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Centrais Eléctricas

Geração de enérgia e Formas de Enérgia


Renovavél de Baixo Custo
Objectivos

• Conhecer Centrais Eléctricas;

• Conhecer Principio de Funcionamento de Central Eléctrica eólica;

• Conhecer a Rentabilidade;

• Conhecer o Impacto Econômico e Ambiental;


Objectivos

• Ao término da Unidade, o aluno deverá ser capaz de identificar as


principais formas de geração de energia elétrica (convencional e
alternativa), bem como as características que envolvem a transmissão
e distribuição (primária e secundária) da energia elétrica até chegar ao
consumidor final.
Introdução

Para suprir a demanda mundial de energia, é do conhecimento de todos a grande


dependência das sociedades industriais modernas dos combustíveis fosseis,
principalmente o petróleo. Nos dias de hoje existe uma grande preocupação a nível
ambiental e dia após dia, os esforços efectuados para melhorar hábitos,
mentalidades e costumes, ganham terreno.

Face a estes problemas de difícil resolução, surgiram as necessidades de criar


alternativas fiáveis, amigas do ambiente, de exploração acessível a nível
económico e inesgotáveis. Após estas condições surgem as Energias Renováveis.
Introdução
• Apesar de terem sido encontradas alternativas, surgem depois questões de como as
alcançar, produzir e consumir em largas escalas. Em países de elevado
desenvolvimento económico a exploração de Energia ganhou um forte impacto,
que por sua vez abriu horizontes a países de menores capacidades de
desenvolvimento, como o caso de Moçambique.

• Moçambique é um país muito rico em fontes naturais de Energias, assim como o


Sol, o Vento e as Ondas. Atendendo a este cenário poderá dizer-se que o nosso país
é rico em fontes de energia inesgotáveis e muito foi feito e ainda está por fazer para
que seja possível viver num ambiente saudável.
Introdução

Figura 1. Configuração do sistema elétrico nacional


Energias Renováveis

Figura 2. Diferentes formas de eneégia renovavél.


Energia Eólica

• A Energia eólica é basicamente obtida através da força do vento, frequentemente


utilizada para produzir eletricidade.

• Em geral, o sistema funciona em lugares onde o vento tem velocidade média


superior a 5,5 m/s. As turbinas geradoras de energia eólica contam com um rotor
composto por um cilindro e pás que podem ter eixo vertical ou horizontal. Essas
turbinas são instaladas em pequenos grupos de quatro ou cinco, ou em sistemas
eólicos, com o objectivo de gerar energia.
Componentes do Sistema Eólico

• Figura 3. Componentes do sistema eólico


Energia e Potência Extraída do Vento
• A energia cinética de uma massa de ar m em movimento a uma velocidade v é
1
dada por: 𝐸 = 𝑚𝑉 2
2

• Considerando a mesma massa de ar m em movimento a uma velocidade v,


perpendicular a uma sessão transversal de um cilindro imaginário (figura 4),
pode-se demonstrar que a potência disponível no vento que passa pela seção A,
1
transversal ao fluxo de ar, é dada por: 𝑃 = 𝜌𝐴𝑉 3 , 𝑜𝑛𝑑𝑒:
2

• P = potência do vento [W], 𝜌 = massa específica do ar [kg/m3], A = área da seção


transversal [m2], V = velocidade do vento [m/s]
Energia e Potência Extraída do Vento.
• Como a redução da pressão do ar é mínima, a densidade do ar pode ser
considerada constante. A energia cinética extraída pelo aerogerador é a diferença
entre a energia cinética a montante e a energia cinética a jusante do conjunto de
1
pás: 𝐸 = 𝑚(𝑉12 − 𝑉32 )
2

1
• A potência extraída do vento por sua vez é dada por: 𝐸 = 𝑚(𝑉12 − 𝑉32 )
2
Energia e Potência Extraída do Vento
Neste ponto é necessário fazer duas considerações extremas sobre a relação entre as
velocidades v1 e v3:
• A velocidade do vento não é alterada (v1 = v3) – Neste caso nenhuma potência é
extraída;
• A velocidade do vento é reduzida a valor zero (v3 = 0) – Neste caso o fluxo de massa
de ar é zero, o que significa também que nenhuma potência seja retirada.
A massa de ar é dada por: 𝑚 = 𝜌𝐴𝑉2
Pelo teorema de Rankine-Froude, pode-se assumir que a relação entre as velocidades v1
, v2 e v3 é dada por:
𝑉1 +𝑉3
𝑉2 =
3
Energia e Potência Extraída do Vento
Se a massa de ar apresentada na equação acima e a velocidade v2 apresentada
na equação forem inseridas na mesma equação, tem-se:
2
1 3
1 𝑉3 𝑉3
𝐸𝑒𝑥 = 𝜌𝐴𝑉1 1+ 1−
2 2 𝑉1 𝑉1
• Onde:
1
Potência do Vento = 𝜌𝐴𝑉13
2
1 𝑉3 𝑉3 2
Coeficiente de Potência 𝐶𝑝 = 1+ 1−
2 𝑉1 𝑉1
Energia e Potência Extraída do Vento

• Figura 4. Distribuição de cp em função de V3/V1


Energia e Potência Extraída do Vento
• A potência mecânica extraída do vento pelo aerogerador depende de vários
fatores. Mas tratando-se de estudos elétricos, o modelo geralmente
apresentado nas literaturas é simplificado pelas equações (PAVINATTO,
2005)

𝟏
• 𝑷𝒎𝒆𝒄 = 𝝆𝑨𝑽𝟑𝒘 𝑪𝒑 𝝀, 𝜷 , com
𝟐

𝑹𝝎𝒘𝒕
𝝀=
𝑽𝑾
Energia e Potência Extraída do Vento
Onde:
• 𝑪𝒑 – coeficiente de potência do aerogerador
• 𝝀 – razão entre a velocidade tangencial da ponta da pá e a velocidade do vento
incidente (tip speed ratio)
• 𝝎𝒘𝒕 – velocidade angular do rotor [rad/s]
• R – raio do rotor [m]
• 𝝆 – densidade do ar [Kg/m3]
• A – área varrida pelo rotor [m2]
• 𝑽𝑾 – velocidade do vento incidente no rotor [m/s]
Componentes de um aerogerador de eixo
horizontales
• A seguir são apresentados os principais componentes do aerogerador que são,
de uma forma geral, a torre, a nacele e o rotor.

• Figura. Componentes de um aerogerador de eixo horizontal


Nacele

• É a carcaça montada sobre a torre, onde se situam o gerador, a caixa de


engrenagens (quando utilizada), todo o sistema de controle, medição do vento
e motores para rotação do sistema para o melhor posicionamento em relação ao
vento. A figura 15 e 16 mostram os principais componentes instalados em dois
tipos de naceles, uma delas utilizando um gerador convencional e outra
utilizando um gerador multipolos.
Nacele
• 1. Controlador do Cubo • 11. Transformador de alta tensão
• 2. Controle pitch • 12. Pás
• 3. Fixação das pás no cubo • 13. Rolamento das pás
• 4. Eixo principal • 14. Sistema de trava do rotor
• 5. Aquecedor de óleo • 15. Sistema hidráulico
• 6. Caixa multiplicadora • 16. Plataforma da nacele
• 7. Sistema de freios • 17. Motores de posiciona-mento da
• 8. Plataforma de serviços nacele
• 9. Controladores e Inversores • 18. Luva de acoplamento
• 10. Sensores de direção e • 19. Gerador
velocidade do vento • 20. Aquecimento de ar
Nacele

Figura 15 – Vista do interior da nacele de uma turbina eólica utilizando um

gerador convencional (Fonte: VESTAS,2006)


Nacele
• 1. Apoio principal da nacele
• 2. Motores de orientação da
nacele
• 3. Gerador em anel (multipolos)
• 4. Fixador das pás ao eixo
• 5. Cubo do rotor
• 6. Pás
• 7. Sensores de direção e
• Figura – Vista do interior da nacele de um aerogerador • velocidade do vento
utilizando umgerador multipolos (Fonte: ENERCON,
2006)
Pás, cubo e eixo
• As pás são perfis aerodinâmicos responsáveis pela interação com o vento, convertendo
parte de sua energia cinética em trabalho mecânico. Inicialmente fabricadas em
alumínio, atualmente são fabricadas em fibra de vidro reforçadas com epoxi,.

• As pás são fixadas através de flanges em uma estrutura metálica a frente do aerogerador
denominada cubo. Esta estrutura é construída em aço ou liga de alta resistência. Para os
aerogeradores que utilizem o controle de velocidade por passo, o cubo, além de
apresentar os rolamentos para fixação das pás, também acomoda os mecanismos e
motores para o ajuste do ângulo de ataque de todas as pás.
Pás, cubo e eixo

• O eixo é o responsável pelo acoplamento do cubo ao gerador, fazendo a


transferência da energia mecânica da turbina. É construído em aço ou liga
metálica de alta resistência.

• Figura 17 – Detalhe de um cubo para conexão de pás (TAYLOR, 2008).


Transmissão e Caixa Multiplicadora
• A transmissão, que engloba a caixa multiplicadora, possui a finalidade de
transmitir a energia mecânica entregue pelo eixo do rotor até o gerador. É
composta por eixos, mancais, engrenagens de transmissão e acoplamentos.

• O projeto tradicional de uma turbina eólica consiste em colocar a caixa de


transmissão mecânica entre o rotor e o gerador, de forma a adaptar a baixa
velocidade do rotor à velocidade de rotação mais elevada dos geradores
convencionais.
Transmissão e Caixa Multiplicadora

• Figura - Gerador conectado a caixa de engrenagens (vista à direita)


Gerador

A integração de geradores no sistema de conversão eólica constitui-se em um


grande problema, que envolve principalmente:

• Variações na velocidade do vento (extensa faixa de rotações por minuto para a


geração);

• Variações do torque de entrada (uma vez que variações na

• velocidade do vento induzem variações de potência disponível no eixo);


Gerador
• Exigência de freqüência e tensão constante na energia final produzida;

• Dificuldade de instalação, operação e manutenção devido ao isolamento


geográfico de tais sistemas, sobretudo em caso de pequena escala de produção
(isto é, necessitam ter alta confiabilidade).

• Atualmente, existem várias alternativas de conjuntos moto-geradores, entre eles:


geradores de corrente contínua, geradores síncronos, geradores assíncronos,
geradores de comutador de corrente alternada. Cada uma delas apresenta
vantagens e desvantagens que devem ser analisadas com cuidado na sua
incorporação ao sistema de conversão de energia eólica.
Gerador

• Figura - Gerador convencional


Instalação Eléctrica
• O rotor fornece a enérgia mecânica necessária para o accionamento de um
alternador, que produz enérgia eléctrica sob forma de corrente alternada (CA).
Parte desta enérgia é utilizada na alimentação de equipamento que requeiram
CA, tais como motores de indução; outra parte passa por um retificador que
transforma a corrente alternada em continua (CC) e passa a atender cargas que
possam usar este tipo de alimentação. Para atender a demanda para os dias em
queo vento é insuficiente, parte de CC é utilizada para o carregamento de
bactérias, as quais poderão alimentar directamente as cargas CC ou, pasando
pela acçã de um conversor, as cargas CA.
Instalação Eléctrica
Impacto Económico e Ambiental

• A energia eólica evita importar petróleo ou gás natural e por isso contribui para aliviar
a dependência e a factura energética do país. Por outro lado evita as emissões de CO2
e os custos associados à poluição (custos ambientais e de saúde pública) bem como o
esgotamento dos recursos energéticos não renováveis.

• Um indicador das vantagens económicas da energia eólica é o valor do retorno


económico correspondente ao seu desenvolvimento que inclui os custos do trabalho,
os custos de matérias-primas para o fabrico e instalação, transportes, exportações e o
valor da electricidade produzida.
Impacto Económico e Ambiental

• Embora os parques eólicos tenham pequeno impacto sobre o ambiente


quando comparados com as centrais convencionais há alguns aspectos
a considerar como sejam o ruído provocado pela deslocação as pás e o
impacto visual na paisagem.

• Em muitos casos estão localizados em áreas com estatuto de proteção,


porque esses locais são aqueles em que as condições de vento são
melhores (a velocidade para que o aerogerador funcione tem de ser
superior a 9 Km/h).
Parques Eólicos

• Figura. Localização de diferentes parques eólicos


Aplicações dos Sistemas Eólicos

Um Sistema eólico pode utilizar três diferentes tipos de


aplicações:

• Sistemas Isolados;

• Sistemas Hibridos;

• Sistemas Integrados a rede.


Sistemas Isolados

• Sistemas isolados utilizam geralmente alguma forma de


armazenamento de energia, que pode ser feito através de bactérias.

• Os sistemas que utilizam armazenamento de energia em bactérias


necessitam de um dispositivo de controle de carga para que nao haja
danos ao Sistema por sobrecarga ou descargas profundas. Para
alimentação de equipamentos que operam com corrente alternada, é
necessária a utilização de um inversor, que pode ser electrónico ou
mecânico.
Sistemas Isolados

• Figura. Sistema Isolado


Sistemas Hibridos

• Sistemas hibridos são aqueles que utilizam mais de uma fonte de


geração de enérgia, aumentando a complexidade do Sistema. É
necessário realizar um controle de todas as fontes para que haja
maxima eficiência e optimização dos fluxos energéticos na entrega
para os usuários. Por trabalhar com cargas em corrente alternada,
também necessita de um inversor.
Sistemas Hibridos

Figura. Sistemas Hibridos


Sistemas Interligados a Rede

• Sistemas interligados a rede entregam a energia directamente a rede


eléctrica, por isso não utilizam armazenamento de enérgia.
Representam uma fonte complementar ao Sistema eléctrico de grande
porte ao qual estão interligados. Apresentam algumas vantagens aos
sistemas de geração distribuida, como: redução de perdas Evita o custo
de expansão da rede e a geração na hora de ponta quando o regime de
ventos coincide com o pico da curva de carga.
Sistemas Interligados a Rede

Figura. Sistemas interligados a rede


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