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Eficiência Energética Aplicada a Instalação Elétrica de uma

Residência
Danilo Assis Rebouças 1, Gustavo Alexander de Souza Lima2, Igor Tadeu
Barbosa Machado3.
(danilo2912reboucas@hotmail.com)1, (gustavoalecsander@hotmail.com)2, (machado.igort@gmail.com)3

Prof.ª Orientadora: Elza Koeler de Barros Ribeiro


Centro Universitário de Belo Horizonte – UniBH Campus Cristiano Machado

Resumo: O presente estudo tem por tema a eficiência energética para a redução do consumo de
energia elétrica residencial. A otimização do uso da energia elétrica é algo totalmente viável,
introduzida a partir de decisões apropriadas tanto no projeto de instalação, na utilização dos
equipamentos e por meio de melhorias em uma instalação em uso. Uma instalação elétrica tem
plenas condições de fornecer o mesmo nível de serviço, de segurança, levando à redução do
consumo da energia elétrica. Tendo em vista a importância da eficiência energética no contexto atual,
este trabalho tem como objetivo realizar um estudo de caso analisando o consumo de energia elétrica
de uma residência, de maneira a buscar soluções e suas viabilidades para redução de consumo de
maneira a atingir melhor eficiência da instalação sem abrir mão da qualidade de vida das pessoas.

Palavras-chaves: Energia Elétrica; Instalação elétrica; Otimização energética.

1 Introdução

De acordo com o Anuário Estatístico de Energia Elétrica elaborado pela Empresa de


Pesquisa Energética (EPE, 2021a), o conceito de energia pode ser usado em vários âmbitos
ou contextos diferentes. A energia é um dos conceitos mais usados na física e pode ser
aplicado em vários das suas disciplinas como, por exemplo, mecânica, química e
termodinâmica. Nas aplicações científicas, esse conceito possui uma definição precisa e
está associada ao potencial específico de realização de trabalho ou execução de uma
determinada ação. Qualquer coisa que esteja aquecendo, movendo, por exemplo, está
gastando energia.
O uso de energia elétrica vem se intensificando ao longo dos anos e, paralelamente,
surgem as preocupações com as questões ambientais, o que vem impactando na forma de
utilização dessa energia - cada vez mais eficiente e sustentável. Esse crescente consumo e
suas novas formas de utilização vem sendo objeto de estudo no âmbito nacional e
internacional (CASTRO, 2015).
A energia elétrica é uma das fontes de energia mais importantes e usadas pela
sociedade, que pode ser proveniente de várias fontes de energia, chamadas energias

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primárias, ou seja, aquelas que estão disponíveis na natureza. A matriz elétrica nacional é
composta por 78,1% de energia renováveis, que são aquelas obtidas por meio de fontes que
não causam grandes impactos negativos ambientais e não podem ser exauridas como por
exemplo energia solar; e 21,9% não renováveis, que são aquelas obtidas por meios
esgotáveis, como combustíveis fósseis por exemplo. A matriz elétrica brasileira é composta
maioritariamente por fontes hidráulicas, sendo que esta é responsável por 53,4% de toda a
energia elétrica produzida no país, seguida pelas energias eólica e solar que apresentam
10,6 e 2,5%, respectivamente (EPE, 2022b).
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), no Anuário Estatístico de
Energia Elétrica de 2022, o custo da energia elétrica no Brasil vem aumentando
significativamente ao longo dos anos, sendo que a variação do custo dessa energia para o
consumidor residencial foi em média de 89% mais cara entre os anos de 2012 e 2021. A
tarifa média em 2021 para o consumidor residencial, sem impostos, foi de R$/MWh 630,13
(EPE, 2022a).
Na última década, o país passou por uma crise hídrica e considerando, conforme
mencionado acima, que a matriz elétrica é dependente desse recurso, esse é um fator
preponderante para o aumento das tarifas da energia elétrica. Esse aumento se dá pela
necessidade da utilização de fontes mais caras de geração de energia como as
termelétricas. Esse fator levou o país a uma situação de crise de segurança energética
trazendo incertezas para as tarefas econômicas; indústrias, comércio, serviços e para a
população (GALVÃO; BERMANN, 2015).
Com base nesses fatores, cada vez mais são estudadas alternativas que buscam
otimizar o consumo de energia, seja diminuindo perdas e/ou a quantidade de energia para a
realização da mesma tarefa ou serviço, o que terá como consequência redução no consumo
de energia de uma instalação e, automaticamente na fatura de energia da mesma. Com o
uso excessivo dos recursos naturais, crise hídrica, baixa nos reservatórios, entre outros
problemas que somado aos desafios de se manter em desenvolvimento, a eficiência
energética se apresenta como uma das medidas que mais agregam seja econômica, social
e ambiental (SILVA, 2015).
A otimização do uso da energia elétrica é algo totalmente viável, introduzida a partir
de decisões apropriadas tanto no projeto de uma instalação como na operação da mesma.
Uma instalação elétrica tem plenas condições de fornecer o mesmo nível de serviço, de
segurança, com redução do consumo da energia elétrica. Isso pode ser alcançado por meio
da implantação de um Programa (plano) de Gestão de Energia (PGE) na instalação.
Especificamente, para instalações elétricas de baixa tensão, em 2020, foi publicado a norma
da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 16819 - Instalações Elétricas de
Baixa Tensão - Eficiência Energética, que trata dos critérios específicos para o projeto, a
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execução e a verificação de todos os tipos de instalações elétricas de baixa tensão, inclusive
a geração local e o armazenamento de energia para a otimização do uso eficiente de
energia elétrica (ABNT, 2020).
Em paralelo ao crescimento da utilização energia elétrica e o aumento dos seus
custos, há o crescimento da necessidade de, cada vez mais, se utilizar novas tecnologias e
que essas ofereçam às pessoas mais conforto, versatilidade e automatização de tarefas. A
domótica, técnica de automação em casas e edifícios, atua diretamente no conforto que as
pessoas desejam em seus lares. Contudo, a automação residencial, é uma ferramenta que
também pode ser usada na eficiência energética de uma residência, tendo em vista que ela
pode integrar diversas informações, iluminação, segurança, climatização e afins, numa base
de dados, permitindo assim a incorporação de mecanismos para a implementação de um
PGE (PEDRO, 2021).
Segundo Monteiro (2015), no Brasil foram criados alguns programas, planos e
políticas de eficiência e otimização energética, sendo eles o Programa Nacional de
Conservação de Energia Elétrica (PROCEL), o Programa Nacional de Racionalização do
Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natural (CONPET) e o Programa Brasileiro de
Etiquetagem (PBE), entre outros. Em meio a esses, destaca-se o Selo de Conformidade
cujo objetivo é evidenciar o atendimento aos critérios mínimos de desempenho energético
de determinados equipamentos elétricos. Para validação do selo, o Instituto Nacional de
Metrologia (Inmetro) realiza uma série de testes, cada um de acordo com a categoria do
produto ou serviço, assim assegurando ao consumidor a confiabilidade desse serviço ou
produto. Como exemplo de projetos que alcançaram resultados satisfatórios quanto à
otimização energética pode ser citado o uso de projeto solar, de iluminação e ventilação
natural para substituir a iluminação artificial e a necessidade de climatização. Nesses
projetos foram consideradas as características térmicas e físicas das edificações, as
condições climáticas e o consumo de energia.
No estudo apresentado por Nogueira (2019), buscou a eficiência energética a partir
da substituição de lâmpadas fluorescentes e incandescentes por lâmpadas de LED,
substituição de chuveiro elétrico por sistema termossolar, substituição de aparelhos elétricos
ineficientes por aparelhos eficientes seguindo a classificação da PROCEL. Nesse projeto foi
evidenciada a redução considerável do consumo de energia elétrica em mais de 60%.
Tendo em vista o que foi apresentado acima, o objetivo deste trabalho é apresentar
um estudo de caso de uma instalação elétrica residencial, analisando o consumo das cargas
existentes na instalação e a partir desse levantamento apresentar a viabilidade de
implementação de algumas ações cuja finalidade é a redução do consumo e do valor fatura
de energia da edificação. A metodologia empregada se baseia em estudos de viabilidade
econômica para substituição de equipamentos ineficientes por outros mais eficientes
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energeticamente, substituição de fontes de energia e instalação de módulos fotovoltaicos
como também sugestões de ações que incluam mudanças de hábitos de utilização da
energia.

2 Referencial Teórico

2.1 A energia elétrica

De acordo com Abrahão e Souza (2021), o consumo mundial de energia elétrica


aumenta constantemente, pois está associado principalmente ao desenvolvimento das
sociedades. No Brasil, mesmo em meio aos avanços da eficiência energética, entre os anos
de 2000 a 2019, o consumo de energia elétrica cresceu em média geométrica anual a 2,8%.
Tal constatação acaba justificando a preocupação com o crescimento contínuo do consumo
associado à segurança energética e a necessidade de investir na ampliação da capacidade
instalada.
Segundo Nascimento e Alves (2016), até o final do século passado, grande parte da
energia elétrica produzida era obtida por meio da queima de combustíveis fósseis, como o
petróleo, o carvão e o gás natural. Essas são fontes de energia não renováveis, contudo,
possuem um rendimento considerável, mas são recursos limitados e poluentes, o que acaba
por trazer preocupações quanto ao seu esgotamento e o seu impacto ambiental. A Figura 1
indica as principais fontes de energia da Matriz Elétrica Brasileira.

Figura 1. Matriz Elétrica do Brasil.

Fonte: EPE (2022b).

Observa-se a partir da imagem apresentada na Figura 1 que a energia elétrica


produzida a partir de usinas hidrelétricas as quais utilizam a energia hidráulica é a que mais

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se destaca entre as demais fontes de energia, fato que pode ser favorecido pela grande
quantidade de recursos hídricos que existe no país.
Oliveira et al. (2021), estimam que as fontes de energia renováveis irão representar
aproximadamente 84% da matriz elétrica no Brasil até o ano de 2023. O território brasileiro
possui significativos níveis de irradiação solar, disponibilidade de vento em várias regiões e
uma grande capacidade de produção de biomassa. Todos esses fatores colocam o país
como um potencial desenvolvedor de energia renovável.
Almeida (2022), salienta que o Brasil possui uma reserva de água doce maior do que
qualquer outro país do mundo, chegando a 12% do volume total de água do planeta, com
6.950 km³. No entanto, segundo esse mesmo autor, é preciso uma melhor gestão dos
recursos hídricos, pois apesar de configurar como a maior potência em água doce, acaba
importando energia elétrica de outros países como Paraguai, Uruguai e Argentina.
As usinas hidrelétricas são responsáveis por 17% da produção de energia elétrica no
mundo. O processo utilizado é basicamente converter a energia hidráulica em energia
mecânica utilizando turbinas horizontais e verticais, onde a água ao passar sobre as pás das
turbinas, exerce uma força que move um grande sistema de engrenagens que transmite a
potência mecânica para um gerador de energia. Em outras palavras, essa conversão da
energia hidráulica em energia elétrica é realizada em dois processos, no primeiro processo,
a energia hidráulica é transformada em energia mecânica rotacional pela turbina e no
segundo processo, a energia mecânica é convertida em energia elétrica. Toda a corrente e
tensão produzidas nessas usinas passam por processos de transmissão e distribuição até
chegar ao consumidor final. (SANTOS, 2020).
As usinas hidrelétricas podem ser divididas em: usina hidrelétrica (UHE); Pequena
Central Hidrelétrica (PCH) e Central Geradora Hidrelétrica (CGH). Essas usinas se
diferenciam principalmente pela potência instalada. A capacidade de geração de uma CGH
é de até 5 MW, da PCH está entre 5 a 30 MW e da UHE acima de 30 MW. Outra diferença
entre esses tipos de usina é o tamanho ou área. A usina CGH por ser menor tanto em
tamanho como potência produzida, requer apenas um simples registro para regularizar seu
funcionamento. Já a PCH pode operar a fio d’água e necessita de uma área de reservatório
igual ou inferior a 3km², cerca de 300 hectares. Em geral, estas usinas são projetadas
próximas do local de consumo, o que não requer investimentos muito altos devido às perdas
de transmissão (SIQUEIRA, 2021).
De acordo com Andrade e Santos (2018), a implantação de hidrelétricas é uma das
melhores opções para a geração de energia, segundo alguns aspectos: possui custo de
energia mais competitivo em relação às outras fontes primárias; o país tem um grande
recurso hídrico a ser explorado; emite menos gases de efeito estufa; é uma forma de

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energia renovável; possui capacidade para influenciar o desenvolvimento socioeconômico
local.
No entanto, segundo Siqueira (2021), existem alguns pontos que precisam ser
considerados na implantação de usinas hidrelétricas, como os impactos sociais, por
exemplo. Entre os fatores que precisam ser avaliados, cita-se:

(...) baixo valor de indenização pago considerado baixo pelos trabalhadores


rurais residentes na área alagada; deslocamento compulsório da população;
empobrecimento e êxodo rural, aumentando periferia das grandes cidades;
crescimento na taxa de desemprego após a conclusão da obra; destruição
de referências culturais para a vida social; em alguns casos, alagamento de
terras indígenas (SIQUEIRA, 2021, p. 44).

Santos (2020), pondera que não há dúvidas quanto à importância da energia elétrica
para a humanidade, porém, os investimentos de fontes renováveis de energia acabam não
sendo suficientes ou apropriados à relevância que a ampliação da matriz elétrica possui.
Desta forma, esse autor ressalta que a eficiência energética deveria ser um assunto de
maior abrangência, pois apenas investir nas fontes alternativas de energia elétrica não será
suficiente se não houver um consumo mais consciente por parte de toda a sociedade.

2.2 A eficiência energética

Em dezembro de 1985 foi criado o Programa Nacional de Conservação de Energia


Elétrica (PROCEL). Esse programa é coordenado pelo Ministério de Minas e Energia e
executado pela Eletrobras, cuja finalidade é promover o uso eficiente de energia e combater
o seu desperdício. Já em dezembro de 1993, o PROCEL criou o Selo Procel de Economia
de Energia, ou simplesmente Selo Procel. Essa ferramenta tem a função, de maneira
simples e eficiente, de permitir que o consumidor tenha conhecimento de equipamentos e
eletrodomésticos disponíveis no mercado que são mais eficientes e por isso consomem uma
quantidade menor de energia (PROCEL INFO, 2022).
A Lei nº 10.295, de 18 de outubro de 2001, denominada Lei de Eficiência Energética,
dispõe sobre a Política Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia. O artigo 1º da
referida lei destaca a necessidade de se alocar eficientemente os recursos energéticos e
preservar o meio ambiente. O artigo 2º dispõe que fica a cargo do Poder Executivo
estabelecer os níveis máximos de consumo específicos de energia, ou mínimos de eficiência
energética de máquinas e aparelhos consumidores de energia que sejam fabricados ou
comercializados no país, seguindo como base indicadores técnicos específicos (BRASIL,
2001).

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Essa lei também estabelece a criação de um Programa de Metas que obriga
fabricantes e consumidores a fazerem a adoção de medidas para cumprir os requisitos
determinados quanto ao consumo de energia e a eficiência energética. Esta lei ressalta que
o Poder Executivo deverá desenvolver mecanismos para promover a eficiência energética
nas edificações construídas no país.
Cada um dos equipamentos utilizados nas residências consome certa quantidade de
potência elétrica, ou seja, o quanto de energia que o equipamento gasta para efetuar o
trabalho desejado. No mercado existem uma variedade de equipamentos e marcas para a
mesma finalidade, desse modo a escolha de equipamentos mais eficientes, que realizam a
mesma tarefa com o consumo energético menor, podem ser fatores importantes na redução
do consumo mensal de uma residência.
A partir do selo é possível identificar o grupo do equipamento, o seu consumo mensal
e sua eficiência. Cabe ao Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
(INMETRO) avaliar os produtos fabricados enviados para seus laboratórios, onde será
realizada a certificação destes. Esses produtos, após a realização de vários testes, recebem
uma etiqueta inerente ao seu nível de eficiência energética, cuja classificação irá variar de
acordo com sua performance, sendo representada pelas letras “A” à “G”, isto é, o produto
etiquetado com a letra “A” que é o mais eficiente energeticamente, causa menor impacto
ambiental e como consequência gera uma redução econômica na conta de energia. Na
Figura 2 está exemplificando o selo. (PAVANI, 2021).

Figura 2. Etiqueta de eficiência energética

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Fonte: Pavani (2021).

A partir das informações do selo, mostrado na Figura 2, o consumidor tem à sua


disposição a identificação referente à eficiência energética dos equipamentos e pode fazer
um cálculo médio do consumo de energia. O uso dessa etiqueta nos equipamentos é um
instrumento que auxilia o consumidor a escolher o produto que apresenta melhores
características quanto ao seu desempenho energético.
Segundo Santos (2020), os principais benefícios que um desempenho energético
adequado pode apresentar são: diminuição do desperdício de energia; otimização do
consumo; economia devido ao uso consciente; traz incentivos à competitividade da
tecnologia industrial para criar equipamentos que apresentam melhor índice de eficiência
energética; aumento da produtividade, redução de custos e aumento da qualidade dos
produtos; entre outros.

2.3 A energia solar fotovoltaica

A tecnologia de energia solar ou fotovoltaica, conforme apontam Bondarik et al.


(2018), em muitos países, é considerada como uma das melhores alternativas para a
redução dos impactos causados ao meio ambiente pelas mudanças climáticas decorrentes
do uso de combustíveis fósseis. No Brasil, o incentivo a esse tipo de energia ainda é muito
insuficiente. Por ser um país que apresenta uma quantidade favorável de irradiação solar
para a produção de energia elétrica, o uso desse tipo de tecnologia ainda é pequeno em
comparação com a energia hidrelétrica. A energia solar representa menos de 2,5% da matriz
elétrica brasileira, conforme o Balanço Energético Nacional de 2022.
A energia solar fotovoltaica é definida como sendo a energia decorrente da
conversão direta da luz solar em energia elétrica, o qual se denomina efeito fotovoltaico.
Basicamente, esse processo ocorre pelo surgimento de uma diferença de potencial nos
extremos de uma estrutura composta por materiais semicondutores, a partir da absorção da
luz pelas células fotovoltaicas (SANTOS, 2020).
Estes materiais semicondutores possuem como característica a presença de bandas
de energia, sendo uma formada por elétrons e a outra vazia. O silício é o material mais
utilizado na fabricação desses semicondutores. O sistema fotovoltaico é composto por
blocos, sendo um gerador, um de condicionamento de potência e outro para
armazenamento. O bloco gerador é caracterizado por arranjos fotovoltaicos que contém
módulos fotovoltaicos em distintas associações, também um sistema de cabeamento elétrico
para interligar e uma estrutura de suporte. Já o bloco de condicionamento de potência é
responsável por fazer a conversão de potência, pelo controle de carga em caso de
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armazenamento e possui também outros dispositivos para a proteção, controle e supervisão.
Por fim, o bloco de armazenamento é formado por acumuladores elétricos ou baterias e/ou
outros tipos de armazenamento (SILVA; ARAÚJO, 2022).
As células fotovoltaicas podem variar de temperatura conforme a radiação solar
incidente sobre elas e a variação da temperatura do ambiente onde estão instaladas. Assim,
de acordo com o aumento da temperatura da célula, a tensão por ela gerada é reduzida,
mas é preciso considerar a tecnologia utilizada no sistema da célula. Quanto às ondas
eletromagnéticas, em alguns materiais, ao incidir sobre eles podem alterar as propriedades
elétricas ou até mesmo causar tensões ou correntes elétricas ao invés de transmitir calor. A
radiação eletromagnética pode causar efeitos fotovoltaicos e efeitos fotoelétricos SILVA;
ARAÚJO, 2022).
A energia fotovoltaica, de acordo com Oliveira, Mario e Pacheco (2021), pode ser
implementada a partir de dois sistemas, sendo eles: o sistema On Grid, que conecta o
usuário à rede pública, sendo esse o modelo mais utilizado, pois o usuário recebe créditos
para usar quando necessário pela concessionária fornecedora de energia elétrica da região,
ou, o sistema Off Grid, onde o usuário não é dependente da concessionária fornecedora de
eletricidade. Para esse modelo, o usuário precisa utilizar baterias para armazenar a energia
elétrica captada, utilizando-a durante o período da noite quando não há incidência de
radiação solar.

2.4 Aquecedor solar

Os sistemas de aquecedor solar podem ser diferenciados em dois tipos: o de


circulação em termossifão e o de circulação forçada. O sistema de circulação por
termossifão, se caracteriza pela ação da termodinâmica e pela força da gravidade. Devido à
variação de temperatura da água ocorre uma alteração na sua densidade, o que leva a água
aquecida com menor densidade, subir naturalmente para o reservatório térmico e a água fria
descer para o painel solar. A vantagem é que esse sistema dispensa o uso de bombas
elétricas, por isso apresenta menor custo pois é mais fácil de instalar. Já o de circulação
forçada, em geral, possui um reservatório de água que fica separado dos coletores, o que
permite que o reservatório fique localizado abaixo dos coletores, sendo que esses podem
ser instalados na cobertura. Esse tipo de sistema é o oposto do termossifão, pois precisa de
bombas de água eletrônicas (OLIVEIRA, 2019). A Figura 3 apresenta um sistema de
aquecimento solar do tipo convencional ou de placas, que consiste em um coletor que
seriam as placas solares e um reservatório ou boiler, para armazenamento da água.

Figura 3. Sistema de aquecimento solar


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Fonte: Oliveira (2019).

Conforme pode ser visto na Figura 3, o funcionamento de um sistema de


aquecimento solar do tipo convencional acontece da seguinte forma: a água fria entra na
parte inferior do reservatório térmico, alimentando o coletor solar para aquecê-lo. Conforme
a água é aquecida, em decorrência da sua densidade, a água quente retorna para a parte
de cima do reservatório de onde sai para abastecer os pontos de consumo conforme a
demanda.
Tavares e Sousa (2019), também apontam o funcionamento de um sistema de
aquecimento solar. Um sistema básico de aquecimento de água utilizando a energia solar é
composto praticamente por placas coletoras solares e um reservatório térmico. Essas placas
coletoras têm a função de absorver a radiação solar, onde essa energia térmica é
transmitida para a água que circula no interior dos tubos de cobre. Essa água aquecida fica
armazenada no reservatório térmico que são cilindros que podem ser de cobre ou aço
inoxidável, revestidos com isolamento térmico a base de poliuretano sem clorofluorcarbono
(CFC), para reduzir ao máximo o nível de perdas de calor através da condução térmica.

2.5 O uso consciente de energia e equipamento eficientes

De acordo com Watanabe (2017), o consumo de energia elétrica em países em


desenvolvimento como o Brasil, chama a atenção para o desafio de implementar métodos
para conscientizar os usuários quanto à necessidade de auxiliar na redução e equilíbrio do
consumo de energia. Esses são fatores essenciais para diminuir os impactos ambientais e
para amenizar os efeitos de uma possível crise energética. Atitudes simples que podem ser
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realizadas pelos consumidores podem auxiliar no uso racional de energia elétrica, sem
perder a qualidade de vida e evitando assim, desperdícios, como por exemplo, a
substituição de aparelhos e dispositivos que não são eficientes como as lâmpadas
incandescentes ou fluorescentes por lâmpadas de LED; aparelhos de ar condicionados com
inversores, entre outros.
A eficiência energética pode fazer a aproximação da quantidade de energia
requerida por um dispositivo com a energia utilizada para executar o trabalho. Para isso,
emprega tecnologias que substituem os equipamentos convencionais por outros que
possuem um melhor desempenho energético. O resultado da eficiência energética será a
redução do consumo de energia e em alguns casos, evitar ou reduzir multas por ultrapassar
a demanda energética contratada (FOSSA; SGARBI, 2017).
Para Gutierres et al. (2021), na eficiência energética podem ser empregados
métodos de conservação energética com o objetivo de diminuir o desperdício e o uso
ineficiente de energia, sem, contudo, causar comprometimentos no conforto e na
produtividade das tarefas. Entre esses métodos de eficiência energética, podem se
destacar: reduzir o consumo de energia elétrica; otimizar os custos energéticos; aumentar a
confiabilidade e a disponibilidade de energia; substituir equipamentos por modelos mais
eficientes, como as lâmpadas.
Passini et al. (2021), apresentam um comparativo entre vários tipos de lâmpadas
incandescente, fluorescente e de LED, ressaltando as características como durabilidade,
consumo, econômica, eficiência e emissão de calor, conforme se verifica na Figura 4.

Figura 4. Comparação entre os tipos de lâmpadas.

Fonte: Passini et al. (2021).

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Como pode ser visto na Figura 4, as lâmpadas de LED possuem maior vantagem
que os outros tipos de lâmpadas, pois apresentam menor emissão de calor; maior fluxo
luminoso; não emite raios ultravioleta e infravermelho; possui a mesma base/conector; pode
gerar economia de até 80% no consumo de energia; durabilidade maior; descarte e
reciclagem mais fácil, pois não é composta por chumbo ou mercúrio (PASSINI et al., 2021).

3 Materiais e Métodos

Para a elaboração deste artigo foi realizado um estudo qualitativo de cunho


exploratório fundamentado em literaturas inerentes ao tema. Foram utilizados livros, leis,
textos monográficos e artigos científicos que abordam a energia elétrica, sua geração e
distribuição, além de eficiência energética.
O presente artigo apresenta um estudo de caso, cuja finalidade foi avaliar o consumo
de energia elétrica de uma residência, com o intuito de buscar alternativas para reduzir o
consumo de energia elétrica de forma a alcançar maior eficiência da instalação, gerindo os
recursos sem perder a qualidade de vida.
Para estabelecer um ponto de referência considerou-se uma residência onde
residem 4 moradores, na qual foi executado um estudo sobre o consumo mensal gasto para
que se pudesse propor alternativas para a redução do consumo de energia elétrica,
diminuindo assim o gasto mensal com a fatura de energia. Com base nesse estudo foi
possível obter um levantamento de soluções para viabilizar o menor consumo de energia
levando em consideração o investimento necessário e o tempo de retorno desse
investimento.

4 Resultados e Discussões

4.1 Análise do consumo da residência

A residência analisada fica situada na região metropolitana de Belo Horizonte, em


Minas Gerais. É uma edificação de aproximadamente 180 m² com 8 cômodos, onde residem
4 moradores. O consumo médio mensal de energia elétrica é de 220 kWh, apresentando
um gasto médio de aproximadamente R$290,00 mensais. A Tabela 1 apresenta os dados
referentes ao enquadramento e consumo de energia elétrica da edificação.

Tabela 1. Dados tarifários da residência.

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Classe Monofásica

Subclasse Residencial

Modalidade tarifária Convencional

Preço pago por kWh (excluindo custo da R$0,9574


iluminação pública)

Fonte: Dados da Pesquisa.

A casa possui 12 circuitos elétricos, protegidos individualmente por disjuntores que


estão instalados em um quadro elétrico, localizado na copa. As lâmpadas da residência são
todas fluorescentes, com exceção das lâmpadas das áreas externas que são de LED. A
quantidade de lâmpadas foram listadas na Tabela 2 de acordo com sua potência.

Tabela 2. Classificação das lâmpadas da residência

Cômodo LED Quantidade/Potência Fluorescente Quantidade /Potência

Sala 0 02 – 15 W

Copa 0 01 – 15 W

Cozinha 0 02 – 15 W

Banheiro 1 0 02 – 15 W

Banheiro 2 0 01 – 15 W

Quarto 1 0 01 – 15 W

Quarto 2 0 01 – 15 W

Quarto 3 0 01 – 15 W

Área externa 03 – 9,5 W 0

Fonte: Dados da Pesquisa.

Os aparelhos utilizados na residência bem como o tempo médio em que são


utilizados estão dispostos na Tabela 3. Analisar a potência consumida dos equipamentos e o
tempo de utilização são fatores fundamentais para identificar os pontos a se intervir para
proporcionar a redução do consumo.

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Tabela 3. Relação de equipamentos e consumo médio

Equipamento Potência Dias utilizados Média utilização Consumo


média dia mensal

Chuveiro elétrico 3,5 kWh 30 1h 105 kWh

Computador 0,18 kWh 30 1,5 h 8,1 kWh

Fogão 0,060 kWh 30 5 min 0,15 kWh

Forno micro-ondas 1,20 kWh 30 12 min 7,2 kWh

Geladeira 0,13 kWh 30 24 horas 55 kWh

Lâmpada fluor.15W 0,015 kWh 30 5h 20,3 kWh

Lavadora/roupas 0,50 kWh 10 1h 5,0 kWh

Secador de cabelo 1,40 kWh 30 10 min 7,0 kWh

TV 0,11 kWh 30 5h 16,5 kWh

Fonte: Dados da Pesquisa.

4.2 Análise do consumo e levantamento de propostas de ações para redução


do consumo

Ao se analisar a Tabela 3, é possível identificar os equipamentos que mais impactam


o consumo mensal da residência e consequentemente o valor da fatura, isso porque, em
baixa tensão, os consumidores são faturados apenas pelo que consomem, ou seja, a tarifa é
monômia - incide apenas no consumo. O chuveiro elétrico é responsável por cerca de 47%
do consumo elétrico total do imóvel, seguido por geladeira, iluminação e televisão, que são
responsáveis, respectivamente, por 24,5%, 9,1% e 7,4%.
Com base nesses dados serão apresentadas quatro propostas visando a economia
de energia e automaticamente a diminuição na fatura dessa residência. A primeira proposta
é a instalação de um sistema solar fotovoltaico na residência; a segunda é a instalação de
um sistema de aquecimento solar com o objetivo da não utilização do chuveiro elétrico,
principal consumidor da residência; a terceira, a substituição de parte dos equipamentos da
casa por outros mais eficientes energeticamente; e a quarta a mudança de hábito dos
moradores.

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Para o caso da proposta 1, foi realizado um orçamento com a empresa Diamante
Engenharia que realizou o dimensionamento de um sistema solar fotovoltaico para atender a
demanda média da residência. O projeto levou em consideração o valor do consumo médio
da residência e não houve uma visita técnica ao local devido ser um estudo de caso com
residência fictícia, assim sendo, foi descartado na análise qualquer adaptação no circuito
elétrico da residência e/ou detalhes mais precisos para instalação. O orçamento do sistema
solar fotovoltaico está apresentado na Tabela 4.

Tabela 4. Dados do sistema solar fotovoltaico

Quantidade de painéis 4 - 550 W

Geração média mensal 303,24 kW

Potência do sistema 2,2 kWp

Custo R$ 14.029,28

Fonte: Diamante Engenharia.

Para o caso da proposta 2, foi realizado um orçamento na loja Leroy Merlin para um
kit de aquecedor solar de 300L, valor definido pela utilização média de 4 pessoas. Os
valores apresentados não têm a inclusão do valor da instalação e nem da modificação da
estrutura hidráulica da residência.

Tabela 5. Dados do sistema de aquecedor solar

Especificação Kit aquecedor solar


com boiler

Marca UNISOL

Volume 300 l

Custo R$ 4450,00

Fonte: Site Leroy Merlin

Para o caso da proposta 3, serão substituídos os dois principais equipamentos que


consomem mais energia na residência: o chuveiro elétrico e a geladeira. Para esses
equipamentos serão apresentados dois equipamentos mais eficientes do que os existentes,
com novas tecnologias. No caso do chuveiro elétrico será apresentado uma opção com mais

15
níveis de temperatura com o objetivo de reduzir a potência média do equipamento e no caso
da geladeira será apresentado um modelo inverter que tem em seu funcionamento um
inversor de modo a diminuir a corrente elétrica quando o motor da geladeira é ligado. Além
dessas aplicações, também será proposto a substituição das lâmpadas atuais por modelos
de LED que têm um consumo menor e vida útil maior que as lâmpadas fluorescentes. Na
Tabela 6 estão especificados os equipamentos propostos para análise.

Tabela 6. Proposta de equipamentos mais eficientes.

Descrição Detalhes Consumo Valor

Chuveiro1 Chuveiro Acqua Storm 3,2kWh - Potência R$ 316,84


Ultra 127V 5500W, nominal 5,5kW,
Lorenzetti potência econômica
2,1kW.

Geladeira2 Refrigerador 39,9 kWh/mês R$ 4049,91


Panasonic 425 Litros 2
Portas

Lâmpada de LED 7W Equivalencia a 0,007kWh R$ 8,90


3
Philips fluorescente de 15W

Fonte: Site Amazon 1, Site MagazineLuiza2, Site Phlips3

Os dados de consumo do chuveiro e da geladeira contidos na Tabela 6 foram


retirados do Selo PROCEL dos equipamentos.
Para o caso da proposta 4, é apresentado sugestões para conscientização do uso
racional e inteligente dos equipamentos. O consumo de um determinado equipamento é
dado pela potência exercida por ele multiplicado pelo tempo em que esse esteja realizando
o trabalho. Com isso, se o tempo de utilização for diminuído o consumo também será. Dos
equipamentos listados será sugerido a diminuição em 20% do tempo de utilização do
chuveiro, redução de 20% dos dias de utilização do secador e utilização da iluminação
apenas no cômodo em que estiverem pessoas.

4.3 Resultados das propostas aplicadas

A proposta 1 apresenta valor de investimento de R$14.029,28. Já o valor médio


reduzido na fatura mensal é dado pela média do valor da fatura subtraído da taxa de
disponibilidade que é cobrada pela concessionária. No caso dessa residência, a taxa de
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disponibilidade é de 30kWh. Com isso a redução mensal é de R$290,00 - 30 *
R$0,9574(tarifa) = R$261,78. Com isso, o Payback (tempo de retorno do investimento, ou
seja, o tempo em que a economia feita será igual ao valor investido ) é de aproximadamente
53 meses, ou seja, de 4 anos e meio aproximadamente.
A proposta 2 apresenta valor de investimento de R$4.450,00. Já o valor médio
reduzido na fatura é dado pelo valor do consumo do chuveiro. Neste caso, 105 * R$0,9574 =
R$100,53. Com isso, o Payback é de aproximadamente 44 meses, ou seja, de
aproximadamente 3 anos e 7 meses.
A proposta 3 apresenta valor de investimento de R$4.446,85. Já o valor médio
reduzido na fatura é dado pela diferença de consumo dos componentes após a troca. Neste
caso, chuveiro: (3,5-3,2)kWh * 30 dias * 1h diária = 9 kWh; geladeira: 55 - 39,9 kWh =
15,1kWh; lâmpadas (0,015-0,007)kWh * 30 dias * 5h diária * 9 = 10,8 kWh. O total de
economia é de (9+15,1+10,8) kWh com a redução de R$ 33,41 mensais. Com isso, o
Payback é de aproximadamente 133 meses.
A proposta 4 não apresenta valor de investimento. Com isso o Payback é imediato. A
redução conforme a proposta é dado por (0,2 * 105 kWh) + (0,2 * 7,0 kWh) + (0,015 * 30
dias * 5h * 4) = 31,4 kWh. Esse valor representa uma diminuição de R$ 30,06 mensais.
As propostas apresentadas se mostraram eficientes na redução do consumo da
residência, no entanto, a Proposta 3 apresenta um tempo de retorno elevado o que não a
torna viável perante as demais.
A proposta 1 apresentou investimento e tempo de retorno maiores que a solução de
aquecimento solar, contudo, se a condição financeira não for um empecilho a instalação do
sistema, a sua aplicação é viável tendo em vista o constante crescimento dessa tecnologia
nos últimos anos.
A proposta 2 apresenta a melhor relação custo benefício, pois tem um bom tempo de
retorno, com um valor de investimento inicial mediano dentre as propostas apresentadas.
A proposta 4 pode ser usada de imediato em qualquer instalação elétrica residencial
devido não ser necessário investimento inicial para ela. A mesma pode ser aplicada em
consonância com as demais propostas, visto que a mudança de hábitos não interfere na
melhoria de uma instalação elétrica.

5 Conclusões

A energia elétrica está entre as principais invenções que passaram a ser essenciais
para a humanidade. Portanto, estudos sobre esse tema são de grande importância para

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reforçar a necessidade de implementar medidas que visam a economia e a eficiência
energética.
Sabe-se que a busca por fontes alternativas de energia vem aumentando
consideravelmente nos últimos anos, principalmente para complementar a matriz energética,
a partir de novos recursos e tecnologias que possam auxiliar no enfrentamento de uma
possível crise energética.
Com isso, buscar meios de tornar as edificações residenciais mais eficientes em
termos de energia elétrica pode auxiliar na redução do consumo.. No caso em questão, a
adoção de medidas básicas, como a troca de lâmpadas fluorescentes por lâmpadas de LED,
adquirir aparelhos eletroeletrônicos mais econômicos, instalar sistemas de aquecimento
solar e instalação de um sistema solar fotovoltaico, podem trazer benefícios inerentes à
economia, segurança e qualidade de vida.
A energia solar fotovoltaica, que vem crescendo nos últimos anos, se apresenta
como uma solução em meio aos crescentes aumentos das tarifas da energia elétrica. No
entanto, o seu custo elevado ainda é uma barreira que impede o seu uso, sobretudo para a
população com menor poder aquisitivo.
O uso do aquecedor solar, das medidas que necessitam de investimento inicial, se
apresenta como uma boa solução tendo em vista que o valor investido é bem inferior ao se
comparar com a energia solar e apresentou redução no consumo de cerca de 47%.
A mudança de hábitos, medida que não requer investimento, consegue ser eficiente
na redução do consumo. Mesmo com uma redução menor que os sistemas de aquecimento
e energia solar fotovoltaica, o fato de não necessitar de investimento e o retorno imediato
fazem dessa medida eficiente na redução do consumo.
Realizar substituição dos equipamentos da residência não atingiu uma relação custo
benefício satisfatória pois, ao se analisar o valor investido para o tempo de retorno essa não
se mostra viável. No entanto, ao adquirir um novo equipamento para uma residência,
realizar a análise do seu consumo e eficiência como fatores importantes no momento da
escolha, podem contribuir com uma residência eficiente energeticamente.
Nesse sentido, a partir da análise da residência em questão, a implementação das
alternativas sugeridas, proporcionaram uma redução considerável na conta de energia
elétrica.
O crescente aumento tarifário faz com que o consumidor final adote medidas para
diminuição do seu consumo e assim que o valor da sua conta de energia elétrica não afete o
seu orçamento mensal. Contudo, as medidas tomadas pelos órgãos regulamentadores são
estratégias de curto prazo, que visam apenas taxações e racionamento para que a demanda
elétrica diminua e assim não afete a capacidade de geração do sistema elétrico brasileiro,

18
mas tais medidas não agem na causa raiz do problema que é a saturação da capacidade de
geração de energia elétrica no Brasil.
Um cenário em que a diversidade na produção de energia elétrica interna é escassa,
o que pode desencadear insegurança no fornecimento de energia, tendo em vista que os
fatores climáticos impactam diretamente a capacidade de geração, o investimento em
pesquisa e desenvolvimento (P&D) se apresenta como um mecanismo eficaz para se
garantir uma melhor estrutura do setor elétrico, no entanto, devido ao perfil privado do setor,
as decisões tomadas se baseiam sempre em decisões de mercado. Os investimentos em
P&D se fazem necessários justamente por permitir a adaptação do setor às mudanças que
podem acontecer no setor. É necessário que os investimentos feitos não sejam apenas para
cumprir a legislação, mas que o poder público crie métricas e metas para o desenvolvimento
de novas tecnologias por parte das empresas que participam do setor elétrico. Em
consonância a esses investimentos, se faz necessário que o poder público crie políticas de
incentivo à utilização de fontes e ao estudo das mesmas.

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