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PRÁTICAS APLICADAS A ENFERMAGEM

Higienização das Mãos


Enfª Sandra Luft Paladino
Esp. Saúde Materno Infantil e Obstetrícia
Mestranda em Saúde e Meio Ambiente
MEDIDAS PREVENTIVAS
• Segundo Bolick, nos dias de hoje, ainda nos
deparamos com diversos membros da nossa
área, que não lavam as mãos
adequadamente, e com a frequência
preconizada.

• A segurança do paciente no âmbito de


assistência à saúde depende da lavagem
cuidadosa e frequente das nossas mãos.
IGNAZ SEMMELWEIS
Em 1860, em uma das alas da maternidade do Hospital Geral de Viena, na Áustria, 30% das grávidas morriam com febre.

Outra ala taxa de mortalidade era dez vezes menor.

Médico I. Semmelweis, matou a charada quando examinou o corpo de um colega que havia morrido depois de ter se
cortado em uma autópsia.

Lembrou-se que a ala problemática era atendida por estudantes, que iam para lá depois de dissecarem cadáveres.

Concluiu que eles traziam consigo algum agente de doença e então, obrigou que lavassem as mãos com solução clorada
antes de visitarem as grávidas.

Os casos de febre diminuíram e Semmelweis, entusiasmado, passou a exigir a desinfecção dos instrumentos, algo que
nenhum hospital praticava e foi demitido.

Voltou para a Hungria, onde morreu de infecção após cortar o dedo, aos 47 anos, em 1865, ano em que o cientista francês
Louis Pasteur provou a importância da assepsia para evitar contaminações.
Ignaz Philipp Semmelweis (1818-1865)
BREVES CONCEITOS
IMPORTANTES
• Antissepsia -> destruição ou inativação de microorganismos, patogênicos ou não,
situados no organismo humano. É o conjunto de medidas propostas para inibir o
crescimento de microrganismos ou removê-los de um determinado ambiente, podendo
ou não destruí-los e para tal fim utilizamos antissépticos ou desinfetantes. (móveis);

• Assepsia -> Conjunto de normas para evitar a contaminação - é o conjunto de medidas


que utilizamos para impedir a penetração de microrganismos num ambiente que
logicamente não os tem, logo um ambiente asséptico é aquele que está livre de
infecção (pele);
• Desinfecção -> Processo aplicado as superfícies inertes, que elimina micro-
organismos na forma vegetativa, não garantindo a eliminação total dos
esporos bacterianos. Destruição ou inativação de MO patogênicos ou não,
encontrados fora do organismo humano;

• Infecção Cruzada -> MO veiculados de um paciente para o outro;

• Infecção Hospitalar -> Adquirida durante ou após a internação, tendo


relação com procedimentos invasivos ou não.
MICROBIOTA RESIDENTE
 De acordo com Bolick, são Microorganismos de
baixa virulência que vivem na pele.

 Sua remoção é mais difícil e necessária a


fricção rigorosa durante a lavagem das mãos.

 Exemplos: Staphylococcus, acinetobacter e


Enterobacteriaceae.
MICROBIOTA TRANSITÓRIA
• Consiste em microorganismos patogênicos,
porém, passageiros.

• Se aglomeram junto à gordura e sujidades, são


facilmente removidas pela adequada lavagem das
mãos.

Exemplos: alguns gram‐negativos [E. coli];


FINALIDADES DA HIGIENIZAÇÃO DAS
MÃOS
Remover toda a sujidade e os microorganismos transitórios das mãos, bem como
reduzir as contagens microbianas totais com o passar do tempo;

Prevenir infecções;

Evitar contaminação;

Manter a higiene pessoal;

Não contaminar outros pacientes;

Não contaminar o material limpo e/ou estéril.


(POTTER;PERRY,2004)
QUANDO LAVAR AS MÃOS?

• Antes e após a realização de qualquer procedimento junto ao paciente;

• Ao chegar e após deixar a unidade do paciente;

• Após o contato c/ fluído orgânico (sangue, urina, vômito, fezes e pus);

• Antes e após o preparo e administração de medicamentos;

• Antes e após calçar luvas de procedimentos e/ou cirúrgicas;

• Antes e após realizar as necessidades fisiológicas (alimentar-se, urinar e evacuar).


OPAS /
OMS
A lavagem das mãos no âmbito
hospitalar é um processo
vinculado ao primeiro desafio
mundial para a Segurança do
Paciente da OMS, "Uma
Assistência Limpa é Uma
Assistência mais Segura",
campanha coordenada no
Brasil pela ANVISA e OPAS,
tendo com um dos principais
objetivos a aplicação dos 5
Momentos para a Higienização
das Mãos:
QUEM DEVE LAVAR AS MÃOS
• Todos os profissionais que entrarem em
contato com os pacientes ou materiais
hospitalares;

• Os visitantes com prévia orientação sobre a


importância do procedimento;

• Estagiários dos diversos cursos que tiverem


contato com pacientes ou materiais
hospitalares;
RACIOCÍNIO CRÍTICO
• A lavagem das mãos é um procedimento de
baixo custo e deve ser feita por todos os
profissionais de saúde.

• A mesma é realizada de forma incorreta na


tentativa de poupar tempo, podendo colocar
a vida do paciente em risco.

• Geralmente a microbiota dos profissionais de


saúde está composta por MO com um forte
potencial patogênico. Exemplos: S. aureus,
Pseudomonas aeruginosas...
SEQUÊNCIA DA TÉCNICA

• Anéis e relógios devem ser retirados;

• Dobre roupas com mangas longas e jalecos;

• Abrir a torneira;

• Molhar as mãos e adicionar sabão;

• Esfregar todas as superfícies das mãos(30


segundos);

• Se necessário use papel toalha para fechar a


torneira;
...

• Lavar ambos os punhos com movimentos


circulares;

• Enxaguar as mãos com água corrente e


abundante; mantendo os dedos voltados
para cima;

• Fechar a torneira, caso seja manual, com


papel toalha;

• Secar as mãos em sentido palmas para


antebraços.
Passo 1
Passo 2
Passo 3
Passo 4
Passo 5
Passo 6
Passo 7
Passo 8
Passo 9
DICAS IMPORTANTES
• O processo de fricção dever ser realizado no sentido para baixo;

• Cinco fricções de cada tipo são suficientes para remover mecanicamente os


MO;

• As mãos devem ser enxaguadas em água corrente, posicionadas sob a


torneira com os dedos voltados para cima;

• Secar as mãos com papel toalha, depois, os antebraços.


ÁREAS DAS MÃOS MAIS ESQUECIDAS

Polegares;

Sulcos interdigitais;

Abaixo das unhas;

Punhos;

Lateral interna e externa da mão.


OUTROS TÓPICOS
IMPORTANTES
• Frequência da lavagem;

• Não se encostar na pia, durante o procedimento;

• Unhas curtas;

• Água corrente;

• Limpeza do dispensador;

• Uso de loções e cremes;

• Uso de papel altamente absorvível ou ar quente;


ANTISSÉPTICOS
Álcool 70%: atua por desnaturação de proteínas, com excelente atuação sobre
bactérias gram-negativas e positivas, fungos e vírus. O álcool tem efeito após secar e
caso não seja hidratado, não penetra com eficácia nas membranas;

Clorhexidina: Atua por ruptura da parede celular, tem excelente atividade sobre
bactérias gram. (-) (+), age contra alguns vírus (HIV, CMV, herpes simples e influenza).
Possui ação com 15 segundos de fricção e seu efeito residual é de 5-6 horas. Baixa
toxidade ao contato. Tóxico se aplicado em mucosas como olhos e ouvidos.

Alcoólica 0,5% - Degermante 2% - Aquosa 2% 0,2% a 12%


CONSIDERAÇÕES FINAIS
• É de extrema importância aos profissionais que
atuam na área de saúde, sejam alertados e
conscientizados sobre o dever da adesão aos corretos
métodos para essa prática, sabendo que a microbiota
transitória é mais frequente, podendo causar
contaminação e infecção hospitalar.

• Nas unidades de alta complexidade se faz necessário a


remoção da microbiota residente e transitória, por isso
o uso de antissépticos após a lavagem das mãos.
REFERÊNCIAS
1. BOLICK. D.et al. Segurança e controle de infecção. Rio de Janeiro - RJ: Reichmanne & Affonso Editores, 2000.
2. SMELTZER,S.C. Brunner e Suddarth. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 11.ed. Rio de Janeiro(RJ): Guanabara
Koogan, 2009.
3. POTTER, Patricia A.; PERRY, Anne G. Fundamentos de Enfermagem. 5.ed. Editora Guanabara Koogan S.A. Rio de Janeiro
– RJ, 2004.
4. ARCHER, Elizabeth; et al. Procedimentos e Protocolos. Vol I. Editora Guanabara Koogan S.A. Rio de Janeiro – RJ, 2006.
5. ARCHER, Elizabeth; et al. Procedimentos e Protocolos. Vol II. Editora Guanabara Koogan S.A. Rio de Janeiro – RJ, 2006.
6. CARMAGNANI, Maria Isabel S.; et al. Procedimentos em enfermagem - Guia prático. Editora Guanabara Koogan S.A.
Rio de Janeiro – RJ, 2017.
7. POSSO, Maria Belém S. Semiologia e Semiotécnica de Enfermagem. 1. ed. Editora Atheneu Rio. Rio de Janeiro – RJ.
2001.
8. LIMA, Idelmina L. de. MATÃO, Maria Eliane L.. Manual do Técnico em Enfermagem. 9. ed. AB Editora. Goiânia – GO,
2010.
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