundário também em ∆.
Exercício resolvido 18. Uma carga trifásica é constituída pelas impedâncias 𝑍𝐴ሶ = 9,522∠0° [kΩ];
𝑍ሶ𝐵 = 6,475∠25,0° [kΩ]; e 𝑍ሶ𝐶 = 7,618∠30,0° [kΩ]; agrupadas em Δ, conforme mostrado na Figura 60. O
sistema é alimentado em média tensão através de um alternador síncrono trifásico de 75 kVA, 60 Hz, com
as fases ligadas em Y, cujas tensões de fase são: 𝐸𝐴𝑁 ሶ = 7,967∠90,0° [kV]; 𝐸ሶ𝐵𝑁 = 7,967∠(−30,0°) [kV]; e
ሶ
𝐸𝐶𝑁 = 7,967∠(−150°) [kV].
𝑍𝐴ሶ
𝐸ሶ𝐺𝐴 = 7,967∠90,0° [kV] 9,522∠0 [kΩ]
A 𝐹𝐴 = 60,0 Hz B B A
𝐸ሶ𝐺𝐵 = 7,967∠(−30,0°) [kV]

𝐹𝐵 = 60,0 Hz
𝑁
𝑍ሶ𝐵 𝑍ሶ𝐶
6,475∠25,0° [kΩ] 7,618∠30,0° [kΩ]
𝐸ሶ𝐺𝐶 = 7,967∠(−150°) [kV]
𝐹𝐶 = 60,0 Hz
C C
Figura 60: Carga trifásica desequilibrada em Δ, alimentada por alternador síncrono em Y.
Deseja-se conhecer:
b) As correntes nas fases da carga;
d) As correntes de linha;
e) As potências complexas na carga, por fase e total;
f) Verificar se há alguma fase do gerador com sobrecarga;
g) O diagrama fasorial com as tensões e correntes.
Resolução:
𝑈ሶ𝐴𝐵 = 𝐸ሶ𝐴𝑁 − 𝐸ሶ𝐵𝐶 = 7,967∠90,0° [kV] − 7,967∠(−30,0°) [kV] ⟹ 𝑈ሶ𝐴𝐵 = 13,80∠120° [kV]
𝑈ሶ𝐵𝐶 = 𝐸ሶ𝐵𝑁 − 𝐸ሶ𝐶𝑁 = 7,967∠(−30,0°) [kV] − 7,967∠(−150°) [kV] ⟹ 𝑈ሶ𝐵𝐶 = 13,80∠0 [kV]
𝑈ሶ𝐶𝐴 = 𝐸ሶ𝐶𝑁 − 𝐸ሶ𝐴𝑁 = 7,967∠(−150°) [kV] − 7,967∠90,0° [kV] ⟹ 𝑈ሶ𝐶𝐴 = 13,80∠(−120°) [V]
𝑈ሶ𝐹𝐴 = 𝑈ሶ𝐴𝐵 = 13,8∠120° [kV]; 𝑈ሶ𝐹𝐵 = 𝑈ሶ𝐵𝐶 = 13,8∠0 [kV]; 𝑈ሶ𝐹𝐶 = 𝑈ሶ𝐶𝐴 = 13,8∠(−120°) [kV]
b) As correntes nas fases da carga;

𝑈ሶ𝐹𝐴 13,80∠120° [kV]
ሶ =
𝐼𝐹𝐴 = ሶ = 1,449∠120° [A]
⟹ 𝐼𝐹𝐴
𝑍𝐴ሶ 9,522∠0° [kΩ]
𝑈ሶ𝐹𝐵 13,80∠0 [kV]
ሶ =
𝐼𝐹𝐵 = ሶ = 2,131∠(−25,0°) [A]
⟹ 𝐼𝐹𝐵
𝑍ሶ𝐵 6,475∠25,0° [kΩ]
𝑈ሶ𝐹𝐶 13,80∠(−120°) [kV]
ሶ =
𝐼𝐹𝐶 = ሶ = 1,811∠(−150°) [A]
⟹ 𝐼𝐹𝐶
𝑍ሶ𝐶 7,618∠30,0° [kΩ]
d) As correntes de linha;
ሶ = 1,449∠120,0° [A] − 1,811∠(−150°) [A] ⟹ 𝐼𝐴ሶ = 2,320∠68,66° [A]
ሶ = 2,131∠(−25,0°) [A] − 1,449∠120,0° [A] ⟹ 𝐼𝐵ሶ = 3,421∠(−39,06°) [A]
ሶ = 1,811∠(−150°) [A] − 2,131∠(−25,0°) [A] ⟹ 𝐼𝐶ሶ = 3,500∠(−179,92°) [A]
e) As potências complexas na carga, de fase e total;

𝑆𝐹𝐴 ∗ሶ
= 13,80∠120° [kV] ⋅ 1,449∠(−120°) [A] ⟹
ሶ = 20,00∠0° [kVA] = 20,00 kW
𝑆𝐹𝐴
𝑆𝐹𝐵 ∗ሶ
= 13,80∠0 [V] ⋅ 2,131∠25,0° [A] ⟹
ሶ = 29,41∠25,00° [kVA] = (26,66 + 𝑗12,43) kVA
𝑆𝐹𝐵
𝑆𝐹𝐶 ∗ሶ
= 13,80∠(−120°) [V] ⋅ 1,811∠150° [A] ⟹
ሶ = 25,00∠25,00° [kVA] = (21,65 + 𝑗12,50) kVA
𝑆𝐹𝐶
ሶ + 𝑆𝐹𝐵
ሶ + 𝑆𝐹𝐶
ሶ = 20,00 kW + 29,41∠25,00° [kVA] + 25,00∠25,00° [kVA] ⟹
𝑆ሶ𝑇 = 73,03∠18,35° [kVA] = (69,31 + 𝑗23,00) kVA
f) Verificar se há alguma fase do gerador com sobrecarga.

𝑆𝑇𝑛𝑜𝑚 75,0 kVA
3 3
A fase B, com 29,41 kVA, está com potência acima da nominal e, portanto, sobrecarregada.
f) O diagrama fasorial com as tensões e correntes.
𝑈ሶ𝐹𝐴 = 𝑈ሶ𝐴𝐵 = 13,8∠120° [kV]
ሶ = 7,967∠90,0° [kV]
𝐸𝐴𝑁
𝐼𝐴ሶ = 2,320∠68,66° [A]
𝐼𝐶ሶ = 3,500∠(−179,92°) [A]
ሶ = 1,449∠120° [A]
𝐼𝐹𝐴
𝑈ሶ𝐹𝐵 = 𝑈ሶ𝐵𝐶 = 13,8∠0 [kV]
ሶ = 2,131∠(−25,0°) [A]
𝐼𝐹𝐵
ሶ = 1,811∠(−150°)[A]
𝐼𝐹𝐶
𝐼𝐵ሶ = 3,421∠(−39,06°) [A]

𝑈ሶ𝐹𝐶 = 𝑈ሶ𝐶𝐴 = 13,8∠(−120° [kV]
Figura 61: Diagrama fasorial das tensões e correntes na carga desequilibrada em Δ, alimentada em rede de
7,97/13,8 kV.
7.3 Sistemas trifásicos com cargas desequilibradas, a três fios – ligação em Y (sem o neutro)
𝐼𝐴ሶ
𝐼𝐵ሶ
𝑈ሶ𝐴𝐵
A B B A
𝐸ሶ𝐺𝐴 𝑈ሶ𝐴𝑁′
𝑍ሶ𝐵
𝑍ሶ𝐴
𝐸ሶ𝐺𝐵 𝑈ሶ𝐶𝐴
𝑈ሶ𝐵𝑁′ N′
𝑁 𝑈ሶ𝐵𝐶
𝑈ሶ𝐶𝑁′
𝐸ሶ𝐺𝐶 𝑍ሶ𝐶
𝐼𝐶ሶ
C C
Figura 62: Carga trifásica desequilibrada com as impedâncias agrupadas em Y, sem o condutor neutro, tendo:
𝑍𝐴ሶ ≠ 𝑍ሶ𝐵 ≠ 𝑍ሶ𝐶 ⟹ 𝐼𝐴ሶ ≠ 𝐼𝐵ሶ ≠ 𝐼𝐶ሶ
Um sistema trifásico a 3 fios, com cargas desequilibradas ligadas em Y pode apresentar problemas de sub
ou sobretensão nas impedâncias da carga porque haverá diferentes quedas de tensão nas fases, causando
o que comumente se chama de deslocamento de neutro, como mostrado na Figura 63 e na Figura 64.
Considerando as tensões da rede de alimentação simétricas, tem-se:
𝑈𝐴𝐵 = 𝑈𝐵𝐶 = 𝑈𝐶𝐴 = 𝑈𝐿
𝑪
𝑈ሶ𝐶𝑁′
𝑈ሶ𝐶𝐴
𝑈ሶ𝐶𝑁
𝑵′ 𝑈ሶ𝑁𝑁′
𝑈ሶ𝐴𝑁′
𝑈ሶ𝐵𝐶 𝑵 𝑨
𝑈ሶ𝐴𝑁
𝑈ሶ𝐵𝑁′
𝑈ሶ𝐵𝑁
𝑈ሶ𝐴𝐵
𝑩
Figura 63: Diagrama fasorial mostrando as tensões de linha, tensões de fase da rede, da carga e a tensão de
deslocamento de neutro.
𝑈ሶ𝑁𝑁′
𝑈ሶ𝐶𝑁′
𝑈ሶ𝐶𝑁
𝑵 𝑈ሶ𝐴𝑁 𝑨
𝑈ሶ𝑁𝑁′
𝑈ሶ𝐴𝑁′
𝑈ሶ𝐵𝑁
𝑈ሶ𝐵𝑁′
𝑩
𝑈ሶ𝑁𝑁′
Figura 64: Diagrama fasorial mostrando as tensões de fase da rede, da carga e a tensão de deslocamento de
neutro.
As quedas de tensão nas impedâncias da carga (𝑈ሶ𝐴𝑁′ , 𝑈ሶ𝐵𝑁′ e 𝑈ሶ𝐶𝑁′ ), são então definidas por:
𝑈ሶ𝐴𝑁′ = 𝑈ሶ𝐹𝐴 = 𝑍𝐴ሶ ⋅ 𝐼𝐴ሶ 𝑈ሶ𝐵𝑁′ = 𝑈ሶ𝐹𝐵 = 𝑍ሶ𝐵 ⋅ 𝐼𝐵ሶ 𝑈ሶ𝐶𝑁′ = 𝑈ሶ𝐹𝐶 = 𝑍ሶ𝐶 ⋅ 𝐼𝐶ሶ
Conforme se pode verificar nos diagramas fasoriais na Figura 63 e Figura 64, a relação entre as tensões
de fase na carga (𝑈ሶ𝐴𝑁′ , 𝑈ሶ𝐵𝑁′ e 𝑈ሶ𝐶𝑁′ ) e as tensões de fase nas fontes (𝐸ሶ𝐺𝐴 , 𝐸ሶ𝐺𝐵 e 𝐸ሶ𝐺𝐶 ), são:
𝑈ሶ𝐴𝑁 = 𝐸ሶ𝐺𝐴 𝑈ሶ𝐵𝑁 = 𝐸ሶ𝐺𝐵 𝑈ሶ𝐶𝑁 = 𝐸ሶ𝐺𝐶
𝑈ሶ𝐴𝑁′ = 𝑈ሶ𝐴𝑁 + 𝑈ሶ𝑁𝑁′ 𝑈ሶ𝐵𝑁′ = 𝑈ሶ𝐵𝑁 + 𝑈ሶ𝑁𝑁′ 𝑈ሶ𝐶𝑁′ = 𝑈ሶ𝐶𝑁 + 𝑈ሶ𝑁𝑁′
Já as correntes de fase podem ser calculadas por:

𝑈ሶ𝐴𝑁′ 𝑈ሶ𝐵𝑁′ 𝑈ሶ𝐶𝑁′
𝐼𝐴ሶ = = 𝑌𝐴ሶ ⋅ 𝑈ሶ𝐴𝑁′ 𝐼𝐵ሶ = = 𝑌𝐵ሶ ⋅ 𝑈ሶ𝐵𝑁′ 𝐼𝐶ሶ = = 𝑌𝐶ሶ ⋅ 𝑈ሶ𝐶𝑁′
É importante lembrar que na ligação em Y, as correntes de fase são iguais às correntes de linha, sendo:
ሶ = 𝐼𝐿𝐴
𝐼𝐹𝐴 ሶ = 𝐼𝐴ሶ ሶ = 𝐼𝐿𝐵
𝐼𝐹𝐵 ሶ = 𝐼𝐵ሶ ሶ = 𝐼𝐿𝐶
𝐼𝐹𝐶 ሶ = 𝐼𝐶ሶ
Aplicando-se a lei de Kirchhoff das correntes (LKC, onde Σ𝐼 ሶ = 0) no nó definido pelo neutro 𝑁′, tem-se:
𝐼𝐴ሶ + 𝐼𝐵ሶ + 𝐼𝐶ሶ = 0 ⟹ 𝑈ሶ𝐴𝑁′ ⋅ 𝑌𝐴ሶ + 𝑈ሶ𝐵𝑁′ ⋅ 𝑌𝐵ሶ + 𝑈ሶ𝐶𝑁′ ⋅ 𝑌𝐶ሶ = 0
Então: Admitâncias
𝑌𝐴ሶ ⋅ (𝑈ሶ𝐴𝑁 + 𝑈ሶ𝑁𝑁′ ) + 𝑌𝐵ሶ ⋅ (𝑈ሶ𝐵𝑁 + 𝑈ሶ𝑁𝑁′ ) + 𝑌𝐶ሶ ⋅ (𝑈ሶ𝐶𝑁′ + 𝑈ሶ𝑁𝑁′ ) = 0 1
𝑌𝐴ሶ = ⟹ 𝐼𝐴ሶ = 𝑌𝐴ሶ ⋅ 𝑈ሶ𝐴𝑁′
𝑍𝐴ሶ
𝑌𝐴ሶ ⋅ 𝑈ሶ𝐴𝑁 + 𝑌𝐴ሶ ⋅ 𝑈ሶ𝑁𝑁′ + 𝑌𝐵ሶ ⋅ 𝑈ሶ𝐵𝑁 + 𝑌𝐵ሶ ⋅ 𝑈ሶ𝑁𝑁′ + 𝑌𝐶ሶ ⋅ 𝑈ሶ𝐶𝑁 + 𝑌𝐶ሶ ⋅ 𝑈ሶ𝑁𝑁′ = 0 1
𝑌𝐵ሶ = ⟹ 𝐼𝐵ሶ = 𝑌𝐵ሶ ⋅ 𝑈ሶ𝐵𝑁′
(𝑌𝐴ሶ + 𝑌𝐵ሶ + 𝑌𝐶ሶ ) ⋅ 𝑈ሶ𝑁𝑁′ + 𝑌𝐴ሶ ⋅ 𝑈ሶ𝐴𝑁 + 𝑌𝐵ሶ ⋅ 𝑈ሶ𝐵𝑁 + 𝑌𝐶ሶ ⋅ 𝑈ሶ𝐶𝑁 = 0 𝑍ሶ𝐵
1
𝑌𝐴ሶ ⋅ 𝑈ሶ𝐴𝑁 + 𝑌𝐵ሶ ⋅ 𝑈ሶ𝐵𝑁 + 𝑌𝐶ሶ ⋅ 𝑈ሶ𝐶𝑁 𝑌𝐶ሶ = ⟹ 𝐼𝐶ሶ = 𝑌𝐶ሶ ⋅ 𝑈ሶ𝐶𝑁′
𝑈ሶ𝑁𝑁′ = − 𝑍ሶ𝐶
𝑌𝐴ሶ + 𝑌𝐵ሶ + 𝑌𝐶ሶ
Importante: Ao efetuar o cálculo de 𝑈ሶ𝑁𝑁′ , é preciso ter cuidado para não se esquecer do sinal “menos” na
fórmula acima.
A tensão 𝑈ሶ𝑁𝑁′ (ddp entre os neutros 𝑈ሶ𝑁 e 𝑈ሶ𝑁′ ) recebe o nome de tensão de deslocamento do neutro e
representa a diferença de potencial entre o neutro 𝑁 da fonte em Y e o neutro da carga 𝑁 ′ , também em Y,
que não têm conexão direta via condutor neutro, visto ser um sistema trifásico a três fios.
𝑈ሶ𝐴𝑁 + 𝑈ሶ𝐵𝑁 + 𝑈ሶ𝐶𝑁 = (𝑈ሶ𝐴𝑁′ − 𝑈ሶ𝑁𝑁′ ) + (𝑈ሶ𝐵𝑁′ − 𝑈ሶ𝑁𝑁′ ) + (𝑈ሶ𝐶𝑁′ − 𝑈ሶ𝑁𝑁′ )
𝑈ሶ𝐴𝑁 + 𝑈ሶ𝐵𝑁 + 𝑈ሶ𝐶𝑁 = 𝑈ሶ𝐴𝑁′ + 𝑈ሶ𝐵𝑁′ + 𝑈ሶ𝐶𝑁′ − 3 ⋅ 𝑈ሶ𝑁𝑁′ = 0 ⟹ 𝑈ሶ𝐴𝑁′ + 𝑈ሶ𝐵𝑁′ + 𝑈ሶ𝐶𝑁′ = 3 ⋅ 𝑈ሶ𝑁𝑁′
𝑈ሶ𝐴𝑁′
𝑈ሶ𝐴𝑁 3 ⋅ 𝑈ሶ𝑁𝑁′
𝑈ሶ𝐵𝑁′
𝑈ሶ𝐶𝑁 𝑈ሶ𝐵𝑁 𝑈ሶ𝐶𝑁′
(a) Tensões trifásicas (de fase) simétricas. (b) Tensões de fase assimétricas, por
causa do deslocamento do neutro 𝑁 ′ .
Figura 65: Diagrama fasorial mostrando a relação das tensões
As correntes também serão assimétricas, todavia, por não haver um quarto condutor (o condutor
neutro), a soma das três correntes (𝐼𝐴ሶ , 𝐼𝐵ሶ e 𝐼𝐶ሶ ) necessariamente tem que resultar zero. A Figura 66 mostra as
três correntes do circuito com valores diferentes, tanto na amplitude, quanto nos ângulos de fase, fato que
pode ser facilmente verificado no diagrama fasorial.
As tensões de linha, nas condições do circuito deste
exercício, não são afetadas pelo desequilíbrio das tensões 𝐼𝐶ሶ
de fase da carga, visto que as fontes trifásicas são
consideradas ideais, pois não foram consideradas as suas
impedâncias internas. Num sistema real, onde as três
fontes monofásicas que compõem a geração trifásica têm
impedâncias internas não nulas, o fato de haver correntes
diferentes nas três fases (o desbalanceamento das tensões 𝐼𝐴ሶ
de fase na carga) irá causar valores diferentes de quedas
internas de tensão também nas fontes, podendo afetar as
tensões destas fontes, tanto os valores das tensões 𝐼𝐵ሶ
(módulo), quanto os respectivos ângulos de fase. Neste
caso, as tensões de linha também seriam afetadas. Figura 66: Correntes assimétricas na carga trifásica
desequilibrada, ligada em Y, com três fios (sem condutor
𝑈𝐴𝑁 ≠ 𝑈𝐵𝑁 ≠ 𝑈𝐶𝑁 ; neutro).
𝜃𝐴 ≠ 𝜃𝐵 ≠ 𝜃𝐶
𝑈ሶ𝐴𝑁 ≠ 𝑈ሶ𝐵𝑁 ≠ 𝑈ሶ𝐶𝑁 ⟹ 𝑈ሶ𝐴𝐵 ≠ 𝑈ሶ𝐵𝐶 ≠ 𝑈ሶ𝐶𝐴
Exercício resolvido 19. Supondo que o condutor neutro que conecta a rede elétrica de alimentação à carga
no Exercício 15 tenha se desconectado da carga, deseja-se:
a) As tensões de linha na carga (adote a tensão 𝐸ሶ𝐹𝐴 como referência angular):
b) A ddp entre os pontos 𝑁 e 𝑁 ′ (tensão de deslocamento do neutro):
c) As tensões aplicadas às fases da carga:
d) As correntes nas fases da carga:
e) As correntes de linha:
f) As potências complexas na carga, de fase e total:
g) Verificar se há sobrecarga em alguma das fases do transformador:
h) O diagrama fasorial com as tensões e correntes de fase na carga, e com a tensão de deslocamento do
neutro:
A 𝐸ሶ𝐴𝑁 = 127∠0° [V] B B 𝑍ሶ𝐵 A

1,371∠25,0° [Ω]
𝑍𝐴ሶ
𝐸ሶ𝐵𝐶 = 127∠(−120°) [V] 1,613∠30,0° [Ω]
𝑁 N′
𝑍ሶ𝐶
𝐸ሶ𝐶𝑁 = 127∠120° [V]
1,210∠15,0° [Ω]
C C
Figura 67: Carga trifásica desequilibrada alimentada por tensões de linha simétrica, sem o condutor neutro.
a) As tensões de linha na carga (adote a tensão 𝐸ሶ𝐹𝐴 como referência angular):

𝑈ሶ𝐴𝐵 = 𝐸ሶ𝐴𝑁 − 𝐸ሶ𝐵𝑁 = 127∠0 [V] − 127∠(−120°) [V] = 220∠30,0° [V]
𝑈ሶ𝐵𝐶 = 𝐸ሶ𝐵𝑁 − 𝐸ሶ𝐶𝑁 = 𝑈ሶ𝐵𝑁′ − 𝑈ሶ𝐶𝑁′ = 127∠(−120°) [V] − 127∠120° [V] = 220∠(−90,0°) [V]
𝑈ሶ𝐶𝐴 = 𝐸ሶ𝐶𝑁 − 𝐸ሶ𝐴𝑁 = 𝑈ሶ𝐶𝑁′ − 𝑈ሶ𝐴𝑁′ = 127∠120° [V] − 127∠0 [V] = 220∠150° [V]
b) A ddp entre os pontos 𝑁 e 𝑁 ′ (tensão de deslocamento do neutro):
Cálculo das admitâncias por fase:
1 1
𝑌𝐴ሶ = = ⟹ 𝑌𝐴ሶ = 620,0∠(−30,0°) [mS]
ሶ
𝑍𝐴 1,613∠30,0° [Ω]
1 1
𝑌𝐵ሶ = = ⟹ 𝑌𝐵ሶ = 729,4∠(−25,0°) [mS]
𝑍ሶ𝐵 1,371∠25,0° [Ω]
1 1
𝑌𝐶ሶ = = ⟹ 𝑌𝐶ሶ = 826,4∠(−15,0°) [mS]
𝑍ሶ𝐶 1,210∠15,0° [Ω]
Cálculo da tensão de deslocamento do neutro (𝑈ሶ𝑁𝑁′ ) na carga:
𝑌𝐴ሶ ⋅ 𝐸ሶ𝐴𝑁 + 𝑌𝐵ሶ ⋅ 𝐸ሶ𝐵𝑁 + 𝑌𝐶ሶ ⋅ 𝐸ሶ𝐶𝑁
𝑈ሶ𝑁𝑁′ = − =
𝑌𝐴ሶ + 𝑌𝐵ሶ + 𝑌𝐶ሶ
620,0∠(−30,0°) [mS] ⋅ 127∠0° [V] + 729,4∠(−25,0°) [mS] ⋅ 127∠(−120°) [V] + 826,4∠(−15,0°) [mS] ⋅ 127∠120° [V]
−
620,0∠(−30,0°) [mS] + 729,4∠(−25,0°) [mS] + 826,4∠(−15,0°) [mS]
𝑈ሶ𝑁𝑁′ = 16,633∠8,333° [V]
c) As tensões aplicadas às fases da carga:

As tensões de fase na carga são então definidas por:
𝑈ሶ𝐴𝑁′ = 𝐸𝐴𝑁
ሶ + 𝑈ሶ𝑁𝑁′ = 127∠0° [V] + 16,633∠8,333° [V] ⟹ 𝑈ሶ𝐴𝑁′ = 143,48∠0,9627° [V]
𝑈ሶ𝐵𝑁′ = 𝐸ሶ𝐵𝑁 + 𝑈ሶ𝑁𝑁′ = 127∠(−120°) [V] + 16,633∠8,333° [V] ⟹ 𝑈ሶ𝐵𝑁′ = 117,41∠(−113,61°) [V]
𝑈ሶ𝐶𝑁′ = 𝐸ሶ𝐶𝑁 + 𝑈ሶ𝑁𝑁′ = 127∠120° [V] + 16,633∠8,333° [V] ⟹ 𝑈ሶ𝐶𝑁′ = 121,84∠112,71° [V]
Comprovação dos valores: embora as tensões de fase na carga (desequilibrada) sejam assimétricas, as
tensões de linha dependem das tensões de fase da fonte e continuam simétricas, então:
𝑈ሶ𝐴𝐵 = 𝐸ሶ𝐴𝑁 − 𝐸ሶ𝐵𝑁 = 𝑈ሶ𝐴𝑁′ − 𝑈ሶ𝐵𝑁′ = 143,48∠0,9627° [V] − 117,41∠(−113,61°) [V] = 220∠30,0° [V]
𝑈ሶ𝐵𝐶 = 𝐸ሶ𝐵𝑁 − 𝐸ሶ𝐶𝑁 = 𝑈ሶ𝐵𝑁′ − 𝑈ሶ𝐶𝑁′ = 117,41∠(−113,61°) [V] − 121,84∠112,71° [V] = 220∠(−90,0°) [V]
𝑈ሶ𝐶𝐴 = 𝐸ሶ𝐶𝑁 − 𝐸ሶ𝐴𝑁 = 𝑈ሶ𝐶𝑁′ − 𝑈ሶ𝐴𝑁′ = 121,84∠112,71° − 143,48∠0,9627° [V] = 220∠150° [V]
d) As correntes nas fases da carga:

Considerando que as fases da carga estão agrupadas me Y, as correntes de linha são iguais às respectivas
correntes de fase, então:
𝑈ሶ𝐴𝑁′ 143,48∠0,9627° [V]
ሶ = = ⟹ 𝐼𝐴ሶ = 𝐼𝐹𝐴
ሶ = 88,95∠(−29,04°) [A]
𝑍𝐴ሶ 1,613∠30,0° [Ω]
𝑈ሶ𝐵𝑁′ 117,41∠(−113,61°) [V]
ሶ = = ⟹ 𝐼𝐵ሶ = 𝐼𝐹𝐵
ሶ = 85,64∠(−138,62°) [A]
𝑍ሶ𝐵 1,371∠25,0° [Ω]
𝑈ሶ𝐶𝑁′ 121,84∠112,71° [V]
ሶ = = ⟹ 𝐼𝐶ሶ = 𝐼𝐹𝐶
ሶ = 100,70∠97,71° [A]
𝑍ሶ𝐶 1,210∠15,0° [Ω]
E o resultado da soma das três correntes é de fato nulo, visto que não há condutor neutro.
ሶ + 𝐼𝐹2
𝐼𝐹3 ሶ + 𝐼𝐹3
ሶ = 0 ⟹ 88,95∠(−29,04°) [A] + 85,64∠(−138,62°) [A] + 100,70∠97,71° [A] = 0
e) As correntes de linha:
Considerando que a carga está ligada em Y, as correntes de linha são iguais às correntes de fase.
ሶ = 88,95∠(−29,04°) [A]; 𝐼𝐵ሶ = 𝐼𝐹𝐵
ሶ = 85,64∠(−138,62°) [A]
ሶ = 100,70∠97,71° [A]
f) As potências complexas na carga, de fase e total:

Cálculo das potências de fase:
(𝑈𝐴𝑁′ )2 (143,48 V)2
ሶ =
𝑆𝐹𝐴 ∠𝜃𝑍𝐴 = ሶ = 12,76∠30,0° [kVA] = (11,05 + 𝑗6,381) kVA
∠30,0° ⟹ 𝑆𝐹𝐴
𝑍𝐴 1,613
(𝑈𝐵𝑁′ )2 (117,41 V)2

ሶ =
𝑆𝐹𝐵 ∠𝜃𝑍𝐵 = ሶ = 10,05∠25,0° [kVA] = (7,70 + 𝑗6,463) kVA
∠25,0° ⟹ 𝑆𝐹𝐵
𝑍𝐵 1,371 Ω
(𝑈𝐴𝑁′ )2 (121,84 V)2

ሶ =
𝑆𝐹𝐶 ∠𝜃𝑍𝐴 = ሶ = 12,27∠15,0° [kVA] = (11,85 + 𝑗3,176) kVA
∠15,0° ⟹ 𝑆𝐹𝐶
𝑍𝐴 1,210 Ω
Cálculo da potência total:
𝑆ሶ𝑇 = ∑ 𝑆𝐹ሶ = 𝑆𝐹𝐴
ሶ + 𝑆𝐹𝐵
ሶ + 𝑆𝐹𝐶
ሶ = 12,76∠30,0° [kVA] + 10,05∠25,0° [kVA] + 12,27∠15,0° [kVA]
𝑆ሶ𝑇 = 34,87∠23,33° [kVA] = (32,02 + 𝑗13,81) kVA
g) Verificar se há sobrecarga em alguma das fases do transformador:

𝑆𝑡𝑟𝑎𝑓𝑜 30 kVA
3 3
Há sobrecarga de 27,6% na fase A, de 5,0% na fase B e de 22,7% na fase C.
h) O diagrama fasorial com as tensões e correntes de fase na carga, e com a tensão de deslocamento do
neutro:
𝑈ሶ𝐶𝑁′ = 121,84∠112,71° [V]
𝐸ሶ𝐶𝑁 = 127∠120° [V] 100° 90° 80°

110° 70°
ሶ = 100,70∠97,71° [A]
𝐼𝐹𝐶
120° 60°
130° 50°
140° 40°
150° 30°
160° 20°
𝑈ሶ𝑁𝑁′ = 16,633∠8,333° [V]

170° 10°
𝑈ሶ𝐴𝑁′ = 143,48∠0,9627° [V]

180° 0
ሶ = 127∠0° [V]
𝐸𝐴𝑁
190°
ሶ = 85,64∠(−138,62°) [A]
𝐼𝐹𝐵 350°
200° 340°
ሶ = 88,95∠(−29,04°) [A]
𝐼𝐹𝐴
210° 330°
220° 320°
𝑈ሶ𝐵𝑁′ = 117,41∠(−113,61°) [V]
230° 310°
240° 𝐸ሶ𝐵𝑁 = 127∠(−120°) [V] 300°

250° 290°
260° 270° 280°
Figura 68: Diagrama fasorial das tensões e correntes na carga desequilibrada em Y, alimentada através de um
transformador trifásico, em 127/220 V e sem o condutor neutro.

Sistema trifásico de tensões

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Campus Cuiabá

𝑈ሶ𝐵 = 𝑈𝑚𝑎𝑥 ∠(−120°) −𝑈𝑚𝑎𝑥

APONTAMENTOS SOBRE O SISTEMA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA E DE AUTOMAÇÃO

Os sistemas de tensões polifásicos são denominados simétricos quando alimentados através de um

Figura 2: Representação fasorial e senoidal de um sistema bifásico de tensões.

• Os motores bifásicos produziam campos magnéticos rotativos, permitindo arranques sem a

𝑒3 = 𝐸𝑚𝑎𝑥 sen(𝜔𝑡 + 2𝜋⁄3)

𝐸ሶ2 = 𝐸𝑚𝑎𝑥 ∠(−120°) −𝐸𝑚𝑎𝑥

𝑗𝐸 cos(120°) 𝐸ሶ1 = 𝐸∠(0°)

3.1 As vantagens em se utilizar o sistema trifásico

3.2 Definições e terminologia

Figura 7: Ligação dos enrolamentos de um gerador trifásico em Y.

𝐸ሶ𝜙𝐶 𝑍ሶ𝐵 𝑈ሶ𝐹𝐶

Figura 8: Gerador e carga trifásicos, ambos com as fases agrupadas em Y.

Sendo: 𝐸ሶ𝜙𝐴 , 𝐸ሶ𝜙𝐵 e 𝐸ሶ𝜙𝐶 as tensões na fase do gerador;

𝑈ሶ𝐶𝐴 𝑈ሶ𝐹𝐶 𝐼𝐶ሶ = 𝐼𝐹𝐶

E as tensões de linha, medidas entre os terminais do gerador, ou da carga, são:

𝑈ሶ𝐵𝐶 = 𝑈ሶ𝐹𝐵 − 𝑈ሶ𝐹𝐶 = 𝑈𝐹 ∠(−120°) − 𝑈𝐹 ∠120° ⟹ 𝑈ሶ𝐵𝐶 = √3 ⋅ 𝑈𝐹 ∠(−90°) = 𝑈𝐿 ∠(−90°)

𝑈ሶ𝐶𝐴 = 𝑈ሶ𝐹𝐶 − 𝑈ሶ𝐹𝐴 = 𝑈𝐹 ∠120° − 𝑣∠(−180°) ⟹ 𝑈ሶ𝐶𝐴 = √3 ⋅ 𝑈𝐹 ∠150° = 𝑈𝐿 ∠150°

c) a corrente no condutor neutro (𝐼𝑁ሶ ); −120°

𝑈ሶ𝐵𝐶 = 𝑈ሶ𝐹𝐵 − 𝑈ሶ𝐹𝐶 = 127∠(−120°) [V] − 127∠120° [V]

𝑈ሶ𝐶𝐴 = 𝑈ሶ𝐹𝐶 − 𝑈ሶ𝐹𝐴 = 127∠120° [V] − 127∠0° [V]

𝑈ሶ𝐶𝐴 = 220∠150° [V] 𝑈ሶ𝐴𝐵 = 220∠30,0° [V]

𝑈ሶ𝐹𝐴 = 127∠0° [V]

𝑈ሶ𝐹𝐵 = 127∠(−120°) [V]

𝑈ሶ𝐵𝐶 = 220∠(−90,0°) [V]

Figura 11: Diagrama fasorial das tensões na carga em Y.

b) Cálculo das correntes de fase:

𝑈ሶ𝐹𝐶 = 127∠120° [V]

𝑈ሶ𝐶𝐴 = 220∠150° [V] 𝑈ሶ𝐴𝐵 = 220∠30,0° [V]

-30° 𝑈ሶ𝐹𝐴 = 127∠0° [V]

ሶ = 𝐼𝐵ሶ = 5,00∠(−150°) [A]

𝑈ሶ𝐹𝐵 = 127∠(−120°) [V]

𝑈ሶ𝐵𝐶 = 220∠(−90,0°) [V]

Figura 12: Diagrama fasorial com as tensões e correntes na carga equilibrada em Y.

Figura 13: Ligação da carga equilibrada em Y, a 4 fios.

Aplicando a lei de Kirchhoff das correntes (LKC) no ponto 𝑁, tem-se:

d) Cálculo das correntes de linha:

ሶ = 𝐼𝐴ሶ = 5,00∠(−30,0°) [A];

e) Cálculo das potências de fase:

𝑆𝐹ሶ = (𝑈𝐹 ⋅ 𝐼𝐹 )∠𝜃 = (127 V × 5,00 A)∠(30,0°) ⟹ 𝑆𝐹ሶ = 635∠30,0° [VA]

f) Cálculo da potência trifásica (total):

O sistema de tensões adotado pela concessionária de energia elétrica em Cuiabá é semelhante ao

4.2 Ligações em delta ou triângulo (Δ)

𝐸ሶ𝐶 𝐸𝐴ሶ ሶ = 𝐸𝐴ሶ

A Figura 15 ilustra um gerador trifásico alimentando carga trifásica, ambos em Δ:

𝑈ሶ𝐴𝐵 , 𝑈ሶ𝐵𝐶 e 𝑈ሶ𝐶𝐴 as tensões de linha;

𝐼𝐴ሶ , 𝐼𝐵ሶ e 𝐼𝐶ሶ as correntes de linha;

𝑈ሶ𝐹𝐴 , 𝑈ሶ𝐹𝐵 e 𝑈ሶ𝐹𝐶 as tensões nas fases da carga;

Considerando a carga equilibrada (𝑍𝐴ሶ = 𝑍ሶ𝐵 = 𝑍ሶ𝐶 = 𝑍𝐹 ∠𝜃), tem-se:

𝐼𝐴ሶ = 𝐼𝐹 ⋅ (1∠(−𝜃) − 1∠(120° − 𝜃))

1∠(−𝜃) − 1∠(−120° − 𝜃) = √3 ⋅ (cos(−30° − 𝜃) + 𝑗(sen(−30° − 𝜃)) = √3 ⋅ 1∠(−30° − 𝜃)

E as demais correntes de linha:

𝑈ሶ𝐹𝐶 = 𝑈ሶ𝐶 𝑈ሶ𝐹𝐴 = 𝑈ሶ𝐴

alimentada a 3 fios pelo mesmo sistema

b) Cálculo das correntes de fase:

𝑈ሶ𝐹𝐵 220∠(−90,0°) [V]

𝑈ሶ𝐹𝐶 220∠150° [V]

c) Cálculo das correntes de linha:

d) Cálculo das potências de fase:

e) Cálculo da potência trifásica: