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PARTO DISTÓCICO 2

POSSIBILIDADES DE AUXÍLIO
PROFA. MAÍRA PLANZO FERNANDES
INTRODUÇÃO

DISTOCIA
Dificuldade de nascer ou inabilidade materna para expelir os fetos
pelo canal do parto.

COMO SABER SE É OU NÃO UMA


DISTOCIA?
INTRODUÇÃO
COMO SABER SE É OU NÃO UMA
DISTOCIA?

EXAME CLÍNICO
OBSTÉTRICO
INTRODUÇÃO

“ As distocias podem apresentar perdas econômicas consideráveis,


com a diminuição da produção leiteira, mortalidade de vacas e de
bezerros, e a infertilidade”
PRELIMINARES PARA INTERVENÇÃO OBSTÉTRICAS
NA DISTOCIA

Lavar períneo
Material antisséptico
Água limpa e morna
• Material para fetotomia
Mucilagem
• Material para cesariana
Instrumental Apropriado
• Fórceps obstétrico para cadela
• Baldes com água pura, água + antisséptico
DISTOCIAS DE ORIGEM MATERNA

1. Distúrbio geral da paciente


2. Estreitamento da via fetal dura
3. Estreitamento da via fetal mole
4. Deslocamento do útero gravídico
DISTOCIA DE ORIGEM MATERNA
1. DISTÚRBIO GERAL DA PACIENTE

- Ausência ou Insuficiência das contrações uterinas


Atonia primária: útero falha em contrair, em resposta aos estímulos
endógenos característicos do parto - defeitos no miométrio, distúrbios
hormonais, deficiência de cálcio e glicose, senilidade, síndrome do feto
único
Atonia secundária: partos demorados, com esgotamento físico da
parturiente – fetos relativa e absolutamente grandes, monstros fetais, torção
uterina
DISTOCIA DE ORIGEM MATERNA
1. DISTÚRBIO GERAL DA PACIENTE
PRIMÁRIA SECUNDÁRIA

• Demora das fases de • Diminuição ou


insinuação e expulsão interrupção das
• Comprometimento de contrações uterinas
algum sistema orgânico • Esgotamento da
• Bolsas fetais intactas parturiente
• Não há alteração da • Bolsas fetais rompidas
estática fetal • Via fetal mole pouco
lubrificada
• Alterações no feto
DISTOCIA DE ORIGEM MATERNA
1. DISTÚRBIO GERAL DA PACIENTE

- Contrações excessivamente violentas


Pode ser seguida de complicações, como ruptura uterina, vagina, vulva,
períneo
Comum em éguas
Muitas vezes não é detectado a tempo
Quando observado, tranquilizar/sedar a paciente
ESTREITAMENTO DA VIA FETAL DURA
• Pelve juvenil – precocidade produtiva
• Fraturas
• Luxações Sacroíliacas
• Osteodistrofia

A = Vaca
B = Égua

Fonte: Prestes, 2017


ESTREITAMENTO DA VIA FETAL MOLE

ANAMOLIAS VULVARES:
- Estreitamento por cicatrizes
- Tumores ANAMOLIAS CERVICAIS e CORPO UTERINO
- Edema excessivo - Dilatação e largura insuficiente da cérvix
- Defeitos anatômicos
- Estreitamento do corpo uterino

ANOMALIAS VAGINAIS
- Retração cicatricial
- Dilatação insuficiente do canal vaginal por
precocidade etária
- Prolapsos vaginais
- Edemas vaginais
- Tumores
DESLOCAMENTO DO ÚTERO GRAVÍDICO
1. TORÇÃO UTERINA
Movimento rotacional do útero gestante sobre seu eixo longitudinal
- Forma do útero e disposição do ligamento largo
- Assimetria entre o corno gestante não gestante
- Idade avançada das parturientes
- Partos repetidos
- Transporte inadequado

2. PROLAPSO UTERINO
DISTOCIAS DE ORIGEM FETAL

1. Alterações de atitude
2. Alterações de posição
3. Alterações de apresentação
4. Alterações causadas por mal formações
POSSIBILIDADES DE AUXÍLIO AO PARTO DISTÓCICO

1. Estímulos as contrações
2. Tração forçada
3. Correção da anomalia da estática fetal
4. Fetotomia
5. Episiotomia
6. Cesariana
ESTÍMULO ÀS CONTRAÇÕES
• Certifica-se que não há obstrução do canal do parto  risco de ruptura
uterina
• Identificar se é atonia primária ou secundária
• Mais comum em pequenos animais
ESTÍMULO ÀS CONTRAÇÕES
PARA ATONIA PRIMÁRIA
GLUCONATO DE
AVALIAR CÁLCIO 10% (IV)
PEQUENAS
DILATAÇÃO/ * Adicionar, se SUCESSO
CAMINHADAS
CONTRAÇÃO necessário, glicose 10-
20%

OCITOCINA (IV, IM FRACASSO


OU SC)
* Não exceder 3 UI
TRAÇÃO FORÇADA

Consiste em aplicar força sobre o feto, devidamente posicionado, e removê-


lo do interior do útero

• Pequenos animais = pouco acesso


• Muito utilizado em grandes animais
• Material: cordas, correntes, ganchos e fórceps (raramente)
• Avaliar: proporções do feto, grau de dilatação, lubrificação, estática fetal,
presença de obstáculos
TRAÇÃO FORÇADA

Fonte: Setor de Reprodução Animal UFBA


TRAÇÃO FORÇADA

REGRAS (Grunert e Birgel, 1989)


1. Não utilizar cordas e correntes muito finas
2. Utilizar material de fácil esterilização
3. Colocar as correntes sobre ossos longos, evitando as articulações
4. Fixar os membros separadamente
5. Não tracionar os envoltórios fetais
6. Aplicar a força máxima de três homens
7. Jamais utilizar força mecânica ou animal
8. A extração deve acompanhar as forças naturais de contração
9. Tracionar os membros alternadamente
10. Garantir exagerada lubrificação via fetal
TRAÇÃO FORÇADA

Fonte: Prestes, 2017


CORREÇÃO DA ANOMALIA DA ESTÁTICA FETAL
PRINCIPAIS MANOBRAS OBSTÉTRICAS PARA A CORREÇÃO DE DISTOCIAS
(Toniollo e Vicente, 1993):
1. Retropulsão: recolocar o feto para dentro do útero manualmente, ou com
instrumento, objetivando espaço físico de manuseio
2. Extensão: estender porções fletidas de membros, cabeça e pescoço,
utilizando os braços do operador, ganchos e as correntes ou cordas
3. Rotação: girar o feto sobre o seu eixo longitudinal com o intuito de corrigir
distocia de posição
4. Versão: alterar a apresentação transversa (ou verticodorsal, ou ventral)
para a apresentação longitudinal anterior ou posterior
* Finalizar sempre com a tração

Anestesia epidural + mucilagem


CORREÇÃO DA ANOMALIA DA ESTÁTICA FETAL

APRESENTAÇÃO: anterior
POSIÇÃO: superior
ATITUDE: flexão do membro anterior esquerdo, na
articulação do carpo
CORREÇÃO DA ANOMALIA DA ESTÁTICA FETAL

APRESENTAÇÃO: anterior
POSIÇÃO: superior
ATITUDE: flexão do membro anterior esquerdo, na
articulação escapuloumeral
CORREÇÃO DA ANOMALIA DA ESTÁTICA
FETAL
CORREÇÃO DA ANOMALIA DA ESTÁTICA FETAL

APRESENTAÇÃO: anterior
POSIÇÃO: inferior
ATITUDE: flexão do membro anterior esquerdo, na
articulação do carpo

CORREÇÃO
1. Extensão
2. Rotação
3. Tração
FETOTOMIA

Fragmentação do feto no interior do útero, utilizando-se de equipamentos


específicos e removendo as secções correspondentes

• Técnica utilizada em grandes animais


• Pode ser total ou parcial
• Animal em estação ou em decúbito (proteção com colchões)
• Estar convicto da morte fetal
FETOTOMIA

INDICAÇÕES CONTRAINDICAÇÕES
• Feto morto • Abertura insuficiente da cérvix
• Fetos absolutos ou relativos grandes • Comprometimento do estado
• Fetos enfisematosos geral da parturiente
• Monstruosidades fetais • Grandes rupturas da via fetal
mole e do útero
• Distocias de impossível correção
• Casos adiantados de putrefação
FETOTOMIA

Fonte: Prestes, 2017


CONSIDERAÇÕES FINAIS
• As distocias devem ser encaradas como procedimentos emergenciais 
quanto mais rápido o atendimento, melhor o prognóstico
• Para isso, o médico veterinário obstetra deve conhecer as principais formas
de auxílio ao parto e ser rápido na tomada de decisão
• A melhor forma de minimizar as distocias, e , consequentemente, as perdas
associadas a ela, é o direcionamento do cruzamento entre raças, e um pré
natal adequado

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