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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3

1 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO ........................................... 4

1.1 Tipos de envelhecimento............................................................. 5

1.2 Envelhecimento facial.................................................................. 8

1.3 Causas do envelhecimento ......................................................... 9

2 LIFTING FACIAL (RITIDOPLASTIA) X FIO LIFTING ...................... 14

2.1 Lifting facial ............................................................................... 14

2.2 Fio lifting .................................................................................... 17

2.3 Diferenças entre lifting facial e fio lifting .................................... 17

3 ANATOMIA BÁSICA DA FACE ........................................................ 19

3.1 Músculos ................................................................................... 19

3.2 Circulação arterial e venosa da face ......................................... 25

3.3 Inervação da face ...................................................................... 28

4 FIO LIFTING OU LIFTING COM FIOS............................................. 32

4.1 Locais mais indicados para aplicação de Fio Lifting .................. 33

5 PRINCIPAIS TIPOS DE FIOS PARA LIFITING ............................... 35

5.1 Absorvíveis ................................................................................ 35

5.2 Não absorvíveis ......................................................................... 38

5.3 Principal composição dos fios Lifting ......................................... 40

6 PROCEDIMENTO – FIO LIFTING ................................................... 43

6.1 Orientações pós-procedimento ................................................. 45

6.2 Vantagens e desvantagens desse procedimento ...................... 46

6.3 Contraindicações para o lifting com fios de sustentação ........... 47

BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 48

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INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

A Rede Futura de Ensino, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer
uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O
comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e
todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em
perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento
que serão respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da
semana e a hora que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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1 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO

Fonte: cienciadapele.dermatosaude.com.br

O envelhecimento do organismo como um todo se relaciona com o fato


das células somáticas do corpo começarem a morrer e não serem substituídas
por novas, como acontece na juventude. Isso está ligado, entre outros
fenômenos, ao envelhecimento celular.
O processo de envelhecimento provoca mudanças nas estruturas do
corpo e nas suas funções. O envelhecimento fisiológico compreende uma série
de alterações nas funções orgânicas e mentais devido exclusivamente aos
efeitos da idade avançada sobre o organismo, fazendo com que o mesmo perca
a capacidade de manter o equilíbrio homeostático e que todas as funções
fisiológicas gradualmente comecem a declinar.
Fisiologicamente, o envelhecimento está associado à perda de tecido
fibroso, à taxa mais lenta de renovação celular e à redução da rede vascular e
glandular. A função de barreira que mantém a hidratação celular também fica
prejudicada. Dependendo da genética e do estilo de vida, as funções fisiológicas
normais da pele podem diminuir em 50% até a meia-idade.
Como a pele é o órgão que mais reflete os efeitos da passagem do tempo,
sua saúde e sua aparência estão diretamente relacionadas aos hábitos
alimentares e ao estilo de vida escolhido. A radiação ultravioleta, o excesso de

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consumo de álcool, o abuso de tabaco e a poluição ambiental, entre outros, são
fatores que “aceleram” o trabalho do relógio biológico provocando o
envelhecimento precoce. Além disso, o aumento do peso corporal e dos níveis
de açúcar no sangue também colabora para a pele envelhecer antes do tempo.
Tais alterações tem por característica principal a diminuição progressiva
da reserva funcional. Ou seja, um organismo envelhecido, em condições
normais, poderá sobreviver adequadamente, porém quando submetido a
situações de estresse físico, emocional, pode apresentar dificuldades em manter
sua homeostase, e desta forma, manifestar sobrecarga funcional, a qual pode
culminar em processos patológicos, uma vez que há o comprometimento dos
sistemas, endócrino, nervoso e imunológico (FIRMINO, 2006).

1.1 Tipos de envelhecimento

1) Envelhecimento cutâneo intrínseco ou cronológico


É aquele decorrente da passagem do tempo, determinado principalmente
por fatores genéticos, estado hormonal e reações metabólicas, como estresse
oxidativo. Nele estão presentes os efeitos naturais da gravidade ao longo dos
anos, como as linhas de expressão, a diminuição da espessura da pele e o
ressecamento cutâneo.
A pele tem efeitos degenerativos semelhantes aos observados em outros
órgãos, mas reflete também certos aspectos da nossa saúde interior, como:
 Genética: Com o tempo, as células vão perdendo sua capacidade de
se replicar. Este fenômeno é causado por danos no DNA decorrentes
da radiação UV, de toxinas ou da deterioração relacionada à idade.
Conforme as células vão perdendo a velocidade ao se replicar,
começam a aparecer os sinais de envelhecimento.
 Hormônios: Ao longo dos anos há diminuição no nível dos hormônios
sexuais, como estrogênio e testosterona, e dos hormônios do
crescimento. Equilíbrio é fundamental quando se fala de hormônios.
Diminuindo os níveis hormonais com o envelhecimento, acelera-se a
deterioração da pele. Em mulheres, a variação nos níveis de estrogênio
durante a menopausa é responsável por mudanças cutâneas

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significativas: o seu declínio prejudica a renovação celular da pele,
resultando em afinamento das camadas epidérmicas e dérmicas.
 Estresse oxidativo: Desempenha papel central na iniciação e na
condução de eventos que causam o envelhecimento da pele. Ele altera
os ciclos de renovação celular, causa danos ao DNA que promovem a
liberação de mediadores pró-inflamatórios, que, por sua vez,
desencadeiam doenças inflamatórias ou reações alérgicas na pele.
 Além disso, células do sistema imunológico, chamadas langerhans,
diminuem com o envelhecimento. Isto afeta a capacidade da pele de
afastar o estresse ou as infecções que podem prejudicar sua saúde.
Com o avançar da idade, diminui-se a imunidade, aumentando a
incidência de infecções, malignidades e deterioração estrutural.
 Níveis elevados de açúcar no sangue e glicação: glicose é um
combustível celular vital. No entanto, a exposição crônica à glicose
pode afetar a idade do corpo por um processo chamado de glicação.
Ela pode ocorrer pela exposição crônica ao açúcar exógeno, nos
alimentos, ou endógeno, como no caso do diabetes. A consequência
principal desse processo é o estresse oxidativo celular, tendo como
consequência o envelhecimento precoce.

2) Envelhecimento extrínseco da pele (fotoenvelhecimento)


É aquele provocado pela exposição ao sol e a outros fatores ambientais
como: o estilo de vida (exercício físico, alimentação) e o estresse fisiológico e
físico. Um dos agentes mais importantes é a radiação solar ultravioleta.
As toxinas com as quais entramos em contato, como tabaco, álcool e
poluição do ar, entre outros, também ajudam no processo de envelhecimento da
pele e, dependendo do grau de exposição, podem acelerá-lo, como:

 Radiação solar: atua na pele causando desde queimaduras até


fotoenvelhecimento e aparecimento de câncer da pele. Várias
alterações de pigmentação da pele são provocadas pela exposição
solar, como manchas, pintas e sardas. A pele fotoenvelhecida é
mais espessa, por vezes amarelada, áspera e manchada, e há um
maior número de rugas.
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 Tabaco: fumantes possuem marcas acentuadas de
envelhecimento na pele. O calor da chama e o contato da fumaça
com a pele provocam o envelhecimento e a perda de elasticidade
cutânea. Além disso, o fumo reduz o fluxo sanguíneo da pele,
dificultando a oxigenação dos tecidos. A redução deste fluxo
parece contribuir para o envelhecimento precoce da pele e para a
formação de rugas, além de dar à pele uma coloração amarelada.
Rugas acentuadas ao redor da boca são muito comuns em
fumantes.
 Álcool: altera a produção de enzimas e estimula a formação de
radicais livres, que causam o envelhecimento. A exceção à regra é
o vinho tinto que, se consumido moderadamente, tem ação
antirradicais livres, pois é rico em flavonoides e em resveratrol,
potentes antioxidantes;
 Movimentos musculares: movimentos repetitivos e contínuos de
alguns músculos da face aprofundam as rugas, causando as
chamadas marcas de expressão, como as rugas ao redor dos
olhos.
 Radicais livres: são uns dos maiores causadores do
envelhecimento cutâneo. Os radicais livres se formam dentro das
células pela exposição aos raios ultravioleta, pela poluição,
estresse, fumo etc. Acredita-se que os radicais livres provocam um
estresse oxidativo celular, causando a degradação do colágeno
(substância que dá sustentação à pele) e a acumulação de
elastina, que é uma característica da pele fotoenvelhecida.
 Bronzeamento artificial: a Sociedade Brasileira de Dermatologia
condena formalmente o bronzeamento artificial que pode causar o
envelhecimento precoce da pele (rugas e manchas) e a formação
de câncer da pele. A realização desse procedimento por
motivações estéticas é proibida no Brasil desde 2009.
 Alimentação: uma dieta não balanceada contribui para o
envelhecimento da pele. Existem elementos que são essenciais e
devem ser ingeridos para repor perdas ou para suprir

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necessidades, quando o organismo não produz a quantidade diária
suficiente. O excesso de açúcar também “auxilia” a pele a
envelhecer mais depressa, como já foi dito anteriormente.

1.2 Envelhecimento facial

Fonte: rsaude.com.br

Na constituição da imagem corporal, a face representa uma região


importante, pois é o principal instrumento das interações humanas com o mundo.
A aparência facial não é apenas um conjunto de características morfológicas
primárias de um indivíduo, mas é também o resultado direto das expressões
emocionais e da resposta individual a agentes agressores acumulados ao longo
do tempo. É a região que demonstra ao meio externo os sinais de emoção,
beleza e também do envelhecimento.
Até o século XX, o conceito de envelhecimento facial era limitado a uma
visão bidimensional, e a abordagem era focada na redução de rugas e sulcos,
dando à face o aspecto de esticada e excessivamente preenchida. Com o
aprimoramento do conhecimento anatômico, esse conceito foi expandido e,
agora, abrange uma visão tridimensional, reconhecendo como sinais de
envelhecimento não só a perda de textura cutânea e as rugas de expressão, mas
também perdas volumétricas secundárias à remodelação óssea e a
redistribuição de gordura facial.

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Ao analisarmos o envelhecimento facial, devemos enxergar além da pele.
E isso inclui uma abordagem sistematizada com objetivo de relaxamento da
musculatura facial, a reposição do volume, a renovação da pele, remoção de
imperfeições, tratamento de flacidez e o reposicionamento, redefinindo, assim, o
contorno facial perdido no processo de envelhecimento, oferecendo resultados
naturais e sem exageros, pois leva em conta a anatomia e as proporções faciais.

1.3 Causas do envelhecimento

1) Dano ao DNA da célula

Fonte: envelhecimento97unb.blogspot.com

A exposição à radiação solar é considerada o principal fator externo que


contribui para o envelhecimento da pele. O dano solar cutâneo é atribuído quase
que exclusivamente à radiação ultravioleta (UV), mas estudos recentes também
indicam que a radiação infravermelha ocupa um importante papel no
envelhecimento da pele. A radiação infravermelha (térmica) é a luz não visível e
é percebida pela pele como sensação de calor.
A exposição a essas radiações solares causa dano ao DNA celular que é
um importante elemento no processo do envelhecimento da pele. As
modificações da pele surgem à longo prazo e se juntam as alterações
ocasionadas pelo envelhecimento intrínseco (verdadeiro, cronológico,

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inevitável). O dano ao DNA da célula também pode causar danos às células,
levando ao câncer de pele.

2) Dano celular
As células de uma pele jovem, lisa e uniforme nascem, migram para as
camadas mais superficiais da pele, morrem e se renovam em um processo que
pode durar em torno de 30 a 40 dias, o chamado ciclo celular. A partir dos 30
anos, o ciclo celular vai diminuindo, com o passar do tempo, de 30 a 50% em
relação ao que ocorria na adolescência. Com isso, a pele envelhecida renova-
se muito mais lentamente, formando uma superfície rugosa, desidratada,
sensível e espessa.
Com o passar do tempo, ocorre uma perda natural e progressiva da
função das células da pele e qualquer fator externo que ajude ou altere a função
dessas células contribui, e muito, para o dano celular.
O passar dos anos, a nossa genética, o stress do dia a dia, nossos hábitos
de vida, a radiação solar e a poluição agindo em conjunto, levam ao
enfraquecimento das células da epiderme (barreira cutânea) que perde a sua
resistência. Com isso a pele fica seca e desidratada e ocorre enfraquecimento
das células da derme (segunda camada da pele) e por consequência, há
destruição da rede de colágeno, quebra da elastina e ataque dos radicais livres
levando ao aparecimento das rugas.

3) Formação de radicais livres

Fonte: peroladecarlos.blogspot.com

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Os radicais livres são a causa básica do envelhecimento e sua ação no
organismo pode ser mudado por fatores genéticos e ambientais.
O nosso organismo produz radicais livres de uma maneira natural, através
do nosso metabolismo, e esses radicais por sua vez, atacam as nossas células
do corpo. Porém, nossas células conseguem reparar o dano que esses radicais
produzem.
Sendo assim, o nosso organismo consegue controlar o nível desses
radicais produzidos através do metabolismo, desde que todos os nossos órgãos
(células) estejam saudáveis. Mas esse processo que ocorre dentro do nosso
corpo não é a única fonte de radicais livres.
Há fatores externos que podem contribuir para a formação de um excesso
de radicais livres e que podem causar danos irreparáveis. Alguns desses fatores
são:
 Poluição ambiental e gases de escapamentos de veículos;
 Raios X e radiação ultravioleta do sol (exposição solar)
 Cigarro
 Colheitas de verduras, legumes e frutas prematuras que as torna
pobre em nutrientes
 Gases e águas de efluentes expelidos por industrias poluentes.
 Resíduos de pesticidas, herbicidas: sua infiltração em nascentes
de água e culturas de alimentos.
 Substâncias presentes em alimentos e bebidas
(agrotóxicos/aditivos químicos, hormônios em carnes de gado,
entre outras)
 Álcool, bebidas alcoólicas, drogas químicas e drogas sintéticas.
 Estresse psicológico e físico.
 Consumo excessivo de gorduras saturadas.
A formação de radicais livres que o próprio organismo não consegue
eliminar (ocasionados pelos fatores citados) está relacionada com o
enfraquecimento do sistema imunológico e com o envelhecimento. Manchas
pigmentadas na pele, rugas precoces, até distúrbios mais sérios como cataratas,
glaucoma, arteriosclerose, artrite, dores lombares, entre outras, são atribuídas à
ação dos radicais livres.

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4) Redução de colágeno e elastina

Fonte: girourbano.com.br

O colágeno é um importante elemento para a manutenção da firmeza da


pele e da juventude. É uma estrutura que dá suporte a pele.
A elastina está interligada com o colágeno, sendo produzida junto com ele
pelos fibroblastos da pele. A elastina confere a pele resiliência e elasticidade.
Juntos, contribuem para manter a pele firme e jovem, conferindo
elasticidade e sustentação aos tecidos, evitando assim, o envelhecimento da
pele. Conforme ocorre a quebra do colágeno e da elastina, a pele vai ficando
cada vez mais flácida, com rugas e sulcos. Essa quebra leva a redução dessas
estruturas e são ocasionadas tanto pelo envelhecimento intrínseco, como pelo
envelhecimento extrínseco.
O estímulo à produção do colágeno e elastina pela pele é um dos grandes
aliados no tratamento e prevenção do envelhecimento cutâneo. O uso
de retinóides, vitamina C tópica e uma alimentação equilibrada, além de reduzir
a formação de radicais livres, estimula a produção de colágeno e elastina na
pele.

5) Redução de ácido hialurônico


O ácido hialurônico retém água e dá volume à pele. Ele está
especialmente relacionado com as fibras de colágeno e elastina. Mantém a

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hidratação natural e o colágeno na pele, o que deixa a pele mais firme, melhor
hidratada e mais jovem. Possui propriedades elásticas que ajudam na
resistência da pele a danos do meio externo. Também permite que as fibras de
colágeno se movam facilmente.
À medida que envelhecemos, as células da pele diminuem a produção de
ácido hialurônico o que desempenha um papel importante na formação das
rugas. O ácido hialurônico também ajuda a combater a ação dos radicais livres.

6) Aumento de inflamação
Quando a camada mais superficial da pele (barreira cutânea) está
danificada ou frágil, o que ocorre durante nosso envelhecimento natural e
também provocado pelo envelhecimento extrínseco, pode ocorrer penetração de
substâncias químicas, alergênicos ou outros irritantes para as camadas mais
profundas que atingem a circulação sanguínea e desencadeiam uma resposta
inflamatória na pele.
Os componentes da barreira da pele são ceramidas, colesterol, lipídios e
ácidos graxos. Eles mantêm a pele impermeável. Reparar a barreira cutânea
com produtos para cuidados com a pele adequados ajudará no tratamento de
várias situações e na prevenção do envelhecimento da pele.

7) Hiperpigmentação
A cor saudável da pele resulta de um equilíbrio na produção, transferência
e degradação da melanina produzida na pele.
A exposição aos raios UV, mudanças hormonais e inflamações modificam
a respostas dos melanócitos (células produtoras de melanina), que produzem
mais melanina deixando a pele hiperpigmentada, com manchas distribuídas
irregularmente pela face.

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2 LIFTING FACIAL (RITIDOPLASTIA) X FIO LIFTING

2.1 Lifting facial

Fonte: nurkimcirurgiaplastica.com.br

Lifting facial é a cirurgia plástica da face para rejuvenescer, ou seja,


eliminar rugas, flacidez e remover o excesso de pele. A técnica promove um
levantamento do rosto, ameniza consideravelmente os vincos e resgata e
aprimora os contornos faciais. O envelhecimento da face se dá principalmente
por perda de gordura, além da flacidez dos tecidos. No caso o lifting facial, ou
ritidoplastia, é realizado no terço médio da face para elevar e reposicionar o
tecido e a musculatura. É uma das cirurgias plásticas mais realizadas no Brasil.
Lifting é uma palavra derivada do verbo americano lift, que significa
levantar, é usada para determinar cirurgias em que os tecidos necessitam ser
reacomodados aos seus lugares de origem, no caso do lifting facial isso é feito
no rosto. No Brasil, o lifting facial compreende as seguintes áreas: pálpebras,
pescoço, mandíbula e área frontal (região T, que inclui nariz e testa).

1) Tipos:
Minilifting: Este é um termo utilizado para a cirurgia de face que está
associada a cicatrizes menores que as clássicas. Na verdade, essa cirurgia é a
mesma que o lifting facial, porém maquiado com um termo novo que promete

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menor descolamento com menores cicatrizes. Entretanto, a essência cirúrgica é
a mesma da ritidoplastia clássica.
Lifting temporal: Essa cirurgia é designada para o levantamento da
região temporal, resultando num melhor posicionamento do supercílio, tornando
o olhar mais jovial e descansado. Basicamente, ele levanta a região da cauda da
sobrancelha.
Lifting frontal: Nesse tipo de cirurgia são tratadas as rugas estabelecidas
na região da testa, bem como a musculatura que "gerou" essas rugas, uma vez
que nessa região elas são, na maioria das vezes, dinâmicas, isto é causadas
pela movimentação muscular da região. É como se fosse uma aplicação de
toxina botulínica mais duradoura.
Lifting cervicofacial: É a cirurgia que trata a face e o pescoço, conforme
uma ritidoplastia clássica. Esse procedimento devolverá os tecidos para sua
posição original e tornará a silhueta mais jovial, uma vez que tratará a flacidez e
excesso de pele da face e pescoço, bem como tratará a musculatura abaixo
dessa pele.
Lifting endoscópico: O lifting endoscópio é a cirurgia de face realizada
com o auxílio de um sistema óptico que permite a realização de menores
incisões, porém sem limitar a extensão do descolamento. Ainda se caracteriza
por uma cirurgia que é possível preservar estruturas nobres, uma vez que está
sendo toda feita sob visualização direta, o que não ocorre nas outras
modalidades cirúrgicas. Os resultados são os mesmos da Ritiplastia clássica,
porém com menor trauma cirúrgico e cicatrizes mais discretas.

2) Outros nomes
Face lifting, plástica facial, facelift, ritidoplastia e ritidectomia.

3) Indicações do lifting facial


O lifting facial é indicado para pacientes com envelhecimento facial ou
flacidez excessiva no rosto.
Em geral esse envelhecimento é causado pela ação natural do tempo e
fatores externos que aceleram o processo, como fotoenvelhecimento provocado
pela radiação solar, radicais livres, maus hábitos ou herança genética.

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Pessoas com sulcos profundos, flacidez, vincos nasogenianos (bigode
chinês), rugas, excesso de flacidez e pele, perda de tônus muscular na face
inferior com ausência do contorno da região mandibular são as mais indicadas.
Geralmente é aconselhado após os 40 anos.

4) Como é feito o lifting facial


O lifting facial é feito por meio de cortes que permitem com que o
profissional tracione a pele, remodelando os tecidos subjacentes abaixo dela,
que são posicionados para adicionar volume em áreas depressivas,
reposicionando a musculatura do rosto.
A incisão pode ser feita em partes diversas do rosto como na frente ou
atrás da orelha e no couro cabeludo na região temporal ou em sua parte inferior.
Uma segunda incisão, abaixo do queixo, poderá ser necessária para aperfeiçoar
o aspecto de envelhecimento no pescoço. Suturas ou adesivos de pele são
utilizados para fechar os cortes. As linhas de incisão do lifting ficam bem
escondidas no couro cabeludo e nos contornos naturais do rosto e do ouvido.
O procedimento é feito com anestesia local e sedação, mas alguns casos
podem requerer anestesia geral.

5) Plástica eutrófica
Essa é uma nova modalidade de lifting facial em que a incisão é mínima,
restrita ao redor da orelha num raio de quatro centímetros. A técnica não causa
o descolamento da pele, o que mantém os vasos e nervos do rosto intactos e
também impede que o resultado final seja um ar plastificado, sem brilho e
"marmorizado".

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2.2 Fio lifting

Fonte: youtube.com

Outra opção para erguer o rosto é o implante de fios de suspensão.


Existem diversos tipos, muitos dos quais já fizeram muito sucesso, tais como os
“fios de ouro”, “fio russo”, etc.
O fio lifting levanta os tecidos através da tração provocada pelo fio e da
estimulação progressiva da produção de colágeno. O fio utilizado geralmente é
absorvido em torno de 18 meses e estimula a produção de colágeno
gradativamente.
O procedimento é realizado em clínicas e consultórios, não sendo
necessário ambiente cirúrgico. É realizado com anestesia local. O fio é
introduzido através de minúsculos pontos, não havendo cortes. Não é doloroso
e o paciente pode retornar ao trabalho imediatamente.

2.3 Diferenças entre lifting facial e fio lifting

Para um lifting facial eficaz e duradouro, os seguintes parâmetros são


essenciais:
 Algum tipo de incisão em torno da orelha permitindo a remoção do
excesso de pele.
 2.O SMAS (tecido músculo-gorduroso da face) deve ser dissecado,
suspendido e fixado novamente em sua posição elevada.

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Um lifting facial padrão deverá cumprir esses 2 critérios. Os Fios de
Suspensão são passados através do SMAS, dobrando e levantando o mesmo,
sem dissecar e reposicionar, apenas suspendendo. Nesse tipo de procedimento
os Fios de Suspensão se desgastam rapidamente pela tração do SMAS e
cedem, devolvendo ao paciente a face envelhecida. Além disso, como não há
incisão, o excesso de pele permanece.
Sendo assim, o Fio Lifting não é uma opção ruim para se atingir um
resultado mais duradouro, não sendo indicado também para: excesso de tecido
adiposo na face, excesso de pele devido ao envelhecimento avançado, e pele
muito fina com falta de tecido adiposo, por exemplo, pois nesses casos ele não
atingirá o efeito esperado.
O Lifting facial é uma cirurgia plástica indicada para pessoas que
possuem um grau de envelhecimento cutâneo muito grande. O envelhecimento
provoca a queda natural da pele e a flacidez da musculatura da região do rosto.
As regiões do rosto mais afetadas são a testa, as pálpebras, as bochechas
e o pescoço. Nestas regiões o Lifting Facial proporciona o levantamento da pele
através de uma incisão transversal no couro cabeludo, nos dois lados, passando
pelas orelhas e indo até a raiz dos cabelos.
Em geral as pacientes que recorrem a esta técnica nas clínicas de cirurgia
plástica, estão na faixa etária dos 40 anos ou acima.
Existem também as diferenças quanto aos procedimentos, que no caso
do lifting facial é uma cirurgia, portanto envolve todos os cuidados referentes a
qualquer cirurgia, que vai desde a preparação do paciente, o ambiente cirúrgico,
o pós-operatório, etc.
Já o fio Lifting pode ser realizado em consultórios e clínicas, e o paciente
pode voltar ao seu trabalho no mesmo dia, se desejar. Não há necessidade de
ambiente cirúrgico e a anestesia é local.

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3 ANATOMIA BÁSICA DA FACE

Fonte: br.pinterest.com

3.1 Músculos

Os músculos da face têm a particularidade de frequentemente estarem


ligados a outros músculos ou até mesmo à pele, o que permite a produção dos
movimentos e expressões faciais.
A singularidade dos músculos da face alterarem os movimentos de outros
músculos, está diretamente relacionada com a capacidade humana de
demonstrar emoções e de interagir no contexto social, proporcionando desta
forma, a grande diversidade de expressões faciais que podemos produzir
consciente e inconscientemente.
Estas fisionomias e expressões que alternamos excessivas vezes durante
o dia-a-dia, com o passar do tempo e a chegada do envelhecimento, vão ficando
gravadas no nosso rosto, ocasionando as rugas faciais.

1. Músculos da mastigação:
Os músculos da mastigação apresentam as seguintes características
comuns:

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 Apresentam pelo menos uma inserção na mandíbula.
 Atuam ativamente nos movimentos mandibulares.
 Apresentam fáscias musculares típicas, destacando- se a fáscia do
músculo temporal.
 Derivam-se na sua totalidade do 1° arco braquial, e como tal são
inervados pelo nervo trigêmeo (V par), através de ramos do nervo
mandibular.
 São irrigados por ramos da artéria maxilar.

É um músculo largo, plano e triangular


Músculo Temporal localizado na fossa temporal, na face lateral da
cabeça. Passa por baixo do arco zigomático,
para se inserir na mandíbula.
Ação: Oclusão (elevação) e retrusão da
mandíbula.
É o músculo mais potente da mastigação, é
Músculo Masseter quadrangular e espesso. É constituído de duas
porções, uma profunda e outra superficial.
Ação: Oclusão (elevação) da mandíbula
É um músculo quadrado e espesso, localizado
Músculo Pterigóideo medialmente ao ramo da mandíbula.
Medial Ação: Oclusão (elevação) da mandíbula

É composto por duas cabeças, tem forma de


Músculo Pterigóideo cone e arquitetura bipenada.
Lateral Ação: Contração Unilateral – Lateralização da
mandíbula contralateral;
Contração Bilateral – Abertura e protrusão da
mandíbula.

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Fonte: anatonutriuna.blogspot.com

2. Músculos da Mímica Facial


Como o próprio nome já diz, os músculos da mímica facial são
responsáveis pelas expressões faciais. São delgados músculos cutâneos que de
um modo geral se originam ou da fáscia ou dos ossos da face e se fixam à derme.
Desta forma sua contração é capaz de mexer a pele e mudar a
expressões faciais, fechar os olhos ou dilatar as narinas entre outros
movimentos. É importante lembrarmos que todos os músculos faciais são
inervados pelo VII par craniano, o nervo facial.

É uma vasta lâmina musculotendinosa que reveste


o vértice e as faces laterais do crânio, desde o osso
Músculo Epicrânio occipital até a sobrancelha.
O Músculo Epicrânico é formado pelo ventre
occipital e pelo ventre frontal do Músculo
occiptofrontal juntamente com o Músculo
Temporoparietal.
Ventre Occipital
Músculo Ação: Movimenta o escalpo, elevando as
Occiptofrontal sobrancelhas e enrugando a fronte.
Ventre Frontal

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Ação: Movimenta o escalpo, eleva as sobrancelhas
de um ou de ambos os lados.
É um músculo muito delgado, localizado na fossa
Músculo temporal.
Temporoparietal Ação: Movimenta o escalpo e traciona para trás a
pele das têmporas. Combina-se com o
occipitofrontal para enrugar a fronte e ampliar os
olhos (expressão de medo e horror).
Músculo Auricular É um músculo pequeno e fino, muito difícil de ser
Anterior dissecado. Está situado sobre a aponeurose
epicraniana.
Ação: Traciona o pavilhão da orelha para frente e
para cima
Músculo Auricular Músculo muito delicado em forma de leque,
Superior localizado sobre a aponeurose epicraniana.
Ação: Traciona o pavilhão da orelha para cima
Músculo Auricular Músculo quadrangular, localizado posteriormente
Posterior ao conduto auditivo externo.
Ação: Traciona o pavilhão da orelha para trás
Músculo Orbicular do Este músculo contorna toda a circunferência da
Olho órbita. Divide-se em três porções: palpebral, orbital
e lacrimal.
Ação: Fecha as pálpebras, comprime o saco
lacrimal e movimenta os supercílios
Músculo Abaixador do É um músculo delgado situado medialmente ao m.
Supercílio orbicular do olho.
Ação: Abaixa a pele da fronte e dos supercílios
Músculo Corrugador Pequeno e estreito, com formato piramidal. Para
do Supercílio visualizá-lo é necessário que o m. orbicular do olho
e o m. frontal sejam rebatidos.
Ação: Abaixa a pele da fronte e dos supercílios
Em latim chama-se piramidalis nasi. Recebe este
Músculo Prócero nome por ter formato piramidal e estar situado

22
sobre o osso nasal. É quase uma continuação do
m. frontal.
Ação: Abaixa a pele da fronte e dos supercílios
Músculo Nasal É um músculo fino com contorno irregular. É
constituído por duas porções, uma transversa que
comprime o nariz e outra alar que dilata o nariz.
Ação: Dilatação do nariz
Músculo Abaixador do Pode estar ausente em algumas pessoas.
Septo do Nariz Ação: Traciona para baixo as asas do nariz,
estreitando as narinas
Músculo Levantador É um músculo plano e quadrangular, cuja origem é
do Lábio Superior muito ampla.
Ação: Levanta o lábio superior e leva-o um pouco
para frente
Músculo Levantador É um músculo plano e está localizado entre o m.
do Lábio Superior e da nasal e o m. levantador do lábio superior.
Asa do Nariz Ação: Dilata a narina e levanta o lábio superior
Músculo Levantador Em latim chama-se caninus. Tem esse nome
do Ângulo da Boca devido sua fixação de origem. É um músculo plano
e triangular.
Em latim chama-se caninus. Tem esse nome
devido sua fixação de origem. É um músculo plano
e triangular.
Ação: Eleva o ângulo da boca e acentua o sulco
nasolabial
Músculo Zigomático É um músculo cilíndrico e estreito, situado
Menor lateralmente ao músculo levantador do lábio
superior.
Ação: Auxilia na elevação do lábio superior e
acentua o sulco nasolabial.
É mais largo que o zigomático menor, localizado na
Músculo Zigomático bochecha, se estende do osso zigomático à
Maior comissura labial onde se funde as fibras dos

23
músculos levantador do ângulo da boca e orbicular
da boca.
Ação: Traciona o ângulo da boca para trás e para
cima (risada)
É plano e delgado, está situado na bochecha e suas
Músculo Risório fibras se confundem com as fibras do músculo
platisma.
Ação: Retrai o ângulo da boca lateralmente (riso
forçado)
Músculo Abaixador do Em latim quadratus labii. É curto e quadrangular,
Lábio Inferior está situado no queixo. Suas fibras parecem ser a
continuação do músculo platisma.
Ação: Repuxa o lábio inferior diretamente para
baixo e lateralmente (expressão de ironia)
Músculo Abaixador do É um músculo plano e delgado localizado sobre o
Ângulo da Boca músculo abaixador do lábio inferior.
Ação: Deprime o ângulo da boca (expressão de
tristeza)
Músculo Mentual É um músculo grosso, cilíndrico e par situado no
queixo sob o músculo abaixador do ângulo da boca.
Ação: Eleva e projeta para fora o lábio superior e
enruga a pele do queixo
Músculo Transverso Não é encontrado em todos seres humanos.
do Mento Ação: Auxilia na depressão o ângulo da boca
Contorna a boca lhe proporcionado função de
Músculo Orbicular da esfíncter. Suas fibras possuem diferentes direções
Boca e se confundem com as fibras de outros músculos
mímicos da boca, o que garante a esse músculo
inúmeros movimentos.
Ação: Movimentam os lábios, as asas do nariz e a
pele do mento

24
Importante músculo acessório na mastigação,
Músculo Bucinador mantendo o alimento sob a pressão direta dos
dentes. Está situado sob o músculo masseter.
Ação: Deprime e comprime as bochechas contra a
mandíbula e maxila. Importante para sugar,
mastigar, assobiar e soprar

Fonte: anatomiaonline.com

3.2 Circulação arterial e venosa da face

A face é ricamente suprida por artérias. A maioria delas são ramos da


artéria carótida externa. Somente partes da cavidade nasal e as partes
superiores da face recebem ramos da artéria carótida interna. A artéria carótida
externa é também denominada carótida facial e supre as estruturas superficiais
e profundas da face.
Em relação à vascularização, observa-se que a face é ricamente suprida
de artérias, cujos ramos terminais comunicam-se entre si livremente.

25
A maioria das artérias da face vem do ramo da artéria carótida externa, o
retorno venoso é essencialmente superficial.

Fonte: NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 5.ed. Rio de Janeiro, Elsevier,
2011

O suprimento sanguíneo é proveniente principalmente das artérias facial


(a maior dos três ramos que se originam da face anterior da artéria carótida
externa) e temporal superficial que são suplementadas por inúmeras pequenas
artérias que acompanham os nervos sensitivos da face.
Esta artéria segue para cima num curso tortuoso em direção ao ângulo da
boca e é coberta pelo músculo platisma e o risório. Segue profundamente até os
músculos zigomáticos e levantador do lábio superior e corre ao longo do nariz
até ao ângulo medial do olho, onde se anastomosa com os ramos terminais da
artéria oftálmica.

26
Fonte: anatomia-papel-e-caneta.com

Divide-se em quatro ramos distintos, sendo eles:


 Artéria submental: origina-se da artéria facial, na margem inferior do corpo
da mandíbula, seguindo para frente, ao longo da margem inferior da
mandíbula e supre a pele do mento e lábio inferior.
 Artéria labial inferior: origina-se próximo do ângulo da boca, corre
medialmente no lábio inferior e anastomosa-se com a sua companheira no
lado oposto.
 Artéria labial superior: origina-se próximo do ângulo da boca, corre
medialmente no lábio superior e dá ramos para o septo e para a asa do
nariz.
 Artéria lateral do nariz: origina-se da artéria facial à medida que esta sobe,
ao longo do lado do nariz. Esta artéria supre a pele no lado e dorso do nariz.

27
Fonte: pt.slideshare.net

3.3 Inervação da face

Fonte: auladeanatomia.com

28
Os nervos cutâneos do pescoço encobrem os nervos da face. Os ramos
cutâneos dos nervos cervicais, provenientes do plexo cervical, estendem-se
sobre a orelha, a face posterior do pescoço e muito da região parotídea da face
(área que se estende sobre o ângulo da mandíbula).
O nervo trigémeo é o nervo sensitivo para a face e é o nervo motor para
os músculos da mastigação e diversos pequenos músculos. Os processos
periféricos do gânglio trigeminal constituem:
 O nervo oftálmico
 O nervo maxilar
 O componente sensitivo do nervo mandibular

Estes nervos são nomeados de acordo com as suas áreas principais de


terminação – o olho, a maxila e a mandíbula, respectivamente.
Os nervos motores da face são:
 Nervo facial: para os músculos da expressão facial,
 Raiz motora do nervo mandibular: para os músculos da
mastigação (masseter, temporal, pterigóides medial e lateral).
Estes nervos também suprem alguns músculos mais profundamente
situados, descritos posteriormente em relação à boca, à orelha média e ao
pescoço.

1) Nervo Oftálmico:
Este nervo enerva a pele da fronte, a pálpebra superior, a túnica
conjuntiva e o nariz lateralmente até à ponta. Divide-se em cinco ramos, que
passam para a pele:
 O Nervo Lacrimal: que enerva a pele e a túnica conjuntiva da
parte lateral da pálpebra superior;
 O Nervo Supra-Orbital: curva-se em torno da margem superior da
órbita na incisura Supra-Orbital. Divide-se em ramos que enervam
a pele e a túnica conjuntiva, na parte central da pálpebra superior
e a pele da fronte;
 O Nervo Supra-troclear: curva-se em torno da margem superior
da órbita, medial ao nervo supra orbital. Divide-se em ramos que

29
enervam a pele e a túnica conjuntiva, na parte medial da pálpebra
superior e a pele sobre a parte inferior da fronte, próximo do plano
mediano.
 O Nervo Infra-troclear: deixa a órbita abaixo do músculo oblíquo
superior. Enerva a pele e a túnica conjuntiva, na parte medial da
pálpebra superior e a parte adjacente da parte lateral do nariz;
 O Nervo Nasal Externo: deixa o nariz, emergindo entre o osso
nasal e a cartilagem nasal superior. Enerva a pele da parte lateral
do nariz até à ponta.

2) Nervo Maxilar:
Este nervo enerva a pele da parte posterior do lado do nariz, a pálpebra
inferior, a bochecha, o lábio superior e o lado lateral da abertura da órbita. Divide-
se em três ramos, que passam para a pele:
 Nervo Infra-Orbital: é uma continuação direta do nervo maxilar.
Este nervo penetra na órbita e aparece na face através do forame
infra-orbital. Divide-se imediatamente em numerosos pequenos
ramos, que se irradiam a partir do forame e enervam a pele da
pálpebra inferior e a bochecha, o lado do nariz e o lábio superior.
 O Nervo Zigomatico-Facial: passa para a face através de um
pequeno forame no lado lateral do osso Zigomático. enerva a pele
sobre a proeminência da bochecha.
 O Nervo Zigimatico-Temporal: emerge na fossa temporal através
de um pequeno forame na face posterior do osso Zigomático
enerva a pele sobre a têmpora.

3) Nervo Mandibular:
Este nervo enerva a pele do lábio inferior, a parte inferior da face, a região
temporal e parte da orelha. Divide-se m três ramos, que passam para a pele:
 Nervo Mental: enerva a pele do lábio inferior e mento;
 Nervo Bucal: enerva a pele sobre uma pequena área da
bochecha;

30
 Nervo Aurículo-Temporal: sobe desde a margem superior da
glândula parótida, entre os vasos temporais superficiais e a orelha.
Este, enerva a pele da orelha, o meato acústico externo e a face
externa da membrana do tímpano.

4) O nervo facial
É um nervo misto, contendo fibras sensoriais e motoras. As fibras
sensoriais transmitem informações sobre tato, dor e pressão, originadas na
língua e faringe, além de informações produzidas nos quimioceptores dos
brotamentos gustativos.
As fibras motoras inervam os músculos da expressão facial, sendo este o
nervo facial propriamente dito (DANGELO e FATTINI, 2005).
O nervo facial origina-se no núcleo facial, situado na ponte, e emerge da
parte lateral do sulco bulbo-pontino próximo, portanto, do cerebelo (ângulo ponto
cerebelar).
5) Nervo mandibular
Esse nervo sai do gânglio trigeminal, passa pelo forame oval, chegando a
fossa infra-temporal, dando origem a 6 ramos.
Junto com a raiz motora, passa através do forame oval para a fossa
infratemporal. Desta forma ele se reúne com a raiz motora e então se divide em
ramos que são classificados em divisão anterior e posterior.

31
4 FIO LIFTING OU LIFTING COM FIOS

Fonte: laopcionnatural.com

Também conhecidos como fios de sutura absorvíveis ou “fios mágicos”,


o lifting com fios ou fio lifting, visa rejuvenescer os tecidos internos da pele
corrigindo a flacidez. O procedimento é rápido, sem incisões e com material
biocompatível.
O uso de fios para suspensão da face não é uma ideia nova. Esse
procedimento envolve a passagem de suturas sob a pele da face e do pescoço
para compensar a queda e a flacidez dos tecidos, evita grandes incisões e reduz
sobremaneira o tempo de recuperação.
A partir daí as técnicas de rejuvenescimento evoluíram de procedimentos
baseados apenas em tensão da pele para focar em uma variedade de planos de
dissecção e fixação: subcutâneo, sub-SMAS (sistema músculo aponeurótico
superficial) e subperiosteais. Para todas as técnicas, a suspensão dos tecidos
moles com sutura absorvível ou inabsorvível é essencial.
O uso de fios para esticar ou dar uma melhor aparência à pele não é algo
novo, mas é verdade que as técnicas têm melhorado ao longo do tempo.
Nos anos 80, por exemplo, os “fios de ouro” que eram introduzidos sob
a pele. Mas o principal problema desta técnica é que o material causava rejeição
e reações adversas como, por exemplo, irregularidades no alívio dérmico,
endurecimento na área tratada, etc.

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O lifting com fios consegue devolver a firmeza do rosto e do pescoço
através de um tipo de tecido de malha onde os fios são interligados e
cruzados. Esta “máscara” é então colocada na pele para segurar o tecido facial.

4.1 Locais mais indicados para aplicação de Fio Lifting

Fonte: espacosauderio.com.br

Em um rosto mais jovem, tanto a camada de gordura como a de músculos


encontram-se seguramente ancoradas na estrutura óssea da face, tendo uma
alta capacidade de sustentação. Desta forma, a pele consegue manter-se na sua
posição com volume e contorno, pele lisa e sem rugas.
Por outro lado, num rosto mais envelhecido, os músculos perdem a
posição ficando flácidos, e a camada de gordura acaba por ceder. A pele é então
forçada a acompanhar todas estas movimentações, ficando também com um
aspecto flácido e caído, surgindo rugas e manchas.
O lifting com fios - ou fio lifting como também é conhecido - é altamente
aconselhado para o controle deste problema, que é aplicado no tecido flácido e
que é capaz de manter um certo grau de suspensão, promovendo um aspeto
mais jovem, volumoso e saudável à pele.
O fio lifting apesar de ser maioritariamente aplicado no rosto, pode
também ser aplicado no corpo, no pescoço e em muitas regiões do corpo.

33
Fonte: amaderm.com.br

No rosto:
 Rugas da testa horizontais e verticais
 Testa, bordas externas das sobrancelhas, tecidos moles,
sobrancelhas caídas, pálpebra inferior (bolsas)
 Bochechas
 Dobras naso-labial (bigode chinês)
 Queixo duplo
 Efeito V-lifting
 Contorno da Mandíbula
 Dobras de pele no rosto
 Melasma.
No corpo:
 As pregas e rugas da pele no pescoço e decote (colo)
 Tecido flácido
 Pele "insensível" e tecido subcutâneo (especialmente após a
lipoaspiração)
 Obesidade - braços, abdômen
 Crescimento de cabelo
 Acne ativa.

34
5 PRINCIPAIS TIPOS DE FIOS PARA LIFITING

5.1 Absorvíveis

1) PDO -Polidioxanona
Os fios de PDO é uma fibra sintética biodegradável e totalmente absorvido
pelo organismo humano, é indicado para áreas que necessitam de um efeito de
“lifting” facial e áreas que precisam de estímulo de colágeno, a técnica por assim
dizer reposiciona o colágeno endógeno a partir de uma neoformação do mesmo,
organizando as fibras e devolvendo tônus a pele.
O fio de sustentação PDO é absorvido pelo organismo pelo processo
conhecido como hidrólise, na qual a medida que o fio perde o seu volume
externo, o organismo deposita colágeno, elastina, fibroblastos, etc,
reposicionando assim as fibras colágenas.

Exemplo:
 Miracu: São fios de polidioxanona (PDO) é uma fibra sintética
potente, que consiste em um filamento (mono-filamento) ou dois
filamentos torcidos sólidos (poli-filamentos).

Fonte: pinterest.pt

35
2) Poliláticos
Já o fio polilático, composto pelo ácido homônimo, é um fio bem maior e
mais resistente. Devido ao seu tamanho e espessura, permite a realização de
um lifting com melhores resultados.
Como a substância do qual é composto demora mais para ser absorvido,
tem maior duração, chegando a um ano e meio. Esse tipo de fio tem duas
apresentações diferentes, sendo que a diferença está numa espécie de âncora
que um deles possui.
O fio sem a âncora produz um lifting leve a moderado e produz muito
colágeno, deixando a pele com aspecto mais jovem. O seu procedimento de
implantação leva cerca de uma hora.
Já a versão com com âncora têm um poder de lifting muito maior, pois
permite dar “nós” com mais facilidade e puxar mais a membrana da pele. Apesar
de sua absorção acontecer em cerca de 18 meses, após o procedimento, a pele
do paciente mantém aparência mais renovada e “jovem” do que antes de realizá-
lo. Isso porque ele é capaz de deixar um histórico de produção de colágeno, que
o nosso corpo não fabricaria por conta própria.

Exemplo:
 Silhouette: Composto de ácido polilático e possui cones que
garantem a tração da pele pela fixação no tecido subcutâneo. O
material de que o fio é composto também estimula gradativamente
a produção de colágeno.

Fonte: drsiew.com

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3) Fio italiano
É aplicado no subcutâneo para tratamento de flacidez e rugas, além de
atuar no reposicionamento dos tecidos a fim de gerar um efeito de lifting. O
material é composto de polidioxanona (PDO) ou polilático-caprolatona, ambos
compostos absorvíveis que estimulam a produção de colágeno, elastina e ácido
hialurônico, contribuindo para restauração da elasticidade, cor, textura,
hidratação, perfusão sanguínea e firmeza da pele.
Dessa forma o efeito lifting permanece mesmo após a absorção do fio,
sendo visível também sua contribuição para a saúde da pele. A aplicação do fio
italiano permite uma aparência mais natural, pois apenas reposiciona os tecidos.

Vantagens do fio italiano


 Eles promovem uma explosão  Efeitos visíveis em 30 dias
colágena inicialmente a sua com melhora gradativa nos 9 a
inserção. 15 meses
 São reabsorvidos  Melhora a elasticidade da pele
 Aumenta a matriz de ácido  Melhora textura, tônus e cor
hialurônico. da pele
 Aumenta fibroblastos  Ação antioxidante
 Aumenta fibras elásticas  Aumenta vascularização

Fonte: quimicaeuropea.com.pe

37
5.2 Não absorvíveis

1) Fio Russo
O Fio Russo toma este mesmo nome, porque surgiu da invenção de um
cirurgião de nacionalidade russa, Marlen Sulamanidze. O procedimento é
realizado a partir de um fio de polipropileno.
O fio de polipropileno é um material que não é absorvido pelo organismo,
não alergênico e resistente a deslocamentos, sendo já utilizado há muitos anos
por vários cirurgiões de áreas diversas.
Esse material possui farpas que são direcionadas a determinadas
direções, conforme a área da pele que será trabalhada. Assim, depois de um
efeito de elevação, as farpas permitem que o fio se mantenha fixo no local, sem
deslocamento, promovendo uma ação imediata até que um novo tecido se forme
e deixe a região com ótimo aspecto.
Ele possui “garrinhas” dispostas em sentido oposto das extremidades
para o centro do fio. Ao ser colocado na gordura debaixo da pele o fio eleva a
pele “caída” através das garrinhas que ficam na extremidade inferior, enquanto
as garrinhas da extremidade superior sustentam essa elevação da pele.
Como a trajetória e a tração exercidas pelas garrinhas do fio correm no
sentido póstero-superior do rosto (para o alto e para os lados), os tecidos faciais
são retesados na mesma direção. Por isso, a face volta a se erguer e a desafiar
a gravidade.

Fonte: levimadeira.com.br

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A ação de elevação dos tecidos flácidos é ainda potencializada pela
reação normal do organismo em querer expulsar todo corpo estranho que nele
é introduzido. Por essa razão, depois da melhora imediata com a implantação
dos fios, há uma melhora adicional durante os próximos 6 a 9 meses.
O fio promove a sustentação imediata, e com o passar do tempo dá-se a
formação de novo tecido, que ajudará a essa nova sustentação. A
compatibilidade com os tecidos faciais permite uma pacífica aceitação por parte
do organismo humano.
O fio russo apesar de ser maioritariamente aplicado no rosto, pode
também ser aplicado no corpo, no pescoço e em outras regiões do corpo, como
seios e braços.

2) Fio búlgaro
É praticamente a mesma coisa do fio russo, a diferença é que a fixação é
realizada em um osso, amarrando os tecidos e usando um material
chamado policaproamida. É um fio elástico e trançado que nunca se rompe,
acompanhando as características naturais da pele e com alta adaptação aos
tecidos, por isso, não deixa a expressão ‘paralisada’ como acontece com o botox.
O fio búlgaro é bem versátil e ideal para diversas áreas do corpo, indicado
para sobrancelhas, bigode chinês, atenuar a maçã do rosto e corrigir variadas
imperfeições que deixam muitas pessoas insatisfeitas e desesperadas. Tem uma
ótima duração – cerca de 5 anos – e é uma técnica pouco invasiva, que não
necessita internação, dura pouco tempo e proporciona uma recuperação rápida,
sem inchaços e outros incômodos.

3) Fio italiano
É aplicado no subcutâneo para tratamento de flacidez e rugas, além de
atuar no reposicionamento dos tecidos a fim de gerar um efeito de lifting. O
material é composto de polidioxanona (PDO) ou polilático-caprolatona, ambos
compostos absorvíveis que estimulam a produção de colágeno, elastina e ácido
hialurônico, contribuindo para restauração da elasticidade, cor, textura,
hidratação, perfusão sanguínea e firmeza da pele.

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Dessa forma o efeito lifting permanece mesmo após a absorção do fio,
sendo visível também sua contribuição para a saúde da pele. A aplicação do fio
italiano permite uma aparência mais natural, pois apenas reposiciona os tecidos.

5.3 Principal composição dos fios Lifting

1) Fio Polidioxanona
A técnica do fio de polidioxanona foi descoberta na Coreia, em meados
do ano 2006, pelo renomado Dr.Kwon Han, coreano cirurgião estético,
presidente e diretor de importantes associações de medicina estética em
diversos países asiáticos.
A descoberta da utilização deste fio foi apenas por observação. O Dr Han,
percebeu que a cicatriz ficava menos evidente com a utilização do fio de
polidioxanona e também, a pele em volta ficava com um aspecto mais jovem.
O trabalho foi desenvolver uma técnica que colocasse os fios embaixo da
pele de uma forma menos traumática possível. Ele desenvolveu uma agulha, tão
fina como a de acupuntura, capaz de deixar o fio na pele.
Combinando finas agulhas de acupuntura com o fio Polidyoxanone PDO
ou PDS, surgiu uma forma de aplicação com invasão mínima. Essa combinação
permite a inserção muito sutil do fio nos locais desejados de forma quase
imperceptível pela derme.
Polidioxanona: É um material conhecido e utilizado na medicina há
muitos anos, principalmente para a produção de suturas subcutâneas e pele, em
cirurgia cardiaca, gastroenterologia, urologia, ginecologia, oftalmologia, como
outras.
PDO (polidioxanona): é uma fibra sintética potente, que consiste em um
filamento (mono-filamento) ou dois filamentos torcidos sólidos (poli-filamentos)
que se dissolvem após um determinado período de tempo no tecido.

40
Fonte: polidioxanona.com.br

2) Ácido polilático
O poliácido láctico (PLA ou ácido polilático) é um polímero constituído
por moléculas de ácido lático, com propriedades semelhantes às do tereftalato
de polietileno (PET) que é utilizado para fabricar envases, mas que também
é biodegradável. Degrada-se facilmente em água e dióxido de carbono.
É totalmente biocompatível com o tecido cutâneo, não causando reações
alérgicas ou formação de granulomas. É totalmente decomposto, assim não há
riscos futuros quanto a presença do produto.
O ácido polilático é uma substância que tem várias finalidades, mas
quando se trata de estética é utilizada para volumização, preenchimento facial e
tratamento de flacidez da face e corporal.
É indutor da formação de colágeno na pele, células responsáveis pela
sustentação e firmeza da pele.
Após aplicado na pele, ele será processado pelas células. Nesse
processo há uma ativação da formação de colágeno endógeno, que por sua vez
promove o aumento da espessura das camadas da pele, uma melhora da
elasticidade e preenchimento dos sulcos, linhas e rugas.

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A falta de colágeno é um dos principais motivos para diminuição da
espessura da pele e formação de rugas. Assim, ao repor o nosso colágeno,
passamos por uma melhoria desse tecido.
O Sculptra é o ácido polilático mais comumente usado.

Fonte: mercadolivre.com.br
É utilizado para diversos tratamentos:
 Tratamento e aumento de áreas deprimidas da pele e especialmente
áreas de flacidez.
 Tratamento de flacidez da pele.
 Tratamento de flacidez corporal, como flacidez das mãos, flacidez dos
braços e axilas, flacidez abdominal (flacidez na barriga após
emagrecimento ou pós gravidez), flacidez do bumbum e das coxas.
 Tratamento de flacidez do pescoço e do colo.
 Tratamento de sulco nasogeniano e labiomentoniano (“bigode chinês” e
rugas de “marionete”).
 Tratamento de perda da gordura facial (lipoatrofia), incluindo os casos de
pacientes HIV tratados com medicamentos antiretrovirais.

42
6 PROCEDIMENTO – FIO LIFTING

A técnica é 100% personalizada, pois é realizada de acordo com as


necessidades de cada paciente, levando em consideração a idade, fisionomia
grau de flacidez, entre outros.
O paciente é submetido à medição da área tratada para saber o tamanho
do fio que irá receber e a quantidade. Desenha-se e marca-se a zona que vai ter
o fio debaixo da pele. Para isso, há que avaliar a zona onde se irá posicionar, o
estado da pele e a quantidade de tração que será necessária para reposicionar
os tecidos.
Desinfeta-se a zona e aplica-se anestesia local nos pontos de entrada e
saída, e ao longo de todo o trajeto que o fio irá percorrer. Assim, consegue-se
um procedimento praticamente indolor e evita qualquer incômodo ao paciente.
O fio é introduzido na pele com uma agulha ou cânula no início do trajeto
marcado até o tecido subcutâneo (gordura) e então é direcionado neste tecido
até o ponto inicial, onde se deseja promover o efeito lifting. Depois, novamente,
é reintroduzida uma agulha no mesmo orifício de entrada, e a mesma é
direcionada pelo tecido subcutâneo até o outro lado.
O fio possui pequenos, quase minúsculos cones que promovem a tração
quando exercemos uma força contrária a eles. Uma leve tração é então
promovida em ambos os lados do fio e as pontas são cortadas.
O procedimento termina com a aplicação de umas tiras de esparadrapo
ao longo dos fios que ajudam a sustentar os tecidos e evitam que o peso da pele
ganhe sobre a fragilidade do fio. O esparadrapo pode ser retirado depois de 24-
48 horas.
Em geral, para a colocação de 2 fios, são necessários 30 minutos de
procedimento. Ao final, o paciente pode voltar às suas atividades habituais. Os
fios apresentam uma duração que varia de acordo com o tipo de fio, se é
absorvível ou não, as características dos mesmos, etc.
Geralmente os fios absorvíveis duram em torno de 18 a 24 meses, e os
fios não absorvíveis podem durar em torno de 5 anos, como é o caso do fio
búlgaro duram. Depois disso, a técnica pode ser aplicada novamente conforme
a necessidade do paciente.

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Fonte: drmoisesdemelo.com.br

Fonte: drmoisesdemelo.com.br

44
Possíveis efeitos colaterais
 Desconforto temporário e dor nas têmporas ou atrás da orelha.
 Pode ocorrer inchaço e hematoma pós-operatório, mas são
mínimos.
 Alguns pacientes apresentam dificuldade em abrir a boca
amplamente.
 Franzidos ou ondulações na pele assim como pregas geralmente
desaparecem dentro de duas a três semanas.
 Vermelhidão nos pontos de inserção.
 Hematomas no caso de se romper algum capilar.

6.1 Orientações pós-procedimento

 Recomenda-se não realizar esportes físicos e tratamentos faciais


na primeira semana após a aplicação.
 Evite cirurgias dentárias durante o período inicial.
 Deve se evitar rir, falar demasiadamente e mastigação de
alimentos muito duros nos primeiros dias.
 Se o paciente quiser, pode voltar ao trabalho imediatamente ou no
dia seguinte. Se sentir constrangimento com o esparadrapo, ou
com algum pequeno sinal do procedimento, pode retornar em 5
dias.
 É mantida uma máscara de esparadrapo antialérgico que
permanece por 5 dias.
 Pode acontecer um pouco de edema e equimoses, nesses casos
o paciente pode aplicar uma bolsa com gelo.
 Por cerca de 30 dias, sente-se a presença do Fio, que é o próprio
processo de sustentação da face que mudou. Depois deste tempo
não se sente mais nada de diferente.

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6.2 Vantagens e desvantagens desse procedimento

Entre as vantagens desse tratamento destacam-se:


 Efeitos imediatos e nenhuma alteração na expressão facial.
 Não requer anestesia, internação ou preparação especial.
 Os fios não são visíveis depois de serem colocados, oferecendo
um resultado mais natural.
 Não há cicatrizes ou sangramentos e o tratamento pode ser
combinado com outras técnicas.
 O material utilizado é biológico e não produz alergias ou rejeições
(e são naturalmente reabsorvidos).
 É um tratamento rápido para isso é conhecido como “lifting sem
cirurgia” e pode ser aplicado quantas vezes for necessário.
 Para o contorno facial, o fio de sustentação é muito eficaz no
fortalecimento do contorno do rosto. Ele também corrige a
redondeza do rosto, levanta a pele já encolhida nas bochechas,
maxilas, pescoço e também produz um excelente elevador de
sobrancelha.
 Para o rejuvenescimento da pele, basicamente melhora o tom da
pele e aperta os poros.
 Se for administrado com microagulhas, PRP (plasma rico em
plaquetas), laser, enchimentos, Botox (toxina botulínica) e casca
química, então produzirá excelentes resultados.
 Os fios de polidioxanona são 100% biocompatíveis, não causam
cicatrizes e têm risco mínimo.
 Por indução de colágeno, leva a uma pele levantada.

Há também algumas desvantagens do lifting com fios:


 Pode ocorrer hematoma, inchaço ou infecção leve em alguns
pacientes.
 Pode causar assimetrias no rosto.
 Os resultados não são permanentes e desaparecem
progressivamente se não forem mantidos.

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 Aos 12 meses, não há vestígios dos fios (no caso de não fazer uma
nova aplicação).
 Em uma porcentagem muito baixa, um fio pode quebrar e causar
riscos para a saúde.

6.3 Contraindicações para o lifting com fios de sustentação

Os materiais utilizados nos fios de sustentação são biocompatíveis e


muito bem tolerados pelo organismo.
Os casos em que pode haver algum tipo de contraindicação para se
realizar um lifting com fios de sustentação são as situações em que o problema
a ser tratado não se refere apenas à flacidez de uma determinada área. São
situações como:
 Excesso de tecido adiposo (gordura) na região;
 Excesso de pele, devido ao envelhecimento avançado;
 Pele muito fina e com falta de tecido adiposo (gordura).

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BIBLIOGRAFIA

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