Você está na página 1de 34

Ana Júlia Soares Oliveira

Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

Cirurgia
Ambulatorial
Ana Júlia Soares Oliveira

AULA 1: Assepsia e Antissepsia– Pág. 2


AULA 2: Anestésicos Locais – Pág. 5
AULA 3: Operações fundamentais – Pág. 9
AULA 4: Instrumentos Cirúrgicos – Pág. 11
AULA 5: Fios Cirúrgicos– Pág. 18
AULA 6: Biópsia – Pág. 20
AULA 7: Lesões Elementares de pele– Pág. 23
AULA 8: Manejo das afecções benignas de pele – Pág. 28

MEDICINA UNIMONTES
2020
Turma 73 1
Ana Júlia Soares Oliveira
Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

Habilidades Cirúrgicas
AULA 1 – ASSEPSIA E ANTISSEPSIA
ASSEPSIA: Conjunto de medidas utilizadas para
ASSEPSIA
impedir a penetração de microrganismos num
ambiente que não os tem, logo, um ambiente É o conjunto de técnicas e medidas utilizadas para
asséptico é aquele que está livre de qualquer agente impedir a penetração de microrganismos num
infeccioso. Esse processo pode ser feito em objetos ambiente que não os tem. Estas medidas, são:
inanimados, mas não na pele humana, onde é
impossível a desinfecção completa.  Cuidados com o paciente;
 Preparo da Equipe
ANTISSEPSIA: Método transitório de inibição da
CUIDADOS COM O PACIENTE
proliferação dos microrganismos locais,
destruindo-os. Pode ser feita em tecidos vivos,  Banho: Indicado no dia anterior à cirurgia
como a pele no paciente. → remoção e destruição
da microbiota transitória e redução da microbiota  Tricotomia: Indicada no dia da cirurgia, de
residente preferência, no próprio ambiente cirúrgico. Na
véspera, pode causar foliculite e possíveis lesões que
podem ser focos de infecção.
ESTERILIZAÇÃO: destruição de todas as
formas de vida microbiana  Troca de vestuário: o paciente deve adentrar ao
centro cirúrgico devidamente vestido com o roupão
fornecido pelo hospital, sendo que todas as suas
** De acordo com as aulas do Cássio, assepsia são
peças de roupas, incluindo sapatos devem ser
as manobras utilizadas para manter o ambiente
retirados.
livre de germes; já antissepsia seria a destruição
dos germes.
 Antissepsia do campo operatório
Microbiota transitória: não adere ao epitélio, em
regiões mais expostas - microrganismos facilmente CUIDADOS COM A EQUIP E
removidos por meio da lavagem da superfície  Roupas: Devem ser
corporal. trocadas previamente por
Microbiota residente / permanente: todos que adentrarem o
microrganismos de difícil remoção, eliminados centro cirúrgico.
parcialmente por descamação celular natural ou por
procedimentos de degermação (fricção). Possuem  Gorros, toucas e pró-
estreita relação com glândulas sudoríparas e pés: O cabelo deve estar
sebáceas, que servem de meio de cultura a tais devidamente preso, seja
por meio de gorros ou
microrganismos. São estáveis e bem adaptados às
toucas. Os pró-pés
superfícies corporais. Aumenta rapidamente em
envolvem os sapatos.
ambiente úmido e quente como o gerado pelas
luvas.
 Máscaras: Devem cobrir toda a boca e o nariz.
2
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

 Lavagem das mãos: seguem os


passos:

o Se necessário, cortar e limpar


as unhas;

o Escovar as mãos e
antebraços seguindo técnica
apropriada por pelos menos 7
minutos. Todas as partes das
mãos e antebraços devem ser
lavadas;

o Enxugar as mãos com toalha


esterilizada, a fim de
remover a água restante para
que não se comprometa a
ação do antisséptico.

 Álcool a 70%: Imergir as mãos


e antebraços com toalha
esterilizada.
 Aventais e luvas

ANTISSEPSIA
ANTISSÉPTICOS
Método transitório pelo qual substâncias químicas específicas  Álcool Etílico (70% a 90%): Barato e não-irritante
são utilizadas para se promover a inibição da proliferação de para a pele. Age rapidamente, mas não tem efeito
microrganismos locais, destruindo-os. residual. Seu mecanismo de ação é desnaturação de
proteínas. Obs.: O álcool etílico absoluto é fraco
Ela é dividida em duas etapas: degermação e antissepsia
desinfectante.
propriamente dita.
 Álcool Isopropílico: Para os álcoois, quanto maior
DEGERMAÇÃO a cadeia, maior a atividade antisséptica, portanto, o
Álcool Isopropílico é mais ativo que o Etílico.
Sabões e detergentes sintéticos removem mecanicamente as
Diferente deste último, o isopropílico é mais
impurezas mais superficiais da pele, eliminando também boa
antibacteriano quanto maior for sua concentração,
parte da microbiota transitória da pele, porém, apresenta
pois não é volátil. É barato, mas o uso contínuo torna
fraca ou quase inexistente ação sobre a microbiota residente,
a pele muito seca.
que ocupa as regiões mais profundas da derme.
 Tintura de Iodo (1% a 2% de Iodo e Iodeto de
 Sabões: São sais de sódio ou potássio de ácidos
Potássio + Álcool 70%): Rápido e potente
graxos de cadeia longa. Apresentam atividade
bactericida. É o melhor antisséptico para pele
bactericida e bacteriostática para bactérias gram-
íntegra. Irritante quando aplicado sobre soluções de
positivas, mas não para gram-negativas.
continuidade da pele. Eficaz contra bactérias,
 Detergentes sintéticos: São aqueles com uma parte esporos e fungos. Pode causar alergias. Em
hidrofóbica, composta de longa cadeia de concentrações altas, pode produzir queimaduras.
hidrocarbonetos, e uma parte hidrofílica, composta
 Iodóforos (PVPI - Iodo Elementar + Polivinil
por um grupo ionizável ou não-iônico, porém
Pirrolidona): Atua como melhor solubilizante do
altamente polar.
Iodo do que o Álcool, pois não queima, raramente
produz reações alérgicas e mantém a atividade

3
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes
bactericida do iodo inalterada. O PVPI libera o Iodo
lentamente, permitindo uma estabilidade maior para
a solução. Os Iodóforos têm ação bactericida,
fungicida, virucidas e ação residual.

** É O ANTISSÉPTICO DE ESCOLHA.

 Cloro-Hexidina / Clorexedina / Clorohex: Tem


pH de 5 a 8 e é preparada em soluções mínimas de
4%. Age contra bactérias gram-negativas, gram-
positivas e fungos. Tem ação imediata e efeito
residual. Apresenta baixa toxicidade.

 Hexaclorofeno: Composto bifenólico clorado com


forte ação bacteriostática. É muito eficaz contra
bactérias gram-positivas, incluindo estafilococos.
Tem ação residual duradoura (vários dias).
Conforme o Skinovski, não deve ser utilizado por
ser neurotóxico.

Observações:
 PVPI não deve ser usado junto com álcool
iodado

 Usar soluções alcoólicas após lavagem das


mãos com clorexidina

 Mucosas: PVPI tópico = evita irritação e


toxicidade

 Soluções alcoólicas não removem sujeira ou


matéria orgânica

DEGERMAÇÃO DO SÍTIO CIRÚRGICO


Realizada com gaze estéril ou esponja estéril, no sentido
craniocaudal, do centro para a periferia  raio de 30 cm
em todas as direções da área incisada ( 5 min )

Degermante (2x) + PVPI

OU

Clorexidina (3x)

4
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

AULA 2 – ANESTÉSICOS LOCAIS


Anestésicos locais são agentes farmacológicos que, • Bloqueio de Campo: aplicado nas
em contato com a fibra nervosa, impedem o proximidades dos ramos terminais maiores
desenvolvimento e a progressão do impulso de um nervo, utilizadas para remoção de
nervoso e anulam todas as modalidades de corpos estranhos, drenagens, exérese de
transmissão (sensitivas, motoras e autonômicas) de tumores e lesões circulares;
maneira reversível e temporária, sem alteração do
nível de consciência. Assim, entende-se que são • Loco-Regional: afeta raízes nervosas na
capazes de interromper a condução de impulsos coluna. Ex.: Raquidiana e Peridural
nervosos aferentes, transitoriamente, quando
aplicados diretamente ou nas proximidades das • Anestesia Regional Intravenosa: injeção
fibras, terminações mioneurais, troncos neurais, na veia de um membro previamente
sinapses e terminações sensitivas. dessangrado e garroteado (para manter a
isquemia e manter o anestésico naquele
MECANISMO DE AÇÃO membro). Utilizado em procedimentos
rápidos.
Fecham os canais de sódio, obstruindo-os,
mudando sua conformação/aumentando a tensão
INDICAÇÕES DA ANESTESIA LOCAL
superficial da membrana  Impedem a entrada de
íons Na+ na membrana da célula nervosa   Pequenas intervenções cirúrgicas (biópsias,
Despolarização não ocorre  Ausência de suturas).
propagação do impulso nervoso.
 Pacientes idosos, debilitados, portadores de
doenças metabólicas graves, doença
**Bloqueiam as fibras da menor espessura para as
cardiorrespiratória que contraindica
de maior espessura.
anestesia geral, etc.

 Diversos tipos de cirurgia ambulatorial e


em pronto socorro.

EFEITOS SISTÊMICOS

• Sistema Nervoso Central: sedação,


sonolência, confusão mental, excitação e
convulsão.

• Aparelho Cardiovascular: reduz a FC,


VIAS DE ADMINISTRAÇÃO vasodilatação, arritmias cardíacas,
• Tópica: aplicada na pele ou mucosa, fenômenos vasoativos periféricos, parada
absorção rápida; cardíaca.

• Infiltração Local: aplicada no • Aparelho Respiratório: pequenas doses


subcutâneo/submucoso, é a mais utilizada estimulam a respiração e grandes doses
no PS para realização de suturas; deprimem.
Obs.: a Cocaína é o único anestésico com ação
vasoconstritora.

5
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

ANESTÉSICOS LOCAIS  Ótimo anestésico tópico (40 mg, dose


máxima).
• COCAÍNA
 Usada na dose de 1,4mg/kg
• PROCAÍNA(novacaína)
 Vem sendo substituída pela Lidocaína,
• TETRACAÍNA(pantocaína,neotutocaína) devido à pequena margem de

• LIDOCAÍNA(xilocaína) LIDOCAÍNA (XILOCAÍNA®):


• BUPIVACAÍNA(marcaína)  É o anestésico local mais utilizado
• ROPIVACAÍNA  Baixa toxicidade; grande difusibilidade;
intensa atividade bloqueadora e mínima
** Não se utiliza anestésicos locais com vasoconstritores em irritação dos tecidos
regiões periféricas (Ex: Dedos; Nariz)
 Rápido início de ação
ANESTÉSICO DOSE DOSE MÁXIMA  Duração prolongada (2 a 3 hrs quando
LOCAL MÁXIMA SEM COM associado à adrenalina e 1 hr sem
ADRENALINA ADRENALINA adrenalina)
Lidocaína 3 – 4 mg/kg 7 mg/kg
 Pode ser usado por via endovenosa como
Bupivacaína 3 mg/kg 4 mg/kg antiarrítmico
Ropivacaína 3 mg/kg -
Dose máxima: 10mg/kg (com vasoconstritor),
** Conforme Skinovski 7mg/kg (sem vasoconstritor), 5mg/kg (dose
máxima em crianças);
COCAÍNA
USUALMENTE: 3-4mg/kg (sem vasoconstritor) e
 Usada por via tópica sobre as superfícies mucosas 7mg/kg (com vasoconstritor).
 Alta toxicidade
 Possuem efeito excitante sobre o SNC podendo BUPIVACAÍNA (MARCAÍNA):
causar convulsões
 Possui propriedade vasoconstritora  Longa duração (8h - 12h);
 Duração média de ação: 30 minutos  Tempo de latência: 4min;
** PRODUZ DEPENDÊNCIA QUÍMICA  Fixa-se ao sangue materno e não passa
pela placenta (importante, pois os
PROCAÍNA (NOVOCAÍNA):
anestésicos que -passam deprimem o feto).
Muito utilizado na obstetrícia;
 Menos tóxica que a cocaína
 Cardiotoxicidade elevada em comparação
 Rapidamente metabolizada aos outros anestésicos.
 Usada na dose de 10 mg / kg para adulto Dose máxima: 2mg/kg
com vasoconstritor e 7 mg/kg sem
vasoconstritor. ROPIVACAÍNA
 Não existe por via tópica, pois sua  Menor cardiotoxicidade, uso cada vez mais
penetração na mucosa é mínima frequente
 Poder de vasoconstrição intrínseco
TETRACAÍNA  Analgesia prolongada sem vasoconstritor
 Alto custo
 Mais potente e tóxico que a procaína.
Dose máxima: 3mg/kg
 Utilizada por todas as vias

6
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

OBSERVAÇÕES: BLOQUEIO DOS DEDOS


• A toxicidade está mais relacionada com a  Muito utilizados em suturas e procedimentos
velocidade de aumento da concentração que ungueais
com a dose total;
 Podem ser realizados na extremidade distal dos
• Sinais e sintomas característicos:
metacarpianos ou pelo dorso da raiz dos dedos,
formigamento da língua e lábios, zumbido
bilateralmente.
e distúrbios visuais, abalos musculares e
convulsões, parada respiratória e depressão  Deve ser perpendicular à pele e passar por todos os
cardiovascular. planos
• Não ultrapassar a dose tóxica;
 NUNCA UTILIZAR COM EPINEFRINA
• Evitar injeção intravascular aspirando o
êmbolo da seringa;
• A extensão do procedimento deve ser
menos invasiva possível;
• Idade avançada, histórico de asma/ doenças
CV/ respiratórias/ DM podem ser fatores
limitantes para a anestesia ambulatorial.

BLOQUEIO DE CAMPO
É obtido pela infiltração local delimitando uma área
circunscrita onde está a lesão a ser tratada. Utilizado como
técnica única ou associados a graus de sedação e anestesia
geral, para analgesia pós-operatória.

 É empregado para exérese de tumores da pele e


subcutâneo, drenagem de coleções líquidas,
remoção de corpos estranhos.
BLOQUEIO DAS MÃOS
TÉCNICA DE BLOQUEIO NEURAL
 Ao nível do punho pode ser conseguido anestesia
• Baseia se na injeção de anestésico junto ao trajeto parcial ou total das mãos através do bloqueio dos
dos troncos neurais ou ao longo das fibras dos nervos nervos radial, mediano e ulnar.
periféricos.

• Indicado para cirurgia da face, boca, extremidades e BLOQUEIO DO NERVO RADIAL AO NIVEL DO
genitália externa. PUNHO
Bloqueado subcutaneamente em hemipulseira no punho.
CONTRAINDICAÇÕES

 Alergia
 Recusa do paciente
 Infecção local
 Coagulopatia sistêmica grave
 Doença neurológica pré-existente

Contraindicações relativas: Cardiopata e Hepatopata

7
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

BLOQUEIO DO NERVO BLOQUEIO DOS NERVOS PERIFÉRICOS DOS


ULNAR AO NÍVEL DO MEMBROS INFERIORES
PUNHO
Ao nível do punho, o nervo ulnar
encontra-se entre a artéria ulnar,
palpada lateralmente ao nervo e
tendão do flexor ulnar do carpo.

1- Tendão do músculo palmar longo


2- Tendão do músculo flexor ulnar do
carpo

BLOQUEIO DO
NERVO MEDIANO
AO NÍVEL DO
PUNHO
BLOQUEIO DO NERVO TIBIAL POSTERIOR

Punção única Introduz a agulha


perpendicular ao bordo perpendicular à
radial do tendão do pele, na metade da
músculo pequeno distância entre o
palmar. maléolo medial e o
tendão de aquiles.

TERRITÓRIO DE DISTRIBUIÇÃO DOS NERVOS  Deve ir até


o periósteo
da Tíbia

BLOQUEIO DO NERVO SURAL


Bloqueia-se a planta dos pés, dedos e calcanhares. A agulha
deve entrar perpendicular à pele, no meio da distância entre
o maléolo lateral e o tendão de aquiles.

 Deve ir até o periósteo da Tíbia

8
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

AULA 3 – OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS


CLASSIFICAÇÃO:
▫ Atos cirúrgicos simples que, associados, permitem a
realização de operações complexas. - Incisão: Secção dos tecidos moles por meio de instrumentos
cortantes, como bisturi ou laser, produzindo uma incisura. É
DIÉRESE um ato de separar os tecidos com corte → bisturi de lâmina,
bisturi elétrico.
Conceito: ato que rompe a continuidade dos tecidos -
destinado a criar uma via de acesso, através dos tecidos - Secção: ato de cortar ou separar → tesouras curvas, bisturi
elétrico
Se a diérese implicar em retirada de tecido ou de órgão,
pode ser chamada de exérese - Divulsão: ato de separar os tecidos sem corte; obtido pela
separação dos tecidos com pinça, tentacânula, afastadores →
TÉCNICA
tesoura, pinça hemostática curva
▫ A via de acesso deve ter extensão suficiente para boa
- Punção: instrumento perfurante para drenagem de coleção
visualização do campo operatório
líquida, coleta de fragmentos. Perfuração com objetivo de
▫ A diérese deve ter bordas nítidas, facilitando a cicatrização drenagem, coleta, injeção. → trocarte
estética e firme (evitar incisão oblíqua, que proporciona
- Dilatação: aumento do diâmetro de canais e orifícios
vascularização deficiente, propiciando necrose e cicatrização
naturais, ou de trajetos fistulosos → balões de dilatação, vela
defeituosa.
de Hegar
▫Atravessar os tecidos um plano de cada vez (Pele,
- Serração: diérese por meio de serras.
Subcutâneo, Aponeurose, Músculo, Fáscia e Peritônio)
- Curetagem: diérese com curetas – para eliminar tecidos
▫ Não comprometer os grandes vasos e nervos da região
superficiais neoformados indesejáveis e ativar a cicatrização
▫ Acompanhar as linhas de força da pele (Linhas de Kraissl) em feridas ulceradas.
– Quando os músculos se contraem, a pele participa da
movimentação produzindo rugas. Se a incisão for feita no HEMOSTASIA
sentido das rugas, ela se camufla com as rugas, promovendo
Conceito: conjunto de manobras destinadas a evitar ou
melhor cicatrização.
estancar a perda excessiva de sangue. A hemostasia é
▫ Seccionar as aponeuroses na direção de suas fibras preventiva quando feita antecipadamente. É corretiva se feita
após já instalada a lesão vascular

CLASSIFICAÇÃO

TEMPORÁRIA
Os métodos transitórios podem ser incruentos (à distância do
campo operatório) ou cruentos (no campo operatório). Ex:
Pinçamento; Garroteamento; Ação Farmacológica; Parada
circulatória com hipotermia; Oclusão endovascular.

DEFINITIVA
Interrompe para sempre a circulação do vaso sobre o qual é
aplicada, quase sempre cruenta. Ex; ligadura; cauterização;
sutura; obturação; tamponamento.

9
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

SÍNTESE
Conceito: aproximação das bordas de tecidos seccionados ou
ressecados.

Tem como intenção manter a contiguidade dos tecidos –


fechar espaço morto, manter as bordas em íntimo contato,
acelerar a cicatrização (facilitar as fases iniciais), evitar
infecção, promover hemostasia e permitir cicatriz estética.

 Comumente feita com fios e agulhas, mas também


podem ser utilizados grampeadores, fitas com
microporos ou nós manuais.

PRINCÍPIOS FUNDAMENT AIS


 Usar instrumental e material adequado a cada tecido
ou órgão

 Usar a menor quantidade possível de corpo estranho


ao organismo, desde que respeitada a segurança

 Não permitir que as bordas da ferida fiquem sob


tensão

 Não suturar em plano único estrutura com espessura


superior a 1 cm

 Não deixar espaço vazio

 Não apertar excessivamente os nós nem torcê-los

10
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

AULA 4 – INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

Funções Função Instrumento Utilizado TESOURAS


Diérese Corte e exposição Bisturi, Bisturi Elétrico,
dos tecidos que Bisturi Harmônico,
serão operados Tesouras e Ruginas
Preensão Fixação e Pinças de preensão:
manipulação de Pinça Anatômica, Pinça
estruturas/tecidos Dente de Rato; Pinça de
Adson
Hemostasia Impede ou coíbe a Pinças hemostáticas:
hemorragia Pinça de Kelly, Pinça
de Craile, Pinça de
Halsted, Pinça de
Hochester.
Facilitar a Afastadores:
visibilidade do Afastadores de
Exposição
campo operatório Farabeuf, Afastadores
de Guillies, Afastadores
(expor o campo)
de Volkmann
Especial Depende da Diversos TESOURA DE MAYO (RETA E CURVA)
especialidade
Síntese Aproximação de Porta-Agulhas, Agulha, • Tesoura robusta destinadas para secção.
bordas seccionadas Fios, Grampeadores, • Reta: fios / Curva: tecidos
de tecido Fitas com microporos

INSTRUMENTOS DA DIÉRESE

BISTURI E LÂMINAS

11
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

TESOURA DE METZEMBAUM (RETA E CURVA) PINÇA DENTE DE RATO


Tesoura mais delicada,
destinada à dissecção.

Reta: fios / Curva: tecidos

PINÇA DE ADSON

TESOURA DE ÍRIS
Tesoura delicada

INSTRUMENTOS DE PREENSÃO

PINÇAS
INSTRUMENTOS DE HEMOSTASIA

PINÇA ANATÔMICA

12
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

PINÇA MIXTER (PASSA-FIO) PINÇA DE DUVAL


Instrumento idealizado para hemostasia. Muito útil também Instrumento pouco traumático, agente de preensão, tração e
para manobras de dissecção em locais de difícil acesso. apresentação de estruturas anatômicas. Tem extremidade
distal no formato de uma letra D, com ranhuras longitudinais
ao longo da face interna de sua ponta. Por apresentar ampla
superfície de contato, é utilizada em diversas estruturas, a
exemplo das alças intestinais.

PINÇA DE ALLIS
Instrumento de preensão,
tração e apresentação de
estruturas anatômicas. É PINÇA DE COLLIN (COR AÇÃO PEQUENO)
utilizada para tracionar Instrumento de preensão, tração e apresentação de
estômago ou intestino vísceras.
delgado.

Apresenta endentações em
sua extremidade distal, o
que a torna
consideravelmente
traumática, sendo
utilizada, portanto,
somente em tecidos
grosseiros ou naqueles que
irão sofrer a exérese
(retirados do organismo).
PINÇA DE FORESTER (CORAÇÃO LONGO)
PINÇA DE BABCOCK Instrumento de preensão, tração e apresentação de
Instrumento de preensão, tração e apresentação de vísceras. É usada na profundidade.
vísceras. Ação bem menos traumática. Pode ser aplicada em
segmentos de vísceras ocas que serão mantidas no operado.

13
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

PINÇA DE POZZI PINÇA DE SATINSKY


Instrumento de preensão, tração e apresentação longo. Pinça hemostática de grande dimensão.
Objeto extremamente traumático, porém, de grande
firmeza de preensão.

PINÇA DE COLPROSTASE (CLAMP INTESTINAL) PINÇA BULLDOG (JOHNS -HOPKINS)

São longas e possuem ranhuras longitudinais, o que distribui Pinça vascular utilizada para hemostasia temporária de vasos
melhor a compressão, evitando traumas nas alças intestinais. superficiais e de pequeno calibre.
São imprescindíveis nas ressecções intestinais. Podem ser
retas ou curvas.

Usado em cirurgia gastroenterológica com o objetivo de


bloquear o conteúdo da luz do tubo digestivo, permitindo que,
por ocasião da secção de víscera oca, ocorra o mínimo
extravasamento.

PINÇA DE BACKAUS
Instrumento auxiliar. É utilizada para fixar campos
cirúrgicos.

14
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

PINÇA DE CHERON INSTRUMENTOS DE EXPOSIÇÃO


Instrumento auxiliar. É, em geral, empregada como “porta
gaze” para manobras de antissepsia. AFASTADORES DE FARAB EUF
Afastar a pele, a tela celular subcutânea e a musculatura
superficial.

PINÇA DE PEAN
Tem a função de “porta gazes” para a realização de
antissepsia.

LÂMINA MALEÁVEL
Afastador dinâmico para estruturas profundas.

PINÇA HEMOSTÁTICA
 Reta (REPARO) AFASTADOR DE LANGENB ECK
 Curva (HEMOSTÁTICA) Afastar a pele, subcutâneo e músculos; no entanto, pode
alcançar segmentos mais profundos.

VÁLVULA DE DOYEN
Agente mecânico utilizado para afastar estruturas intra-
abdominais.

15
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

VÁLVULA SUPRAPÚBICA AFASTADOR DE FINOCHIETTO


Afastador dinâmico empregado, geralmente, para afastar a Utilizado em cirurgias torácicas.
região que lhe confere o nome.

VELA DE HEGAR
Dilatador, especialmente, do colo uterino
AFASTADOR DE VOLKMAN N
Afastar estrutura muscular e é de utilização exclusiva em
campos operatórios superficiais.

AFASTADOR DE GOSSET
Utilizado em cirurgias abdominais. AFASTADOR DE ADSON
Utilizado em cirurgias neurológicas para o afastamento do
couro cabeludo e em cirurgias nos membros ou na coluna,
para o afastamento de músculos superficiais.

AFASTADOR DE BALFOUR
Indicados em cirurgias infraumbilicais.

ESPÉCULO VAGINAL

16
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

ESPÉCULO NASAL INSTRUMENTOS ESPECIAIS

BICO DE ASPIRADOR
Se conecta ao aspirador com objetivo de sucção de líquidos,
orgânicos ou não.

ESPÉCULO ANAL

FÓRCEPS
Realizar extração do RN, tanto em cesarianas quanto em
partos normais.

INSTRUMENTOS DE SÍNTESE

PORTA-AGULHA DE HEGAR

CURETA
Retirada de material em cavidade.

PORTA-AGULHA DE MATHIEU

17
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

AULA 5 – FIOS CIRÚRGICOS


CARACTERÍSTICAS DOS FIOS

 ORIGEM: Podem ser de origem Natural/Biológica ou


Sintéticos.

 ABSORÇÃO TECIDUAL: Um fio absorvível é


degradado por um fenômeno biotecidual local - os fios
absorvíveis de origem natural sofrem fagocitose,
enquanto os de origem sintética sofrem hidrólise. Os fios
não-absorvíveis permanecem no local por tempo
indeterminado, sem serem assimilados pelo organismo. A
escolha por um fio absorvível ou inabsorvível depende do
tempo pelo qual pretende-se manter a força tênsil do fio,
pois os absorvíveis a perdem mais rapidamente. Os fios  ELASTICIDADE: Capacidade do fio de voltar à forma e
inabsorvíveis que não têm mais utilidade em uma ferida comprimento originais após sofrer estiramento. Importante
devem ser removidos do organismo. devido à prevalência de edema pós-operatório, quando a
sutura acaba sendo estirada. O uso de fios inelásticos está
 CAPILARIDADE: Capacidade do fio de absorver relacionada à ruptura do fio ao estiramento.
líquidos. Muito relacionada à capacidade de reter
microrganismos causadores de infecção.  PLASTICIDADE: Capacidade de manter a nova forma
após ser submetido à tração. Está relacionada à elasticidade
 DIÂMETRO: Medida do calibre do fio, expressa em e é o oposto da memória.
número de zeros – quanto mais zeros, menor o diâmetro.
Ex.: Fio 00 ou 2- 0 (lê-se “dois zeros”). O menor diâmetro  MEMÓRIA: Capacidade do fio de retornar à forma
é o 12-0. Os maiores diâmetros são representados por original após sofrer tração. Fios com alta memória são mais
números inteiros (1, 2, 3...), sendo o Fio 6 o mais difíceis de manusear e de fixar nós.
calibroso.
 QUANTIDADE DE FILAMENTOS: Pode ser
 RESISTÊNCIA TÊNSIL: Força necessária para que Monofilamentar (Menos maleáveis; Alta memória; Baixa
ocorra ruptura do fio. Tecidos com muitas fibras segurança de nós; Baixo arrasto tecidual; Menor
resistentes (como pele, fáscia, aponeurose e músculos) capilaridade) ou Multifilamentar (Fácil manuseio; Maior
exigem fios que mantém sua resistência tênsil por mais segurança dos nós; Maior reação inflamatória; Maior
tempo. Já em tecidos delicados de cicatrização ágil capilaridade; Maior potencial de infecção).
(peritônio, órgãos abdominais), não é necessário fio de
grande resistência.
FIO IDEAL
 SEGURANÇA DOS NÓS: Representa a força necessária  Manutenção da força tênsil
para que o nó não deslize, desfazendo-se, ou para que o  Mínima reação tecidual
nó não se rompa. Quanto menor o coeficiente de fricção,  Calibre uniforme
maior o deslizamento e menor a segurança do nó e,  Baixo coeficiente de fricção
portanto, maior deverá ser o número de nós.  Boa segurança de nó
 Fácil manuseio
 Não possuir ação carcinogênica
 Baixo custo

18
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

FIOS ABSORVÍVEIS
CARACTERÍSTICAS CATEGUTE POLIGLACTINA POLIDIOXANONA
(VICRYL) (PDS)
ORIGEM Biológico Sintética Sintética
CONFIGURAÇÃO Multifilamentar Multifilamentar Monofilamentar
ABSORÇÃO Irregular (Cerca de 2 semanas c/ resquícios Regular 160 – 180 dias
de até 90 dias)
(70 a 80 dias)
FORÇA TÊNSIL Perdida totalmente por volta dos 14 dias Boa Melhor força tênsil
residual
MALEABILIDAE E Pouco flexível Excelente Manuseio difícil
SEGURANÇA DE NÓ Baixa segurança do nó Boa segurança do nó
REAÇÃO TECIDUAL Intensa Mínima Baixa
USO Simples: Reaproximação do plano muscular Cirurgias Sutura de tendões,
e tecido subcutâneo gastrointestinais, cápsulas articulares e na
urológicas, síntese da parede
Cromado: Anastomoses gastrointestinais;
ginecológicas, abdominal
sutura do peritônio, bolsa escrotal e períneo
oftalmológicas

FIOS INABSORVÍVEIS
CARACTERÍSTICAS SEDA ALGODÃO POLIÉSTER POLIPROPILENE NYLON
(POLICRON) (PROLENE) (MONONYLON)

ORIGEM Natural Biológico Sintética Sintética Sintética

CONFIGURAÇÃO Multifilamentar Multifilamentar Monofilamentar Monofilamentar Monofilamentar

FORÇA TÊNSIL Perde 50% em Perde 50% em Grande Mantida mesmo após Boa
1 ano 6 meses vários anos

Mais maleável Muito maleável Boa Alta memória Alta memória


MALEABILIDAE E maleabilidade
Boa segurança Baixa Baixa segurança de Baixa segurança
SEGURANÇA DE NÓ
de nós segurança de nó Nós seguros nó de nó

REAÇÃO TECIDUAL Intensa Intensa Baixa Menor Mínima

Em desuso Em desuso Aponeuroses ; Vascular Suturas de pele


Tendões e
USO (Oftalmo; Vasos Intradérmica
Cirurgia geral)

19
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

AULA 6 – BIÓPSIA
 Procedimento cirúrgico de coleta de células ou
DETALHES TÉCNICOS CO MUNS
fragmentos de uma lesão/tecidos para avaliação da
sua natureza. PÓS OPERATÓRIO

 Investigação, diagnóstico, tratamento e prognóstico. - Orientações de higiene e limpeza local

 Procedimento simples, mas requer material e técnica - Retirada de pontos: 5 dias para face, 7 a 14 dias
adequados. para tronco.

- Complicações: edema, hipoestesia, discromia,


INDICAÇÕES
hematoma, cicatriz e infecção
Suspeita de doenças que provoquem alterações morfológicas
nos tecidos alvo. Fixador  Formol a 10%

- Diagnóstico específico para uma determinada TIPOS DE BIÓPSIA


doença suspeita
A escolha do método depende do órgão e do tipo da lesão.
- Diagnóstico diferencial para exclusão de outras
patologias BIÓPSIA EXCISIONAL
- Grau de diferenciação de tumores Retirada de TODA A LESÃO.

- Extensão de uma neoplasia Diagnóstica e terapêutica.

- Se é possível ressecção total de uma lesão Indicações:

- Avaliação e controle do resultado e tratamento - Lesões com bordas ativas em expansão

- Lesões atróficas, escleróticas ou bolhosas

- Lesões que acometem hipoderme ou subcutâneo

- Suspeita de melanoma

Complicações: Infecções, hemorragia e cicatrizes

20
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

BIÓPSIA INCISIONAL BIÓPSIA POR SHAVE


Retirada de uma PARTE da lesão ou órgão. Retirada de uma lesão elevada, acima do plano do tecido
adjacente.
Indicações:
Indicação: Remoção de lesões da epiderme benignas, de
- Estudo de músculos, nervos, ossos, tecido crescimento exofítico. Ex: ceratose ceborreica, verrugas
subcutâneo e processo inflamatório ou infeccioso vulvares e nevos melanocíticos.
disseminados na pele ou de outros órgãos.
*Inadequada na avaliação de doenças inflamatórias da pele,
• Deve abranger tecido doente (borda) e tecido sadio. neoplasias e lesões pigmentares.
Suturar a ferida.

Complicações: Infecção, hemorragia, distúrbios de


cicatrização e possibilidade de disseminação local de células
tumorais.

BIÓPSIA POR TESOURA


Variante da técnica de Shave.

Indicações:

- Lesões pediculadas benignas.


BIÓPSIA POR PUNCH Ex: lesões polipoides ou
 Mais usado em lesões dermatológicas. verrugas filiformes.

 Terapêutica em lesões pequenas e superficiais. - Material superficial

 Punch – instrumento constituído por um cabo e


BIÓPSIA POR CURETAGEM
uma borda circular de diâmetro de 2 a 10 cm.
 Retirada de lesões superficiais benignas por
A área a ser biopsiada deve ser toda acometida pela lesão. raspagem local.
Escolher lesão bem desenvolvida.
Se diversas lesões, coleta de diversas amostras.  Utilizado tanto para fins diagnóstico quanto para
tratamento.
Contraindicação:
Indicações
- Áreas sobre artérias (sobrancelha e região nasolabial)
- Remoção de molusco contagioso, verruga, míllio, ceratose
- Não adequada para tecido adiposo e lesões suspeitas de
ceborreica e ceratose actínica.
melanoma
- Remoção rápida, geralmente o material se encontra
-
fragmentado.

21
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

BIÓPSIA POR PUNÇÃO PUNÇÃO COM AGULHA CALIBROSA


 Retirada de líquido ou fragmento de tecido por  Material para estudo histológico
meio de agulha fina ou calibrosa.
 Órgãos intracavitários – pulmões, fígado, pâncreas,
 Biópsia com agulha final: material para análise rins, próstata
citológico.

 Biópsia com agulha grossa: material para exame


histológico.

 Método de escolha de acordo com local e tamanho


da lesão.

 Pode ser guiada por palpação, US, estereotaxia, TC


ou RM

Vantagens:

- Acesso a vísceras (fígado, pulmão, baço, rins) sem


necessidade de laparotomia.

Complicações: hemorragia, hematoma, abscesso, infecção,


dor e lesão de víscera adjacente à punção.

PUNÇÃO COM AGULHA FINA


 Material para estudo citológico

 Análise de células de líquido de lesões císticas ou


de cavidades corporias - tórax, abdome e
articulações.

 Diferenciação de tumores benignos e malignos

 Avaliação de massas cervicais, lesões da tireoide e


mama

22
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

AULA 7 – LESÕES ELEMENTARES DE PELE


As lesões elementares são aquelas modificações da pele TELANGIECTASIA
determinadas por processos inflamatórios, degenerativos,
Dilatação vascular capilar (de artérias ou veias de pequeno
circulatórios, neoplásicos, por distúrbios do metabolismo ou
calibre - menor que 2mm) permanente na derme superficial,
por defeito de formação.
constituindo lesão linear, sinuosa, estelar ou puntiforme.
 Por serem externas, são de fácil acesso ao exame
clínico, e empregam-se, na semiotécnica, a inspeção
e palpação.

Essas lesões dividem-se em dois grupos: primárias, que


aparecem sem serem precedidas de outras alterações
macroscópicas, e secundárias, que resultam da evolução de
lesões primárias.

MODIFICAÇÕES DA COR PÚRPURA


Mancha vermelho-violácea que não desaparece a digito ou
vitropressão, formada por sangue extravascular visível, ou
MÁCULAS OU MANCHAS
seja, por extravasamento de hemácias na derme.
São modificações de coloração da pele sem alteração de
relevo ou consistência. As manchas ou máculas podem ser de Apresentam-se como equimoses e petéquias.
dois tipos, conforme suas origens:
Equimose: área de extravasamento sanguíneo maior que
Vásculo-sanguínea - Decorrente de congestão ou constrição 1cm de diâmetro.
vascular ou extravasamento de hemácias

Pigmentar - Ocorre por deposição de melanina pigmentos


endógenos ou exógenos

VASCULO-SANGUÍNEAS
Petéquia: púrpura formada por pontos minúsculos, de até
ERITEMA 1cm de diâmetro

Mancha de coloração vermelha por vasodilatação que


desaparece com a dígito ou vitropressão. Pode assumir
tonalidades e padrões variados, como: eritema cianótico,
rubro ou exantemático.

MANCHA ANGIOMATOSA
Aparece em decorrência de neoformação vascular na derme.

Consiste de lesão eritematosa que regride quase que


totalmente à digito ou vitropressão.

23
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

MANCHA ANÊMICA PLACA


Mancha branca permanente por diminuição ou ausência de Lesão elevada, maior que 1cm, geralmente de superfície
vasos sangüíneos. plana. Pode ser constituída pela confluência de várias pápulas
(placa papulosa).
Consiste de área clara na
pele, geralmente bem
delimitada, decorrente de
hipogenesia vascular ou
hiperreatividade local às
aminas vasoconstritoras.

PIGMENTARES

LEUCODERMIA
Mancha branca por diminuição (hipocromia) ou ausência
(acromia) de pigmento melânico (melanina) na epiderme.
NÓDULO
Infiltrado sólido
circunscrito, geralmente
bem delimitado,
persistente, de localização
dérmica ou hipodérmica,
podendo ser elevado ou
situado profundamente na
HIPERCROMIA derme, medindo 1 a 3 cm de
Ocorre por depósito de pigmento (que pode ser melanina ou diâmetro.
outro pigmento) na epiderme.
Costuma ser mais palpável que visível.
A hiperpigmentação pode ser generalizada (síndrome de
Cushing, Doença de Addison, porfiria, pelagra), localizada TUBÉRCULO
(cloasma, eritema pigmentar fixo) ou com espessamento ou
Lesão de consistência
hiperqueratose associados (acantose nigricante).
dura, elevada, com mais
de 0,5 cm, que deixa
cicatriz ao involuir.

URTICA
FORMAÇÕES SÓLIDAS Lesão com relevo, consistente, edematosa*, circunscrita, de
cor vermelho-róseo ou branco-porcelana, efêmera,
circundado por halo eritematoso ou anêmico.
PÁPULA
Lesão sólida e circunscrita, menor que 1cm de diâmetro,
elevada (que faz relevo e relação aos planos circunjacentes),
com superfície plana ou encurvada. Pode ser epidérmica,
dérmica ou mista.

24
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

TUMORAÇÃO BOLHA
Lesão maior que 3 cm. Pode estar relacionada com doença Elevação circunscrita da pele, maior que 0,5cm. Situa-se na
de depósito como no tofo gotoso. epiderme ou entre a epiderme e a derme. Seu conteúdo é
inicialmente seroso e claro - pode depois ser purulento ou
hemorrágico. Dependendo do nível de formação, a bolha
pode ser flácida e fugaz (como nos pênfigos) ou tensa e
duradoura (como na dermatite herpetiforme de Dühring -
Brocq). Quando a bolha é provocada por queimadura,
denomina-se flictena.

GOMA
Nódulo ou tumor que se
liqüefaz no centro,
drenando, por ulceração ou
fistulização, substância que
varia conforme o processo
básico.

PÚSTULA
VEGETAÇÃO
Elevação circunscrita da epiderme, pequena cavidade similar
Pápula elevada, pediculada ou à vesícula, de conteúdo purulento, até 1cm.
não, de superfície irregular,
ocasionalmente sangrante. Pode A pústula pode ser séptica, como no impetigo ou na acne
ser recoberta por superfície juvenil, ou asséptica, como na psoríase pustulosa.
queratósica dura, inelástica e
amarelada, recebendo o nome
de verrucosidade ou lesão
verrucosa.

LESÕES DE CONTEÚDO LÍQUIDO

ABSCESSO
VESÍCULA
É uma coleção de pus localizada
Pequena cavidade de localização geralmente intraepidérmica e profunda, situada na derme ou
(podendo ser subcórnea, intraepitelial ou subepidérmica), de tecido subcutâneo que
conteúdo claro, medindo menos de 1cm de diâmetro. A geralmente é acompanhada de
lesão é elevada e circunscrita. A superfície pode ser esférica, sinais inflamatórios (edema,
pontiaguda ou umbilicada. Frequentemente ocorre turvação rubor, calor e dor) causada por
(pustulização) de seu conteúdo. infecção, inflamação ou
degeneração tumoral. Pode
situar-se em qualquer órgão. Na
pele, pode se desenvolver a partir
de foliculite profunda,
traumatismos ao redor de corpo
estranho ou outras infecções mais profundas. Pode drenar
para a pele como coleção purulenta, mas geralmente
apresenta-se como nódulo eritematoso.

25
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

ALTERAÇÕES DE ESPESSURA ATROFIA


Adelgaçamento da pele
CERATOSE decorrente de redução dos
elementos constituintes
Espessamento da camada dos tecidos normais, com
córnea, de consistência enrugamento, elevação ou
endurecida e coloração depressão em relação aos
esbranquiçada, amarelada ou planos circunjacentes.
pardacenta.
A atrofia pode ser idiopática ou secundária a processos
Quando excessiva, a inflamatórios e infecciosos.
queratose pode assumir
aspecto de verrucosidade. SOLUÇÃO DE CONTINUIDADE DA PELE

LIQUENIFICAÇÃO
ESCORIAÇÃO
Espessamento da pele com acentuação dos sulcos ou do
É uma lesão discreta,
quadriculado normal da pele, em decorrência do ato de coçar
resultante de um trauma por
persistentemente. A liquenificação pode apresentar alterações
da cor da pele. abrasão linear ou com
pequenas manchas, pontos ou
depressões, produzida por
meiosmecânicos geralmente
envolvendo somente a
epiderme, mas, não raro, atingindo a derme papilar.

EROSÃO OU EXULCERAÇÃO
INFILTRAÇÃO Perda parcial da epiderme (somente) cuja resolução dá-se sem
Espessamento difuso por deixar cicatriz. Em geral, a erosão é secundária à ruptura de
infiltrado inflamatório, bolha intraepidérmica e existe exsudato na sua superfície.
tumoral, infeccioso ou Pode representar uma lesão primária em algumas doenças.
por doenças de depósito.
Exemplo, áreas frias
como pavilhão auricular
na hanseníase.

ESCLEROSE
Alteração da espessura e da consistência da pele que torna-se ULCERAÇÃO
rígida, perde o pregueado natural e resiste à distensão ou à
Perda circunscrita de epiderme e derme, podendo atingir a
tentativa de enrugamento por pressão digital. A área atingida
hipoderme e tecidos subjacentes. Pode representar também,
pela esclerose costuma permanecer lisa e brilhante. Pode
uma lesão primária como na úlcera de estase, na leishmaniose
haver alterações da cor da pele comprometida.
e outras doenças.
A pele esclerótica é firme e endurecida e tais alterações
costumam ser mais palpáveis do que visíveis. Em alguns
casos, como em tecido de cicatriz, a pele da superfície da
esclerose é branca e brilhante, com perda total dos sulcos
naturais.

26
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

FISSURA CROSTA
Fenda linear, estreita e profunda na pele. Ocorre com É formada por exsudato que se forma na área de perda
frequência no eczema crônico e no intertrigo. Ocorre quando tecidual, resultante do dessecamento de serosidade, pús ou
a pele perde flexibilidade, torna-se quebradiça ou macerada. sangue, em mistura com restos epiteliais. Apresenta cores
As fissuras são mais proeminentes em áreas distendidas por variáveis conforme o tipo de secreção (vermelho-escuro,
movimento, como nos lábios, dobras, mãos e pés. amarelo, esverdeada, respectivamente hemática, sero-
hemática ou purulenta). No pênfigo, por exemplo, as crostas
decorrentes da dessecação de bolhas podem ser
serohemáticas e/ou seropurulentas. No impetigo, a cor das
crostas é amarela e típica, recebendo a denominação
melicérica pela semelhança com a cor do mel.

FÍSTULA
Pertuito da pele, geralmente com borda fibrótica, por onde se
dá a drenagem de material proveniente de foco supurativo ou
necrótico profundo.

ÚLCERA DE DECÚBITO
São áreas de pele
danificadas que decorrem
da falta de irrigação
sanguínea devido à
pressão prolongada.

As úlceras de
decúbito muitas vezes
resultam da pressão combinada com puxões na pele, fricção
e umidade, particularmente em áreas ósseas.

SEQUELAS

LESÕES CADUCAS CICATRIZ


Lesão brilhante, destituída dos anexos cutâneos, decorrente
ESCAMAS da reparação dos tecidos destruídos. Pode ser plana,
Massa laminar, de aspecto e dimensões deprimida ou elevada.
variáveis, resultante do acúmulo de
queratinócitos, em decorrência de
distúrbio da queratinização.
Geralmente acompanhada de eritema, a
escama pode ser seca ou gordurosa,
laminar, nacarada ou fina (furfurácea).

27
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

AULA 8 – AFECÇÕES BENIGNAS DE PELE


VERRUGAS VERRUGA PLANA
Pápulas pouco salientes, com milímetros de diâmetro,
numerosas, rosadas, marrom-claras ou amarelo-claras, em
Infecções localizadas, produzidas pelo subgrupo papova.
geral na face e no dorso da mão
Nelas, as células proliferam formando uma massa que
permanece confinada à epiderme. → Tratamento: ácido retinoico 0,05% noturno (3 a 5
semanas)+ imiquimod creme, 1x ao dia, 3x por semana OU
• Verruga vulgar
5-Fluorouracil em noites alternadas.
• Verruga plantar
VERRUGA FILIFORME
• Verruga plana
Projeções digitiformes, cor da pele. Predominam em torno da
• Verruga filiforme boca, dos olhos e da asa nasal.

• Verruga genital (Condiloma Acuminado) → Tratamento: cortadas com tesoura curva e hemostasia com
eletrocoagulação
VERRUGA VULGAR
Pápula ceratósica de superfície rugosa, (milímetros de
diâmetro), em número variável, principalmente, no dorso das
mãos, ao redor das unhas e leito ungueal.

→ Tratamento: ácido salicílico a 25% + ácido lático a 20%


(diários) + ácido nítrico fumegante(semanal)

VERRUGA GENITAL
(CONDILOMA ACUMINADO)
Lesões vegetantes, não-ceratósicas úmidas, isoladas ou
agrupadas, com aspecto de couve-flor, na área genital e
perigenital.

→ Tratamento:

VERRUGA PLANTAR Podofilina a 25% em tintura de benjoim, enxaguar após 6hrs,


Pápulas que crescem para dentro, assimétricas e pouco 1x por semana
numerosas – “olho-de-peixe”.
Imiquimod em creme, 1x ao dia OU 5-Fluorouracil, 3x por
→Tratamento: ácido salicílico a 25% + ácido lático a 20% em semana
colódio elástico + lâmina ou lixa para aparar a verruga.

28
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

EPIDERMODISPLASIA VERRU CIFORME ACROCÓRDONES


• Semelhante a verruga plana, mas lesões em maior • Pequena excrescência,
número, têm início na infância. marrom ou cor da pele,
aderida por um pedículo
• HPV5  elevado potencial carcinogênico  curto.
carcinoma espinocelular
• Comuns em obesos
→ Tratamento: retinoides sistêmicos, interferon, crioterapia, • Comuns nas axilas, no
laser de CO2 pescoço e na região
inguinal

→ Tratamento: excisão com


tesoura ou eletrocirurgia

CERATOSE SEBORREICA DERMATOFIBROMA

• Placas superficiais, • Nódulo dérmico


ásperas, céreas, marrom- hiperpigmentado nas
escuras, facilmente pernas, endurecidos e
removidas. elevadas – pequenos
traumatismos, picadas
• Quando irritadas, podem de insetos
ficar avermelhadas ou
escuras e tornarem-se → Tratamento: shaving, criocirurgia.
pruriginosas
CERATOACANTOMA
** Aparecimento súbito 
sinal de Leser-Trelat  • Tumor epitelial benigno: inicia com mancha
câncer visceral eritematosa que se transforme em pápula, cor da
pele, parte central com uma rolha ceratósica.
→ Tratamento: excisão por shaving, eletrofulguração ou
crioterapia • Apresenta-se comumente em idosos

• Crescimento rápido, principalmente, em idosos,


CORNO CUT ÂNEO imunodeprimidos
• Projeção dura e cônica composta de queratina, que
• Localização preferencial: mãos e braços, seguido do
ocorre na face, nas mãos e nas orelhas.
tronco
• Pode ocultar tanto lesões benignas como malignas,
• Pode sofrer involução espontânea
como verrugas, ceratose actínica e o carcinoma
epidermoide. → Tratamento: eletrodessecção e curetagem para lesões
pequenas e excisão e sutura para grandes. Múltiplas lesões –
→ Tratamento: excisão com tesoura; excisão e sutura;
isotretinoína oral
crioterapia.

29
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

NEVOS MELANOCÍTICOS HIPERCROMIA


• Neoplasias benignas, acúmulo de melanina • Aumento da pigmentação na pele – aumento de
melanina ou melanócitos
➔ Juncional: no nível da camada basal da epiderme –
maculosos, pouco papulosos, superfície lisa e sem pelos, cor • Lentigos – manchas hipercrômicas pequenas, de
acastanhada – palmares, plantares, genitais, de mucosa. Mais limite nítidos.
frequentes na infância
 Lentigo juvenil surge entre os 2 e 5 anos de idade.
➔ Dérmico: no nível da derme – cor da pele ou
 Lentigo solar surge no adulto, em áreas expostas à
acastanhados, hemisféricos, pelos discretos, pode possuir
luz solar
telangiectasias (exclusivos em adultos)
→ Tratamento:
➔ Composto: elevados e mais pigmentados, superfície crioterapia;
papilomatosa eletrofulguração com
curetagem;
→ Tratamento: biopsia excisional (importante devido ao
cauterização química
risco de desenvolvimento de um melanoma).
e luz intensa pulsada

INDICATIVOS DE MALIGNIZAÇÃO

• Sensação de prurido NEVOS DE OTA


• Mancha hipercrômica intensa, azulada, atinge a
• Alteração do tamanho da lesão
pele da face inervada pelo trigêmeo e a esclerótica
• Alteração na superfície
• Vias aéreas superiores e íris também podem estar
comprometidas
• Alteração na pigmentação

• Inflamação • Geralmente é unilateral

• Ulceração

• Sangramento

• Derrame de pigmento além das bordas da lesão


(Sinal de Hutchinson)

NEVOS DE ITO
• Hipercromia que atinge a área correspondente aos
nervos látero-braquial e supraclavicular posterior –
região escapular, deltoidea e supraclavicular.

→ Tratamento: laser de rubi

30
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

NEVO EPIDERMICO SERINGOMA


• São geralmente hipertróficos, verrucosos e • São tumores dos
hiperpigmentados ductos sudoríparos,
compostos de
• Histologicamente – hiperplasia da epiderme e da pápulas dérmicas
derme papilar pequenas, firmes,
cor da pele.
• Pode ser classificado de acordo com características
clínicas ou padrão histológico • Ocorrem nas
pálpebras inferiores, e menos comumente na testa,
• Pode apresentar inflamação crônica tanto clínica
no tórax e no abdome.
quanto histológica, como o NEVIL (nevo
epidérmico verrucoso linear inflamatório) → Tratamento: Eletrocauterização e curetagem; excisão com
tesoura ou lasers.
• Os que são presentes ao nascer e os localizados na
cabeça são menos propensos a disseminação
XANTELASMA
→ Tratamento: dermoabrasão, crioterapia, terapia com laser
• Placas amareladas, planas, localizadas ao redor dos
e excisão tangencial (shaving)
olhos – depósitos de colesterol e triglicerídeos.

• Metade dos paciente apresentam anomalias lipídicas

→ Tratamento: cauterização química, eletrocirurgia ou


excisão com sutura.

NEVO SEB ÁCEO DE JADASSOHN


• É um nevo epidérmico linear
que aparece numa área rica
em glândulas sebáceas,
como coro cabeludo e região
frontal.

• Ao nascimento é plano e não


tem pelos, mas durante a
puberdade torna-se
hipertrófico e amarelado à medida que as glândulas NEVUS FLAMMEUS
sebáceas tornam-se maiores • São lesões planas vinhosas geralmente presentes ao
nascimento, constituídas de numerosos vasos
→ Tratamento: Remoção cirúrgica na puberdade, quando as dilatados e bem formados
margens já estão nítidas.
• Podem-se apresentar associados à síndromes
HIPERPLASIA SEBÁCEA SENIL
→ Tratamento: laser pulsado que atinge os vasos
• Aparece em idosos que desenvolvem superficiais; as pequenas lesões pode ser excisadas.
pequenas pápulas amareladas
agrupadas ao redor de um óstio
folicular na face. Diagnóstico
diferencial com carcinoma
basocelular.

→ Tratamento: Eletrofulguração, crioterapia e aplicação de


ácido tricloroacético.

31
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

HEMANGIOMAS HIDRADENITE SUPURATIVA


• Proliferação capilar nas • Infecção localizada recorrente das glândulas
lesões recentes e fibrose apócrinas, localizada com mais frequência nas
das leões antigas – axilas, mas também observadas nas virilhas, região
diferencial com lesões perineal e inframamária.
malignas – param de
crescer dos 12 aos 15 • Primeiras manifestações surgem como nódulo
meses (resolução eritematosos (idênticos a furúnculos), mas logo a
espontânea) seguir cistos e fístulas de drenagem passam a
predominar.
→ Tratamento: Corticoide
Sistêmico (prednisona); Injeção • Embora a cultura para bactérias seja
intralesional de corticoide; Interferon-α; frequentemente positiva, respondem pouco aos
antibióticos e provavelmente não é uma infecção
** Pode ser usado na forma de aplicação intralesional em primária.
lesões pequenas: Crioterapia, Escleroterapia, Laserterapia,
Embolização e Cirurgia • Predisposição: genética (mulheres), suor excessivo,
infecção bacteriana.

LAGO VENOSO Tratamento


• São nódulos facilmente
• Compressas quentes para induzir a drenagem.
compressíveis, escuros e
• Antibioticoterapia sistêmica
azulados que aparecem
• Drenagem
geralmente nos lábios e
• Isotretinoína oral
orelhas dos idosos.
• Excisão com enxertia
• Podem ser confundidos • Terapia antiandrogênica
com tumores pigmentados, • Laser terapia
porém clareiam à • Radioterapia
compressão.

→ Tratamento: exérese, eletrocirurgia, crioterapia e laser


terapia.

RINOFIMA
• Ocorre um grande aumento do nariz,
podendo ser idiopático ou associado à
rosácea. A causa de acentuada
proliferação de glândulas sebáceas é
desconhecida.
CISTOS
• Quadro clínico característico: nariz
Lesões circunscritas classificadas pela natureza
aumentado com aberturas foliculares e
histológica de sua parede e de seu conteúdo.
eritematoso.
Cisto Epidermoide
→ Tratamento:
• Cisto Triquilemal
- Clínico: evitar fatores estimulantes de rosácea ( estresse,
álcool, cafeína e prevenir infecções); utilizar corticoides, • Cisto Dermoide
isotretinoína e antibiótico tópico para evitar infecções.
• Mílios
-Cirúrgico: shaving associado à dermoabrasão ou à
eletrofulguração. • Esteatocitoma

32
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

CISTO EPIDERMOIDE CISTO DERMOIDE


• Lesão com orifício de drenagem – elimina material Lesão Congênita – geralmente presente na face ou nas
fétido e caseoso por um orifício central, que é um estruturas gonadais – cápsula formada pela epiderme e
folículo piloso. anexos rudimentares – pode conter componenetes
epidérmicos, dérmicos e anexiais, e ainda osso,
→ Tratamento: exérese, sendo importante remover a pele cartilagem, dentes e pelos.
com orifício central e toda cápsula do cisto
→ Tratamento: Exérese

MÍLIOS
• Pequenos cistos superficiais que aparecem ao redor
dos olhos, também surgem como sequelas de
queimaduras, doenças bolhosas ou complicações de
peeling químico/dermoabrasão. ESTEATOCITOMA
• São cistos amarelos, pequenos e amolecidos,
** É um pequeno cisto epidermoide
localizados na cabeça, tronco e genitália.
→ Tratamento: Incisão com o bisel de uma agulha e a
** Ocorrem com maior frequência em lesões múltiplas,
expressão do conteúdo.
sendo de herança autossômica dominante.

→ Tratamento: Consiste na excisão e na sutura das lesões

CISTO TRIQUILEMAL
São duros, geralmente encontrados no couro cabeludo –
tendem a calcificar.

→ Tratamento: Excisão e sutura

33
Ana Júlia Soares Oliveira
Habilidades IV – Cirurgia Ambulatorial
Turma 73 – Medicina Unimontes

MUCOCELE LIPOMA
• É um falso cisto da mucosa oral causado pela • Nódulo subcutâneo macio, arrendondado ou
obstrução de um ducto da glândula salivar lobulado, isolado ou múltiplo, de tamanho variado,
secundária. constituído de células gordurosas maduras.

→ Tratamento: Excisão e sutura; Excisão e cicatrização por • Locais de predileção: Pescoço; Tórax; Antebraço;
segunda intenção; crioterapia; eletrocirurgia. Coxas e Nádegas

** Quando localizados na região frontal ou temporal, podem


ser submusculares.

→ Tratamento: Excisão e Enucleação; com curativo


compressivo

** Alteração da gordura = Biópsia.

CISTO MUCOSO DIGITAL


• Pequeno tumor mole, nas imediações da articulação
interfalangiana distal que surge por meio de
elementos sinoviais.

→ Tratamento: Punção e infiltração de corticoide


(triancinolona), 1 a 2 sessões. Se não for resolvido, é
necessária a intervenção de uma cirurgia de mão.

34

Você também pode gostar