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1ª AULA
INTRODUÇÃO
Atualmente, empregam-se os antibióticos para:
1. INFECÇÕES INTRÍNSECAS:
Microbiota indígena ou autóctona.
o A microbiota indígena habita a pele, cavidade oral, trato gastrointestinal,
e trato respiratório superior. A composição dessa microbiota varia
qualitativamente e quantitativamente nos diversos sítios. Exerce ações
benéficas ao hospedeiro, decorrentes de seu metabolismo, mas também
pode constituir reservatório de microrganismos potencialmente
patogênicos, principalmente em indivíduos imunossuprimidos. Diversos
fatores ambientais podem interferir na microbiota indígena, como por
exemplo a higiene pessoal, tipo de dieta, uso de antimicrobianos,
hospitalização, e outros fatores. O conhecimento da microbiota indígena
dos diversos sítios permite uma melhor análise de exames
microbiológicos, além de maior eficácia de terapias empíricas e medidas
profiláticas.
GABRIELA CARVALHO ABREU
2 TÉCNICA CIRÚRGICA
SimbioseRelação Parasitária.
Mudança de localização do microrganismo.
o Ex: infecção urinária.
2. INFECÇÕES EXTRÍNSECAS:
Fontes externas de contaminação.
Diretas ou Indiretas.
ASSEPSIA E ANTISSEPSIA
As intervenções cirúrgicas exigem cuidados quanto ao risco de transmissão de infecções
devido ao grave problema de saúde pública que acarretam com alto custo social e
econômico.
Os procedimentos anti-infecciosos se reúnem em: limpeza, descontaminação, assepsia
ou desinfecção, esterilização e antissepsia.
1. LIMPEZA: É a remoção da sujeira e detritos. Antecede quase todos os métodos
anti-infecciosos. Utiliza métodos manuais, mecânicos (água e detergente) ou
enzimáticos. Reduz a população bacteriana dos materiais e facilita o contato com
agentes antimicrobianos.
2. DESCONTAMINAÇÃO: Antecede em alguns casos a limpeza de materiais
contaminados por sangue, pus ou secreções. Seu objetivo é livrar os materiais
de agentes contaminantes destruindo microrganismos patogênicos na forma
vegetativa para fornecer segurança para o pessoal técnico. É realizada por
métodos físicos e/ou enzimáticos.
3. ASSEPSIA OU DESINFECÇÃO: É a destruição de microrganismos patogênicos na
forma vegetativa em superfícies inertes por meio da aplicação de agentes
químicos ou físicos. O termo significa ausência total de todo agente infeccioso
em equipamentos e objetos inanimados. Utiliza-se desinfetantes, pois são
altamente tóxicos para todos os tipos de células.
4. ESTERILIZAÇÃO: É a destruição de todas as formas de vida microbiana (bactérias
vegetativas ou esporuladas, fungos e vírus) via aplicação de agentes físicos (calor,
radiação ionizante e filtração) e químicos (formas líquidas e gasosas).
5. ANTISSEPSIA: Resultado transitório (elimina a microbiota transitória). Permite a
eliminação (morte) de microrganismos ou inativação de vírus durante a cirurgia.
O objetivo é reduzir o número de microrganismos na superfície do corpo.
Portanto, são substâncias providas de ação letal ou inibitória da reprodução
microbiana, de causticidade e alergenicidade baixas destinada à aplicação em
pele e mucosas.
Obs: Atualmente usa-se monoterapia por período menor. O ideal é não internar
paciente na véspera da cirurgia. A prioridade para leito hospitalar é para pacientes que
tiveram alta do CTI.
Véspera:
Técnicas de assepsia:
Vestuário apropriado:
Sempre com as mãos erguidas, a pessoa está pronta para entrar na sala operatória. As
portas devem ser empurradas com o próprio corpo e não com as mãos.
Colocação dos Capotes:
Auxílio da circulante.
Pegar na gola e abrir o capote com as mangas voltadas para frente. Colocar uma
mão e depois a outra.
Instrumentos cirúrgicos:
Cirurgias limpas:
o Realizadas em sistemas estéries ou passíveis de descontaminação.
Ex: pele, trato respiratório abaixo da carina.
o Realizada na ausência de processo infeccioso.
Ex: cirurgias superficiais, neurológicas, cardiovasculares,
musculoesqueléticas, entre outros.
o Taxa de infecção de ferida habitual de 1-5% (aceitável, sendo ideal de 1 a
3% em cirurgias limpas). Risco de infecção igual a 0 é extremamente
difícil.
A incisão deve ser feita com lâmina curva e NUNCA com tesoura.
O bisturi deve ser entregue apresentando-o pelo cabo para evitar acidentes
HEMOSTASIA
Conjunto de procedimentos que visam prevenir e/ou estancar a hemorragia, após a
secção vascular, seja esta cirúrgica ou traumática. É realizado para conter um
sangramento de forma preventiva ou curativa.
Os principais materiais utilizados para a realização da hemostasia são:
Outros métodos também utilizados na hemostasia são: a sonda de Foley (usado para
controlar sangramento de aneurismas), com as mãos e tratamento endovascular.
Princípios Fundamentais da Hemostasia
a) Por Compressão
Só é usado de maneira definitiva para pequenos vasos da pele e da tela
subcutânea.
Nunca empregar de forma definitiva em locais de difícil acesso.
Em algumas situações, como na urgência, pode ser usado de forma transitória.
É empregado em hemorragias em lençol (condição em que não se visualiza os
inúmeros pontos de sangramento).
b) Por Pinçamento
Pinçar quantidade mínima de tecido. O pinçamento de grande quantidade de
tecido pode levar à necrose provocando dor intensa no pós-operatório,
predisposição às infecções e formação de cicatrizes defeituosas.
Nunca pinçar às cegas.
Transfixar o tecido junto à ponta da pinça.
SÍNTESE
É a união cirúrgica das bordas dos tecidos e tem por finalidade manter as mesmas em
íntimo contato, até que a cicatrização se complete. A cicatrização é processo orgânico
natural que se processa basicamente por três fenômenos:
Angiogênese.
Proliferação celular.
Formação do tecido fibroso (tecido cicatricial propriamente dito).
Higidez do indivíduo.
Fatores metabólicos.
Natureza biológica dos tecidos.
Técnica cirúrgica.
Nunca deve ser realizada sutura em tecido mal vascularizado ou sob tensão. As
dificuldades para a realização de uma sutura são: edema, infecção, corpo estranho e
tecido necrótico.
Os instrumentos mais utilizados na síntese são:
Agulhas.
Porta-agulha.
Fios.
Afastadores.
Pinças para preensão.
A síntese pode ser feita por pelo menos cinco métodos, a saber:
1. Aproximação das bordas por meio de ataduras e fitas adesivas (utilizadas para
manter unidas as bordas de pequenas feridas).
2. Colas biológicas (geralmente utilizadas como segunda linha de opção).
3. Aparelhos gessados (na grande maioria das vezes para ossos fraturados).
4. Hastes, placas e parafusos (amplamente utilizados em cirurgias ortopédicas e
neurocirurgias).
5. Suturas (constitui-se a síntese por meio de pontos. É a mais utilizada e resolve
quase todos os “problemas”).
6) Não apertar demais os nós nem torcê-los. Nem apertado demais para não
isquemiar, nem frouxar demais para não levar a deiscência.
7) A distância entre os pontos deve ser igual à espessura do tecido.
TÉCNICAS DE SUTURAS
Ponto simples:
Ponto à Donati:
Permite uma aproximação uniforme das bordas, mesma que tenha ocorrido uma
incisão incorreta (biselamento, bordas irregulares, pontos não homogêneos).
É útil na epiderme muito delgada e tende à inversão das bordas.
Por ser isquemiante possui um resultando estético menor.
Presentes nas linhas de sutura propensas às tensões (dobras naturais do corpo).
Empregada para pele muito delgada ou como segundo plano em pele mais
espessa.
Melhor resultado estético.
Pode ser feita com fio não-absorvível ou com fio absorvível de longo período de
absorção.
Suas extremidades são tracionadas ao final da sutura, o que faz com que as
bordas da pele se aproximem.
INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA
Instrumentação
Enfermeiro.
Técnico.
Cirurgião, residente, acadêmico.
Objetivos:
Classificação:
Instrumentos de:
Diérese.
Hemostasia.
Síntese.
Preensão.
Auxiliares.
Especiais.
INSTRUMENTOS DE DIÉRESE
1. Bisturi de lâmina
Bisturi nº 3 Lâminas 10, 11, 12 e 15. Quanto maior o número mais delicada a
lâmina.
Bisturi nº 4 Lâminas 20, 21, 22, 23 e 24.
2. Bisturi elétrico
3. Tesoura
Tesoura reta: é auxiliar. Corta fio, tela, mas não tecido. Não se presta à diérese.
Tesoura curva Mayo: promove diérese por divulsão (afastando os tecidos) ou
diérese por secção.
Tesoura angulada: é mais fechada.
Tesoura curva de Metzenbaum: promove diérese por divulsão (afastando os
tecidos) ou diérese por secção.
4. Serras
Manuais ou elétricas
5. Cisalhas
6. Costóstomos
Usado em cirurgia de tórax e pulmão.
7. Trocater
Utilizado na Laparoscopia.
INTRUMENTOS DE HEMOSTASIA
3. Pinças intestinais
4. Eletrocautério
5. Pinça de Satinsky
6. Pinça de Bakey
7. Pinça de Bulldog
INSTRUMENTOS DE SÍNTESE
1. Porta-agulhas
Movimento ulnar-rádio. Deve ser posicionado à 1/3 da agulha.
2. Agulhas
3. Fios
4. Grampos
5. Grampeadores mecânicos
INSTRUMENTOS DE APREENSÃO
1. Pinça de Backhaus
Fixa campo estéril.
3. Pinça anatômica
4. Pinça de Allis
Desloca vísceras.
5. Pinça de coração
Preensão de vísceras ocas.
6. Pinça de Duval
Preensão de vísceras ocas.
INSTRUMENTOS AUXILIARES
1. Afastador de Farabeuf
Dinâmico.
2. Afastador de Volkmann
Dinâmico.
3. Afastador de Balfour
Estático.
4. Afastador de Finochietto
Estático.
5. Afastador de Gosset
Estático.
6. Afastador de Deaver
Mais fraco.
7. Afastador de Doyen
Em espátula.
SINALIZAÇÃO MANUAL
1) Compressa
Mão espalmada voltada para cima.
2) Bisturi
Junta polegar e dedo indicador e faz 2 ou 3 movimentos pendulares. O bisturi deve ser
entregue pelo cabo.
3) Tesoura curva
Dedos indicador e médio encurvados abrindo e fechando como uma tesoura.
4) Tesoura reta
Dedos indicador e médio extendidos abrindo e fechando como uma tesoura. O
instrumentador deve segurar a tesoura pela ponta e apresentar pela parte convexa
batendo de forma firme na palma do cirurgião.
5) Pinça anatômica
Três últimos dedos fletidos, indicador e polegar extendidos abrindo e fechando.
6) Pinça dente de rato
Igual à pinça anatômica, porém encosta a unha e não a polpa digital dos dedos.
7) Pinça hemostática curva
Indicador em gancho e demais dedos fletidos sem qualquer movimentação.
8) Pinça Mixter
Indicador em gancho movimentando-se “vem aqui”.
9) Pinça hemostática reta
Indicador reto para cima e demais dedos fletidos.
10) Gaze montada
2ª AULA
TRAQUEOSTOMIA E CRICOTIREOIDOSTOMIA
ANATOMIA CIRÚRGICA DO PESCOÇO
Quadrilátero do Pescoço
Limites:
Posterior: borda anterior do m. trapézio.
Inferior: face superior da clavícula.
Anterior: linha mediana.
Superior: borda inferior da mandíbula e linha imaginária até o
processo mastoide.
Incisões:
Transversais: sobre a mandíbula ou clavícula.
Longitudinais: entre a mandíbula e a clavícula.
TRÍGONO POSTERIOR
Limites:
o Posterior: borda anterior do m. trapézio.
o Inferior: face superior do 1/3 intermédio da clavícula.
o Anterior: borda posterior do m. esternocleidomastóideo.
o Referência: músculo omo-hióideo, trígono supraclavicular
e trígono occipital.
o Elementos importantes do Trígono Posterior: nervo acessório;
linfonodos; plexo braquial; parte da artéria subclávia.
TRÍGONO ANTERIOR
Limites:
o Posterior: borda anterior do m. esternocleidomastóideo.
o Anterior: linha mediana.
o Superior: borda inferior da mandíbula e linha até o processo
mastoide.
o Subdivisão em 4 trígonos:
Submandibular (digástrico); muscular; carótico;
submentual.
Elementos Importantes
TRAQUEOSTOMIA
Anatomia
CAMADAS:
Pele.
Subcutâneo.
Músculo Platisma.
Músculos pré-tireoidianos – RAFE MEDIANA (esterno hioideo, esterno tireóideo
e tireoideo unem através de uma fáscia – rafe mediana).
Tireoide (pode estar pequena e não atrapalhar ou grande e atrapalhar – pode
rebatê-la, ou separar o istmo).
Traqueia (anéis cartilaginosos).
Traqueostomia – indicações:
3. Traqueostomia Preventiva
4. Toalete torácico
Eliminação de secreções.
TRAQUEOSTOMIA – PRÉ-OPERATÓRIO
Inicialmente verifica-se a existência de alguma condição adversa potencialmente
controlável de modo a minimizar a morbidade cirúrgica.
Correção dos Distúrbios da Coagulação (solicitar coagulograma).
Correção dos Níveis Tensionais – controlar crise hipertensiva (para evitar
sangramentos).
Intubação orotraqueal.
Cricotireoidostomia Cirúrgica
Indicações:
Situação de Emergência.
Empregada temporariamente.
Indisponibilidade de material para intubação orotraqueal.
Técnica
Traqueostomia de Emergência
Nesse caso o acesso a área precisa ser feito em questão de segundos. O paciente
está agônico e prestes a ter uma parada cardiorrespiratória em decorrência da
insuficiência respiratória.
Geralmente a anestesia não é realizada por não haver tempo e o paciente já
pode estar inconsciente.
Realiza-se a punção seguida da aspiração. Caso seja aspirado ar na seringa significa que
a punção foi realizada em local correto.
A partir de então introduz-se um fio guia para orientar a passagem das velas
(dilatadores) de diferentes calibres para que a incisão seja dilatada.
Por fim introduz-se a cânula, retira-se o fio guia e finaliza-se da mesma forma que as
demais traqueostomias (fixa a cânula, insufla o balonete e conecta ao ventilador).
Pós operatórios:
Geralmente é acompanhado de pouca morbidade e deve obter maiores cuidados
nos primeiros dias.
Complicações
Hemorragia:
o O sangramento da traqueostomia é um evento incomum. Quando
presente, geralmente se origina de vasos calibrosos. Ocorre
habitualmente nas primeiras horas após a cirurgia, e pode muitas vezes
ser controlado apenas por tamponamento, compressão da ferida com
gazes, tratamento de coagulopatias e controle da pressão arterial. Caso
persista, a ferida deve ser reaberta e o vaso sangrante deve ser
identificado e ligado.
Enfisema subcutâneo (ar da traqueia) e/ou mediastinal:
o Excepcionalmente é fatal, apesar de poder causar desconforto para
paciente e preocupação para os familiares. O fator que mais facilmente
produz é o fechamento completo da ferida cirúrgica com pontos ao redor
Fistula traqueoesofagica:
o Complicação rara e pode decorrer de lesão acidental do esôfago durante
realização de traqueostomia ou de necrose membranosa da traqueia e
da parede do esôfago, por insuflação excessiva do balão da cânula.
Ocorre mais comumente nas traqueostomias de emergências, e neste
caso é necessário restabelecer a via aérea do paciente. A utilização de
cânulas com diâmetro adequado, com balão de alto volume e baixa
pressão, e monitorização de pressão do balão são medidas preventivas
de fístulas não relacionadas ao trauma cirúrgico. Para diagnosticar faz-
se broncoscopia e radiografia com contraste oral.
Estenose da traqueia:
o Relacionada ao emprego de cânula com balões infláveis. Outras causas
menos frequentes são traumas na traqueia, que podem ocorrer no
procedimento cirúrgico, e na traqueite crônica local. Normalmente se
manifesta dias, semanas e meses após a retirada da cânula e seu
tratamento geralmente é cirúrgico.
TIREOIDECTOMIA
Hipoparatireoidismo pós-tireoidectomia.
3ª AULA
ACESSO VENOSO
O acesso a veia pode-se dar por: punção, cateterismo ou dissecção.
Conceito
Técnica de Seldinger
A técnica de acesso venoso central iniciou com o Dr.Sven-Ivar Seldinger, que publicou
seu mais importante artigo em punção percutânea.
LOCAIS PREFERENCIAIS
o Membros superiores: dorso da mão, antebraço, cefálica, basílica, fossa
cubital.
Necessário puncionar mais distal para evitar as complicações de
uma possível trombose.
o Pescoço: jugular interna.
o Coxa: veia femoral profunda
LOCAIS CRÍTICOS
o Membros inferiores: limitação de deambulação, o que aumenta o risco
para ocorrência de trombose venosa profunda (TVP), além de aumentar
o risco de infecções.
o Áreas de transição anatômica: são áreas de grande amplitude de
movimento aumentando o risco da agulha se deslocar pela
movimentação do paciente. Ex: punho e fossa cubital. Necessário evitar
tais locais sobretudo para acessos duradouros.
Técnica de punção venosa
1) Colocar torniquete proximal (garrote) a região próxima à punção, sem apertar
muito. Isso auxilia, pois o garrote obstrui o retorno venoso sem afetar o fluxo
arterial. Observa-se então, dilatação distal das veias pelo acúmulo de sangue
local facilitando o acesso.
2) Antissepsia da pele (álcool 70%) e colocação de luvas cirúrgicas estéreis para
minimizar o risco de infecção.
3) Punção com agulha (45° e bisel para cima).
a. Não se deve tampar o filtro da agulha com o dedo para que se possa
visualizar o retorno sanguíneo.
4) Retirada do torniquete.
5) Redução do ângulo para 10°. Isso facilita a entrada do cateter.
6) Retirada da agulha.
7) Compressão e curativo.
a. Agulhas finas são mais apropriadas para infusão de líquido de baixa
viscosidade. Já agulhas calibrosas são adequadas para infusão de líquidos
mais viscosos. Para evitar que se “perca a veia” acarretando danos para
o paciente surgiram novos materiais para melhorar a fixação, por
exemplo, o scalp e o butterfly.
CATETERISMO VENOSO
Assepsia da pele:
o Cateter venoso central:
Clorexedine a 4% (menor taxa de septicemia que PVPI 10% ou
álcool 70%).
PVPI (polvidina) 10%: mais efetivo ou com eficácia equivalente ao
clororexidine alcoólico a 0,5% em adultos.
o Cateter venoso periférico:
Clorexedine alcoólico a 0,5%: mais efetivo na redução da flora em
neonatos.
Classificação dos Cateteres
Periférico:
o Scalp (transitório, risco de trombose).
o Jelco.
o Obs: O cateter periférico fornece maior agilidade e tem menores
complicações, além de ser o único a ser utilizado para infusão de volume.
Central:
o Intracath.
o Seldinger.
o Swan-Ganz.
o Cateter Duplo-lume (para hemodiálise).
Central inserido perifericamente.
De curta permanência: menos que 30 dias.
De longa permanência: mais que 30 dias.
Nutrição parenteral: a alimentação parenteal deve ser por cateter central, pois
o acesso periférico, sendo a veia menos calibrosa, em contato com solução
hipertônica permite colabamento.
Plasmaférese: trocar o plasma sanguíneo.
Estudos hemodinâmicos.
Implantação de marcapassos cardíacos temporários ou definitivos.
Implante de cateter de dupla luz, destinado a hemodiálise.
o Biotipo.
o Deformações físicas.
o Sequelas de tratamento prévio.
Percutânea guiada por Duplex Scan
Identifica as variações anatômicas.
3º passo:
Instalação do acesso propriamente dito.
Paramentação, antissepsia, colocação de campos estéreis.
Técnica convencional.
Em pacientes chocados ou hipoxêmicos avaliar a cor e a pressão do sangue.
Fixação segura do cateter com sutura de nylon em quantidade generosa de
tecido.
Curativo em técnica estéril.
4º passo:
Exame radiológico de controle.
Tratamento das complicações: hematomas, pneumotórax e mal posicionamento
da ponta proximal do cateter.
Punções ecoguiadas
O US identifica o tamanho, sua real localização, anomalias e patência da veia.
CVC POR PUNÇÃO DA VEIA JUGULAR INTERNA
A veia jugular interna é uma continuação do seio sigmoide da dura máter. Após
atravessar o forame jugular na base do crânio, ela mantém íntima relação com a
artéria carótida comum e o nervo vago.
Veia jugular interna localiza-se lateralmente, enquanto carótida comum ocupa
posição medial, entre as duas estruturas situa-se o nervo vago, ocupando sua
posição posterior.
A bainha carotídea envolve ambos os vasos e também o nervo, e está recoberta
pelo músculo esternocleidomastoideo.
A jugular interna tem calibre variável, entre 1 a 2cm no adulto.
Punção possui baixa incidência de complicações e óbito.
Punção depende de treinamento, mas é recomendada para profissionais que
não possuem suficiente experiência com CV central.
Permanência por até 3 a 4 semanas.
Limitação dos movimentos do pescoço.
Bom fluxo.
Raramente sofre compressão.
Índice de trombose igual ao da subclávia.
Complicações: hematoma com compressão de estruturas (desvio da traqueia),
falha de canulação, trombose da veia ou cateter e infecção do cateter.
Via Média
Neste acesso quando se usa o dispositivo de Seldinger deve ser obedecido os seguintes
passos:
1) Paciente em decúbito dorsal e posição de Trendelenburg, com ângulo de 15 a 30
graus, com os membros superiores juntos ao tronco, cabeça estendida e virada
para o lado oposto à punção, com um coxim colocado sob os ombros podendo
facilitar o procedimento, pois o mesmo promove a hiperextensão do pescoço.
a. Trendelenburg: A posição de Trendelenburg é uma variação da posição
de decúbito dorsal onde a parte superior do dorso é abaixada e os pés
são elevados.
14) Curativo.
15) Radiografia do tórax para verificar o posicionamento do cateter e evitar possíveis
complicações como o pneumotórax e o hemotórax.
Punção arterial.
Hematoma.
Pneumotórax ou hemotórax.
Fístula arteriovenosa.
Lesão nervosa (na femoral).
Dissecção intraluminal (formando aneurismas).
COMPLICAÇÕES TROMBÓTICAS
Falha técnica.
Inserção na veia femoral.
Troca do cateter com fio-guia.
Colonização no local de inserção.
Permanência maior que 7 dias, desde que não seja observado hiperemia ou
abscesso.
FATORES PREDISPONENTES PARA INFECÇÃO DOS CATETERES
Doença de base.
Inserção realizada na urgência.
Colonização da pele por microrganismo.
Tipo de cateter.
Material do Cateter: teflon, silicone e poliuretano são mais resistentes à
aderência de microrganismos que polivinil e polietileno
Prevenção da Infecção dos Cateteres:
o Uso de barreira estéril.
o Técnica apurada na inserção.
o Troca de cateteres:
Venoso periférico, troca 72h - 96h: tromboflebite e colonização
após 72 horas.
Venoso central ou cateter para hemodiálise: troca quando
necessário (fio-guia quando em mau funcionamento).
Infecção dos Cateteres:
o Colonização do cateter.
o Infecção do sítio de inserção.
o Infecção da loja.
o Infecção do túnel.
o Infecção na corrente sanguínea relacionada à infusão.
o Infecção na corrente sanguínea relacionada ao cateter.
Dissecção de safena magna
Safena magna: mais facilmente dissecada na região anterior do maléolo medial, pois não
existem regiões com maiores riscos de complicações.
4ª AULA
DRENOS, SONDAS E CATETERES
Sonda ≠ cateter:
Sonda não tem luz. Sonda se tornou um termo consagrado, porém o correto é
cateter vesical e cateter nasogástrico.
Os drenos, cânulas e cateteres são indicados rotineiramente no pré, trans e pós-
operatório. Esses materiais têm como objetivo: hidratar, nutrir, eliminar secreções e
oferecer medicamentos. Quando indicado durante o tratamento, o paciente e seus
Drenagem por contra-abertura: não usar a incisão que foi aberta na cirurgia
para posicionar o dreno, utilizando outra abertura para posicionar o mesmo,
isto ocorre para que não haja contaminação da abertura principal e para que
não ocorra deiscência. Usa-se o princípio da gravidade, assim o dreno deve ficar
em uma área de declive.
Retirada em tempo adequado.
Opção pelos sistemas fechados, se possível.
O que determina o tipo de dreno:
Dreno de Penrose
Dreno Portovac
Dreno T (Kehr)
DRENOS DE PENROSE
São drenos de látex formados por duas lâminas macias, finais e flexíveis unidas entre si.
Realiza a drenagem por capilaridade, de modo a escoar o líquido entre suas superfícies.
É o dreno mais usado de todos.
Indicações do procedimento:
Abcessos de tecido subcutâneo: coleção purulenta liquefeita, localizado no subcutâneo
ou cavidade do abcesso delimitado por uma membrana piogênica. Representa a
evolução de um processo infeccioso. O tratamento deve ser realizado no momento em
que ocorre flutuação do local. A técnica de drenagem respeita a seguinte sequência de
tempos operatórios.
1) Preparo do paciente com breve conversa para esclarecimento quanto à
importância e indicação do procedimento, anestesia local e necessidade de sua
colaboração, sempre demonstrando segurança e tranquilidade.
2) Posicionar adequadamente o paciente.
3) Paramentação do cirurgião com gorro, capote, máscaras e luvas estéreis.
4) Realizar antissepsia ampla e rigorosa na região.
5) Colocar os campos cirúrgicos.
6) Administrar anestesia local com lidocaína a 2% se subcutâneo e anestesia geral
para abcessos de cavidade.
7) Realizar incisão cirúrgica respeitando as linhas de força da pele, se possível.
8) Aspirar secreção purulenta e desbridar a cavidade.
9) Fixar o dreno de Penrose na pele.
Seromas: acúmulo de serosidade dentro do subcutâneo ou cavidade abdominal. Sua
formação está relacionada à mobilização de retalhos cutâneos, secção de vasos
sanguíneos e linfáticos e criação de espaços vazios pela retirada de grande quantidade
de tecidos. O tratamento consiste na drenagem por punção com seringa e agulha ou
drenagem cirúrgica por incisão. Pode ser necessária colocação de dreno de Penrose nos
casos de seromas persistentes.
1) Preparo do paciente com breve conversa para esclarecimento quanto à
importância e indicação do procedimento, anestesia local e necessidade de sua
colaboração, sempre demonstrando segurança e tranquilidade.
2) Posicionar adequadamente o paciente.
3) Paramentação do cirurgião com gorro, capote, máscaras e luvas estéreis.
4) Realizar antissepsia ampla e rigorosa na região.
GABRIELA CARVALHO ABREU
58 TÉCNICA CIRÚRGICA
Silicone
Teflon: cateter venoso de baixa antigenicidade e associado a baixa incidência de
flebite.
Acessos vasculares:
o Periférico: um dos procedimentos invasivos mais simples. O
procedimento é indicado quando há necessidade de acesso direto à
circulação sanguínea, incluindo administração intravenosa de drogas ou
de fluidos para reidratação, transfusão de sangue e derivados, coleta de
amostras de sangue venoso.
A sua inserção é contraindicada em sítios de infecção, flebite,
esclerose venosa, cateterismos prévios recentes, queimaduras
ou lesões traumáticas proximais aos sítios de cateterismo e
fístulas arteriovenosas das extremidades. Algumas condições
como desidratação e choque podem dificultar o acesso a veia
periféricas, neste caso a inserção de um cateter venoso central,
intraósseo ou dissecção de veia periférica devem ser
considerados.
Tipos de cateters
Apesar de grande variação de estilo, comprimento e mecanismo de segurança, existem
basicamente dois tipos de dispositivos de inserção periférica:
Local de inserção
Uretrite.
Prostatite aguda.
Complicações do procedimento
5ª AULA
LAPAROTOMIAS
Usada para diagnosticar, tratar, fazer procedimentos cirúrgicos e para fazer drenagem
de coleções.
ANATOMIA CIRÚRGICA DA PAREDE ABDOMINAL
Introdução
A parede abdominal é uma estrutura músculo-aponeurótica. Limites externos:
Conceitos
Regiões do Abdome:
1) Hipocôndrio direito: parte do fígado, parte do colo transverso e vesícula biliar.
2) Região epigástrica: estômago e parte do lobo esquerdo do fígado.
3) Hipocôndrio esquerdo: baço e parte do colo transverso do intestino.
4) Flanco direito: colo ascendente e parte do fígado.
5) Mesogástrio: intestino delgado.
6) Flanco esquerdo: colo descendente, rim esquerdo e segmento do sigmoide.
7) Fossa ilíaca direita: apêndice vermiforme e do ceco.
8) Hipogástrio: bexiga, útero e anexos.
9) Fossa ilíaca esquerda: grande parte do sigmoide.
Camadas do abdome na parede antero-lateral:
Em número de oito, são elas (no sentido exterior para interior):
1. Pele
2. Tela subcutânea (que contém a fáscia de camper - mais externa, apenas ela
acima da cicatriz umbilical; e a fáscia de scarpa – mais interna, abaixo da cicatriz
temos as duas)
Oblíquo externo.
Oblíquo interno.
Transverso do abdome.
Camadas:
Pele
Tecido Subcutâneo (fáscia de camper e fáscia de scarpa)
Aponeurose do músculo oblíquo externo
Lâmina anterior do oblíquo interno
Músculo reto do abdome
Lâmina posterior do oblíquo interno
Aponeurose do músculo transverso do abdome
Fáscia Transversal
Tecido adiposo pré-peritoneal
Peritônio
Bainha do reto abaixo da Linha Arqueada
Camadas:
Pele
Tecido subcutâneo (fáscia de camper e scarpa)
Aponeurose do músculo oblíquo externo
Aponeurose do músculo oblíquo interno Lâmina anterior da bainha do
Aponeurose do músculo transverso do abdome músculo reto abdominal
Músculo reto do abdome
Fáscia transversal
Tecido adiposo pré-peritoneal
Peritônio
Irrigação:
LAPAROTOMIA
Princípios fundamentais
Classificação
Quanto a intenção:
Laparotomia eletiva.
o Programada e com diagnóstico definido.
Laparotomia com diagnóstico definido.
Laparotomia exploradora.
Quanto à complexidade:
Laparotomia simples (uma incisão).
Laparotomia combinada (mais de uma incisão).
Laparotomia abdominal.
o Ex: Pfannenstiel.
Laparotomia toracoabdominal
o Abre-se o tórax e abdome, necessitando a abertura do diafragma, a
visualização desta incisão é muito boa, porém a morbidade é muito alta,
existe risco de lesar o frênico e causar um quadro doloroso. Ocorre
também uma dificuldade respiratória, caminhando para um quadro de
atelectasia, que por aumento da secreção caminhará para um quadro de
pneumonia.
Quanto ao umbigo:
Laparotomia supra-umbilical.
Laparotomia médio-umbilical.
Laparotomia infra-umbilical.
Laparotomia xifopúbica (cirurgia agressiva, com corte extenso).
Quanto à direção:
Exemplos de Laparotomias
1. Longitudinal.
2. Transversal (Elliot-Babcock).
3. Oblíqua (McBurney).
4. Curvilínea.
5. Combinada.
1. Mediana supra-umbilical.
2. Transretal.
3. Paramediana pararretal interna (medial).
4. Paramediana pararretal externa (lateral).
5. Mediana infra-umbilical.
6. Médio-lateral supra-umbilical.
7. Médio-lateral para-umbilical.
8. Médio-lateral infra-umbilical.
A. Umbigo.
B. M. reto do abdome.
C. M. piramidais.
D. Arcada crural.
Indicações e pré-operatório:
E. Rebordo costal.
Saber indicar o procedimento. F. Apêndice xifoide.
Avaliar e solicitar exames (saber indicação correta).
Avaliar o paciente.
Presença de doenças de base.
PRINCIPAIS LAPAROTOMIAS
Mediana
o Peritônio.
OBS: Para fechar não precisa fechar subcutâneo e peritônio.
Paramediana Pararretal Medial
1. Diérese na pele.
2. Abertura da lâmina anterior da bainha do músculo reto.
3. Deslocamento (divulsão) do músculo reto abdominal de sua bainha posterior.
4. Abertura do reto abdominal.
5. Pinçamento da bainha posterior do músculo reto junto com o peritônio.
6. Síntese da bainha posterior do músculo reto abdominal junto com o peritônio.
O peritônio não exige sutura, pois pode levar à aderências.
Incisão Subcostal
Camadas:
o Pele
o Subcutâneo
o Aponeurose do músculo oblíquo externo
o Lâmina anterior do músculo oblíquo interno
o Músculo reto do abdome
o Lâmina posterior músculo do oblíquo interno
o Aponeurose do músculo transverso do abdome
o Fáscia Transversal
o Tecido adiposo pré-peritoneal
o Peritônio
Incisão de Elliot-Babcock e de McBurney
2 – Elliot-Babcock
3 – McBurney
Camadas:
o Pele
o Subcutâneo
o Músculo oblíquo externo e sua aponeurose
A maneira da síntese abdominal varia de acordo com a escola cirúrgica, mas deve
seguir os princípios fundamentais.
Grande controvérsia existe a respeito do tipo de fio a ser utilizado. De forma
geral, na presença de infecção usa-se os fios absorvíveis monofilamentares (fios
absorvíveis de curta duração são usados em locais que não possuem pelos, ex:
prepúcio e interior dos lábios).
Durante o fechamento da parede abdominal, há de se criar um bom
relaxamento muscular, sendo fundamental a atuação do anestesiologista.
Portanto, o paciente precisa estar relaxado. A musculatura não pode estar tênsil,
pois pode levar a isquemia, nem frouxo para que não haja herniação. Não é
exigido o fechamento do peritônio ou do tecido subcutâneo quando este é
reduzido de tamanho.
Nas situações nas quais se prevê outras (re)laparotomias, ou seja, condições
graves deve-se deixar a cavidade abdominal “aberta” ou laparostomizada a fim
de poupar a aponeurose. Procedimento geralmente utilizado nas manobras de
GABRIELA CARVALHO ABREU
81 TÉCNICA CIRÚRGICA
6ª AULA
CIRURGIA DAS VIAS BILIARES
Introdução
Uma das doenças mais frequentes da cirurgia geral.
o Incidência de cálculos na população adulta brasileira 8%, e 9% na
população adulta americana, 30% dos chilenos tem queixa de cálculos,
sendo que populações do norte da africana tem incidência mínima ou
nula.
o São realizadas 700 mil colecistectomias por ano nos EUA.
o A colecistectomia tem atualmente como padrão-ouro a técnica
laparoscópica, também denominada videolaparoscopia, com a chamada
colescistectomia convencional ou aberta sendo feita apenas em
situações de exceção.
o Sinais e sintomas da obstrução das vias biliares por cálculos são
conhecidos há séculos.
o Colelitíase: Dor localizada no epigástrio, início não é súbito mas
rapidamente progressivo, constritivo, acompanhado de náuseas e
vômitos, comum no período noturno ou na madrugada, fatores que
podem desencadear: alimentos colescistocinéticos, como leite e
derivados e alimentos gordurosos, que estimulam a contratilidade da
vesícula biliar. Em geral essa dor não dura mais de 4 a 6h, se começar a
se irradiar ou a duração for prolongada é sugestivo que está ocorrendo
complicações.
o Para formar cálculo é preciso ter uma alteração na motilidade da
vesícula, assim como pode ocorrer aumento do colesterol e
bilirrubinato de cálcio determinando sua formação. Fatores genéticos
hereditários podem determinar esta formação. Sendo um fator de risco
para a estimulação a idade do paciente, após 40 anos; sexo feminino;
mulheres multíparas; obesidade; emagrecimento; alguns tipos de
operações, como exemplo a cirurgia bariátrica e vagotomias (lesão do
nervo vago que inerva a vesícula).
o Existem um grupo de pacientes que apresentam cálculos de vesícula
assintomáticos, sendo mais comum as mulheres. Para os portadores de
colelitíase assintomática existem critérios para indicar o procedimento
cirúrgico, como por exemplo múltiplos cálculos pequenos, pacientes
jovens (menores de 20 anos) pois existe muita chance de desenvolver
complicações (icterícia obstrutiva e pancreatite biliar), cálculos
maiores que 2 a 2,5 cm, pois existem riscos de se transformarem em
cânceres na vesícula; sendo assim não recomendado deixar este
cálculo crescer mais que 3cm, uma outra recomendação são pacientes
que viajam muito, pacientes que irão realizar outro tipo de
procedimento cirúrgico na cavidade/parede abdominal, pacientes
Anatomia
1) Vesícula biliar:
Artéria cística: normalmente ramo da artéria hepática
direita, essa bifurcação da hepática própria, que é uma continuação da
hepática comum, a qual tem origem no tronco celíaco. Podendo também ter
origem da hepática esquerda ou da hepática própria, na hepática comum, na
artéria gastroduodenal ou até mesmo na mesentérica superior. A artéria
cística alcança a vesícula próximo da junção corpo-colo vesicular, em íntima
relação anatômica com o linfonodo cístico.
2) Colédoco (distal):
Artéria gastroduodenal.
Artéria retroduodenal.
Artéria pancreatoduodenal póstero-superior.
3) Colédoco (proximal)
Artéria cística.
Artéria hepática direita.
4) Hepático comum:
Artéria cística
Artéria hepática direita.
Nos procedimentos cirúrgicos é importante evitar de se descolar muito para não se
lesar o suprimento arterial. Quando se abrir então o ducto colédoco sugere então que
a sua abertura seja longitudinal, e apenas transversal em situações específicas.
Conclui-se que a vascularização do colédoco depende do órgão mais próximo a ele. O
procedimento cirúrgico deve ser iniciado clampando a artéria cística, porém, com
cuidado para que não seja clampando também a artéria hepática direita. É importante
visualizar o colo e o infundíbulo da vesícula para evitar acidentes graves.
Procedimentos Cirúrgicos (mais comuns das vias biliares):
1. Colecistectomia convencional (aberta).
2. Colecistectomia videolaparoscópica.
3. Exploração das vias biliares.
4. Anastomose bileodigestiva.
5. Ressecções tumorais.
COLECISTECTOMIAS
Consiste na remoção da vesícula biliar. É uma cirurgia de grande volume e não é isenta
de riscos.
Indicações
1. Colelitíase sintomática.
2. Colelitíase assintomática: casos específicos já descritos.
3. Colecistite aguda: a clínica destes pacientes apresenta dor que dura mais de 6h
se irradiando para o hipocôndrio direito. Deixa de ser uma dor visceral, passando
a ser uma dor parietal. O padrão ouro para sua identificação é a ultrassonografia.
Ao exame físico observa-se sinal de Murphy positivo, pede para o paciente
inspirar profundamente e palpa; ele vai sentir dor na palpação. Procedimentos
cirúrgico + antibioticoterapia para colecistite aguda litíasica. Colecistite aguda
alitiásica é necessário operar imediatamente, comum em imunossuprimidos,
sendo que a não operação pode levar a um quadro séptico irreversível.
4. Trauma da vesícula biliar.
5. Vesícula em porcelana: vesícula inflamada cronicamente e que começou a
calcificar, forte fator de risco de câncer.
6. Pólipos vesiculares: opera-se aqueles cujo são pólipos únicos, com tamanho
superior a 1 cm, pois esses têm maiores riscos de sofrerem transformação
maligna na parte hepática da vesícula. Pacientes sintomáticos e jovens devem
Colecistectomia Videolaparoscópica
Aceitação universal.
Maior custo inicial.
Exige treinamento específico.
Deve obedecer a base para a expansão da cirurgia videolaparoscópica.
Tem melhores respostas metabólicas que a técnica convencional.
Utilização de 4 trocaters.
Dissecção cístico-fundo (retrógada).
Acesso pelo umbigo, o qual permite ampliação, ou subxifóide.
Remoção da vesícula com auxílio da pinça jacaré.
Caso a vesícula fique “agarrada” é preciso abri-la e remover o cálculo, porém com muito
cuidado para não rasgar a vesícula e deixar os cálculos caírem dentro do abdome, pois
cada cálculo pode gerar um abscesso. É importante relembrar que antes de qualquer
procedimento deve-se clampar a artéria cística.
Cuidado! Ao injetar ar pode haver vazamento da bile no interior do abdome, por isso,
é importante realizar a limpeza do local com soro e aspiração para evitar o
coleperitônio.
Embolia pulmonar.
Infecção de ferida operatória.
Hematoma de parede.
Hérnia incisional: gerada pela incisão.
COLECISTOSTOMIA
Consiste na abertura cirúrgica da vesícula biliar com a retirada ou não de cálculos
seguida da colocação de um dreno tubular de material flexível no interior da vesícula,
ou seja, é a drenagem externa da vesícula biliar. Ocorre em situações graves, pacientes
em choques sépticos ou naqueles que não se consegue visualizar o pedículo da
vesícula. Pode ser classificada de acordo com o tempo de permanência do dreno e
quanto à técnica adotada, seja ela temporária ou definitiva. Quanto a técnica tem-se a
colecistostomia convencional e a percutânea, com esta última sendo transepática ou
transperitoneal. A colescistostomia temporária se encontra para pacientes graves ou
quando há grandes dificuldades para a técnica de procedimento cirúrgico definitivo, e
uma vez melhorado o estado geral do paciente e melhorado o problema que causou a
dificuldade técnica, deverá ser feito a cirurgia curativa sobre a via biliar. A definitiva está
indicada quando o paciente não readquirir bom estado geral ou quando a dificuldade
técnica for intransponível. A técnica convencional é realizada após laparotomia
específica, ou laparotomia executada com o objetivo de tratar, de maneira definitiva ou
paliativa, uma afecção biliar. A percutânea exige pessoal treinado e apoio de exames de
imagem. Após este procedimento pode-se programar a colecistectomia. Não utilizar
nestes casos drenos de Penrose.
Indicações
1. Descompressão da via biliar intra ou extra-hepática, ductos hepáticos direito e
esquerdo, ducto hepático comum e ducto colédoco, principalmente se o ducto
cístico estiver pérvio e procedimentos mais complexos não puderem ser
executados. A grande maioria são idosos, em mau estado geral e afecções
associadas que contraindicam anestesia geral ou não suportam um tempo
cirúrgico prolongado.
2. Colecistectomia impossibilitada, devido a uma colecistite que não regride com
tratamento clínico ou forem grandes as dificuldades técnicas ou estado geral do
paciente.
COLEDOCOLITÍASE
7-15% dos pacientes com colelitíase terão coledocolitíase.
5% dos pacientes com cálculo de colédoco não têm cálculos na vesícula biliar.
A coledocolitíase apresenta icterícia flutuante ao contrário da colelitíase que não
possui icterícia.
A classificação é importante, pois determina a conduta terapêutica. Pode ser classificada
em:
Bb: 2 - 4 mg/dl.
Aumento: FA, GGT, AST, ALT.
US, TC, RM. A RM do colédoco é o melhor método a ser usado (colangio
ressonância magnética – melhor para observar vias extra-hepáticas)
Experiência do cirurgião.
Disponibilidade de materiais.
Calibre da via biliar.
Posição dos cálculos.
Número e tamanho dos cálculos.
Via de acesso escolhida (a via menos invasiva é a endoscópica, sendo que existe
a convencional, laparoscópica e endoscópica).
ANASTOMOSES BILIODIGESTIVAS
Consiste na ligação da via biliar à alça intestinal. É indicada, principalmente, em causas
obstrutivas como:
Convencional videolaparoscópica
5. Hepatogastrostomia ou coledocogastrostomia: Descolar o estômago e ligar o
estômago no colédoco.
ANESTESIA
ÁREA DE ATUAÇÃO DA ANESTESIOLOGIA
Hipnose.
Analgesia.
Relaxamento muscular.
Controle de reflexos autonômicos.
Cauda equina → pode-se tocar uma raiz da cauda equina na indução anestésica,
isto não é capaz de gerar sequelas.
Em todas as pessoas as anestesias são feitas após a sedação, por isso não são
capazes de causar quadro doloroso. Em grávidas a sedação é contraindicada,
para que não haja sedação do feto.
Na anestesia peridural, a massa anestésica é maior do que na anestesia
raquidiana, uma vez que há mais espaço peridural que raquidiano.
Para se fazer a anestesia pega-se a parte superior do processo transverso, palpa-
se bem, para sair no espaço correto da vértebra.
MODALIDADES ANESTÉSICAS
Anestesia Condutiva
o Anestésicos locais: são drogas capazes de bloquear, seletiva e
reversivelmente, a condução do impulso nervoso, em nervos e tecidos
eletricamente excitáveis.
o Modalidades de anestesia condutiva: anestesia local e anestesia regional.
Anestesia Geral.
Sedação.
RAQUIANESTESIA → espaço subaracnóideo
Preferência pessoal.
Acomodação cardio-respiratória mais lenta.
Estenose aórtica → não consegue compensar.
Depende da região a ser operada.
Raquidiana → massa anestésica maior.
Epidural → menos anestésico, chega mais rápido no local.
ANESTESIA GERAL:
É o resultado de alterações reversíveis da função neural (depressão) provocadas por
drogas que modulam a função sináptica.
Tipos de drogas usadas em anestesia geral
PLANEJAMENTO ANESTÉSICO:
Queda da língua.
Laringoespasmo
Complicações relacionadas à intubação traqueal:
Hipotensão Arterial.
Hipertensão Arterial.
Arritmias Cardíacas.
Isquemia Miocárdica.
Complicações do SNC:
o Hipotermia e Hipertermia.
o Cetoacidose Diabética.
o Insuficiência Respiratória.
o Insuficiência Cardiovascular.
Complicações relacionadas a alterações da temperatura:
Hipotermia.
Hipertermia.
o Hipertermia Maligna – administrar Dantroleno.
Classificação segunda a ASA, que classifica o risco da anestesia de I a VI. Classificação
de risco ASA I e II, permite procedimentos em clínicas e ambulatórios. A partir de ASA
III é indicado procedimento hospitalar.
Hipertensão durante a cirurgia → mais sangramento
Hipotensão → menos sangramento, porém paciente pode sofrer um infarto durante a
cirurgia, sendo assim o anestesista deve sempre estar atento.
SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA