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Cesariana e

distúrbios pós-parto
em cadelas.
Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-ND

Docente: Júlio César da Cunha


Discentes: Beatriz M. T. Ribeiro
Luiz Felipe S. R. Bernardo
Luiz Philipe Valle
Introdução
• Cesariana – Histerotomia

• Definição:
o Procedimento de remoção de fetos e seus anexos de dentro do útero grávido

• A criação de novas raças com mistura genética, gerando fragilidades

• Cesariana eletiva é mais interessante


Indicações
• A técnica de cesariana = verdadeira ou potencial distocia

o fetos de tamanho excessivo,

o mal posicionados ou mal desenvolvidos;

o tamanho pequeno do canal pélvico;

o inércia uterina ou putrefação fetal

o Idade da fêmea
o Pelve estreita

o Torção uterina

o Ninhadas pequenas = % distorcia

o histórico prévio de distócia, seja dela própria ou familiar

• Raças braquicefálicas que se encontram mais representadas na população,


nomeadamente o Bulldog Francês, Bulldog Inglês, Boston Terrier, Pug, Boxer e Shih
Tzu

• Todas essas raças devem se cesárea eletiva


• Inercia uterina primaria e secundaria
o sendo a dilatação da cérvix inexistente ou insignificante, a musculatura uterina
normalmente falha em responder à administração de ocitocina

• Torção ou ruptura uterina


o os casos de ruptura tendem a acontecer mais devido a má administração de ocitocina
em altas doses aplicada por leigos
Anestesia
O protocolo anestésico ideal para cesariana é aquele que otimiza as condições
para a cirurgia, que é seguro para a cadela e que não afeta a viabilidade e
sobrevivência dos cachorros (De Cramer et al., 2017).

Metas para a cirurgia:


• Obter neonatos viáveis com o mínimo de depressão;
• Produzir o mínimo de depressão na mãe;
• Promover analgesia suficiente ou anestesia para promover a cirurgia;
• Retornar a mãe e os neonatos ao seu ambiente o mais rápido possível.
Aqueles com maiores efeitos
Os únicos fármacos associados a
negativos na sobrevivência dos
baixa mortalidade fetal:
neonatos:

Isoflurano Xilazina

Propofol Metoxiflurano
ANESTESIA - MPA

diminuição do estresse, potencializar os anestésicos, reduzir


secreções salivares e respiratórias, prevenir estimulação vagal,
facilitar a indução anestésica, produzir analgesia pré, trans e
pósoperatória, e reduzir secreções e motilidade gastrointestinais
(MUIR III; HUBBELL, 2001)

(Analgésico)
Butorfanol (0,45mg/kg IM) +
(sedativo)
Diazepam (0,45mg/Kg IM) +
Máscara de indução Isoflurano.
ANESTESIA – INDUÇÃO / MANUTENÇÃO
recuperação mais rápida
• Propofol (6-8 mg/ kg IV) para a mãe e filhotes

Isofluorano 2 V%
• Máscara com anestésico inalatório
Halotano
ANESTESIA – EPIDURAL
A anestesia epidural é a que menos causa depressão fetal, sendo uma
excelente opção para cadelas menos agitadas, ao passo que os filhotes já
nascem vigorosos e com rápido reflexo de sucção (LUZ et al., 2005).

Lidocaína (2-4 mg/Kg)


Técnica cirúrgica
• Posição: Decúbito dorsal
• Tricotomia: desde a cartilagem xifóide até a púbis
• Assepsia

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• Colocação de panos de campo estéreis em quatro quadrantes;

• incisão abdominal mediana pré-umbilical até próximo ao púbis;


• Eleve a bainha do • Exteriorize os cornos uterinos gravídicos
músculo reto externo e elevando cuidadosamente em vez de
faça incisão perfurante puxá-los para fora do abdômen.
através da linha alba;
• incisão relativamente avascular na
face ventral corpo uterino, em forma
de U de um corno uterino para o
outro;

• Deve-se mover cada feto ordenhando


delicadamente o corno uterino em
direção à incisão e puxá-lo com
cuidado do útero;

• Rompe-se o saco amniótico e pinça-


se o cordão umbilical.
• Antes da sutura, o útero deve ser palpado, certificando-se de que todos os
fetos e anexos foram removidos;

• Feche a incisão uterina com fio absorvível 3-0 a 4-0 com padrão aposicional
de sutura simples contínua;

• fechamento das camadas: mucosa e submucosa, muscular e serosa;

• fechamento cutâneo intradérmico;

• Lave o local cirúrgico e substitua panos, compressas, instrumentos e


luvas contaminadas.
Hipocalcemia
Sinais Clínicos
• • Letargia
Deficiência na quantidade de cálcio sérico
• Espasmos musculares
• • convulsões
A amamentação demanda alta quantidade de cálcio da mãe

• Ocorrendo normalmente por conta de uma alimentação


inadequada ou redução do nível de paratormônio
O quadro pode se intensificar
• Normalmente acontece de 1 a 4 semanas a pós o parto de acordo com o número de
filhotes.
tratamento

• Aplicação IV de gluconato 10% de


cálcio de maneira LENTA
(10 a 30 min)

• Hipoglicemia pode estar associada,


no caso aplicar solução de dextrose a
10%

• Suplementação com cálcio no até o


mês seguinte

• Recomenda-se o desmame precoce


Prolapso uterino
• Eversão e protusão da mucosa uterina

• Muitas vezes resultado de um esforço obstétrico muito


grande

• Pode ocorrer por aplicação de ocitocina

• Partos distócicos podem contribuir

• Ocorre quando há presença de filhotes grandes


tratamento

• O tratamento é cirúrgico, reduzindo o prolapso.

• Mais comum ovariossalpingohisterectomia


Mastite
• Inflamação bacteriana de uma ou mais glândulas mamárias

• Sinais Clínicos
o Edema
o Hiperemia
o Hipertermia
Glândulas mamárias
o Dor

• cultura + antibiograma
• Antibioticoterapia

• antinflamatórios
Piometra
• Infecção bacteriana no útero

• No pós-parto os organismos patogênicos presentes na


vagina, aproveitam a dilatação cervical para adentrar no
corpo uterino

• Sinais Clínicos Tratamento é realizado por meio da


o Apatia OSH + antibioticoterapia
o Hipertermia
o Taquicardia
o Êmese
o diarréia
Considerações finais

Em muitos casos a cesariana é a melhor opção tanto para a cadela


quanto para os filhotes, quando feita da maneira correta, é uma
cirurgia eficiente e de fácil realização em pequenos animais.
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