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01 BELEZA

02VISAGISMO
Personalizando Casos

03ANATOMIA
Direcionada a HOF

04ANTIMICROBIANOS
Bases Teóricas e Uso Voltado a HOF

05ANESTESIOLOGIA
em Harmonização Orofacial

06A IMPORTÂNCIA DO PROTOCOLO FOTOGRÁFICO


NA HOF: P & B Photography Protocol

07ANÁLISE FACIAL E AS MELHORES PRÁTICAS


em Harmonização Orofacial

08LEGISLAÇÃO
em Harmonização Orofacial

09TOXINA BOTULÍNICA
Um Passo a Passo Descomplicado

10 PREENCHEDORES FACIAIS
de Ácido Hialurônico

11 ESCULPINDO LÁBIOS
Protocolo PLP

12 ATUALIDADES EM BIOESTIMULAÇÃO
DE COLÁGENO: “Positive Aging”

13 AGREGADOS PLAQUETÁRIOS
Bioestimulador Autólogo
14 OZONIOTERAPIA E SUA APLICABILIADE

SUMÁRIO
na Harmonização Orofacial

15 SUPLEMENTAÇÃO E FOTOPROTEÇÃO
no Combate ao Envelhecimento

16 MICROPIGMENTAÇÃO
LABIAL

17 PEELING MECÂNICO – MICRODERMOABRASÃO:


A Pele com o Brilho do Diamante

18 PEELINGS
QUÍMICOS

19 PEELING ELÉTRICO
Jato de Plasma e Eletrocautério

20LIPOASPIRAÇÃO
SUMÁRIO

21 LIPOENXERTIA
SUMÁRIO
SUMÁRIOSUMÁRIO

FACIAL

22PROTOCOLO CAMARGO
de Bichectomia

23FIOS DE POLIPROPILENO PARA LIFTING DE


TERÇO MÉDIO FACIAL: Uma Nova Abordagem

24GESTÃO, MARKETING E ASPECTOS JURÍDICOS


em Harmonização Orofacial

25DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DAS


COMPLICAÇÕES COM PREENCHEDORES
FACIAIS: Algoritmos e Consensos Atuais
SUMÁRIO

UMÁRIO
ÁRIO
AUTORAS
Andreia Perlingeiro
Bárbara Gomes

O processo do envelhecimento ocorre de forma


dinâmica e imutável, refletindo sobre a pele, e
encontra-se sujeito a fatores intrínsecos, de-
correntes da passagem do tempo, ou extrín-
secos, advindos do clima, raios ultravioletas e
estilo de vida1.

O anseio pela longevidade e beleza é o desejo


de toda sociedade2. Para isso, inúmeras tecno-
logias vêm sendo desenvolvidas para atenuar
as marcas de expressão e recuperar o viço da
pele para que se obtenha uma aparência jovial3.

O desenvolvimento tecnológico nas últimas


décadas colaborou com o grande avanço nas
técnicas de rejuvenescimento facial, fornecen-
do aos profissionais uma quantidade imensa de
opções de dermocosméticos e equipamentos
para melhora da qualidade cutânea4. Dentre
essa gama de equipamentos e procedimentos
temos a microdermoabrasão (MDA), procedi-
mento que realiza a remoção atraumática do
extrato córneo5, o qual varia de espessura de
acordo com a sua localização anatômica.

17
PELLING
MECÂNICO
MICRODERMOABRASÃO:
A PELE COM O BRILHO DO DIAMANTE
“A DELICADEZA, O BRILHO E A RARIDADE DO DIAMANTE
NOS FAZ REFLETIR QUE SOMOS SERES ÚNICOS E PASSÍVEIS DE LAPIDAÇÕES”.
ANDREIA PERLINGEIRO

01. Fonte: Subbotina Anna/shutterstock.com.

03
O peeling de diamante é uma técni- cedimentos e não restringe a prática No início do século XIX a técnica foi
ca não invasiva que promove a re- habitual do paciente, permitindo que aperfeiçoada para a remoção de ca-
vitalização e o rejuvenescimento da sejam mantidas as atividades de roti- madas mais profundas de pele rece-
pele, atenuando as rugas, cicatrizes na após o procedimento, como traba- bendo o nome de dermoabrasão4.
de acne e estrias através do afina- lhar ou eventos sociais5.
mento do tecido epitelial. Além dos O aprimoramento da técnica ocor-
benefícios estéticos, o aumento da Promove a renovação epitelial com o reu no ano de 1950, tornando-se
permeabilidade cutânea potenciali- estímulo dos fibroblastos revitalizan- popularmente conhecida na Itália
za a penetração dos ativos na pele e do e o rejuvenescendo a pele através no ano de 1980 e espalhando-se
medicamentos pela via transdérmica, da remoção da camada córnea lo- por toda a Europa.
uma vez que a barreira formada pelo calizada na superfície da epiderme,
A evolução da técnica teve um
estrato córneo é removida6,7. promovendo de maneira suave a re-
avanço na Áustria no ano de 1996,
moção de células mortas, onde com
Trata-se de um procedimento seguro onde foi aprimorada com uma tec-
o afinamento do tecido epitelial ocor-
de fácil execução e técnico-depen- nologia mais avançada por possuir
re uma neovascularização e, conse-
dente, que promove a renovação diversas lixas de granulometrias va-
quentemente, um aumento significa-
celular na epiderme e a melhora da riadas e com diâmetros diferentes,
tivo da espessura da pele6.
qualidade cutânea, devolvendo o podendo ser utilizada em diversas
viço e o brilho da pele. É um trata- Os primeiros registros datam de regiões do corpo.
mento de custo relativamente baixo 1.500 a.C, onde os egípcios usavam
quando comparado com outros pro- lixas para atenuar as cicatrizes.

02. Registros históricos


da aplicação da téc-
nica, evidenciando a
utilização de lixas para
atenuar as cicatrizes.

04
Esculpindo FACES

uma reestruturação e um aumento


de colágeno, obtendo os resultados
estéticos esperados com uma pele
firme e viçosa8.

O risco de efeitos adversos é mínimo


e o procedimento é seguro e eficaz
para qualquer fototipo de pele. Desta
forma, hiperpigmentações pós-infla-
matórias não são reações comuns.

A remoção mecânica da camada


superficial da epiderme promove
uma agressão leve no tecido, ini-
ciando-se um processo de substi-
tuição da pele perdida por células
novas e saudáveis.

Diante disso, espera-se atenuar ru-


gas finas causadas pelo adelgaça-
mento do tecido epitelial e promoção
de uma neovascularização que vai
contribuir para o aumento da espes-
sura da pele, dando origem a uma
pele mais espessa e firme.
Estrato córneo

Estrato lúcido
A técnica pode ser realizada em di-
Estrato espinhoso

Estrato germinativo
versas áreas do corpo tais como
face, braços, antebraços, dorso das
03. Camadas da epiderme, demonstrando a camada córnea.
mãos, musculatura ventral, dorsal e
glúteos. As sessões duram em média
de 10 a 30 minutos, dependendo da
região a ser tratada3.
Os procedimentos mecânicos po- nea, entretanto, por meio de meca-
dem ser subdivididos em dois tipos: nismos diferentes. Recomenda-se um número mínimo
peeling de diamante ou peeling de de quatro sessões, com um intervalo
O estrato córneo forma uma barreira
cristal, onde o equipamento gera mínimo entre elas de 7-10 dias, para
natural para a pele e a sua remoção
uma pressão negativa e uma positi- que se obtenham resultados satisfa-
facilita a absorção tanto de medica-
va através de microgrânulos de óxi- tórios, podendo ser realizadas até 6
mentos quanto de dermocosméticos
do de alumínio quimicamente inertes, -12 aplicações em média6.
pela via transdérmica.
que são jateados pela pressão positi-
va sobre a pele e, ao mesmo tempo, A ativação do mecanismo de reno- A eficácia da esfoliação produzida
sugada pela pressão negativa. Desta vação e crescimento celular se dá dependerá da escolha adequada da
forma, os resíduos de microcristais por meio da esfoliação progressiva ponteira da granulação e da força
são aspirados, bem como as células e controlada produzida pela micro- exercida pelo profissional na execu-
da camada córnea. dermoabrasão, onde a ação mecâ- ção do procedimento. A figura abaixo
nica produzida sobre o estrato cór- mostra o estrato córneo antes da mi-
Ambos produzirão o mesmo efeito, neo vai impulsionar uma resposta crodermoabrasão (a), e logo após a
baseado na retirada da camada cór- inflamatória e, em consequência, remoção por MDA (b).

05
04.

05A,B. Corte histológico demonstran-


do o estrato córneo antes (A) e após
(B) o procedimento de MDA. Fonte:
Moetaz et al.9

06
Esculpindo FACES

O procedimento é realizado com o A Tabela 1 evidencia os tamanhos,


auxílio de uma caneta com corpo o grau de aspereza e as indicações
de alumínio, escovas de limpeza e para utilização das pontas.
ponteiras que variam de tamanho
e granulometria.

Caneta com Conexão


corpo de alumínio para engate
Ponteira da
caneta pelling

Ponteira grande Ponteiras pequenas


de 75 mícrons de 75, 100 e 150 mícrons

Escova para limpeza

06. Caneta e ponteira para utilização


da técnica de microdermoabrasão.

Ponteira diamantada indicada


Ponteira Pequena
para a microdermoabrasão com
de 75 mícrons
maior intensidade de esfoliação

Ponteira diamantada indicada


Ponteira grande para microdermoabrasão com
de 75 mícrons maior intensidade de esfoliação,
indicada para grandes áreas

Ponteira diamantada indicada


Ponteira Pequena
para a microdermoabrasão com
100 mícrons
média intensidade de esfoliação

Ponteira diamantada indicada


Ponteira Pequena
para microdermoabrasão com
de 150 mícrons
menor intensidade de esfoliação

Tabela 01. Ponteiras diamantadas e suas indicações de uso.

07
INDICAÇÕES – Foliculite. – Acne ativa.

– Correção de marcas. – Estimulação da produção de – Eczemas.


colágeno e elastina. – Dermatites.
– Sequelas causadas pela acne e
poros dilatados. – Lesões de psoríase.
CONTRAINDICAÇÕES – Câncer de pele.
– Remoção de comedões
abertos e fechados. – Processos inflamatórios cutâneos. – Herpes labial em fase ativa.
– Preparo para aplicação de – Gestantes. – Lesões vasculares.
princípios ativos. – Diabetes. – Uso de anticoagulantes.
– Pele seborreica. – Distúrbios de coagulação.
– Discromias.
– Queratoses.
– Manchas hipercrômicas
irregulares.
– Rugas finas.
– Efélides.
– Manchas senis.

PREPARO DO PACIENTE

– Ficha de anamnese orofacial


/ Termo de consentimento me-
ramente estético.
– Propé, gorro e avental.
MATERIAL NECESSÁRIO evgeny varlamov/shutterstock.com

– Higienização da face com sabo-


– Luva de procedimento. – Soro Fisiológico 0,9%.
nete de clorexidina a 2%.
– Gorro. – Pontas diamantadas com granula-
– Fotos iniciais.
– Máscara. ção de diferentes mícrons.
– Após a finalização do pro-
cedimento repetir as fotos – Gaze. – Óculos de proteção.
nos mesmos ângulos. – Disco de algodão. – Lupa (opcional).

08
Esculpindo FACES

CONSIDERAÇÕES SOBRE A TÉCNICA

– Após a avaliação da pele do – A microdermoabrasão é um pro- – O número de passadas determina-


paciente selecionar a pontei- cedimento técnico-dependente, sen- rá o tipo de esfoliação que se deseja
ra diamantada de acordo com a do imprescindível que o profissional na área que está sendo tratada po-
área a ser tratada. esteja atento às manifestações clíni- dendo ser suave ou mais acentuada.
cas da pele tratada tais como eritema
– Posicionar o paciente confortavel- – Os movimentos devem ser reali-
acentuado, edema e sangramento.
mente na cadeira. zados delicadamente, observando
– A pele deve ser tensionada com sempre as manifestações clínicas
– A força da pressão dos movi-
a mão livre no momento das passa- dessa pele que pode variar de um
mentos nas passadas dependerá
da espessura da pele, podendo ser das, para facilitar o movimento de paciente para outro. O ideal é que
mais espessa ou mais fina. Onde varredura da manopla. se inicie sempre com uma potência
a pele é mais fina o ideal é que – Na região frontal a manopla de sucção menor que 200mmHg, po-
o aparelho esteja ajustado com deve ser deslizada em direção as- dendo ser aumentado gradativamen-
uma menor intensidade para não cendente de maneira suave e lenta te de acordo com o tipo de pele e a
causar ferimentos. (Figuras 08A,B). tolerância de cada paciente.

09
07. Imagem demonstrando a técnica de MDA.

A B

08A,B. Vetores indicando os movimentos da ponteira em região frontal.

10
Esculpindo FACES

– Na região nasal a manopla deve


perpassar suavemente sobre a
narina, como é mostrado na Figu-
ra 09; deve-se estar atento para
não fazer muita força a fim de não
ferir a região.

– No terço médio as passadas


acompanham o contorno da região
do zigomático, onde a manopla rea-
liza o movimento de dentro para fora
e em sentido ascendente (Figura 10).

– Na área da região temporal (Figu-


ras 11A,B), os movimentos seguem
delicados em direção à implan-
tação do cabelo.

– Na região peribucal e mentual é


necessário que se trace uma margem
de segurança de 0,5mm do contor-
no do lábio (rolo branco) para evitar
que a ponteira diamantada atinja o
lábio (Figura 12).

09. Vetores indicando os movimentos da


ponteira em região nasal.
10. Vetores indicando os movimentos da
ponteira em terço médio.

11
A B

11A,B. Vetores indicando os movimentos da ponteira em região temporal.

0,5

0,5

12. Vetores indicando os movimentos da ponteira em região perioral e mentual.

12
Esculpindo FACES

– Na região cervical, os movimentos


podem ser bidirecionais. A manopla
pode ser deslizada verticalmente em
direção ascendente e/ou horizontal
firmando a pele para facilitar o desli-
zamento da manopla (Figuras 13A,B).

– Durante o procedimento é possí-


vel notar um leve eritema que se for-
ma na região (Figura 14).

13A,B. Vetores indicando os movimentos da ponteira em região cervical.

13
INFORMAÇÕES ADICIONAIS

Sinais de edema ou abrasão com


pequeno sangramento indicam que
a força exercida sobre a pele exce-
deu o tolerável, sendo necessário di-
minuir a intensidade do aparelho e a
força ao deslizar a manopla.

Cuidados devem ser observados


no que diz respeito ao risco de au-
toinoculação de doenças, tais como
verrugas e moluscos, no momen-
to do deslizamento da manopla na
pele do paciente.

A microdermoabrasão deve ser evita-


da na região da pálpebra, onde a pele
é muito delicada e fina (Figura 15).

Recomendações pós-tratamento:
14. Imagem após realização de MDA, evidenciando um discreto eritema ocasionado
pelo procedimento.
– Evitar exposição ao sol.

– Utilizar protetor solar diariamente.

– Manter a pele hidratada com pro-


dutos recomendados.

– Evitar o uso de ácidos, salvo por


recomendações médicas.

15. Identificação das áreas proscritas para realização da técnica.

14
Esculpindo FACES

RECOMENDAÇÕES E
HIGIENIZAÇÃO DO APARELHO

Recomenda-se a troca do filtro pe-


riodicamente (Figura 13), bem como
a limpeza do corpo da caneta, com
a escova própria que acompa-
nha o equipamento.

As Figuras 14 e 15 ilustram as sujida-


des que são absorvidas pela sucção
do equipamento (pelos e resíduos
da camada córnea).
16. Filtro do equipamento.

As ponteiras diamantadas, após o


uso, devem ser limpas com água e
sabão neutro ou solução degermante.

Ao finalizar a limpeza as ponteiras


devem ser esterilizadas, assim esta-
rão prontas para serem usadas nova-
mente com segurança.

17A,B. Resíduos de pelos e camada córnea da pele após MDA.

15
REFERÊNCIAS
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fluentes, ingredientes ativos e estratégias de veicula-
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Cristal e Diamante- Revisão de literatura. Revista Saú-
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eve
ryth
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pos
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16

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