Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Riscos
- Quando incorretamente indicado e mal-aplicado aumenta a morbimortalidade perinatal e traumatismos nos genitais da parturiente;
- Maiores riscos de lacerações cervicais e vaginais graves;
- Lesões do assoalho pélvico de 3° e 4° graus;
- Lacerações de bexiga;
- Fístulas vesicovaginais ou retrovaginais;
- Hematomas vaginais;
- Prolongamento da episiotomia;
- Aumento da perda sanguínea com necessidade de transfusão sanguínea;
- Incontinência fecal e retenção ou incontinência urinária;
- Distopias genitais;
- Hemorragia intracraniana, subgaleal e retiniana no feto;
- Cefaloematoma no feto;
- Fratura do crânio fetal;
- Paralisia do nervo facial ou braquial fetal;
- Hiperbilirrubinemia fetal;
- Marcas e lacerações faciais e do couro cabeludo fetal;
- Sequela neurológica tardia, afetando o desenvolvimento intelectual das crianças nascidas de fórceps;
**as lesões maternas são mais frequentes e mais extensas com o fórcipe em comparação com o vácuo-extrator**
Parto Humanizado
- Modelo baseado em uma abordagem centrada na mulher, que incorpora conhecimentos, práticas e atitudes tendo em vista a garantia do
parto e nascimento saudáveis e a prevenção da morbimortalidade materna e perinatal;
- Propósito – proteger o caráter natural fisiológico no processo de nascer, propiciando à mulher experiência otimista sem traumas e sem
manobras invasivas;
- Proporciona à mulher autonomia, devendo essa participar ativamente das decisões, como escolher a posição do parto e os mecanismos não
farmacológicos de alívio da dor, caminhar segundo sua necessidade, ser massageada e fazer exercícios;
- Conduz a mulher como protagonista, interagindo com as decisões a serem tomadas sobre o seu cuidado e sobre o cuidado do bebê;
- Prática em que o profissional de saúde respeita a fisiologia do parto, identificando os aspectos sociais e culturais do parto, promovendo apoio
físico e emocional à mulher e sua família e não utilizando intervenções desnecessárias sem o seu consentimento;
- Recomenda modificação nas práticas hospitalares consideradas desnecessárias e geradoras de risco, como a episiotomia, a amniotomia, o
enema, a tricotomia e o parto cirúrgico;
- A gestante deve ser estimulada a entender seu corpo, observar as contrações, controlar a respiração e compreender a dor como parte
integrante do nascimento do bebê;
Aspectos Fundamentais
- É dever das unidades de saúde receber com dignidade a mulher, seus familiares e o recém-nascido, a partir de uma atitude ética e solidária,
criando um ambiente acolhedor que rompa com o tradicional isolamento imposto à mulher na rotina hospitalar;
- Deve-se adotar medidas e procedimentos sabidamente benéficos para o acompanhamento do parto e nascimento, evitando práticas
intervencionistas desnecessárias, que não beneficiem a mulher nem o recém-nascido;
Princípios
- Toda gestante tem direito ao acesso a atendimento digno e de qualidade no decorrer da gestação, parto e puerpério;
- Toda gestante tem direito de saber e de ter assegurado o acesso à maternidade que será atendida no parto;
- Toda gestante tem direito ao acompanhamento pré-natal adequado de acordo com os princípios gerais;
- Toda gestante tem direito à assistência ao parto e ao puerpério, sendo esses realizados de forma humanizada e segura, conforme os
princípios gerais e condições estabelecidas na prática médica;
- Todo recém-nascido tem direito à assistência neonatal de forma humanizada e segura;
Incentiva
- Parto vaginal, aleitamento materno no pós-parto imediato, alojamento conjunto da mãe e do recém nascido, a presença de acompanhante
no processo de parto, a atuação de enfermeiras obstétricas na atenção aos partos normais e a inclusão de parteiras no sistema de saúde nas
regiões sem rede hospitalar;
- No pós-parto imediato, colocar o recém-nascido no seio materno, buscando fortalecer os vínculos e criar condições que facilitem a
amamentação;
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74
Indicação Relativa
- Condição fetal não tranquilizadora – em chance de comprometimento fetal agudo o nascimento deve ocorrer pela via mais rápida;
- malformações congênitas – o feto com neingomielocele, hidrocefalia com macrocrania, defeitos de
parede anterior com fígado extracorpóreo, teratomas sacroccígeos,
hidropisia ou trombocitopenia aloimune se beneficia do nascimento por
cesariana;
- o feto com hidrocefalia sem macrocania, defeitos de parede anterior sem
exteriorização hepática ou displasias ósseas não se beneficiam da cesariana;
- Gestante com doenças infecciosas, como HIV e herpes;
- Mães cardiopatas, com pneumopatias específicas, com dissecção aórtica ou com condições associadas à elevação da pressão intracraniana;
- História de fístula retrovaginal;
- Oligoidrâmnio;
- Apresentação pélvica;
- Apresentação cefálica defletida de segundo grau (fronte) – como os diâmetros de insinuação fetal ultrapassam os diâmetros do estreito
superior da bacia feminina o parto pode ser obstruído, assim se não ocorrer a
evolução para a variedade de face após a dilatação total é recomendado a
realização da cesariana;
- Apresentação cefálica defletida de terceiro grau (face) com mento posterior – essa posição prejudica os fenômenos plástico da cabeça fetal,
sendo indicado a cesariana;
- Gravidez gemelar (dependendo da relação entre os fetos);
- Cesariana prévia – deve-se aos riscos de ruptura uterina, que aumenta conforme o aumento do número de cesarianas anteriores;
- o parto normal não é recomendado em mulheres com três ou mais cesarianas prévias, exceto em situação de óbito fetal;
- quando a cicatriz da cesariana anterior é fúndica ou em T invertido tem indicação de cesariana eletiva;
- para decidir entre as vias de parto nesse caso, deve-se utilizar um cálculo sobre as taxas de sucesso do parto vaginal, de
modo que as mulheres com chance de parto vaginal com sucesso inferior a 60% devem optar por uma cesariana eletiva;
- critérios para parto normal após cesariana prévia: sem contraindicações tradicionais ao trabalho de parto ou ao parto
vaginal, uma única incisão uterina transversa baixa, pelve materna adequada ao exame clínico, sem história de ruptura
uterina, médico obstetra acompanhando a fase ativa do trabalho de parto para indicar cesariana de emergência se
necessário, médico anestesista de sobreaviso caso haja necessidade de cesariana de emergência;
- contraindicações para o trabalho de parto em cesarianas prévias – absolutas (incisão uterina corporal clássica prévia ou
em formato de T invertido, cicatriz corporal por miomectomia intramural ou correção cirúrgica de malformação uterina,
ruptura uterina prévia, impossibilidade ou dificuldade de realização de cesariana de emergência e mais do que duas
cesarianas prévias), relativas (duas cesarianas segmentares prévias, gestação gemelar, macrossomia, idade materna > 40
anos, cesariana prévia há menos de 12 meses);
- Cicatriz uterina prévia;
- Mães com correção de incontinência anal, urinária e fístulas;
- Macrossomia fetal – a cesariana é considerada nesse caso um método de prevenção de distocia de ombro ;
- Colo uterino desfavorável à indução do parto;
- Psicopatia;
- Tumores prévios obstrutivos nas mães;
- Prematuridade – quando há a necessidade de interrupção pré-termo de gestações de alto risco deve-se realizar a cesariana;
- quando ocorre o trabalho de parto com feto prematuro em apresentação cefálica pode-se realizar o parto normal;
- Cesariana a pedido – ocorre quando há a solicitação de cesariana quando não existem indicações médicas ou obstétricas para essa;
- vêm aumentando numericamente devido a relevância que se tem dado a autonomia dos pacientes;
- o médico deve informar a gestante sobre os eventuais riscos relacionados a sua realização;
- benefícios potenciais – prevenção de tocotraumatismos, redução de hemorragia pós-parto grave, redução em defeitos
do assoalho pélvico, redução dos riscos associados à cesariana de emergência;
- riscos e desvantagens – período de recuperação mais longo, morbidade materna 3 vezes maior;
- aumento de risco de ruptura uterina, histerectomia e inserção anômala da placenta em
gestações futuras;
- maiores riscos de complicações hemorrágicas, infecciosas e no aleitamento materno;
- maiores riscos de problemas respiratórios neonatais, como a síndrome da angústia respiratória
e a taquipneia transitória do recém-nascido;
- não deve ser realizada antes de 39 semanas completas;
- deve ser desencorajada para mulheres que desejam outras gestações, devido os riscos de acretismo placentário,
placenta de inserção baixa e histerectomia nos partos subsequente;
- deve ser desaconselhado como uma opção não dolorosa de parto em detrimento do vaginal;
Aspectos Legais que Amparam a Cesariana a Pedido, conforme o Conselho Federal de Medicina (CFM)
- É direito da gestante optar pela realização de cesariana, garantida por sua autonomia, desde que tenha recebido todas as informações sobre o parto vaginal e a
cesariana e seus respectivos benefícios e riscos;
- A decisão deve ser registrada em termo de consentimento livre e esclarecido;
- Deve ser realizada a partir da 39ª semana em casos de risco habitual;
- É ético o médico realizar a cesariana a pedido, mas se houver discordância entre a decisão médica e a vontade da gestante o médico pode alegar seu direito de
autonomia profissional e referenciar a gestante a outro profissional;
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74
Após o 10º dia, tem-se a locchia flava (loquiação amarela), de aspecto purulento e com odor
semelhante a queijo; sendo que em condições patológicas (infecções) pode adquirir odor
putrefato desagradável; odor fétido está associado à infecção puerperal
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74
Mamas
Períodos
- Mamogênese – ocorre durante a gestação, sendo evidenciado pelo aumento do volume das glândulas mamárias;
- deve-se a proliferação dos ductos lactíferos e a diferenciação do epitélio secretor, estimuladas pelo estrogênio e pela progesterona;
- Lactogênese – fase de implantação da lactação, estimulada pela insulina e glicocorticóides;
- Galactogênese – iniciada com a amamentação e sendo mantida pelo reflexo de sucção;
Reflexo de Sucção
- A amamentação gera reflexo neuronal que ocasiona a liberação de ocitocina e a liberação de dopamina;
- Prolactina – hormônio essencial para lactação;
- seus níveis plasmáticos reduzem após o parto, porém o ato de sucção aumenta os seus níveis;
- inibe a produção de estrogênio e progesterona -> diminuição necessária à lactação;
**a amamentação ao elevar o PRL e inibir o FSH e o LH pode inibir a fertilidade**
- Ocitocina – sua secreção estimula a expressão do leite pela mama;
- como sua liberação também é modulada pelo sistema nervoso central fatores, como ansiedade e depressão podem diminuir sua
produção;
- Colostro – líquido amarelo-limão que contém mais minerais, proteínas, globulinas e menos açúcar e gordura, em relação ao leite maduro;
- apresenta anticorpos, sendo que seu conteúdo de IgA oferece proteção para o recém-nascido contra patógenos entéricos (intest.);
- secretado por cerca de 5 dias do pós-parto, evoluindo gradualmente para o leite maduro nas 4 semanas seguintes;
**o leite e o colostro apresentam macrófagos, complemento, linfócitos, lactoferina, lactoperoxidase e lisozimas**
- Leite – suspensão de gordura e proteína em solução de hidrato de carbono-mineral;
- sua descida pode ser provocada pelo choro do bebê e pode ser inibida pelo medo ou estresse;
- Amamentação – reduz a incidência de diversas infecções e protege contra doenças crônicas e alergias;
- deve ser exclusiva por 6 meses, devendo continuar a partir desse período com a introdução de alimentos complementares;
- contraindicada – infecção materna por HIV; positivas para células T humanas de vírus tipo linfotrópico I ou II ou brucelose;
mulheres com lesões herpéticas mamárias; varicela desenvolvida 5 dias antes ou 2 depois do parto,
tuberculose ativa e gripe H1N1(risco de contaminação por gotículas, podendo bombear o leite e dar à
criança); hepatite; abuso de substâncias; ingestão e álcool; tabagismo; galactosemia na criança;
- realizada em ambientes calmo e confortável com cotovelo apoiado;
- orientações – tomar sol nas mamas, passar pomadas e atritar a aréola durante a gestação;
Sistema Circulatório
- O sistema de coagulação que apresentava-se fisiologicamente estimulado durante a gestação age estancando os sangramentos nos pós-parto
e protegendo a puérpera de fenômenos tromboembólicos;
- No pós-parto imediato ocorre aumento em 10% do débito cardíaco e do volume plasmático, devido a descompressão aorto-cava -> volta ao
estado pré-gravídico em 2 semanas, por meio da perda durante o parto e pela perda líquida na amamentação;
- A pressão arterial nos 4 primeiros dias de puerpério sofre acréscimo de 5% em relação as valores do término da gestação;
- O edema dos membros inferiores persiste até o 10º dia devido à retenção de líquido para amamentação, à compressão dos vasos abdominais
pelo útero em regressão e à relativa imobilização pós-operatória;
- A pressão venosa aumentada nos membros inferiores retorna ao normal com a involução uterina, melhorando as hemorroidas e as varizes e
edemas nos membros inferiores;
Trato urinário
- O traumatismo vesical durante a saída do polo cefálico e pela passagem de sonda pode gerar disúria e algúria;
- A diurese pode ser reduzida devido a desidratação gerada pela perda sanguínea, pelo esforço físico e pelo jejum;
- Sintomas de superdistensão, sensação de esvaziamento incompleto e a excessiva quantidade de urina residual, deve-se ao aumento da
capacidade vesical com menor sensibilidade do aumento da pressão intravesical -> retorna ao estado pré-gravídico entre 2 a 8 semanas;
- Pode ser afetado por infecções, sendo evidenciadas por febre no pós-parto;
Digestivas
- Quando é realizado enema no trabalho de parto, normalmente não há funcionamento intestinal nas 48 h subsequentes;
- Perda de peso – puerpério imediato – diminuição de 5 a 6 quilos, devido o esvaziamento uterino e a perda sanguínea;
- posteriormente perda de 2 a 3 quilos pela diurese;
- ao final do 6º mês – puérpera em seu peso final;
- a prática de esportes e a dieta podem ser utilizados para perda de peso;
b. PATOLÓGICO
Infecção da Episiorrafia
- Hematoma – deve ser drenado sob anestesia;
- infecção – fáscia superficial – antibiótico de amplo espectro;
- quando houver melhora clínica após 48 horas de antibioticoterapia, quando houver manifestações sistêmicas
ou eritema e edema com flutuação ou necrose da incisão a ferida deve ser desbridada com intensa lavagem e
realizado fechamento por segunda intenção;
- superficial – analgesia e observação da evolução;
- fascite necrosante – amplo desbidramento cirúrgico e antibioticoterapia de amplo espectro;
- mionecrose (necrose até o músculo) – amplo desbridamento cirúrugico e penicilina;
Ferida Operatória Infeccionada
- Os pontos devem ser abertos para a drenagem da secreção serosa ou purulenta;
- Deve-se utilizar antibioticoterapia;
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74
-Infecções do Trato Urinário – fatores de risco – cateterismo vesical, trauma tecidual, toques vaginais e contaminação perineal;
- diagnóstico – baixa – disúria, algúria e polaciúria + urocultura;
- pielonefrite – febre, calafrios e comprometimento sistêmico + urocultura;
- tratamento – cefalosporina de 1ª geração via oral (ITU baixa) ou endovenosa (pielonefrite);
- prevenção – deixar a sonda vesical de demora pelo mínimo tempo;
Depressão Pós-Parto
- Início – pode resultar de uma evolução contínua desde a gravidez, começar no momento do nascimento ou apenas na 4ª ou 6ª semana de
pós-parto;
- Fatores de risco: história de depressão em gestações e puerpérios anteriores, gestação inadequada, eventos traumáticos na gestação e no
parto, baixo suporte social, baixo nível socioeconômico, adolescência, história de síndrome pré-menstrual com sintomas depressivos, presença
de transtornos de humor ou mentais prévios, tabagismo, uso de drogas ilícitas e hiperêmese gravídica;
- Características: mudança de humor, ansiedade, irritabilidade, depressão, pânico, fenômenos obsessivos e sintomas psicoóticos;
- Sua intensidade pode perturbar o desenvolvimento neonatal;
- Tratamento – aconselhamento por terapeutas treinados + grupos de ajuda e/ou medicações antidepressivas seguras para a amamentação;
4. REFERÊNCIAS
- Corrêa, M., et. All. Noções Práticas de Obstetrícia. 14ª Edição. Coopmed – Editora Médica;
- Rezende. J., Montenegro. C.A. Rezende Obstetrícia. 13ª Edição. Guanabara Koogan;
- Costa. S., et. All. Rotinas em Obstetrícia. 7ª Edição. Artmed;
- Xavier. T., et. All. Assistência à Mulher para a Humanização do Parto e Nascimento. (2018). Revista de Enfermagem UFPE On Line. Recife;
- Priszulnik. G., Maia. A. Parto Humanizado: Influências no Segmento Saúde. (2009). O mundo da Saúde. São Paulo;
- Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP). Ética em Ginecologia e Obstetrícia. 3ª Edição. (2004);
- Camara. R., et. All. Cesariana a Pedido Materno. (2016). Revista Col. Bras. Cir;
- Portarina Nº 569, de 1º de Junho de 2000. Ministério da Saúde;
- Resolução CFM Nº 2.144/2016;