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Microagulhamento: uma revisão e um guia prático

Tina S. Alster, MD* e Paul M. Graham, DO†

ANTECEDENTES O microagulhamento é uma opção de tratamento relativamente nova em dermatologia e tem sido elogiado por uma ampla
gama de aplicações, incluindo rejuvenescimento da pele, cicatrizes de acne, rítides, cicatrizes cirúrgicas, discromia, melasma, poros dilatados
e administração transdérmica de medicamentos. O aumento significativo de procedimentos minimamente invasivos relatado nos últimos anos
sugere que o microagulhamento pode ocupar um nicho específico para pacientes que desejam resultados clínicos mensuráveis de tratamentos
com pouca ou nenhuma recuperação.

OBJETIVO Revisar a literatura médica publicada relacionada ao microagulhamento em dermatologia e fornecer um guia prático para seu uso
na prática clínica.

MATERIAIS E MÉTODOS Foi realizada uma pesquisa bibliográfica completa sobre microagulhamento em dermatologia usando o PubMed, e
todas as referências relativas a cicatrizes e rejuvenescimento da pele foram revisadas. Com base nas informações apresentadas nessas
publicações e na experiência clínica dos autores, uma técnica de microagulhamento é delineada para a prática clínica. São descritas
recomendações pré-tratamento, técnica intraoperatória e desfechos de tratamento, além de considerações pós-operatórias.

RESULTADOS O microagulhamento produz melhora clínica substancial de cicatrizes, estrias e rítides com recuperação rápida e efeitos
colaterais limitados. O ferimento dérmico controlado e a estimulação da cascata de cicatrização de feridas aumentam a produção de colágeno
e são provavelmente responsáveis pelos resultados clínicos obtidos.

CONCLUSÃO O microagulhamento é um tratamento estético seguro, minimamente invasivo e eficaz para diversas condições dermatológicas,
incluindo acne e outras cicatrizes, rítides e estrias. Dada a sua rápida recuperação pós-tratamento, perfil limitado de efeitos colaterais e
resultados clínicos significativos, o microagulhamento é uma alternativa valiosa para procedimentos mais invasivos, como resurfacing da pele
a laser e peeling químico profundo.

Os autores não indicaram nenhum interesse significativo com apoiadores comerciais.

O aumento de procedimentos minimamente invasivos sugere que o

Microagulhamento, também
a terapia de conhecido
indução como
de colágeno percutâneo
é uma opção de microagulhamento pode ocupar um nicho específico para pacientes
tratamento relativamente nova em dermatologia. Embora o que desejam tratamentos com pouca ou nenhuma recuperação, ao
resurfacing cutâneo a laser tenha sido considerado o tratamento de mesmo tempo que alcançam resultados mensuráveis. O
escolha para pele fotoenvelhecida e com cicatrizes,1 o microagulhamento tornou-se parte integrante do algoritmo de tratamento
microagulhamento foi recentemente elogiado por uma diário e mudou muito a abordagem para a correção de rítides faciais e
ampla gama de aplicações, incluindo rejuvenescimento da pele, cicatrizes de acne. Este artigo tem como objetivo delinear a literatura
cicatrizes de acne, rítides, cicatrizes cirúrgicas, discromia, melasma, publicada disponível sobre o assunto e fornecer um guia prático para
poros dilatados e administração transdérmica de medicamentos. A alta profissionais interessados em oferecer este procedimento cosmético
eficácia, segurança e taxas mínimas de recuperação pós-tratamento altamente eficaz e seguro aos seus pacientes.
relatadas associadas ao microagulhamento aumentaram a
satisfação do paciente e a conscientização do médico sobre
esse procedimento popular. De acordo com a Sociedade Americana
Antecedentes e Mecanismo de Ação
de Cirurgia Plástica, procedimentos minimamente invasivos e
não cirúrgicos representaram aproximadamente 89% de todos os Em 1994, Orentreich e Orentreich descreveram pela primeira vez o uso

procedimentos cosméticos realizados em 2015.2Este número significativo de um procedimento de agulhamento cutâneo usando uma técnica

*Instituto de Cirurgia Dermatológica a Laser de Washington, Washington, Distrito de Columbia; † Departamento de Dermatologia, St. Joseph
Mercy Hospital, Ann Arbor, Michigan

© 2017 pela Sociedade Americana de Cirurgia Dermatológica, Inc. Publicado por Wolters Kluwer Health, Inc. Todos os direitos reservados.
ISSN: 1076-0512 · Dermatol Surg 2017;0:1–8 · DOI: 10.1097/DSS.0000000000001248

© 2017 pela American Society for Dermatologic Surgery, Inc. Publicado por Wolters Kluwer Health, Inc. A reprodução não autorizada deste artigo é proibida.
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REVISÃO DE MICRONAgulhamento
chamado de “subcisão” para liberar fios fibrosos responsáveis
por cicatrizes e rítides cutâneas deprimidas.3 O processo envolveu
a inserção e manobra de uma agulha hipodérmica tri-chanfrada
na pele sob os defeitos cutâneos para romper o tecido conjuntivo
subjacente que prendia o pele nessas áreas.3 Três anos depois,
Camirand e Doucet relataram melhora significativa na aparência
clínica e na textura de cicatrizes cirúrgicas com dermoabrasão
com agulha, um processo realizado com uma pistola de tatuagem
sem tinta.4 Somente no início dos anos 2000 foi O primeiro
dispositivo de estampagem com microagulhas foi usado para tratar
rítides faciais e flacidez da pele. Usando os princípios delineados
pelos primeiros pioneiros do agulhamento, Fernandes
desenvolveu um dispositivo em forma de tambor coberto por
pequenas agulhas para produzir microferidas cutâneas para
melhorar as rítides faciais e a flacidez da pele.5,6
Pesquisas foram conduzidas em animais e humanos para
elucidar o mecanismo pelo qual a microagulha funciona. Foi
levantada a hipótese de que a criação de numerosos
microcanais em cicatrizes atróficas de acne rompe fisicamente os
feixes compactos de colágeno na camada superficial da derme,
ao mesmo tempo que induz a produção de novo colágeno e
elastina sob a cicatriz.7,8 Para tratamento de Nas rítides
superficiais, acredita-se que o microagulhamento funciona de
maneira semelhante, dependendo fortemente da produção de
novo colágeno para preencher e elevar o sulco existente. A criação
de microferidas abundantes estimula diretamente a liberação
de vários fatores de crescimento que desempenham um papel
direto na síntese e deposição de colágeno e elastina na
derme.9
Mais especificamente, a criação de microcanais induz uma
lesão controlada na pele com dano epidérmico mínimo e estimula
a ocorrência da cascata de cicatrização de feridas dérmicas
(inflamação, proliferação e remodelação). Isso leva à liberação do
fator de crescimento derivado de plaquetas, fator de
crescimento de fibroblastos (FGF) e fator de crescimento
transformador alfa e beta (TGF-a e TGF-b).10,11 A neovascularização
e a neocolagênese ocorrem secundariamente à proliferação de
fibroblastos e migração.12 Após a lesão cutânea, é criada uma rede
de fibronectina, fornecendo uma matriz para deposição de colágeno
tipo III, que eventualmente é substituído por colágeno tipo I. Essa
transição pode ocorrer ao longo de semanas
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até meses, resultando em endurecimento clínico da pele e
redução da rítide.6,10 Além do aumento da expressão gênica e
proteica do colágeno tipo I, há também regulação positiva de
glicosaminoglicanos e vários fatores de crescimento, incluindo
fator de crescimento endotelial vascular, FGF-7 e fator de
crescimento epidérmico.10,11 Com base em análises
histológicas, 1 ano após uma série de sessões de
microagulhamento, aumento da deposição de colágeno na derme
reticular com arquitetura reticulada normal, aumento da deposição
de fibras elásticas, epiderme espessada (hiperplasia da camada
granular) , e foram demonstrados um estrato córneo e cristas rete
normais.13–15 Em outro estudo, Aust e colegas11 demonstraram
uma regulação positiva do TGF-b3, que promove a regeneração e a
cicatrização de feridas sem cicatrizes. A proporção alterada após
o microagulhamento de TGF-b3 em relação a TGF-b1 e TGF-b2
(sendo este último responsável pela cicatrização fibrótica) pode
explicar parcialmente a base benéfica deste procedimento.11
Especificações do dispositivo
Existem muitos dispositivos de microagulhamento no mercado, cada
um dos quais cria inúmeras microferidas epidérmicas e dérmicas
para estimular a produção de colágeno. Uma variedade de rolos
de agulhas fixas e canetas elétricas com pontas de agulha estéreis
descartáveis estão disponíveis.9,16 Esses dispositivos variam
com base no comprimento, quantidade, diâmetro, configuração e
material da agulha.
Os rolos manuais e as canetas elétricas são operados deslizando
perpendicularmente sobre a superfície da pele até que um
sangramento fino e preciso seja alcançado.9,16–19 As canetas
elétricas oferecem diversas vantagens em relação aos dispositivos
de tambor de rolos, incluindo a capacidade de ajustar facilmente
suas velocidades de operação e penetração. profundidades
permitindo assim o tratamento de grandes áreas de superfície
de forma eficiente e em diferentes profundidades de agulha,
conforme necessário. As pontas das agulhas descartáveis limitam
o risco de infecção e também permitem o tratamento de pequenas
lesões focais, como cicatrizes traumáticas ou ritides do lábio
superior, o que seria difícil de realizar com um tambor de rolos.
Resultados clínicos ideais são alcançados quando as profundidades
da agulha são ajustadas à localização (e espessura) específica da
pele. Por exemplo, a pele sebácea espessa exigirá uma
penetração mais profunda da agulha em comparação com a pele
periocular fina. Um estudo descobriu que a agulha
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a profundidade de penetração de até 1,0 mm foi consistente com
a configuração específica ajustável no dispositivo de
microagulhamento elétrico, enquanto comprimentos de agulha
superiores a 1,0 mm (por exemplo, 1,5 ou 2 mm) demonstraram
penetração dérmica mais superficial do que o previsto.20 Um
estudo adicional demonstrou que um comprimento de agulha
de 3 mm penetrou a uma profundidade de 1,5 a 2 mm,
apoiando ainda mais que o aumento do comprimento da agulha
pode ser impreciso para a profundidade específica selecionada.16
Como é bem sabido que as vitaminas A e C são vitais para
produção de novo colágeno e proteção do colágeno
existente,6,21,22 não é surpreendente que a combinação
de microagulhamento com antioxidantes tópicos tenha
demonstrado melhorar o processo regenerativo de
cicatrização de feridas induzida por microagulhamento. Aust e
colegas10 demonstraram um aumento de 140% na espessura
epidérmica após a combinação de microagulhamento e uso
tópico de vitamina A e C durante um período de 8 semanas
(comparado a um aumento de 22% na espessura epidérmica com
o uso tópico apenas de antioxidante). A preparação pré-tratamento
da pele com antioxidantes também pode servir para aumentar
a expressão genética e proteica responsável pela
regeneração da pele.10 Recomenda-se cautela com o uso
concomitante de produtos tópicos de qualquer tipo durante um
procedimento de microagulhamento devido ao risco de formação
de granuloma. Em uma série de casos publicada em 2014, 3
pacientes desenvolveram granulomas do tipo corpo estranho
comprovados por biópsia após a aplicação de vitamina
C tópica durante microagulhamento.23 Testes de contato
subsequentes nesses pacientes demonstraram uma
hipersensibilidade positiva a vários produtos químicos dentro da vitamina
Aplicações Dermatológicas
O microagulhamento foi extensivamente estudado na última
década, com vários relatórios publicados descrevendo eficácia
clínica, especificidades do tratamento, análises histológicas e
terapias combinadas.24 As indicações mais bem descritas para
microagulhamento em dermatologia incluem cicatrizes de acne,
rítides periorbitais e periorais, pele flacidez, cicatrizes pós-
traumáticas/queimaduras e estrias de distensão.25
Cicatrizes e Estrias
Mais publicações descreveram o uso de microagulhas para
cicatrizes de acne do que para qualquer outra condição de
pele.26–28 A melhora clínica das cicatrizes de acne tem
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foram comprovados por alterações histológicas da pele.
Embora vários protocolos de microagulhamento tenham sido
descritos, uma série de 3 a 5 tratamentos em intervalos de 2 a 4
semanas normalmente produz melhorias clínicas que variam
de 50% a 70%.29,30 Demonstrou-se que cicatrizes de acne em
rolos e em vagões são mais eficazes. tratadas do que
cicatrizes de picadas de gelo.25 Da mesma forma, outros tipos
de cicatrizes atróficas e contraturas de cicatrizes de queimadura
e estrias distensas também foram melhoradas com
microagulhamento.31–34 Ao contrário do resurfacing cutâneo a
laser ablativo completo, que normalmente é limitado ao
tratamento cosmético completo. unidades, é possível
microagulhar áreas discretas de cicatrizes sem produzir linhas
de demarcação entre áreas tratadas e não tratadas.
Ritides e Rejuvenescimento da Pele
O microagulhamento tem se mostrado eficaz no tratamento de
ritides faciais em diversas publicações.35–37 Fabbrocini e
colegas demonstraram melhora na gravidade das rugas
periorais em 2 pontos na Escala de Avaliação de Gravidade de
Rugas após o tratamento com microagulhamento.35 Aumentos
significativos no colágeno Tipo I, III , e VII, bem como níveis
elevados de tropoelastina foram relatados por El-Domyati et al.
após uma série de 6 sessões de microagulhamento.36 Foi
demonstrado que a quantidade de colágeno dérmico aumenta
com o tratamento cumulativo.36 Acredita-se que a reorganização
das fibras de colágeno existentes e o aumento simultâneo da
produção de novos componentes dérmicos estruturais após o
microagulhamento sejam responsáveis. responsável pelo
endurecimento da pele observado. O aumento resultante no
colágeno
dérmico
C tópica. e nas fibras elásticas apoia ainda mais o
formulação.23
mecanismo pelo qual as rítides são reduzidas e suavizadas após
a realização de uma série de sessões de microagulhamento.
Esses resultados indicam um intervalo de tempo de pelo menos
6 a 8 semanas desde o início do tratamento até resultados
clinicamente aparentes da produção de colágeno dérmico.
Tornou-se, assim, o protocolo para os pacientes receberem uma
série de 3 a 6 sessões de microagulhamento quinzenais ou
mensais para alcançar a melhora ideal das rítides e do
rejuvenescimento da pele.
Protocolo de Tratamento
Devido à lenta integração do microagulhamento em muitas
práticas dermatológicas, os autores procuraram aumentar o
conhecimento da técnica do procedimento para
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REVISÃO DE MICRONAgulhamento

aumentar a popularidade desta entidade de tratamento.
Embora o procedimento de microagulhamento muitas vezes varie
de acordo com o profissional, a técnica que os autores
desenvolveram produz resultados clínicos substanciais com
feridas dérmicas controladas, ao mesmo tempo que estimula a
cascata de cicatrização de feridas necessária para a produção
adequada de colágeno. O uso de um dispositivo de
microagulhamento elétrico (por exemplo, Eclipse ou Collagen
PIN) com pontas de agulha descartáveis (contendo 12 a 36
agulhas), velocidades ajustáveis e profundidades de penetração
(1 a 3 mm) é relativamente fácil. tratamento para incorporar em
uma prática de dermatologia cosmética. Embora o design do
dispositivo varie de acordo com o fabricante, todos os dispositivos
portáteis disponíveis funcionam de forma semelhante. O protocolo
de tratamento pode ser aplicado a qualquer dispositivo de
microagulhamento elétrico com profundidade e velocidade ajustáveis (Tabela 1).
Recomendação de pré-tratamento
Todos os pacientes podem continuar usando qualquer regime
de cuidados com a pele em casa (incluindo retinóides,
antioxidantes e fatores de crescimento) até o momento do procedimento.
Os anticoagulantes orais não precisam ser descontinuados, pois
o risco de sangramento incontrolável durante o
o tratamento com microagulhamento é insignificante. Como
o procedimento de microagulhamento é frequentemente usado em
combinação com outros tratamentos, como injeções de
preenchimento de ácido hialurônico, peelings químicos e vários
lasers dermatológicos, nenhum período de “lavagem” é
necessário antes do início do tratamento. No entanto, recomenda-
se que, para tratamentos no mesmo dia, a ordem dos
tratamentos seja aplicada de profundo para superficial (por
exemplo, injetáveis antes do microagulhamento e/ou
irradiação a laser) para manter os marcos visuais e evitar a
difusão de injetáveis causada por edema ou sangramento tecidual.
Avaliação clínica
Além da avaliação da(s) área(s) de tratamento, deve ser feita
uma avaliação
visual meticulosa da qualidade e textura geral da
pele. Uma sinopse completa do procedimento, incluindo riscos,
benefícios e opções alternativas de tratamento deve ser discutida
com o paciente. Um formulário de consentimento deve ser revisado
na íntegra, deixando tempo para perguntas do paciente antes
do tratamento. A fotografia das áreas de tratamento deve ser
realizada antes de cada sessão para avaliar adequadamente o
progresso clínico. A comparação das fotografias iniciais e pós-
tratamento, bem como as expectativas claras do número de
tratamentos previstos, é vital para a satisfação do paciente e

TABELA 1. Visão geral do microagulhamento facilita a apreciação dos resultados clínicos.

Condições tratáveis: cicatrizes (atróficas/queimaduras/outras),

resultados.
rítides, flacidez da pele, estrias
Contra-indicações: infecção ativa, acne, predisposição quelóide,
imunossupressão Contra-indicações de tratamento
Preparação do tratamento: limpador suave, lidocaína tópica a 30%,
gel de ácido hialurônico As contra-indicações ao tratamento com microagulhamento
Técnica
são limitadas. As contraindicações incluem acne inflamatória,
Colocação perpendicular do dispositivo com tração manual da pele
para aplicação suave de microagulhas
herpes labial ativo ou outra infecção local na área de

Colocação multidirecional (hachurada) de passagens de tratamento, predisposição queloidal e imunossupressão.25 Além

microagulhas disso, deve-se ter cuidado com o microagulhamento
Usar sangramento pontual como guia para o desfecho do
concomitante próximo aos locais de injeção de toxina botulínica
tratamento
Pressão manual com compressas de água gelada para hemostasia
para evitar a potencial difusão indesejada da toxina.

Cuidados pós-tratamento

0–4 h: gel de ácido hialurônico 4– Considerações pré-tratamento

72 h: hidrocortisona 1%/hidratante não alérgico/protetor solar físico
FPS 30+
Embora qualquer fototipo de pele possa ser tratado, recomenda-
48 h: aplicação de maquiagem 5–
se que o tratamento seja adiado em pacientes com histórico de
7 h: retomada do uso ativo do produto
Efeitos colaterais: eritema leve, edema, descamação da pele · 48–72 h
exposição solar recente (ou que estejam visivelmente
bronzeados) até que todos os vestígios de bronzeado tenham
Repita os tratamentos: quinzenalmente a mensalmente · 3–6 desaparecido para evitar despigmentação pós-tratamento.
sessões; manutenção (variável)
Indivíduos com histórico de herpes labial oral podem ter risco aumentado

4 CIRURGIA DERMATOLÓGICA

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para reativação viral durante o período pós-tratamento.

Nestes pacientes, recomenda-se um curso de terapia
antiviral oral de 1 semana como medida profilática (com início
no dia do tratamento) para minimizar esta complicação. Além
disso, o microagulhamento sobre qualquer lesão inflamatória
acneiforme pode predispor o paciente ao desenvolvimento de
microabscessos ou granulomas bacterianos. Como tal,
recomenda-se evitar o tratamento em doentes com acne
ativa ou outras lesões inflamatórias.

Figura 1. Aparelho de microagulhamento é colocado perpendicularmente

à superfície da pele com uma fina camada de gel de ácido hialurônico.
Preparação da Pele e Anestesia A tração manual da pele facilita o deslizamento suave da peça de
mão e a distribuição uniforme de microagulhas pela pele.

A preparação meticulosa da pele é importante para diminuir o

risco de infecções superficiais da pele. Um limpador de pele
Por exemplo, ao tratar a região perioral, as regiões superior
suave para remover maquiagem e resíduos da superfície da
esquerda, inferior esquerda, superior direita e inferior direita
pele deve ser usado antes da aplicação de um creme ou gel
podem ser tratadas individualmente para uma cobertura de
anestésico tópico na(s) área(s) de tratamento. Os autores
microagulhamento mais precisa e uniforme. A tração suave da
normalmente aplicam um creme composto de lidocaína a 30%
pele com uma mão e, ao mesmo tempo, abaixa o dispositivo de
(não ocluído) por 20 a 30 minutos, que é removido com gaze
microagulhamento perpendicularmente à pele com a outra
embebida em água e preparação de álcool imediatamente
mão auxilia na aplicação suave das microagulhas na pele
antes do procedimento de microagulhamento.
(Figura 1). É importante aplicar gel hialurônico suficiente
(fornecido pela empresa do dispositivo) na superfície da área
Preparação do dispositivo
de tratamento para facilitar a ação de deslizamento do
Um dispositivo portátil de microagulhamento (por exemplo, Collagen PI dispositivo de microagulhamento e evitar lesões
N; Terapias de Indução, Louisville, KY ou Eclipse MicroPen indesejáveis na epiderme sobrejacente.
Elite; Eclipse Aesthetics, Dallas, TX) alimentado por uma A técnica de tratamento envolve uma combinação de
bateria ou cabo de alimentação de corrente alternada é usado passagens horizontais, verticais e oblíquas do dispositivo sobre
em configurações de profundidade ajustáveis que variam de 0 a as áreas de tratamento, repetindo aproximadamente 3 a 6 vezes
3,0 mm. Quando usado com alimentação com fio, a velocidade ou até que seja observado sangramento fino e pontual (Figura 2).
do dispositivo pode ser ajustada, variando de 10.250 a 23.750 Ao tratar rítides profundas ou cicatrizes, um “balanço” ou
rpm. Com bateria, a velocidade do aparelho é fixada em 13.500
rpm. Cartuchos de agulhas descartáveis estéreis (contagem
de 12 matrizes/calibre 32 e contagem de 36 matrizes/calibre
30) podem ser usados para adaptar a terapia com base no
local de tratamento específico. Em geral, a pele da testa,
pálpebras inferiores e ponte nasal são tratadas com
profundidades de agulha variando de 0,5 a 1,0 mm,
enquanto as bochechas, regiões periorais e cicatrizes ou estrias
em várias partes do corpo são normalmente tratadas com
profundidades de agulha de 1,5 a 3,0. milímetros. Como regra
geral, a pele mais espessa ou mais fibrótica pode ser tratada com agulhas mais profundas.

Técnica de Tratamento

Dependendo do local específico a ser tratado, muitas vezes é Figura 2. O sangramento localizado serve como guia para indicar o
útil dividir a região em quadrantes. Para ponto final do tratamento.

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REVISÃO DE MICRONAgulhamento
Figura 3. Cicatrizes atróficas de acne antes (A) e após 3 sessões de microagulhamento com intervalo mensal na ausência de
tratamentos concomitantes (B).
A técnica de “estampagem” pode ser usada para aumentar a
densidade dos canais de microagulhamento criados. Como
comprimentos de agulha superiores a 1,0 mm podem não penetrar na
profundidade dérmica correspondente, é útil usar sangramento
pontual como ponto final clínico do tratamento.
Quando o ponto final clínico de sangramento pontual e uniforme
for alcançado, gaze estéril embebida em água gelada pode ser
aplicada para remover o excesso de sangue e gel hialurônico. O
tratamento pode então ser realizado em uma área ou quadrante de
tratamento adjacente. O uso de água da torneira é desencorajado
devido à sua possível contaminação com organismos patogénicos que
poderiam aumentar potencialmente o risco de infecção nas
áreas de tratamento. Se algum sangramento persistir após a limpeza
da área de tratamento, deve-se aplicar uma leve pressão com gaze
seca e estéril por vários minutos. Uma fina camada de gel de ácido
hialurônico pode então ser aplicada na região de tratamento e deixada
secar.
Recomendações pós-procedimento
Nas primeiras 4 horas após o procedimento, o paciente é instruído a
aplicar na pele a amostra fornecida de gel de ácido hialurônico. Após 4
horas, um creme de hidrocortisona a 1% ou um creme hidratante não
alergênico pode
Figura 4. Ritides periorais antes (A) e após 3 sessões de microagulhamento com intervalo mensal sem outras modalidades de
tratamento (B).
6 CIRURGIA DERMATOLÓGICA
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ser aplicado nas regiões de tratamento 2 a 4 vezes ao dia durante 2 a
3 dias. Recomenda-se o uso de protetor solar não químico (ou físico)
com FPS 30 ou superior (em cima do hidratante) durante a primeira
semana pós-tratamento.
A aplicação de maquiagem pode ser retomada 2 dias após o
procedimento e quaisquer produtos ativos para cuidados com a pele
que o paciente tenha usado antes do tratamento podem ser retomados
em 5 a 7 dias (quando todos os vestígios de eritema cutâneo tiverem desaparecido).
As sessões de tratamento com microagulhamento são geralmente
recomendadas em intervalos quinzenais a mensais até que os resultados
clínicos desejados sejam alcançados (Figuras 3 e 4). Alguns pacientes
optam por receber sessões contínuas (únicas) de tratamento com
microagulhamento anualmente ou semestralmente para manter e/
ou melhorar seu desempenho.
resultados cosméticos.
Efeitos colaterais e complicações
O microagulhamento é considerado um procedimento estético não
invasivo e apresenta baixo índice de efeitos adversos associados.
Os efeitos colaterais mais comuns e esperados do tratamento incluem
eritema leve, edema localizado e descamação da pele, que
normalmente desaparece em 48 a 72 horas. O sangramento localizado
é autolimitado e remite minutos após o procedimento com aplicação de
pressão manual suave e gaze embebida em água gelada.
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A despigmentação já foi uma complicação temida em fototipos
de pele mais escuros (Fitzpatrick IV, V, VI), mas raramente é
observada na ausência de exposição à luz ultravioleta em áreas
de tratamento com microagulhas. Uma análise histológica dos
melanócitos da pele 24 horas após o microagulhamento não
demonstrou alteração no número de melanócitos nem qualquer
ruptura epidérmica.7 Em uma série de casos publicada em 2014,
3 pacientes desenvolveram granulomas após o uso de soro
tópico de vitamina C durante a sessão de microagulhamento.23O
o uso de medicamentos tópicos durante ou imediatamente
após um procedimento de microagulhamento pode aumentar a
incidência de efeitos adversos devido à criação de canais dentro
a epiderme e a derme que atuam como uma porta de entrada no
corpo, permitindo o desenvolvimento de uma resposta
imunológica a partículas imunogênicas.38 É, portanto,
imperativo aconselhar os pacientes sobre como evitar
produtos de cuidado da pele não prescritos durante a primeira
semana após o procedimento de microagulhamento, pois estes
podem potencialmente induzir uma reação de hipersensibilidade
local ou sistêmica. Além disso, os médicos precisam ter extremo
cuidado ao aplicar agentes tópicos na pele imediatamente
após a sessão de microagulhamento para evitar tais
complicações. É necessária mais investigação sobre
substâncias transdérmicas e veículos de distribuição para ajudar a minimizar estes riscos.
Conclusão
A partir da introdução do microagulhamento por Orentreich e
colegas3 usando o conceito de subcisão, o
microagulhamento rapidamente se transformou em um
procedimento dinâmico usando dispositivos portáteis movidos a energia elétrica.
O microagulhamento é uma modalidade de tratamento
estético segura, minimamente invasiva e eficaz para inúmeras
condições dermatológicas, incluindo acne e outras cicatrizes,
rítides e estrias. Com sua rápida recuperação pós-tratamento,
perfil limitado de efeitos colaterais e resultados clínicos
impressionantes, o microagulhamento é uma alternativa valiosa
para procedimentos mais invasivos, como resurfacing da pele
a laser e peeling químico profundo. Além disso, o
microagulhamento demonstrou alterações histológicas
definitivas que são diretamente responsáveis pela melhora
clínica observada.
Este manuscrito destaca a ciência por trás deste
procedimento promissor e fornece um protocolo de tratamento
passo a passo simples para uso prático. Estudos adicionais
de longo prazo são necessários para determinar a duração da
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melhoria e os parâmetros de tratamento ideais para alcançar
resultados clínicos máximos com recuperação mínima.
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Encaminhar correspondência e solicitações de reimpressão para: Tina S.
30. Alam M, Han S, Pongprutthipan M, Disphanurat W, et al. Eficácia de um dispositivo Alster, MD, Instituto Washington de Cirurgia Dermatológica a Laser, 1430 K Street
agulhador no tratamento de cicatrizes de acne: um ensaio clínico randomizado. NW, #200, Washington, DC 20005, ou e-mail: talster@skinlaser.com
JAMA Dermatol 2014;150:844–9.

8 CIRURGIA DERMATOLÓGICA

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