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Microagulhamento

Terapia de indução de
colágeno
Professora: Laís Alexandra R. D. Souza
O microagulhamento
• O Microagulhamento ‒ Terapia de Indução de Colágeno ‒ é uma
técnica promissora no ramo da estética, com excelentes resultados
em afecções como cicatrizes de acne, flacidez cutânea, estrias, rugas,
manchas, sequelas de queimadura, entre outras.
INTRODUÇÃO
• Em meados dos anos 1990, um novo método de “subcisão” para o
tratamento de cicatrizes cutâneas e rugas foi introduzido dentro de um
arsenal de recursos para o tratamento dessas afecções.
• Em virtude da sua particular forma de lesionar, a técnica foi denominada
Terapia de Indução de Colágeno – TIC (Colagen Induction Therapy ‒ CIT).
• Algum tempo depois, foram realizadas punturações com uma pistola de
tatuagem em duas pacientes que apresentavam cicatrizes hipotônicas
após um procedimento cirúrgico na face (facelifting), com resultados
surpreendentes e significativos na qualidade das cicatrizes, aparência e
textura da pele.
INTRODUÇÃO
• Atualmente, a técnica de microagulhamento por meio de
múltiplasperfurações na pele tem como principais objetivos gerar
microlesões cutâneas e, consequentemente, induzir intensa produção
de colágeno (daí a denominação do método). Além disso, abre
“caminhos” na pele, potencializando a permeação de medicamentos
e/ou cosméticos de uso tópico.
• Assim, o método tem se mostrado muito eficaz no tratamento de
rugas, estrias, discromias, cicatrizes atróficas, sequelas de
queimadura, entre outros,
CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO
• Os mais populares são os rollers e as canetas de microagulhas.
ROLLER
• roller ou dermaroller é normalmente constituído de um pequeno
cilindro-rolo arquitetado com uma quantidade de finas agulhas que,
dependendo do tipo e finalidade de uso, pode variar de 190 a 1.080
agulhas de 0,20 mm e 3 mm de comprimento e vão de 0,1 mm a 0,12
mm de diâmetro no ponto máximo de penetração.
• Para as lesões mais profundas (rugas profundas, sequelas cicatriciais de
acne e de queimadura), sugerimos utilizar agulhas maiores (2 mm a 3
mm de comprimento); para as lesões medianas ou mais superficiais, ou
para facilitar a absorção de cosméticos ou medicamentos, podemos
utilizar rollers com agulhas menores (0,20 mm a 1,5 mm de
comprimento).
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Corroborando com esse critério de avaliação, Lima, Lima e Takano
classificaram a lesão na pele por meio do microagulhamento da
seguinte maneira:
• lesão leve: gerada por agulhas que medem 0,5 mm de comprimento;
• lesão moderada: gerada por agulhas que medem 1,5 mm de
comprimento;
• lesão profunda: gerada por agulhas que medem 2,0 mm de
comprimento.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
• Portanto, podemos associar a profundidade da lesão com o grau de severidade dela, que
depende do tamanho da agulha eleita para o tratamento.
• A Figura 8.1 mostra rollers construídos com 9 linhas de agulhas, que medem 1,5 mm e 0,25 mm
de comprimento. Já a Figura 8.2 mostra um roller de 3 linhas de agulhas de 0,5 mm de
comprimento.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
• Agulhas que medem de 0,5 mm até 3 mm de comprimento
desencadeiam uma cascata de reações no processo de reparo tecidual,
estimulando queratinócitos e fibroblastos, com consequente regulação
de fatores de crescimento. Aumentam a renovação celular da
epiderme, de colágeno, elastina e glicosaminoglicanas (GAG).
• Para a utilização dessas agulhas mais longas, geralmente se recomenda
o uso de anestésico tópico antes da aplicação, a fim de proporcionar
mais conforto ao cliente.6,7 Os rollers com agulhas que medem 0,2 mm
a 0,3 mm são indicados para permeação cosmética/medicamentosa ou
para uso em domicílio (home care), pois não necessitam de anestésico.
• Atualmente, existem várias empresas que fabricam os rollers com
variações que permitem o uso simultâneo de sistema vibratório
(Figura 8.3), microcorrentes, e LED/laser, mas não encontramos
publicações que atestem resultados potencializados com esses
recursos adicionais em comparação com os aparelhos constituídos
somente e com agulhas.
TRAJETÓRIA
• Como as agulhas estão dispostas em um cilindro, penetram inicialmente na pele em um
determinado ângulo e vão se aprofundando à medida que o cilindro rola sobre a pele;
quando as agulhas saem da pele, isso se dá num ângulo oposto ao da penetração e faz com
que os sulcos se curvem. Esse resultado é causado pela trajetória da agulha, que entra e sai
da pele por aproximadamente 1,5 mm a 2 mm, em movimento circular associado ao
rolamento6 (Figura 8.4).
CANETAS DE MICROAGULHAMENTO
• Atualmente, existem no mercado, aparelhos em forma de caneta para
realização do microagulhamento. Essas canetas podem ser manuais
(mecânicas) ou elétricas e suas agulhas são descartáveis (refis).
• O equipamento elétrico, também chamado de dispositivo elétrico de
microagulhamento, permite a regulagem do tamanho das agulhas
entre 0,25 mm a 2 mm de acordo com a profundidade da afecção
estética.
• Já que a quantidade de agulhas nos refis pode variar (2, 3, 7, 12 ou 36
agulhas), aconselhamos trabalhar com um número maior de agulhas
para se obter um trauma mais homogêneo.
CANETAS DE MICROAGULHAMENTO
CANETAS DE MICROAGULHAMENTO
• A caneta manual é utilizada com movimentos de subida e descida sobre a
pele (movimento de pilão), perfurando-a repetidas vezes.
• Já a caneta elétrica é utilizada deslizando-a sobre a área-alvo, passando-a
várias vezes sobre o mesmo local, com movimentos circulares ou
retilíneos, até se obter o aspecto lesional desejado de acordo com o
tamanho da agulha (hiperemia, petéquia sanguínea ou sangramento).
• O sistema elétrico faz com que as agulhas subam e desçam
automaticamente, atingindo a profundidade desejada de acordo com o
ajuste realizado anteriormente na caneta, sem a necessidade de
pressioná-la sobre a pele.
• Os ativos cosméticos podem ser aplicados antes, durante ou após o uso da caneta.
• Alguns modelos utilizam um refil de agulhas com um reservatório para acondicionamento
do produto terapêutico, de maneira que durante o deslizamento da caneta e a perfuração
da pele o ativo cosmético seja lançado no sítio da lesão.
EFEITOS FISIOLÓGICOS DO
MICROAGULHAMENTO
• Os efeitos fisiológicos decorrentes da aplicação do roller são os
responsáveis pela resposta obtida após o tratamento.
• São eles:
 estímulo à produção de colágeno;
 melhora da qualidade da epiderme e derme (aceleração da
proliferação celular dos queratinócitos e células basais,
 otimização da ligação celular entre os queratinócitos e melanócitos,
estimulação da produção de colágeno saudável); e
 angiogênese (Formação de novos vasos sanguíneos)
ESTÍMULO À PRODUÇÃO DE
COLÁGENO
• Teremos como resposta ao tratamento a produção de novas fibras de
colágeno.
• Os orifícios promovidos pelas agulhas são minúsculos, e muitos
acreditam que estes se fecham pouco depois (60 a 90 minutos) após o
tratamento. Isso mantém a epiderme preservada, e a recuperação é
rápida.
• O ferimento causa uma lesão localizada na pele, podendo ocasionar
também um sangramento mínimo pela ruptura de vasos sanguíneos
finos (dependendo do tamanho da agulha).
Esquema de perfuração da epiderme
O reparo tecidual
• As agulhas são tão finas que ocorre um pseudodano tecidual, preservando a epiderme.
• Entretanto, esse “estímulo de nervo”, transportado por sinais elétricos, desencadeia a
cascata do processo de cura. Células da pele, num raio de 1mm a 2mm ao redor do
canal de punção, “enviam” sinais de crescimento para células indiferenciadas.
• Esses sinais estimulam a proliferação de novas células (por exemplo, fibroblastos), para
sintetizarem colágeno e fibras de elastina.
• A tarefa dos fibroblastos é migrar para o ponto de intrusão da agulha para o
fechamento da ferida.
• Desse modo, os canais das perfurações produzidas pelas microagulhas, bem próximos
uns dos outros, “não necessitam de tratamento”, pois se caracterizam como uma
“lesão” terapêutica.
• Ocorre, assim, por meio das células de reparo de feridas (fibroblastos, entre outros), a
produção de fibras colágenas na derme superior, logo abaixo da camada basal da
epiderme.
FASE INFLAMATÓRIA (1 A 3 DIAS)
Resposta celular
Nesta fase, os neutrófilos são o tipo de célula predominante nas primeiras
48 horas (embora importantes, a sua ausência não parece impedir a cura).
Os macrófagos são talvez as células mais importantes na fase inicial do
processo de reparo tecidual. Sem eles, pouca ou nenhuma cura irá ocorrer.
Eles também removem detritos e bactérias por meio de fagocitose e
liberam fatores de crescimento que provocam a migração e a divisão das
células envolvidas na fase proliferativa.
• O desenvolvimento do novo tecido é dependente desses Fatores de
Crescimento Derivados de Macrófagos (MDGF).
FASE INFLAMATÓRIA (1 A 3 DIAS)
Resposta celular
A lista de MDGF é longa e inclui:
 fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF),
 fator de crescimento transformador alfa (TGF-alfa),
 fator de crescimento transformador beta (TGF-beta),
 interleucina-1 (IL-1), e
 fator de necrose tumoral (TNF).
Os linfócitos T entram na ferida cerca de 72 horas mais tarde e liberam
a interleucina-1 (que regula a colagenase) e linfocinas. Eles também
formam anticorpos para uma resposta imunológica.
FASE INFLAMATÓRIA (1 A 3 DIAS)
Resposta vascular
• Há uma vasoconstrição inicial para evitar perda de sangue e, em
seguida, há um período mais prolongado de vasodilatação, em razão
da liberação de histamina, prostaglandinas, cininas e leucotrienos.
Isso resulta em edema, eritema e calor.
FASE PROLIFERATIVA (3 A 5 DIAS)
Esta fase inclui:
angiogênese,
deposição de colágeno,
 formação de tecido de granulação,
epitelização e
contração da ferida.
O oxigênio é um requisito básico para a produção de colagéno, entretanto, a
ferida tem o fluxo de sangue comprometido, de modo que a angiogênese
(formação de novos vasos sanguíneos pelas células endoteliais vasculares)
acontece para compensar isso.
FASE PROLIFERATIVA (3 A 5 DIAS)
Em alguns dias após o trauma, ocorre uma reperfusão adequada
(retorno do fluxo sanguíneo).
• A fibroplasia se inicia de 3 a 5 dias após a lesão e pode perdurar
durante 14 dias.
• Os fibroblastos crescem e formam uma nova matriz extracelular
provisória, excretando colágeno e uma glicoproteína muito
importante, chamada fibronectina e, juntamente com a angiogênese,
formam o tecido de granulação.
• Os monócitos (principalmente os linfócitos) entram no tecido
conectivo e diferenciam-se em macrófagos fixos e livres.
FASE PROLIFERATIVA (3 A 5 DIAS)
• Por sua vez, esses macrófagos estimulam outros processos de cura de feridas,
atraindo outros fagócitos, o que estimula a neoformação de vasos e de tecido
conjuntivo, “ordenando” prostaglandinas a sustentarem o processo inflamatório,
além de dilatar vasos.
• Por meio da interleucina, mais neutrófilos são atraídos e podem, ainda, liberar
enzimas para destruir possíveis detritos acumulados na ferida.
• Estima-se um tempo de 3 a 5 dias para os produtos dos macrófagos causarem a
diferenciação dos fibroblastos a partir de células mesenquimais no tecido
conjuntivo.
• Ao mesmo tempo, ocorre a reepitelização da epiderme, ou seja, as células
epiteliais se multiplicam e fluem sobre a ferida para selá-la. Feridas incisionais
normalmente epitelizam em 24 a 48 horas após a lesão.
FATORES DE CRESCIMENTO
• A taxa de aumento de queratinócitos é oito vezes maior na presença
de fator de crescimento epidérmico (EGF) e dez vezes maior na
presença de fator de crescimento transformador alfa (TGF-alfa).
• Daí a importância de se buscar melhores resultados com o
microagulhamento, associando-o a produtos que contenham tais
fatores de crescimento.
PROCESSO
• Do 5º ao 20º dia pós-microagulhamento, com a diminuição da
inflamação e, portanto, do número de mediadores inflamatórios, o
ambiente da ferida é alterado para permitir a formação de tecido
novo.
• A ferida, assim, entra na fase fibroblástica, na qual os fibroblastos
proliferam e migram na ferida com a ajuda dos fatores de
crescimento e fibronectina, que atuam como um canal, permitindo
que os fibroblastos migrem através do gradiente quimiotático para o
local da lesão.
→ →
Fase inflamatória do processo
de reparo tecidual pós- Fase proliferativa do Fase proliferativa
microagulhamento. processo de reparo tecidual
(período
pós-microagulhamento.
fibroblástico).
FASE DE REMODELAGEM (28 DIAS A
2 ANOS)
• Nesta fase, parte do processo de maturação do colágeno inclui o
desenvolvimento de ligações cruzadas entre as cadeias peptídicas ou entre
as moléculas de colágeno. São as ligações cruzadas que dão força à cicatriz.
• Além disso, durante o processo de maturação, a enzima colagenase quebra
as moléculas de colágeno orientadas de forma inadequada.
• O resultado é que o novo colágeno, inicialmente previsto de forma
desorganizada, se torna orientado ao longo das linhas cicatriciais de uma
forma semelhante à fisiológica, e o colágeno saudável aparece.
• Esse processo dura cerca de 20 dias até 2 anos, e a cicatrização colágena
recupera cerca de 70% a 80% da força de tração original do colágeno
normal.
Linha do tempo do reparo tecidual pós-
microagulhamento
EFEITOS SOBRE A EPIDERME
Segundo Setterfield, a epiderme sofre a ação do microagulhamento
(até de agulhas pequenas) das seguintes maneiras:
 A microlesão provocada pelas agulhas leva à liberação de fatores de
crescimento, principalmente o fator de crescimento epidérmico.
 A ligação celular entre os queratinócitos saudáveis e melanócitos é
otimizada, resultando numa melhor distribuição do pigmento de
melanina.
 A entrega dos ingredientes cosméticos aumenta em regiões mais
profundas no nível de queratinócitos e melanócitos.
EFEITOS SOBRE A DERME
A derme pode ser influenciada pelo microagulhamento de duas maneiras:
 Por sinalização celular a partir dos queratinócitos, através de vários fatores de
crescimento e outras moléculas, que governam a resposta de fibroblastos na produção
de colágeno;
 Ao aumentar a entrega de ativos cosméticos nas camadas mais profundas da pele.
 Os fibroblastos (células que desempenham um papel importante na manutenção da pele
jovem) requerem nutrientes, incluindo vitaminas A e C, para produzir colágeno e elastina.
Observação:
É importante não apenas usar os cosméticos apropriados para determinados tipos de pele,
mas introduzi-los mais profundamente, onde eles podem produzir melhor efeito. A
barreira natural hidrofóbica da pele impede a penetração de produtos, especialmente
aqueles que são à base de água.
ANGIOGÊNESE
INDICAÇÕES
• POTENCIALIZAÇÃO DA PERMEAÇÃO COSMÉTICA E/OU MEDICAMENTOSA: As agulhas geram
microcanais através da pele, criando um “caminho” para os cosméticos/medicamentos
penetrarem mais facilmente, o que aumenta a permeabilidade cutânea e,
consequentemente, a ação terapêutica dos produtos utilizados.
INDICAÇÕES
• RUGAS / MARCAS DE EXPRESSÃO: se dá pela capacidade do
microagulhamento em aumentar a indução de colágeno e elastina, bem como
de aumentar a formação de uma nova matriz de colágeno, que ajuda a
suavizar as irregularidades da pele, como no exemplo mais óbvio que são as
rugas. Além disso, o aumento da elastina e do colágeno enrijece e engrossa a
pele, tratando e evitando a flacidez e o afinamento, comuns no
envelhecimento.
• ACNE / CICATRIZES ACNEICAS: a nova formação colágena “engrossa” e
preenche a pele, por exemplo, no tratamento de cicatrizes acneicas atróficas.
Pode-se obter redução significativa da acne transitória com o uso do
microagulhamento, pois as agulhas finas retiram a queratina excessiva e
mantêm os dutos sebáceos desobstruídos, evitando assim recidivas.
INDICAÇÕES
• CELULITE: No quadro celulítico, as células de gordura crescem e se
“espremem” através das fibras de colágeno dispostas em paralelo e se
tornam visíveis na superfície da pele. Essa é a razão para a sua aparência
com “furinhos”.
Uma vez que a celulite é estabelecida, problemas de metabolismo são
adicionados e pioram a situação: as células de gordura alargadas obstruem
a drenagem da linfa e do sangue, e a água é pressionada para o tecido
circundante, podendo gerar aspecto edematoso.
Contudo, quando as células de gordura começam a empurrar e distorcer
essa estrutura, há a produção da ondulação característica da aparência
associada à celulite.
INDICAÇÕES
• O microagulhamento para atuar na melhora efetiva dessa condição, e é possível
que os benefícios do microagulhamento, nesse caso, sejam a produção de elastina
e de um novo colágeno mais forte, minimizando a flacidez da pele, que podem,
assim, controlar melhor as células de gordura inchadas.
• Além disso, a indicação do microagulhamento no quadro celulítico pode se basear
no aumento da permeação de cosméticos e/ou medicamentos específicos para o
tratamento do quadro, fazendo com que haja maior efetividade desses ativos.
INDICAÇÕES
• HIPERPIGMENTAÇÃO: O microagulhamento pode tratar a
hiperpigmentação das seguintes formas:
• A punturação uniforme e condensada sobre a pele pode funcionar como
um peeling mecânico, que faz com que a descamação promovida pelo
microagulhamento promova tratamento de hiperpigmentações.
• A liberação de fator de crescimento após o microagulhamento em regiões
hiperpigmentadas – fator de crescimento de queratinócitos (KGF) e
fibroblástico (FGF) – pode restaurar a função dos queratinócitos e
fibroblastos, normalizando a comunicação das células com melanócitos,
diminuindo a pigmentação regional e otimizando a captação do pigmento
(melanogênese fisiológica)
INDICAÇÕES
• As hipercromias também podem ser tratadas em associação com
cosméticos/medicamentos despigmentantes, pois esses produtos quando
utilizados na pele microperfurada conseguem agir com maior efetividade e
profundidade.
• Os resultados mostraram que o lado tratado com o microagulhamento
produziu resultados de diminuição das manchas muito mais efetivos se
comparados com o lado onde foi utilizado somente o despigmentante.
• As manchas escuras, em geral, respondem muito bem a uma terapia de
microagulhas, principalmente com o roller. Em alguns casos, 1 ou 2
procedimentos são suficientes para se obter uma pigmentação normal e
uniforme. As manchas desaparecem e tendem a não retornar!
INDICAÇÕES
• ESTRIAS: Como conceito básico, o tratamento de estrias com
microagulhamento consiste em estimular a proliferação de fibroblastos
e consequente produção colágena para a regeneração da pele estriada.
• Como o trauma causado pelas agulhas na pele estriada ocorre de modo
uniforme, preservando a integridade da epiderme, o risco de
hipocromia (comum em recursos com laser, dermoabrasão) é
minimizado em peles negras.
• Recomendamos também o uso de substâncias que possam potencializar
os resultados, principalmente, compostos de fatores de crescimento
epidérmico e fibroblástico, assim como vitaminas A e C.
INDICAÇÕES
• CICATRIZES DE QUEIMADURA (HIPERTRÓFICAS): pode haver melhora
tanto no aspecto estético quanto na mobilidade do tecido em áreas de
cicatrizes hipertróficas pós-queimaduras ou em cicatrizes de outra causa.
• Com o amadurecimento das cicatrizes pós-queimadura, o tecido fibrótico
encolhe, adere e restringe a mobilidade em áreas como dedos, braços,
pernas e pescoço.
• Em muitos casos, recomenda-se aguardar até um ano para ver o
resultado final do tratamento. O intervalo entre as sessões no
tratamento da cicatriz normal ou rejuvenescimento da pele e no
tratamento da cicatriz de queimadura pode variar entre 8 e 12 semanas.
INDICAÇÕES
• O efeito mecânico das perfurações na pele faz com que ela tenha sua tensão
cicatricial diminuída (“quebra” do arcabouço cicatricial), ocasionando uma diminuição
de seu “relevo cicatricial” e, consequentemente, de seu aspecto inestético.
• A lesão pelas agulhas libera fator de crescimento transformador beta 3 (TGF-beta 3), e
este diminui a ação de TGF-beta 1 e TGF-beta 2 (conhecidos como inibidores da
proliferação de células epiteliais), inibindo o efeito de cicatrização antifisiológica, o
que favorece um novo reparo. Ou seja, a lesão perfurante nas cicatrizes permite uma
nova cascata de efeitos de cicatrização natural da ferida e a pele “recicatriza” com
aspecto mais fisiológico.
• Para esse tipo de afecção, recomenda-se o uso de agulhas maiores, normalmente
com 2,5 mm de comprimento (ou até 3 mm), para poder alcançar áreas mais
profundas da cicatriz.
INDICAÇÕES
• QUEDA DE CABELO: Na queda de cabelo, a ação do microagulhamento recai principalmente sobre os
seguintes aspectos:
O microagulhamento promove uma maior absorção de medicamentos/cosméticos no nível dérmico,
potencializando sua ação.
A inserção da agulha promove liberação de histamina, vasodilatação e aumento do fluxo sanguíneo no
couro cabeludo, nutrindo de forma imediata a papila dérmica.
Ocorre a liberação de fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), neoangiogênese,10,11,12 e
consequentemente há melhora na vascularização do folículo em longo prazo.
O fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) também aumenta o tamanho do folículo e promove
o crescimento de cabelo.
A inserção da agulha também pode estimular o crescimento do cabelo por promover a liberação de
fator de crescimento de fibroblastos (FGF) e consequente regulação fisiológica das células da papila
dérmica.
O microagulhamento é capaz de estimular células-tronco, induzindo a formação de novos pelos.
INDICAÇÕES
• Uma substância comumente usada na prática clínica é o Minoxidil
(concentração de 5% para homens, e 2% a 5% para mulheres), que
pode ser encontrado em farmácias (de manipulação ou não) e lojas
especializadas.
• Recomendamos também o uso de cosmético manipulado composto
com fator de crescimento endotelial vascular (que promove a
angiogênese e o aumento do diâmetro dos bulbos e folículos capilares),
fator de crescimento fibroblástico ácido (que estimula a circulação
sanguínea do couro cabeludo, revitalizando os folículos capilares), e
peptídeo de cobre (que promove o crescimento de folículos).
APLICAÇÃO PRÁTICA
• Clínica – pode ser realizada uma aplicação semanal com agulha de 0,5
mm de comprimento para liberar fatores de crescimento endotelial
vascular, além de potencializar a permeação de ativos terapêuticos.
• Alguns autores mencionaram o uso de agulhas de 1,5 mm de
comprimento com intervalo de uma a três semanas entre as sessões.
FLACIDEZ CUTÂNEA
• O tratamento da flacidez de pele no corpo se dá pelo grande estímulo que a pele
sofre para a produção de colágeno após o microagulhamento, resultando em
maior firmeza da pele do corpo.
• Nos tratamentos corporais, recomendamos sempre o uso de agulhas maiores (a
partir de 1,5 mm). Além disso, sugerimos “preguear” a pele a fim de “tensioná-
la” e, dessa maneira, favorecer a penetração da agulha.
• Sugerimos, também, um intervalo entre as sessões de 30 a 45 dias.
INDICAÇÕES
• ROSÁCEA: O microagulhamento pode produzir bons resultados na redução da vermelhidão e melhorar a
aparência da rosácea. Ele também reduz a frequência e a gravidade das ocorrências da lesão.
O tratamento de rosáceas com o microagulhamento ocorre da seguinte maneira:
• Permite a liberação de fator de crescimento epidérmico que diminui a densidade da epiderme,
reduzindo o aparecimento de vasos abaixo da pele e da vermelhidão global.
• Fortalece o colágeno nas paredes dos vasos e tecido conjuntivo que sustenta os vasos, reduzindo assim a
expansão dos vasos sanguíneos.
• Promove o aumento de plaquetas, o que atrai monócitos na ferida que liberam interleucina-10 (anti-
inflamatório de citocinas).
• Aumenta a disponibilidade de nutrientes celulares e antioxidantes pelo aumento do fluxo sanguíneo.
• É importante ressaltar que o microagulhamento pode ser usado na maioria dos casos de rosácea
(inclusive crônica), mas não deve ser usado em rosácea nodular ou pustular. Essas condições podem ser
tratadas uma vez que o surto tenha sido eliminado.
• Sugerimos o uso de agulhas medindo entre 0,5 mm e 1 mm.
PREPARAÇÃO DA PELE
• A pele do local a tratar deve ser limpa e seca. A higienização pode ser feita com álcool
70%, gluconato de clorexidina (Clorexidina) a 4%, ou pode-se submeter o cliente à
lavagem da área com sabonete antisséptico no próprio consultório ou clínica.
• Após a higienização, pode-se realizar uma esfoliação física a fim de minimizar a
presença de células mortas e favorecer a absorção do anestésico tópico.
• Após a higienização (e esfoliação, se houver), o anestésico tópico deve ser espalhado
sobre a pele, cobrindo-a completamente, com exceção dos olhos, da boca e das
narinas.
• Os anestésicos manipulados normalmente são utilizados por cerca de 40 minutos
(alguns com oclusão). Já os industrializados, como EMLA (Lidocaína 25 mg;
Prilocaína 25 mg) ou Dermomax (Lidocaína 40 mg) apresentam bom poder
anestésico quando aplicados normalmente por cerca de 20 minutos.

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