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1.

JATO DE PLASMA

O plasma foi utilizado pela primeira vez em meados de 1850, usando uma descarga de barreira
dielétrica para gerar ozônio e limpar a água dos contaminantes biológicos. O plasma é o quarto
estado da matéria, ou seja, temos uma substância que pode estar no estado sólido, líquido e
gasoso, e o plasma nada mais é do que o estágio mais energético depois do estado gasoso, ou
seja, é um gás ionizado.

Na área estética, os equipamentos de jato de plasma fazem a geração da descarga de plasma


através da ionização do ar atmosférico, para esta formação, o equipamento excita os gases ao
seu redor da ponteira, através de uma fonte de energia capaz de produzir um campo elétrico
de alta tensão, aplicado entre a ponteira e a pele a ser tratada, quando rompe a barreira
dielétrica do ar (isolante), gera uma descara de plasma na cor azul.

A descarga de plasma na pele gera a produção de calor, induzindo uma lesão térmica na
camada mais superficial da pele. Assim, possui efeitos de retração imediata do tecido e
ruptura térmica como um mecanismo de plasma ativo, com uma desnaturação do colágeno e
outras proteínas da pele, seguindo de uma cascata de neocolagenização. Estes efeitos
térmicos estimulam o rompimento de melanoses solares, ativação de fibroblastos e migração
da derme mais profunda, liberação de citocinas e regeneração do tecido.

2. ELETROCAUTÉRIO

A tecnologia do eletrocautério consiste em uma descarga de energia elétrica de corrente


alternada para remoção/cauterização de tecidos superficiais. Está baseada na eletro cirurgia
que tem por objetivo destuir ou remover o tecido por meio de aplicação de uma descarga
elétrica. Foi incorporado na estética com o objetivo de promover rejuvenescimento,
clareamento de melanoses solares, nas estrias, rugas e peelings suaves de acordo com as
ponteiras para essa finalidade.

Para essa tecnologia é preciso controlar a injúria provocada pois a mesma deve acontecer
somente a nível epidérmico, que produz a retração do tecido lesionado, o processo
inflamatório e o estímulo do fibroblasto na síntese do colágeno e elastina. Caso permaneça
aplicando o eletrocautério na mesma região, irá atingir outras camadas da pele, como a
derme, o que irá ocorrer intercorrências como cicatriz atrófica, mesmo se for ponteiras de
contato total poderá provocar queimadura de 2º grau.

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Devemos ter compreensão que os danos do eletrocautério são muito negativos quando
relacionados ao seu mal uso, o excesso de calor promove a coagulação ou o corte da derme. A
intensidade da queimadura pode variar de primeiro a terceiro grau, o que depende do tempo
que a pele permaneceu em contato com a corrente elétrica, da potência, do tipo de corrente e
do sentido da mesma. O objetivo é provocar uma queimadura superficial, leve e controlada.
Não se deve utilizar nenhum produto que contenha álcool ou elemento inflamável.

3. INDICAÇÃO E CONTRINDICAÇÃO

3.1 INDICAÇÃO
 Remoção de melanoses solares, efélides;
 Remoção de micropigmentação
 Remoção de leucodermia solar
 Curetagem da pele
 Rejuvenescimento facial: indução de processo inflamatório e cicatricial gerando
aumento de colágeno na pele
 Tratamento de estrias
 Tratamento de cicatriz atrófica
 Remoção de acrocórdons
 Flacidez de pálpebras e lóbulos de orelha
3.2 CONTRA INDICAÇÃO:
 Não irradiar com a caneta de fototerapia em pacientes que estão utilizando
medicamentos ou substâncias que podem ter ação fotossensibilizadora;
 Não utilizar em pacientes cardiopatas, que possuem marcapassos;
 Não utilizar em conjunto com aparelhos de neuroestimulação;
 Acne ativa
 Fototipos altos V e VI
 Afecções da pele (dermatites, psoríases, urticárias, ceratose solar, verrugas,
dermatoses inflamatórias (rosácea), etc;
 Áreas suspeitas que contenham tecido potencialmente canceroso;
 Diabéticos;
 Doenças imunodepressoras (HIV, Lúpus eritematoso sistêmico, Diabete tipo 1, vitiligo,
psoríase, artrite reumatoide, etc;

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 Diretamente em áreas com feridas abertas;
 Epiléticos;
 Fase ativa do herpes;
 Gestante e lactante;
 Histórico de quelóide;
 Uso de isotretinoína, anticoagulante, corticoides – pausa menos que 6 meses
 Pessoas que estejam tomando corticoides ou anti inflamatório;
 Verrugas plantares, anogenitais ou condilomas venéreos;
 Melasma;
 Neoplasias;
 Portadores de marca passo;
 Problemas cardiorrespiratórios ou cardiopatas;
 Sangramento ativo.

4. TÉCNICAS DE APLICAÇÃO – PONTEIRAS

- PONTEIRAS DE CONTATO: São as ponteiras que possuem as hastes maiores, na maior parte
das vezes em formato redondo, formato L e formato de um cogumelo. A pressão da mão deve
ser leve e moderada, sempre sendo aplicada a favor da musculatura, com intensidade baixa a
média, para obter efeito lifting. Deverá ser aplicado com a pele seca, devemos lembrar que a
corrente alternada não será conduzida se a pele estiver úmida, qualquer ativo deverá ser
aplicado após essa ponteira. O momento de parada será quando observar uma hiperemia
reacional. Pode ser aplicado semanalmente.

EFEITOS: liberação dos fatores de crescimento, aumento da permeabilidade da membrana,


aumento da oxigenação tecidual, melhora da microcirculação, repolarização da membrana,
gerando efeito lifting.

INDICAÇÃO: Rejuvenescimento, estrias, permeação de ativos, cicatriz de acne, curetagem,


flacidez de pele.

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- PONTEIRAS DE CONTATO M OU G: estas ponteiras devem ser aplicados em contato dentro
das linhas de expressão, sulcos e estrias, a fim de contrair a matriz extra celular já existente.
Conseguindo assim o efeito de tumefação desta área. Deve ser aplicado com a pele seca, o
ativo deve ser aplicado após a aplicação. Pode ser realizado semanalmente. Devemos lembrar
que as ponteiras de contato podem ser associadas com qualquer outro tratamento estético,
devemos apenas pensar no processo fisiológico da técnica.

- FULGURAÇÃO: são as ponteiras que possuem as hastes mais finas, sendo chamadas de
formato agulha, essas nunca entram em contato com a pele. Teremos dois métodos de
aplicação pontual ou varredura.

MÉTODO PONTUAL: são realizados pontos de cauterização mantendo uma distância entre
eles, ou seja, sempre precisamos ter pele íntegra ao redor da lesão para obtermos a
cicatrização. Esta técnica permite a distribuição dos pontos de fulguração.

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Deverá ser mantido a epiderme, e assim não poderá ocorrer sangramento, caso ocorra
significa que já está na derme e assim poderá ter uma intercorrência. Os pontos devem ser
realizados de maneira aleatória, isso para obter o efeito de tração do tecido. Nunca façam
linhas retas. Nas atrofias, ou seja, linhas de expressão e estrias, não as devemos cauterizar por
DENTRO, pois se isso ocorre iremos retrais as linhas de langer e assim ter assim ter a piora das
mesmas. O método correto de aplicação é cauterizar ao redor delas, desse modo
cauterizaremos contra a linha de Langer e a favor da musculatura, obtendo o efeito de tração
das mesmas.

INDICAÇÃO: flacidez de pele, rugas e linhas de expressão, flacidez de lóbulo da orelha, flacidez
de pálpebra, acrocordons e milium.

- PONTUAÇÃO CORRETA PARA TÉCNICA COM PONTILHAMENTOS:

MÉTODO VARREDURA: Este método de aplicação é o mais perigoso e só deverá ser realizado
em melanoses solares maiores. Consiste em realizar a cauterização de modo ininterrupta e em
movimentação de vai e vem em toda área desejada.

INDICAÇÃO: melanoses solar, como remoção de ceratoses e papilomas.

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5. NÚMERO E TEMPO DE SESSÕES
 NÚMERO DE SESSÕES

- Rejuvenescimento: 2 a 5 sessões, dependendo do grau de Glogau.

- Blefaroplastia: 1 a 3 sessões, dependendo do grau de ptose das pálpebras.

- Melanose: 1 a 3 sessões, dependendo da quantidade e profundidade.

- Micropigmentação: 3 a 8 sessões, dependendo da profundidade.

- Acrocordons e milium: 1 sessão.

 TEMPO DE SESSÕES:

- Ponteira de contato: 1x na semana.

- Ponteira de sublimação / cauterização: 15 a 30 dias.

6. DIFERENÇA DE JATO DE PLASMA x ELETROCAUTÉRIO

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7. ANESTESIA

Quando a gente fala sobre anestesia, a paciente vai sociar a anestesia a ausência de dor, o
que não ocorre no procedimento. Uma opção é solicitar o cliente a compra de lidocaína na
farmácia, passar 1h antes da sessão, reaplicar 30 minutos após a primeira aplicação e
quando chegar no consultório, usar o anestésico profissional.

Outra opção muito indicada é a anestesia por resfriamento.

Sugestão de fórmula anestésica:

8. PONTOS IMPORTANTES DO ELETROCAUTÉRIO

- É importante lembrar que a intensidade durante a utilização das ponteiras finas


(fulguração/cauterização) deve variar conforme fototipo e Glogau de envelhecimento
da pele. Quanto maior o fototipo e o Glogau menor a intensidade.

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- Os cosméticos devem seguir as mesmas regras dos cosméticos de microagulhamento,
ou seja, não devem conter pigmentos (cor), fragrâncias, elementos alcoólicos, isso
porque teremos uma lesão aberta por algumas horas.
- Não devemos utilizar produto com muita emoliência, ou seja, base oleosa após, pois
irá acelerar a remoção das crostas, podendo gerar cicatrizes.
- As primeiras 72 horas são as mais importantes, paciente deverá:
a) Lavar com água fria e sabonete neutro;
b) Aplicar protetor solar com FPS 30 (pra cima) e que tenha bloqueio de raios UVA,
UVB e luz azul;
c) Usar água termal;
d) Não utilizar produtos sem o consentimento do profissional;
e) Não se expor ao calor – sol, secador, forno, etc;
f) Não remover a crosta, ela deve cair naturalmente em 5 a 7 dias;
g) Usar o cicatrizante indicado;
h) Não usar maquiagem por 7 dias;

9. INTERCORRÊNCIAS

Quanto menor o processo inflamatório, menor a probabilidade de intercorrências, ou seja, a


técnica NÃO PODE ULTRAPASSAR A EPIDERME. As intercorrências que podem ocorrer com o
mal uso da técnica são:

- Queimaduras de 2º e 3º grau,

- Cicatrizes hipertróficas,

- Hipercromias,

- Hipocromias.

Caso o paciente relate que possui HPI (hiperpigmentação pós inflamatória), é indicado o uso
de LED ou LASER vermelho ou medicação via oral (nutraceuticos)

Sugestão de Fórmula:

OLI OLA 300MG OU OLIGAVE 150MG

LUTEINA 10MG

LUMINECENSE 10MG

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Tomar 1 capsula 1x ao dia ao longo de todo o tratamento.

10. PROTOCOLOS

- CICATRIZ ATRÓFICA

Higienização e assepsia da pele;

Fazer uso de anestésico tópico se necessário;

Em seguida, com a pele limpa e seca, utilize as ponteiras de contato para realizar o peeling de
plasma ou peeling elétrico em toda a face, até visualizar a hiperemia homogênea;

Finalizar com cosmético ou creme reparador.

Recomenda-se protetor solar durante todo o período de

tratamento. Realizar a sessão a cada 30 dias.

Obs: Utilizar a técnica de fulguração pontual em toda a MARGEM da cicatriz, desta forma,
quando ocorrer o processo de regeneração tecidual, terá a contração ao redor de todos os
pontos fulgurados e com isto diminui o aspecto de profundidade da cicatriz.

- CICATRIZ HIPERCRÔMICA DE ACNE

Higienização e assepsia da pele;

Fazer uso de anestésico tópico se necessário;

Em seguida, com a pele limpa e seca, utilize as ponteiras de fulguração varredura, onde a
descarga de plasma deverá ser realizada em movimentos até que a mancha fique acastanhada
ou mais escuro (eletrocautério) ou acinzentada (no uso de jato de plasma).

Se preferir pode finalizar com cosmético despigmentante.

Recomenda-se uso de protetor solar durante todo o período de

tratamento. Realizae a sessão a cada 30 dias.

Obs: Para diminuir a probabilidade de hipercromias pós inflamatória, pode-se utilizar os Laser
ou Leds de baixa intensidade, com comprimento de onda vermelho e densidade de energia de
3J/cm2.

- SUCOS, RUGAS ESTÁTICAS E DINÂMICAS

Higienização e assepsia da pele;

Fazer uso de anestésico tópico se necessário;

Em seguida, com a pele limpa e seca, utilize as ponteiras grande, com técnica de varredura, a
favor das fibras musculares em toda a face, até a hiperemia homogênea.

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Em seguida substitua por uma ponteira de contato fina (ponta chata), faça movimento de vai e
vem dentro de cada ruga, com o intuito de produção de colágeno.

Em seguida substitua por uma ponteira de fulguração e, faça a técnica de “costurar a ruga”, ou
seja, fulguração pontual ao redor das rugas. A ruga fica no centro e os pontos são realizados
dos dois lados LATERAIS da linha de expressão.

Finalizar com cosméticos reparadores.

Obs: Quanto maior o fototipo do paciente, menor a intensidade de energia para que diminua a
profundidade da lesão e uma possível intercorrência.

- MELANOSE SOLAR
Higienização e assepsia da pele;

Fazer uso de anestésico tópico se necessário;

Em seguida, com a pele limpa e seca, utilize a ponteira de fulguração, e faça a técnica de
varredura sobre as manchas, com movimentos circulares ou movimentos em vai e vem, até
que a cor da mancha fique acastanhada ou escura (eletrocautério) ou acinzentada (jato de
plasma).

Finalizar com ativos cosméticos reparadores ou despigmentantes.

Recomenda-se o uso de protetor solar durante todo o tratamento e luvas nas mãos se possível.

- DESPIGMENTAÇÃO DE MICROPIGMENTAÇÃO

Observe na lâmpada de wood a localização do pigmento, se ele estiver na epiderme o jato de


plasma consegue realizar a remoção.

Higienização e assepsia da pele;

Fazer uso de anestésico tópico se necessário;

Em seguida, com a pele limpa e seca, utilize a ponteira de fulguração, e, faça a técnica de
fulguração varredura sobre a área que seja remover a micropigmentação, trabalhe por
quadrantes pequenos, até obter altração da cor da micropigmentação.

Finalizar com ativos cosméticos reparadores ou despigmentantes.

- ACROCÓRDONS

Higienização e assepsia da pele;

Fazer uso de anestésico tópico se necessário;

Em seguida, com a pele limpa e seca, utilize a ponteira de fulguração, e, faça a técnica de
fulguração varredura sobre o acrócordom, pode ir utilizando um algodão ou gaze para ir
limpando a pele até obter sua completa remoção.

Finalizar com ativos cosméticos reparadores.

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- MILIUM

Higienização e assepsia da pele;

Fazer uso de anestésico tópico se necessário;

Em seguida, com a pele limpa e seca, utilize a ponteira de fulguração, e, faça a técnica de
fulguração varredura sobre o Milium, pode ir utilizando um algodão para ir limpando a pele
até obter sua completa remoção.

Finalizar com ativos cosméticos reparadores.

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