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Aparelhagem de manobra e protecção

Tete, 16/11/2021
By Eng. José Guilengue
Aparelhagem de protecção
SELEÇÃO DOS DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO”

INTRODUÇÃO

Como parte integrante das instalações elétricas de interiores estão os disjuntores


termomagnéticos e os interruptores diferenciais, cujas funções são a conexão, o
secionamento, o controle e, acima de tudo, a proteção de pessoas, materiais e
quipamentos. O disjuntor termomagnético protege a instalação contra sobrecargas
e curtos-circuitos, enquanto os interruptores diferenciais contra as correntes fuga à
terra.
Função de Protecção

A função de protecção tem que rapidamente eliminar todas as sobrecorrentes,


sobrecargas e curto circuitos na rede eléctrica e garantir a segurança das pessoas e
limitar os danos dos equipamentos

• O fusível “the fuse”


– Equipamento cuja função é isolar um circuito quando da ocorrência de
sobrecargas e/ou defeitos;
– A escolha do fusível depende do tipo da tensão, corrente de serviço, do tipo
do alimentador, das correntes de partida e da gama da sua utilização.
• O disjuntor “the circuit breaker”
– Equipamento cuja função é interromper um circuito eléctrico quer em
condições nominais quer em condições de defeito;

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Parâmetros de Dimensionamento (1)

O dimensionamento da aparelhagem de protecção é efectuado por forma a ter em


conta as solicitações a que são sujeitos no local de instalação

• Tensão de serviço:Designa-se de tensão de serviço a tensão que estiver


aplicada nos terminais do equipamento, por ex. 33 kV.
• Tensão nominal: refere-se ao limite superior da tensão mais elevada da rede
na qual a aparelhagem vai ser instalada. Alguns valores normalizados em kV:
3.6; 7.2; 12; 24; 36; 52; 72.5; 100; 122; 145; 170; 245; 300; 362; 362;
420;etc.
• Nível de isolamento: refere-se a tensão que o equipamento deve suportar
caso seja sujeito a sobretensoes de manobra ou atmosféricas. É definido em
função da tensão de choque (positiva ou negativa) aplicada ao aparelho e da
tensão a frequência industrial que o aparelho suporta durante 1 minuto
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Parâmetros de Dimensionamento (2)

• Frequência Nominal: dois valores são normalmente usados 50 e 60 Hz


• Corrente nominal: valor nominal da intensidade da corrente à frequência
industrial que percorre o aparelho em permanência sem aquecimento excessivo
das diferentes partes constitutivas de serviço
• Poder de corte nominal: valor máximo da intensidade da corrente que o
aparelho é capaz de interromper
• Poder de fecho nominal: valor mais elevado da intensidade da corrente que
pode percorrer o equipamento a momento do seu fecho
• Resistência do equipamento: Corrente limite térmica I1s e corrente limite
dinâmica I1k
Parâmetros de Dimensionamento (3)
Nível de Un In I1s Poder de Poder de
Isolamento I1k Corte Fecho
Disjuntor * * * * * *
Seccionador * * * * * * (só no
de corte em caso de
carga/ ligação
Interruptor rápida)
Seccionador * * *
Seccionador * * (so se * * (só no
de Terra indicado caso de
pelo ligação
fabricante rápida)
Base Fusível * *
Cartucho * * * 7
FUSÍVEL
Os fusíveis são dispositivos de proteção destinados a interromper a passagem da
corrente elétrica quando ocorre uma sobrecarga de longa duração ou curto circuito.

COMPOSIÇÃO
• Corpo de material isolante;
• Elemento fusível metálico, chamado de elo fusível.

TIPOS INDUSTRIAIS
• Fusível Diazed (D);
• Fusível NH.

TIPOS RESIDENCIAIS E COMERCIAIS


ROLHA; CARTUCHO, FACA; VIDRO; PLÁSTICO; HH; MINIZED; NEOZED;
COMO REMOVER O FUSÍVEL NH
DISJUNTOR TERMOMAGNÉTICO

São dispositivos de proteção do tipo térmico e magnético, ou seja, protegem o


sistema contra sobrecargas e curtos-circuitos, respectivamente. São fabricados em
modelos tripolares, bipolares ou monopolares com capacidade de interrupção sob
carga, ou seja, seus contatos e seus elementos de extinção do arco devem
ser capazes não somente de conectar a carga sem risco algum, mas devem poder
cortá-la eficazmente frente às piores condições que possam se apresentar na rede,
como o caso de um curto-circuito trifásico que se origine nos seus próprios bornes
de saída.
Figura 4.2 Representações de disjuntores termomagnéticos trifásicos.
FUNÇÕES PRINCIPAIS

As funções principais dos disjuntores termomagnéticos são: conexão, proteção,


secionamento e controle. Este tipo de dispositivo tem como problemas
fundamentais o aquecimento e os esforços mecânicos.
As funções de proteção em instalações de baixa tensão englobam os seguintes
aspectos:
• Proteção de materiais e equipamentos frente a:
- Curtos-circuitos: É a falha em um aparelho ou linha elétrica pelo qual a
corrente elétrica passa diretamente do condutor ativo ou fase ativa ao neutro ou
terra, entre duas fases no caso de sistemas polifásicos em corrente alternada ou
entre polos opostos no caso de corrente contínua.
- Sobrecargas: Um circuito ou instalação está com sobrecarga ou está
sobrecarregada quando a soma das potências de demanda dos aparelhos que
estão conectados a ele é superior à potência para a qual foi desenhado o circuito
da instalação.
• Suas funções e margens de manobra são:
- Disparador térmico: Protege a linha e os motores contra sobrecargas e sua função é
realizada pelo bimetais, que seguem a imagem de aquecimento térmico, desconectando
o circuito para intensidades compreendidas entre 1,05 In e 1,3 In (In: corrente nominal
em ampères).
- Disparador magnético: Protege os cabos e motores contra curtoscircuitos. Quando a
corrente de passagem ou corrente circulante ultrapassa um valor determinado, excita-se
uma ou várias bobinas, que provocam a desconexão instantânea do disjuntor.
Em definitivo, o disjuntor termomagnético é o dispositivo básico de manobra e proteção
nas instalações elétricas de baixa tensão.
Figura 4.3 Gráfico de zonas de sobrecarga e curto-circuito.
Tabela 4.1 Aplicações para os tipos de disjuntores termomagnéticos.

Como indica a tabela anterior, os disjuntores termomagnéticos também são classificados conforme a
intensidade de disparo instantâneo:
• Tipo B.
• Tipo C.
• Tipo D.
A zona de sobrecargas é idêntica para os três tipos, B, C, e D, definidos pela norma conforme pode
ser observado na seguinte figura:
Figura 4.5 Curva característica tempo-corrente.
3. INTERRUPTOR DIFERENCIAL

Dispositivo eléctrico que deve estar instalado no quadro geral da moradia; sua
função é desconectar a instalação elétrica de forma rápida quando existir uma fuga
à terra maior que o valor de calibração do dispositivo, com o qual a instalação se
desconectará antes que alguém toque o aparelho avariado, sempre que se contar
com um aterramento. No caso de não contar com aterramento e que uma pessoa
toque uma parte ativa, o interruptor diferencial desconectará a instalação em um
tempo suficientemente curto como para não provocar danos graves à pessoa.
Os interruptores diferenciais caracterizam-se por ter diferentes sensibilidades.
A corrente de sensibilidade é o valor que aparece em catálogo e que identifica o
modelo.
3. INTERRUPTOR DIFERENCIAL

As diferentes sensibilidades são:


• Muito alta sensibilidade: 10 mA
• Alta sensibilidade: 30 mA
• Sensibilidade normal: 100 e 300 mA
• Baixa sensibilidade: 0,5 e 1 A
O tipo de interruptor diferencial usado frequentemente nas moradias e comércios é
de alta sensibilidade (30 mA) já que é o que fica abaixo do limite considerado
perigoso para o corpo humano.

No interruptor diferencial há um botão de teste, que simula um defeito na


instalação e, portanto, ao ser pulsado, a instalação deverá desconectar-se. É
recomendável apertar o botão periodicamente (por exemplo, uma vez por mês).
Figura 4.7 Efeitos da corrente no corpo humano
Botão de teste Figura 4.8 Interruptor diferencial de dois polo
Figura 4.9 Partes de um interruptor diferencial
DISJUNTOR DE MÉDIA E ALTA TENSÃO

Os disjuntores são equipamentos de corte, manobra e protecção, que são


utilizados nas Subestações (SE) de transporte e distribuição de energia em Muito
Alta, Alta e Média Tensão (MAT, AT e MT) e nos Postos de Transformação MT/BT,
cujo objectivo é realizar a interrupção das correntes de serviço (manual ou
automaticamente) e de curto-circuito.

O comando de abertura e fecho dos disjuntores pode ser realizado manualmente,


por um operador, ou automaticamente, por ordens externas que visam a mudança
de configuração da rede ou outras situações pré-definidas, enquanto o disparo é
realizado por acção das unidades e equipamentos de protecção, que não estão
incorporados neles e que constituem sistemas independentes integrados no
designado SCCP (Sistema de Comando, Controlo e Protecção)
Disjuntor a Vácuo de Média Tensão VBW
Disjuntor a Vácuo modelo D27-U-FF – Off Board com Carrinho 1250A
Disjuntor de alta tensão extraível
2.2.2. Métodos de Extinção do Arco Eléctrico

Os métodos mais habituais de extinção do arco eléctrico nos disjuntores são:


❑ Aumento da resistência do arco, por sopro magnético.
❑ Aumento do comprimento do arco, por acção de um fluxo de ar (normalmente ar
comprimido).
❑ Estabelecimento do arco em meios isolantes e seu arrefecimento (óleo mineral e
hexafluoreto de enxofre – SF6).
❑ Estabelecimento do arco em meios que não são ionizáveis (vácuo)

Actualmente o SF6 é utilizado nos disjuntores MAT e AT, enquanto nos disjuntores
MT se utiliza o SF6 e o vácuo. Por questões ambientais o vácuo tem vindo
sucessivamente a conquistar quota de mercado neste nível de tensão.
Figura 4 – Câmara de corte de um disjuntor de óleo
Figura 5 – Câmara de corte de um disjuntor de SF6
DEFEITOS NAS LINHAS AÉREAS E CICLOS DE RELIGAÇÃO

A grande maioria dos defeitos nas linhas aéreas é assimétrica, envolvendo geralmente apenas uma
fase (curto-circuito fase-terra) ou duas fases (curto-circuito fase-fase) e transitórios (cerca de 90%),
sendo geralmente consequência de:

❑ Ciclos de sobrecarga severos.


❑ Sobretensões na rede, designadamente as de manobra.
❑ Descargas atmosféricas.
❑ Isoladores contaminados (poluição), partidos ou lascados.
❑ Descargas parciais (efeito de coroa) não controlado.
❑ Impacto de aeronaves e veículos automóveis, designadamente gruas móveis.
❑ Contacto de aves e outros animais.
❑ Queda de árvores.
❑ Sobrecargas mecânicas devida ao gelo e à neve.
ABB apresenta disjuntor de alta tensão redutor de carbono

A indústria de energia elétrica, o gás hexafluoreto de enxofre (SF₆) tem sido amplamente
utilizado há décadas, devido às suas excelentes propriedades de isolamento e de extinção de
arco. Trata-se, contudo, de um gás de efeito estufa, e a ABB está se esforçando para
encontrar alternativas ao seu uso há muito tempo.
Em abril, durante a Hannover Messe, na Alemanha, a ABB lançou o Live Tank Breaker (LTB)
145 kilovolts (kV) AirPlus™, que representa um avanço em inovação ecologicamente
eficiente. O LTB utiliza uma mistura de gás à base de dióxido de carbono (CO2) como meio de
isolamento e comutação, em vez de SF6.

Funcao
• Projetado para proteger redes elétricas e prevenir panes, a tecnologia minimiza o impacto
ambiental.

O novo LTB AirPlusTM reduz em quase 100% o potencial de aquecimento global (Global
Warming Potential – GWP) se comparado com o SF6. O GWP, expresso como equivalente de
CO2, mede a quantidade de calor que um gás retém na atmosfera ao longo de um horizonte
temporal de 100 anos.
O LTB AirPlusTM oferece um excelente desempenho em comutação
dentro dos mesmos requisitos de espaço. Ao contrário do SF6, em que
o controle do ciclo de vida requer um manuseio e informe de estoque
cuidadoso, o LTB AirPlusTM é à prova de futuro e atende às alterações
nas regulamentações ambientais.

“Esta tecnologia é a mais recente ampliação da nossa plataforma de


alta tensão ecologicamente eficiente.

A tecnologia também está disponível como um disjuntor seccionador


(DCB), o que significa que a função de desconexão está integrada. Isto
possibilita uma alta disponibilidade do equipamento e confiabilidade
em uma área de cobertura compacta.
Falha no sistema de proteção
Sistema de proteção de linhas de transmissão

Os elementos dos sistemas de proteção mais complexos estão ilustrados na figura.

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Descrição dos componentes

Transformadores de instrumentação: responsáveis por adequar os valores dos sinais de


tensões e correntes, que circulam no sistema protegido, a valores que podem ser lidos
pelos dispositivos eletrônicos inteligentes;

Transformador de corrente: responsável por adequar os valores dos sinais de corrente;

Transformador de potencial: responsável por adequar os valores dos sinais de tensão.

Dispositivos eletrônicos inteligentes (relés de proteção): responsáveis por avaliar se o


sistema elétrico encontra-se operando normalmente ou se há alguma condição anormal de
operação (sobrecarga ou curto-circuito);
Cont. Dispositivos eletrônicos inteligentes
Relés de proteção eletromecânicos: são equipamentos utilizados amplamente, cujo
princípio de operação é mecânico;

Relés de proteção eletrônicos: são equipamentos utilizados durante um curto período,


cuja operação é baseada em componentes eletrônicos analógicos;

Dispositivos eletrônicos inteligentes (relés numéricos ou relés digitais): são equipamentos


desenvolvidos concomitantemente ao desenvolvimento dos processadores digitais, cuja
operação é baseada em rotinas de software.
Canais de comunicação: são compostos pelo meio físico de comunicação e pelos
equipamentos capazes de proporcionar a troca de informações entre os relés de proteção,
de modo a melhorar o desempenho global do sistema de proteção como um todo.
Formação do arco elétrico - Seccionamento de rede de 500 [kV]
Proteção de sobrecorrente
Proteção de instalações elétricas de baixa tensão
Sistemas de proteção para instalações elétricas de baixa tensão normalmente são mais
simples e apresentam um custo menor do que os sistemas de proteção para instalações
elétricas mais sofisticadas;
Os dispositivos de protecção que encontram-se nessa categoria são:
Elos fusíveis;
Disjuntores.
Corrente nominal: É o máximo valor eficaz da intensidade de corrente que pode circular
pelo dispositivo de proteção (elo fusível ou disjuntor quicklag) sem causar seu
desligamento automático;
Grandezas características
Corrente nominal
O dispositivo de proteção (elo fusível e/ou disjuntor) se comporta segundo as equações:
I < Inominal ! não ocorre o desligamento;
I > Inominal ! ocorre o desligamento em ∆t = f I-1
O tempo para seccionamento do circuito elétrico, que é protegido pelo dispositivo de
proteção, é dado por:
∆t = tinício curto – textinção

Esse tempo é inversamente proporcional à magnitude da corrente de sobrecarga ou curto-


circuito, isto é, quanto maior essa corrente, menor o tempo para o dispositivo de proteção
desligar o circuito.
Curva “Tempo vs. Corrente”

Característica de atuação dos dispositivos para proteção contra sobrecorrente


A curva “Tempo vs. Corrente”, ilustrada na figura, descreve o comportamento descrito pelas
equações apresentadas anteriormente.
Capacidade disruptiva

É o máximo valor eficaz da corrente que pode ser interrompida pelo dispositivo de proteção;

Capacidade disruptiva
Normalmente é expressa em termos de corrente máxima ou de potência aparente máxima que o dispositivo de
proteção é capaz de interromper:
Sdisruptiva = 3Vnominal · Idisruptiva - circuito trifásico;
Sdisruptiva = Vnominal · Idisruptiva - circuito monofásico.
Onde:

Vnominal Tensão eficaz nominal de linha [V];


Idisruptiva Corrente disruptiva [A];
Sdisruptiva Capacidade disruptiva [VA].
By Eng. José Guilengue
16 de novembro de 2021

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