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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR MORGANA POTRICH EIRELI

FACULDADE MORGANA POTRICH – FAMP


Curso de fisioterapia

ESTÉR RESENDE TONEL

IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA NA INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE


ESFORÇO EM MULHERES PRATICANTES DE ATIVIDADES FÍSICAS DE ALTO
IMPACTO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA NARRATIVA

MINEIROS- GO
2023
ESTÉR RESENDE TONEL

IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA NA INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE


ESFORÇO EM MULHERES PRATICANTES DE ATIVIDADES FÍSICAS DE ALTO
IMPACTO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA NARRATIVA

Projeto apresentado à faculdade Morgana


Potrich, como parte das exigências do Curso
de Fisioterapia para conclusão do curso de
graduação.

Orientadora: Prof.ª Esp. Geovana Valadão


Borges Fusco

MINEIROS-GO
2023
ESTÉR RESENDE TONEL

IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA NA INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE


ESFORÇO EM MULHERES PRATICANTES DE ATIVIDADES FÍSICAS FÍSICAS
DE ALTO IMPACTO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA NARRATIVA

Projeto apresentado à Faculdade Morgana Protrich como requisito para obtenção


do grau de bacharel de Fisioterapia.

BANCA EXAMINADORA:

_____________________________________________
Prof.ª Esp. Geovana Valadão Borges Fusco
Orientadora

________________________________________
Profª. Dra. XXXXXXX
Membro da banca examinadora

_________________________________________

Proª. Me XXXXXXX
Membro da banca examinadora

Trabalho defendido e aprovado em __/__/__


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................4

2 JUSTIFICATIVA..................................................................................................................5

3 PROBLEMATIZAÇÃO........................................................................................................5

4 OBJETIVOS...........................................................................................................................5

4.1 Objetivo Geral.....................................................................................................................5

4.2 Objetivos específicos...........................................................................................................6

5 REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................................6

5.1 Assoalho pélvico..................................................................................................................6

5.2 Sistema urinário..................................................................................................................7

5.3 Fisiologia da micção............................................................................................................7

5.4 Incontinência Urinária.......................................................................................................8

5.5 Fisioterapia aplicada à Incontinência Urinária...............................................................9

5.6 Atividade de alto impacto.................................................................................................10

6 MATERIAIS E MÉTODOS...............................................................................................11

7 RESULTADOS ESPERADOS...........................................................................................11

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................13

Anexo A- Relatório anti-plagio..............................................................................................16

CRONOGRAMA....................................................................................................................23
4

1 INTRODUÇÃO
Embora a incontinência urinária (IU) não seja uma condição de vida ameaçada, ela
pode levar a situações que repercutirão a níveis sociais e pessoais, que acabam influenciando
a qualidade de vida, levando à marginalização do convívio social, frustrações psicossociais,
institucionalização precoce. Além de que envolvem um impacto negativo na autoestima das
mulheres, que muitas vezes precisam fazer o uso contínuo de absorventes, dificultando a
realização de atividades de vida transitórias, prejudicando a qualidade de vida e vivendo
situações constrangedoras perante a sociedade (ALVES et al., 2021).
A sociedade Internacional de Continência (ICS) define atualmente incontinência
urinária como qualquer perda involuntária de urina. É categorizada em três tipos, sendo a
incontinência urinária de esforço (IUE) caracterizada pela perda de urina em situações de
esforço, como tosse, espirros, levantamento de objetos, atividades físicas, entre outros; a
incontinência urinaria de urgência (IUU) quando há perda de urina associada a uma
necessidade imediata de urinar; e a incontinência urinária mista, que é a associação da perda
de urina com a urgência e o esforço (SOUZA et al., 2021).
A incontinência urinária pode ocorrer devido a uma disfunção do assoalho pélvico.
Para que haja continência urinária, a pressão intra-vesical deve ser menor que a pressão intra-
uretral, portanto, qualquer fator que leve ao aumento da primeira em relação à segunda pode
ser uma causa da incontinência urinária. Diversos fatores podem contribuir para a ocorrência
da incontinência urinária, incluindo a paridade, parto vaginal, idade avançada, menopausa e
situações que causam um aumento significativo e/ou crônico da pressão intra-abdominal,
como obesidade, tosse crônica e esforços que envolvam cargas elevadas (SILVA et al., 2021).
De acordo com a resolução nº 401/2011 do COFITTO, que regula a especialidade
de fisioterapia em saúde da mulher, essa área de atuação engloba cinco campos específicos,
sendo eles: Assistência Fisioterapêutica em Uroginecologia e Coloproctologia, Assistência
Fisioterapêutica em Ginecologia, Assistência Fisioterapêutica em Obstetrícia, Assistência
Fisioterapêutica nas Disfunções Sexuais Femininas e Assistência Fisioterapêutica em
Mastologia (LEITE, 2022).
A prática de atividade física é caracterizada por qualquer movimento corporal que
envolve a contração muscular, resultando em um gasto energético superior ao do repouso.
Essa prática traz diversos benefícios, tais como o aumento da força física, flexibilidade do
corpo, maior resistência, além de mudanças na composição corporal e performance
desportiva. Ao longo dos anos, tem-se observado um crescente número de mulheres que
praticam atividades físicas, o que pode ser justificado pela constante divulgação dos seus
5

benefícios. No entanto, para as atletas, exercícios de alto impacto podem enfraquecer a


musculatura pélvica, predispondo-as à incontinência urinária (NAVES et al., 2016).
A fisioterapia vai atuar na primeira linha de escolha para lidar com alguns tipos de
IU como a de esforço. As técnicas utilizadas devem ser integradas, começando pelas mais
conservadoras e voltando para os meios mais invasivos caso não sejam encontrados os
resultados. O tratamento será focado principalmente em exercícios para o assoalho pélvico,
reeducação da bexiga, técnicas de feedback, uso de pesos vaginais e a eletroestimulação.
Diante disso, o intuito deste trabalho é reforçar a importância da fisioterapia na saúde da
mulher, e acrescentar o acervo de estudo voltado para essa área (MOTA, CRUZ, BRAÚNA,
2022).

2 JUSTIFICATIVA
Hodiernamente, a busca por hábitos saudáveis tem-se intensificado,
concomitantemente a isso, a procura por atividades físicas. Em contrapartida a taxa de
incontinência urinária de esforço em mulheres teve um aumento proporcional devido ao alto
impacto causado por atividades como crossfit e musculação. Com isso justifica-se a
elaboração deste estudo, mostrando a importância da fisioterapia no tratamento da mesma,
atuando desde a prevenção até estágios mais avançados da incontinência.

3 PROBLEMATIZAÇÃO
A incontinência urinária de esforço em mulheres praticantes de atividade física é
uma condição que pode impactar negativamente a qualidade de vida e o bem-estar. Apesar de
existirem abordagens conservadoras, como a fisioterapia, para o tratamento dessa condição,
ainda há problemáticas a serem consideradas, como a falta de conscientização sobre a eficácia
da fisioterapia, a falta de acesso a profissionais especializados em saúde pélvica, a aderência
ao tratamento e a necessidade de abordagem individualizada. Essas problemáticas podem
afetar a efetividade do tratamento e requerem uma abordagem multidisciplinar para o manejo
adequado dessa condição em mulheres que praticam atividade física regularmente.
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4 OBJETIVOS
4.1 Objetivo Geral
Discorrer sobre a importância da fisioterapia no tratamento da incontinência urinária
de esforço, em mulheres praticantes de atividades físicas de alto impacto.
4.2 Objetivos específicos
-Definir incontinência urinária e sua etiologia;

- Relatar o impacto da incontinência urinária na qualidade de vida das mulheres;

-Descrever os métodos de tratamento fisioterapêuticos para incontinência urinária;

- Discutir a importância da orientação e do suporte da fisioterapia na promoção da saúde,


prevenção e tratamento da incontinência urinária de esforço em mulheres praticantes de
atividades físicas de alto impacto;

5 REFERENCIAL TEÓRICO
5.1 Assoalho pélvico
O assoalho pélvico tem formato de “bacia”, sendo limitada pelo períneo, é
composto por músculos, fáscias e ligamentos, que são responsáveis por sustentar os órgãos
pélvicos e abdominais, assim mantendo a continência urinária (CARVALHO, IBIAPINA,
MACHADO, 2021).
Forma a porção inferior da cavidade abdominal e pélvica, sendo a única
musculatura transversal que suporta carga (LIMA, et.al, 2022). É composto pelos músculos
levantadores do ânus, coccígeo, bulbocavernoso, isquiocavernoso, e músculo perineal
transverso profundo e superficial formando assim os músculos do assoalho pélvico (MAP)
(NAGAMINE, DANTAS, SILVA, 2021).
São dispostos em duas camadas, sendo elas: superficial (músculos transversos
superficiais do períneo, bulboesponjosos e isquiocavernosos). E a camada profunda (músculos
transversos profundos do períneo, esfíncter uretrovaginal, compressores da uretra e esfíncter
externo da uretra) (GIRÃO et al., 2015).
A pelve é formada pelos ossos do quadril, sacro e cóccix, onde lacaliza-se órgãos
do sistema genital e urinário, além da porção terminal do sistema digestório (LAROSA,
2016). Possui finalidade de sustentar os órgãos abdominais baixos e pélvicos, manutenção da
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continência urinária e fecal, auxilia no aumento da pressão intra-abdominal, na respiração e na


estabilização de tronco (SILVA, 2023).

5.2 Sistema urinário


O sistema urinário é formado por dois rins sendo os principais órgãos excretores do
corpo, uma bexiga, dois ureteres responsáveis por transportar a urina dos rins para a bexiga, e
a uretra que transporta a urina da bexiga para o exterior do corpo (KRAUZE, 2016). Sua
função é de produzir urina, ser responsável pela condução, armazenamento e eliminação da
mesma, além de filtrar e remover as impurezas do sangue, e regular o equilíbrio acidobásico e
hidroeletrolítico (LAROSA, 2016).
O rim apresenta coloração marrom avermelhada, sendo um órgão parenquimatoso.
Localiza-se no espaço retroperitoneal na região superior do abdome, próximo à glândula
suprarrenal. É um órgão essencial de excreção de substâncias do corpo, considerado vital pela
regulação do equilíbrio de líquidos e de eletrólitos (WASCHKE et al., 2019). Suas funções
incluem o processo de filtração glomerular, reabsorção, secreção e excreção tubulares, além
de produção de hormônios peptídicos, de renina, calcitriol e de eritropoetina (JUNIOR, 2020).
Os ureteres variam em diâmetro de 2 a 8 mm, apresentando-se mais largos na pelve
renal, e se estreitam progressivamente conforme entram na bexiga urinária, medindo
aproximadamente 30 cm. São ductos musculares pareados que conduzem a urina a partir dos
rins em direção à bexiga. Iniciam-se medial ao rim ipsilateral como uma continuação da pelve
renal, e termina com a inserção na parede posterior da bexiga (KELLY; LANDMAN, 2014).
A bexiga é um órgão muscular oco em formato de bolsa localizado na pelve, sua
função é de armazenamento da urina. No homem a bexiga relaciona-se posteriormente com a
sínfise púbica e anteriormente com o reto, enquanto na mulher, posteriormente à sínfise
púbica, anteroinferiormente ao útero e anteriormente à vagina (LAROSA, 2016).
É um canal que liga a bexiga ao meio externo, assim expulsando a urina do
organismo por um orifício chamado meato urinário. Contém dois esfíncteres: o esfíncter
interno da uretra; localiza-se no início da uretra, sua contração é involuntária e impede a saída
da urina da bexiga e o esfíncter externo da uretra; apresenta contração voluntária, portanto, é o
que permite o controle da vontade de urinar até certo limite (CORRÊA, 2016).

5.3 Fisiologia da micção


A bexiga urinária é um órgão muscular oco que armazena a urina até que seja
eliminada do corpo. Durante a fase de enchimento da bexiga, a musculatura lisa vesical
8

(detrusor) relaxa e há aumento coordenado do tônus esfincteriano uretral. Já durante a micção,


o detrusor se contrai e o esfíncter uretral relaxa para permitir a eliminação da urina (WEIN et
al., 2019); (GOMES, HISANO, 2015).
O estímulo proporcionado pelo córtex cerebral induzem à vontade miccional, que
acontece por meios do repouso voluntário de toda estrutura pélvica e da uretra com relação a
contração detrusora ocorrendo o esvaziamento de urina (OLIVETTO; LIMA; ALENCAR,
2021). Os estímulos mandados pelo córtex propiciam à vontade de urinar, que ocorre pelo
relaxamento voluntário do assoalho pélvico e da uretra associado à contração do detrusor
(ALMEIDA; MARSAL, 2015).

5.4 Incontinência Urinária


Apesar da IU não apresentar risco de vida, pode acarretar em consequências sociais
e pessoais que afetam a qualidade de vida das mulheres. Essas consequências incluem
exclusão social, frustrações psicológicas, necessidade de uso constante de absorventes,
limitação em atividades diárias, e constrangimentos perante a sociedade. Ademais, a condição
afeta negativamente a autoestima das mulheres e pode levar à institucionalização precoce
(ALVES et al., 2021).
A incontinência urinaria (IU) é definida como qualquer perca involuntária de urina,
podendo causar comprometimentos no aspecto social, e psicológico da mulher. É vista como
um problema que afeta principalmente mulheres multíparas e mais velhas, porém existem
fatores que provam que durante a atividade física estressante a ocorrência de perca de urina
seja comum em mulheres jovens e fisicamente ativas (PATRIZZI et al., 2014).
Sua fisiopatologia envolve fatores anatômicos, bioquímicos, neurológicos e
endócrinos, envolvendo um distúrbio no equilíbrio da bexiga contra as pressões uretrais. A IU
pode ser classificada de acordo com sua etiologia em duas condições que são suas principais
causas; sendo elas: anormalidades da bexiga (como baixa complacência da bexiga.), e
anormalidades do esfíncter (como hipermobilidade uretral e/ou deficiência intrínseca do
esfíncter) (AMADOR; DIAZ; MONTENEGRO, 2021).
Os principais sinais e sintomas decorrentes da IU são: noctúria (acordar a noite
para urinar), aumento da frequência miccional, perda de urina ao esforço, incontinência no ato
sexual, infecções urinárias recorrentes e dor na bexiga, o impacto dos sintomas está
diretamente relacionado à percepção individual de cada pessoa, quanto sua severidade, tipo e
quantidade de perda urinária (BONFIM; CHIMELLI, 2022).
9

Pode ser dividida em incontinência urinária de esforço, hiperatividade vesical


(urgência), ou incontinência mista (urgência mais esforço) (BERTOLDI, GHISLERI,
OICCININI, 2014). Sendo incontinência de esforço definida como perca involuntária de urina
por esforço físico, tosse ou espirro; incontinência de urgência associada a um forte e
incontrolável desejo de urinar e incontinência mista reunindo características de ambas
(SILVA et al., 2020).
A UI de esforço ocorre por uma lesão do esfíncter uretral ou devido a uma
deficiência no suporte vesical e uretral que é feito pelos músculos do assoalho pélvico,
levando a perca de urina em situações de aumento da pressão intra-abdominal, como correr,
rir, pegar peso, e levantar da posição sentada. A IU de emergência ocorre quando o músculo
detrusor apresenta contração involuntária (hiperatividade detrusora), levando um desejo
súbito de urinar. Já a IU mista é a combinação de ambas, sendo uma insuficiência de oclusão
uretral associada à hiperatividade detrusora (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020).

5.5 Fisioterapia aplicada à Incontinência Urinária


O tratamento para IU pode ser conservador ou cirúrgico, sendo que na cirúrgica
além de ser um tratamento invasivo, tem um custo elevado para realização e existe a
probabilidade de ocorrer complicações. Já a fisioterapia vai atuar com mecanismos menos
invasivos, como eletroestimulação, biofeedback, e a terapia com cones, envolvendo a
contração controlada e sistemática dos músculos do assoalho pélvico (OLIVETTO; LIMA;
ALENCAR, 2021).
A fisioterapia caracteriza-se como um tratamento conservador, sendo menos
invasivo, baixo índice de efeitos colaterais e bons resultados. Visa uma correção da estática
pélvica e um fortalecimento dos componentes esfíncterianos, aumentando o tônus e
corrigindo a transmissão das pressões intra-abdominais, que refletirão no mecanismo da
continência (MOTA; CRUZ; BRAÚNA, 2022).
A avaliação física e funcional do assoalho pélvico é essencial na prevenção e no
tratamento da IU. Evidencias mostram que exercícios perineais são a melhor opção para
tratamento, porém a fisioterapia dispõe de diversos recursos para reabilitação, como
treinamento para os músculos do assoalho pélvico utilizando o biofeedback,
eletroestimulação, cones vaginais, entre outros (SILVA; SILVA; FURLANETTO, 2021).
Os exercícios de Kegel são um elemento fundamental nos tratamentos de
reeducação vesicoesfincteriana. Embora tenham sido inicialmente propostos por JW Davis,
foi Arnold Kegel quem os descreveu em detalhes em 1948. Se não forem realizados
10

regularmente, os efeitos dos exercícios de Kegel podem ser perdidos em 10 a 20 semanas


após sua interrupção. A escolha da técnica de treinamento vesical deve ser baseada na causa
da incontinência urinária e nas características do paciente, como capacidade de aprendizado,
motivação e adesão ao tratamento. É importante seguir protocolos que comecem com as
medidas mais simples e seguras e progridam para as mais agressivas, sempre guiados pelos
objetivos terapêuticos pré-estabelecidos (HERNÁNDEZ et al., 2020).
Um dos recursos utilizados pela fisioterapia é a eletroestimulação dos músculos do
assoalho pélvico de do nervo pudendo, ocorre de forma passiva e é realizada por meio de
eletrodos endovaginais ou retais que são conectados à um gerador de impulsos elétricos,
assim gerando a contração do períneo. Os parâmetros para uma boa reação muscular do
períneo em caso de IU por esforço é de frequência 35 a 50 Hz e de emergência de 5 a 10Hz
controlando a hiperatividade do detrusor (COSTA, 2019).
O biofeedbak tem como objetivo promover uma pré-contração dos músculos do
assoalho pélvico com a elevação da pressão intra-abdominal e aumento do suporte pélvico,
gerando assim um aumento do tônus e da hipertrofia muscular. O biofeedbak permite que o
paciente manipule as respostas eletrofisiológicas da musculatura do assoalho pélvico de
acordo com sinais visuais e auditivos, para um melhor resultado é recomendado que seja
associado com exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico (BONFIM; CHIMELLI,
2022).
A utilização de cones vaginais para o fortalecimento resistido e progressivo dos
músculos do assoalho, tem sido efetiva, proporcionando uma percepção da região
promovendo um feedback sensorial, levando os músculos do assoalho pélvico a se contraírem
com mais vigor, promovendo uma melhora na percepção da região perineal, aumento da força
muscular e recrutamento de fibras musculares do tipo I e tipo II (HOLZSCHUCH;
SUDBRACK, 2019).
A cinesioterapia para o tratamento de IU compreende basicamente na utilização
dos exercícios de Kegel que tem como objetivo trabalhar a musculatura perineal para o
tratamento da hipotonia do assoalho pélvico (OLIVEIRA; GARCIA, 2011). Os exercícios de
Kegel baseiam-se em contração e relaxamento dos músculos do assoalho pélvico, levando a
hipertrofia das fibras dos músculos e maior recrutamento de neurônios motores ativos (LIMA,
2022).
11

5.6 Atividade de alto impacto


Os exercícios de alto impacto são caracterizados por envolver a sustentação de peso
nas extremidades inferiores e/ou por exigirem que ambos os pés saiam do solo
simultaneamente, resultando em um aumento brusco e repetitivo na pressão intra-articular.
Atividades que envolvem saltos, como basquete, jump, ginástica e corrida, são consideradas
esportes de alto rendimento ou alto impacto. Essas atividades apresentam uma maior
probabilidade de causar danos aos músculos do assoalho pélvico (NAVES et al., 2016).
A IU em atletas está diretamente relacionada à frequência com que eles são
expostos a aumentos da pressão intra-abdominal durante atividades de alto impacto, devido à
contração dos músculos abdominais sem a devida ativação dos músculos perineais. A prática
extenuante de atividades que envolvem pressão intra-abdominal pode causar sobrecarga e
danos crônicos ao períneo, o que pode reduzir a força de contração dos músculos do assoalho
pélvico (MAP) e aumentar o risco de IU de esforço (KHOWAILED et al., 2020).

6 MATERIAIS E MÉTODOS
Este presente estudo será realizado através de uma revisão de literatura do tipo
narrativa, discorrendo sobre a importância dos tratamentos fisioterapêuticos na IU de esforço
em mulheres praticantes de atividades físicas de alto impacto.
Para elaboração deste trabalho serão recrutados informações utilizando os
Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) fisioterapia, incontinência urinaria, sexo feminino,
tratamento, através dos bancos de dados dos sites acadêmicos Scientific Electronic Library
Online (SCIELO), PUBMED, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da
Saúde (LILACS) e Medical Literature Analysis and retrieval System Online (MEDLINE),
indexados na BVS (Biblioteca Virtual em Saúde) artigo científicos publicados e
disponibilizados no Google Acadêmico.
Serão selecionados artigos relacionados ao tema, publicados nos últimos 10 anos,
de 2013 a 2023, em português, espanhol e inglês. Os critérios de inclusão serão determinados
por meio da prévia leitura dos resumos, a fim de filtrar materiais que contribuam
significativamente para o desenvolvimento do trabalho sobre a importância da fisioterapia na
IU de esforço em mulheres praticantes de atividades físicas de alto impacto. Os critérios de
exclusão consideram artigos publicados há mais de 10 anos e aqueles que não contribuem de
forma integrada para a pesquisa do assunto em questão.
12

Considerando que este projeto de pesquisa consiste em uma revisão de literatura,


não serão identificados riscos. Em relação aos benefícios, espera-se que este estudo ofereça
aos profissionais de saúde e pesquisadores em geral informações mais abrangentes sobre a
incontinência urinária de esforço em praticantes de atividade física.

7 RESULTADOS ESPERADOS
Por meio desta revisão bibliográfica de caráter narrativo, espera-se ampliar os
conhecimentos sobre a incontinência urinária de esforço entendendo suas causas, etiologia,
incidência e as principais técnicas fisioterapêuticas utilizadas, salientando assim sua
importância na saúde da mulher, buscando compreender através da literatura a relação entre
as atividades físicas de alto impacto e a incontinência urinária esforço.
13

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16

Anexo A- Relatório anti-plagio

Resultado da análise
Arquivo: TCC CORRIGIDO ESTER.docx

Estatísticas

Suspeitas na Internet: 11,48%


Percentual do texto com expressões localizadas na internet ⚠ .

Suspeitas confirmadas: 10,49%


Percentual do texto onde foi possível verificar a existência de trechos iguais nos endereços encontrados ⚠ .

Texto analisado: 94,23%


Percentual do texto efetivamente analisado (imagens, frases curtas, caracteres especiais, texto quebrado não
são analisados).

Sucesso da análise: 100%


Percentual das pesquisas com sucesso, indica a qualidade da análise, quanto maior, melhor.
Endereços mais relevantes encontrados:
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15 38,12 %
02-2014-issn-1806-1508-1-sumario.html

https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/download/
8 12,55 %
25023/22245/297115

https://www.redalyc.org/pdf/260/26021120005.pdf 8 10,25 %

https://www.scielo.br/j/rbfis/a/PpkWTbbsfTDVVxQPLvffBJj/?
7 11,29 %
lang=pt

https://www.scielo.br/j/fm/a/jBcrR7dCPfNYVjk9RVfGfGP 6 11,25 %
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https://www.rsdjournal.org/index.php/rsd/article/download/
6 15,28 %
12894/11606/169413

Texto analisado
1 INTRODUÇÃO
Embora a incontinência urinária (IU) não seja uma condição de vida ameaçada, ela pode levar a situações
que repercutirão a níveis sociais e pessoais, que acabam influenciando a qualidade de vida, levando à
marginalização do convívio social, frustrações psicossociais, institucionalização precoce. Além de que
envolvem um impacto negativo na autoestima das mulheres, que muitas vezes precisam fazer o uso
contínuo de absorventes, dificultando a realização de atividades de vida transitórias, prejudicando a
qualidade de vida e vivendo situações constrangedoras perante a sociedade (ALVES et al., 2021).
A sociedade Internacional de Continência (ICS) define atualmente incontinência urinária como qualquer
perda involuntária de urina. É categorizada em três tipos, sendo a incontinência urinária de esforço (IUE)
caracterizada pela perda de urina em situações de esforço, como tosse, espirros, levantamento de
objetos, atividades físicas, entre outros; a incontinência urinaria de urgência (IUU) quando há perda de
urina associada a uma necessidade imediata de urinar; e a incontinência urinária mista, que é a
associação da perda de urina com a urgência e o esforço (SOUZA et al., 2021).
A incontinência urinária pode ocorrer devido a uma disfunção do assoalho pélvico. Para que haja
continência urinária, a pressão intra-vesical deve ser menor que a pressão intra-uretral, portanto,
qualquer fator que leve ao aumento da primeira em relação à segunda pode ser uma causa
da incontinência urinária. Diversos fatores podem contribuir para a ocorrência da incontinência urinária,
incluindo a paridade, parto vaginal, idade avançada, menopausa e situações que causam um aumento
significativo e/ou crônico da pressão intra-abdominal, como obesidade, tosse crônica e esforços que
envolvam cargas elevadas (SILVA et al., 2021).
De acordo com a resolução nº 401/2011 do COFITTO, que regula a especialidade de fisioterapia em saúde
da mulher, essa área de atuação engloba cinco campos específicos, sendo eles: Assistência
Fisioterapêutica em Uroginecologia e Coloproctologia, Assistência Fisioterapêutica em Ginecologia,
Assistência Fisioterapêutica em Obstetrícia, Assistência Fisioterapêutica nas Disfunções Sexuais Femininas
e Assistência Fisioterapêutica em Mastologia (LEITE, 2022).
A prática de atividade física é caracterizada por qualquer movimento corporal que envolve a contração
muscular, resultando em um gasto energético superior ao do repouso. Essa prática traz diversos
benefícios, tais como o aumento da força física, flexibilidade do corpo, maior resistência, além de
mudanças na composição corporal e performance desportiva. Ao longo dos anos, tem-se observado um
crescente número de mulheres que praticam atividades físicas, o que pode ser justificado pela constante
divulgação dos seus benefícios. No entanto, para as atletas, exercícios de alto impacto podem
enfraquecer a musculatura pélvica, predispondo-as à incontinência urinária (NAVES et al., 2016).
A fisioterapia vai atuar na primeira linha de escolha para lidar com alguns tipos de IU como a de
esforço. As técnicas utilizadas devem ser integradas, começando pelas mais conservadoras e voltando
para os meios mais invasivos caso não sejam encontrados os resultados. O tratamento será focado
principalmente em exercícios para o assoalho pélvico, reeducação da bexiga, técnicas de feedback, uso
de pesos vaginais e a eletroestimulação. Diante disso, o intuito deste trabalho é reforçar a importância da
fisioterapia na saúde da mulher, e acrescentar o acervo de estudo voltado para essa área (MOTA, CRUZ,
BRAÚNA, 2022).
18

2 JUSTIFICATIVA
Hodiernamente, a busca por hábitos saudáveis tem-se intensificado, concomitantemente a isso, a procura
por atividades físicas. Em contrapartida a taxa de incontinência urinária de esforço em mulheres teve um
aumento proporcional devido ao alto impacto causado por atividades como crossfit e musculação. Com
isso justifica-se a elaboração deste estudo, mostrando a importância da fisioterapia no tratamento da
mesma, atuando desde a prevenção até estágios mais avançados da incontinência.

3 PROBLEMATIZAÇÃO
A incontinência urinária de esforço em mulheres praticantes de atividade física é uma condição que pode
impactar negativamente a qualidade de vida e o bem-estar. Apesar de existirem abordagens
conservadoras, como a fisioterapia, para o tratamento dessa condição, ainda há problemáticas a serem
consideradas, como a falta de conscientização sobre a eficácia da fisioterapia, a falta de acesso a
profissionais especializados em saúde pélvica, a aderência ao tratamento e a necessidade de abordagem
individualizada. Essas problemáticas podem afetar a efetividade do tratamento e requerem uma
abordagem multidisciplinar para o manejo adequado dessa condição em mulheres que praticam
atividade física regularmente.

4 OBJETIVOS
4.1 Objetivo Geral
Discorrer sobre a importância da fisioterapia no tratamento da incontinência urinária de esforço, em
mulheres praticantes de atividades físicas de alto impacto.
4.2 Objetivos específicos
-Definir incontinência urinária e sua etiologia;

- Relatar o impacto da incontinência urinária na qualidade de vida das mulheres;

-Descrever os métodos de tratamento fisioterapêuticos para incontinência urinária;

- Discutir a importância da orientação e do suporte da fisioterapia na promoção da saúde, prevenção e


tratamento da incontinência urinária de esforço em mulheres praticantes de atividades físicas de alto
impacto;

5 REFERENCIAL TEÓRICO
5.1 Assoalho pélvico
O assoalho pélvico tem formato de bacia, sendo limitada pelo períneo, é composto por músculos, fáscias
e ligamentos, que são responsáveis por sustentar os órgãos pélvicos e abdominais, assim mantendo a
continência urinária (CARVALHO, IBIAPINA, MACHADO, 2021).
Forma a porção inferior da cavidade abdominal e pélvica, sendo a única musculatura transversal que
suporta carga (LIMA, et.al, 2022). É composto pelos músculos levantadores do ânus, coccígeo,
bulbocavernoso, isquiocavernoso, e músculo perineal transverso profundo e superficial formando assim os
19

músculos do assoalho pélvico (MAP) (NAGAMINE, DANTAS, SILVA, 2021).


São dispostos em duas camadas, sendo elas: superficial (músculos transversos superficiais do períneo,
bulboesponjosos e isquiocavernosos). E a camada profunda (músculos transversos profundos do
períneo, esfíncter uretrovaginal, compressores da uretra e esfíncter externo da uretra) (GIRÃO et al.,
2015).
A pelve é formada pelos ossos do quadril, sacro e cóccix, onde lacaliza-se órgãos do sistema genital e
urinário, além da porção terminal do sistema digestório (LAROSA, 2016). Possui finalidade de sustentar
os órgãos abdominais baixos e pélvicos, manutenção da continência urinária e fecal, auxilia no aumento da
pressão intra-abdominal, na respiração e na estabilização de tronco (SILVA, 2023).

5.2 Sistema urinário


O sistema urinário é formado por dois rins sendo os principais órgãos excretores do corpo, uma bexiga, dois
ureteres responsáveis por transportar a urina dos rins para a bexiga, e a uretra que transporta a urina da
bexiga para o exterior do corpo (KRAUZE, 2016). Sua função é de produzir urina, ser responsável
pela condução, armazenamento e eliminação da mesma, além de filtrar e remover as impurezas do
sangue, e regular o equilíbrio acidobásico e hidroeletrolítico (LAROSA, 2016).
O rim apresenta coloração marrom avermelhada, sendo um órgão parenquimatoso. Localiza-se no espaço
retroperitoneal na região superior do abdome, próximo à glândula suprarrenal. É um órgão essencial de
excreção de substâncias do corpo, considerado vital pela regulação do equilíbrio de líquidos e de
eletrólitos (WASCHKE et al., 2019). Suas funções incluem o processo de filtração glomerular, reabsorção,
secreção e excreção tubulares, além de produção de hormônios peptídicos, de renina, calcitriol e de
eritropoetina (JUNIOR, 2020).
Os ureteres variam em diâmetro de 2 a 8 mm, apresentando-se mais largos na pelve renal, e se estreitam
progressivamente conforme entram na bexiga urinária, medindo aproximadamente 30 cm. São ductos
musculares pareados que conduzem a urina a partir dos rins em direção à bexiga. Iniciam-se medial ao rim
ipsilateral como uma continuação da pelve renal, e termina com a inserção na parede posterior da
bexiga (KELLY; LANDMAN, 2014).
A bexiga é um órgão muscular oco em formato de bolsa localizado na pelve, sua função é de armazenamento
da urina. No homem a bexiga relaciona-se posteriormente com a sínfise púbica e anteriormente com o
reto, enquanto na mulher, posteriormente à sínfise púbica, anteroinferiormente ao útero e anteriormente
à vagina (LAROSA, 2016).
É um canal que liga a bexiga ao meio externo, assim expulsando a urina do organismo por um orifício
chamado meato urinário. Contém dois esfíncteres: o esfíncter interno da uretra; localiza-se no início da uretra,
sua contração é involuntária e impede a saída da urina da bexiga e o esfíncter externo da
uretra; apresenta contração voluntária, portanto, é o que permite o controle da vontade de urinar até
certo limite (CORRÊA, 2016).

5.3 Fisiologia da micção


A bexiga urinária é um órgão muscular oco que armazena a urina até que seja eliminada do corpo. Durante a
fase de enchimento da bexiga, a musculatura lisa vesical (detrusor) relaxa e há aumento coordenado do
tônus esfincteriano uretral. Já durante a micção, o detrusor se contrai e o esfíncter uretral relaxa para
permitir a eliminação da urina (WEIN et al., 2019); (GOMES, HISANO, 2015).
O estímulo proporcionado pelo córtex cerebral induzem à vontade miccional, que acontece por meios do
repouso voluntário de toda estrutura pélvica e da uretra com relação a contração detrusora ocorrendo o
esvaziamento de urina (OLIVETTO; LIMA; ALENCAR, 2021). Os estímulos mandados pelo córtex
20

propiciam à vontade de urinar, que ocorre pelo relaxamento voluntário do assoalho pélvico e da uretra
associado à contração do detrusor (ALMEIDA; MARSAL, 2015).

5.4 Incontinência Urinária


Apesar da IU não apresentar risco de vida, pode acarretar em consequências sociais e pessoais que
afetam a qualidade de vida das mulheres. Essas consequências incluem exclusão social, frustrações
psicológicas, necessidade de uso constante de absorventes, limitação em atividades diárias, e
constrangimentos perante a sociedade. Ademais, a condição afeta negativamente a autoestima das
mulheres e pode levar à institucionalização precoce (ALVES et al., 2021).
A incontinência urinaria (IU) é definida como qualquer perca involuntária de urina, podendo causar
comprometimentos no aspecto social, e psicológico da mulher. É vista como um problema que
afeta principalmente mulheres multíparas e mais velhas, porém existem fatores que provam que durante
a atividade física estressante a ocorrência de perca de urina seja comum em mulheres jovens e
fisicamente ativas (PATRIZZI et al., 2014).
Sua fisiopatologia envolve fatores anatômicos, bioquímicos, neurológicos e endócrinos, envolvendo um
distúrbio no equilíbrio da bexiga contra as pressões uretrais. A IU pode ser classificada de acordo com
sua etiologia em duas condições que são suas principais causas; sendo elas: anormalidades da bexiga
(como baixa complacência da bexiga.), e anormalidades do esfíncter (como hipermobilidade uretral e/ou
deficiência intrínseca do esfíncter) (AMADOR; DIAZ; MONTENEGRO, 2021).
Os principais sinais e sintomas decorrentes da IU são: noctúria (acordar a noite para urinar), aumento da
frequência miccional, perda de urina ao esforço, incontinência no ato sexual, infecções urinárias
recorrentes e dor na bexiga, o impacto dos sintomas está diretamente relacionado à percepção individual
de cada pessoa, quanto sua severidade, tipo e quantidade de perda urinária (BONFIM; CHIMELLI, 2022).
Pode ser dividida em incontinência urinária de esforço, hiperatividade vesical (urgência), ou
incontinência mista (urgência mais esforço) (BERTOLDI, GHISLERI, OICCININI, 2014). Sendo
incontinência de esforço definida como perca involuntária de urina por esforço físico, tosse ou
espirro; incontinência de urgência associada a um forte e incontrolável desejo de urinar e incontinência
mista reunindo características de ambas (SILVA et al., 2020).
A UI de esforço ocorre por uma lesão do esfíncter uretral ou devido a uma deficiência no suporte vesical e
uretral que é feito pelos músculos do assoalho pélvico, levando a perca de urina em situações de aumento da
pressão intra-abdominal, como correr, rir, pegar peso, e levantar da posição sentada. A IU de emergência
ocorre quando o músculo detrusor apresenta contração involuntária (hiperatividade detrusora), levando
um desejo súbito de urinar. Já a IU mista é a combinação de ambas, sendo uma insuficiência de oclusão
uretral associada à hiperatividade detrusora (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020).

5.5 Fisioterapia aplicada à Incontinência Urinária


O tratamento para IU pode ser conservador ou cirúrgico, sendo que na cirúrgica além de ser um
tratamento invasivo, tem um custo elevado para realização e existe a probabilidade de ocorrer
complicações. Já a fisioterapia vai atuar com mecanismos menos invasivos, como eletroestimulação,
biofeedback, e a terapia com cones, envolvendo a contração controlada e sistemática dos músculos do
assoalho pélvico (OLIVETTO; LIMA; ALENCAR, 2021).
A fisioterapia caracteriza-se como um tratamento conservador, sendo menos invasivo, baixo índice de
efeitos colaterais e bons resultados. Visa uma correção da estática pélvica e um fortalecimento dos
componentes esfíncterianos, aumentando o tônus e corrigindo a transmissão das pressões intra-
abdominais, que refletirão no mecanismo da continência (MOTA; CRUZ; BRAÚNA, 2022).
21

A avaliação física e funcional do assoalho pélvico é essencial na prevenção e no tratamento


da IU. Evidencias mostram que exercícios perineais são a melhor opção para tratamento, porém a
fisioterapia dispõe de diversos recursos para reabilitação, como treinamento para os músculos do
assoalho pélvico utilizando o biofeedback, eletroestimulação, cones vaginais, entre outros (SILVA;
SILVA; FURLANETTO, 2021).
Os exercícios de Kegel são um elemento fundamental nos tratamentos de reeducação
vesicoesfincteriana. Embora tenham sido inicialmente propostos por JW Davis, foi Arnold Kegel quem os
descreveu em detalhes em 1948. Se não forem realizados regularmente, os efeitos dos exercícios de
Kegel podem ser perdidos em 10 a 20 semanas após sua interrupção. A escolha da técnica de
treinamento vesical deve ser baseada na causa da incontinência urinária e nas características do
paciente, como capacidade de aprendizado, motivação e adesão ao tratamento. É importante seguir
protocolos que comecem com as medidas mais simples e seguras e progridam para as mais agressivas,
sempre guiados pelos objetivos terapêuticos pré-estabelecidos (HERNÁNDEZ et al., 2020).
Um dos recursos utilizados pela fisioterapia é a eletroestimulação dos músculos do assoalho pélvico de
do nervo pudendo, ocorre de forma passiva e é realizada por meio de eletrodos endovaginais ou retais
que são conectados à um gerador de impulsos elétricos, assim gerando a contração do períneo. Os
parâmetros para uma boa reação muscular do períneo em caso de IU por esforço é de frequência 35 a 50
Hz e de emergência de 5 a 10Hz controlando a hiperatividade do detrusor (COSTA, 2019).
O biofeedbak tem como objetivo promover uma pré-contração dos músculos do assoalho pélvico com a
elevação da pressão intra-abdominal e aumento do suporte pélvico, gerando assim um aumento do tônus
e da hipertrofia muscular. O biofeedbak permite que o paciente manipule as respostas
eletrofisiológicas da musculatura do assoalho pélvico de acordo com sinais visuais e auditivos, para um
melhor resultado é recomendado que seja associado com exercícios de fortalecimento do assoalho
pélvico (BONFIM; CHIMELLI, 2022).
A utilização de cones vaginais para o fortalecimento resistido e progressivo dos músculos do assoalho,
tem sido efetiva, proporcionando uma percepção da região promovendo um feedback sensorial, levando
os músculos do assoalho pélvico a se contraírem com mais vigor, promovendo uma melhora na
percepção da região perineal, aumento da força muscular e recrutamento de fibras musculares do tipo I
e tipo II (HOLZSCHUCH; SUDBRACK, 2019).
A cinesioterapia para o tratamento de IU compreende basicamente na utilização dos exercícios de Kegel
que tem como objetivo trabalhar a musculatura perineal para o tratamento da hipotonia do assoalho
pélvico (OLIVEIRA; GARCIA, 2011). Os exercícios de Kegel baseiam-se em contração e relaxamento dos
músculos do assoalho pélvico, levando a hipertrofia das fibras dos músculos e maior recrutamento de
neurônios motores ativos (LIMA, 2022).

5.6 Atividade de alto impacto


Os exercícios de alto impacto são caracterizados por envolver a sustentação de peso nas extremidades
inferiores e/ou por exigirem que ambos os pés saiam do solo simultaneamente, resultando em um
aumento brusco e repetitivo na pressão intra-articular. Atividades que envolvem saltos, como basquete,
jump, ginástica e corrida, são consideradas esportes de alto rendimento ou alto impacto. Essas
atividades apresentam uma maior probabilidade de causar danos aos músculos do assoalho pélvico
(NAVES et al., 2016).
A IU em atletas está diretamente relacionada à frequência com que eles são expostos a aumentos da
pressão intra-abdominal durante atividades de alto impacto, devido à contração dos músculos
abdominais sem a devida ativação dos músculos perineais. A prática extenuante de atividades que
22

envolvem pressão intra-abdominal pode causar sobrecarga e danos crônicos ao períneo, o que pode
reduzir a força de contração dos músculos do assoalho pélvico (MAP) e aumentar o risco de IU de esforço
(KHOWAILED et al., 2020).

6 MATERIAIS E MÉTODOS
Este presente estudo será realizado através de uma revisão de literatura do tipo narrativa, discorrendo
sobre a importância dos tratamentos fisioterapêuticos na IU de esforço em mulheres praticantes de
atividades físicas de alto impacto.
Para elaboração deste trabalho serão recrutados informações utilizando os Descritores em Ciências da
Saúde (DeCS) fisioterapia, incontinência urinaria, sexo feminino, tratamento, através dos bancos de
dados dos sites acadêmicos Scientific Electronic Library Online (SCIELO), PUBMED, Literatura Latino-
Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Medical Literature Analysis and retrieval System
Online (MEDLINE), indexados na BVS (Biblioteca Virtual em Saúde) artigo científicos publicados e
disponibilizados no Google Acadêmico.
Serão selecionados artigos relacionados ao tema, publicados nos últimos 10 anos, de 2013 a 2023, em
português, espanhol e inglês. Os critérios de inclusão serão determinados por meio da prévia leitura dos
resumos, a fim de filtrar materiais que contribuam significativamente para o desenvolvimento do trabalho
sobre a importância da fisioterapia na IU de esforço em mulheres praticantes de atividades físicas de alto
impacto. Os critérios de exclusão consideram artigos publicados há mais de 10 anos e aqueles que não
contribuem de forma integrada para a pesquisa do assunto em questão.
Considerando que este projeto de pesquisa consiste em uma revisão de literatura, não serão
identificados riscos. Em relação aos benefícios, espera-se que este estudo ofereça aos profissionais de
saúde e pesquisadores em geral informações mais abrangentes sobre a incontinência urinária de esforço
em praticantes de atividade física.

7 RESULTADOS ESPERADOS
Por meio desta revisão bibliográfica de caráter narrativo, espera-se ampliar os conhecimentos sobre a
incontinência urinária de esforço entendendo suas causas, etiologia, incidência e as principais técnicas
fisioterapêuticas utilizadas, salientando assim sua importância na saúde da mulher, buscando
compreender através da literatura a relação entre as atividades físicas de alto impacto e a incontinência
urinária esforço.
23

CRONOGRAMA

MÊS
ATIVIDADES Jan Abr Jul Out
Fev Mar Mai Jun Ago Set Nov Dez
202 202 202 202
2023 2023 2023 2023 2023 2023 2023 2023
3 3 3 3
Definição do
tema e estudo X
bibliográfico

Pesquisa
bibliográfica X
preliminar

Leitura e
X X
fichamento

Elaboração de
X X X X
projeto

Entrega de
X
projeto

Defesa do TCC
X
I

Revisão
bibliográfica X X X X X X X X X
complementar

Redação final X

Revisão e
entrega do X X
trabalho

Defesa do TCC
X
II

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