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INSTRUMENTOS E MEDIDAS

ELÉTRICAS
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9 INSTRUMENTOS E MEDIDAS ELÉTRICAS

Medir é o procedimento experimental por meio do qual o valor momentâneo de


uma grandeza física (mensurando) é determinado como um múltiplo e/ou uma fração de
uma unidade, estabelecida por um padrão, e reconhecida internacionalmente. Esta
disciplina objetiva o estudo dos princípios de funcionamentos de instrumentos de medidas
elétricas.

9.1 Introdução

O desenvolvimento da humanidade está atrelado a procedimentos que são


adotados para que se tenha entendimento único para execução de atividades. É assim com a
linguagem oral e escrita, dado que não se pode falar de compreensão sem se estabelecer
uma mesma linguagem. Diariamente se apresentam quantidades de coisas, e por isso, além
da linguagem oral ou escrita, surgiu também a necessidade de se estabelecer um princípio
fundamental de contagem, que deu origem aos números e aos algarismos.

No que diz respeito à eletricidade, os primeiros instrumentos para medir correntes


elétricas apareceram ainda em 1820, ano em que o físico dinamarquês Öersted mostrou que
elas podem provocar efeitos magnéticos. Tais instrumentos eram conhecidos como
“galvanômetros de tangente”. Décadas mais tarde, em 1882, um biofísico francês, Jacques
Arsène d’Ansorval, propôs um novo mecanismo, que tinha a vantagem de não depender do
campo terrestre, e poderia ser usado em qualquer orientação, criando, então, o
galvanômetro d’Ansorval, baseado na deflexão de uma espira móvel devido ao campo
magnético de um ímã fixo instalado no aparelho.

Mas apenas os números e os pequenos instrumentos de medidas não bastavam, era


necessário estabelecer uma unidade de medição que identificasse o que se estava
quantificando de uma forma geral. É assim se tornou importante a criação de um Sistema de
Unidades, pelos seguintes aspectos:

a) clareza de entendimentos internacionais (técnica, científica);


b) transações comerciais;
c) garantia de coerência ao longo dos anos;
d) coerência entre unidades simplificam equações da física.

Atenta-se, então, para o estudo do Sistema Internacional de Unidades (SI), que se


compõe de: unidades de base; unidades suplementares (radiano, esterrradiano); unidades
derivadas; múltiplos e submúltiplos; unidades em uso e aceitas no SI, ilustradas pelos
Quadros 1 a 4 (9) e pela Tabela 1 (9) seguir.

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Quadro 1 (9)- Unidades de base

Fonte: Elaborado pelo autor (2014)

Quadro 2a (9)- Unidades derivadas

Fonte: aprendabem.wordpress.com (2011)

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Quadro 2b (9)- Unidades derivadas

Fonte: www.conhnet.com

Tabela 1 (9)- Múltiplos e Submúltiplos

Múltiplos Submúltiplos
Múltiplos Sigla Fator multiplicador Submúltiplos Sigla Fator multiplicador
tera T 1 000 000 000 000 deci d 0,01
giga G 1 000 000 000 centi c 0,01
mega M 1 000 000 mili m 0,001
quilo k 1 000 micro µ 0,000 001
hecto h 100 nano n 0,000 000 001
deca da 10 pico p 0,000 000 000 001
Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

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Quadro 4 (9)- Unidades em uso e unidades aceitas no SI

Fonte: Elaborado pelo autor (2014)

9.2 A Grafia Correta dos Nomes e Símbolos das Unidades

Quando escritos por extenso, os nomes de unidades começam por letra minúscula,
mesmo quando têm o nome de um cientista (Ex.: ampère, kelvin, Newton, etc.) – exceto o
grau Celsius. A respectiva unidade pode ser escrita por extenso ou representada pelo seu
símbolo, não sendo admitidas combinações de partes escritas por extenso com partes
expressas por símbolo.

9.2.1 O Plural

 Quando pronunciado e escrito por extenso, o nome da unidade vai para o plural: 5
newtons; 1,2 metros; 10 segundos;
 Os símbolos das unidades nunca vão para o plural: 5N e nunca 5Ns; 150m e nunca
150ms; 1,2m2 e nunca 1,2ms2;
 Os símbolos são invariáveis, não sendo admitido colocar, após o símbolo, seja
ponto de abreviatura, seja “s” de plural, sejam sinais, letras ou índices;
 Os símbolos podem ser compostos por multiplicação por meio da justaposição dos
símbolos, se não causar ambiguidade (VA, kWh), ou colocando um ponto ou “x”
entre os símbolos (m.N ou m x N0);
 Os símbolos também podem se compor pela divisão, sendo aceitas quaisquer das
três maneiras seguintes:

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 Em português, o separador decimal deve ser a vírgula;


 Os algarismos que compõem as partes inteira ou decimal podem, opcionalmente,
ser separados em grupos de três por espaço, mas nunca por pontos: 1 345 456,
356 789;
 O espaço entre o número e o símbolo é opcional. Deve ser omitido quando há
possibilidade de fraude.

O Quadro 5 (9) a seguir ilustra um comparativo entre o certo e o errado na


representação das unidades.

Quadro 5 (9)- O correto e o errado na representação das unidades

Fonte: Elaborado pelo autor (2014)

Nenhuma medida física pode fornecer um valor exato, visto que vários fatores
influenciam no processo de medição, tais como:

a) imprecisão do instrumento utilizado (calibração);


b) influência do instrumento de medição no circuito;
c) imperícia do experimentador (erros de leitura);
d) erros acidentais ou aleatórios, como a flutuação da tensão elétrica em uma
bancada, por exemplo.
e)
Desta maneira, nenhuma medida física pode ser expressa de forma absoluta,
devendo ser expressa com uma incerteza, conforme exemplifica o esquema: 2,5V±1%. Neste
caso, o valor numérico da medida é 2,5, a unidade é o volt e a incerteza de medida,
considerando os fatores acima citados, é de 0,025V para mais ou para menos.

9.3 O Que Medir?

Os instrumentos de medição são dispositivos utilizados para realizar medições nos


mais variados ramos de atividades, seja no comércio, nas áreas de saúde, segurança e meio
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ambiente. De forma geral, o processo de medição envolve a utilização de um instrumento


como o meio físico para determinar uma grandeza ou o valor de uma variável. O
instrumento atua como extensão da capacidade do indivíduo e permite que alguém
determine o valor de uma quantidade desconhecida. Tal instrumento denomina-se, então,
como um dispositivo capaz de determinar o valor ou grandeza de uma quantidade ou
variável.

9.3.1 Classificação dos Instrumentos de Medição

Os instrumentos de medição se classificam da seguinte forma:

a) quanto ao modo de indicação do valor da grandeza medida: instrumentos


indicadores ou mostradores, instrumentos registradores e instrumentos
integradores;
b) quanto ao uso: instrumentos para painéis e quadros de comando e instrumentos
portáteis;
c) quanto ao tipo de corrente: os de corrente contínua e aqueles de corrente
alternada;
d) quanto ao tipo de grandeza: amperímetro, voltímetro, frequencímetro,
wattímetro, fasímetro, varímetro, ohmímetro, etc.; e,
e) quanto à natureza do torque motor, no caso dos instrumentos eletromecânicos:
os analógicos (cujas desvantagens são a qualidade inferior, imprecisão de leitura,
fragilidade e o desgaste mecânico) e os digitais (que são robustos, precisos,
estáveis, têm custo inferior, não possuem sensação analógica e se adaptam
facilmente à automação).

9.3.2 Características dos Instrumentos de Medição

As principais características dos instrumentos de medição estão descritas a seguir:

 Sensibilidade:

Sensibilidade é a relação entre o deslocamento da marca e a variação da grandeza


da medida.

 Exatidão:

Diz-se exatidão a aptidão de um instrumento para dar respostas próximas ao valor


verdadeiro do mensurado, conforme ilustra a Figura 1 (9) a seguir.

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Figura 1 (9)- Exatidão de um instrumento

Fonte: Parte integrante de matéria hospedada no blog http://calibraend.blogspot.com.br. A matéria:


Você conhece a diferença entre precisão e exatidão?

 Classe de exatidão:

Chama-se classe de exatidão a margem de erro percentual que se pode obter na


medição de uma determinada grandeza, por meio de um instrumento de medidas elétricas.
Os índices de classe (IC) são utilizados em instrumentos para laboratório e para serviços em
geral.
 erroabsolutomáximo 
Para se calcular o IC, utiliza-se a fórmula: classe    x100
 valordefundodaescala 

Por exemplo: na medição de tensão indicada em 120V por um voltímetro de classe


de exatidão 1,5 e cuja escala graduada seja de 0 a 300V:

ea max imo
1,5  x100
300
ea max imo  4,5

 Tensão de isolação:

Tensão de isolação ou tensão de prova é o valor máximo de tensão que um


instrumento pode receber entre sua parte interna (de material condutor) e sua parte
externa (de material isolante).

 Categoria de medição:

Define-se pelos padrões internacionais, podendo variar entre os níveis I a IV, onde
os sistemas são divididos de acordo com a distribuição de energia. Esta divisão é baseada no
fato de que um transiente perigoso de alta energia, como um raio, será atenuado ou
amortecido à medida que passa pela impedância do sistema.

 Padrão:

Trata-se de um elemento ou instrumento de medida destinado a definir, conservar

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e reproduzir a unidade base de medida de uma determinada grandeza. Possui alta


estabilidade com o tempo e se mantém em ambiente neutro e controlado: temperatura,
pressão, umidade, etc.

 Aferição:

A aferição é um procedimento de comparação entre o valor lido por um


instrumento e o valor padrão apropriado da mesma grandeza.

 Calibração:

É um procedimento que consiste em ajustar o valor lido com um instrumento com o


valor padrão de mesma natureza.

 Ajuste:

O ajuste é uma operação destinada a fazer com que um instrumento de medição


tenha desempenho compatível com o seu uso.

É comum a ocorrência de erros na leitura dos instrumentos de medição. São desvios


observados entre o valor medido e o valor verdadeiro (ou aceito como verdadeiro). Os erros
são classificados de acordo com sua causa ou origem, podendo ser grosseiros, sistemáticos,
acidentais, absolutos e relativos.

 Erros grosseiros:

Podem ser advindos de uma falha do operador, como, por exemplo, a troca na
posição dos algarismos ao escrever os resultados, os enganos nas operações
elementares efetuadas, posicionamento incorreto da vírgula nos números
contendo decimais, ajustes e aplicações incorretas dos equipamentos e o erro de
‘paralaxe’. Também podem acontecer por imperícia ou distração do operador.

A Figura 2 (9) a seguir ilustra um exemplo de leituras correta e incorreta.

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Figura 2 (9)- Leitura incorreta e correta

Fonte: http://www.pax.com.br/

 Erros sistemáticos: estes podem ser instrumentais (aqueles inerentes aos


instrumentos de medição devido a sua estrutura interna) e ambientais (aqueles
devidos às condições externas ao dispositivo de medição, como, por exemplo,
atrito entre as partes móveis, erros de calibração, variação de temperatura,
campos magnéticos). Os erros ambientais podem ser evitados, a partir dos
seguintes cuidados: utilização de ar-condicionado e uso de blindagens magnéticas.

 Erro absoluto: o erro designa a diferença algébrica entre o valor medido Vm de


uma grandeza e o seu valor verdadeiro (ou aceito como verdadeiro), V e, ou seja:
∆V = Vm-Ve. ∆V é chamado de erro absoluto. Se Vm>Ve, diz-se que o erro cometido
é “por excesso”; no caso de Vm<Ve, diz-se que o erro cometido é “por falta”.

 Erro relativo: “e” é definido como a relação entre o erro absoluto ∆V e o valor
V
verdadeiro Ve da grandeza medida: e  . No caso do erro relativo percentual,
Ve
V
aplica-se o seguinte equacionamento: e  x100(%)
Ve

9.4 Princípio de Funcionamento dos Instrumentos de Medidas elétricas

Os instrumentos de medição são divididos em 5 grupos quanto ao modo de


funcionamento do sistema: a) magnéticos; b) térmicos; c) eletrostáticos; d) de vibração; e, e)
eletrônicos. Tratar-se-á aqui dos instrumentos magnéticos e eletrostáticos.

9.4.1 Instrumentos Magnéticos

Os instrumentos magnéticos de medição destinam-se a medir uma grandeza


elétrica em circuito, pelo deslocamento de um aparte móvel em relação a uma parte fixa.

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Este deslocamento pode ser produzido toda vez que uma destas partes é percorrida por uma
corrente, o que gera um campo magnético. Encontram-se aqui três subgrupos mais
importantes: a) instrumentos de bobina móvel ou de ímã permanente; b) instrumentos de
ferro móvel; e c) instrumentos eletrodinâmicos ou ferrodinâmicos.

9.4.1.1 Instrumentos de bobina móvel

São os mais utilizados em instalações elétricas. Foi um dos primeiros aparelhos que
possibilitou a realização de medição de precisão. O instrumento de medição de bobina
móvel é o Ohmímetro. É um instrumento utilizado na medição de resistências de pequeno e
médio valor. Constitui-se de duas pontas de prova, uma bateria, um instrumento BMIP, uma
resistência fixa R1 e uma resistência variável R2, como ilustra a Figura 3 (9) a seguir.

Figura 3 (9)- Ohmímetro

Fonte: http://www.mspc.eng.br

 Cuidados no manuseio do ohmímetro: o resistor precisa ser desconectado do


circuito ao qual está ligado para ter sua resistência medida por um ohmímetro. Em
circuitos que contenham capacitores, espera-se até que os mesmos estejam
completamente descarregados.
 Testes com o ohmímetro: é realizado o teste de continuidade, com o objetivo de
verificar se um fio condutor, uma chave, um fusível, etc., estão em boas condições
de funcionamento. A chave comutadora do instrumento deve estar em x1. Se em
um condutor inteiro, a resistência deve ser aproximadamente igual a zero; se em
um condutor interrompido, a resistência deve ser aproximadamente infinita.

9.4.1.2 Instrumentos de ferro móvel

São também chamados de instrumentos ferromagnéticos ou instrumentos


eletromagnéticos. Subdividem-se em instrumento tipo atração e instrumento tipo repulsão.
Os instrumentos de ferro móvel são adequados para a medição tanto de corrente quanto de
tensão, em corrente contínua e em alternada.

O ponteiro destes instrumentos não estabiliza imediatamente a sua posição de


leitura sore a escala, em virtude de vibrações do sistema de medição. É necessário incluir
câmaras de amortecimento. Os instrumentos de medição de ferro móvel são o voltímetro e
o amperímetro. O voltímetro deve estar ligado em paralelo com a carga e a fonte; ter
elevada resistência interna e bobina com muitas espiras de fio fino. A Figura 4 (9) a seguir
ilustra um modelo de voltímetro.

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Figura 4 (9)- Voltímetro

Fonte: Elaborada pelo autor (2014)

O voltímetro de ferro móvel para quadro de distribuição e comando tem os


formatos quadrado, retangular e circular. Quanto ao fundo de escala para este instrumento
(VFF) deve ser pelo menos 25% superior ao valor eficaz da tensão nominal do sistema (V EF),
onde o voltímetro será instalado, ou seja: VFE= 1,25 x VEF. O voltímetro é um instrumento de
medição de tensões contínuas.

 Cuidados no manuseio do voltímetro: deve-se começar pelo maior calibre e,


então, se vai decrescendo até obter uma boa indicação. Deve-se observar a
polaridade correta ao medir o valor de tensão contínua.
 Especificações: observam-se para este instrumento as dimensões, tensão de
fundo de escala, tipo (ferro móvel ou bobina móvel), frequência nominal, tensão
nominal na bobina (para instrumentos ligados por meio de transformador de
potencial).

O amperímetro é ligado em série, possui baixa resistência e bobina com poucas


voltas de fio grosso. O amperímetro é um instrumento de medição de corrente. Tem as
mesmas dimensões padronizadas para o voltímetro. Além destas, tem como especificações:

 Cuidados no manuseio do amperímetro: jamais se deve ligar um amperímetro


direto nos terminais de uma fonte de tensão. Devido a sua baixa resistência,
circulará uma alta intensidade de corrente que poderá danificar o delicado
mecanismo da bobina móvel. Deve-se ligar o amperímetro sempre em série, com
uma carga que limite a corrente a um valor seguro. Toda vez que for necessário
trocar a posição da chave comutadora, deve-se desligar uma das ponteiras do
circuito, dado que durante a comutação de um calibre para outro um instrumento
de bobina e ímã permanente poderá ficar sem resistor shunt (utilizado para
medidas de correntes de maior intensidade), o que poderá causar danos ao
equipamento.
 Fundo de escala: o valor da corrente a ser medida pelo instrumento não deve se
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situar no fim da escala, mas a 2/3 da mesma. Isto permitirá a deflexão do ponteiro
livremente no caso de picos de corrente. Se a corrente a ser medida vale 2/3 do
valor de fundo de escala, pode-se dizer que: IFE = 1,25 x IEF.
 Sobrecarga admissível: os amperímetros comercializados pela Siemens
sobrecarga permanente =1,2 x IFE; curta duração =10 x IFE durante 0,5s, 9 vezes,
com intervalos de 60s ou =10 x IFE durante 5s uma vez.

9.4.1.3 Instrumentos eletrodinâmicos

O sistema de medição eletrodinâmico ou ferrodinâmico consiste de uma bobina


móvel e uma fixa. A bobina móvel possui elevado número de espiras de fio fino. Sobre o seu
eixo encontra-se o ponteiro indicador.

9.4.2 Instrumentos Eletrostáticos

O funcionamento deste instrumento baseia-se na atração recíproca de corpos


eletricamente carregados com polaridades contrárias. O instrumento eletrostático se
compõe de placas fixas e móveis, às quais é ligada a tensão a ser medida. Sobre o eixo do
disco móvel, é montado um ponteiro. Uma nota atua no sentido contrário ao deslocamento
deste. Instrumentos eletrostáticos se destinam especialmente à medicação de tensões
elevadas, pois apenas estas são capazes de desenvolver um conjugado suficientemente
elevado. Este instrumento pode ser usado tanto em corrente contínua, quanto em corrente
alternada.

9.4.3 Instrumentos de Indução e de Bobinas Cruzadas

Há ainda os instrumentos de indução e de bobinas cruzadas, os quais serão


descritos a seguir.
9.4.3.1 Instrumentos de indução

São compostos de um corpo de ferro quadripolar, que possui dois pares de bobinas
cruzadas entre si. Inclui-se uma indutância no circuito de corrente de um destes pares de
bobinas, resultado num deslocamento de fase entre os pares de bobinas e, desta maneira, a
existência de um campo girante. Um tambor de alumínio, montado de modo que apresente
um movimento giratório, fica sob efeito indutivo deste campo girante.

As correntes induzidas neste tambor desenvolvem um conjugado e, assim, uma


deflexão do ponteiro. A força, então, contrária a esta deflexão é conseguida da ação das
molas espirais. O amortecimento do instrumento é feito por um ímã, com formato de
ferradura, cujo campo atua sobre o tambor girante. Este tipo de instrumento deve ser usado
apenas para corrente alternada.

9.4.3.2 Instrumentos de bobinas cruzadas

Seu emprego é encontrado especialmente na medição de resistências, assim como


na de temperaturas e pressões, à distância. Entre os polos de um ímã permanente, duas
bobinas interligadas entre si, mas cruzadas, são dispostas de tal maneira que podem girar.

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Neste sentido, cada uma das bobinas é ligada a terminada tensão, que, por esta razão, influi
com certa força magnética sobre o ímã permanente.

Se a tensão é igual em ambas as bobinas, seus efeitos magnéticos contrários se


equilibram, isto é, as bobinas se ajustam sobre um valor central (médio). Portanto, neste
instrumento, a posição zero não é obtida por meio da força de molas, mas pela existência de
correntes iguais em ambas as bobinas. Se cada uma destas estiver ligada à tensão diferente,
então se apresentam também campos magnéticos de intensidade diferente, do que resulta
que o campo mais forte irá determinar a deflexão do corpo da bobina. Conclui-se, então,
que o instrumento de bobinas cruzadas se destina apenas a indicar diferenças de tensões.

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REFERÊNCIAS

FRANK, E. Electrical measurement analysis. Huntington: Editora Robert E. Krieger, 1977.

GUSSOW, M. Eletricidade básica. São Paulo: Makron Books, 1997.

LEÃO, F. B.; KUROKAWA, S. Introdução a medidas elétricas. Departamento de Engenharia


Elétrica da Universidade Estadual Paulista. São Paulo: Unesp, 2005.

NEVES, E. G. C; MÜNCHOW, R. Eletrotécnica: capítulo 06 - medidas elétricas. Caderno


Didático, Vol. 1. Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Pelotas: UFPEL, 2005.

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