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Módulo de

Prevenção e
Combate a Incêndio
CURSO DE FORMAÇÃO DE BRIGADA

LEGISLAÇÃO

NBR 14276 – da ABNT


NR 23 - Proteção e Prevenção contra Incêndios
(Regulamenta a Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978 do MT)

Toda empresa deverá possuir em seu quadro de funcionários, pessoal


devidamente treinado para o primeiro combate a focos de incêndios.

CONCEITO

Grupo organizado de pessoas voluntárias ou não, treinadas e capacitadas para


atuar na prevenção, abandono e combate a um princípio de incêndio e prestar os
primeiros socorros, dentro de uma área preestabelecida. NBR 14276

OBJETIVO

O objetivo principal deste treinamento é dotar a empresa de equipes de


funcionários aptas para atuar em situações de emergência, que nos casos de um
princípio de incêndio ou em situações que exijam a evacuação da área, em condições
seguras, evitando o pânico e o descontrole.

CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DOS BRIGADISTAS

• Interesse pela função


• Bom condicionamento físico e boa saúde
• Liderança
• Iniciativa
• Estabilidade emocional
• Capacidade de ouvir os outros
• Cooperação
• Capacidade de contornar situações imprevisíveis

O R G AN O G R AM A D A BR IG AD A

C H E F E (1)

SU B C H EF E (1)

AUXILIARES (6)

_________________________________________________________
E Q U IP E D E C O M B A TE 2
PREVENÇÃO EACOMBATE
IN C Ê N D IO A INCÊNDIOS
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ATRIBUIÇÔES DO CHEFE DA BRIGADA

• Capacitar a Brigada;
• Coordenar as atividades da brigada;
• Conscientizar os funcionários;
• Conduzir os treinamentos práticos da Brigada;
• Determinar o nº de mangueiras para a operação;
• Conduzir o Aparelho Divisor (derivante);
• Determinar o local para o início do ataque;
• Ficar em posição que possa orientar a operação e evacuação;
• Inspecionar diariamente as instalações e equipamentos de combate a incêndios;
• Preocupar-se com a segurança dos brigadistas;
• Propor medidas de proteção contra incêndio.

ATRIBUIÇÕES DO SUB-CHEFE DA BRIGADA

O Sub-chefe deve estar apto para substituir o chefe, na ausência deste.Além


disso, cabe-lhe:

• Munir-se de mangueira conforme a operação (21/2);


• Controlar o aparelho divisor;
• Corrigir a ligação sempre que necessário.

ATRIBUIÇÕES DOS AUXILIARES

• Participar dos treinamentos teóricos e práticos;


• Participar dos exercícios de emergência;
• Executar tarefas relacionadas com a brigada;
• Dar o máximo de si, utilizando tudo que sabe;
• Cumprir e fazer cumprir as Normas de Proteção Contra Incêndio;
• Atender prontamente ao sinal de alarme.

Entre os auxiliares teremos os chefes e os ajudantes de linha, vejamos:

• Chefe de Linha - Brigadista que fica no controle final da linha e deve munir-se
de esguicho;
• Ajudante de Linha - Brigadista que apoia diretamente o chefe de linha e deve
munir-se de mangueira (11/2), estendê-la e corrigí-la sempre que necessário.

TREINAMENTO PARA BRIGADISTAS

TEÓRICO INICIAL:

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- Através de Curso de Formação Básica em Prevenção e Combate a Incêndio.

TEÓRICO PERIÓDICO:

- Cursos específicos de reciclagem;


- Reuniões periódicas;
- Visitas Técnicas.

PRÁTICO:

- Exercícios com emprego e manejo dos equipamentos de combate a incêndio;


- Exercício de simulação de emergência;
- Inspeções periódicas nos equipamentos de combate a incêndio.

EXERCÍCIO SIMULADO

1º TREINAMENTO:
- Avisar dia e horário.
2º TREINAMENTO:
- Avisar somente o dia.
3º TREINAMENTO:
- Avisar apenas a semana.

Obs.: A partir do 4º Treinamento dispensar a necessidade de aviso.

TEORIA DO FOGO

FOGO:
É uma reação química denominada combustão, que produz luz e calor.

INCÊNDIO:
É a propagação rápida e violenta do fogo, provocando danos materiais e/ou
perdas de vidas.

CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS:

• PRINCÍPIO DE INCÊNDIO;
• INCÊNDIO (pequeno, médio, grande);
• INCÊNDIOS EXTRAÓRDINARIOS (fenômenos naturais).

CAUSAS DOS INCÊNDIOS:

• NATURAIS: raios, terremotos, vulcões e/ou oxidação espontânea


• ACIDENTAL: falha humana
• PROPOSITAL: incêndio premeditado (crime)
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ELEMENTOS DO FOGO

Para ocorrer a combustão é necessário a presença de três elementos


básicos:

• COMBUSTÍVEL
• TEMPERATURA DE IGNIÇÃO
• COMBURENTE (oxigênio)

A reunião desses três elementos dá-se o nome de triângulo do fogo.

TRIANGULO DO FOGO

OS COMBUSTÍVEIS SE DIVIDEM EM:

 SÓLIDOS: papel, madeira, tecido;


 LÍQUIDOS: álcool, éter, gasolinas;
 GASOSO: acetileno, butano, propano.

O OXIGÊNIO

Encontrado na atmosfera num percentual médio de 21%, o que permite a


manutenção da vida e propicia a combustão.
Ambientes com percentuais de oxigênio abaixo de 16% não possibilita a
combustão. O carvão, sob a forma de brasa, queima até 9% de Oxigênio.

TEMPERATURA DE IGNIÇÃO

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É o elemento que possibilita a reação entre combustível e o comburente
(oxigênio). Podendo ser gerado por inúmeras fontes desde simples atritos até
superaquecimentos de fiação elétrica.

TRANSMISSÃO DO CALOR

• CONDUÇÃO: necessita do contato físico e direto entre os corpos, comumente


ocorre entre os sólidos;
• CONVECÇÃO: o calor se propaga através de um meio circulante, líquido ou
gasoso (ar quente);
• IRRADIAÇÃO: o calor se propaga por meio de ondas caloríficas, em todas as
direções.

PROPRIEDADES DE QUEIMA DO COMBUSTÍVEL

• PONTO DE FULGOR: É a temperatura na qual os corpos combustíveis


começam a liberar vapores, que se incendeiam em contato com uma fonte
externa de calor. Entretanto, a combustão não se mantém devido à insuficiência
de gases;
• PONTO DE COMBUSTÃO: Temperatura mínima na qual os vapores
desprendidos dos corpos combustíveis se inflamam ao entrarem em contato
com uma fonte externa de calor e através da qual a combustão se mantém;
• PONTO DE IGNIÇÃO: Temperatura mínima na qual os vapores desprendidos
dos corpos combustíveis entram em combustão, quando em contato com o
oxigênio, independente de qualquer fonte externa de calor e através da qual a
combustão se mantém.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DE COMBATE A INCÊNDIO

Para nossa própria segurança devemos conhecer os aspectos fundamentais


para o combate ao incêndio.

São eles:
1- Classes de incêndios;
2 - Métodos de extinção do fogo;
3 - Os agentes extintores;
4- Utilização dos equipamentos de combate a incêndio.

CLASSES DE INCÊNDIO

CLASSE A: incêndios envolvendo combustíveis sólidos


Caracterizam por deixarem resíduos (cinzas e brasas) e a queima se dá na
superfície e em profundidade. Ex: madeira, papel e borracha.

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CLASSE B: incêndio envolvendo líquidos inflamáveis, graxas e gases.
Caracterizam-se por não deixarem resíduos e queimarem apenas na
superfície. Ex: Gasolina, álcool, tinta e querosene.

CLASSE C: incêndio envolvendo equipamentos energizados ou sob cargas elétricas.


Nesta classe necessita-se de um agente extintor que não conduza corrente
elétrica. Esta classe de incêndio pode ser mudada para classe A se for interrompido o
fluxo elétrico.
Ex: transformadores e geradores.

CLASSE D: incêndio envolvendo metais pirofóricos.


É caracterizado pela queima em altas temperaturas e por reagir com agentes
extintores comuns (principalmente os que contenham água). Utiliza-se agentes
extintores especiais e técnicas apropriadas. Os pós especiais (grafite, cloreto de sódio)
têm sido empregados com êxito neste tipo de incêndio.
Ex: carbureto, magnésio, titânio e sódio.

CLASSE E: incêndio envolvendo materiais radioativos.


Ex: césio 137

MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO

Conhecido o triângulo do fogo, verificamos que a combustão só existirá


quando estiverem presentes os três elementos essenciais, agrupados de modo correto.
Calcado nesse conhecimento é que se baseiam os modernos métodos de extinção do
fogo, a saber:

ABAFAMENTO - Consiste na reduzir ou impedir o contato do oxigênio com o material


combustível;
RESFRIAMNETO - Consiste na absorção do calor do material incendiado. É o método
mais usado, sendo a água seu melhor agente;
RETIRADA DO MATERIAL OU ISOLAMENTO - Consiste na retirada, diminuição ou
interrupção do material ainda não incendiado. É o mais simples na sua realização.

OS AGENTES EXTINTORES

São considerados agentes extintores as substâncias (sólidas, líquidas ou


gasosas) que neutralizam e/ou eliminam a progressão do fogo. Através dos métodos
de extinção:

PRINCIPAIS AGENTES EXTINTORES

1 – ÁGUA

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2 - ESPUMA
Atua pelos processos de resfriamento e abafamento. Consiste da mistura do
ar + água + Líquido Gerador de Espuma – LGE.

3 - PÓS QUÍMICOS SECOS

4 - GASES INERTES ( CO² E NITROGÊNIO)

5 - SÓLIDOS SECOS GRANULADOS (opcionais)

EQUIPAMENTOS DE COMBATE A INCÊNDIO


• Mangueiras e chaves de mangueiras
• Esguichos
• Extintores
• Hidrantes
• Chuveiros Automáticos (Sprinklers)

MANGUEIRAS E CHAVES DE MANGUEIRAS:


É confeccionada de lona com revestimento interno de borracha. Pode ser de 2
1/2 e 1 1/2 polegadas com 10 ou 15 metros.

ESGUICHOS:

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Aparelho de metal que controla a saída d’água e os tipos de jatos a serem
aplicados para combater o incêndio.

EXTINTORES:
São equipamentos que servem para extinção de princípios de incêndio, cujo
tamanho e peso, permitem ser transportados manualmente ou por meio de rodas.

CLASSIFICAÇÃO DOS EXTINTORES

• QUANTO AO AGENTE EXTINTOR:


Água;
Pó Químico Seco (PQS);
Gás Carbônico (CO²);
Espuma.
• QUANTO AO PRINCÍPIO DE PRESSÃO:
Pressurizado;
Pressurizável.

HIDRANTES:

São tubulações metálicas que conduzem água sob pressão, desde os


reservatórios, até os seus terminais.
As empresas que possuam área ocupada, superior a 750 m² são obrigadas a
possuírem rede de hidrantes.

CHUVEIROS AUTOMÁTICOS (Sprinklers):

Sistema de extinção de incêndio que consiste na distribuição de tubulações


metálicas localizadas no teto das edificações, possuindo em determinados pontos bicos
aspersores sensíveis ao calor.
Estes bicos abrem-se automaticamente, em função da elevação da
temperatura, permitindo a passagem do agente extintor ( normalmente água ).
Permitem ação localizada, direcionando a aspersão d’água apenas no local
em chamas.

SISTEMAS DE DETECÇÃO:

• DETECTORES DE CALOR - Aparelhos destinados a registrar a elevação da


temperatura no ambiente.

• DETECTORES DE FUMAÇA - Aparelhos destinados a detectar a emissão de


fumaça.

PREVENÇÃO DE INCÊNDIO

A melhor medida para prevenir o incêndio é não permitir que se forme o


conhecido triângulo do fogo.
Existem várias maneiras, algumas são clássicas e gerais.

Obs: O trabalhador pode estudar e desenvolver outras típicas de seu local de trabalho.
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PROVIDÊNCIAS SIMPLES E PRÁTICAS PARA EVITAR A OCORRÊNCIA DE FOGO.

• Manter sempre que possível a substância inflamável longe de fontes de calor e


de comburente.
Ex: Botijões de GLP devem ficar fora do refeitório e em local arejado e ventilado.

• Manter o local de trabalho, a mínima quantidade de inflamável para uso.


Ex: Em operações de pintura, o solvente armazenado deve ser apenas o suficiente
para o dia de trabalho.

• Possuir um depósito fechado e ventilado para a armazenagem de inflamáveis e,


se possível, o mais distante da área de trabalho.

• Manutenção elétrica apropriada.


Fios expostos ou descascados podem ocasionar curtos-circuitos que serão origem de
focos de incêndio, se encontrarem condições favoráveis à formação de chamas

• Instalações elétricas mal dimensionadas.


Poderão provocar aquecimento nos fios e originar incêndios.
A carga excessiva em circuitos elétricos pode e deve ser evitada.

• Manutenção mecânica.
Falta de Manutenção e lubrificação em equipamentos mecânicos pode ocasionar
aquecimento por atrito em partes móveis, criando a perigosa fonte de calor.

• Ordem e limpeza
O corredor com acúmulo de fibras voláteis, papéis e estopas suja de óleo, graxa pelo
chão, são lugares onde o fogo pode começar e propagar rapidamente, sendo mais
difícil a sua extinção.

• Instalações de pára-raios
Os incêndios causados pelos raios são muito comuns. Daí, a instalação de pára-raios
ser uma proteção importantíssima, que deve feita por profissional habilitado.

PLANO DE AÇÃO – ORIENTAÇÕES BÁSICAS

Os procedimentos operacionais contidos no Plano de Ação são de


fundamental importância nas situações de emergências. As instruções relativas a uma
eventual evacuação devem ser claras e bem detalhadas, definindo, inclusive, as
pessoas destinadas ao controle da situação para evitar que o pânico se instale.

CONDIÇÕES IMPORTANTES PARA EFICÁCIA DE UM PLANO DE AÇÃO:

• Todas as saídas devem ser claramente sinalizadas;

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• Nunca deverá armazenar qualquer volume nos degraus das escadas, ou
próximas a estas de forma que impossibilite a evacuação das pessoas;
• Após os trabalhos de evacuação, cabem as pessoas encarregadas se
certificarem se realmente não há mais ninguém no prédio;
• Pessoas portadoras de deficiência física devem ser retiradas por pessoas
treinadas especificamente para esses casos;
• As simulações de incêndio devem ser realizadas freqüentemente. Deste modo
além do Plano de Ação revelar possíveis falhas, o pessoal se especializa cada
vez mais através do treinamento.

PROCEDIMENTO PARA EVACUAÇÃO

• As determinações do Plano de Ação, elaborado para ser posto em pratica nas


situações de emergência, devem ser estudadas com freqüência. Assim, não
haverá dificuldade em segui-las quando isso se tornar necessário;
• Nos casos de evacuação não perca a calma, haja com rapidez mais sem
precipitação;
• Se houver um telefone disponível, avise imediatamente a Segurança
Patrimonial para que essa possa tomar as precauções necessárias;
• Nunca abra uma porta se sentir que há fogo do outro lado, se ela estiver quente,
o que você pode saber tocando-a com as costas de uma das mãos, procure
outras saídas. Se, infelizmente, não houver alternativa, procure vedar todas as
frestas em volta dela com o que estiver ao seu alcance;
• Na presença de fumaças ou gases tóxicos, procure agachar-se indo em direção
a saída de emergência mais próxima;
• Se possível, cubra o nariz e a boca com um pano úmido, isso lhe permitirá
respirar melhor;
• Se o fogo atingir a sua roupa, não corra. Deite no chão e role para abafá-lo.
Quando você corre o fogo aumenta, alimentado pelo oxigênio;
• Nunca usar os elevadores, use as escadas;
• Ao chegar ao térreo, feche a porta se você for o ultimo a abandonar as
instalações em chamas. No entanto, não convém tranca-la, pois dificultaria os
trabalhos da Brigada de Incêndio;
• Ao deixar a área de risco, procure se apresentar as pessoas que estiverem
coordenado os trabalhos de salvamento. Dessa forma, elas saberão que você
não está mais em perigo.

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