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COLÉGIO ESTADUAL JÚLIO SALUSSE

JULIA DINELLI THOMÉ, JHULIAN MALHARD, NICOLE DE MELLO PIMENTEL


E BERNARDO MENDONÇA

ENERGIA EÓLICA

NOVA FRIBURGO
2022
JULIA DINELLI THOMÉ, JULIAN MALHARD, NICOLE MELLO BERNARDO
MENDONÇA

ENERGIA EÓLICA

É o processo pelo qual o vento é transformado em energia cinética e a partir dela em


eletricidade com o uso de equipamentos específicos.

RESPONSÁVEL Elisangela Cruz

NOVA FRIBURGO
2022
SUMÁRIO

Resumo

1. Introdução

2. Fundamentos teóricos
2.1. Impactos ambientais
2.2. Tecnologia
2.3. Produção de energia eólica

3. Metodologia

4. Resultados

5. Conclusão

Referências

Autoria

RESUMO
As questões ambientais e a constante preocupação com as mudanças climáticas
levaram a uma corrida pelo desenvolvimento e inserção de tecnologias de energias
renováveis na matriz elétrica em diversos países. Nesse contexto, a energia eólica é
considerada uma das mais promissoras fontes naturais de energia, principalmente
porque é renovável, não se esgota, limpa, distribuída globalmente e, se utilizada
para substituir fontes de combustíveis fósseis, auxilia na redução do efeito estufa.
Além desses benefícios, pode-se trazer vantagens globais e nacionais, como por
exemplo, os benefícios com a redução das emissões de gás carbono e a segurança
do abastecimento energético. O grande potencial de geração no Brasil é a eólica,
que compõe apenas uma pequena parte da matriz energética brasileira, mas que
vem ganhando destaque nos leilões, por conta de sua competitividade. O presente
trabalho se propôs a demonstrar a viabilidade do potencial dessa matriz e como a
utilização de fontes de energias renováveis é importante para a busca do
desenvolvimento sustentável. Para isso, foi realizado uma revisão bibliográfica
sistemática, estruturada, através de uma revisão bibliográfica em artigos da área. A
partir dos dados apresentados no resultado desse estudo, discutiu-se a importância
desse tema que servirá de embasamento e guia para estudos futuros que
demonstrem o esforço do país na procura por um desenvolvimento econômico e
social, que leve em consideração o meio ambiente e sua sustentabilidade.
1.INTRODUÇÃO

O desenvolvimento sustentável é um dos assuntos de maior relevância na


atualidade, uma vez que está relacionado não só com a economia, mas também
com o meio ambiente e com a sociedade (UNITED NATIONS, 1987, p.64).
A qualidade de vida de uma sociedade, por sua vez, está intimamente ligada ao
seu consumo de energia. A melhoria nos padrões de vida, principalmente em países
em desenvolvimento, gera aumento da demanda energética e, dessa forma,
necessitam de um melhor planejamento energético que aborde a segurança no
suprimento de energia e os custos ambientais para atender a este aumento de
consumo de energia (GOLDEMBERG, 2008).
Alguns especialistas (Welch; Venkateswaran, 2009; Terciote, 2002) consideram
que a energia eólica é uma fonte energética capaz de suprir as demandas de uma
sociedade, sem prejudicar gerações futuras, e por isso, o uso deste tipo de energia
renovável vem crescendo mundialmente.
No início de 2000, os projetos contratados decorrentes das políticas de incentivo, e
principalmente no final da década com a entrada da energia eólica no mercado
regulado de energia, colocou o Brasil entre os países com maior crescimento na
implantação de novos parques eólicos e gerou otimismo entre os agentes públicos e
privados do setor elétrico (SIMAS, 2013).
Decorrente destes fatores, o objetivo do presente estudo foi realizar uma revisão
da literatura sobre energia eólica e a viabilidade do potencial dessa matriz
energética no Brasil, levando em conta o meio ambiente e sua sustentabilidade. O
estudo está organizado em tópicos, onde no primeiro apresenta-se os fundamentos
teóricos necessários para o entendimento claro da pesquisa e em seguida, a
metodologia utilizada para a elaboração da revisão bibliográfica. Posteriormente são
apresentados os resultados juntamente com a discussão dos fatos, finalizando com
a conclusão do estudo.
2.FUNDAMENTOS TEÓRICOS

Os primeiros indícios da utilização de energia eólica para a realização de trabalhos


mecânicos datam cerca de dois mil anos atrás, sendo utilizada nas máquinas de
Heron em Alexandria (PINTO, 2012).
Segundo Duarte (2004), o surgimento da tecnologia do aproveitamento do vento
foi uma consequência da crise energética de 1973. Diante do aumento do preço do
petróleo e da necessidade de produzir eletricidade a preços inferiores e de forma
limpa e renovável, foram desenvolvidos os atuais aerogeradores. Segundo os
autores Terciote (2002), Welch e Venkateswaran (2009), nos últimos anos a energia
eólica tornou-se uma peça fundamental na geração de energia, principalmente
elétrica, devido à grande expansão em pesquisas e nas técnicas de
desenvolvimento para transformar o movimento do vento em energia. Atualmente,
esta fonte energética vem sendo descrita como uma das mais importantes e
promissoras tecnologias na geração complementar de energia, por ser facilmente
acessível e abundante na natureza (TERCIOTE, 2002; WELCH;
VENKATESWARAN, 2009).
Com o aprimoramento e aumento da potência das máquinas eólicas, os custos de
geração de eletricidade a partir dos ventos vêm diminuindo, o que também reflete na
proliferação de inúmeros parques eólicos ao redor do mundo (WELCH;
VENKATESWARAN, 2009).
Energia eólica é a energia cinética contida na massa de ar em movimento (vento).
Dessa forma, faz-se importante conhecer o comportamento e as características dos
ventos para que seja possível compreender os aspectos necessários para uma
adequada modelagem eólica em uma determinada região. A conversão da energia
cinética de translação do vento em energia cinética de rotação, ocorre a partir do
uso de turbinas eólicas, também denominadas aerogeradores, as quais são
fundamentais para a geração de eletricidade. A captação da energia cinética do
vento pode ser feita basicamente utilizando-se dois tipos de turbinas: turbinas de
eixo vertical e as de eixo horizontal. No primeiro caso, engrenagem e gerador são
colocados ao nível do solo e a turbina é movida por forças de arraste ou
sustentação. Estas turbinas apresentam baixa complexidade de fabricação e são
bastante indicadas para características de vento similares ao sul da América Latina
(FARRET, 2014).
Já as turbinas de eixo horizontal possuem as engrenagens, eixo e gerador
alinhados com a direção do vento, sendo a opção mais utilizada mundialmente em
parques de geração eólicos comerciais. Podem ainda ser encontradas algumas
configurações em função do número de pás, sendo que as turbinas com três pás
são as mais empregadas por apresentarem menor esforço mecânico, menor
oscilação de torque e por provocarem menor ruído (BORGES NETO; CARVALHO,
2012).
Os autores acima completam que nos últimos dez anos, as torres de geradores
ficaram mais altas, passando de 50 metros para os 100 a 120 metros atuais, o que
permite captar ventos mais velozes. Ao mesmo tempo, a potência das máquinas
triplicou, para 3 megawatts. Os geradores mais eficientes reduziram o custo da
energia eólica. Hoje, o preço médio é 45% menor do que há dez anos, fazendo com
que a energia eólica seja a segunda energia mais barata no país. Com isso, criou-se
um “círculo virtuoso” de atração de investimentos.
Os investimentos para implantação de um projeto de formação de energia renovável
são altos, sendo que a maior parte do investimento se concentra na fase inicial do
projeto, uma vez que o custo dos equipamentos corresponde a até 75% do
investimento total de um parque eólico (TOURKOLIAS; MIRASGEDIS, 2011).
Valentine (2010) alerta para o fato de que o local de implementação de um parque
eólico deve ser favorável para a formação de ventos. Entretanto, nem sempre os
locais apropriados para a instalação dos geradores estão próximos do local de
consumo, causando custos que podem inviabilizar a implantação. Acrescenta que,
dependendo da distância do grid, os projetos de energia eólica podem se tornar
comercialmente inviáveis, criando custos associados à conexão. Entretanto, quando
é possível se integrar a outras fontes de energia e consequentemente utilizar a
infraestrutura delas, os sistemas eólicos podem trazer vantagens econômicas como
exemplo, a instalação dos geradores próximos aos locais de consumo devido a não
necessidade das redes de transmissão (TERCIOTE, 2002).
Vários dos principais estudos realizados em 2010 sobre a integração da energia
eólica ao grid de energia elétrica apontam novas evidências do baixo custo
proporcionado a este tipo de sistema (AMERICAN WIND ENERGY ASSOCIATION –
AWEA, 2005).
Nesse contexto, Jannuzzi (2003) comenta que os sistemas elétricos eólicos
possuem características diferenciadas dos sistemas utilizados nas hidrelétricas, pois
podem ser utilizados na forma de geração distribuída, que é um sistema interligado a
grandes redes de transmissão e distribuição através de parques eólicos com
aerogeradores de grande porte ou ser utilizado de forma isolada, através de
aerogeradores de pequeno porte proporcionando assim um baixo custo. Terciote
(2002) cita outra evidência de baixo custo como sendo os casos de sistemas
híbridos onde há ganhos econômicos, citando os sistemas eólico/diesel, onde o
motor diesel garante a regularidade e estabilidade no fornecimento de energia
dispensando sistemas de armazenamento e a implantação híbrida de aerogeradores
(JANNUZZI,2003).
A implantação de energias renováveis apresenta um impacto importante sobre a
economia, uma vez que favorece o desenvolvimento de indústrias de equipamentos
para consumo interno e até mesmo para a exportação (TOURKOLIAS;
MIRASGEDIS, 2011).
Elbia Silva Gannoum, (2015) da ABE Eólica, cita que no ano passado, o setor criou
40 mil postos de trabalho, e que está previsto a criação de outros 50 mil novos
postos de trabalho para esse ano. Comenta, que a instalação dos geradores não
prejudica o agricultor nem o seu cultivo, sendo que as duas atividades podem
conviver juntas. Os autores, Río, Burguillo (2008), acrescentam que na maioria das
vezes, as terras em que são construídos os parques eólicos são arrendadas e, essa
questão gera outro aspecto importante, uma vez que os aerogeradores ocupam
apenas uma pequena fração da área, e o restante da área arrendada pode ser
utilizado para outras atividades produtivas na propriedade (RÍO; BURGUILLO,
2008).
Llera Sastresa et al., (2010) acrescenta que no interior do Nordeste onde há
ventos melhores do que no litoral, a criação destes parques eólicos muitas vezes
acontece em regiões pobres como no sertão. As empresas arrendam as terras,
constroem os parques em terrenos usados por pequenos produtores rurais,
possibilitando uma renda extra para as famílias que antes viviam apenas do cultivo
da terra. Não é somente os proprietários de terras que lucram com isso, mas os
trabalhadores envolvidos diretamente na construção e implantação das usinas, uma
vez que ocorre aumento na demanda por bens e serviços.
A competitividade das empresas se dá pela qualificação da mão de obra, sendo
esse um ativo adicional favorecendo novas oportunidades de investimentos e
negócios (LLERA SASTRESA et al., 2010).
Para Maurício Tolmasquim (2011), presidente da Empresa de Pesquisa Energética
(EPE) que é vinculada ao Ministério de Minas e Energia, afirma que a produção
eólica do Brasil é referência no mundo todo, sendo estudada por países da Europa,
como a Alemanha, e outros da América Latina. Destaca que, com os parques
eólicos, se dá a criação de empregos em fábricas, para atender a instalação e
manutenção de equipamentos nos parques eólicos.

2.1.IMPACTOS AMBIENTAIS

Mesmo tendo um impacto ambiental bastante reduzido quando comparado à


maioria das outras fontes energéticas, a geração de energia elétrica a partir de
turbinas eólicas gera alguns impactos como por exemplo: impacto visual, ruído,
interferência eletromagnética e danos à fauna (TERCIOTE, 2002).
O impacto visual está relacionado com a área necessária para a instalação do
parque. Para que a perturbação do vento causada por uma turbina não interfira
significativamente no funcionamento das turbinas vizinhas, faz-se necessário um
espaçamento mínimo entre cinco a dez vezes a altura da torre (BORGES NETO;
CARVALHO, 2012).
Segundo Duarte (2004), o impacto relacionado pela geração de ruídos, embora
existam no mercado turbinas de baixo ruído, é inevitável a existência de um
zumbido, principalmente à baixas velocidades do vento, uma vez que, o ruído das
altas velocidades do vento se sobrepõe ao ruído das turbinas. O ruído pode ter duas
origens: mecânica (que vem da caixa de engrenagem que multiplica a rotação das
pás para o gerador) e/ou aerodinâmica (decorrente do movimento das pás em
decorrência do vento, que pode ser mais perturbador no período noturno e
localizados na sua imediata vizinhança) (TERCIOTE, 2002; CHURRO et al, 2004).
A preocupação relativa à fauna é com os pássaros, os quais podem vir a colidir
com as estruturas (torres de alta tensão, mastros e janelas de edifícios) e com as
turbinas eólicas, devido a dificuldade de visualização (WELCH; VENKATESWARAN,
2009).
Entretanto, o impacto ambiental que a energia eólica gera, é muito mais inferior
quando comparado à energia proveniente do combustível fóssil (petróleo), a qual
provoca um grande impacto ambiental produzindo emissões gasosas que, além de
poluentes, destroem ecossistemas.
Já a energia eólica, por sua vez, pode servir eternamente aos propósitos
energéticos com quase nenhum impacto ambiental (DUARTE, 2004).
Essa matriz energética, não emite dióxido de carbono (CO2) na atmosfera e
apresenta um balanço energético extremamente favorável. Na fase de fabricação e
instalação dos equipamentos, há baixíssima emissão de CO2 que, após o período
de três a seis meses de funcionamento dos aerogeradores, esse gás deixa de ser
produzido. Esse impacto varia muito de acordo com o local das instalações, o
arranjo das torres e as especificações das turbinas (TERCIOTE, 2002).
Um ponto favorável ao uso dessa matriz energética, é o fato de ser possível utilizar
a área do parque eólico como pastagens e outras atividades agrícolas uma vez que
a energia eólica não utiliza água como elemento motriz, nem como fluido refrigerante
e não produz resíduos radioativos ou gasosos. Outra consideração, é que esses
parques tendem a atrair turistas, gerando renda, emprego, arrecadações e
promovendo o desenvolvimento regional (TERCIOTE, 2002).
Com o uso dessa energia no Brasil, constata-se que os projetos de energias
renováveis representam 37% do total de projetos, sendo que cerca de 5% destes
são provenientes da força dos ventos. Isto representa a geração de mais ou menos
3,2 milhões de créditos de carbono, ou aproximadamente 50 milhões de reais.
Avaliando esses dados, observa-se que o Brasil poderá multiplicar por 5 sua
emissão de créditos de carbono através das usinas eólicas, haja visto que
atualmente apenas 400 MW provenientes de energia eólica resultaram em créditos
de carbono (Ministério do Meio Ambiente, 2011 MMA).
2.2.TECNOLOGIA

O acentuado avanço tecnológico da energia eólica tem sido importantíssimo para


consolidá-la como energia viável, contribuindo para o aumento da competitividade
deste processo no Brasil. A melhoria da tecnologia proporcionando maior eficiência e
redução nos preços dos aerogeradores, juntamente com o aumento excessivo nos
preços do petróleo e gás natural, fizeram o custo da energia eólica se tornar mais
competitiva, ficando perto de se tornar auto sustentável financeiramente, sem
necessitar do apoio de governos federais (WELCH & VENKATESWRAN,2009;
TERCIOTE, 2002).
A energia eólica também está numa posição favorável de acordo com o Return On
Investment (ROI), quando comparada a outras fontes de geração de energia, pois
apesar de apresentar custos de produção elevado, não é necessariamente uma
tecnologia mais cara em comparação com a energia nuclear ou outras
termoelétricas. Além disso, a maioria das pesquisas indicam que, se os custos
externos econômicos e ambientais associados com as várias formas de geração de
eletricidade forem internalizadas, a energia eólica seria uma forma economicamente
superior à produção de eletricidade, mesmo em comparação com termelétricas a
carvão (VALENTINE, 2010).
Jannuzzi (2003) completa que com as oportunidades de melhoramentos
tecnológicos, deverá haver uma redução nos custos, permitindo estabelecer metas
bastante ambiciosas para instalação de sistemas de geração nos próximos 30 anos.
Élbia Silva Gannoum, (2015), presidente executiva da ABE Eólica, descreve um
horizonte de crescimento virtuoso para a fonte eólica. Acrescenta que, considerando
que a fonte eólica é ainda muito nova no mundo, temos muitas margens de inovação
tecnológica direcionadas para a redução dos custos de produção, além de fatores
estruturais e uma vantagem comparativa que o país possui que são os melhores
ventos do mundo para a produção eólica, o que faz com que nossos fatores de
capacidade sejam muito altos diminuindo os custos de produção.
2.3.PRODUÇÃO DE ENERGIA EÓLICA NO BRASIL

O Brasil foi o país pioneiro na América Latina a instalar um aerogerador, no início


da década de 1990. Historicamente, o Brasil se baseou na geração de energia
hidrelétrica que hoje supre 80% das necessidades do país. Esse sistema associado
ao vento, torna-se uma combinação ideal para o desenvolvimento em larga escala
da energia eólica, uma vez que ela pode ser utilizada em sistemas isolado ou em
sistemas interligados ao grid, e também em sistemas híbridos, que são sistemas em
que, desconectados da rede convencional, apresentam várias fontes de geração em
conjunto (VALENTINE, 2010).
O levantamento realizado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), “Energia
Eólica no Brasil e Mundo”, aponta que o país foi o quarto colocado no ranking
mundial de expansão de potência eólica em 2014, com 2.686 megawatts (MW),
sendo superado pela China (23.149 megawatts), Alemanha (6.184 megawatts) e
Estados Unidos (4.854 megawatts). No Plano Decenal de Expansão de energia
(PDE 2022), o governo estima que a capacidade instalada eólica do Brasil chegue
em torno de 24 mil MW. Desse total 21 mil MW deverão ser gerados na região
Nordeste, o que vai representar 45% do total produzido na região (PORTAL BRASIL,
2016).
O Atlas do Potencial Eólico Brasileiro lançado em 2001, estimou em 143 GW a
potência tecnicamente aproveitável do Brasil. Esse mapeamento, teve como objetivo
identificar áreas adequadas para aproveitamento eólico-elétricos. Através desse
estudo, estimou-se que as regiões Nordeste, Sudeste e Sul correspondem a cerca
de 90% (CRESESB, 2016).
Somente a região nordeste, tem uma capacidade de 75.000MW. Os primeiros
sensores e anemógrafos computadorizados instalados no Ceará e em Fernando de
Noronha (PE), no início dos anos 1990, possibilitaram a determinação do potencial
eólico local e a instalação das primeiras turbinas eólicas do Brasil (BRASIL SOLAIR,
2015).
3.METODOLOGIA

Este estudo trata-se de uma revisão de literatura, baseada em analisar a


viabilidade do potencial eólico no Brasil. Neste trabalho, seguiram-se os preceitos do
estudo exploratório, por meio de uma pesquisa bibliográfica, que, segundo Gil
(2008), “é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído de livros e
artigos científicos” e, em seguida, procedeu-se à análise dos dados coletados. Na
primeira etapa, foi realizada coleta de informações em livros e artigos científicos.
Complementarmente foram pesquisadas notícias em revistas e jornais relevantes a
viabilidade do potencial eólico no Brasil.
O presente estudo inicia-se com a determinação de objetivos já explicitados no
tópico de introdução. Na sequência, as reflexões sobre a viabilidade do potencial
dessa matriz energética no Brasil, analisando os impactos ambientais, as
tecnologias envolvidas, e a citação da região nordeste pelo seu alto potencial de
instalação das torres eólica em função do regime de ventos.
É inevitável a discussão sobre a utilização da energia eólica como fonte de energia
renovável, bem como as preocupações que surgem com sua utilização. Essas
discussões levam o país a procurar por um desenvolvimento econômico e social que
leve em consideração o meio ambiente e sua sustentabilidade.

4.RESULTADOS

Ao longo deste artigo, descreveu-se sobre a viabilidade do potencial da matriz


energética no Brasil e como a utilização de fontes de energias renováveis colaboram
para a busca do desenvolvimento sustentável.
Foram apresentados os pontos positivos na utilização dessa matriz energética e os
pontos que necessitam de atenção, principalmente relacionados aos impactos
ambientais. Sabemos que existem problemas e muitos desafios pela frente. Jorge
Antônio Villar (2015), coordenador do Centro de energia eólica da PUC-RS, alerta
sobre a desestruturação e dinâmica ambiental e ecológica de dunas locais que são
modificadas com a instalação dos parques eólicos. Acrescenta que a atividade
deveria contar com uma maior preocupação relativa aos métodos e procedimentos
para que os impactos socioambientais possam ser minimizados.
Por sua vez, Gannoum (2015) da ABE Eólica, reforça que os prejuízos da
atividade são mínimos, comparados com os avanços tecnológicos e benefícios para
o País e que todo empreendimento só é contratado sob licença ambiental.
Esse tipo de estudo é fundamental para que o Brasil se desenvolva socialmente e
economicamente, uma vez que, embora haja programas governamentais de
incentivo à energia eólica, estes ainda são modestos se comparados ao potencial
eólico que o país possui.

5.CONCLUSÃO

A análise da literatura existente nos expõe a natureza incontrolável intermitente da


energia eólica. Ela passa a ser uma fonte nova no planejamento de ampliação do
sistema elétrico brasileiro sendo, um potencial de exploração o qual oferece energia
ambientalmente sustentável e suficiente para suprir a previsão de demanda nas
próximas décadas. Por não emitir dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, apresenta
um balanço energético extremamente favorável, e o seu impacto ambiental, é muito
mais inferior quando comparado à energia proveniente do combustível fóssil
(petróleo), a qual provoca um grande impacto ambiental produzindo emissões
gasosas que, além de poluentes, destroem ecossistemas. Seu uso é promissor, e os
fatores que permitem um horizonte de crescimento virtuoso para essa fonte natural
de energia renovável, estão fundamentados em uma vantagem que o pais possui
que são os melhores ventos do mundo para a produção eólica, além disso,
considerando que a fonte eólica é ainda muito nova no mundo, existem
oportunidades de melhoramentos e inovações tecnológicas que contribuirá com a
redução nos custos de produção, consolidando a como energia viável, contribuindo
com o país no desenvolvimento econômico e social, que leve em consideração o
meio ambiente e sua sustentabilidade.
REFERÊNCIAS

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