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GERAÇÃO DE

ENERGIA ELÉTRICA
Fontes de geração
térmicas e não
térmicas
Ary Paixão Borges Santana Júnior

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

>> Diferenciar as fontes de geração térmicas e não térmicas.


>> Apresentar as características técnicas de cada uma das fontes.
>> Reconhecer aplicações específicas para cada uma delas.

Introdução
Boa parcela dos avanços tecnológicos alcançados deve-se ao uso da energia
elétrica. O desenvolvimento dos países leva à maior necessidade de aumento
de produção de energia, que pode ser usada para a geração de luz, para o fun-
cionamento de aparelhos elétricos, eletrônicos e motores, entre tantas outras
aplicações importantes para a sociedade. Nesse sentido, é cada vez mais urgente
a disponibilidade de eletricidade no mundo, de modo que estudiosos, empresas
e governos têm se debruçado na busca por e no desenvolvimento de tecnologias
de produção de energia elétrica por diferentes fontes.
Neste capítulo, vamos apresentar as principais fontes de produção de ele-
tricidade, classificadas em térmicas e não térmicas. Vamos, além disso, analisar
o funcionamento das principais unidades geradoras de eletricidade e definir a
aplicação e a distribuição desses diferentes tipos de geração no Brasil e no mundo.
2 Fontes de geração térmicas e não térmicas

Diferentes fontes de geração térmicas e não


térmicas de energia no Brasil e no mundo
Entende-se por geração de energia elétrica o processo que produz eletrici-
dade a partir da transformação de outras formas de energia, como o calor
ou a queda-d’água, em energia elétrica. Nesse sentido, energia elétrica é a
capacidade que uma corrente elétrica tem de realizar trabalho e pode ser
obtida por energia química ou mecânica, por meio de turbinas e geradores.
Dessa forma, a energia elétrica é gerada por intermédio de fontes térmicas,
como em usinas nucleares, ou de fontes não térmicas, como em usinas hi-
drelétricas e pela força dos ventos (DOMINGOS, 2017).
O Brasil conta com um dos maiores e melhores potenciais energéticos de
todo o mundo, com aproximadamente 8,5 milhões de quilômetros quadrados,
mais de 7 mil quilômetros de litoral e com um clima que apresenta condições
muito favoráveis (DOMINGOS, 2017).

Fontes de geração não térmica

Hidráulica
A água é utilizada em diferentes atividades humanas, como irrigação,
navegação, abastecimento e geração de energia. Esse uso da água deve
ser compatibilizado e, nesse sentido, a Lei Federal nº 9433, de 8 de janeiro
de 1997, sobre a Política Nacional de Recursos Hídricos, especifica o uso
prioritário desse recurso, em caso de escassez, para o abastecimento
humano e a dessedentação de animais (BRASIL, 1997). Por isso, frequente-
mente, gestores, agências governamentais e usuários de recursos hídricos
deparam-se com a problemática da manutenção do fluxo mínimo de água
necessário ao equilíbrio do ecossistema aquático das bacias hidrográficas,
concomitante com a necessidade de reservar ou destinar água para suprir
suas diferentes utilizações nos setores econômicos e pelos usuários ali
instalados.
O uso da água para geração de energia data do século I, quando era usada
para movimentar rodas para moer cereais (Figura 1), representando uma
das primeiras técnicas de substituição do trabalho animal pelo mecânico
(CENTRO DE REFERÊNCIA PARA AS ENERGIAS SOLAR E EÓLICA SÉRGIO DE S.
BRITO, [2018]). Aqui, vale ressaltar o que os autores Okuno, Caldas e Chow, no
livro Física para Ciências Biológicas e Biomédicas, de 1986, comentam sobre
a importância desse sistema, que utilizava rodas no século XVI, no contexto
Fontes de geração térmicas e não térmicas 3

da industrialização europeia, permitindo o surgimento de máquinas de con-


versão de energia hidráulica em energia mecânica e, consequentemente, o
surgimento das usinas hidrelétricas.

Figura 1. Ilustração de um monjolo comum, equipamento rústico utilizado para moer grãos
e que utiliza a água para movimentá-lo
Fonte: Monjolo... (2017, documento on-line).

Hidrelétricas contam com uma tecnologia madura e confiável, com a


vantagem adicional de ser uma fonte renovável de geração de energia elétrica
quanto às emissões de gases de efeito estufa (EMPRESA DE PESQUISA ENER-
GÉTICA, [20--?]). O uso do potencial hidrelétrico para geração de eletricidade
é o principal modo de uso não consuntivo de água, ou seja, não envolve
uso direto da água. Nesse sentido, deve-se atentar a aspectos associados
à construção das barragens de regularização, que podem alterar o regime
dos cursos d’água, causar perdas por evaporação da água dos reservatórios,
especialmente em regiões semiáridas, entre outras alterações no meio físico.

Eólica
Compreende energia eólica a energia cinética que está contida no vento. Essa
energia cinética é aproveitada para geração de eletricidade pela conversão
de sua componente de translação em rotação, com o uso de turbinas eóli-
cas, também chamadas de aerogeradores, cataventos e moinhos (AGÊNCIA
NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA, 2005).
A energia eólica é usada pela humanidade há milhares de anos para
a moagem de grãos, o bombeamento de água, entre outros aproveita-
4 Fontes de geração térmicas e não térmicas

mentos. No final do século XIX, surgiram as primeiras tentativas visando


à geração de eletricidade a partir do aproveitamento da energia eólica.
Entretanto, só em 1970, devido à crise internacional do petróleo, surgiram
interesse e investimentos suficientes para permitir o desenvolvimento
e a aplicação de instrumentos, em escala comercial, para geração de
eletricidade a partir da energia eólica (AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA
ELÉTRICA, 2005).

A instalação da primeira turbina eólica comercial ligada à rede elé-


trica pública ocorreu em 1976, na Dinamarca.

Solar
Buscando o aproveitamento direto e eficaz da energia solar, muitas tecnolo-
gias têm sido pesquisadas visando à geração de energia elétrica, que pode
ocorrer de duas maneiras:

1. indiretamente, por meio da utilização do calor para geração de vapor,


que, expandido em uma turbina a vapor, aciona um gerador elétrico
em uma central termelétrica, chamada de heliotérmica;
2. diretamente, por meio do uso de painéis fotovoltaicos.

A fotovoltaica tem conquistado mais mercado que a heliotérmica, repre-


sentando, nos últimos anos, 98% da capacidade instalada entre essas duas
tecnologias no ano de 2014. Em contrapartida, a heliotérmica tem uma inércia
maior na geração de energia elétrica, porque é suscetível às variações da
irradiação por se tratar de uma planta termelétrica (ARAÚJO JÚNIOR, 2017).
Entende-se por energia solar fotovoltaica aquela obtida por meio da
conversão direta da luz em eletricidade, com base no efeito fotovoltaico,
compreendido como o aparecimento de uma diferença de potencial nos
extremos de uma estrutura de material semicondutor, gerada pela absorção
da luz. As principais vantagens do uso desse tipo de energia é que, durante
sua conversão em eletricidade, não ocorre emissão de poluentes, como
material particulado, e de gases de efeito estufa. Essa ausência de emissão
de poluentes é um fator fortemente positivo para meio o ambiente em escala
local e global (EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA, [20--?]).
Fontes de geração térmicas e não térmicas 5

Marítima
Esse tipo de energia, também conhecida como energia maremotriz e energia
das marés, compreende a captação e transformação de energia oriunda do
desnível das marés e da velocidade das correntes marítimas em eletricidade
(SILVA et al., 2018).
De acordo com Silva et al. (2018), para a geração de energia elétrica a
partir da energia marítima, são necessários alguns requisitos naturais,
como uma situação geográfica favorável e uma maré com grande ampli-
tude, considerando que, para a geração de eletricidade suficiente para
abastecimento em um posto de captação, são necessárias ondas com mais
de sete metros de altura.
Observe, na Figura 2, o esquema de captação em um terminal chamado de
offshore, ou seja, distante da terra, mais precisamente em alto mar.

Figura 2. Terminal offshore.


Fonte: Silva et al. (2018, p. 4).

Na Figura 3, é demonstrado o uso de atenuadores, que são dispositivos


com longas estruturas cilíndricas flutuantes no mar, ligadas por dobradiças.
Esses atenuadores ativam conversores de transmutação da energia cinética
em energia elétrica a partir do movimento das ondas.
6 Fontes de geração térmicas e não térmicas

Figura 3. Atenuador em alto mar.


Fonte: Silva et al. (2018, p. 4).

Fontes de geração térmica


A geração térmica de energia elétrica, ou geração termelétrica, é composta
por centrais nucleares, centrais a gás e a vapor, e centrais a motor, sendo a
maioria das últimas a diesel (REIS, 2017). A Empresa de Pesquisa Energética
(EPE) confirma que a geração termelétrica pode ser realizada por meio de
diferentes combustíveis, como gás natural, biomassa, carvão mineral, nuclear,
óleo combustível, etc. De acordo com a EPE, o conceito de combustível para
geração, principalmente para usinas de grande porte, relaciona-se com o
atendimento dos critérios técnicos, econômicos, logísticos, ambientais e, em
determinados casos, de políticas energéticas.
Nesse contexto, dependendo do tipo de combustível e da tecnologia de
geração utilizados, as termelétricas podem atuar em diferentes funções,
como na geração contínua (denominada geração de base), na geração com-
plementar a fontes renováveis ou no atendimento às demandas de ponta.
Devido à participação significativa das fontes hídricas na geração de energia
elétrica brasileira, as termelétricas atuam relevantemente nos períodos de
escassez hidrológica do país. Soma-se a isso a possibilidade emergente de
as termelétricas atuarem estabilizando a variabilidade na geração de curto
prazo das fontes eólica e solar no sistema nacional (EMPRESA DE PESQUISA
ENERGÉTICA, [20--?]).
Fontes de geração térmicas e não térmicas 7

Gás natural
Em usinas termelétricas, a produção de energia elétrica se dá a partir da
combustão de combustíveis. No Brasil, o combustível mais usado para essa
finalidade é o gás natural, uma mistura de hidrocarbonetos gasosos, gera-
dos a partir da decomposição de matéria orgânica fossilizada ao longo de
milhões de anos. Nesse tipo de usina, a queima do gás natural gera vapor,
usado para movimentar as turbinas ligadas a geradores, com baixos índices
de emissão de poluentes, em comparação a outros combustíveis fósseis, e
esse gás tem elevado poder calorífico. Caso ocorra vazamento do gás, há
rápida dispersão, apresentando baixos índices de odor e de contaminantes
(CÂMARA DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA, [20--?]).
Considera-se recente o desenvolvimento, no Brasil, desse tipo de geração,
com início na década de 1940. Na última década do século passado, a utiliza-
ção dessa tecnologia foi ampliada. Hoje, as maiores turbinas a gás chegam
a 330 MW de potência e os rendimentos térmicos atingem 42%. A geração
de energia elétrica em termelétricas a gás natural tem a vantagem de prazo
relativamente curto de maturação do empreendimento e flexibilidade para o
atendimento de cargas de ponta (CÂMARA DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA
ELÉTRICA, [20--?]).

Petróleo
O petróleo é uma mistura de hidrocarbonetos originada da decomposição
da matéria orgânica, especialmente do plâncton, pela ação de bactérias em
condições de baixo teor de oxigênio. Essa decomposição, ao longo de milhões
de anos, acumulou-se no fundo dos oceanos, mares e lagos. Os movimentos
da crosta da Terra pressionaram o depósito dessa mistura decomposta,
possibilitando sua transformação em uma substância oleosa, chamada de
petróleo, encontrada em determinadas bacias sedimentares, constituídas
por camadas ou lençóis porosos de areia, arenitos ou calcários.
Por muitas décadas, o petróleo impulsionou fortemente a economia, repre-
sentando, no início dos anos 1970, quase 50% do consumo de energia primária
no mundo. Mesmo com seu declínio ao longo dos anos, o petróleo ainda repre-
senta aproximadamente 43%, de acordo com dados da Agência Internacional
de Energia de 2003 (AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA, 2005).
O petróleo é o principal responsável pela geração de energia elétrica em
diversos países do mundo. Apesar da expansão recente da hidroeletricidade
e da diversificação das fontes de geração de energia elétrica verificadas nas
8 Fontes de geração térmicas e não térmicas

últimas décadas, o petróleo ainda é responsável por cerca de 8% de toda a


eletricidade gerada no mundo (CÂMARA DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA
ELÉTRICA, [20--?]). Por meio da queima do petróleo e de seus derivados em
caldeiras, turbinas e motores à combustão interna, ocorre a geração de
eletricidade. O uso dessas caldeiras e turbinas assemelha-se aos outros
processos térmicos de geração de energia elétrica (AGÊNCIA NACIONAL DE
ENERGIA ELÉTRICA, 2005).

Carvão
O carvão é um combustível fóssil e, assim como os outros, é uma mistura
complexa e variados componentes orgânicos sólidos, fossilizados ao longo
de milhões de anos. A qualidade desse combustível é determinada por seu
conteúdo de carbono e varia conforme o tipo e o estágio dos componentes
orgânicos (CÂMARA DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA, [20--?]).
Entre esses estágios, a turfa é um dos primeiros e apresenta baixo conteúdo
carbonífero, com teor de carbono próximo a 45%; o linhito tem um índice de
carbono variando entre 60% a 75%; a hulha, também denominada carvão
betuminoso, é o estágio mais aplicado como combustível, contendo apro-
ximadamente 75% a 85% de carbono; e o antracito, considerado o estágio
mais puro do carvão, tem um conteúdo carbonífero maior que 90% (AGÊNCIA
NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA, 2005).
A transformação se inicia quando as bactérias existentes no ambiente
entram em contato com a matéria orgânica (geralmente formada de vegetação
pré-histórica). Estas decompõem parcialmente a matéria e liberam, em forma
de gases, o oxigênio e o hidrogênio. Após isso, a matéria orgânica é soterrada
por camadas de argila e areia, submetendo-a a condições elevadas de pressão
e temperatura. Durante essa etapa, o oxigênio e o hidrogênio são expulsos,
acumulando o resíduo carbonoso no processo conhecido como carbonização.
O material recém-formado será denominado turfa. A turfa é soterrada sob
camadas diversas e será submetida a contínuas modificações em função do
tempo, da pressão e da temperatura crescentes, evoluindo para os materiais
denominados linhito, carvão submetuminoso e carvão betuminoso, até chegar
a antracito e grafita em rochas metamórficas (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO
CARVÃO MINERAL, [20--?]).

Nuclear
Denomina-se nuclear, ou nucleoelétrica, a energia oriunda da fissão do urânio
em um reator nuclear, onde é produzido calor a partir dessa fissão.
Fontes de geração térmicas e não térmicas 9

Biomassa
No contexto da produção de energia elétrica, biomassa é conceituada como
matéria orgânica, de origem vegetal ou animal, que pode ser utilizada na
geração de energia. Nesse caso, considera-se que a energia solar, por meio da
participação no processo de fotossíntese, é convertida em energia química,
que pode ser transformada em energia elétrica (SOUZA, 2015). Essa fonte
tem, como uma das principais vantagens, a possibilidade de ser aproveitada
diretamente, por combustão em fornos e caldeiras (CÂMARA DE COMERCIA-
LIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA, [20--?]).
No Brasil, existem 579 usinas que utilizam biomassa para produzir energia,
totalizando 15.260.348, 45 kW de potência registrada, perfazendo 8,73% do
total de potência prevista entre todas as fontes na matriz energética nacional.
Observe, no Quadro 1, os tipos de biomassa utilizados nas usinas que operam
no Brasil (CÂMARA DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA, [20--?]).

Quadro 1. Tipos de biomassa utilizadas nas usinas em operação no Brasil

Potência Potência
outorgada fiscalizada
Fonte nível I Quantidade (kW) (kW) %

Floresta 87 2.803.847 2.547.523 20,00

Resíduos sólidos 14 88.213 83.699 0,63


urbanos

Resíduos animais 10 1.924 1.924 0,01

Biocombustíveis 2 4.350 4.350 0,03


líquidos

Agroindustriais 410 11.121.446 10.775.515 79,33

Total 523 14.019.781 13.413.012 100,00

Pelo exposto no Quadro 1, observa-se que o tipo de biomassa com maior


número de usinas e maior potencial energético para geração de energia é a
agroindustrial, incluindo culturas agroenergéticas e resíduos e subprodutos
de atividades agrícolas. Dessa maneira, as principais culturas que impactam
a potencialidade energética oriunda do setor agroindustrial nacional são o
bagaço de cana-de-açúcar e a casca de arroz (LOPES; MARTINS; MIRANDA, 2019).
Nesse sentido, buscando aumentar a eficiência do processo e reduzir
impactos socioambientais por ele gerados, tecnologias de conversão mais
10 Fontes de geração térmicas e não térmicas

eficientes têm sido desenvolvidas, como a gaseificação e a pirólise, que é


um tipo de decomposição térmica de materiais que contêm carbono, na
ausência de oxigênio. Além disso, é comum a cogeração em sistemas que
usam a biomassa como fonte energética (CÂMARA DE COMERCIALIZAÇÃO DE
ENERGIA ELÉTRICA, [20--?]).

Geotérmica
Esse tipo de energia é produto do calor emanado do interior da Terra, utili-
zado para geração de eletricidade, buscando uma geração mais limpa e em
quantidade cada vez maiores. A geotermia é armazenada como calor sensível
ou latente, convertida, inicialmente, em energia mecânica e, depois, energia
elétrica (CAMPOS et al., 2017).
Nesse contexto, a geração de energia elétrica a partir da energia geo-
térmica pode ocorrer direta e indiretamente, mas esses dois métodos têm
crescido em diferentes partes do mundo desde a década de 1980, fomentando
a redução do consumo de fontes não renováveis. Quanto às vantagens desse
tipo de energia, cita-se a disponibilidade do calor geotérmico todos os dias e
em todas as estações do ano, tornando essa fonte uma alternativa atraente
para geração sustentável de energia. Além disso, na geração de energia
elétrica, há baixa emissão de poluentes atmosféricos, corroborando, desse
modo, o conceito de energia limpa e ecológica atribuído à energia geotérmica
(CAMPOS et al., 2017).

Biogás
O biogás é uma fonte alternativa de energia proveniente da biodigestão de
matéria orgânica. Entre as possibilidades de matéria-prima orgânica utilizada,
também denominada substrato, estão os resíduos e efluentes industriais,
urbanos e rurais (MARIANI, 2018).
O biogás contém aproximadamente 60% de metano e, devido a seu elevado
poder calorífico, é possível utilizá-lo na geração de calor e de eletricidade.
Quando o biogás é submetido a refino, pode-se produzir biometano e gás
carbônico. O biometano é similar ao gás natural, podendo ser usado para
os mesmos fins desse combustível fóssil quando misturado a mais de 90%
(MARIANI, 2018).
Fontes de geração térmicas e não térmicas 11

Funcionamento das unidades geradoras


térmicas e não térmicas

Usina hidrelétrica
Basicamente, uma usina hidrelétrica (Figura 4) é composta por uma barragem,
um vertedouro, uma estrutura de tomada de água, um conduto forçado, uma
casa de força e um canal de fuga (PEREIRA, 2015).

Figura 4. Esquema representativo dos elementos constituintes de uma usina hidrelétrica.


Fonte: Projeto GAIA (2013, documento on-line).

A barragem é responsável por fechar o rio, represando suas águas, visando


a sua captação e a seu desvio. Além disso, a barragem atua elevando o nível
das águas, causando o desnível adequado e suficiente para o aproveitamento
hidrelétrico, para criar a carga hidráulica, ou mesmo permitindo navegabili-
dade ao rio. Segundo Pereira (2015), a barragem também permite a formação
de reservatórios regulares de vazões.

Barragens podem ser classificadas em barragens a gravidade, a


arco e a arco-gravidade. Quanto às obras acessórias das barragens,
ressalta-se os descarregadores de vazões excedentes e tomadas de água.
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Uma vez estabelecida as vazões, o vertedouro atua extravasando as


vazões que excedem às necessárias para as turbinas da usina. O conjunto
turbina-gerador é constituído pela estrutura de tomada de água, pelo conduto
forçado e pela casa de força, local que abriga esse conjunto. Por fim, o canal
de fuga é responsável pela restituição da água que passou pelas turbinas
(turbinada) ao leito natural do rio, formando o circuito hidráulico de adução
e geração (PEREIRA, 2015).
A casa de máquinas é o componente mais importante de uma usina hi-
drelétrica, pois nela ficam localizados os geradores elétricos e as turbinas
(PEREIRA, 2015).
De acordo com Pereira (2015), as usinas hidrelétricas podem ser classifi-
cadas da seguinte forma.

„„ De acumulação: nesse tipo de usina, a água é armazenada para


uso constante, durante todo o ano, de uma vazão média, chamada
de vazão regularizadora, superior à garantida somente pelo fluxo
natural do rio. Para isso, essas usinas contam com uma bacia de
acumulação de grande capacidade. Esse tipo de usina pode ser
subclassificada em:
■■ de derivação, quando a água é transportada por tubulação ou túnel
até chegar a uma chaminé de equilíbrio, de onde partem outras
tubulações que levam essa água até as turbinas, de onde a água
parte para outro rio;
■■ de desvio, que é parecida com a de derivação, mas o rio a jusante
é o mesmo de captação.
„„ A fio d’água: usinas desse tipo não operam com reservatórios de água,
mas utilizando a vazão própria do rio, chamada de vazão primária,
sem regularização.
„„ Reversíveis: são aquelas usinas que geram a energia elétrica a fim de
satisfazer uma carga máxima. Para isso, a água é bombeada de um
represamento no canal de fuga a um reservatório a montante, durante
horas de demanda reduzida, para uso posterior.

A produção de energia elétrica em uma central hidrelétrica depende da


vazão da água efetivamente utilizada para produzir energia mecânica res-
ponsável por acionar o gerador elétrico, além de outros fatores. Essa vazão
que aciona o gerador é chamada de turbinada ou turbinável, pois, antes de
atingir o gerador, aciona a turbina (REIS, 2017).
Fontes de geração térmicas e não térmicas 13

Usinas hidrelétricas são consideradas recursos flexíveis do ponto de vista


da operação elétrica, com a capacidade de prover vários serviços ancilares,
como o controle automático de geração, controle de tensão e de frequência.
Ressalta-se, ainda, que hidrelétricas que possuem reservatórios de acu-
mulação podem regularizar as vazões afluentes aos rios, transferindo água
de períodos úmidos para secos e, em determinados casos, de anos úmidos
para anos secos. Soma-se a isso o fato de seus reservatórios poderem levar
a variadas utilizações da água, como controle de cheias, irrigação, proces-
samento industrial, suprimento de água para consumo humano, recreação
e serviços de navegação. Entretanto, essa capacidade de regularização dos
reservatórios vem sendo reduzida nos últimos anos, em decorrência das ine-
gáveis dificuldades de se construir novas hidrelétricas e novos reservatórios
(EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA, [20--?]).

Conjunto eólico
Por meio de aerogeradores (Figura 5), ocorre a geração de energia eólica. Isso
ocorre pelo contato de fortes ventos com as pás do cata-vento, originando
energia mecânica capaz de acionar o motor da turbina que produz eletricidade
(DOMINGOS, 2017).

Figura 5. Conjunto eólico com os aerogeradores.


Fonte: Suhet (2018, documento on-line).

A turbina eólica é composta por diferentes componentes, como as pás, a


torre e o nacele. Observe, na Figura 6, o tipo mais comum de turbina eólica,
14 Fontes de geração térmicas e não térmicas

apresentando um eixo horizontal, três pás espaçadas uniformemente, uma


estrutura rígida e gerador de indução assíncrono (AGÊNCIA NACIONAL DE
ENERGIA ELÉTRICA, 2005).

Figura 6. Esquema ilustrativo de uma turbina eólica.


Fonte: ESAB (2016, documento on-line).

Esse tipo de energia se tornou importante a partir dos anos 1990, pelo
relevante avanço na tecnologia e o grande incentivo decorrente das preocu-
pações ambientais, com foco nas emissões de gases de efeito estufa, e pela
independência energética dos países que não produziam carvão, óleo e gás
(EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA, [20--?]).
Quanto aos impactos ambientais causados pelas centrais eólicas, desta-
cam-se os impactos visuais e sonoros. Os impactos visuais advêm do agrupa-
mento das torres e aerogeradores, especialmente quando há muitas turbinas
na central, configurando as chamadas fazendas eólicas. Já os impactos sonoros
são aqueles devidos aos ruídos dos rotores. Acrescenta-se a isso a possibi-
lidade de as turbinas eólicas interferirem eletromagneticamente, podendo
perturbar sistemas de comunicação e transmissão de dados. Além disso, elas
podem interferir nas rotas de aves, fator que deve ser devidamente consi-
derado em avaliações dos impactos ambientais dessas estruturas (AGÊNCIA
NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA, 2005).
Fontes de geração térmicas e não térmicas 15

Usinas termelétricas
As usinas termelétricas (Figura 7) geram energia elétrica por meio de um
sistema composto por uma caldeira, uma turbina a vapor, um condensador e
um sistema de bombas. Por meio de combustão, é gerado o calor que aquece
a água que é colocada na caldeira, que, por consequência, é transformada em
vapor de água, responsável por movimentar as turbinas que transformam a
energia térmica em energia mecânica. Por fim, o gerador atua transformando
essa energia mecânica em energia elétrica (DOMINGOS, 2017).

Figura 7. Ilustração de uma usina termelétrica à base de biomassa.


Fonte: Guedes e Brasil (2015, documento on-line).

Destaca-se que, depois de movimentar as turbinas, o vapor de água é


direcionado a um condensador para que seja recuperada A água líquida que
é reenviada para a caldeira por meio de um sistema de bombas, repetindo o
ciclo de produção de energia térmica (DOMINGOS, 2017).

Usinas termonucleares
Usinas termonucleares (Figura 8) têm um funcionamento parecido com o
processo de geração de energia elétrica nas usinas térmicas convencionais.
A diferença é que, nas usinas termonucleares, a energia térmica provém da
fissão de urânio em um reator nuclear (DOMINGOS, 2017).
16 Fontes de geração térmicas e não térmicas

Figura 8. Ilustração de uma usina termonuclear.


Fonte: Agência Nacional de Energia Elétrica (2005, documento on-line).

Em usinas termonucleares, o sistema mais utilizado é composto por três


circuitos: primário, secundário e de refrigeração. No circuito primário, a água
é aquecida a uma temperatura de cerca de 320°C, sob uma pressão de 157
atmosferas. Depois, essa água aquecida é enviada a tubulações, até chegar
ao gerador de vapor, onde é vaporizada (circuito secundário). Não há contato
físico entre esses dois circuitos. O vapor gerado aciona uma turbina, que
atua movimentando o gerador que produz corrente elétrica (CÂMARA DE
COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA, [20--?]).

Distribuição e aplicação das fontes


de geração térmicas e não térmicas

No Brasil
O Brasil contava, até dados de 2008, com 1.768 usinas operando, número que
corresponde a uma capacidade instalada de 104.816 MW (megawatts), excluindo
a participação do Paraguai na usina de Itaipu. Desse total de usinas, 159 são
Fontes de geração térmicas e não térmicas 17

hidrelétricas, 1.042 térmicas abastecidas por fontes variadas (gás natural, bio-
massa, óleo diesel e óleo combustível), 320 são pequenas centrais hidrelétricas
(PCHs), duas são usinas nucleares, 227 são as centrais geradoras hidrelétricas
(consideradas pequenas usinas hidrelétricas) e uma é usina solar (BRASIL, 2020).
De acordo com o “Anuário Estatístico de Energia Elétrica 2020” (BRASIL,
2020), elaborado pelo Ministério de Minas e Energia, a geração de energia
elétrica no Brasil dividia-se, de 2015 a 2019, conforme o Quadro 2.

Quadro 2. Distribuição da geração de energia elétrica no Brasil

2015 2016 2017 2018 2019

Total 581.486 578.898 587.962 601.396 626.324

Hidráulica 359.743 380.911 370.906 388.971 397.877

Gás natural 79.503 56.550 65.591 54.295 60.188

Derivados 25.708 12.207 12.911 10.293 7.846


de petróleo
(óleo diesel e
combustível)

Carvão 19.096 17.001 16.257 14.204 15.327

Nuclear 14.734 15.864 15.739 15.674 16.129

Biomassa 47.394 49.236 49.385 51.876 52.111


(lenha, bagaço
de cana e
lixívia)

Eólica 21.626 33.489 42.373 48.475 55.986

Solar 59 85 831 3.461 6.651

Outras (gás 13.623 13.554 13.968 14.147 14.210


de coqueria,
outras
secundárias,
outras não
renováveis,
outras
renováveis
e solar)

Fonte: Adaptado de Brasil (2020).


18 Fontes de geração térmicas e não térmicas

A energia hidráulica tem sido a principal fonte de geração do sistema


elétrico no Brasil por muitas décadas. Isso ocorre devido à competitividade
econômica dessa fonte e devido à abundância da água no país. Assim, o Brasil
conta com um sistema gerador de eletricidade com mais de 150 GW de capa-
cidade instalada, no qual predomina a geração por hidrelétrica, decorrente
da extensão do território nacional, que apresenta muitos planaltos e rios
caudalosos. Estima-se em 172 GW o potencial hidrelétrico brasileiro, sendo
mais de 60% já aproveitados. Cerca de 70% do potencial ainda não aprovei-
tado localiza-se nas bacias hidrográficas Amazônica e Tocantins-Araguaia
(EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA, [20--?]).
O governo brasileiro ingressou na geração termonuclaer no final da dé-
cada de 1960, cogitando a necessidade de complementação térmica para
suprir a demanda de eletricidade no Rio de Janeiro. Essa complementação
foi buscada por meio da construção da Angra I (Figura 9), a primeira usina
nuclear do Brasil, em Angra dos Reis. A construção dessa usina, de 657 MW,
foi iniciada em 1972, e a primeira reação nuclear em cadeia se deu em março
de 1982. A Angra I começou a operar comercialmente em janeiro de 1985,
mas interrompeu suas operações logo depois e voltou a funcionar apenas
em abril de 1987, de modo intermitente, até dezembro de 1990, com 600 MW
médios por somente 14 dias. As interrupções no funcionamento da usina se
tornaram menos comuns entre 1991 e 1994, e, a partir de 1995, sua operação se
tornou regular (CÂMARA DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA, [20--?]).

Figura 9. (a) Usina termonuclear Angra I durante sua construção e (b) atualmente.
Fonte: Associação Brasileira de Energia Nuclear (2017, documento on-line).

Em 1976, foi iniciada a construção de Angra II, de 1.350 MW, com previsão de
início de operação comercial para 1983. Entretanto, devido à falta de recursos,
a construção da Angra II foi paralisada por muitos anos e seu reator passou a
operar apenas em julho de 2000, com carga de 200 a 300 MW. Essa usina funcio-
Fontes de geração térmicas e não térmicas 19

nou regularmente, com 915 MW médios, entre 20 de agosto e 3 de setembro de


2000. A partir desse ano, Angra II operou intermitentemente, com potência de
1.350 MW médios (CÂMARA DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA, [20--?]).
Segundo Reis (2017), quanto à energia termelétrica a gás e a vapor, têm
sido utilizados, sobretudo, gás natural, óleo combustível e carvão mineral.
O carvão é utilizado, majoritariamente, no Sul do país, mas sua participação
no conjunto total de geração é ínfima devido aos custos elevados e à baixa
qualidade do carvão disponível no Brasil.
O gás natural é o combustível que apresenta maiores perspectivas de
aplicação no país, considerando curto e médios prazos, devido à grande oferta
e aos preços competitivos, pois é encontrado em quantidades significativas
nos país vizinhos e dentro do Brasil. Além disso, para a implementação de
centrais termelétricas a gás, não é necessário longo tempo de trabalho. Sobre
a disponibilidade desse combustível no país, ainda não há dados seguros,
mas é sabido que essa disponibilidade é muito significativa, considerando
as reservas de Urucu e Juruá, localizadas na região amazônica, e a Bacia do
Pré-Sal (Figura 10), situação na costa Sudeste do Brasil (REIS, 2017).

Figura 10. Polígono do Pré-Sal.


Fonte: Oliveira (2019, documento on-line).

O Brasil deve, no longo prazo, dar preferência ao uso de gás natural


para gerar eletricidade, seguindo a tendência de outros países, devido
aos menores impactos ambientais decorrentes da geração de eletricidade a partir
20 Fontes de geração térmicas e não térmicas

desse combustível, quando comparado a outras formas de geração termelétrica.


Nesse sentido, o gás natural pode atuar como uma ponte durante a transição
para um contexto de matriz energética baseada em recursos renováveis e,
portanto, sustentável.

A geração de energia elétrica a partir do aproveitamento do carvão mi-


neral foi iniciada nos anos 1950, com a construção das usinas termelétricas
de Charqueadas (RS), com 72 MW de potência instalada, Capivari (SC), com
100 MW, e Figueira (PR), com 20 MW, com estudos anteriores sobre a temática
(CÂMARA DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA, [20--?]).
O Brasil possui um grande potencial do recurso eólico, e a EPE se preo-
cupa em incluir a energia eólica de modo seguro e econômico no Sistema
Interligado Nacional (SIN). Para se alcançar esse feito, são realizados estudos
acerca do efeito da energia eólica no planejamento da expansão do SIN.
Esses estudos são baseados na contabilização da energia gerada pelos
parques que já estão operando no país, na medição de vento nos parques
vencedores dos leilões de energia, entre outros dados. Além disso, são
considerados os efeitos ambientais da instalação dos parques eólicos,
mesmo que esses impactos sejam considerados baixos (EMPRESA DE PES-
QUISA ENERGÉTICA, [20--?]).
De acordo com Reis (2017), o aumento da aplicação da energia eólica no
Brasil também decorre dos programas de incentivo governamentais, como
o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa).
De fato, o país, por meio de aplicações de pequeno porte, a maioria do tipo
experimental, chegou a ter uma potência instalada de aproximadamente
17,25 MW no fim de 2003 e de 548 MW em agosto de 2009, perfazendo 0,52%
da capacidade instalada no Brasil.
O Brasil apresenta elevado potencial para uso de energia solar para a
geração de energia elétrica, especialmente em larga escala, devido a várias
características naturais favoráveis, como os altos níveis de insolação. Esses
fatores fortalecem a atração de investidores e o desenvolvimento dessa fonte,
possibilitando que seja vislumbrado um papel importante na matriz elétrica
para a energia solar. Além disso, de acordo com a EPE, a geração fotovoltaica
de energia possui vantagem de grande flexibilidade locacional, sobretudo
no que diz respeito à geração distribuída, além de facilidade de instalação,
devido ao curto período necessário para execução dos projetos (EMPRESA
DE PESQUISA ENERGÉTICA, [20--?]).
Fontes de geração térmicas e não térmicas 21

No mundo
A geração de energia elétrica a partir da energia eólica tem crescido mundial-
mente, sobretudo por seu preço atrativo. Muitos países já contam com uma
significativa geração eólica, com grandes fazendas eólicas, como a Alemanha,
os Estados Unidos, a Dinamarca, a Espanha, a Holanda e a Índia (REIS, 2017).
O carvão é responsável por, aproximadamente, 8% de todo o consumo
mundial de energia e por cerca de 39% de toda a energia elétrica gerada no
mundo. Visando a garantir a preservação do carvão na matriz energética
do mundo e respeitando as metas ambientais, tecnologias de remoção de
impurezas e de combustão eficiente do carvão têm sido pesquisadas e de-
senvolvidas (CÂMARA DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA, [20--?]).
No mundo, há diversos sistemas termossolares instalados, incluindo
projetos-piloto e operação comercial. Esses sistemas são aplicados em regiões
com alta incidência de energia solar. Além disso, existem estudos sobre a
instalação de sistemas de grande capacidade em regiões desérticas. Dessa
forma, no mundo, há muitos projetos-piloto voltados para pesquisa, pois
esse tipo de sistema representa custos unitários elevados e é uma opção
muito relevante devido ao uso da fonte de energia renovável mais disponível
(REIS, 2017).
Quanto à geração de energia fotovoltaica, de acordo com Reis (2017), há
mais aplicação, mesmo que seja de menor porte, em países desenvolvidos,
como Estados Unidos, Alemanha e Japão, e em países em desenvolvimento
para a alimentação de pequenos sistemas isolados, projetos-piloto e em
eletrificação de equipamentos solitários, como radares, por exemplo.

Referências
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Brasília: ANEEL, 2005. (E-book).
ARAÚJO JÚNIOR, P. do S. Análise comparativa do balanço energético da energia solar
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Acesso em: 26 mar. 2021.
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sistema elétrico. 2017. Disponível em: http://www.aben.com.br/noticias/ha-35-anos-
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https://www.carvaomineral.com.br/interna_conteudo.php?i_subarea=6&i_area=4.
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22 Fontes de geração térmicas e não térmicas

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União, Brasília, 9 jan. 1997. Disponível em: https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?
tipo=LEI&numero=9433&ano=1997&ato=a12ATVU90MJpWTbaf. Acesso em: 26 mar. 2021.
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Leituras recomendadas
BORGES NETO, M. R.; CARVALHO, P. Geração de energia elétrica: fundamentos. São
Paulo: Érica, 2012.
ELETROBRÁS. Dicionário da energia elétrica. c2021. Disponível em: https://eletrobras.
com/pt/Paginas/Dicionario-da-Energia-Eletrica.aspx. Acesso em: 26 mar. 2021.
PERUZZO, J. Fundamentos da energia nuclear. Irani: Edição do Autor, 2012.
PEYERL, D. O petróleo no Brasil: exploração, capacitação técnica e ensino de geociências
(1864–1968). São Bernardo do Campo: UFABC, 2017.

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