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Borba, André.
Técnicas de rejuvenescimento facial: toxina botulínica e MD Codes™ / André Borba,
Suzana Matayoshi. – São Paulo: Buzz Editora, 2018.
504 p.: il.
ISBN 978-85-7900-101-7
1. Toxinas Botulínicas Tipo A. 2. Rejuvenescimento. 3. Ácido Hialurônico.
4. Preenchedores Dérmicos. 5. Cirurgia Cosmética. 6. Face 7. Técnicas Cosméticas
I. Matayoshi, Suzana. II. Título.
CDD 617.95
André Borba
Doutor em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo (USP)
Fellowship em Oculoplástica no Jules Stein Eye Institute (UCLA), Los Angeles | Califórnia (EUA)
Pós-graduado em Medicina Estética pela Associação Internacional de Medicina
Estética (ASIME)
Membro titular da Comissão Científica do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO)
Membro titular das Sociedades Brasileira e Pan-Americana de Cirurgia Plástica Ocular
Membro internacional da European Society of Ophthalmic Plastic
and Reconstructive Surgery (ESOPRS) e American Society of Ophthalmic Plastic and
Reconstructive Surgery (ASOPRS)
Suzana Matayoshi
Professora-associada de Oftalmologia da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo (FMUSP)
Titular do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO)
Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC)
Titular e membro da Comissão Científica da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
Ocular (SBCPO)
Membro internacional da American Society of Ophthalmic Plastic and Reconstructive
Surgery (ASOPRS) V
André Borba
O
livro Técnicas de Rejuvenescimento Facial – Toxina Botulínica e MD Codes™
demonstra o empenho do Dr. André Borba juntamente com a Dra. Suzana
Matayoshi em fornecer ao leitor métodos seguros e eficazes utilizando a toxina
botulínica e o ácido hialurônico, por meio de um material didático e bem ilustrado. Esta
obra abrange desde anatomia até técnicas estruturadas e sistematizadas, sendo uma
ótima forma de instruir e promover o avanço do leitor no campo de injetáveis, que tende
a atrair cada vez mais profissionais.
Prefacio esta obra com prazer e admiração por conhecer a dificuldade de concretizar
sonhos e projetos relacionados à educação em um mundo com velocidade exponen-
cial. Tive a honra de saber que agreguei aos autores a inspiração e o interesse sobre o
aprendizado com o MD Codes™ e os parabenizo por essa iniciativa.
Mauricio de Maio
IX
A
rt and medicine. Pundits throughout history have opined about the overlap between
these two esteemed disciplines. Medicine as Art: certainly, good physicians, and
especially older good physicians, understand that to genuinely help our patients we
need more than sophisticated medicines or technical skills. The art of medicine involves the
subtle, personalized, perhaps unmeasurable nuanced interactions that allow the physician to
touch the soul and heal the spirit. The Physician as Artist: it really does seem that there must
be some overlap in the skill set, when we see so many physicians who are also accomplished
and creative photographers, musicians, sculptors, painters and so on.
In the field of aesthetic medicine we see these relationships in full bloom. Taking care of the
aesthetic patient, which involves sensitive discussions of the very intimate subject of personal
appearance, requires consummate communication and empathic artistry. The experience
that the patient has in their treatment journey can be as important, sometimes more
important, than the technical outcome. Also, the physician as artist has the opportunity to
express aesthetic judgment and creativity on the palate of the human body.
If you left André and Suzana’s book on the coffee table, you would excuse a casual observer
who picked it up thinking it was an art book. The illustrations not only capture the artistic
nature of facial observation and facial injection, they are beautiful enough to qualify as art
themselves. I hope that readers, on their own journey of art and medicine, can imbibe from
this text not just the technical facets of facial injections (which are masterfully covered) but
also inhale and internalize the passion and joy that the authors derive from the execution of
their art.
XI
A
o longo da história, muitos especialistas opinaram sobre a intrínseca relação
entre Arte e Medicina. Certamente, bons médicos, de modo particular os expe-
rientes, entendem que, para ajudar genuinamente o paciente, são necessários
mais do que medicamentos sofisticados ou habilidades técnicas, uma vez que a Medi-
cina enquanto Arte envolve interações sutis e personalizadas (talvez imensuráveis), que
permitem ao especialista tocar a alma e curar o espírito. De fato, os médicos, enquanto
artistas, parecem fazer uso dessa relação e habilmente aplicá-la como se fossem criativos
fotógrafos, músicos, escultores, pintores; por fim: artistas.
No campo da Medicina Estética, essas afinidades convergem para o ápice. Cuidar
do paciente não apenas implica delicadas discussões sobre esse tema tão particular da
aparência pessoal, bem como requer comunicação precisa e talentosa empatia. Para o
paciente, o tratamento em si pode ser tão ou, por vezes, mais importante que o resul-
tado técnico. Além disso, enquanto artista, o médico tem a oportunidade de expressar
seu senso estético e sua criatividade no que tange o corpo humano.
Se você deixasse o livro do André e da Suzana numa mesa de cafeteria, certamente
perdoaria o passante que o pegasse, confundindo-o com um livro de arte. Suas ilus-
trações, captadas com a natureza peculiar da observação e injeção faciais, são belas o
suficiente para se autoqualificarem como arte. Espero que os leitores, em sua própria
jornada entre Arte e Medicina, possam não apenas absorver desse texto as facetas
técnicas das injeções faciais (configuradas com maestria), mas também se inspirar e
internalizar a paixão e o prazer dos autores na execução de sua obra.
XII
D
urante muitos anos, imaginei que ser oftalmologista poderia me fazer completo
como médico e ser humano. No entanto, ainda durante a residência médica,
apaixonei-me pela subespecialidade de oculoplástica, tornando-me mais inte-
ressado e estudioso na área das cirurgias reconstrutivas das pálpebras, da órbita e do
sistema lacrimal. Sendo assim, tomei a decisão de realizar uma subespecialização fora
do País. Aos 26 anos, realizei o board médico da Califórnia e fui aceito na University of
California at Los Angeles (UCLA), em Los Angeles, no Jules Stein Eye Institute, sob a su-
pervisão direta de um grande mestre que muito me inspirou: Dr. Robert Alan Goldberg.
Naquela ocasião, havia percebido que operar pálpebras, órbitas e estender aos su-
percílios poderia tornar minha prática na clínica e cirurgia mais completa: decidi então
concentrar-me nesse campo. Eu vibrava com a melhora estética dos pacientes, desde
a correção cirúrgica de um caso de uma criança que nasceu com ptose palpebral até a
adaptação de uma prótese ocular em um olho cego e inestético. Durante a minha es-
pecialização, foi criado o Centro de Rejuvenescimento Oculofacial da UCLA, onde uma
equipe multidisciplinar de cirurgiões plásticos, oculoplásticos, otorrinolaringologistas e
dermatologistas compartilhavam os casos estéticos e trabalhavam em conjunto em prol
do rejuvenescimento facial. Essa equipe espetacular me ensinou, além de técnicas e pro-
cedimentos do conteúdo didático da própria especialização, o know-how de examinar,
entender as expectativas, fotodocumentar e conduzir o paciente que nos procura para
realizar um procedimento estético.
Tive a oportunidade de aprender anatomia facial com o Dr. Jack Rootman e de
operar juntamente com ícones da oculoplástica estética, como o Dr. Henry Baylis, em
Beverly Hills, o qual está voltado para o mais alto nível de exigência em estética facial.
Cada dia era uma novidade e, em alguns meses, aprendi a combinar a cirurgia plástica
das pálpebras com cirurgias maiores, abrangendo os terços médio e inferior da face,
como face e neck-lift e, também, a realizar procedimentos minimamente invasivos, XIII
que pudessem trazer bons resultados e melhorar a qualidade A experiência dos anos em oculoplástica aliada às novas pro-
da pele e rugas, como peelings químicos, resurfacing, Botox® postas de tratamento com preenchedores modernos propor-
e ácido hialurônico. Dessa forma, o tratamento cirúrgico das ciona resultados muito satisfatórios, efetivos e previsíveis no re-
pálpebras e dos supercílios já me deixava muito satisfeito, mas juvenescimento facial.
essa satisfação aumentava exponencialmente quando o pa- E foi assim que, há cinco anos, surgiu o curso de harmonização
ciente relatava que se sentia mais feliz, grato, confiante e rea- facial com toxina botulínica e preenchimento facial do Hospital
lizado com abordagens complementares. Assim, recebendo a das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP) já em sua
inspiração acadêmica do serviço, em alguns meses notei que a décima edição com mais de 300 médicos treinados e que leva
minha paixão transcendia a oculoplástica e pairava sobre a arte o mesmo nome deste livro. A MD Codes™, conhecida mundial-
do rejuvenescimento facial. mente e licenciada pela Allergan, foi desenvolvida pelo cirurgião
Com esse espírito e essa motivação, voltei ao Brasil e, reple- plástico brasileiro Dr. Mauricio de Maio, a quem agradeço pela
to de novidades, fiz meu doutoramento em Oftalmologia pela oportunidade de aprendizado e ensino dessa técnica segura,
Universidade de São Paulo (USP) e continuei a especialização eficaz e replicável de preenchimento com ácido hialurônico. Re-
em Medicina Estética no Rio de Janeiro (RJ). Esse processo foi centemente, criamos o curso de Tecnologias em Blefaroplastia
fundamental para a consolidação do arsenal de conceitos e téc- e Rejuvenescimento Periocular, realizado semestralmente no
nicas de harmonização assimilados em Los Angeles. Nessa fase, HC-FMUSP, no qual também abordamos técnicas de aplicação
no entanto, foi importante para o aprimoramento desses conhe- da toxina botulínica e ácido hialurônico, que ao nosso ver, são
cimentos me especializar com outros tantos mestres brasileiros. excelentes para a otimização dos resultados em Oculoplástica.
Desde essa época, a área dos injetáveis não parou de evoluir Desde o início, tivemos a preocupação em produzir um mate-
e ganhar espaço entre os médicos e pacientes em todo o mun- rial atualizado, didático e completo para dar suporte acadêmico
do. A cada dia surgem mais artigos científicos na área e mais ao curso que oferecemos. Portanto, este livro é o resultado da
produtos seguros no mercado, levando a um maior número de soma de todas essas histórias de inspiração, ensino e arte. Cada
ferramentas e de possibilidades para proporcionar o melhor tra- ilustração e cada parágrafo foram realizados com esse senti-
tamento facial ao paciente, com base na anatomia do envelheci- mento de academicismo, entrega e amor.
mento e no estilo de vida do século XXI. Espero que esta obra possa abrir a você, caro leitor, novas pers-
Ao longo desses 20 anos, mergulhei no estudo da anatomia pectivas na arte do tratamento estético facial, com base na saúde
facial e na educação continuada em procedimentos estéticos mi- e no bem-estar integral de nosso bem maior: o ser humano.
nimamente invasivos, buscando e disseminando conhecimento
em oculoplástica funcional e estética em vários países do mundo. André Borba
XIV
O setor de Plástica Ocular da Clínica Oftalmológica da Facul- O uso do ácido hialurônico na face tem se tornado uma das
dade de Medicina da Universidade de São Paulo tem se empe- maiores ferramentas para o rejuvenescimento facial. O livro ex-
nhado desde sua fundação, em 1970, em difundir e educar es- plicita o método MD Codes™, que revolucionou o tratamento
tudantes, residentes e profissionais da saúde no diagnóstico e estético facial no mundo.
tratamento das afeções palpebrais, lacrimais e orbitárias. Desde 1994, temos utilizado a toxina botulínica para tratamento
Técnicas de Rejuvenescimento Facial – Toxina Botulínica e MD de distonias faciais. Quanto ao ácido hialurônico, já vínhamos com
Codes™ mostra o passo a passo para a correta utilização da toxi- experiência no seu uso em cirurgias oculares desde os anos 1990.
na botulínica e do ácido hialurônico para o rejuvenescimento da A organização e a realização de cursos práticos em Estética
face. O diferencial deste livro, ricamente ilustrado, é possibilitar Oculofacial pelo nosso grupo demandavam a necessidade de
ao leitor a compreensão do assunto por observação dos planos um livro-texto que pudesse resumir de forma clara o que de-
anatômicos, desde o arcabouço ósseo, passando pela muscu- monstrávamos nas aulas. Essa é a origem deste livro, cujo objeti-
latura, até vascularização e inervação. Além disso, ele incorpora vo é aperfeiçoar o leitor nessa ciência e arte.
as boas práticas para aplicação médica, de forma segura e cons-
ciente, para o sucesso dos procedimentos estéticos. Suzana Matayoshi
XV
capítulo 4 SEMIOLOGIA............................................................................................................................................... 63
Motivação do paciente..................................................................................................................................... 63
Embelezamento ou beautification....................................................................................................................... 64
Envelhecimento saudável ou positive aging..................................................................................................... 64
Correção ou correction.............................................................................................................................................. 64
Transformação ou transformation........................................................................................................................ 64
Exame físico.......................................................................................................................................................... 65
Documentação fotográfica.............................................................................................................................. 67
Esclarecimentos importantes ao paciente ................................................................................................ 72
Termo de consentimento........................................................................................................................................ 73 XVII
Plano de tratamento.......................................................................................................................................... 73
Toxina botulínica do tipo A..................................................................................................................................... 73
Ácido hialurônico....................................................................................................................................................... 73
Termo de consentimento.............................................................................................................................................74
capítulo 11 MD CODES™..............................................................................................................................................283
Histórico...............................................................................................................................................................283
Entendendo o MD Codes™............................................................................................................................288
Considerações sobre a escolha de material e
volume injetados..............................................................................................................................................290
Remodelação da região frontal ...................................................................................................................291
Remodelação da região temporal..............................................................................................................294
Remodelação da região do supercílio.......................................................................................................297
Remodelação da região glabelar.................................................................................................................302
Remodelação da região periorbital............................................................................................................306
Remodelação da região do sulco lacrimal...............................................................................................308
Remodelação da região malar......................................................................................................................311
Remodelação do nariz.....................................................................................................................................318
N1: ângulo nasolabial (espinha nasal anterior).............................................................................................320
N2: columela (septo anterior) (Figuras 27 e 28).............................................................................................322
N3: ângulo nasofrontal...........................................................................................................................................322
N4: dorso ósseo.........................................................................................................................................................323
N5: dorso cartilaginoso..........................................................................................................................................323 XXI
capítulo 15 referências...........................................................................................................................................469
XXIII
ACh – Acetilcolina
AH – Ácido hialurônico
ASAPS – American Society for Aesthetic Plastic Surgery
BDDE – Butanodiol diglicidil éter
BoNTA – Toxina botulínica do tipo A
EUA – Estados Unidos da América
FDA – Food and Drug Administration
HIA – Hialuronidase
PMMA – Polimetilmetacrilato
RFNs – RNA-guided Fokl Nucleases
ROOF – Retro-orbicularis oculi fat
SMAS – Sistema musculoaponeurótico superficial
SNARE – Soluble N-ethylmaleimide-sensitive factor attachment protein receptor
(receptor proteico de fixação de fator sensível à N-etilmaleimida solúvel)
SOOF – Suborbicularis oculi fat
TCSC – Tecido cutâneo subcutâneo
VAMP – Vesicle-associated membrane proteins (proteínas de membrana associadas
a vesículas)
VO – Via oral
XXV
ATLAS
ILUSTRADO
DE ANATOMIA
FACIAL
Glabela
Násio
Subnasal
Asa nasal
Colunas do filtro
Arco do cupido
Sulco da asa nasal
Borda vermelha
Comissura oral
Mento
Trichion
Glabela
Násio
Ápice nasal
Columela
Subnasal
Ponto labial
superior
Trágus
Estômio
Ponto labial
inferior
Pogônio
Gnátio
Gônio
Mentoniano
Região parietal
Região frontal
Região temporal
Região orbital
Região infratemporal
Região nasal
Região auricular
Região zigomática
Região infraorbital
Região oral
Região bucal
Região parotídeo-massetérica
Região mentoniana
Região parietal
Região infratemporal
Região orbital
Região zigomática
Região nasal
Região occipital
Região infraorbital
Região auricular
Região oral
Região mastoide
Região
parotídeo-massetérica
Região retromandibular
Região bucal
Região mentoniana
Músculo nasal
Músculo mentoniano
1
1
1. Compartimento de gordura
superficial frontal
2. Compartimento de gordura
superficial temporolateral
3. Compartimento de gordura
superficial nasolabial
4. Compartimento de gordura
superficial malar medial 2
5. Compartimento de gordura
superficial malar intermediário
6. Compartimento de gordura
superficial bucal 3 4 5
7. Compartimento de gordura
superficial perioral
8. Compartimento de gordura 7
superficial do lábio
9. Compartimento de gordura
8 6
jowl superficial
2
10. Compartimento de gordura
superficial do mento 7
9
10
1. Compartimento de gordura
retro-orbicular dos olhos (ROOF)
1 2. Compartimento de gordura
suborbicular dos olhos
(SOOF) – medial
3. Compartimento de gordura
suborbicular dos olhos
(SOOF) – lateral
4. Compartimento de gordura
3 profundo malar – medial
2 5. Compartimento de gordura
profundo malar – lateral
6. Compartimento de gordura
5 profundo bucal (bola de Bichat)
4 7. Compartimento de gordura
profundo do lábio
6 8. Compartimento de gordura
7 jowl – profundo
9. Compartimento de gordura
profundo do mento
8