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Introdução

A energia eólica é a energia do ar em movimento e sua utilização surgiu


a partir da necessidade de ferramentas avançadas que auxiliassem nas
diversas etapas do processo de produção agrícola que antigamente usavam
rodas d’agua e passaram a ser substituídas por moinhos de ventos.

A energia eólica provém da radiação solar uma vez que os ventos são
gerados pelo aquecimento não uniforme da superfície terrestre. Uma
estimativa da energia total disponível dos ventos ao redor do planeta
pode ser feita a partir da hipótese de que, aproximadamente, 2% da
energia solar absorvida pela Terra é convertida em energia cinética
dos ventos. Este percentual, embora pareça pequeno, representa
centena de vezes à potência anual instalada nas centrais elétricas do
mundo. (DUTRA, 2008, p. 18).

Atualmente, devido à preocupação com o meio ambiente e a escassez


dos recursos naturais, há a crescente necessidade por fontes de energias
renováveis, proporcionando o surgimento de parques eólicos descentralizados
por todo o mundo. Seguindo essa tendência, o Brasil tem demonstrado grande
potencial para o desenvolvimento de parques eólicos, lugares os quais são
instaladas turbinas aerogeradoras para captação da energia dos ventos.
As turbinas eólicas são máquinas que convertem a energia do vento em
eletricidade. De acordo com Dutra (2008), os aerogeradores podem ter o eixo
vertical ou podem ter rotores com eixo horizontal, os mais comuns. Os
principais componentes de um aerogerador de eixo horizontal em geral são a
torre, a nacele, o rotor e as pás, e podem ter variadas formas além de ser
compostas por diversos materiais.
Consequentemente com o crescimento dos parques eólicos cresce a
demanda por serviços de inspeção e manutenção em aerogeradores,
promovendo assim o surgimento de novas tecnologias e técnicas de inspeção
que possam reduzir os custos e melhorar a eficiência.
Segundo Graçoeiro (2008), os componentes de um aerogerador são
projetados para durar 20 anos, e devem ao longo do tempo de funcionamento
passar por inspeções programadas, além de reparos e substituição de peças.
Nesse sentido, entende-se que a manutenção é um conjunto de ações que
permitem manter ou restabelecer um bem em um estado específico.
De acordo com a Silveira et. al (2011), a manutenção dos sistemas
eólicos apresentam dois tipos: a manutenção corretiva e a manutenção
preventiva. A manutenção corretiva é realizada para reparar as anomalias do
sistema, já a manutenção preventiva é realizada com intuito de diminuir a
ocorrência de falhas. Umas das técnicas utilizadas na manutenção é a
inspeção visual a qual permite a observação das condições do aerogerador e
seus componentes.
Atualmente a inspeção visual é realizada através de acesso por cordas
ou estruturas metálicas para a identificação das anomalias presente nos
elementos dos aerogeradores, as quais estão submetidas às intempéries
regionais que influenciam na deterioração de todos os componentes, em
especial as pás eólicas. Portanto, é importante compreender que as atividades
de inspeção em aerogeradores estão sujeitos a inúmeros riscos devido à
altura, condições climáticas e trabalho em ambiente confinado. Nesse sentido
Eu_Osha 2013, aponta que:

Qualquer atividade que envolva trabalho em altura (na torre ou


nacelle do aerogerador) deve ser considerada com uma situação
potencialmente crítica, uma vez que condições climatéricas como a
exposição a ventos fortes, a formação de gelo nas pás da turbina
(para climas mais frios) ou a ocorrência de descargas elétricas
atmosféricas, a que os aerogeradores estão muitas vezes expostos,
podem tornar o trabalho em altura perigoso. Pode-se tomar como
exemplos: a força do vento, a qual pode suscitar oscilações
estruturais na torre e nacelle, por vezes suficientes para causar a
perda de equilíbrio do trabalhador que se encontre no seu interior;
como também placas de gelo podem ser lançadas quando o rotor
está em movimento ou simplesmente soltarem-se atingindo os
trabalhadores no exterior dos aerogeradores; quando dentro da
nacelle, relâmpagos e trovoadas podem ser perigosos para os
trabalhadores, podendo ser a causa de um incêndio, exigindo uma
evacuação rápida ou mesmo o resgate destes (EU-OSHA, 2013 apud
MIGUEL, 2014, p. 12 - 13).

De acordo com Stout; Thompson (2019), reduzir a dependência da


atividade de acesso por corda em ambientes perigosos, como os encontrados
em parques eólicos offshore, por exemplo, é de interesse de qualquer
proprietário, e por isso os drones estão cada vez mais sendo aplicado em
atividades de inspeção em aerogeradores, pois a tecnologia disponibilizada
pelos drones pode aumentar a frequência das inspeções e reduzir os riscos no
processo de inspeção em ambientes perigosos e confinados fornecendo assim
informações de alta precisão e qualidade.
Nesse sentido, a evolução da tecnologia dos veículos aéreos não
tripulados veio oferecer novas possibilidades e melhorias na
manutenção de infra-estruturas de energia.
Os veículos aéreos não tripulados são naturalmente vocacionados
para trabalhos perigosos ou altamente complexos do ponto de vista
técnico. Por esse motivo, são previsíveis vantagens na eficiência, no
aumento da segurança e na redução de custos nessas tarefas. Em
função disso, atualmente faz sentido o uso destes sistemas em
substituição ou complementação da vertente humana. (INÁCIO, 2018,
p. 2)

A partir das observações apresentadas, este presente estudo de caso


tem como objetivo analisar a utilização de drones na inspeção de
aerogeradores. No qual, será discutido a viabilidade da aplicação dos drones
em atividades de inspeção na área de energia eólica. Para tanto, levanta-se a
seguinte questão: Qual a viabilidade do drone nas inspeções de
aerogeradores?
E para que se responda a pergunta central, será verificado o que se
discute sobre inspeção em aerogeradores, pás eólicas, e utilização de drones
em inspeção de infraestruturas aplicando este conhecimento em uma analise
completa do aerogerador do Instituto Federal da Bahia
Para consecução desse objetivo, optou-se por realizar um estudo de
caso com abordagens qualitativa que visa conhecer a realidade através de um
novo conhecimento, além de um estudo bibliográfico no qual a trajetória
metodológica percorrida se apoiou nas leituras exploratória e seletiva do
material de pesquisa.
Referências

DUTRA, Ricardo. Energia eólica: Princípios e tecnologia. Rio de Janeiro:


Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Britto,
2008.

GRAÇOEIRO, Jammy Ferreira. Energia Eólica – A manutenção em


Aerogeradores. Dissertação (Mestrado em Engenharia e Gestão Industrial).
Universidade Lusíada de Vila Nova de Famalicão. 2008

SILVEIRA, Alexandre Miguel Marques da Et al. Turbinas Eólicas Manutenção.


Neutro à Terra. v. 2, n. 8, p. 37 – 60, 2011.

MIGUEL, Ângela Maria Moreira Fontes. Operação e Manutenção de um


Parque Eólico Análise de Riscos. 2014. Tese de Doutorado.
UNIVERSIDADE LUSÓFONA DE HUMANIDADES E TECNOLOGIAS.

STOUT, Craig; THOMPSON, David. UAV Approaches to Wind Turbine


Inspection Reducing Reliance on Rope-Access. Disponível em:
<https://ore.catapult.org.uk/analysisinsight/cyberhawk-uav-turbine-inspection/ >
Acesso em: jan. 2020.

INÁCIO, Carlos Daniel Sousa. Introdução ao DIY Multirotor Como Sistema


de Apoio à Inspecção a Infra-estruturas de Produção e Distribuição de
Energia. Dissertação (Mestrado em Engenharia Electrotécnica). Instituto
Superior de Engenharia do Porto. 2018.

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