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Prevenção e combate a incêndio

Por Edson de O. Ramos, Técnico em Segurança do Trabalho


Introdução
O objetivo desse treinamento é dotar a pessoa
de conhecimentos básicos a respeito da
prevenção (que é sempre o mais indicado) e
combate a incêndio.

Saber utilizar os equipamentos de combate a


incêndio é muito importante. Extintores,
hidrantes não fazem trabalho sozinho.
É preciso ter pessoas preparadas para usá-los
da forma correta.
Introdução
O uso do extintor de forma inadequada pode surtir
o efeito inverso, ao invés de apagar poderá
aumentar as chamas.

Quem combate o fogo na empresa?


Em algumas empresas existem as Brigadas de
Incêndio ou os Bombeiros Civis, que são os
especialistas nos uso, em outras, o SESMT deverá
passar a CIPA e aos funcionários pelo menos uma
noção básica. É importante que em todos os turno
tenham pessoas aptas ao combate do fogo.
Quem são os especialistas qualificados,
para agir em
situações de emergências de incêndios
na empresa?

Podemos contar com a ajuda de três


especialistas qualificados:
Brigadista, Bombeiro civil, Bombeiro militar.
Os três atuam com prevenção e combate a
incêndios, prestação de primeiros socorros e
evacuação de áreas em emergência. 
A questão é que existem distintas funções,
níveis de responsabilidades e certificações
atribuídos a cada um deles.

Entenda quais são esses fatores que


regulamentam e diferenciam o desempenho
das funçõesde brigadista, bombeiro civil e
bombeiro militar:
Brigadista – Grupo formado por funcionários
de empresa ou instituição, estão aptos a tomar
providências necessárias para:

Evacuar o local,
Iniciar procedimentos para apagar focos de
incêndio,
Acionar o corpo de bombeiros,
Se necessário, até prestar primeiros socorros.
Bombeiro Civil – Profissionais qualificados em
prevenção de incêndios,acidentes, planejamento
de planos de evacuação, resposta a emergências,
preservação de vidas e patrimônios.
Habilitados 1ºsocorros, combate a incêndios,
salvamentos aquáticos,terrestres,alturas,espaços
confinados.
Coordenam equipes de brigadas, guiam o Corpo
de Bombeiros no edifício, pois conhecem a
planta da edificação.
Lei 11.901/2009
Bombeiro Militar
Atua com combate a incêndios urbanos, flo
restais,atendimento pré-hospitalar, salvamen
to aquático, terrestre, em alturas,espaços con
finados, produtos perigosos, fiscalização de edi
ficações, perícia de incêndio e outros.
Resgates, socorros e atendimentos a emergên
cias públicas só podem ser realizados por bom
beiros militares.
Conhecendo o fogo
Não tem como
combater uma coisa
que não conhecemos.

Precisamos conhecer
nosso inimigo, seus
pontos fracos, para
podermos atacar com
a precisão e seriedade
que a situação nos
exigi.
Fogo - definição
Definir o fogo é mais complicado do que
parece, aqui temos dois dos vários e
conceitos disponíveis.

Fogo = Reação química de oxidação, onde há


liberação de luz e calor.

Fogo = É tudo que queima,


servindo como campo de ação
e propagação das chamas. 10
Elementos do fogo

Para ocorrer o fogo é necessário que haja:


- Calor;
- Oxigênio;
- Combustível.

A união desses três elementos é o


que conhecemos por triângulo do
fogo, e na falta de algum desses
elementos é impossível, que haja
fogo.
Quadrado do fogo?
Hoje muito se fala em quadrado e tetraedro do
fogo ,mas, como os métodos de extinção
trabalham com os mesmos componentes do
triângulo, preferimos focar nele (triângulo).

Imagem: Júnior CBMMA


Princípio de auto-sustentação
do fogo
Causas de incêndio

- Causas Naturais

Quando o incêndio é originado em razão dos


fenômenos da natureza, que agem por si só,
completamente independentes da vontade
humana.

Exemplo: Raio que cai e dá início a um


incêndio

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Causas de incêndio

- Causas Artificiais

Quando o incêndio acontece pela ação direta


do homem, ou poderia ser por ele
evitado tomando-se as devidas medidas de
precaução (atos inseguros ou condições de
insegurança). Esses atos ou condições são:

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Causas de Artificiais
Acidental
Quando o incêndio é proveniente do
descuido do homem, muito embora ele não
tenha intenção de provocar o acidente.
Esta é a causa da maioria dos incêndios.

Proposital
Quando o incêndio tem origem criminosa,
ou seja, houve a intenção de alguém
em provocar o incêndio.

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Formas de propagação do incêndio

Condução
É a transferência de calor diretamente no interior de um
corpo ou através de corpos em contato.
Esta transferência é feita de molécula a molécula sem
que haja transporte da matéria de uma região para
outra.

É o processo pelo qual o calor se propaga da chama


para a mão, através da barra de ferro ou no caso de
um incêndio em edifício, a propagação do incêndio,
acontecerá pela condução do calor pela estrutura
metálica, Vigas.
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Condução

Imagem: http://bombeiroswaldo.blogspot.com.br/
Formas de propagação do incêndio

Convecção

É a transferência do calor de um ponto para outro (feito


por líquidos) ou de forma ascendente (feito por ar,
fumaça e gases), através do transporte de calor dentro
de massas fluidas.

Em edificações verticalizadas essa é a principal forma


de propagação, fazendo a comunicação do calor pelo
interior da edificação através das escadas, condutos
de ventilação, poço dos elevadores, etc.

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Formas de propagação do incêndio

Convecção

Um exemplo de propagação em convecção


aconteceu no Edifício Joelma
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Formas de propagação do incêndio

Irradiação
É a emissão continua de calor, que é uma forma de
energia, denominada ondas calorífica, sob a forma
de radiação, essencialmente no espectro do
infravermelho, que se propaga em todas as direções
através do espaço sem a necessidade de suporte
material.

A intensidade com que os corpos são atingidos


aumenta ou diminui proporcionalmente a distancia
do corpo e a fonte irradiadora.

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Formas de propagação do incêndio

Irradiação

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Classes de incêndio

CLASSE “A”: São materiais de fácil


combustão, queimam tanto na superfície
como em profundidade, deixando resíduos.
Ex.: madeira, papel, etc.

CLASSE “B”: São os produtos que queimam


somente na superfície. Ex.: gasolina, óleos,
graxas, etc.

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Classes de incêndio

CLASSE “C”: Ocorre em equipamentos


elétricos energizados.
Ex: motores, quadros de distribuição, etc.

CLASSE “D”: Ocorre em materiais


pirofóricos como magnésio, zircônio, titânio, etc.

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Tipos de extintores a respectiva
classe e tipo de incêndio.
Tipos de extintores:
Para  incêndios de classe A 
O eficiente é o extintor de água. 

Pode-se usar também o extintor de


pó químico e CO² porém não é eficiente para
esse tipo de incêndio. Pois esses agentes não
conseguem penetrar no material que está
queimando

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Para classe B
O indicado é o Pó químico (Bicarbonato de
Sódio).
Sódio)

Nesse caso nunca deve ser usado o extintor


de água, pois ele pode aumentar o as chamas.
Nesse tipo de incêndio o CO²
não é eficiente.

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• Para classe C
(CO²)Gás carbono

Pode ser usado também o pó químico, mas


seu uso pode estragar os equipamentos.
Após desligar a rede elétrica
poderá usar também o extintor
com carga de água.

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• Para classe D
A base de Cloreto de Sódio.

O incêndio é extinto pelo isolamento


entre o metal e a atmosfera.

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Conhecendo o extintor

Extintores de incêndio são equipamentos


indicados para controlar princípio de
incêndio.
Tal limitação se deve ao fato de ter carga
de produto reduzida. Isso acontece por
causa do tamanho do extintor.
E exatamente por isso a prevenção é
sempre o mais recomendado. 
Conhecendo o extintor por
dentro

- Mangueira;
Serve como passagem para o agente extintor.

- Presurizante;
Serve para expulsar o agente
extintor
do recipiente.
Conhecendo o extintor por
dentro
- Sifão ou Pescador;
Conduz a agente extintor
Desde o interior do
Recipiente para a válvula
de descarga

- Agente extintor;
É o produto químico ou
Água que apaga o fogo.
Conhecendo o extintor por
dentro

- Recipiente;
Serve para armazenar
o agente extintor.

- Base;
Serve para apoiar o
extintor, para assim,
mantê-lo em pé.
Conhecendo o extintor por
fora
- Manômetro; - Pino de segurança;
Serve para medir a Serve para travar o
quantidade de pro- gatilho do extintor.
duto no extintor
Conhecendo o extintor por
fora
- Alavanca;
Serve para dar apoio á pressão no gatilho.

- Gatilho;
Serve para acionar o extintor.
Conhecendo o extintor por
fora
Pintura;
Normalmente na cor vermelha.
Selo do INMETRO;

Anel de identificação;
Serve para identificar a empresa
que fez a recarga do extintor.
Por isso, extintor novo não tem o anel.
O anel em questão não pode apresentar
rasuras ou deformações.
Cuidados necessários ao
extintor
Os extintores devem ser instalados em
local de grande movimentação e ficar
sempre em local de fácil visualização.

Devem ser instalados em altura não


superior a 1.60 m.

O cilindro deverá ter um adesivo com a


logomarca do INMETRO.
Cuidados gerais
Não obstrua os extintores.

Não obstrua o acesso aos extintores e


nem os corredores de passagem de
emergência.

Se o lacre do extintor for rompido


mesmo por acidente, recarregue o
extintor. O lacre é a garantia de que o
equipamento está apto para uso.
Princípios de combate a
incêndio
Como já vimos acima o fogo
consiste em um triângulo.

Todo combate a incêndio se baseia


na retirada de um ou mais
elementos do triângulo do fogo

Para retirar algum elemento


podemos usar esses métodos:
Princípios de combate a incêndio

Abafamento.

Resfriamento.

Isolamento.

Rescaldo.
Princípios de combate a incêndio
Abafamento.

Consiste em retirar o
oxigênio do contato com o
fogo.

Método indicado:
Extintores de CO²,
Pó químico, água ou mesmo
terra.
Princípios de combate a incêndio

Resfriamento.
Consiste em retirar
o calor do fogo.

Método indicado:
Água e CO².
Princípios de combate a incêndio

Isolamento.

Consiste em separar a parte que está


queimando da que não está.

Exemplo: Aceiro.
Princípios de combate a incêndio
Rescaldo.
Conjunto das operações necessárias para
completar a extinção do fogo, impedir a
reignição e colocar o local em condições de
segurança.
Como usar o extintor
Procure um extintor apropriado para o tipo
de incêndio, lembre-se das dicas acima;

Pegue o extintor seguran-


do-o na posição vertical;

Rompa o lacre;

Retire o pino
de segurança;
Como usar o extintor
Posicione-se a uma distância segura, mas não fique
longe das chamas, isso torna o combate ineficiente;

Dirijao jato do o jato para a base (parte baixa do


fogo), deve-se movimentos como se estivesse
varrendo o fogo;
Aperte o gatilho até o fim;
Como usar o extintor
Como usar o extintor
Como usar o extintor
Como usar o Hidrante
Um combate mal sucedido
Veja aqui um exemplo de combate a incêndio mal
sucedido. Talvez o fato do combatente ter ficado
muito distante do fogo tenha causado o fracasso.

1º 2º
Um combate mal sucedido

Felizmente nesse caso o prejuízo foi apenas


material.

3º 4º
Como usar o hidrante

Verifique o tipo de incêndio, lembre-se das


dicas acima.
O ideal é trabalhar sempre com mais de
uma pessoa, mas, se só tiver uma dá para
usá-lo. Só que irá requerer esforço extra.

- Desligue a rede de energia elétrica.


Como usar o hidrante

- Abra a caixa de hidrante.

- Conecte a mangueira

- Conecte o bico da mangueira;

- Segure o bico da mangueira de maneira


firme. Abra um pouco as pernas para
aumentar o apoio;
Como usar o hidrante

Como já dissemos o ideal é trabalho pelo


menos em dupla, para que nessa hora a
outra pessoa abra o registro.

Abra o registro e combata o fogo. Se o


bico do hidrante tiver regulagem pode
optar por jato neblinado ou jato
compacto. Estude a situação e faça sua
escolha.
Chuveiros automáticos (sprinklers)
Os chuveiros automáticos são dispositivos com
elemento termo-sensível projetados para serem
acionados em temperaturas pré-determinadas,
lançando automaticamente água sob a forma de
aspersão sobre determinada área, com vazão e
pressão especificados, para controlar ou extinguir
um foco de incêndio.

Imagem WB Tecnologia
Chuveiros automáticos (sprinklers)
Os chuveiros automáticos ou sprinklers são
compostos basicamente pelos seguintes
componentes:

Corpo: parte do chuveiro automático que


contém rosca, para fixação na tubulação,
braços e orifícios de descarga, e serve como
suporte dos demais componentes;
Chuveiros automáticos (sprinklers)
Defletor: componente destinado a quebrar o
jato sólido, de modo a distribuir a água,
segundo padrões estabelecidos nas normas
brasileiras;
Obturador: componente destinado à vedação
do orifício de descarga nos chuveiros
automáticos e que também atua como base para
o elemento termo-sensível tipo bulbo de vidro;

Imagem WB Tecnologia
Chuveiros automáticos (sprinklers)
Elemento Termo-Sensível: componente destinado
a liberar o obturador por efeito da elevação da
temperatura de operação e com isso fazer a água
fluir contra o foco de incêndio.
Os elementos termo-sensíveis podem ser do tipo
ampola de vidro ou fusíveis de liga metálica;

Imagem WB Tecnologia
Importante

Não abandone o local do incêndio até ter


certeza de que não se reiniciará.

Muitas vezes basta alguns minutos para o


fogo recomeçar. Se for possível remova as
cinzas para ver se realmente foi o fim das
chamas.

Mantenha os números de emergência em


lugar de fácil visualização
Importante
Importante
Importante
Importante
Importante
Importante
O QUE APRENDEMOS HOJE?
3. Métodos de Extinção de Fogo

Métodos de Extinção de Fogo


Conhecido o triângulo, o fogo só existirá quando estiverem presentes
os três elementos básicos e essenciais do fogo. Calcado neste
conhecimento é que se determinam os métodos modernos de
combate ao fogo. Portanto para extinguir o fogo, basta  desfazer o
triângulo (combustível, Oxigênio e Calor), isto é, retirar um dos seus
lados, logo extinguiremos o fogo.

Foi acrescentado um quarto método, conseqüente da evolução dos


estudos neste campo, extinção química do fogo:
1. Retirada do material, quando se retira o combustível;
2. Abafamento, quando se retira o oxigênio;
3. Resfriamento, quando se retira o calor; e,
4. Extinção química, quanto se interfere na Reação em Cadeia do
fogo através do lançamento dos agentes extintores de hallon e de
Pó Químico Seco.
Primeiro Método – Retirada do Material Combustível, é o método de
extinção mais simples na sua realização, pois, é executado com a força física
e com os meios de fortuna, não exige aparelhos especializados, consiste na
retirada, diminuição ou interrupção com suficiente margem de segurança
no campo de propagação do fogo. Como por exemplo, do emprego deste
tipo de extinção em combustíveis sólidos, citamos o aceiro praticado nos
casos de incêndios, em matas, facultando seu domínio. Tipo de extinção em
líquidos e gases citamos o fechamento de registros de paragem de fluxo. As
donas de casas são bombeiras e não sabem: quando apaga o fogo do fogão
fecho o registro de vazão médio e alto, apagando o fogo pela retirada do
combustível líquido ou de gasoso do fogo.

Segundo Método – Abafamento ou Retirada do Oxigênio. O Abafamento ou


controle do comburente é dos métodos de extinção mais difíceis, pois, a
não ser em pequenos incêndios, podem ser abafados com tampas de
vasilhas, panos, cobertores, espumação químicas, espumação mecânica,
etc.
Terceiro Método – Resfriamento. O Resfriamento é o processo de absorção
e o controle do calor, é o método de extinção mais usado. Consiste em
roubar calor do material incendiado. O agente extintor mais usado para
combater incêndios por resfriamento é a água. A água alem de existir em
abundância na natureza e usada pelos bombeiros e tem a maior capacidade
de absorção de calor.
Quarto Método – Extinção Química.   No plano didático, o triângulo do fogo e
os três métodos de extinção de incêndio já vistos, ainda que consideremos o
básico no ensino preliminar de Prevenção e Combate a Incêndio, verificamos o
fenômeno da combustão do fogo e a importância da Reação em Cadeia,
processo químico e físico, contínuo e progressivo do fogo, onde concluímos ser
o quarto elemento de extinção de incêndio. Atualmente agentes extintores
modernos (hallogenados, pós químicos, etc.) têm ação extintora efetiva, pois a
extinção se faz agindo na área desse novo método de extinção, como extinção
química, uma ação extintora química. A ação altamente eficiente na extinção
de incêndio, com alto fator de inibição do fogo com determinados agentes
extintores, produzidos por compostos hallogenados e sais alcalinos, nunca foi
exatamente explicado pela ação e método de abafamento, quer através da
ação física de cobertura do próprio agente ou pelos produtos resultantes de
sua combustão (como no caso do bicarbonato de sódio). Assim chegamos a
conclusão de que a única teoria capaz de explicar a ação dos referidos agentes
é a extinção de natureza química. Portanto, a eficiência dos agentes extintores
hallogenados e dos sais alcalinos só é aplicada através de uma reação química
desses agentes com os produtos intermediários e derivados da cadeia de
reação da combustão (radicais ativos e livres). Esta reação química na cadeia
de combustão interrompe e revoluciona a reação em cadeia do fogo e
consequentemente, fazendo cessar a combustão química, apagando o fogo.
Importante

Lembre-se, a prevenção é sempre o melhor


remédio, pense prevenindo, aja
preventivamente, esse é o método mais
seguro para lidar e viver e conviver com
qualquer tipo de risco.

Obrigado a todos presentes!

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