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Semiologia e Semiotecnologia da Enfermagem

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Semiologia e Semiotécnica da
Enfermagem

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Sumário
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 6
MÓDULO I ............................................................................................................................................... 8
5
PRECAUÇÕES UNIVERSAIS....................................................................................................................... 8
MÓDULO II ............................................................................................................................................ 47
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS ................................................................................................. 47
MÓDULO III ........................................................................................................................................... 82
APLICAÇÕES TÉRMICAS ......................................................................................................................... 82
MÓDULO IV ......................................................................................................................................... 116
ELIMINAÇÃO INTESTINAL .................................................................................................................... 116
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................... 150

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INTRODUÇÃO
Semiologia e Semiotécnica de Enfermagem são duas novas disciplinas incorporadas
ao curriculum de Enfermagem de acordo com a Resolução no 314/94 do Conselho Federal de
Enfermagem. Integra a área de Fundamentos de Enfermagem, por sinal, uma das quatro áreas
temáticas de Enfermagem.
A Enfermagem é uma profissão que desempenha o ato de observação, cuidado e
aconselhamento do paciente, para recuperação ou manutenção de sua saúde ou prevenção da 6
doença. O objetivo da enfermagem é assistir o paciente na sua dimensão biopsicossocial em
todos os níveis de cuidados, tornando se um trabalho bastante complexo e singular (SANTOS,
2002).
A partir da disciplina Semiologia e Semiotécnica em Enfermagem II, os discentes
desenvolvem habilidade na execução de procedimentos teóricos práticos necessários à
assistência de enfermagem. A ementa desta disciplina proporcionada uma assistência de
enfermagem de menor complexidade ao indivíduo, família e comunidade no atendimento de
suas necessidades humanas básicas.
Os conhecimentos adquiridos nesta disciplina são fundamentais para a profissão de
Enfermagem, visto que quase todas as técnicas são vistas em Semiologia e Semiotécnica em
Enfermagem II. Por isso, ao cursá-la, é fundamental a identificação dos estudantes por suas
teorias e práticas. Entretanto, nem sempre isso acontece, podendo resultar na insatisfação dos
alunos.
Não é difícil compreender que, em virtude das exigências próprias do tipo de
atividades desenvolvidas pelos discentes, atuando na função de assistir ao paciente, o aluno,
possivelmente, terá maiores condições para melhorar a qualidade dessa assistência se estiver
satisfeito com a disciplina e com o curso escolhido.
De acordo com Aurélio (1999), satisfação significa o ato ou efeito de satisfazer se,
contentar se, saciar se, alegrar se, corresponder ao que se deseja. Satisfação é um conceito
multifatorial, subjetivo e individual, produto das interações entre as características pessoais,
valores, expectativas da profissão.
A motivação para o estudo da Satisfação do Estudante de Enfermagem faz parte do
pressuposto básico de que esta variável influencia o desempenho do estudante e futuro
enfermeiro, podendo atuar sobre inúmeras facetas do comportamento, desde o profissional até
o social, interferindo em sua saúde mental (LAWER, 1973).

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Quanto maior o grau de satisfação dos indivíduos, maior a motivação e maior o


potencial de contribuição para a profissão. A satisfação e a motivação estão relacionadas ao
suprimento das necessidades, desde aquelas consideradas básicas, como proteção e alimento,
até as de estima e realização, passando pelas de segurança e por aquelas ligadas à vida social
(MASLOW, 1970).
Pessoas satisfeitas profissionalmente possuem "personalidade próativa". São sujeitos
mais propensos do que outros a ações que influenciam o ambiente em que estudam e 7
trabalham.
Eles identificam e solucionam problemas e tomam para si a responsabilidade de
influenciar o mundo a sua volta. Pessoas passivas e reativas, ao contrário, tendem a adaptar se
às circunstâncias em vez de alterá-las (DOMINIUM, 2004).
Indivíduos que enxergam um significado no que fazem tendem a ser mais motivadas e
a motivação, como se sabe, não vem do ambiente externo é um sentimento que brota e é
alimentado dentro de cada um. Portanto, motivação é fundamental em qualquer coisa que se
faça na vida, sobretudo naquilo que exige maior esforço, como é o caso do trabalho.

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MÓDULO I

PRECAUÇÕES UNIVERSAIS

Precauções Universais, atualmente denominadas Precauções Básicas, são medidas de


prevenção que devem ser utilizadas na assistência a todos os pacientes, na manipulação de
sangue, secreções e excreções, e contato com mucosas e pele não-íntegra.
8
Essas medidas incluem a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (E.P.I.),
com a finalidade de reduzir a exposição do profissional a sangue ou fluidos corpóreos, e os
cuidados específicos recomendados para manipulação e descarte de materiais pérfuro-
cortantes, contaminados por material orgânico.
Têm por objetivo evitar a transmissão de infecções (conhecidas ou não) do paciente
para o profissional de saúde.

1. Orientações gerais

Cuidados com as mãos


As mãos são as maiores responsáveis pela transmissão de microorganismos e,
consequentemente, a infecção. É necessário, portanto, uma boa higiene das mãos antes e após
o contato com paciente ou depois de manusear materiais contaminados. Devem-se manter
unhas curtas e limpas, proteger lesões das mãos, não usar anéis ou jóias, que dificultará uma
higiene correta das mãos.

Equipamentos de proteção individual


Os equipamentos de proteção individual são: luvas, máscaras, gorros, óculos de
proteção, capotes (aventais) e botas, e atendem às seguintes indicações: Luvas - sempre que
houver possibilidade de contato com sangue, secreções e excreções, com mucosas ou com
áreas de pele não-íntegra (ferimentos, escaras, feridas cirúrgicas e outros); • Máscaras, gorros
e óculos de proteção - durante a realização de procedimentos em que haja possibilidade de
respingo de sangue e outros fluidos corpóreos, nas mucosas da boca, nariz e olhos do
profissional;
• Capotes (aventais) - devem ser utilizados durante os procedimentos com
possibilidade de contato com material biológico, inclusive em superfícies contaminadas;

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• Botas - proteção dos pés em locais úmidos ou com quantidade significativa de


material infectante (centros cirúrgicos, áreas de necropsia e outros).

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Cuidados com materiais pérfuro-cortantes


Recomendações específicas devem ser seguidas durante a realização de procedimentos
que envolvam a manipulação de material pérfuro-cortante:
• Máxima atenção durante a realização dos procedimentos;
• Jamais utilizar os dedos como anteparo durante a realização de procedimentos que
envolvam materiais perfuro-cortantes;
• As agulhas não devem ser rejencapadas, entortadas, quebradas ou retiradas da
seringa com as mãos;
• Não utilizar agulhas para fixar papéis;
• Todo material pérfuro-cortante (agulhas, scalp, lâminas de bisturi, vidrarias, entre
outros), mesmo que estéril, deve ser desprezado em recipientes resistentes à perfuração e com
tampa;
• Os recipientes específicos para descarte de material não devem ser preenchidos
acima do limite de 2/3 de sua capacidade total, e devem ser colocados sempre próximos do
local onde é realizado o procedimento.

Isolamento e precauções
O isolamento e precaução é uma forma aplicada a todos os pacientes com transmissão
de microorganismos por aerossóis, por contato e via respiratória.
O profissional deverá manter as Precauções Padrão, a todos os pacientes com doenças
transmissíveis, que consiste em: lavagem das mãos; o uso de luvas, máscara e óculos;
cuidados no manuseio de materiais pérfuro-cortantes e equipamentos; e quarto privativo para
os pacientes com doenças infecciosas, onde o ambiente também é considerado.

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Tipos de isolamento e precaução


PRECAUÇÃO RESPIRATÓRIA
São indicadas para pacientes portadores de microrganismos transmitidos por gotículas
de tamanho superior a 5 microns, que podem ser geradas durante tosse, espirro, conversação
ou realização de diversos procedimentos. (Exemplo: coqueluche, difteria, streptococos
pneumoiae, neisseria meningitides e caxumba).

11
Estas precauções consistem em:
1. Quarto privativo ou coorte de pacientes com o mesmo agente etiológico. A
distância mínima entre dois pacientes deve ser de 1 metro. A porta pode permanecer aberta;
2. Máscara deve ser utilizada se houver aproximação ao paciente, numa distância
inferior a um metro. Por questões operacionais, as máscaras podem ser recomendadas para
todas as vezes que o profissional entrar no quarto. Devem-se incluir os visitantes e
acompanhantes;
3. O transporte dos pacientes deve ser limitado ao mínimo indispensável e,
quando for necessário, o paciente deve usar máscara.

PRECAUÇÕES COM AEROSSÓIS


São indicadas para pacientes com suspeita ou infecção comprovada por
microrganismos transmitidos por aerossóis (partículas de tamanho < 5 microns) que ficam
suspensos no ar e que podem ser dispersos a longas distâncias. (Exemplo: varicela, sarampo,
tuberculose).

Consistem em:
1. Quarto privativo (ou coorte, que deve ser evitada) que possua pressão de ar
negativa em relação às áreas vizinhas; um mínimo de 06 trocas de ar por hora; e, cuidados
com o ar que é retirado do quarto (filtragem com filtros HEPA) antes da recirculação em
outras áreas do hospital. As portas devem ser mantidas fechadas;
2. Proteção respiratória com máscara que possua capacidade adequada de
filtração e boa vedação lateral, máscara n° 95. Indivíduos suscetíveis a sarampo e varicela não
devem entrar no quarto de pacientes com suspeita ou portadores destas infecções;
3. O transporte dos pacientes deve ser limitado, mas se for necessário eles devem
usar máscara (a máscara cirúrgica é suficiente).

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PRECAUÇÕES DE CONTATO
Estão são indicadas para pacientes com infecção ou colonização por microrganismos
com importância epidemiológica e que são transmitidos por contato direto (pele-a-pele) ou
indireto (contato com itens ambientais ou itens de uso do paciente). (Exemplo: infecções
gastrintestinais, respiratória, pele e ferida colonizada, entéricas e grandes abscessos).

Consistem em: 12
1. Quarto privativo ou coorte, quando os pacientes estiverem acometidos pela
mesma doença transmissível. Os recém-nascidos podem ser mantidos em incubadora.
Crianças e outros pacientes, que não deambulam, não requerem quarto privativo, desde que as
camas tenham um afastamento maior do que 1metro entre elas;
2. Uso de luvas quando entrar no quarto do paciente. Após o contato com material
que contenha grande concentração de microrganismos (por exemplo: sangue, fezes e
secreções), as luvas devem ser trocadas e as mãos lavadas. Após a lavagem das mãos, deve-se
evitar o contato com superfícies ambientais potencialmente contaminadas;
3. Uso de avental limpo, não estéril, quando entrar no quarto, se for previsto
contato com o paciente que possa estar significativamente contaminando o ambiente (diarréia,
incontinência, incapacidade de higienização, colostomia, ileostomia, ferida com secreção
abundante ou não contida por curativo). O avental deve ser retirado antes da saída do quarto, e
deve-se evitar o contato das roupas com superfícies ambientais potencialmente contaminadas;
4. O transporte de pacientes para fora do quarto deve ser reduzido ao mínimo. As
precauções devem ser mantidas durante o transporte;
5. Os itens que o paciente tem contato e as superfícies ambientais devem ser
submetidas à limpeza diária;
6. Equipamentos de cuidado com os pacientes e materiais como estetoscópio,
esfigmomanômetro ou cômoda ao lado do paciente, sempre que possível, devem ser usados
somente por um único paciente. Se não for possível, a desinfecção deste material é
recomendada entre o uso em um e outro paciente.

2. Técnica de lavagem das mãos

a) Lavagem básica das mãos


É o simples ato de lavar as mãos com água e sabão, visando a remoção de bactérias
transitórias e algumas residentes, como também células descamativas, pêlos, suor, sujidades e

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oleosidade da pele. O profissional de saúde deve fazer desse procedimento um hábito,


seguindo as recomendações e etapas de desenvolvimento da seguinte técnica:
• Fique em posição confortável, sem tocar a pia, e abra a torneira, de preferência, com
a mão não dominante, isto é, com a esquerda, se for destro, e com a direita, se for canhoto;
• Mantenha se possível, a água em temperatura agradável, já que a água quente
ou muito fria resseca a pele. Use, de preferência, 2 ml de sabão líquido, ou o sabão em barra(
nesse caso enxágüe o sabão antes do uso); 13
• Ensaboe as mãos e friccione-as por aproximadamente 15 segundos, em todas as
suas faces, espaços interdigitais, articulações, unhas e extremidades dos dedos, conforme
mostra a figura:

Adaptada de: LAURENCE. J.C. The bacteriology of burns. Journal of hospital (Supl. B): 3 - 17,
1985
Enxágüe as mãos, retirando totalmente a espuma e resíduos de sabão, enxugue-as com
papel-toalha descartável;
• Feche a torneira utilizando o papel-toalha descartável (evite encostar se à
mesma ou na pia)

Indicações
Uma listagem de todas as situações em que as mãos devem ser lavadas seria uma
tarefa prolongada e incompleta.
De modo geral, entretanto, o bom senso autoriza e recomenda que o profissional de
saúde lave as mãos nas situações abaixo indicadas: sempre que estiverem sujas.
Antes de:
• Ministrar medicamento oral;

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• Preparar nebulização. Antes e após:


• A realização de trabalhos hospitalares;
• A realização de atos e funções fisiológicas e ou pessoais (se alimentar, limpar e
assoar o nariz, usar o toalete, pentear os cabelos, fumar ou tocar qualquer parte do corpo);
• O manuseio de cada paciente e, às vezes, entre as diversas atividades realizadas
num mesmo paciente (por exemplo: higiene, aspiração endotraqueal, esvaziamento da bolsa
coletora de urina etc.); 14
• O preparo de materiais ou equipamentos (respiradores, nebulizadores etc.),
durante seu reprocessamento;
• A manipulação de materiais ou equipamentos (exemplo: cateter intravascular,
sistema fechado de drenagem urinária e equipamentos respiratórios);
• A coleta de espécimes;
• A aplicação de medicação injetável;
• A higienização e troca de roupa dos pacientes.

b) Lavagem e anti-sepsia das mãos Pré-procedimentos cirúrgicos


No preparo das mãos e antebraços, antes de quaisquer procedimentos cirúrgicos, o
profissional de saúde deve remover todas as jóias, pulseiras e ou anéis, inclusive a aliança. As
unhas devem ser mantidas aparadas e sem esmalte.
Para a anti-sepsia, recomenda-se o emprego de escovas apropriadas, com cerdas
macias, descartáveis ou convenientemente esterilizadas. São contraindicadas as escovas de
cerdas duras, já que podem promover lesões cutâneas nas mãos e antebraços. Proscreve-se,
também, a manutenção de escovas em soluções desinfetantes, bem como seu
reaproveitamento após o uso. Caso não existam condições adequadas para a utilização das
escovas, deve-se dar preferência ao desenvolvimento da anti-sepsia sem escovação.
Com ou sem escovação, porém, a seqüência da lavagem deve ser ritualmente seguida
pelo profissional de saúde. Com movimentos de fricção pelas diferentes faces das mãos,
espaços interdigitais, articulações, extremidades dos dedos e antebraços, durante 5 minutos
antes da primeira cirurgia e de 2 a 5 minutos antes das cirurgias subseqüentes, desde que a
anterior não tenha sido infectada.
Nesse caso, deve-se obedecer ao tempo de 5 minutos.

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1a opção
Desenvolvimento da técnica com anti-séptico-detergente
Quando do emprego de produtos antissépticos-detergentes no final do procedimento, o
profissional de saúde deve enxaguar as mãos em água corrente, aplicar o produto e, após
friccioná-lo nas mãos, enxugar as mesmas com toalha ou compressa esterilizada.
É vedado o uso de soluções alcoólicas para a remoção de resíduos do antiséptico-
detergente. 15

2a opção
Desenvolvimento da técnica com água, sabão e aplicação de antisépticos
Quando não houver a disponibilidade de produtos à base de antisséptico detergente
associado, o ritual da lavagem / escovagem deverá ser processado com o uso do sabão,
obedecendo-se a técnica preconizada. O profissional de saúde, após friccionar as mãos com
água e sabão, deve enxugá-las tendo o cuidado de remover totalmente a espuma e resíduos de
sabão das mãos e antebraços.
Seqüencialmente, deve aplicar uma solução de álcool iodado a 0,5 ou 1 %,
friccionando as mãos com essa solução por, no mínimo, 1 minuto, secando-as em seguida
com toalha ou compressa esterilizada.
Em qualquer das duas opções, durante o desenvolvimento da técnica, as mãos devem
ser mantidas numa altura relativamente superior aos cotovelos, e a secagem com toalha ou
compressa esterilizada deve ser processada, sempre, obedecendo-se a direção mãos-cotovelo,
com movimentos compressivos e não de esfregação.
É contra-indicada a imersão das mãos em bacias com álcool iodado. Como precaução
adicional, o profissional de saúde deve usar luvas quando houver um elevado risco de
transmissão de infecção. Tal procedimento objetiva proteger os pacientes dos microrganismos
que não foram totalmente removidos através da lavagem das mãos, bem como evitar que o
pessoal de saúde tenha contato direto com secreções, excreções, material e equipamentos
contaminados. O uso de luvas, entretanto, não prescinde uma boa lavagem das mãos.

Indicações (1 a e 2 a opção)
Antes de:
 Cirurgias em geral;

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 Procedimentos cirúrgicos de pequeno porte, tais como: biópsias, cateterismos


vasculares, traqueostomias, shunts arteriovenosos, procedimentos endoscópicos
por incisões, punções e drenagens de cavidades serosas, acesso percutâneo a
cavidades naturais (cateterismo vesical, punção suprapúbica) e outras cirurgias
realizadas em unidades ambulatoriais e de emergência, como por exemplo, retirada
de corpo estranho, cirurgia oftalmológica e outras.
Em alguns serviços de saúde, os procedimentos citados - em conseqüência de 16
situações emergenciais e outras peculiares à instituição - são realizados em áreas semicríticas
e não em áreas críticas, o que seria mais adequado, devido ao risco potencial de infecção.

Outros procedimentos de risco


Alguns procedimentos de risco ou invasivos (diagnósticos ou terapêuticos) são
desenvolvidos em diferentes áreas dos hospitais brasileiros. Apesar de não representarem
risco de infecção equivalente aos das agressões cirúrgicas (de grande e pequeno porte) acima
referidas, os cuidados com as mãos devem ser rigorosos, tendo-se em vista que
freqüentemente acarretam infecções hospitalares.
Portanto, preconiza-se a lavagem das mãos com água e sabão por aproximadamente 15
segundos, com posterior aplicação de anti-séptico em solução alcoólica, friccionando, durante
1 minuto, todas as faces das mãos, conforme a técnica já descrita. Ressalva-se que as mãos
devem secar naturalmente e não por intermédio do papel-toalha.
Considerando-se o custo, o problema de disponibilidade dos anti-sépticos detergentes
no mercado e a não necessidade de efeito residual prolongado em alguns procedimentos de
risco. Optou-se, apenas, pela lavagem das mãos com água e sabão, com posterior aplicação de
anti-sépticos em solução alcoólica, o que não exclui, entretanto, o uso de antissépticos-
detergentes por algumas instituições que assim o preferirem.

Indicações
Antes de:
 Examinar pacientes de isolamento reverso;
 Preparar dietas para berçário (mamadeiras, leite, papa, etc.); Preparar solução
parenteral ou enteral;
 Instalar solução parenteral (antes de manusear equipamentos para ministrar a
solução);

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 Proceder à instalação da hemodiálise;


 Realizar instrumentação e sondagem de orifícios naturais (cistoscopia,
broncoscopia, laringoscopia direta e cateterismo vesical);
 Realizar punção-biópsia;
 Realizar punção lombar;
 Efetuar cateterismo de trajetos fistulosos. Antes e após:
 Qualquer tipo de curativo. 17

Após:
 Contato com urina, fezes, sangue, saliva, escarro, secreções purulentas ou outras
secreções ou excreções materiais, bem como equipamentos e roupas contaminadas.

3. Técnica para calçar luva estéril


O procedimento de calçar um par de luvas estéril requer técnica correta, para evitar a
contaminação da luva, fato este que pode ocorrer com facilidade, por isso requer muita
atenção.
As luvas estéreis devem ser utilizadas sempre que ocorrer a necessidade de
manipulação de áreas estéreis. Existem vários procedimentos que exigem a utilização de luvas
estéreis, entre eles os procedimentos cirúrgicos, aspiração endotraqueal, curativos extensos,
que se tornam difíceis realizar somente com o material de curativo.
Resumindo, em qualquer ocasião que for necessário o auxílio manual em locais
estéreis ou em lesões, usa-se as luvas esterilizadas.
Podem ser encontradas nos tamanhos P, M ou G, ou até mesmo em tamanhos
numerados como 6.0, 6.5, 7.0 até 9.0. E pode variar de acordo com o fabricante.
Após realizar a lavagem correta das mãos, abra o pacote de luvas sobre uma superfície
limpa, à altura confortável para sua manipulação.

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Observe que existem abas nas dobras internas da embalagem das luvas.
Elas existem para facilitar a abertura do papel, sem que ocorra o risco de tocar nas
luvas e contaminá-las. Então, segure nas abas abra os dois lados que revestem as luvas,
conforme a figura abaixo.

As luvas estão dispostas corretamente a sua frente, onde: a luva da mão direita está a
sua direita, e a luva da mão esquerda, está a sua esquerda. Isso na maioria dos fabricantes. A
maioria das luvas não tem lado anatômico, mas ficam dispostas nesse sentido, devido a dobra
existente do polegar.
Agora, prepare-se para calçar a luva na mão dominante. Com sua mão não dominante,
segure a luva pela face interna da luva (que vem dobrada propositalmente).
Lembre-se: enquanto você estiver sem luvas, segure apenas pela face onde a luva irá
entrar em contato com sua pele, ou seja, face interna.

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Agora, introduza os dedos da mão dominante, calmamente, procurando ajustar os


dedos internamente. Realize esta etapa da melhor maneira possível, mas não se preocupe se os
dedos ficarem mal posicionados dentro da luva. Continue o procedimento mesmo com os
dedos posicionados de forma errada (é muito arriscado tentar arrumar a posição dos dedos,
você pode contaminá-la).

Após esta etapa, introduza até que sua mão entre completamente na luva, sempre a
segurando pela face interna.

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Agora que você colocou a primeira luva estéril (na mão dominante), vamos colocar a
luva na mão esquerda (não-dominante). Lembre-se, que agora estamos com uma luva estéril
na mão dominante, não podemos tocar em lugares que não sejam estéreis, sejam eles a nossa
pele, superfícies ou objetos ao nosso redor. Com a mão dominante (enluvada), segure a outra
luva pela face externa (ou seja, por dentro da dobra existente). Esta dobra existente no punho
da luva servirá de apoio para segurar a luva, sem que ocorra o risco de contaminar a luva,
mesmo que imperceptivelmente.

Sempre segurando pela dobra do punho da luva, introduza calmamente sua mão
esquerda (não-dominante) na luva, semelhante ao realizado na primeira, mas agora, com a
cautela de não tocar com a luva na pele da mão esquerda ou em locais não-estéreis.

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Siga esta etapa, até introduzir toda a mão esquerda na luva.

Agora, havendo a necessidade de posicionar os dedos corretamente, ou até mesmo


melhorar o calçamento da luva, faça com ambas as luvas, porém evite manipular a luva na
região dos punhos, caso esta não possua mais as dobras de segurança.

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4. Paramentação
Paramentar-se é vestir de maneira adequada por determinada ocasião, a fim de evitar a
transmissão de microorganismos a outros pacientes.
Como se paramentar de maneira eficiente e segura
Para uma paramentação segura devemos tomar certos cuidados antes de pegarmos o
avental. São eles:
1. Certificar-se de que o pacote está estéril (através de adesivo identificador no próprio 22
pacote);
2. Pedir à circulante que abra o pacote para você;
3. Verificar o espaço disponível, se não há mobiliário ou pessoas atrapalhando sua
movimentação.
Tomados estes cuidados podemos prosseguir com a paramentação. Técnicas:
1. Retire o avental do pacote, abra-o e segure-o com as duas mãos por dentro dele na
região dos ombros;
2. Erga as mãos e introduza o quanto puder seus braços no avental, em seguida peça à
circulante que lhe ajude a ajeitar o avental;
3. Segure as cordas afastadas do avental por seu meio, enquanto a circulante amarra seu
avental;
4. Entregue as pontas à circulante e espere que ela amarre;
5. Caso o avental seja do tipo opa, faça um bolinho com o fio maior e o entregue à outra
mão dando a volta por trás de seu corpo;
6. Puxe bem a ponta maior para fechar o avental atrás;
7. Com a outra mão amarre as duas pontas;
8. No punho procure deixar o dedal preso no dedão, assim o avental ficará mais firme e
não poderá encolher durante a cirurgia;
9. Calce a luva esquerda se for destro e direita se for canhoto em primeiro;
10. Depois calce a outra luva;
11. Nunca encoste a luva calçada em sua pele. Isso causaria a contaminação e seria
preciso recomeçar o processo;
12. Passe a luva por seu punho para vedar completamente o contato de sua pele com o
paciente;
13. Caso seu avental não possua dedal, certifique-se de que o punho está bem para frente;
14. Segure o punho com a palma da mão;

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15. Passe então a luva até sentir que ficou firme.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM COM A UNIDADE DO PACIENTE

1. Limpeza diária ou concorrente


Entende-se por limpeza concorrente a higienização diária de todas as áreas do hospital,
com o objetivo da manutenção do asseio, reposição de materiais de consumo como: sabão
líquido, papel toalha, papel higiênico, saco para lixo. Inclui: 23

— Limpeza de piso, remoção de poeira do mobiliário e peitoril, limpeza completa


do sanitário;
— Limpeza de todo o mobiliário da unidade (bancadas, mesa, cadeira), realizada
pela equipe da unidade (ou pela equipe da higienização, quando devidamente orientada).

Obs.:
• A limpeza das superfícies horizontais deve ser repetida durante o dia, pois há
acúmulo de partículas existentes no ar ou pela movimentação de pessoas;
• A limpeza ou desinfecção concorrente do colchão deve ser feita no período da
manhã, durante a higiene do paciente.
Técnica:
Inicia-se do local mais limpo para o local mais sujo, ou do local menos contaminado
de acordo com o "provável nível de sujidade ou contaminação".
1°. Mobiliários;
2°. Parede;
3°. Piso.
Materiais: Baldes, panos e solução apropriada.

 Embeber o pano em solução apropriada;


 Esfregar a área a ser limpa sempre no mesmo sentido, do mais limpo ao mais sujo;
 Molhar o outro pano em água limpa (2° balde) e enxaguar;
 Molhar com o 3° pano no álcool e aplicar na superfície, deixar secar; Friccionar com o
4° pano por 15 segundos em cada ponto;
 Limpar e guardar o material.

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2. Limpeza ou desinfecção terminal


Entende-se por limpeza terminal a higienização completa das áreas do hospital e, às
vezes, a desinfecção para a diminuição da sujidade e redução da população microbiana. É
realizada de acordo com uma rotina pré-estabelecida, habitualmente, uma vez por semana ou
quando necessário.
Além da limpeza da unidade outros mobiliários e equipamentos, que têm contato
direto com o paciente, também devem ser limpos sempre que utilizados (cadeira de rodas, 24
maca e outros).
Consiste no método de limpeza ou desinfecção de mobiliário e material que compõem
a unidade do paciente no hospital. É feita após a alta, transferência, óbitos ou longa
permanência do paciente.
Executar a técnica com movimentos firmes, longos e em uma só direção.
Seguir os princípios:
• Do mais limpo para o mais sujo;
• Da esquerda para direita;
• De cima para baixo;
• Do distal para o proximal.
Utilizar um balde e um pano para ensaboar e outro balde e pano para enxaguar,
deixando quase seco. No caso de desinfecção passar a solução uma vez. Técnica:
Materiais: bandeja, 2 baldes com água e recipiente com pedaço de sabão (para
limpeza da unidade), 1 balde com solução desinfetante padronizada no hospital (para
desinfecção da unidade), cuba-rim para lixo, papel toalha, luva de procedimentos.
 Retirar a roupa, separando a leve da pesada, manuseando-a com cuidado, fazer um
pacote e colocá-lo sobre a bandeja. Levar a roupa ao expurgo;
 Se houver comadre, papagaio, bacia e cuba-rim no quarto, enxaguar no banheiro e
levar para o expurgo, lavá-las com água e sabão, secar e passar álcool 70%;
 Colocar a luva de procedimentos;
 Limpar a mesa de refeição;
 Limpar suporte de soro;
 Limpar a mesa de cabeceira, iniciar pela área externa (parte superior, laterais, atrás e
frente), parte interna da gaveta (iniciando pelo fundo, laterais, chão e frente) e parte
externa da gaveta (limpar apenas laterais). Parte interna da porta.

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Parte interna da mesinha (iniciar pelo teto, fundo, laterais, prateleira do meio e parte
inferior). Manter a porta fechada;
• Limpar um dos lados do travesseiro colocando o lado já limpo sobre a mesa de
cabeceira, e proceder à limpeza do outro lado;
• Abrir o impermeável sobre o colchão e limpar a parte exposta, dobrar e limpar
a outra parte exposta, colocando-a sobre o travesseiro;
• Limpar a face superior e lateral do colchão, no sentido da cabeceira para os 25
pés;
• Colocar o colchão sobre a guarda aos pés da cama, expondo a metade inferior
do estrado aos pés da cama e a metade posterior do colchão;
• Lavar cabeceira, grades e a parte exposta do estrado;
• Dobrar o colchão dos pés da cama para a cabeceira, limpando a parte inferior
do estrado aos pés da cama e a metade posterior do colchão;
• Acionar a manivela para limpar a parte posterior do estrado nos pés da cama;
• Abaixar o estrado e colocar o colchão no lugar, na posição horizontal;
• Limpar os quatro pés da cama;
• Colocar sobre o colchão o impermeável e o travesseiro;
• Proceder a limpeza da cadeira, e a escadinha;
• Recolher o material utilizado e lavá-lo, retirar as luvas e lavar as mãos.

3. Limpeza e desinfecção dos artigos hospitalares


Os artigos hospitalares são manejados dentro do hospital como ferramentas para
realização de diagnósticos e tratamentos, ou apoio para esses procedimentos.
Necessitam de controle apurado para o manejo, a fim de não comprometer a vida do
paciente, disseminando a infecção hospitalar.
As ações que se realizam com estes artigos dependem de sua área de contato e do tipo
de artigo hospitalar, realizando as limpezas simples, desinfecções e esterilizações.
As desinfecções de artigos hospitalares são realizadas de acordo com a classificação
feita por SPAULDING, há mais de 2 décadas, os artigos hospitalares são classificados em:
Críticos, Semicríticos e Não-críticos, baseado no grau de risco de infecção do uso destes itens.
Os artigos críticos são aqueles destinados a penetração, através de pele e mucosas, que
entram em contato com tecidos estéreis do corpo humano, isentos de colonização. Exemplo:
agulhas, materiais cirúrgicos, cateteres cardíacos e outros.

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Os artigos semicríticos são aqueles que entram em contato com mucosas integras ou
pele lesada. Exemplo: circuitos de terapia respiratória, endoscópios, tubos endotraqueais.
Os artigos não-críticos são aqueles que entram em contato apenas com a pele íntegra
do paciente ou não entram em contato com ele. Exemplo: o material usado para higienização,
termômetro, esfigmomanômetro, oxímetro de pulso, comadre, papagaio, entre outros.
Para os artigos não-críticos basta a limpeza com procedimento mínimo. Por limpeza
entende-se a completa remoção da sujidade presente nos artigos, utilizando água, detergente e 26
ação mecânica. Utilizando água morna e detergente enzimático potencializa-se a efetividade
da limpeza.
Para os artigos semicríticos, além da limpeza, há a necessidade de complementar com
a termodesinfecção ou desinfecção química de nível intermediário, no mínimo. A
termodesinfecção faz-se por meio das lavadoras termodesinfectoras, que possuem programas
que operam em temperaturas variadas como as de 70°C, 85°C, 92°C, 95°C, respectivamente,
a um tempo de exposição decrescente. A desinfecção química pode ser feita imergindo o
material em soluções à base de glutaraldeído a 2% por 20 a 30 minutos, ou ácido peracético a
0,2% por 10 minutos, atentando-se para indicações e contra-indicações para cada material.
Estas duas soluções garantem a desinfecção de alto nível, ou seja, além de virucida,
bactericida, fungicida e micobactericida, é também parcialmente esporocida. Já outros
germicidas como o álcool a 70%, hipoclorito de sódio a 1% e fenol sintético, são desinfetantes
químicos sem ação esporocida, porém adequados para processar os artigos semicríticos, por
serem desinfetantes de nível intermediário (virucida, bactericida, fungicida e
micobactericida).
Para os artigos críticos, a esterilização é o procedimento aceito. Se o artigo for
termorresistente, a autoclavação com pré-vácuo é o processo imbatível, pois é seguro, rápido,
econômico, não-tóxico, e que permite ser seguramente monitorizado.
Se o artigo for termossensível, há que se recorrer à esterilização gasosa automatizada,
por meio de óxido de etileno, plasma de peróxido de hidrogênio ou vapor à baixa temperatura
com o gás formaldeído.

PREPARO DA CAMA HOSPITALAR


O leito é um fator importante na obtenção do repouso e conforto adequados, sendo
essencial na manutenção e recuperação da saúde. Tem como objetivos: preparar uma cama
segura e confortável; manter a unidade com aspecto agradável; proporcionar bem-estar e

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segurança ao paciente. A técnica preconizada tem por função proporcionar conforto e


segurança ao paciente, como também tornar mais rápido e menos fatigante o trabalho da
enfermagem.

27

1. Cama fechada
É o preparo da cama para ser ocupada por um novo paciente. Técnica:
1. Reunir o material;
2. Realizar a limpeza concorrente;
3. Colocar a cadeira aos pés da cama e sobre ela o travesseiro;
4. Dispor a roupa no espaldar da cadeira, observando a ordem:
 Toalha de banho;
 Fronha;
 Colcha;
 Cobertor;
 Lençol protetor do paciente (sobrelençol);
 Lençol protetor do colchão.
5. Dispor o lençol de baixo fazendo canto da cabeceira, dos pés e lateral
da cama;
6. Colocar o lençol protetor do paciente deixando barrado junto à
cabeceira;
7. O cobertor a menos de 40 cm da cabeceira, estender a colcha rente a
cabeceira prendendo junto as 3 peças nos pés da cama e deixando solto os lados;
8. Pôr a fronha no travesseiro colocando junto à grade da cabeceira.
Endireitar a cadeira, passar para o outro lado e repetir a seqüência;

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9. Deixar a unidade (quarto do paciente em ordem).


Obs.: Dobraduras do lençol: 2 vezes no sentido da largura e 1 vez no sentido de
comprimento. Colocar na cadeira com as pontas laterais voltadas para a cama.

2. Cama aberta
É o preparo da cama sem paciente, com ocupação do leito pelo paciente que pode se
locomover. 28

Técnica:
O material utilizado é o mesmo da cama fechada, acrescido de um recipiente de pano
de limpeza e desinfetante, para limpeza do colchão e travesseiro antes do preparo da cama.
Proceder à mesma seqüência da cama fechada, deixando o lençol de cima (protetor do
paciente) virado no sentido diagonal sobre o cobertor e a colcha na parte da cabeceira. O
travesseiro é colocado sobre a cama.

3. Cama ocupada
Consiste no preparo da cama ocupada por um paciente que permanece no leito,
incapaz de se locomover. Técnica:
O material utilizado é o mesmo da cama fechada, acrescido de um recipiente de pano
de limpeza e desinfetante, para limpeza do colchão e travesseiro durante do preparo da cama.
1. Orientar o paciente sobre o procedimento;
2. Lavar as mãos;
3. Preparar o material necessário;
4. Preparar o ambiente com biombo se necessário;
5. Soltar as roupas de cama e colocá-las no hamper;
6. Retirar o cobertor, dobrá-lo e colocá-lo no espaldar da cadeira;
7. Colocar o paciente em decúbito lateral, observando a sua segurança,
dobrar o lençol de baixo para o centro do colchão;
8. Fazer a desinfecção para o centro do colchão;
9. Colocar o lençol de baixo conforme descrito anteriormente, fixando-o
sob o colchão;
10. Virar o paciente de modo que o mesmo fique sobre o lençol limpo em
decúbito lateral;

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11. Remover o restante do lençol usado, colocá-lo no hamper e proceder a


desinfecção do restante do colchão;
12. Puxar com cuidado o lençol de baixo, esticá-lo e fixá-lo sob o colchão;
13. Colocar o paciente em posição confortável;
14. Dobrar o sobrelençol usado longitudinalmente, tendo cuidado de não
expor o paciente. Colocar o sobrelençol limpo com a técnica conhecida e estendê-lo
sobre o paciente, no mesmo tempo em que é retirado o lençol usado; 29
15. Colocar o cobertor e a colcha e fixá-los, conforme descrição anterior;
16. Retirar fronha, fazer desinfecção do travesseiro e colocar fronha limpa.

4. Cama operado
É o preparo da cama para receber o paciente que se submeteu a cirurgias ou exames
sob anestesia.
Técnica:
1. Reunir o material necessário e levá-lo ao quarto;
2. Calçar luvas de procedimento;
3. Retirar roupa suja e colocá-la no hamper;
4. Realizar limpeza concorrente;
5. Proceder de forma semelhante a da cama fechada;
6. Colocar forro móvel sobre o lençol de baixo na cabeceira da cama, com
pregas (no mínimo três) em cada lado do colchão, deixando livre o centro da cama para
a cabeça do paciente;
7. Estender as três peças superiores sem prendê-las nos pés da cama;
8. Dobrar as três peças juntas, cerca de 15 cm em cada extremidade;
9. Fazer um rolo com as três peças, no sentido do comprimento,
colocando-o no lado oposto ao que será utilizado para colocar o paciente no leito;
10. Colocar o travesseiro aos pés da cama.

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ADMISSÃO, ALTA E TRANSFERÊNCIA DO PACIENTE

1. Admissão
É a entrada e permanência do paciente no hospital, por determinado período. Tem por
objetivos facilitar a adaptação do paciente ao ambiente hospitalar, proporcionar conforto e
segurança.
Na unidade de internação o paciente é recebido por um profissional da unidade e 30
encaminhado ao quarto ou enfermaria. Deve ser recebido com gentileza e cordialidade para
aliviar suas apreensões e ansiedades. Geralmente, o paciente está preocupado com a sua
saúde.
A primeira impressão recebida é fundamental ao paciente e seus familiares,
inspirando-lhes confiança no hospital e na equipe que o atenderá. Se recebido atenciosamente,
proporcionará sensação de segurança e bem estar, e deste primeiro contato depende em
grande parte a colaboração do paciente ao tratamento.

Procedimentos:
1. Receber o paciente cordialmente, verificando se as fichas estão
completas;
2. Acompanhar o paciente ao leito, auxiliando-o a deitar e dando-lhe todo
o conforto possível;
3. Apresentá-lo aos demais pacientes do seu quarto;
4. Orientar o paciente em relação à: localização das instalações sanitárias;
horários das refeições; modo de usar a campainha; nome do médico e da enfermeira
chefe;
5. Explicar o regulamento do hospital quanto à: fumo; horário de repouso;
horário de visita;
6. Os pertences do paciente devem ser entregues à família no ato da
admissão, se não for possível, colocá-los em um saco e grampear, identificando com um
impresso próprio e encaminhar para a sala de pertences;
7. Preparar o paciente em relação aos exames a que será submetido, a fim
de obter sua cooperação;
8. Fornecer roupa do hospital, se a rotina da enfermeira não permitir o uso
da própria roupa;

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9. Fazer o prontuário do paciente;


10. Verificar temperatura, pressão arterial, pulso e respiração, proceder ao
exame físico;
11. Anotar no relatório de enfermagem a admissão;
12. Anotar no Relatório Geral a admissão e o censo diário.

2. Alta 31
Alta Hospitalar é o encerramento da assistência prestada ao paciente no hospital. O
paciente recebe alta quando seu estado de saúde permitir ou quando está em condições de
recuperar-se e continuar o tratamento em casa.
A alta do paciente deve ser assinada pelo médico.
Procedimentos:
1. Certificar-se da alta no prontuário do paciente, que deve estar assinada
pelo médico;
2. Verificar no prontuário as medicações ou outros tratamentos a serem
feitos antes da saída do paciente;
3. Informar ao paciente sobre a alta, hora e de como será transportado;
4. Entregar ao paciente a receita médica e orientá-lo devidamente;
5. Auxiliar o paciente a vestir-se;
6. Reunir as roupas e objetos pessoais e colocá-los na mala ou sacola;
7. Devolver objetos e medicamentos ao paciente, que foram guardados no
hospital;
8. Providenciar cadeira de rodas ou maca para transportar o paciente até o
veículo;
9. Transportar o paciente;
10. Preparar a unidade para receber outro paciente.

3. Transferência interna do paciente


É a transferência do paciente de um setor para o outro, dentro do próprio hospital.
Poderá ser transferido quando necessitar de cuidados intensivos, mudança de setor e troca do
tipo de acomodação.
Procedimentos:
1. Após confirmação da vaga pela chefia, orientar o paciente;

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2. Checar na prescrição toda a medicação que foi administrada e cuidados


prestados;
3. Separar medicamentos para encaminhá-los junto com o paciente;
4. Proceder as anotações de enfermagem no plano assistencial;
5. Fazer rol de roupas e pertences do paciente, entregando-os à família ou
encaminhando junto ao paciente;
6. Proceder o transporte do paciente, com auxílio; 32
7. Levar o prontuário completo, medicamentos e pertences;
8. Auxiliar na acomodação do paciente;
9. Retornar ao setor levando a maca ou cadeira de rodas;
10. Preparar a unidade para receber outro paciente.

HIGIENE CORPORAL DO PACIENTE


A higiene é a ciência da saúde e quando é bem executada é importante para a saúde
geral do indivíduo. A pele sadia íntegra é a primeira barreira de defesa contra a infecção e a
lesão dos tecidos.
Dentes e gengivas saudáveis são essenciais à manutenção das condições nutricionais.
A má condição da cavidade oral representa fontes potenciais de infecção, assim como causa
desconforto e dor ao paciente. Neste sentido, o fato de ajudar a se manter limpo através de
remoção de impurezas, produtos de secreções e excreção, elimina muitas substâncias nas
quais estas bactérias se reproduzem. Além disso, as medidas higiênicas ajudam o paciente a
sentir-se mais confortável e relaxado.
Freqüentemente, as pessoas doentes sentem-se preocupadas com os odores
desagradáveis que se instala em seu corpo pela falta de higiene que, temporariamente ou não,
estará suspensa. Sabemos que a auto-estima ficará afetada com o comprometimento da
higiene de um paciente e que a resolução deste poderá se concentrar na execução desta
higiene.
Fatores que influenciam as medidas de higiene _ Auto-imagem: O profissional não
deve transmitir sentimentos de desaprovação se a higiene do paciente for insatisfatória;
_ Nível socioeconômico: Os hábitos de higiene são influenciados pelos recursos
econômicos disponíveis do paciente.
_ Conhecimento: geralmente o seu nível de conhecimento influencia sua motivação e
prática de higiene.

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_ Variáveis culturais: As crenças culturais, a formação, a idade, os valores pessoais e


os hábitos familiares influenciam nos cuidados de higiene do indivíduo.
_ Preferências pessoais: Cada paciente tem seus hábitos pessoais e de higiene. O
profissional de Enfermagem pode adotar horários em um plano individualizado.
O profissional de Enfermagem deve procurar manter seus pacientes limpos e livres de
maus odores, incentivando para que participem do seu autocuidado.

1. Banho no leito 33

A higiene pessoal adequada é indispensável à conservação da saúde e do bem estar. A


pele íntegra é a primeira linha de defesa contra infecção e contra a agressão aos tecidos
subjacentes, além de ter importância na regulação da temperatura corporal.
O enfermo, em geral, tem menor resistência à infecção, por isso as bactérias
patogênicas contribuem com ameaça mais acentuada, porém a invasão microbiana pode ser
reduzida, mantendo-se intactas a pele e a membrana mucosa.
Os objetivos do banho de leito são: providenciar conforto e bem-estar, promover
relaxamento muscular, manter a integridade da pele, estimular a circulação.

Procedimentos:
Material: Equipamentos da cama: colcha, cobertor, 01 lençol de cima, lençol móvel,
01 impermeável, 01 lençol de baixo, fronha, seguindo esta ordem; luvas de procedimento; 01
toalha de rosto; 01 toalha de banho; 02 luvas de banho ou compressas; 01 camisola; 02 bacias
de banho ou balde; jarro de água quente; 01 sabonete anti-séptico; comadre ou papagaio;
biombo s/n; saco de hamper.
1. Colocar o biombo s/n; fechar janelas e portas;
2. Desocupar a mesa de cabeceira;
3. Oferecer comadre ou papagaio antes de iniciar o banho;
4. Desprender a roupa de cama, retirar a colcha, o cobertor, o travesseiro e
a camisola, deixando-o protegido com o lençol;
5. Abaixar a cabeceira da cama caso seja possível;
6. Colocar o travesseiro sobre o ombro;
7. Ocluir os ouvidos;
8. Colocar a bacia sob a cabeça;
9. Lavar os cabelos;
10. Fazer higiene oral;

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11. Calçar as luvas de procedimento;


12. Molhar as luvas de banho retirando o excesso de água;
13. Lavar os olhos do paciente do ângulo interno;
14. Lavar os olhos do paciente do ângulo interno para o externo;
15. Utilizar água limpa para lavar cada olho;
16. Ensaboar pouco e secar com a toalha de rosto;
17. Colocar a toalha de banho sob um dos braços do paciente e lavá-lo no 34
sentido do punho para as axilas em movimentos longos;
18. Enxaguar e secar com a toalha de banho;
19. Repetir a operação com o outro braço;
20. Colocar a toalha de banho sobre o tórax do paciente, cobrindo-o até a
região púbica;
21. Com uma as mãos suspender a toalha e com a outra lavar o tórax e
abdômen;
22. Enxaguar, secar e cobri-lo com o lençol;
23. Lavar as pernas fazendo movimentos passivos nas articulações,
massagear as proeminências ósseas e panturrilha;
24. Flexionar o joelho do paciente e lavar os pés, secando bem entre os
dedos;
25. Colocar o paciente em decúbito lateral, com as costas voltadas para
você, protegendo-a com toalha, lavar, enxugar e secar;
26. Fazer massagem de conforto;
27. Colocar o paciente em posição dorsal;
28. Colocar a toalha de banho e comadre sob o paciente;
29. Oferecer a luva de banho para que o paciente possa fazer sua higiene
íntima (se tiver limitações, calçarem a luva e fazer a higiene para o paciente);
30. Lavar as mãos;
31. Vestir a camisola;
32. Trocar a roupa de cama;
33. Recolocar o travesseiro e deixá-lo em posição confortável.

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2. Higiene oral

A boca é a principal porta de entrada para os microorganismos causadores de doenças.


É um excelente meio de incubação porque fornece umidade, alimento, calor e proteção em
condições ideais.
A boca mal cuidada favorece o aparecimento de infecção, tanto no trato digestivo
quanto no trato respiratório, por isso, a higiene oral constitui um cuidado de enfermagem 35
diário.
Os objetivos da higiene oral são: motivar a formação de hábitos de higiene, remover
restos alimentares, prevenir cáries dentárias e infecções, aumentar a circulação capilar,
proporcionar conforto e bem-estar.

Procedimentos:
Material: escova de dente; dentifrício; copo descartável com água; toalha de rosto;
cubarim; espátula; canudo s/n; lubrificante labial (vaselina); antisséptico oral (Cepacol); luva
de procedimento; gaze.
Paciente com pouca limitação:
1. Em posição de Fowler e com a cabeça lateralizada;
2. Proteger o tórax com a toalha de rosto;
3. Colocar a cuba-rim sob a bochecha;
4. Solicitar para que abra a boca ou abri-la com auxilio da espátula;
5. Utilizar a escova com movimentos da raiz em direção à extremidade
dos dentes. Fazer cerca de 6 a 10 movimentos em cada superfície dental, com pressão
constante da escova;
6. Repetir esse movimento na superfície vestibular e lingual, tracionando a
língua com espátula protegida com gaze, s/n;
7. Oferecer copo com água para enxaguar a boca; utilizar canudo s/n.
Paciente com prótese:
1. Solicitar que retire a prótese ou fazer por ele, utilizando a gaze; colocá-la na
cuba rim;
2. Escovar a gengiva, palato e língua, se o paciente não puder fazê-lo;
3. Oferecê-la para que o paciente coloque-a ainda molhada. Pacientes
inconscientes ou em estado grave:

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1. Toalha sobre o tórax e proteger a cama;


2. Elevar decúbito se não houver contra indicação;
3. Molhar a gaze na solução;
4. Lavar dentes, gengivas, palato, bochechas, língua;
5. Lubrificar lábios;
6. Deixar paciente confortável.

36

3. Tratamento de pediculose
Pedículos humanos são parasitas do ser humano, conhecido popularmente por
"piolhos", sendo encontrados no couro cabeludo e outras regiões pilosas do corpo.
Os sintomas incluem: prurido intenso, presença de lêndeas e presença do próprio
piolho.
O objetivo do tratamento de pediculose é eliminar o parasita e seus ovos,
proporcionando conforto ao paciente e evitando sua propagação.
Procedimento:
Material: bandeja, 1 par de luvas, antiparasitário tópico, impermeável se o paciente
não puder sentar-se, 1 forro, 1 toalha de rosto, recipiente para lixo, 2 tiras de fita adesiva, 1
par de gazes, pente fino.
1. Reunir o material necessário e levá-lo ao quarto;
2. Pedir ao paciente que se sente na cadeira ou no leito;
3. Calçar as luvas;
4. Proteger o rosto do paciente com a toalha e os ombros com o forro;
5. Aplicar o antiparasitário tópico no couro cabeludo, usando as gazes,
repartindo os cabelos;
6. Prender os cabelos fazendo um turbante justo com o forro;
7. Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem;
8. Deixar o produto agir. Se aplicar à noite, deixar até a manhã seguinte;
9. Encaminhar o paciente ao chuveiro para lavar os cabelos;
10. Pentear os cabelos com pente fino.

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CONFORTO E SEGURANÇA

1. Movimentação do paciente
Para que o paciente se sinta confortável no leito, é necessário que o corpo fique
apoiado em bom alinhamento, numa posição repousante.
É fundamental que o paciente seja freqüentemente movimentado no leito,
principalmente o paciente dependente, evitando complicações. Ao se executar a
movimentação do paciente no leito, deve-se levar em conta a proteção do paciente contra 37

possíveis traumatismos e/ou deformidades decorrentes de mau posicionamento, utilizando-se


para este fim: travesseiros, coxins, almofadas d'água, etc. Deve-se considerar também a
proteção das pessoas que executam a movimentação, prevenindo traumas na coluna vertebral
e outros acidentes, usando os mecanismos corporais adequados e os princípios das leis
mecânicas.
Tem como objetivos: proporcionar conforto, aliviar área de pressão e relaxar a
musculatura, prevenir a formação de escaras de decúbito, prevenir deformidades musculares e
prevenir complicações pulmonares, embolias, tromboses.
Materiais:
• Bandeja;
• Travesseiros;
• Coxins;
• Apoios para os pés;
• Almofadas d'água;
• Forros.

2. Mudança de decúbito
Procedimento:
1. Preparar o material necessário e colocá-lo sobre a cadeira ao lado da
cama;
2. Abaixar a cabeceira da cama;
3. Desprender a colcha e o lençol de cima;
4. Colocar o paciente na extremidade oposta - a que vai ser virada.
Executar a técnica em duas etapas:
1) passar um braço sob os ombros do paciente, apoiando a cabeça, e o outro sob a
região lombar, aproximando o tronco.

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2) colocar um braço sob a região lombar, o outro sob os joelhos e aproximar a parte
inferior do corpo;
5. Passar para o outro lado da cama;
6. Cruzar os braços do paciente sobre o tórax e flexionar os joelhos do
mesmo;
7. Colocar uma das mãos sobre o ombro e a outra sobre o quadril do
paciente e virá-lo delicadamente; 38
8. Segurar o paciente com uma das mãos e com outra apoiar as costas com
o travesseiro;
9. Passar para o outro lado e completar o apoio nas costas;
10. Estender a perna inferior e flexionar a superior;
11. Colocar um travesseiro, sustentando a cabeça e o pescoço;
12. Apoiar o antebraço superior com o travesseiro, de modo que o braço
fique estendido ao longo do corpo;
13. Colocar um rolo na mão;
14. Deixar o outro braço em posição confortável;
15. Colocar um travesseiro entre os joelhos e outro apoiando o pé,
mantendo a perna superior flexionada e abduzida, o calcâneo e hálux livres;
16. Prender as roupas nos pés da cama.

Mudança de decúbito lateral para dorsal:


1. Desprender a colcha e o lençol de cima nos pés da cama;
2. Retirar os travesseiros de apoio das costas e dos membros e colocá-los
sobre a cadeira;
3. Colocar uma das mãos no ombro e a outra no quadril do paciente e virá-
lo vagarosamente;
4. Apoiar a cabeça, pescoço, ombros, sobre os travesseiros;
5. Deixar os braços e antebraços ligeiramente estendidos ao longo do
corpo e apoiá-los com travesseiros;
6. Colocar um rolo de apoio nas mãos;
7. Dobrar as roupas de cama, dos pés aos joelhos;
8. Colocar um travesseiro sob a região poplítea, mantendo as pernas
semifletidas;

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9. Colocar almofada d'água sob calcâneos;


10. Colocar um apoio firme na região plantar, de maneira que os pés
fiquem em ângulo reto com as pernas;
11. Passar para o outro lado e apoiar o outro braço e antebraço;
12. Prender as roupas nos pés da cama, deixando-as frouxas;
13. Elevar a cabeceira da cama.

39
3. Restrição do paciente
Em algumas situações, principalmente com pacientes confusos, agitados e crianças,
torna-se necessário restringir a movimentação do paciente no leito, para evitar quedas,
traumas, retirada de sonda, cateteres, drenos, soros, etc. Porém, é fundamental que o
funcionário conheça os riscos que uma restrição pode acarretar e os cuidados ao paciente
restringido. Procedimento:
Material: atadura de crepe; algodão; gaze; compressas cirúrgicas; lençóis; tala; fita
adesiva; braçadeiras de contenção.
Proceder a restrição no leito dos segmentos corporais na seguinte ordem: ombros,
pulsos e tornozelos, quadril e joelhos.
• Ombros: lençol em diagonal pelas costas, axilas e ombros, cruzando as na
região cervical;
• Tornozelos e pulsos: proteger com algodão ortopédico, com a atadura de crepe
fazer movimento circular, amarrar;
• Quadril: colocar um lençol dobrado sobre o quadril e outro sob a região
lombar, torcer as pontas, amarrar;
• Joelhos: com 02 lençóis. Passar a ponta D sobre o joelho D e sob o E, e a ponta
do lado E sobre o joelho E, e sob o D.

Observações:
• Não utilizar ataduras de crepe (faixas) menor do que 10 cm;
• Evitar garroteamento dos membros;
• Afrouxar a restrição em casos de edema, lesão e palidez;
• Retirar a restrição uma vez ao dia (banho);
• Proceder a limpeza e massagem de conforto no local.

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4. Transporte do paciente
É a transferência do paciente de um local a outro, utilizando-se de maca ou cadeira de
rodas.
Para se fazer o transporte ou remoção do paciente de um determinado lugar para outro,
nas dependências do hospital, exige-se que a pessoa que realiza o transporte tenha noções
básicas de como atuar de forma correta e adequada. Cuidados gerais com o transporte:
1. O transporte do paciente deve ser feito com muito cuidado. A movimentação 40
mal feita pode provocar lesões, às vezes irreversíveis;
2. Para que o transporte seja eficiente deve-se agir com rapidez e segurança,
porém com cuidado;
3. Observar constantemente o estado geral do paciente durante o transporte;
4. Movimentos suaves ao manipular o paciente diminuem as vibrações,
solavancos, dor e desconforto;
5. Não mova local fraturado ou suspeito de fratura, nestes casos, uma pessoa
deverá apoiar apenas este segmento (perna, braço, etc.);
6. Ao se movimentar ou transportar pacientes politraumatizados, os cuidados
devem ser redobrados: pacientes com trauma crânio-encefálico devem ser movimentados com
máxima atenção, sem movimentos de flexão e rotação e com maior número de pessoas;
7. Ao proceder transporte com maca:
• Descer e subir rampas com a cabeça do paciente para cima, exceto quando o
paciente estiver em estado de choque;
• Conduzir a maca pelo corredor com o paciente sempre olhando para frente. Se
for preciso subir a rampa ou entrar em elevador, virar a maca após, para conduzir o paciente
sempre na posição correta;
• Ao entrar no elevador, nivelar o mesmo e travar a porta. Entrar primeiro com a
cabeceira da maca, desta maneira já saíra na posição correta;
• Transporte a maca com a grade, principalmente quando for transportar
pacientes anestesiados, inconscientes, agitados e crianças;
• Transportar o paciente sempre coberto com lençol, se necessário.
8. Ao proceder transporte com cadeiras de rodas:
• Descer a rampa, transportar sempre a cadeira de ré;
• Subir a rampa com o paciente olhando para frente;
• Solicitar auxílio, sempre que necessário, para subir e descer a rampa;

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Entrar no elevador puxando a cadeira, de ré. Desta forma, ao sair do elevador estará na
posição correta.
9. Cuidados com portas e paredes;
10. Transportar paciente sempre coberto com lençol e cobertor, se necessário.
Cuidados específicos:

1. Paciente com soro: 41


 Cuidado para não obstruir a agulha ou cateter, mantendo o soro sempre em altura
adequada para gotejamento uniforme;
 Não tracionar o equipo, para que a agulha ou cateter não se desloque, e para evitar
desconexão;
 Se houver formação de soroma (infiltração de soro no tecido subcutâneo), interromper
o gotejamento. Comunicar o responsável pela medicação assim que chegar à unidade;
 Caso haja desconexão dos cateteres, procurar o posto de enfermagem mais próximo.

2. Paciente com sonda vesical:


 Verificar se a sonda está corretamente fixada na coxa do paciente, prevenindo lesões
uretrais devido a tração acidental;
 Manter a bolsa coletora sempre em nível abaixo do paciente, para evitar retorno de
urina à bexiga. Pode-se também pinçar o prolongamento para poder elevar o coletor.

3. Paciente com dreno de tórax:


 Pinçar o dreno e o prolongamento com 2 pinças próprias;
 O frasco só poderá ser elevado acima do nível do tórax do paciente quando o dreno e o
prolongamento estiverem pinçados;
 Cuidado para não tracionar o dreno;
 Coloque o frasco entre os pés em transporte de cadeira; e em caso de maca, colocar
entre os membros inferiores;
 Retirar as pinças imediatamente após a chegada do paciente ao destino, observando
que o frasco esteja em nível mais baixo que o tórax do paciente.

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4. Paciente com tubo endotraqueal:


 Transportar sempre com cilindro de oxigênio e ambú. O enfermeiro deve acompanhar
o transporte;
 Cuidado para não tracionar o tubo;
 Se o paciente também estiver com sonda nasogástrica e apresentar náuseas ou sinal de
refluxo, abrir imediatamente a sonda.

42
5. Pacientes agitados, confusos:
 Proceder sempre o transporte em maca com grade;
 Restringir o paciente se necessário.

6. Pacientes anestesiados:
 Proceder sempre o transporte em maca com grade;
 Não movimentar muito o paciente, pois pode provocar vômito. Nestes casos,
lateralizar a cabeça do paciente, para evitar aspiração. Se o paciente estiver som sonda
nasogástrica abri-la.

Fatores importantes ao mover ou levantar um paciente:


 É fundamental avaliar o peso e o grau de dependência do paciente, para que se possa
determinar o número necessário de pessoas para o procedimento;
 Evitar esforço desnecessário, prevenindo danos, não só para si, como também para o
paciente;
 Os movimentos devem ser planejados e sincronizados. Quem está na cabeceira deve
comandar o procedimento.

Utilize boa mecânica corporal:


 Ao fazer força, sempre utilizar os músculos da coxa, ao invés dos músculos do dorso,
porque os músculos são mais resistentes;
 Segurar um objeto junto ao corpo diminui o esforço físico despendido;
 Prefira: PUXAR, ENROLAR E EMPURRAR A ERGUER, pois diminui o esforço
físico;
 Ao abaixar-se, utilizar os MÚSCULOS DA COXA, manter o dorso reto, e flexionar os
joelhos;

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 Mantenha os pés afastados para proporcionar maior estabilidade. Procedimentos:

Da cama para a maca: 3 pessoas:


1. Forrar o colchão da maca com lençol;
2. Levar a maca à unidade do paciente;
3. Colocar a maca em ângulo reto com a cama;
4. Dobrar o lençol da maca em leque e colocá-lo sobre a cama do paciente 43
em sentido longitudinal;
5. Unir as bordas laterais das roupas de cama e estender o lençol da maca
sobre o paciente, à medida que se retira a roupa de cama, deixando-a no lado oposto;
6. Dobrar as bordas laterais e inferiores do lençol da maca sobre o
paciente;
7. Aproximar o paciente da borda da cama próxima à maca;
8. Executar a técnica da seguinte maneira:
 Os executantes devem ficar ao lado da cama, em ordem decrescente;
 A pessoa mais alta fica ao nível da cabeceira e passa um braço sob os ombros do
paciente, sustentando a cabeça, e o outro sob a região dorsal;
 A segunda passa um braço sob a região dorsal e o outro sob as nádegas;
 A terceira passa um braço sob as coxas e o outro sob os tornozelos.

9. Coordenar os movimentos e ao sinal de comando da primeira pessoa,


levantar o paciente a altura do tórax, e, com passos cadenciados e movimentos firmes
girá-lo em direção à maca;
10. Colocar o travesseiro, se necessário;
11. Cobrir o paciente com cobertor;
12. Arrumar as roupas na maca;
13. Transportar o paciente.
Da cama para a cadeira de rodas - paciente que não colabora - 2 pessoas:
1. Elevar a cabeceira da cama;
2. Verificar se o forro está bem posicionado e soltá-lo;
3. Aproximar a cadeira ou poltrona ao lado da cama, com espaldar voltado
para a cabeceira da cama;
4. Posicionar-se;

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5. Ao comando da primeira pessoa, aproximar o paciente para a beirada da


cama e em seguida para a cadeira;
6. Apoiar os braços do paciente com travesseiros;
7. Colocar chinelos na paciente ou manter os pés apoiados sobre a
escadinha.

Obs.: Esta técnica também se aplica para passar o paciente para a cadeira ou poltrona. 44
Se o paciente for muito pesado, executar a técnica com três pessoas, utilizando um lençol por
baixo.

Da cadeira de rodas para a cama - paciente que não colabora - 2 pessoas:


1. Levar a cadeira ao lado da cama com o espaldar da cadeira voltado para a
cabeceira e o paciente olhando para os pés da cama;
2. A pessoa mais alta se posiciona por trás do espaldar da cadeira, segurando
firmemente com ambas as mãos as extremidades superiores do forro;
3. A segunda pessoa se posiciona de frente para o paciente, segurando firmemente
com ambas as mãos as extremidades inferiores do forro;
4. Ao sinal de comando da primeira pessoa, levantar o paciente e, com
movimentos sincronizados, colocá-lo no leito;
5. Afastar a cadeira;
6. Retirar o forro e ajudar o paciente a permanecer confortável no leito. Do chão
para a maca - 3 ou 4 pessoas:
1. Aproximar a maca paralelamente ao longo do corpo do paciente;
2. Dobrar o lençol em leque para um dos lados;
3. Cobrir o paciente com o lençol;
4. Executar a técnica da seguinte maneira:
 Os executantes devem ajoelhar-se no chão em ordem decrescente, de frente para a
maca;
 Pessoa mais alta passa um braço sob os ombros do paciente, sustentando a cabeça, e o
outro sob a região dorsal;
 A segunda pessoa passa um braço sob a região dorsal, e o outro sob as nádegas;
 A terceira pessoa passa um braço sob as coxas, e o outro sob os tornozelos.

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5. Coordenar os movimentos e, ao sinal de comando da primeira pessoas,


levantar o joelho direito e erguer o paciente do chão, trazendo-o sobre a coxa direita;
6. Levantar e caminhar em direção a maca;
7. Colocar o paciente na maca delicadamente e cobri-lo;
8. Transportar o paciente.

Posições para Exames 45

FOWLER
Paciente fica semi sentado. Usado para descanso, conforto, alimentação e patologias
Respiratórias

SIMs
Lado direito: deitar o paciente sobre o lado direito flexionando-lhe as pernas, ficando a
direita semi flexionada e a esquerda mais flexionada, chegando próxima ao abdômen. Para o
lado esquerdo, basta inverter o lado e a posição das pernas. Posição usada para lavagem
intestinal, exames e toque.

GENU-PEITORAL
Paciente se mantém ajoelhado e com o peito descansando na cama, os joelhos devem
ficar ligeiramente afastados. Posição usada para exames vaginais, retais e cirurgias.

GINECOLÓGICA
A paciente fica deitada de costas, com as pernas flexionadas sobre as coxas, a planta
dos pés sobre o colchão e os joelhos afastados um do outro. É usado para sondagem vesical,
exames vaginais e retal.

LITOTOMIA
A paciente é colocada em decúbito dorsal, as coxas são bem afastadas uma das outras
e flexionadas sobre o abdôme; para manter as pernas nesta posição usam-se suportes para as
pernas (perneiras). Posição usada para parto, toque, curetagem.

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TREDELEMBURG
O paciente fica em decúbito dorsal, com as pernas e pé acima do nível da cabeça,
posição usada para retorno venoso, cirurgia de varizes, edema.

ERETA ou ORTOSTÁTICA
O paciente permanece em pé com chinelos ou com o chão forrado com um lençol.
Posição usada para exames neurológicos e certas anormalidades ortopédicas. 46

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MÓDULO II

ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

A administração de medicamentos deve ser realizada com eficiência, segurança e


responsabilidade, a fim de que sejam alcançados os objetivos da terapêutica implementada e,
dessa forma, ocorra uma melhora no quadro clínico do paciente. Para tanto, deve-se ter
47
conhecimento de alguns dados quanto ao processo de administração: vias e técnicas de
administração. Baseada nesses itens segue uma síntese dos principais aspectos considerados
em um sistema de administração de medicamentos.
As ações de medicamentos no organismo vivo podem ser classificadas em quatro
categorias principais:
 Local, quando o efeito ocorre no ponto de aplicação;
 Sistêmica, para aqueles que atingem a circulação;
 Remota, nos casos em que a ação do medicamento em um alvo interfere no
funcionamento de outro;
 Local/geral, quando a droga produz efeito no ponto de aplicação, sendo absorvida
posteriormente para ter ação sistêmica.
A aplicação local de medicamentos é feita na pele ou em membranas mucosas, sendo
que os efeitos podem ser os seguintes: antisséptico, adstringente, irritante, emoliente, estípico,
vulnerário, anti-helmíntico, anestésico, absorvente e estimulante. Os efeitos de uma droga de
ação generalizada podem ser agrupados em: estimulante, deprimente, cumulativo,
antiinfeccioso, antagônico e sinérgico.
Os métodos e as vias de administração dependem de alguns parâmetros: rapidez
desejada para início da ação, natureza e quantidade a ser administrada, e das condições do
paciente.
Administração enteral (oral) - a ingestão é o método mais comum de prescrição de um
fármaco. Além disso, é o mais seguro, mais conveniente e o mais econômico;
 Administração sublingual - a absorção pela mucosa oral tem importância essencial no
caso de determinados fármacos, por exemplo, a nitroglicerina. Como a drenagem
venosa da boca dá para ver a cava superior, esses fármacos estão protegidos do
metabolismo de primeira passagem pelo fígado;

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 Administração retal - com freqüência, a via retal é usada quando a ingestão não é
possível por causa de vômitos ou porque o paciente se encontra inconsciente. Cerca de
50% dos fármacos que são absorvidos pelo reto não passam pelo fígado;
 Administração parenteral - a administração parenteral de fármacos tem algumas
vantagens nítidas em relação à via oral. A disponibilidade é mais rápida e mais
previsível. A dose eficaz pode, portanto, ser escolhida de forma mais precisa.

48
No tratamento de emergências, a administração é extensamente valiosa. A injeção do
fármaco também tem suas desvantagens. É essencial manter a assepsia, pode ocorrer uma
injeção intravascular quando esta não era a intenção, a injeção pode acompanhar-se de dor e,
às vezes, é difícil para um paciente injetar o fármaco em si mesmo, se for necessária a
automedicação. Os custos são outra consideração.
 Intravenosa - a concentração desejada de um fármaco no sangue é obtida com uma
precisão e rapidez que não são possíveis com outros procedimentos;
 Subcutânea - só pode ser usada para substâncias que não são irritantes para os tecidos.
A absorção costuma ser constante e suficientemente lenta para produzir um efeito
persistente. A absorção de substâncias implantadas sob a pele (sob forma sólida de
pellet) ocorre lentamente ao longo de semanas ou meses.

Alguns hormônios são administrados de forma eficaz dessa maneira;


 Intramuscular - a absorção depende do fluxo sanguíneo no local da injeção. A
velocidade de absorção no músculo deltóide ou no grande lateral é maior do que a
absorção no músculo grande glúteo. A velocidade de absorção em homens é maior que
a absorção em mulheres quando a injeção é feita no grande glúteo.

Aplicação tópica:
 Mucosas - a absorção através das mucosas ocorre rapidamente. Na verdade, os
anestésicos locais, aplicados para efeito local, algumas vezes são absorvidos tão
rapidamente que provocam efeitos tóxicos sistêmicos;
 Pele - poucas substâncias penetram facilmente a pele íntegra. A absorção daquelas que
o fazem é proporcional à superfície sobre a qual são aplicadas e à sua
lipossolubilidade. A absorção ocorre com maior facilidade através de pele com
abrasão, queimaduras ou soluções de continuidade. As reações inflamatórias e outros

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tipos de problemas que aumentam o fluxo sanguíneo cutâneo também aumentam a


absorção;
 Olho - os fármacos oftálmicos de aplicação tópica são prescritos basicamente por
causa de seus efeitos locais. Em geral, não é desejável a absorção sistêmica que resulta
da drenagem através do canal nasolacrimal.

A posologia é a parte que diz respeito à dosagem do medicamento. Nesse item são 49
importantes os conceitos de dose máxima, mínima, eficaz e dose de manutenção. Não se pode
perder de vista que a dosagem é específica para cada paciente e que ela deve ser
rigorosamente observada, a fim de se garantir a eficácia do tratamento e evitar o risco de
superdosagem.
A organização das rotinas de administração de medicamentos é importante e deve ser
compreendida por todos os que participam do serviço. Assim, vários métodos são adotados
para assegurar precisão na preparação, distribuição e anotação dos medicamentos. O sistema
adotado normalmente consiste de uma ficha para cada paciente, na qual estão anotados a
medicação e tratamentos que o paciente deve receber, as condições do mesmo pelo relato
diário, os planos de cuidados e as prescrições de enfermagem. Tais fichas devem ser
atualizadas diariamente, devendo ser observado o código utilizado pelo serviço, a fim de que
seja mantida uma padronização. Quanto ao cartão de medicamento, este deve ser preenchido
ao mesmo tempo em que se passam as ordens para a ficha do paciente, sendo classificado de
acordo com o horário da administração. Regras gerais:
1. Todo medicamento deve ser prescrito pelo médico;
2. A prescrição dever ser escrita e assinada. Somente em caso de emergência, a
enfermagem pode atender prescrição verbal, que deverá ser transcrita pelo médico logo que
possível;
3. Nunca administrar medicamentos com rótulos ilegíveis, sem rótulos e
vencidos;
4. Inteirar-se sobre as diversas drogas, para conhecer cuidados específicos e
eleitos colaterais.

Cuidados na administração de medicamentos:


1. Ao preparar a bandeja de medicamentos, não conversar;

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2. Ter sempre à frente o cartão ou a prescrição médica, enquanto prepara o


medicamento;
3. Ler o rotulo do medicamento três vezes, comparando-o com a prescrição;
4. Colocar o cartão e o recipiente dos medicamentos sempre juntos na bandeja;
5. Não tocar com as mãos: comprimidos, drágeas e pastilhas;
6. Esclarecer as dúvidas existentes antes de administrar os medicamentos;
7. Identificar o paciente antes e administrar o medicamento, solicitando nome 50
completo;
8. Observar a regra dos 5 certos: PACIENTE CERTO, MEDICAÇÃO CERTA,
DOSE CERTA, VIA CERTA E HORA CERTA;
9. Quando o medicamento deixar de ser administrado - por estar em falta, por
recusa do paciente, jejum, esquecimento, ou erro - fazer a anotação no relatório;
10. Correspondência de doses: Colher de sopa (15 ml), colher de sobremesa (10
ml), colher de chá (5 ml), e de café (3 ml);
11. Usar caneta com tinta vermelha para checar os horários do dia, e azul para os
horários da noite;
12. Lavar as mãos rigorosamente antes e após o preparo dos medicamentos;
13. O balcão onde são preparados os medicamentos deve ser limpo após cada
horário de preparo. No início e final de cada plantão deve ser feita uma limpeza rigorosa do
balcão, com água e sabão.

Técnicas:
VIA OCULAR
1. Colocar na bandeja a medicação, previamente preparada;
2. Acrescentar à bandeja: 1 gaze, 2 a 3 bolas de algodão embebido em solução de
limpeza dos olhos, se necessário;
3. Identificar o paciente cuidadosamente, pedindo-lhe que diga o nome;
4. Colocar o paciente em posição confortável, deitado ou sentado, com a cabeça
apoiada e levemente inclinada para trás;
5. Limpar as pálpebras e cílios com solução indicada e bola de algodão;
6. Afastar a pálpebra inferior com indicador da mão esquerda, pedir ao paciente
que olhe para cima e instilar na conjuntiva o número de gotas prescritas.
Evitar encostar o frasco nas pálpebras;

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7. Pedir ao paciente que fique com os olhos fechados por alguns minutos;
8. Usar a gaze para retirar o excesso de medicamento.

VIA NASAL
1. Colocar na bandeja a medicação, previamente preparada;
2. Acrescentar a bandeja, um conta-gotas e uma bola de algodão embebido em 51
solução de limpeza dos olhos, se necessário;
3. Identificar o paciente cuidadosamente, pedindo-lhe que diga o nome;
4. Colocar o paciente em posição confortável, deitado ou sentado, com a cabeça
apoiada e levemente inclinada para trás;
5. Aspirar o medicamento no conta-gotas;
6. Segurar o conta-gotas um pouco acima da narina, instilar o número de gotas
prescritas e não encostar o conta-gotas nas narinas;
7. Instruir o paciente para se manter com a cabeça inclinada para trás por alguns
minutos, a fim de permitir a absorção do medicamento.

VIA GASTRINTESTINAL - ORAL E SUBLINGUAL

Orientações:
 Os frascos de soluções devem ser agitados antes de administrar ao paciente;
 Triturar e dissolver em água os medicamentos sólidos para os pacientes com
dificuldade de deglutição;
 Não misturar medicamentos líquidos, ou comprimidos que necessitam de maceração.
1. Preparar o medicamento, colocando em recipiente próprio;
2. Conferir o medicamento preparado;
3. Identificar o paciente cuidadosamente, pedindo-lhe que diga o nome;
4. Oferecer o medicamento com água ou outro líquido permitido;
5. No caso de medicamento sublingual, pedir ao paciente que erga a língua
e colocar o medicamento embaixo da língua, orientá-lo que não deve engolir este
medicamento;
6. Manter-se junto ao paciente até que o mesmo tenha ingerido o
medicamento;

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7. Oferecer líquidos adicionais, se necessário.

VIA GÁSTRICA
É a administração de medicamentos via sonda nasogástrica ou por gastrostomia.
1. Preparar o medicamento, colocando em recipiente próprio;
2. Conferir o medicamento preparado;
3. Identificar o paciente cuidadosamente, pedindo-lhe que diga o nome; 52
4. Colocar o paciente com a cabeceira elevada, durante e após a administração,
por 30 minutos, exceto quando contra-indicado;
5. Testar posicionamento da sonda;
6. Aspirar o medicamento na seringa e segurá-lo na mão direita entre o polegar e
o indicador;
7. Dobrar a sonda perto da abertura de drenagem e segurar com a mão
esquerda;
8. Conectar a seringa à sonda, desfazendo a dobra da sonda;
9. Injetar o medicamento lentamente;
10. Dobrar a sonda, retirar a seringa e fechar a abertura da sonda;
11. Aspirar e injetar 20 ml (ou mais se necessário) de água para lavar a
sonda.

VIA RETAL
1. Retirar o envoltório do medicamento e colocá-lo na bandeja entre a
gaze;
2. Conferir o medicamento preparado;
3. Identificar o paciente cuidadosamente, pedindo-lhe que diga o nome;
4. Colocar o paciente em decúbito lateral e expor a região;
5. Calçar luvas;
6. Pegar o supositório protegido com a gaze com a mão direita;
7. Afastar o glúteo superior com a mão esquerda e introduzir o
supositório;
8. Pedir para o paciente retê-lo;
9. Deixar o paciente confortável.

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VIA VAGINAL
1. Colocar o medicamento no aplicador e proteger com gaze;
2. Levar o material até o quarto;
3. Proteger com biombos se necessário;
4. Retirar a calcinha ou forro, colocar a paciente em posição ginecológica;
5. Calçar luvas;
6. Introduzir o aplicador e envolvê-lo em papel toalha, na cuba rim; 53
7. Deixar a paciente confortável.

VIA TÓPICA OU CUTÂNEA


1. Levar ao quarto do paciente: luvas, gazes, espátula, medicamento e
recipiente para lixo;
2. Expor a área a ser tratada;
3. Calcar luvas;
4. Abrir o recipiente;
5. Transferir o medicamento para a gaze ou espátula;
6. Aplicar o medicamento na área afetada, seguindo na direção do
crescimento dos pêlos;
7. Proceder a aplicação na área quantas vezes for necessária;
8. Desprezar a gaze ou espátula no lixo. Retirar as luvas;
9. Deixar o paciente confortável.

VIA PARENTERAL
É a administração de um agente por meio de uma punção. É importante lembrar, que
sempre se deve fazer uma assepsia rigorosa das mãos no preparo e administração dos
medicamentos. Não contaminar as seguintes partes da seringa e agulha: bico e embolo da
seringa, e a cânula da agulha. Técnica de preparo de medicação frasco e ampola:
1. Lavar as mãos;
2. Copiar a medicação em impresso próprio;
Preparo de medicação em frasco que necessita de diluição:
3. Acrescentar na bandeja: seringa com capacidade correspondente ao volume a
ser aspirado, duas agulhas, algodão embebido de álcool 70%, ampola de água destilada ou
diluente próprio;

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4. Retirar o lacre do frasco, fazer a desinfecção com algodão e deixá-lo sobre o


frasco. Serrar a ampola e desinfetar, envolver o gargalo com algodão em álcool 70%;
5. Abrir o pacote, montar a seringa. Segurando-a com a mão esquerda entre o
polegar e o indicador;
6. Abrir o invólucro da agulha com a mão direita, com auxílio da mão esquerda, e
colocá-la entre o indicador e o meio da mão esquerda. Segurar a seringa com a mão direita e
adaptar o bico na agulha; 54
7. Certificar-se do bom funcionamento da seringa e agulha;
8. Retirar o protetor da agulha;
9. Quebrar a ampola de diluente com auxílio do algodão, com a mão direita, e
desprezar o lixo no recipiente próprio;
10. Colocar a ampola entre os dedos, indicador e médio, à mão esquerda.
Pegar a seringa com a mão direita, introduzir cuidadosamente a agulha na ampola, e
com os demais dedos da mão esquerda segurar o corpo da seringa;
11. Aspirar o líquido na seringa com a mão direita. À medida que se aspirar o
líquido, ir invertendo a seringa e a ampola para facilitar a aspiração;
12. Manter a seringa em posição vertical, aspirar o líquido que está na agulha e em
seguida, expelir o ar;
13. Desprezar a ampola vazia, segurar a seringa na mão direita e com a mão
esquerda retirar o algodão embebido em álcool 70% da tampa do frasco;
14. Pegar o frasco com a mão esquerda, introduzir o diluente na seringa;
15. Deixar sair o ar contido no frasco pela seringa, livremente;
16. Retirar a seringa do frasco com a mão direita;
17. Com a mão esquerda, movimentar o frasco delicadamente até que a parte
sólida esteja totalmente diluída;
18. Introduzir o ar estéril da seringa no frasco, deixando o frasco e seringa em
posição vertical;
19. Retirar o dedo que segura o embolo, deixando o líquido fluir livremente pela
seringa, até retirar todo o líquido necessário;
20. Retirar a seringa do frasco com a mão direita;
21. Retirar o ar da seringa;
22. Trocar de agulha;

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23. Identificar a seringa com um pedaço de fita adesiva; Preparo de medicação sem
diluição:
21. Acrescentar na bandeja: seringa com capacidade correspondente ao volume a
ser aspirado, agulha, algodão embebido de álcool 70%;
22. Abrir o pacote, montar a seringa. Segurando-a com a mão esquerda entre o
polegar e o indicador;
23. Abrir o invólucro da agulha com a mão direita, com auxilio da mão esquerda, e 55
colocá-la entre o indicador e meio da mão esquerda. Segurar a seringa com a mão direita e
adaptar o bico na agulha;
24. Certificar-se do bom funcionamento da seringa e agulha;
25. Retirar o protetor da agulha;
26. Quebrar a ampola com auxílio do algodão, com a mão direita, e desprezar o
lixo no recipiente próprio;
27. Colocar a ampola entre os dedos, indicador e médio, à mão esquerda.
Pegar a seringa com a mão direita, introduzir cuidadosamente a agulha na ampola e
com os demais dedos da mão esquerda segurar o corpo da seringa;
28. Aspirar o líquido na seringa com a mão direita. À medida que se aspirar o
liquido, ir invertendo a seringa e a ampola para facilitar a aspiração;
29. Manter a seringa em posição vertical, aspirar o líquido que está na agulha e em
seguida, expelir o ar;
30. Colocar o protetor na agulha;
31. Identificar a seringa com um pedaço de fita adesiva.

VIA INTRAMUSCULAR (IM)


Injeções Intramusculares depositam a medicação profundamente no tecido muscular, o
qual é bastante vascularizado, podendo absorver rapidamente. Esta via de administração
fornece uma ação sistêmica rápida e absorção de doses relativamente grandes (até 5 ml em
locais adequados).
As injeções intramusculares são recomendadas para os pacientes não cooperativos ou
àqueles que não podem tomar a medicação via oral, e para as medicações que são alteradas
pelo suco digestivo. Os tecidos musculares possuem poucos nervos sensoriais, permitindo na
injeção uma administração menos dolorosa de medicações irritantes. O local de uma injeção
intramuscular deve ser escolhido cuidadosamente, levando em consideração o estado físico

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geral do paciente e a proposta da injeção. As injeções intramusculares são contra-indicadas


em pacientes com mecanismos de coagulação prejudicados, em pacientes com doença
vascular periférica oclusiva, edema e choque - porque estas moléstias prejudicam a absorção
periférica. Além de não serem administradas em locais inflamados, edemaciados, irritados, ou
ainda em locais com manchas de nascença, tecido cicatrizado ou outras lesões. Áreas de
aplicação:
Deltóide: o paciente pode estar sentado ou deitado, com o antebraço flexionado sobre 56
o tórax. Medir quatro dedos abaixo do acrômio.

Dorso-glúteo: deitado em decúbito lateral e aplicar somente no quadrante superior


externo. Delimitam-se os quadrantes com traçado de 2 eixos: um horizontalmente, com
origem na saliência mais proeminente da região sacra; e outro verticalmente, passando pelo
centro da região glútea.

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Reto femoral e vasto lateral: sentado com a perna flexionada, ou deitado com o
membro estendido. Aplicar a injeção no terço médio.

57

Ventroglutea ou de Hochstetter: aplicada no músculo médio, o paciente pode ficar lateral ou


ventral.

Agulhas indicadas para administração intramuscular:

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Técnica:
1. Escolha um local adequado para a injeção. Os músculos glúteos são geralmente
utilizados em adultos sadios, embora o músculo deltóide possa ser utilizado para uma
injeção de pequeno volume (2 ml ou menos). Para neonatos e crianças, o músculo
vasto lateral da coxa é mais utilizado porque é geralmente mais desenvolvido e não
contém nervos grandes ou vasos sangüíneos calibrosos, minimizando o risco de uma
lesão grave. O músculo reto anterior também pode ser utilizado em neonatos, mas 58
geralmente é contra-indicado em adultos;
2. Limpe a pele com algodão e álcool, e aguarde a pele secar;
3. Com os dedos polegar e indicador, da sua mão não dominante, agarre suavemente a
pele do local da injeção;
4. Posicione a seringa em um ângulo de 90 graus em relação à epiderme, com o bizel da
agulha lateralizado. Insira a agulha rápida e firmemente através das camadas dérmicas,
profundamente até o músculo;
5. Após a injeção, remova a agulha em um ângulo de 90 graus;
6. Massageie o músculo relaxado para ajudar a distribuir a medicação e ajudar a
promover a absorção.

VIA SUBCUTÂNEA (SC)


Uma medicação injetada nos tecidos adiposos (gordura), abaixo da pele, se move mais
rapidamente para a corrente sangüínea do que por via oral. A injeção subcutânea permite uma
administração medicamentosa mais lenta e gradual que a injeção intramuscular, ela também
provoca um mínimo traumatismo tecidual e comporta um pequeno risco de atingir vasos
sangüíneos de grande calibre e nervos.
Absorvida principalmente através dos capilares, as medicações recomendadas para
injeção subcutânea incluem soluções aquosas e suspensões não irritantes, contidas em 0,5 a
2,0 ml de líquido.
A heparina e a insulina, por exemplo, são geralmente administradas via subcutânea.
Os locais mais comuns de injeção subcutânea são a face externa da porção superior do braço,
face anterior da coxa, tecido frouxo do abdômen inferior, região glútea e dorso superior. A
injeção é realizada através de uma agulha relativamente curta. Ela é contra-indicada em locais
inflamados, edemaciados, cicatrizados ou cobertos por uma mancha, marca de nascença ou

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outra lesão. Elas também podem ser contra-indicadas em pacientes com alteração nos
mecanismos de coagulação.
Locais para administração subcutânea
ZXC

Técnica:
1. Selecione um local de injeção apropriado;
59
2. Limpe o local da injeção com um chumaço de algodão com álcool, iniciando pelo
centro do local e movendo para fora em movimento circular. Permitaque a pele seque
sempre antes de injetar a medicação, para evitar uma sensação de picada pela
introdução de álcool nos tecidos subcutâneos;
3. Com a sua mão não dominante, agarre a pele ao redor do ponto de injeção firmemente,
para elevar o tecido subcutâneo, formando uma dobra de gordura de 2,5cm;
4. Segurando a seringa com a sua mão dominante, insira a bainha da agulha entre os
dedos, anular e mínimo, da sua outra mão, enquanto agarra a pele ao redor do ponto de
injeção. Puxe para trás a seringa com a sua mão dominante para descobrir a agulha,
agarrando a seringa como um lápis. Não toque a agulha;
5. Posicione a agulha com o bisel para cima;
6. Insira a agulha rapidamente em um único movimento. Libere a pele do paciente para
evitar a injeção da medicação em um tecido comprimido e irritar as fibras nervosas;

7. Após a injeção, remova a agulha delicadamente (mas de forma rápida) na


mesma angulação utilizada para a inserção;
8. Cubra o local com um chumaço de algodão com álcool e massageie
delicadamente (a menos que você tenha injetado uma medicação que contra indique a
massagem, como a heparina e a insulina) para distribuir a medicação e facilitar a absorção.

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VIA INTRADÉRMICA (ID)


Usada principalmente com fins de diagnóstico, como em testes para alergia ou
tuberculina. As injeções intradérmicas indicam quantidades pequenas, geralmente 0,5ml ou
menos, dentro das camadas mais externas da pele. Por haver baixa absorção sistêmica dos
agentes injetados via intradérmica, este tipo de injeção é usado principalmente para produzir
um efeito local. A face ventral do antebraço é o local mais comumente utilizado por ser
facilmente acessível e ausente de pêlos. 60
Área de administração:

Técnica:
1. Limpe a superfície ventral do antebraço, com algodão embebido em álcool, e
espere a pele secar;
2. Enquanto segura o antebraço do paciente em sua mão, puxe a pele esticando
com seu polegar;
3. Com a sua mão livre, segure a agulha em um ângulo de 15 graus em relação ao
antebraço do paciente, com o bisel da agulha virado para cima;
4. Insira a agulha aproximadamente 0,3 abaixo da epiderme em locais a 5 cm de
intervalo. Interrompa quando o bisel da agulha estiver sob a pele e injete o antígeno
lentamente. Você deve encontrar alguma resistência a ao fazer isso e deve ocorrer a formação
de um vergão enquanto você injeta o antígeno;
5. Retire a agulha na mesma angulação em que tenha sido inserida.

VIA ENDOVENOSA
É a introdução de uma droga diretamente na veia, em geral, nas veias superficiais dos
membros superiores. Utilizada para ações imediatas, medicamentos irritantes no tecido
muscular, volume da medicação.

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Área de administração:
 Região cefálica: temporal superficial;
 Região cervical: jugular externa;
 Régios dos membros superiores;
 Braço: cefálica e basílica;
 Antebraço: intermédia cefálica, intermédia basílica mediana, radial, ulnar;
 Mão: dorso da mão. Administração de medicação por punção: 61
1. Preparar a medicação conforme a técnica descrita antes;
2. Levar a bandeja com a medicação, bolas de algodão com álcool 70%;
3. Identificar o paciente pedindo que diga o nome completo;
4. Expor a área e escolher a veia a ser puncionada;
5. Colocar o garrote 10 cm acima do local escolhido, sem comprimir
demais;
6. Pedir ao paciente para abrir e fechar a mão diversas vezes e conservála
fechada;
7. Fazer a assepsia de baixo para cima, virando a bola de algodão a cada
movimento;
8. Pegar a seringa com a mão direita e retirar cuidadosamente o protetor
da agulha, posicionar o bisel para cima;
9. Colocar o indicador sobre o canhão da agulha e com os demais dedos
segurar a seringa;
10. Distender a pele com a mão esquerda;
11. Segurar a seringa paralelamente à superfície da pele e introduzir a
agulha com o bisel para cima. Havendo retorno de sangue na seringa, soltar o garrote e
pedir para o paciente abrir a mão;
12. Injetar lentamente o medicamento, observando as reações do paciente;
13. Retirar a agulha, comprimindo o local da aplicação com algodão
umedecido em álcool 70%. Retirar o algodão após completa hemostasia.

VENÓCLISE
Método utilizado para infundir grande volume de líquido dentro da veia. Para
administrar medicamentos, manter e repor reservas orgânicas de água, eletrólitos e nutrientes,
restaurar equilíbrio ácido-básico, restabelecer o volume sanguíneo.

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A venóclise pode ser estabelecida por cateter de ponta de aço, conhecido com
"escalpe" e cateter de plástico, com uma agulha que funciona como mandril, conhecido como
"gelco" ou "abocath"

62

Cuidados de enfermagem com a venóclise:


 A fixação deve estar sempre com esparadrapo limpo, trocar ao menor sinal de
sujidade, sangue, umidade e secreções;
 Retirar a venóclise na presença de sinais como flebite, dor, edema;
Nas infiltrações de soro (soroma) retirar logo o soro, aplicar compressas mornas e
orientar elevação do membro;
 Não puncionar veias que apresentam esclerosadas, por deficiência circulatória;
 Na obstrução de cateteres, tentar desobstruí-los com aspiração do coágulo, nunca
empurrá-los (pode causar embolia). Preparo do soro:
1. Preencher o impresso de identificação do soro;
2. Retirar o invólucro plástico que protege o frasco da solução e o equipo;
3. Fazer a escala de controle de gotejamento;
4. Abrir o soro;
5. Retirar a o protetor do equipo (conector do frasco de soro). Adaptar o
equipo e inverter o frasco, segurando o dispositivo de infusão entre os dedos, médio e anular.
Desadaptar o protetor, elevar o frasco e deixar fluir o soro, fechar a roldana e colocar o
protetor no dispositivo de infusão.

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Velocidade de gotejamento
N° de gotas: volume (ml) Tempo (h) x 3

N° microgotas: volume (ml) Tempo (horas)

20 gotas: 01 ml. 03 microgotas: 1 gota.

63
VENÓCLISE POR ESCALPE
1. Levar a bandeja com o soro preparado, bolas de algodão com álcool 70%;
2. Identificar o paciente pedindo que diga o nome completo;
3. Expor a área e escolher a veia a ser puncionada;
4. Pendurar o soro no suporte;
5. Adaptar o escalpe no equipo e retirar o ar do mesmo, deixando-o sobre o leito do
paciente protegido com invólucro próprio;
6. Colocar o garrote 10 cm acima do local escolhido, sem comprimir demais;
7. Pedir para o paciente abrir e fechar a mão diversas vezes e conservá-la fechada;
8. Fazer a assepsia de baixo para cima, virando a bola de algodão a cada movimento;
9. Distender a pele com a mão;
10. Segurar o escalpe pelas abas, e puncionar a veia com o bisel do escalpe voltado para
cima;
11. Soltar o garrote após retorno de sangue;
12. Abrir a roldana do equipo;
13. Fixar o escalpe com esparadrapo, de modo que fique seguro;
14. Controlar o gotejamento do soro, conforme prescrição.

VENÓCLISE POR ABOCATH OU GELCO


1. Levar a bandeja com o soro preparado, bolas de algodão com álcool 70%;
2. Identificar o paciente pedindo que diga o nome completo;
3. Expor a área e escolher a veia a ser puncionada;
4. Pendurar o soro no suporte;
5. Retirar o gelco do invólucro mantendo-o protegido;
6. Colocar o garrote 10 cm acima do local escolhido, sem comprimir demais;
7. Pedir para o paciente abrir e fechar a mão diversas vezes e conservála fechada;

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8. Fazer a assepsia de baixo para cima, virando a bola de algodão a cada movimento;
9. Pegar o gelco com a mão dominante e com a outra distender a pele;
10. Introduzir a agulha com o bisel voltado para cima, num ângulo de 15°.

Havendo retorno de sangue, soltar o garrote e retirar a agulha (madril) à medida que se
introduz o cateter;
11. Conectar o soro ao gelco; 64
12. Fazer a fixação do gelco com esparadrapo, cuidadosamente, de modo que fique
seguro;
13. Controlar o gotejamento do soro, conforme prescrição.

SINAIS VITAIS

Os sinais vitais são indicadores das funções vitais e podem orientar o diagnóstico
inicial e o acompanhamento da evolução do quadro clínico do paciente. São eles: Pressão
arterial; Pulso; Respiração; Temperatura.
Os sinais vitais são medidos apara estabelecer os padrões basais, observar tendências,
identificar problemas fisiológicos e monitorar a resposta do paciente ao tratamento.
Pressão arterial: A pressão arterial (PA) é a pressão exercida pelo sangue no interior
das artérias. Depende da força desenvolvida pela sístole ventricular, do volume sangüíneo e
da resistência oferecida pelas paredes das artérias. O sangue sempre está sob pressão no
interior das artérias. Durante a contração do ventrículo esquerdo (sístole) a pressão está no seu
valor máximo, sendo chamada pressão sistólica ou máxima. Durante o relaxamento do
ventrículo esquerdo (diástole) a pressão está no seu valor mínimo ou basal, sendo chamada
pressão diastólica ou mínima.
A pressão arterial é medida em milímetros de mercúrio (mmHg).O primeiro número,
de maior valor, corresponde à pressão sistólica,enquanto o segundo,de menor valor,
corresponde à pressão diastólica. Não há um valor preciso de pressão normal, mas, em termos
gerais, diz-se que o valor de 120/80 mmHg é o valor considerado ideal para um adulto jovem,
entretanto, medidas até 140 mmHg para a pressão sistólica e 90 mmHg para a diastólica
também podem ser aceitas como normais.
A posição em que o paciente se encontra (em pé, sentado ou deitado), atividade física
recente e manguito inapropriado também pode alterar os níveis da pressão. Pacientes,

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particularmente, sob o risco de alteração dos níveis tencionais, são aqueles: com doença
cardíaca, doença renal, diabetes, hipovolemia ou com lesão craniana ou coluna espinhal.
O local mais comum de verificação da pressão arterial é no braço, usando como ponto
de ausculta a artéria braquial. Os equipamentos usados são o esfigmomanômetro e o
estetoscópio.
Pulso: Pulso é a onda provocada pela pressão do sangue contra a parede arterial cada
vez que o ventrículo esquerdo se contrai. Em locais onde as artérias de grosso calibre se 65
encontram próximas à superfície cutânea, pode ser sentido à palpação. Cada onda de pulso
sentida é um reflexo do débito cardíaco, pois a freqüência de pulso equivale à freqüência
cardíaca. Débito cardíaco é o volume de sangue bombeado por cada um dos lados do coração
em um minuto.
Valores médios, de freqüência cardíaca, considerados ideais de acordo com a idade
Adultos 60 a 100 bpm
Crianças 80 a 120 bpm
Bebês 100 a 160 bpm

 Taquicardia: é o aumento da freqüência cardíaca (acima de 100 bpm nos adultos).


 Bradicardia: é a diminuição da freqüência cardíaca (abaixo de 60 bpm nos adultos).

Os melhores locais para se palpar o pulso são onde artérias de grosso calibre se
encontram próximas à superfície cutânea e possam ser comprimidas contra uma superfície
firme (normalmente um osso). As artérias radiais, ao nível dos punhos, são mais comumente
usadas na checagem do pulso em vítimas conscientes. As artérias carótidas, ao nível do
pescoço, são normalmente usadas para palpação do pulso em vítimas inconscientes. Pode-se
também sentir o pulso palpando as seguintes artérias: femoral, na raiz da coxa, braquial no
braço, axila na axila, e pedioso no dorso do pé. Também podemos medir o pulso pela ausculta
cardíaca, no ápice ou ponta do coração, no lado esquerdo do tórax, levemente abaixo do
mamilo (pulso apical).
Respiração: é o processo através do qual ocorre troca gasosa entre a atmosfera e as
células do organismo. A freqüência respiratória normalmente é verificada através da inspeção
visual, observando-se as expansões e contrações do tórax, também, pode ser palpadas pelo
tato, colocando-se as mãos sobre o tórax do paciente. A avaliação da respiração inclui:
freqüência respiratória (movimentos respiratórios por minuto - rpm), caráter (superficial e

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profunda) e ritmo (regular e irregular). Deve se avaliar sem que a vítima perceba,
preferencialmente enquanto se palpa o pulso radial, para evitar que a vítima tente
conscientemente controlar a respiração.
Valores médios, de freqüência respiratória, considerados ideais de acordo com a
idade
Adultos 12 a 20 rpm
Crianças 20 a 30 rpm 66
Bebês 30 a 60 rpm

Temperatura: Existem vários fatores que influenciam no controle da temperatura


corporal, sendo influenciada por meios físicos e químicos e o controle feito através de
estimulação do sistema nervoso. A temperatura reflete o balanceamento entre o calor
produzido e o calor perdido pelo corpo. A temperatura do corpo é registrada em graus Celsius
(centígrados). O termômetro clínico de vidro, mais usado, tem duas partes: o bulbo e o
pedúnculo. O bulbo contém mercúrio; um metal líquido, o qual se expande sob a ação do
calor e sobre pelo interior do pedúnculo, indicando a temperatura em graus e décimos de
graus. Normalmente os termômetros clínicos são calibrados em graus e décimos de graus, na
faixa de temperatura de 35 °C a 42°C. Não é necessária uma faixa de temperatura mais ampla,
pois raramente o ser humano sobrevive com temperatura corporal fora desta faixa.
O índice normal de temperatura é de 37 °C, admitindo-se variações de até 0,6 °C para
mais ou para menos. As crianças têm temperaturas mais altas que os adultos, porque seu
metabolismo é mais rápido. Tem-se observado que a temperatura do corpo é mais baixa nas
primeiras horas da manhã, e mais alta no final da tarde ou no início da noite.
A temperatura corporal pode ser medida nos seguintes locais:
 Boca - Temperatura Oral: Coloca-se o termômetro de vidro sob a língua do paciente,
na bolsa sublingual posterior, mantendo o termômetro por 3 a 8 minutos com lábios
fechados.
O método oferece temperatura central e é indicado para aqueles que respiram pela
boca com suspeita de infecção grave.
 Canal anal - Temperatura Retal: Para o adulto, inserir 03 centímetros do termômetro
lubrificado no ânus. Não forçar o termômetro. Mantê-lo no local de 2 a 4 minutos. É
contra-indicado após cirurgia do reto ou ferimento no reto e em pacientes com
hemorróidas.

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 Axila - Temperatura axilar: Mais utilizado, tendo em vista a facilidade.


Coloca-se o termômetro no centro da axila, mantendo o braço do paciente de encontro
ao corpo, e mantê-lo ali de 3 a 8 minutos. O método é conveniente, mas é contra-indicado
para crianças pequenas; em pacientes com estado mental alterado. Técnica para verificação
dos Sinais Vitais

Pressão arterial 67
Material: Bandeja, estetoscópio e esfigmomanômetro, recipiente com bolas de
algodão embebidas em álcool 70%, papel e caneta.
Após a lavagem das mãos, reunir todo o material e dirigir-se à unidade do paciente,
orientando-o para o procedimento. O mesmo deve estar em repouso por pelo menos cinco
minutos, em abstenção de fumo ou cafeína nos últimos 30 minutos; o braço selecionado deve
estar livre de vestimentas, relaxado e mantido ao nível do coração (aproximadamente no
quarto espaço intercostal); quando o paciente está sentado, coloca-se o braço por sobre uma
mesa; a pressão arterial poderá estar falsamente elevada caso a artéria braquial fique abaixo
do nível do coração.
O pulso braquial deve ser palpado para o diagnóstico de sua integridade A bolsa
inflável deve ser centralizada por sobre a artéria braquial, sendo que a margem inferior do
manguito deve permanecer 2,5 cm, acima da prega anti-cubital; prende-se o manguito e
posiciona-se o braço de modo que fique levemente fletido.
Método palpatório:
1. Insufla-se o manguito, fechando-se a válvula e apertando-se a "pêra"
rapidamente até o desaparecimento do pulso radial;
2. Verifica-se o valor e acrescenta-se 30 mmHg;
3. Após, desinsufla-se lenta e completamente o manguito até o aparecimento do
pulso, o que é considerado a pressão arterial máxima;
4. Desinsufla-se a seguir o manguito rapidamente;

O método palpatório só permite a verificação da pressão arterial máxima.

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68

Método auscultatório:
1. Coloca-se o diafragma do estetoscópio suavemente por sobre a artéria braquial;
2. Insufla-se o manguito suavemente até o nível previamente determinado (30 mmHg
acima da pressão arterial máxima verificada pelo método palpatório) e em seguida
desinsufla-se lentamente, à uma velocidade de 2 a 3 mmHg por segundo;
3. Verifica-se o nível no qual os ruídos (de Korotkoff) são auscultados, o que
corresponde à pressão arterial máxima;
4. Continua-se baixando a pressão até o abafamento das bulhas e a seguir o
desaparecimento completo dos ruídos (de Korotkoff), o que corresponde à pressão
arterial mínima.

Pulso

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Material: Bandeja, relógio com ponteiro de segundos, recipiente com bolas de algodão
embebidas em álcool 70%, papel e caneta.
1. Lavar as mãos;
2. Orientar o paciente quanto ao procedimento;
3. Colocar o paciente em posição confortável, sentado ou deitado, porém
sempre com o braço apoiado;
4. Realizar o procedimento de acordo com a técnica descrita abaixo; 69
5. Contar durante 1 minuto inteiro;
6. Lavar as mãos;
7. Anotar no prontuário.

Pulso radial: a artéria radial encontra-se entre a apófise estilóide do rádio e o tendão
dos flexores, sendo que para palpá-los emprega-se os dedos indicador e médio com o polegar
fixado no dorso do punho do paciente, sendo que o examinador usa a mão direita para
examinar o pulso esquerdo, e vice versa.
Pulso carotídeo: as pulsações da carótida são visíveis e palpáveis medialmente aos
músculos esternocleidomastoideos. Para sua palpação, devemos colocar o polegar esquerdo
(ou o indicador e dedo médio) sobre a carótida direita, e vice-versa, no terço inferior do
pescoço, adjacente à margem medial do músculo esternocleiomastoideo bem relaxado,
aproximadamente ao nível da cartilagem cricóide.
Pulso braquial: colocar a mão oposta por debaixo do cotovelo do paciente e utilizar o
polegar para palpar a artéria braquial imediatamente medial ao tendão do músculo bíceps,
sendo que o braço do paciente deve repousar com o cotovelo esticado e as palmas da mão
para cima.

Respiração
Material: Bandeja, relógio com ponteiro de segundos, recipiente com bolas de algodão
embebidas em álcool 70%, papel e caneta.
1. Lavar as mãos;
2. Orientar o paciente quanto ao exame;
3. Não deixar o paciente perceber que estão sendo contados os
movimentos;
4. Contagem pelo período de 1 minuto;

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5. Lavar as mãos no término;


6. Anotar no prontuário.
Temperatura
Material: Bandeja, termômetro clínico, recipiente com bolas de algodão embebidas
em álcool 70%, papel e caneta.
1. Lavar as mãos;
2. Orientar o paciente quanto ao procedimento; 70
3. Reunir o material e levar à unidade do paciente;
4. Deixar o paciente deitado ou recostado confortavelmente;
5. Limpar o termômetro com algodão embebido em álcool;
6. Enxugar a axila se for o caso, com as próprias vestimentas do paciente;
7. Descer a coluna de mercúrio até o ponto mais baixo, segurando o
termômetro firmemente e sacudindo-o com cuidado;
8. Colocar o termômetro na axila se for o caso, mantendo-o com o braço
bem encostado ao tórax;
9. Retirar o termômetro após 5 a 7 minutos;
10. Ler a temperatura na escala;
11. Limpar com algodão embebido em álcool;
12. Lavar as mãos;
13. Anotar no prontuário da paciente.

MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS
É a verificação do peso corporal, de altura e circunferência abdominal. Tem como
objetivos acompanhar a evolução de doenças tais como: insuficiência cardíaca congestiva,
insuficiência renal crônica, cirrose hepática. E calcular dosagens de medicamentos.
Peso e altura:
1. Fazer planejamento;
2. Lavar as mãos;
3. Informar ao paciente o que vai ser feito e encaminha-lo até o local da
balança;
4. Forrar o piso da balança com papel toalha;
5. Tarar a balança;
6. Abaixar o pino da trave;

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7. Pedir ao paciente para retirar o penhoar ou roupão e chinelos, subir na


balança e ficar no centro da mesma;
8. Destravar a balança e dispor o massor de quilos na escala graduada até
o número estimado;
9. Movimentar o massor de gramas até o número em que o fiel da balança
fique nivelado;
10. Ler corretamente o peso indicado, colocando-se a frente do paciente; 71
11. Abaixar o pino da trave e retornar os massores ao ponto zero;
12. Pedir ao paciente para ficar com as costas para o antropômetro, unir os
calcanhares e manter-se ereto;
13. Erguer a régua, com o braço voltado para um dos lados do paciente, até
acima da cabeça. Girar o braço da régua até a frente do paciente e
abaixá-lo lentamente, até que o ângulo reto da régua encoste-se à
cabeça;
14. Ler a escala graduada a altura do paciente;
15. Virar o braço da régua para um dos lados até voltá-lo a posição anterior;
16. Auxiliar o paciente a descer da balança. Calçar os chinelos e vestir o
roupão;
17. Retirar o papel da balança e desprezar;
18. Anotar no prontuário, e comparar com os dados anteriores.
Circunferência abdominal:
1. Fazer planejamento;
2. Levar à unidade do paciente fita métrica em bandeja;
3. Colocar o biombo ao redor do leito do paciente;
4. Manter o paciente deitado;
5. Expor a região abdominal do paciente;
6. Pegar na ponta da fita métrica e passar por trás do paciente;
7. Pegar a fita métrica do lado oposto do paciente e unir com o
restante da fita na região umbilical;
8. Verificar o número que indica na fita;
9. Manter o paciente confortável e a unidade em ordem;
10. Realizar a limpeza da fita métrica com álcool 70% e guardá-la;
11. Anotar no prontuário do paciente.

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SONDA NASOGÁSTRICA
A passagem de sonda nasogástrica é a inserção de uma sonda plástica ou de borracha,
flexível, podendo ser curta ou longa, pela boca ou nariz, para: descomprimir o estômago e
remover gás e líquidos; diagnosticar a motilidade intestinal; administrar medicamentos e
alimentos; tratar uma obstrução ou um local com sangramento; obter conteúdo gástrico para
análise.
Condições ou necessidades que requerem utilização de sonda: 72
- Preparação pré-operatória com dieta elementar;
- Problemas gastrintestinais com dieta elementar;
- Terapia para o câncer;
- Cuidado na convalescença;
- Coma;
- Condições hipermetabólicas;
- Cirurgia maxilofacial ou cervical.

Tipos de Sonda Nasogástrica


A sonda nasogástrica é introduzida através do nariz ou boca até o estômago. As mais
comumente usadas são: sonda de Levine, gástrica simples, Nutriflex, a Moss e a Sengstaken-
Blakemore (S-B).
• Sonda de Levine: é uma das mais usadas, existindo no mercado tanto tubos de
plástico como de borracha, com orifícios laterais próximos à ponta; são passadas normalmente
pelas narinas. Apresenta uma única luz (números 14 a 18).
A sonda é usada para remover líquidos e gases do trato gastrintestinal superior em
adultos, obter uma amostra do conteúdo gástrico para estudos laboratoriais e administrar
alimentos e medicamentos diretamente no trato gastrintestinal. A colocação da sonda pode ser
checada depois de colocada aspirando-se o conteúdo gástrico e checando-se o ph do material
retirado. O ph do aspirado gástrico é ácido (± 3); o ph do aspirado intestinal (± 6,5), e o ph do
aspirado respiratório é mais alcalino (7 ou mais). Uma radiografia é o único meio seguro de se
verificar a posição da sonda;
• Sonda gástrica simples ("Salem-VENTROL"): é uma sonda radiopaca, de
plástico claro, dotada de duas luzes. É usada para descomprimir o estômago e mantê-lo vazio;

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• Sonda Nutriflex: é uma sonda usada para nutrição. Possui 76 cm de


comprimento e uma ponta pesada de mercúrio para facilitar sua inserção. É protegida por um
lubrificante que é ativado quando é umidificado;
• Sonda de MOSS: é uma sonda de descompressão gástrica de 90 cm de
comprimento, três luzes e somente um balão que serve para fixar a sonda ao estômago quando
inflado. O cateter de descompressão serve para aspiração gástrica e esofagiana, como também
para lavagem. A terceira luz é uma via para alimentação duodenal; 73
• Sonda S-B: é usada para tratar sangramento de varizes esofagianas.
Tem 3 luzes e 2 balões; duas das luzes são utilizadas para inflar os balões, enquanto a
terceira é usada para lavagem gástrica e para monitorizar o sangramento. Técnica de
Sondagem com Sonda Levine
Material:
• Sonda gástrica LEVINE (mulher 14 a 16, homem 16 a 18);
• Seringa de 20 ml;
• Copo com água;
• Gaze,
• Benzina;
• Toalha de rosto;
• Xylocaína gel;
• Fita adesiva;
• Estetoscópio;
• Biombo s/n;
• Luvas de procedimento;
• Sacos para lixo. Procedimento:
1. Elevar a cabeceira da cama (posição Fowler - 45°) com a cabeceira inclinada para
frente ou decúbito dorsal horizontal com cabeça lateralizada;
2. Proteger o tórax com a toalha e limpar as narinas com gaze;
3. Limpar o nariz e a testa com gaze e benzina para retirar a oleosidade da pele;
4. Medir a sonda do lóbulo da orelha até a ponta do nariz e até a base do apêndice;

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74

5. Marcar com adesivo;


6. Calçar luvas;
7. Lubrificar a sonda com xylocaína;
8. Introduzir a sonda em uma das narinas pedindo ao paciente que degluta;
9. Introduzir até a marca do adesivo;
10. Observar sinais de cianose, dispnéia e tosse;
11. Para verificar se a sonda está no local:
12. Injetar 20 ml de ar na sonda e auscultar com estetoscópio, na base do apêndice
xifóide, para ouvir ruídos hidroaéreos;
13. Ver fluxo de suco gástrico aspirando com a seringa de 20 ml;
14. Colocar a ponta da sonda no copo com água - se tiver borbulhamento está na
traquéia. Deve ser retirada;
15. Toda vez que a sonda for aberta, para algum procedimento, dobrá-la para evitar
a entrada de ar;
16. Fechá-la ou conectá-la ao coletor;
17. Fixar a sonda não tracionando a narina.

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75

Lavagem gástrica
É a introdução através da SNG, de líquido na cavidade gástrica, seguida de sua
remoção. Tem como objetivo remover do estômago substâncias tóxicas ou irritantes, preparar
para cirurgias do aparelho digestivo. Deve-se evitar a lavagem gástrica em casos de
envenenamento por substâncias causticas, para não provocar perfuração do esôfago ou
estômago, pela sonda. Material:
 Bandeja;
 Material para sondagem nasogástrica - sonda calibrosa;
 Balde;
 Folhas de papel toalha;
 Soro fisiológico com equipo;
 Biombo;
 Luvas de procedimento.

Procedimentos:
1. Fazer planejamento;
2. Lavar as mãos;
3. Reunir o material na bandeja, levar a unidade do paciente, colocá-lo sobre a
mesa de cabeceira;
4. Colocar o balde sobre a cadeia, forrada com papel toalha;
5. Cercar a cama com biombo;
6. Colocar o soro no suporte;
7. Calçar as luvas de procedimentos;
8. Proceder a técnica de sondagem nasogástrica;
9. Conectar o equipo na sonda e deixar fluir aproximadamente 250 a 500 ml de
soro;

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10. Fechar o soro, desconectar o equipo, colocar a extremidade aberta da sonda no


balde, deixando o líquido refluir por sinfonagem. Aspirar com seringa. Se
necessário pode-se também usar frasco de soro com pressão negativa;
11. Repetir o processo até que o retorno seja límpido;
12. Proceder a retirada da sonda, conforme técnica descrita;
13. Retirar luvas;
14. Deixar o paciente confortável; 76
15. Medir o retorno, desprezar e anotar.

Drenagem por sonda nasogástrica

Material:
 Bandeja;
 Sonda nasogástrica;
 Xylocaína gel;
 Frasco esterilizado;
 Tampa plástica;
 Seringa de 20 ml;
 Luvas de procedimento;
 Gazes;
 Esparadrapo;
 Estetoscópio;
 Frasco graduado para medir secreção drenada;
 Prolongamento esterilizado.

Procedimentos:
1. Lavar as mãos;
2. Preparar o material e levá-lo à unidade do paciente;
3. Cercar a cama com biombo, se necessário;
4. Colocar o paciente em posição Fowler;
5. Proteger o tórax do paciente;
6. Calçar luvas;
7. Proceder a sondagem nasogástrica conforme descrito;

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8. Deixar a sonda aberta e conectar a extremidade no prolongamento de látex e


deixar a outra ponta no frasco de soro vazio;
9. Retirar as luvas;
10. Anotar no prontuário a quantidade e aspecto do líquido drenado.

Retirada da sonda nasogástrica


Materiais: 77
 Bandeja;
 Gazes;
 Luvas de procedimento;
 Recipiente com algodão embebido na benzina;
 Cuba rim;
 Papel toalha.

Procedimentos:
1. Lavar as mãos;
2. Preparar o material e levá-lo à unidade do paciente;
3. Cercar a cama com biombo, se necessário;
4. Colocar papel toalha sobre o tórax do paciente;
5. Forrar a cuba rim com papel toalha e colocá-la ao lado do paciente;
6. Calçar luvas;
7. Desprender o esparadrapo com algodão embebido na benzina;
8. Pegar a sonda com aze e comprimi-la firmemente;
9. Retirar a sonda com movimentos suaves e colocá-la na cuba rim envolvendo-a
com o papel toalha;
10. Anotar no prontuário procedimento realizado.

SONDA NASOENTERAL
A sonda nasoenteral tem comprimento variável de 50 a 150 cm, e diâmetro médio
interno de 1,6mm e externo de 4 mm,com marcas numéricas ao longo de sua extensão,
facilitando posicionamentos, maleáveis, com fio-guia metálico e flexível, radiopaca.

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A sonda nasoenteral é passada da narina até o intestino. Difere da sonda nasogástrica,


por ter o calibre mais fino, causando assim, menos trauma ao esôfago, e por alojar-se
diretamente no intestino, necessitando de controle por Raios-X para verificação do local da
sonda.
Tem como função apenas a alimentação do paciente, sendo de escolha no caso de
pacientes que receberam alimentação via sonda por tempo indeterminado e prolongado. Por
isso, esta sonda só permanece aberta durante o tempo de infusão da alimentação. 78
A técnica de sondagem se assemelha com a técnica de sondagem nasogástrica.
Material:
 Sonda enteral com fio guia (mandril);
 Seringa de 20 ml;
 Copo com água;
 Gaze;
 Benzina;
 Toalha de rosto;
 Xylocaína gel;
 Fita adesiva;
 Estetoscópio;
 Biombo s/n;
 Luvas de procedimento;
 Sacos para lixo. Procedimento:
1. Elevar a cabeceira da cama (posição Fowler - 45°) com a cabeceira
inclinada para frente ou decúbito dorsal horizontal com cabeça lateralizada;
2. Proteger o tórax com a toalha e limpar as narinas com gaze;
3. Limpar o nariz e a testa com gaze e benzina para retirar a oleosidade da
pele;
4. Medir a sonda do lóbulo da orelha até a ponta do nariz e até a base do
apêndice (acrescentar mais 10 cm);
5. Marcar com adesivo;
6. Calçar luvas;
7. Injetar água dentro da sonda (com mandril);
8. Mergulhar a ponta da sonda em copo com água para lubrificar;

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9. Introduzir a sonda em uma das narinas pedindo ao paciente que degluta


- introduzir até a marca do adesivo;
10. Aguardar a migração da sonda para duodeno, encaminhar ao Raio-X
para confirmação do local da sonda;
11. Retirar o fio-guia após a passagem correta;
12. Observar sinais de cianose, dispnéia e tosse; Para verificar se a sonda
está no local: 79
13. Injetar 20 ml de ar na sonda e auscultar com esteto, na base do apêndice
xifóide, para ouvir ruídos hidroaéreos;
14. Colocar a ponta da sonda no copo com água - se tiver borbulhamento
está na traquéia. Deve ser retirada;
15. Toda vez que a sonda for aberta, para algum procedimento, dobrá-la
para evitar a entrada de ar;
16. Fechá-la ou conectá-la ao coletor;
17. Fixar a sonda não tracionando a narina;
18. Colocar o paciente em decúbito lateral direito para que a passagem da
sonda até o duodeno seja facilitada pelo peristaltismo gástrico.

ALIMENTAÇÃO DO PACIENTE

Administração de alimentos ao paciente acamado


Dependendo do grau de dependência, o paciente necessitará de auxílio e/ou estímulo
para se alimentar, uma vez que a nutrição do paciente está diretamente relacionada a sua
recuperação. Procedimentos:
1. Fazer planejamento;
2. Orientar o paciente;
3. Colocar o paciente em posição confortável e a toalha de rosto sobre o seu
tórax;
4. Aproximar a mesa de refeições com a bandeja;
5. Oferecer a dieta, e auxiliar no que for preciso;
6. Observar a aceitação alimentar;
7. Retirar a bandeja;
8. Realizar higiene oral;
9. Realizar anotações no plano assistencial.

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Administração de alimentos por Sonda Nasogástrica e Enteral - Gavagem


Gavagem é a introdução de alimentos através de uma sonda nasogástrica ou enteral.
Tem por objetivo repor líquidos, hidratar ou alimentar o paciente impossibilitado de
deglutir em pós-operatório de cirurgia de região oral, vias aéreas superiores e pacientes
inconscientes. Orientações:
• Testar posicionamento da sonda antes de cada administração de dieta; 80
• Manter a sonda sempre fechada;
• O alimento deve ser introduzido lentamente, gota a gota, evitando regurgitação,
diarréia;
• Evitar entrada de ar na sonda;
• A dieta deve ser introduzida na temperatura ambiente;
• Após introdução da dieta, injetar 50 a 100 ml de água, com o objetivo de
manter a sonda limpa;
• A alimentação deve ser oferecida com o paciente sentado, em posição
confortável;
• Proceder a higiene oral e das narinas a cada período. Trocar a fixação da sonda
diariamente;
• Observar estase gástrica - se houver distensão abdominal ou refluxo de dieta
anterior de 100 ml, não administrar e comunicar o chefe. Abrir a sonda por 10 minutos antes
de administrar a dieta para observar se há estase gástrica.

Procedimentos:
1. Lavar as mãos;
2. Reunir material e dieta (ou medicamento) prescrita pelo médico ou
nutricionista;
3. Proteger o tórax do doente com uma toalha;
4. Elevar a cabeceira do leito para posição sentado ou semi-sentado;
5. Verificar temperatura (no caso de dieta);
6. Utilizar pinça para abrir e fechar sonda;
7. Proteger com gaze a conexão seringa-sonda;
8. Aspirar na seringa o material a ser injetado na sonda e injetar lentamente na
sonda (despinçada) com seringa em posição vertical e mais alta que a cabeça do paciente;

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9. Injetar tantas vezes quanto necessário para infundir o volume prescrito;


10. Lavar a sonda ao término da infusão, com água destilada ou soro fisiológico
para evitar entupimentos;
11. Higienizar boca e narinas.

Alimentação por gastrostomia


Consiste na administração de alimentos líquidos no estômago, por meio de um tubo de 81
borracha inserido pela parede abdominal, através de procedimento cirúrgico.
A administração pela gastrostomia é indicada quando o paciente possui lesão de boca,
faringe e esôfago, irreversível ou que requerem tratamento prolongado, como o caso de
tumores e estenose de esôfago. Orientações gerais e procedimentos:
Idêntico a sonda nasogástrica. Apenas não é necessário testar o posicionamento da
sonda. Deve-se trocar o curativo ao redor da gastrostomia no mínimo uma vez ao dia e
quando necessário, com técnica asséptica.
Em caso de sondas de gastrostomia calibrosa, em que não há possibilidade de conectar
o equipo, utilizar um funil (pinçar a sonda para evitar a entrada de ar antes de conectar o
funil).

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MÓDULO III

APLICAÇÕES TÉRMICAS

A aplicação térmica externa, de calor ou frio, é um dos tratamentos mais antigos. É


eficaz e proporciona efeito imediato.
O calor atua relaxando os músculos e facilitando a circulação através da vasodilatação,
82
acalmando assim a dor, e diminuindo um pouco, e impedindo o edema local.
O frio age pela contração dos vasos sanguíneos, a dor local e impede a formação de
hematomas e abscessos. Em certos tipos de ferimentos abertos controla a hemorragia.

APLICAÇÕES QUENTES
Têm como indicação proporcionar conforto e bem estar, aliviando a dor e inflamação,
acelerar o processo de supuração de uma área, estimular a circulação, promover aquecimento,
produzir relaxamento da tensão muscular.
O calor é aplicação através de: bolsas de água quente, compressas quentes. Material:
Bolsa de borracha, forro para cobrir a bolsa, de preferência flanela, água quente.
Procedimentos:
1. Certificar-se do local que deverá receber a aplicação;
2. Orientar o paciente sobre o procedimento;
3. Reunir o material;
4. Testar as condições da bolsa, para não ocorrer vazamento;
5. Colocar a água quente na bolsa, retirar todo o ar do interior da mesma e fechá-
la;
6. Virar a bolsa com o gargalho para baixo, observar se está bem fechada enxugá-
la;
7. Cobrir a bolsa com o forro e observar se a temperatura através do pano está
adequada;
8. Aplicar no local indicado e deixar no local no mínimo 20 minutos e no máximo
40 minutos;
9. Avaliar as condições da pele no local, 2 ou 3 minutos após a aplicação da
bolsa, para certificar-se de que essa temperatura não vai causar queimaduras no paciente;
10. Terminada a aplicação, retirar a bolsa e manter a região agasalhada para evitar
corrente de ar;

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11. Deixar o paciente em ordem e confortável;


12. Esvaziar a bolsa e pendurá-la com o gargalho para baixo até secar;
13. Anotar o procedimento e o efeito no relatório.

APLICAÇÕES FRIAS
Têm como indicação acalmar a dor, diminuir a congestão local, abaixar a febre,
controlar hemorragia e diminuir processos inflamatórios. 83
A aplicação fria é realizada através de bolsa de gelo e de compressas geladas.

Material:
Bolsa de borracha, tecido para cobrir a bolsa e gelo picado.

TÉCNICA PARA APLICAÇÃO DE BOLSA DE GELO


1. Seguir os mesmos cuidados descritos na aplicação de bolsa quente;
2. Colocar as pedras de gelo na bolsa, enchendo até a metade;
3. Fechar a bolsa, testar se não há vazamento e enxugá-la;
4. Envolver a bolsa com a coberta (toalha, flanela);
5. Aplicar no local e deixar o tempo que for indicado, conforme prescrição
médica;
6. Trocar o gelo sempre que necessário, se o tempo da aplicação for prolongado;
7. Retirar a bolsa ao termino da aplicação, verificar o local observando o
resultado;
8. Deixar o paciente confortável e em ordem;
9. Anotar o procedimento e o resultado no relatório de enfermagem.

Cuidados importantes
• Observar constantemente a área de aplicação. Qualquer alteração da pele e
queixas do paciente, suspender o procedimento e comunicar o médico;
• Em pacientes idosos, inconscientes, desnutridos e crianças deve-se ter cautela
quanto ao limite da temperatura, devido à maior sensibilidade da pele;
• Nunca colocar bolsa com água quente debaixo do paciente, para evitar
compressão excessiva da mesma, pois resulta em vazamento e queimaduras ao paciente;

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• Não fazer aplicação de bolsa de gelo além de 30 minutos, devido ao risco de


causar necrose.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE CIRÚRGICO

Preparo pré-operatório
O preparo pré-operatório tem início com a internação, estendendo-se até o momento
da cirurgia. 84

Tem por objetivo levar o paciente às melhores condições possíveis para cirurgia, para
garantir-lhe menores possibilidades de complicações. Cada paciente deve ser tratado e
encarado individualmente.
Dependendo da cirurgia a ser realizada, o preparo pré-operatório poderá ser feito em
alguns dias ou até mesmo em minutos. As cirurgias que exigem um rápido preparo são as
cirurgias de emergência, estas devem ser realizadas sem perda de tempo, a fim de salvar a
vida do paciente.

Preparo psicológico:
Tem como objetivo assegurar confiança e tranqüilidade mental ao paciente.
A internação pode significar reclusão, afastamento dos familiares, e o paciente pode
ficar ansioso e cheio de temores. O trabalho e a vida diária do paciente são,
momentaneamente, paralisados e o desconhecimento do tratamento ao qual será submetido,
tudo isso, gera estresse, insegurança, desassossego e medo.
Estes estados psicológicos, quando não reconhecidos e atendidos, podem levar o
paciente a apresentar vômitos, náuseas, dor de cabeça, não cooperando para a recuperação
pós-cirúrgica, levando-o a complicações respiratórias, agitação e outros problemas.
Para auxiliar o paciente a enfermagem deve ser calma, otimista, compreensiva, e saber
como desenvolver confiança.
Inteirados da aflição do paciente a enfermeira chefe deve ser notificada, para que tome
a melhor medida.
Muitas vezes o paciente tem medo da morte, durante ou após a cirurgia, tem medo de
não acordar da anestesia, tem medo de perder qualquer parte do corpo ou de sentir dor durante
a cirurgia.
Dependendo da necessidade, a enfermeira solicitará a presença do cirurgião ou
anestesista para esclarecer o paciente.

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Portanto, a enfermagem, embora solicitando outros profissionais para atender o


paciente em suas necessidades psicológicas, é principalmente a pessoa que ouve, compreende,
ampara e conforta.

Preparo físico:
É dividido em três etapas:
1. Preparo inicial é quando o paciente vai ser submetido a exames laboratoriais 85
(exames pré-operatórios), que vão assegurar a viabilidade ou não da cirurgia.
Nesta fase, a atuação da enfermagem no preparo se relaciona:
- Ao preparo do paciente, explicando os procedimentos a serem realizados;
- A coleta e encaminhamento dos materiais para exames;
- A manutenção do jejum, quando necessário;
- A aplicação de medicamentos, soro e sangue;
- A realização de controles;
- Sinais vitais;
- Diurese;
- Observação de sinais e sintomas;
- Anotação na papeleta.

2. Preparo físico na véspera da cirurgia tem por objetivo remover toda a fonte de
infecção, através da limpeza e desinfecção, conseguida com um mínimo de esgotamento do
paciente. Essa segunda etapa se processa assim:
- Verificar lista de cirurgia: quais os pacientes que serão operados, nome da
cirurgia, horário, se há pedido de sangue, preparos especiais ou de rotina;
- Providenciar material e colher a amostra de sangue para tipagem sanguínea;
- Observar sintomas como tosse, coriza, febre, variação de pressão arterial e
outros. Proceder a limpeza e preparar a pele para cirurgia da seguinte forma:
- Tricotomia da região a ser operada, bem ampla;
- Banho completo, incluindo cabeça e troca de roupa;
- Limpeza e corte das unhas, remover esmaltes (pés e mãos) para poder observar
a coloração durante a cirurgia;
- Mandar barbear os homens;
- Dieta leve no jantar;

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- Lavagem intestinal ou gástrica, de acordo com a prescrição médica;


- Jejum após o jantar, orientar o paciente;
- Promover ambiente tranqüilo e repousante. 3. Preparo físico no dia da cirurgia.
Processa-se assim:
- Verifica se o jejum continua sendo mantido;
- Verificar se todos os cuidados da véspera foram feitos;
- Remover maquiagem, próteses e jóias. As jóias e próteses serão enroladas e 86
guardadas conforme rotina do local;
- Controlar pulso, temperatura, respiração e P.A;
- Urinar meia hora antes da cirurgia;
- Aplicar a medicação pré-anestésica seguindo prescrição médica, e geralmente é
feito de 30 a 45 minutos da cirurgia;
- Checar a medicação pré-anestésica dada;
- Fazer anotação na papeleta;
- Ajudar o paciente a passar da cama à maca;
- Levar a maca com o paciente até o centro cirúrgico, juntamente com o
prontuário;
- Qualquer cuidado não efetuado deve ser comunicado ao centro cirúrgico.

Preparo pós-operatório
Os cuidados de enfermagem no pós-operatório são aqueles realizados após a cirurgia
até a alta.
Visam ajudar o recém operado a normalizar suas funções com conforto e da forma
mais rápida e segura.
Incluímos nesses cuidados o preparo da unidade para receber o paciente internado.
Observação: nos hospitais que possuem, no centro cirúrgico, sala de recuperação, pós-
anestésica, receber os pacientes nestes locais imediatamenteapós a cirurgia, dando-lhes
assistência até a normalização de reflexos e sinais vitais.
Só posteriormente esse paciente é encaminhado à unidade onde está internado.
Ao receber o paciente no quarto:
- Transportá-lo da maca para a cama com o auxílio de outros funcionários;
- Manter a cama em posição horizontal;
- Cobri-lo e agasalhá-lo de acordo com a necessidade;

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- Verificar na papeleta as anotações do centro cirúrgico. Caso tenha sido feita a


anestesia raque deixar o paciente sem travesseiro e sem levantar, pelo o menos 12 horas;
- Enquanto estiver semiconsciente, mantê-lo sem travesseiro com a cabeça
voltada para o lado;
- Observar o gotejamento do soro e sangue;
- Observar estado geral e nível de consciência;
- Verificar o curativo colocado no local operado (se está seco ou com sangue); 87
- Restringi-lo no leito com grades, para evitar que caia;
- Se estiver confuso, restringir os membros superiores para evitar que retire soro
ou sondas;
- Observar sintomas como: palidez, sudorese, pele fria, lábios e unhas
arroxeados, hemorragia, dificuldade respiratória e outros, porque podem ocorrer complicações
respiratórias e circulatórias;
- Controlar: pulso, temperatura, respiração e pressão arterial;
- Fazer anotação na papeleta;
- Ler a prescrição médica, providenciando para que seja feita;
- Qualquer sintoma alarmante deve ser comunicado imediatamente. Nas horas
em seguida:
- Ao recuperar totalmente a consciência avisá-lo do lugar onde está e que está
passando bem;
- Periodicamente, controlar sinais vitais e funcionamento de soro e sondas;
- Promover comodidade no leito;
- Medicá-lo para dor, quando necessário;
- Movimentá-lo no leito, de decúbito;
- Verificar e estimular a aceitação da dieta.

Tricotomia
É a raspagem dos pêlos na pele. Os pêlos devem ser retirados porque abrigam
microorganismos, que poderão penetrar no ferimento, provocando infecção.
É feita com a finalidade de facilitar a limpeza e a desinfecção da pele e da região a ser
operada.

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No caso de cirurgias programadas a tricotomia deve ser feita o mais próximo possível
da cirurgia (no máximo 2 horas antes, e só deve ser feita quando realmente necessária). Áreas
de tricotomia:
- Cirurgia de crânio: todo o couro cabeludo ou conforme prescrição médica;
- Cirurgias torácicas: região torácica até umbigo e axilas;
- Cirurgia cardíaca: toda extensão corporal (face anterior e posterior), menos o
couro cabeludo; 88
- Cirurgia abdominal: desde a região mamaria até o púbis;
- Cirurgia dos rins: região abdominal anterior e posterior;
- Cirurgia de membros inferiores: todo o membro inferior e púbis. Orientação:
- Calçar luvas, como meio de proteção pessoal, em todas as tricotomias;
- Usar tesoura para cortar pêlos mais longos e cabelos, sempre que for
necessário, e retirá-los com papel toalha;
- O pêlo deve ser raspado delicadamente no sentido do crescimento do mesmo,
para evitar lesão na pele e foliculite;
- A pele deve ser esticada para facilitar o deslizamento do aparelho e evitar
lesão;
- Realizar degermação na área tricotomizada. Material:
• Bandeja;
• Recipientes com bolas de algodão;
• Pacote com gases;
• Cuba redonda com sabão líquido diluído;
• Cuba rim;
• Aparelho de barbear com lâmina nova (se possível utilizar tricotomizador
elétrico para não lesar a pele);
• Pinça.
Procedimento:
• Cerque a cama com biombos;
• Exponha a região;
• Umedeça a bola de algodão com sabão;
• Ensaboar a região;
• Com a mão esquerda estique a pele;
• Faça a raspagem dos pêlos de cima para baixo;

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• Lave a área com água e sabão para remover os pêlos cortados;


• Retire o material usado.

Degermação da pele
Consiste na aplicação de anti-séptico na pele, com o objetivo de reduzir o risco de
infecção da ferida cirúrgica. A degermação é realizada em algumas cirurgias, conforme a
rotina do hospital. Deve ser feita o mais próximo possível do horário da cirurgia. Material: 89
• Bandeja;
• Anti-séptico;
• Luvas de banho. Procedimento:
1. Fazer planejamento;
2. Lavar as mãos;
3. Reunir o material na bandeja;
4. Levar o material à unidade do paciente;
5. Encaminhar o paciente ao banheiro;
6. Oferecer a luva de banho embebida em anti-séptico degermante, orientando o
paciente para que esfregue a área tricotomizada com o produto até que se forme uma espuma
branca;
7. Enxaguar com água corrente;
8. Esfregar novamente o antisséptico degermante até formar uma espuma branca
e enxaguar;
9. Enxugar com toalha limpa;
10. Vestir a camisola cirúrgica;
11. Levar o material à sala de utilidades lavar e guardar.

ANOTAÇÃO DE ENFERMAGEM
As anotações de enfermagem são todos os registros das informações do paciente, das
observações feitas sobre o seu estado de saúde, das prescrições de enfermagem e sua
implantação, da evolução de enfermagem e de outros cuidados, entre eles a execução das
prescrições médicas. Pode-se afirmar que é um instrumento valorativo de grande significado
na assistência de enfermagem e na sua continuidade, tornando-se, pois, indispensável na
aplicação do processo de enfermagem, pois está presente em todas as fases do processo.

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As anotações de enfermagem são o meio utilizado pela enfermagem para informar


sobre a assistência prestada e, como conseqüência, uma fonte disponível para avaliação da
eficiência e eficácia dessa assistência. Assim, demandam clareza em relação a sua forma e
conteúdo, a fim de garantir a compreensão e a legibilidade da informação.

Tipos de anotações de enfermagem


São vários tipos de anotações de enfermagem que podem ser registrados no prontuário 90
do paciente. Dentre eles são destacados:
 Gráfico: facilita a visualização de oscilações dos parâmetros vitais do paciente, como
temperatura (T), pulso (P), respiração (R) e pressão arterial (PA) ou dos sinais
objetivos, tais como: peso, altura, perímetros, pressão venosa central, entre outras;
 Sinal gráfico: realizado por meio do checar li ou (I) significa que a ação prescrita
(médica ou de enfermagem) foi realizada e, do circular @ significa que a ação
prescrita (médica ou de enfermagem) não foi realizada. Quando um horário está
circulado, é importante uma justificativa da não-realização do cuidado na anotação de
enfermagem;
 Descrição: numérica - são anotados valores de parâmetros mensuráveis. Podem ser
locais específicos para o registro desses valores para facilitar a visualização; narração
escrita -registro da forma narrativa daquilo que foi realizado, observado e ou
informado pelo paciente ou familiar. É o tipo de anotação mais freqüentemente
utilizado em prontuário de paciente.
A anotação de enfermagem, quando cientificamente estruturada, apresenta elementos
valiosos para o diagnóstico das necessidades do paciente, da família e da comunidade,
facilitando o planejamento de assistência ao paciente e apresentando elementos para o ensino
e pesquisa no campo profissional.
No dia-a-dia verificamos que as anotações de enfermagem, de modo geral, não são
completas em relação ao cuidado integral que o paciente necessita e recebe, e não satisfazem
os requisitos necessários para sua padronização.
Acreditamos que essas falhas ocorram devido à falta de conscientização de seu valor
pelo pessoal de enfermagem.
Quanto mais consciência o funcionário tiver sobre a finalidade dos registros de
enfermagem, mais ele o fará com riqueza de conteúdo, colaborando assim, efetivamente, para
a elaboração de cuidados de enfermagem, individualizados, ao paciente.

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Roteiro para anotação de enfermagem


Comportamento e observações relativas ao paciente:
• Nível de consciência;
• Estado emocional;
• Integridade da pele e mucosa;
• Hidratação; Aceitação de dieta;
• Manutenção venóclise; 91
• Movimentação;
• Eliminação;
• Presença de cateteres e drenos.

Cuidados prestados aos pacientes, prescritos ou não pelo enfermeiro:


• Mudança de decúbito;
• Posicionamento no leito ou na poltrona;
• Banho;
• Curativos;
• Retirada de drenos, sondas, cateteres, etc.

Medidas prescritas pelo médico e prestadas pela enfermagem:


• Repouso;
• Uso de colete/faixas;
• Recusa de medicação ou tratamento.

Respostas específicas do paciente à terapia e assistência:


• Alterações do quadro clínico;
• Sinais e sintomas;
• Alterações de sinais vitais;
• Intercorrências com o paciente;
• Providências tomadas;
• Resultados.

Medidas terapêuticas executadas pelos membros da equipe:


• Passagem de dispositivo intravenoso (intracath, duplo ou triplo lúmen, etc.);

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• Visita médica especializada (avaliações); Atendimento do fisioterapeuta, da


nutricionista ou psicólogo.

Orientações educativas:
• Nutrição;
• Atividade física;
• Uso de medicações. 92

Outros fatos relevantes (de qualquer natureza) referidos pelo paciente ou percebidos pelo
profissional:
• Acidentes e intercorrências;
• Recebimento de visitas.

ASPIRAÇÃO DO TRATO RESPIRATÓRIO


A aspiração é a aplicação de sucção ao trato respiratório do paciente para ajudá-lo a
remover secreções líquidas ou espessas das vias aéreas superiores e inferiores, quando o
paciente não tem condições de removê-las sozinho. A aspiração das vias aéreas superiores
pode envolver o nariz, boca e orofaringe. A aspiração das vias aéreas inferiores envolve
basicamente a traquéia e, ocasionalmente, a aspiração profunda envolve os brônquios direito e
esquerdo.
A aspiração também possui seus riscos, compreendem:
• Infecção das vias aéreas superiores;
• Traumatismos de tecidos por sucção excessiva da camada de revestimento do
trato respiratório;
• Hipoxemia, devido à remoção de ar com secreções durante a aspiração;
• A remoção de oxigenoterapia durante a execução da aspiração;
• Broncoespasmo, estimulação vagal, que causam diminuição da freqüência
cardíaca e possíveis arritmias;
• Ansiedade e desconforto. Pode-se efetuar a aspiração através das narinas, da
boca, cânula de traqueostomia e tudo endotraqueal.

Objetivos:
• Manutenção de uma via aérea permeável;

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• Promover conforto;
• Prevenir infecções do trato respiratório;
• Melhorar oxigenação.

Orientações gerais:
• A aspiração de secreção não pode ultrapassar 15 segundos em cada sucção e 15
vezes no total; 93
• Monitorização contínua aos sinais vitais do paciente;
• Realizar drenagem postural ou tapotagem nos pacientes em que não há contra-
indicação, antes da aspiração;
• Pacientes com tubo endotraqueal ou traqueostomia que contenha cuff, insuflar
antes de aspirar;
• Aspirar o paciente 1 hora após administração de dieta;
• A extensão de borracha deve ser trocada a cada 6 horas;
• Desprezar a secreção do frasco de aspiração após cada aspiração e lavá-lo com
água e sabão;
• A avaliação do estado do paciente, inclusive dos sons pulmonares, fornece
dados referentes à presença de secreções no inferior das vias aéreas;
• Manter SNG aberta durante aspiração. Material:
• Bandeja;
• Frasco de vidro para aspiração com válvula;
• Extensão de borracha esterilizada;
• Campo para aspiração;
• Sonda para aspiração (8,10,12 ou 14);
• Luva estéril;
• Pacote de gazes;
• Cuba rim;
• 1 frasco de água destilada;
• Máscara.

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94

Procedimentos:
1. Fazer planejamento;
2. Lavar as mãos;
3. Reunir o material na bandeja, levar a unidade do paciente, colocá-lo sobre a
mesa de cabeceira;
4. Cercar a cama com biombo;
5. Conectar o frasco de aspiração na rede de vácuo;
6. Testar o funcionamento do aspirador;
7. Elevar a cabeceira da cama 30°;
8. Colocar água destilada na cuba, e colocá-la na mesa de cabeceira ao lado;
9. Abrir o pacote de extensão de borracha e uma das pontas e conectar ao
aspirador;
10. Colocar máscara;
11. Abrir o campo de aspiração sobre o tórax do paciente sem contaminar. Abrir o
pacote de gaze e colocar sobre o campo;
12. Abrir o pacote da sonda e colocar sobre o campo;
13. Abrir a válvula de aspiração;
14. Calçar luvas;
15. Pegar no dispositivo da sonda e adaptar a ponta da extensão de borracha;
16. Pegar na sonda, introduzir na narina do paciente com movimentos delicados até
a traquéia;
17. Realizar a sucção intermitente;
18. Após a aspiração da traquéia, lavar a sonda de aspiração com água destilada da
cuba rim;
19. Aspirar orofaringe do paciente;
20. Lavar a sonda de aspiração com água destilada da cuba rim;

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21. Desligar o aspirador. Desconectar a extensão de borracha do dispositivo da


sonda;
22. Retirar luva segurando a sonda e colocar na bandeja;
23. Retirar o campo do tórax do paciente, o frasco de aspiração e colocar na
bandeja;
24. Reunir o material e levá-lo à sala de utilidades;
25. Anotar no prontuário: quantidade e aspecto da secreção. 95

CUIDADOS COM PACIENTES INCONSCIENTES E AGONIZANTES


A inconsciência é uma situação em que há uma supressão das funções cerebrais,
variando do estupor ao coma. No estupor o paciente mostra sinais de inquietação quando
estimulado por algo desagradável. Ele pode reagir ou fazer movimentos faciais ou proferir
sons ininteligíveis. O coma é um estado de inconsciência no qual o paciente não percebe a si
mesmo e nem ao seu ambiente. O mutismo acinético é um estado em que não há resposta ao
meio, não há movimentos, mas os olhos permanecem abertos algumas vezes. No estado
vegetativo, o paciente está acordado, mas sem função mental eficaz.

Objetivos:
• Manutenção da vias aéreas permeáveis;
• Avaliação neurológica;
• Obtenção de um equilíbrio hidroeletrolítico;
• Obtenção de membranas mucosas orais intactas;
• Manter integridade cutânea;
• Manter integridade dos olhos.

Manutenção das vias aéreas


Uma ventilação adequada assegurará a circulação para o cérebro.
• O paciente deverá ser colocado de lado para evitar broncoaspiração;
• Aspiração da secreção orofaríngea e traqueobrônquica, sempre que necessário;
• Em caso de insuficiência respiratória administrar oxigênio umidificado;
• Controle rigoroso de sinais vitais;
• Manter cabeceira no ângulo de 30°.
Nível de consciência

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• Verificar o nível de consciência (se está consciente, inconsciente, confuso,


desorientado);
• Verificar se há abertura ocular espontânea, a um comando de voz ou estímulo
doloroso;
• Avaliar pupilas quanto ao tamanho, igualdade e reatividade;
• Observar movimentos dos olhos;
• Manter os olhos umedecidos com soro fisiológico ou água boricada para evitar 96
lesão de córnea;
• Observar reflexos de deglutição, pois quando ineficaz ou ausente, apresenta
sialorréia;
• Realizar estímulo doloroso (pressão suave, mas firme), na região esternal ou no
mamilo, quando o paciente não estiver obedecendo aos comandos;
• Verificar se apresenta decorticação ou descerebração.

Cuidados de enfermagem a paciente inconsciente


• Administrar líquidos por sonda nasogástrica, após dieta e nos intervalos;
Se o paciente estiver com soluções endovenosas, controlar rigorosamente o
gotejamento e observar o local da punção;
• Realizar controle hidroeletrolítico;
• Realizar higiene oral rigorosamente para evitar a formação de crostas e
inflamação;
• Lubrificar os lábios com vaselina;
• Realizar massagem com hidratante para ativar circulação;
• Aplicar solução de escara em proeminências ósseas e outras regiões do corpo
do paciente;
• Realizar mudança de decúbito de 2 em 2 horas, para evitar formação de escara;
• Colocar bolsa de conforto nas regiões de compressão;
• Apoiar os pés com travesseiros, para evitar hiperextensão;
• Quando apresentar diurese no leito ou evacuação, trocá-lo imediatamente;
• Administrar medicação conforme prescrição médica;
• Realizar relatório de enfermagem.

Cuidados de enfermagem a paciente agonizante

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• Manter o paciente limpo e confortável na unidade;


• Manter proteção de grade na cama, se o paciente apresenta-se agitado;
• Manter o ambiente calmo, semipenumbra e boa areação;
• Retirar próteses dentárias;
• Controlar sinais vitais;
• Administrar e controlar oxigênio, se necessário;
• Se o paciente estiver com soluções endovenosas, controlar rigorosamente o 97
gotejamento e observar o local da punção;
• Realizar controle de eliminações urinárias e intestinais;
• Realizar higiene oral e corporal; Lubrificar os lábios com vaselina;
• Realizar massagem com hidratante para ativar circulação;
• Aplicar solução de escara em proeminências ósseas e outras regiões do corpo
do paciente;
• Realizar mudança de decúbito de 2 em 2 horas para evitar formação de escara;
• Administrar medicação conforme prescrição médica;
• Realizar relatório de enfermagem;
• Manter curativos limpos - se houver;
• Realizar compressas úmidas com água destilada em pálpebras, para evitar
queratinização de córnea.

Cuidado com corpo pós-morte


São os cuidados dispensados ao corpo após a constatação médica de óbito.

Objetivos:
• Deixar o corpo limpo;
• Preservar a aparência natural do corpo;
• Evitar a saída de gazes, odores fétidos, sangue e secreções;
• Preparar o corpo para o funeral;
• Facilitar a identificação do corpo.

Após a constatação do óbito:

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• Observar a hora;
• Fechar os olhos do corpo;
• Elevar ligeiramente a cabeceira deixando os membros alinhados;
• Colocar prótese dentária se houver;
• Retirar sondas, drenos, cateteres, cânulas...;
• Retirar da cama travesseiro e roupas extras;
• Cobrir o corpo com um lençol. Material: 98
• Algodão;
• Atadura de crepe;
• Pinça longa;
• Esparadrapo;
• Etiquetas de identificação (conforme rotina da Instituição);
• Cuba rim;
• Luva de procedimento;
• 2 lençóis;
• Bacia com água e luva de banho, se necessário. Procedimentos:
1. Prestar assistência à família;
2. Colocar o paciente em posição anatômica, elevando ligeiramente a cabeça;
3. Fechar os olhos com benzina ou éter;
4. Desligar aparelhos e soros conectados ao paciente;
5. Proceder a higienização do corpo;
6. Vestir o corpo com roupa pessoal, recolocar próteses dentárias. Fixar
mandíbula com ataduras;
7. Cobrir o corpo com lençol;
8. Identificar o corpo com impresso próprio;
9. Encaminhar o corpo ao necrotério;
10. Entregar pertences para a família.

ELIMINAÇÃO URINARIA Cateterismo Vesical


Quando a urina não pode ser eliminada naturalmente, deve ser drenada artificialmente
através de sondas ou cateteres, que podem ser introduzidos diretamente na bexiga, ureter ou
pelve renal. A sondagem vesical é a introdução de uma sonda ou cateter na bexiga, que pode
ser realizada através da uretra ou por via suprapúbica, e tem por finalidade a remoção da

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urina. Suas principais indicações são: obtenção de urina asséptica para exame, esvaziar bexiga
em pacientes com retenção urinária, em preparo cirúrgico e mesmo no pós-operatório, para
monitorizar o débito urinário horário e, em pacientes inconscientes, para a determinação da
urina residual ou com bexiga neurogênica que não possuam um controle esfincteriano
adequado.
A sondagem vesical pode ser dita de alívio, quando há a retirada da sonda após o
esvaziamento vesical, ou de demora, quando há a necessidade de permanência do mesmo. 99
Nestas sondagens de demora, a bexiga não se enche nem se contrai para o seu esvaziamento,
perdendo, com o tempo, um pouco de sua tonicidade e levando à incapacidade de contração
do músculo detrursor; portanto antes da remoção de sonda vesical de demora, o treinamento
com fechamento e abertura da sonda de maneira intermitente, deve ser realizado para a
prevenção da retenção urinária. Observações:
• Fazer higiene íntima antes de executar a técnica do cateterismo vesical;
• Observar conscienciosamente os princípios de assepsia e de ética;
• A sonda utilizada para o cateterismo de demora e é a sonda Foley, que é
mantida no lugar através de balão inflado com água destilada;
• A sonda utilizada para o cateterismo de alívio é a sonda uretral descartável.
Desprezá-la após o uso.

Cateterismo vesical de demora


Objetivos:
• Prevenir distensão da bexiga nas cirurgias pélvicas e prolongadas;
• Proporcionar conforto ao paciente com incontinência urinária;
• Controle de diurese em casos específicos. Cateterismo vesical feminino de
demora Material:
• Pacote de cateterismo vesical contendo: cuba rim, cúpula, campo fenestrado,
pinça, gazes;
• Sonda Vesical de Foley, números 10-14;
• Coletor de urina para sistema fechado;
• Uma seringa descartável de 20 ml;
• Duas agulhas calibrosas;
• Uma ampola de água destilada de 10 ml;
• Esparadrapo ou micropore;

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• Um par de luvas estéreis e 1 par de luvas de procedimento;


• Pacotes de gazes estéreis;
• Lubrificante (Xylocaína geléia estéril);
• Material para higiene íntima;
• Biombo

Sonda Foley 100

Procedimentos:
1. Explicar o procedimento e sua finalidade à paciente e/ou ao acompanhante;
2. Reunir o material;
3. Colocar biombos em volta do leito;
4. Lavar as mãos e calçar as luvas de procedimento;

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5. Colocar a paciente em posição ginecológica;


6. Realizar a higiene íntima;
7. Lavar as mãos;
8. Abrir o pacote de cateterismo sobre a cama, entre as pernas da paciente, usando
técnica asséptica;
9. Colocar a solução anti-séptica estéril na cúpula;
10. Colocar dentro da cuba rim: seringa, Sonda Vesical de Foley, gazes e no 101
campo de cateterismo o coletor de urina para sistema fechado;
11. Abrir a ampola de água destilada e colocar fora do campo;
12. Desinfetar com álcool a 70% o lacre do tubo de xylocaína. Perfurá-lo com
agulha calibrosa e colocar pequena quantidade de xylocaína numa gaze;
13. Calçar somente a luva estéril direita. Com a mão esquerda não enluvada,
aspirar o conteúdo da água destilada;
14. Calçar a luva estéril esquerda;
15. Testar o Cuff da sonda, em seguida conectá-la ao sistema coletor;
16. Lubrificar a sonda com xylocaína;
17. Pegar, com o auxílio da pinça, gaze embebida em solução anti-séptica;
18. Limpar primeiramente o monte pubiano, no sentido transversal, com um
movimento único e firme, utilizando sempre uma gaze para cada movimento;
19. Limpar com um movimento único e firme os grandes lábios do lado mais
distante para o mais próximo, de cima para baixo, desprezando a gaze para cada movimento;
20. Colocar o campo fenestrado sobre o períneo;
21. Afastar os grandes lábios para expor o meato uretral e com a mão não
dominante limpar os pequenos lábios da mesma forma. A mão não-dominante será agora
considerada contaminada;
22. Limpar o meato uretral com movimento uniforme, obedecendo a direção meato
uretral-ânus, sem tirar a mão não-dominante do local. Se os lábios forem soltos
acidentalmente, repetir o processo de limpeza;

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102

23. Introduzir delicadamente o cateter lubrificado no interior do meato uretral e


observar se há uma boa drenagem urinária. Avançar a sonda até a bifurcação, para assegurar
que o balão fique posicionado inteiramente no interior da bexiga;
24. Injetar 10 ml de água destilada para preencher o Cuff da sonda, em seguida,
tracioná-la;
25. Fixar a sonda com esparadrapo ou micropore na face interna da coxa para
evitar a tração da sonda;

26. Manter o coletor de urina abaixo do nível da bexiga, para evitar o refluxo.
Fixá-lo ao leito sem que toque no chão, evitando dobras;
27. Posicionar a paciente confortavelmente;
28. Colocar etiqueta no coletor com: data, volume de água bidestilada colocada no
Cuff e nome do profissional que realizou o procedimento;
29. Recolher o material do cateterismo;

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30. Deixar a unidade em ordem;


31. Lavar as mãos;
32. Registrar o procedimento. Medir e anotar a quantidade, a coloração e as demais
características da urina.

Cateterismo vesical masculino de demora Material:


• Pacote de cateterismo vesical contendo: Cuba rim, cúpula, campo fenestrado,
103
pinça, gazes;
• Sonda Vesical de Foley, números 10-16;
• Coletor de urina para sistema fechado;
• Duas seringas descartáveis de 20 ml; Duas agulhas calibrosas;
• Uma ampola de água destilada de 10 ml;
• Esparadrapo ou micropore;
• Um par de luvas estéreis e 1 par de luvas de procedimento;
• Pacotes de gazes estéreis;
• Uma almotolia com solução anti-séptica estéril;
• Lubrificante (Xylocaína geléia estéril);
• Material para higiene íntima;
• Biombo.

Procedimentos:
1. Explicar o procedimento e sua finalidade ao paciente e/ou ao acompanhante;
2. Reunir o material;
3. Colocar biombos em volta do leito;
4. Lavar as mãos e calçar as luvas de procedimento;
5. Colocar o paciente em posição dorsal com as pernas estendidas;
6. Realizar a higiene íntima;
7. Lavar as mãos;
8. Abrir o pacote de cateterismo sobre a cama, usando técnica asséptica;
9. Colocar a solução anti-séptica estéril na cúpula;
10. Colocar dentro da cuba rim: seringa, Sonda Vesical de Foley, gazes e no
campo do cateterismo colocar o coletor de urina para sistema fechado;
11. Abrir a ampola de água destilada e colocar fora do campo;

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12. Desinfetar com álcool a 70% o lacre do tubo de xylocaína. Perfurá-lo com
agulha calibrosa;
13. Calçar somente a luva estéril direita;
14. Com a mão esquerda não enluvada, aspirar o conteúdo da água destilada;
15. Calçar a luva estéril esquerda;
16. Testar o Cuff da sonda e, em seguida, conectá-la ao sistema coletor;
17. Solicitar auxílio para preencher a seringa com 10 ml de xylocaína; 104
18. Pegar, com o auxílio da pinça, gaze embebida em solução anti-séptica;
19. Limpar primeiramente a região púbica, no sentido transversal, com movimento
único e firme, desprezando a gaze para cada movimento. Usar gazes para segurar o pênis,
perpendicular ao corpo, e limpar, no sentido longitudinal, de cima para baixo, do lado mais
distante ao mais próximo, sempre utilizando uma gaze para cada movimento;
20. Limpar o corpo do pênis;
21. Colocar o campo fenestrado. Deixar o pênis em repouso sobre o campo;
22. Segurar o pênis do paciente, perpendicular ao corpo, puxar o prepúcio para
baixo, de modo a expor a glande. Limpar a glande com movimentos circulares, começando a
partir do meato;
23. Limpar o orifício da uretra;
24. Injetar 10 ml de xylocaína no meato;
25. Introduzir delicadamente o cateter no interior do meato uretral e observar se há
uma boa drenagem urinária. Avançar a sonda até a bifurcação, para assegurar que o balão
fique posicionado inteiramente no interior da bexiga;

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105

26. Injetar 10 ml de água destilada para preencher o Cuff da sonda e, em seguida,


tracioná-la;
27. Fixar a sonda com esparadrapo ou micropore na região hipogástrica para
reduzir a curva uretral e a pressão no ângulo peniano-excrotal, prevenindo a formação de
fístula;
28. Após a sondagem vesical, o prepúcio deve ser recolocado sobre a glande, pois
sua posição retraída pode vir a causar edema;
29. Manter o coletor de urina abaixo do nível da bexiga, para evitar o refluxo.
Fixá-lo ao leito sem que toque no chão, evitando dobras;

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30. Posicionar o paciente confortavelmente;


31. Colocar etiqueta no coletor com: data, volume de água bidestilada colocada no
Cuff e nome do profissional que realizou o procedimento;
32. Recolher o material do cateterismo;
33. Deixar a unidade em ordem;
34. Lavar as mãos;
35. Registrar o procedimento. Medir e anotar a quantidade, a coloração e as demais 106
características da urina.

Cateterismo vesical de alívio


Cateterismo vesical feminino de alívio Material:
• Pacote de cateterismo vesical contendo: cuba rim; cúpula; campo fenestrado;
pinça; gazes;
• Sonda vesical para cateterismo de alívio: números 10-14 Fr;
• Uma agulha calibrosa;
• Um par de luvas estéreis e um par de luvas de procedimento;
• Pacotes de gazes estéreis;
• Uma almotolia com solução anti-séptica estéril;
• Uma máscara descartável;
• Um frasco graduado;
• Bolas de algodão com álcool a 70%;
• Lubrificante (Xylocaína geléia estéril);
• Material para higiene íntima;
• Biombo.

Procedimentos:
1. Explicar o procedimento e sua finalidade à paciente e/ou ao acompanhante;

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2. Reunir o material;
3. Colocar biombos em volta do leito;
4. Lavar as mãos e calçar as luvas de procedimento;
5. Colocar a paciente em posição ginecológica;
6. Realizar a higiene íntima;
7. Lavar as mãos; 107
8. Abrir o pacote de cateterismo sobre a cama, entre as pernas da paciente, usando
técnica asséptica;
9. Colocar a solução anti-séptica estéril na cúpula;
10. Colocar dentro do campo do cateterismo: sonda vesical de alívio e gazes;
11. Desinfetar com álcool a 70% o lacre do tubo de xylocaína. Perfurá-lo com
agulha calibrosa e colocar pequena quantidade de xylocaína numa gaze;
12. Calçar luvas estéreis;
13. Lubrificar a sonda com xylocaína;
14. Pegar, com o auxílio da pinça, gaze embebida em solução anti-séptica;
15. Limpar primeiramente o monte pubiano, no sentido transversal, com um
movimento único e firme, utilizando sempre uma gaze para cada movimento;
16. Limpar com um movimento único e firme os grandes lábios do lado mais
distante para o mais próximo, de cima para baixo, desprezando a gaze para cada movimento;
17. Colocar o campo fenestrado sobre o períneo;
18. Afastar os grandes lábios para expor o meato uretral e com a mão
nãodominante limpar os pequenos lábios da mesma forma. A mão não-dominante será agora
considerada contaminada;
19. Limpar o meato uretral com movimento uniforme, obedecendo a direção meato
uretral-ânus, sem tirar a mão não-dominante do local. Se os lábios forem soltos
acidentalmente, repetir o processo de limpeza.
20. Introduzir delicadamente o cateter lubrificado no interior do meato uretral e
observar se há uma boa drenagem urinária;
21. Depois de esvaziar a bexiga, pressionar o cateter entre o polegar e o dedo
indicador para evitar que a urina permaneça na uretra. Remover delicadamente o cateter;
22. Posicionar a paciente confortavelmente;
23. Recolher o material do cateterismo;

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24. Deixar a unidade em ordem;


25. Lavar as mãos;
26. Registrar o procedimento. Medir e anotar a quantidade, a coloração e as demais
características da urina.

Cateterismo vesical masculino de alívio Material:


• Pacote de cateterismo vesical contendo: cuba rim; cúpula; campo fenestrado; 108
pinça; gazes;
• Sonda vesical para cateterismo de alívio: números 10-18 Fr;
• Uma agulha calibrosa;
• Um par de luvas estéreis e um par de luvas de procedimento;
• Uma seringa descartável de 20 ml;
• Pacotes de gazes estéreis;
• Uma almotolia com solução anti-séptica estéril;
• Uma máscara descartável;
• Um frasco graduado;
• Bolas de algodão com álcool a 70%;
• Lubrificante (Xylocaína geléia estéril);
• Material para higiene íntima;
• Biombo.

Procedimentos:
1. Explicar o procedimento e sua finalidade ao paciente e/ou ao acompanhante;
2. Reunir o material;
3. Colocar biombos em volta do leito;
4. Lavar as mãos e calçar as luvas de procedimento;
5. Colocar o paciente em posição dorsal com as pernas estendidas;
6. Realizar a higiene íntima;
7. Lavar as mãos;
8. Abrir o pacote de cateterismo sobre a cama, usando técnica asséptica;
9. Colocar a solução anti-séptica estéril na cúpula;
10. Colocar dentro do campo do cateterismo: sonda vesical de alívio, gazes e
seringa;

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11. Desinfetar com álcool a 70% o lacre do tubo de xylocaína. Perfurá-lo com
agulha calibrosa;
12. Calçar luvas estéreis;
13. Solicitar auxílio para preencher a seringa com 10 ml de xylocaína;
14. Pegar, com o auxílio da pinça, gaze embebida em solução anti-séptica;
15. Limpar primeiramente a região púbica, no sentido transversal, com movimento
único e firme, desprezando a gaze para cada movimento. Usar gazes para segurar o pênis, 109
perpendicular ao corpo, e limpar, no sentido longitudinal, de cima para baixo, do lado mais
distante ao mais próximo, sempre utilizando uma gaze para cada movimento;
16. Limpar o corpo do pênis;
17. Colocar o campo fenestrado. Deixar o pênis em repouso sobre o campo;
18. Segurar o pênis do paciente, perpendicular ao corpo, puxar o prepúcio para
baixo, de modo a expor a glande. Limpar a glande com movimentos circulares, começando a
partir do meato;
19. Limpar o orifício da uretra;
20. Injetar 10 ml de xylocaína no meato;
21. Introduzir delicadamente o cateter no interior do meato uretral e observar se há
uma boa drenagem urinária;
22. Depois de esvaziar a bexiga, pressionar o cateter entre o polegar e o dedo
indicador para evitar que a urina permaneça na uretra. Remover delicadamente o cateter;
23. Após a sondagem vesical, o prepúcio deve ser recolocado sobre a glande, pois
sua posição retraída pode vir a causar edema;
24. Posicionar o paciente confortavelmente;
25. Recolher o material do cateterismo;
26. Deixar a unidade em ordem;
27. Lavar as mãos;
28. Registrar o procedimento. Medir e anotar a quantidade, a coloração e as demais
características da urina.

Irrigação vesical
Irrigação vesical é a lavagem da mucosa que reveste a bexiga, com o objetivo de
remover sedimentos, coágulos, urina em decomposição ou fins terapêuticos. Material:
• Bandeja;

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• Frasco graduado;
• Folha de papel;
• 1 par de luvas estéreis;
• Recipiente para lixo;
• Bolas de algodão embebidas em álcool 70%;
• Seringa de 20 ml;
• Soro fisiológico de 250 ml ou conforme prescrição; 110
• Pacote de irrigação (cuba rim e cúpula).

Procedimentos:
1. Fazer planejamento;
2. Lavar as mãos;
3. Reunir o material na bandeja, levar à unidade do paciente, colocá-lo sobre a
mesa de cabeceira;
4. Colocar o frasco graduado e a comadre sobre o papel, na cadeira;
5. Expor a conexão da sonda com o prolongamento;
6. Colocar o pacote de irrigação sobre a cama, próximo a conexão;
7. Proceder a desinfecção da extremidade distal da sonda vesical até a conexão
com a primeira bola do algodão com álcool 70% e a proximal do prolongamento, usando a
outra bola de algodão com álcool 70%;
8. Abrir o pacote de irrigação com uma mão, colocando a sonda vesical e parte do
prolongamento sobre a extremidade do campo estéril;
9. Colocar a solução fisiológica na cúpula;
10. Abrir o pacote da seringa, colocando-a no campo;
11. Calçar as luvas;
12. Retirar a cúpula de dentro da cuba rim;
13. Montar a seringa;
14. Desconectar a sonda, colocando sua extremidade distal dentro da cuba rim e a
extremidade do prolongamento sobre o campo estéril, atrás da cuba rim;
15. Aspirar com a seringa a solução fisiológica e proceder a lavagem da sonda,
injetando o soro e aspirando em seguida;
16. Repetir a operação quantas vezes forem necessárias;
17. Conectar cuidadosamente a sonda ao prolongamento;

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18. Transferir o líquido da cuba rim para a comadre;


19. Retirar as luvas;
20. Reunir o material e levá-lo coberto ao expurgo;
21. Proceder as anotações de enfermagem.

Retirada de sonda vesical


Materiais: 111
• Um saco de lixo;
• Um par de luvas de procedimento;
• Uma seringa descartável de 20 ml;
• Bolas de algodão embebidas em solução anti-séptica (álcool a 70%);
• Biombo.
Procedimentos:
1. Explicar o procedimento e sua finalidade ao paciente e/ou ao acompanhante;
2. Reunir o material;
3. Colocar biombos em volta do leito;
4. Lavar as mãos e calçar as luvas de procedimento;
5. Verificar a bolsa coletora (quantidade, coloração e demais características da
urina);
6. Retirar o esparadrapo ou micropore de fixação da coxa;
7. Limpar a via do Cuff com algodão embebido em solução anti-séptica;
8. Adaptar uma seringa estéril na via do Cuff para aspirar a água destilada (o
mesmo volume que foi introduzido );
9. Remover a sonda delicadamente, pressionando-a entre o polegar e o dedo
indicador para evitar que a urina permaneça na uretra;
10. Recolher o material do cateterismo e desprezar no lixo apropriado;
11. Providenciar a higiene íntima;
12. Deixar o paciente confortável;
13. Deixar a unidade em ordem;
14. Lavar as mãos;
15. Registrar o procedimento.

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Controle de diurese
É o controle do volume urinário num determinado período de tempo. Objetivos:
• Auxiliar no diagnóstico, na evolução e no tratamento do paciente;
• Coletar amostra para análise laboratorial;
• Balanço hídrico. Orientações gerais:
• Controlar a diurese a cada período de trabalho ou conforme solicitação médica;
• Iniciar o controle de diurese, independentemente de solicitação médica, dos 112
pacientes com:
□ Cardiopatias;
□ Doenças renais;
□ Diabetes;
□ Nutrição parenteral prolongada;
□ Pós-operatório de grandes cirurgias;
□ Ascite;
□ Pacientes graves.
• Medir o volume urinário no frasco graduado após cada micção, desprezando a
urina em seguida. Observar suas características: odor, cor e aspecto.
Anotar no prontuário do paciente. A diurese não deve ficar guardada no banheiro
durante o período;
• O frasco graduado deve ser enxaguado após cada medida;
• O controle de diurese em pacientes com sonda vesical é feito ao final de cada
período de trabalho ou quando o coletor estiver cheio, medir no frasco e em seguida desprezar
a diurese no vaso sanitário.

Material:
• Bandeja;
• Folha de papel;
• Frasco graduado;
• Comadre ou papagaio;
• Funil.

Procedimentos:
1. Fazer planejamento;

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2. Orientar os pacientes com controle de diurese para que façam uso de comadre
ou papagaio;
3. Preparar material;
4. Levar o material ao banheiro colocando o frasco graduado sobre o papel no
chão;
5. Levar a comadre ou papagaio ao banheiro, procedendo a mensuração;
6. Enxaguar a comadre ou papagaio, colocando-a em seu lugar. Enxaguar o frasco 113
graduado;
7. Proceder a anotações.

Glicosúria
Destacar mais ou menos 4 cm de glicofita e umedecer uma extremidade em urina
recém eliminada. Manter a fita horizontalmente durante um minuto e proceder a leitura,
conforme instruções da embalagem. Em pacientes com sonda Foley, colher uma amostra de
urina conforme técnicas de coleta. Pacientes que não possuem sonda, fornecer comadre para
coletar urina. Após utilização da glicofita, guardá-la na sua embalagem de alumínio, pois a
fita se altera com a luz. Observações:
• A urina armazenada na bolsa coletora não pode ser utilizada para verificar
glicofita;
• Antes de oferecer a comadre para o paciente, lavá-la com água.

Coletor de urina para incontinência urinaria - "Jontex"

Material:
• Bandeja;
• "Jontex";
• 3 fitas de micropore;
• Luva de procedimentos;
• Frasco de soro de 1000 ml vazio;
• Suporte para frasco de soro;
• Cuba rim;
• Material para tricotomia se necessário;
• Biombo.

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Procedimentos:
1. Fazer planejamento; 114
2. Lavar as mãos;
3. Reunir o material na bandeja, levar à unidade do paciente, colocá-lo sobre a
mesa de cabeceira;
4. Cercar a cama com biombos;
5. Dispor convenientemente o material sobre a mesa de cabeceira;
6. Colocar as 3 fitas de micropore na lateral proximal da bandeja;
7. Colocar o frasco de soro, seguro pelo suporte, ao lado da cama;
8. Orientar e auxiliar o paciente a posicionar-se em decúbito dorsal, com os
membros inferiores afastados;
9. Colocar a cuba rim para lixo aos pés da cama;
10. Descobrir somente a região genital;
11. Fazer a tricotomia pubiana genital;
12. Abrir a embalagem do jontex mantendo-o dentro da mesma;
13. Calçar a luva na mão esquerda;
14. Pegar a 1a fita de micropore com a mão direita;
15. Com a mão esquerda posicionar o pênis deixando-o em posição vertical.
Segurar a glande e o prepúcio juntos;
16. Com a mão direita voltear o terço inferior do pênis com a primeira fita de
micropore;
17. Vestir o "jontex" no pênis deixando seu bico justo;
18. Com a mão esquerda segurar o "jontex" sobre o pênis mantendo seu bico justo
à glande;
19. Com a mão direita pegar a 2a fita de micropore e voltear o pênis, já vestido
com o "jontex";
20. Subir o jontex deixando exposta a outra metade da 1a fita;

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21. Pegar a 3a fita de micropore com a mão direita e voltear o pênis passando-a
sobre junção do "jontex" com a 1a fita de micropore;
22. Baixar o "jontex" cobrindo a 3a fita de micropore;
23. Pegar o prolongamento do jontex e tracioná-lo levemente certificandose de sua
segurança;
24. Colocar a ponta do prolongamento no frasco de soro;
25. Retirar a luva da mão esquerda desprezando na cuba rim; 115
26. Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem;
27. Levar o material ao expurgo. Desprezar o lixo. Lavar a bandeja e cuba rim,
secá-las e guardá-las.

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MÓDULO IV

ELIMINAÇÃO INTESTINAL

Enemas
É a introdução de líquido no intestino através de sonda retal no ânus ou da colostomia.
Pode ser dividida em 3 grupos com seu modo de reação:
116
• Evacuadores: estimulam a evacuação com seu modo de ação;
• Carminativos: auxiliam na expulsão de gazes do cólon;
• Sedativos: acalmam espasmos.
Cabe ao médico prescrever o tipo de enema e a solução a ser administrada.
Objetivos:
• Aliviar distensão e flatulência;
• Auxiliar eliminação de fezes;
• Preparar o paciente para exames e cirurgias.

Enteroclisma ou Lavagem intestinal Material:


• Bandeja;
• Frasco com solução glicerinada, conforme prescrição médica;
• Sonda retal (mulher: 22 ou 24 e homem: 24 ou 26);
• Gazes;
• Vaselina ou xylocaína;
• Cuba rim;
• Papel higiênico;
• Luvas de procedimento;
• Suporte de soro;
• Comadre;
• Biombo s/n;
• Impermeável;
• Lençol móvel;
• Saco para lixo.

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Procedimentos:
1. Fazer planejamento; 117
2. Lavar as mãos;
3. Retirar o frasco de solução, prescrita, do invólucro e colocá-lo na jarra com
água quente. Deixar a sonda dentro do invólucro;
4. Reunir o material na bandeja;
5. Cortar a ponta do frasco e conectar a sonda retal, mantendo-a protegida em seu
invólucro;
6. Orientar o paciente sobre o que vai ser feito;
7. Levar o material à unidade do paciente, colocar na mesa de cabeceira;
8. Cercar a cama com biombo;
9. Proteger a cama com impermeável e lençol móvel;
10. Colocar a comadre sobre os pés da cama;
11. Colocar o paciente em posição de Sims;
12. Tirar ar da sonda sobre a cuba rim;
13. Lubrificar a sonda retal com xylocaína;
14. Calçar luvas;
15. Entreabrir as nádegas com papel higiênico;
16. Introduzir a sonda de 5 a 10 cm, usando uma gaze, pedir ao paciente que
inspire profundamente;
17. Comprimir com as mãos o frasco com a solução glicerinada, até o término da
solução;
18. Retirar a sonda retal;
19. Pedir para o paciente ficar em decúbito dorsal, retendo o líquido o máximo de
tempo possível;
20. Colocar a comadre e o papel ao alcance do paciente, ou acompanhá-lo ao
banheiro, para se deambular;
21. Proceder as anotações de enfermagem. Fleet enema

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O material e a técnica são idênticos ao descrito anteriormente, a única diferença


consiste no volume e no frasco, que contém um dispositivo próprio para ser introduzido no
reto do paciente, não sendo necessária a sonda retal. Protóclise ou gota a gota Material:
• Bandeja;
• Frasco de solução glicerinada prescrita;
• Água morna;
• Sonda retal (mulher: 22 ou 24 e homem: 24 ou 26); 118
• Equipo para soro;
• Esparadrapo;
• Gazes;
• Vaselina ou xylocaína;
• Cuba rim;
• Papel higiênico;
• Luvas de procedimento;
• Suporte de soro;
• Comadre;
• Biombo s/n;
• Impermeável; Lençol móvel;
• Saco para lixo.

Procedimento:
1. Fazer planejamento;
2. Lavar as mãos;
3. Retirar o frasco de solução, prescrita, do invólucro e colocá-lo na jarra com
água quente;
4. Retirar o equipo do invólucro e conectá-lo à solução glicerinada;
5. Retirar a sonda do invólucro e conectá-la ao equipo, mantendo-a protegida em
seu invólucro;
6. Reunir o material na bandeja;
7. Orientar o paciente sobre o que vai ser feito;
8. Levar o material à unidade do paciente, colocar na mesa de cabeceira;
9. Cercar a cama com biombos;
10. Proteger a cama com impermeável e lençol móvel;

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11. Dependurar a solução glicerinada no suporte de soro;


12. Colocar a comadre sobre os pés da cama;
13. Colocar o paciente em posição de Sims;
14. Tirar ar do equipo sobre a cuba rim;
15. Clampar o equipo;
16. Lubrificar a sonda retal com xylocaína;
17. Calçar luvas; 119
18. Entreabrir as nádegas com papel higiênico;
19. Introduzir a sonda de 5 a 10 cm, usando uma gaze, pedir ao paciente que
inspire profundamente;

20. Firmar a sonda com uma mão e com a outra desclampar a extensão;
21. Deixar ecoar gota a gota o líquido, até restar pequena quantidade;
22. Retirar a sonda retal;

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120

23. Pedir para o paciente ficar em decúbito dorsal, retendo o líquido o máximo de
tempo possível;
24. Colocar a comadre e o papel ao alcance do paciente, ou acompanhá-lo ao
banheiro, para se deambular;
25. Proceder às anotações de enfermagem.

COLETA DE AMOSTRA PARA ANÁLISE LABORATORIAL


As provas laboratoriais compreendem os exames feitos em amostras ou espécimes de
excreções e secreções orgânicas.
A coleta de material e o preparo do paciente variam de acordo com a natureza do
exame.
O preparo inadequado do paciente e a não observância de normas técnicas corretas na
coleta do material conduzem a erros, mesmo que a metodologia posterior seja corretamente
aplicada. Objetivo:
Fornecer dados para auxiliar a determinação de diagnósticos.

Urina
Exame clínico (Urina tipo I)
Material:
• Bandeja;

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• 1 vidro esterilizado pequeno com tampa (próprio para urina);


• Cuba rim limpa;
• Tira de fita adesiva com identificação do paciente (nome, registro, leito, data e
tipo de material coletado);
• Material para higiene íntima, se o paciente não deambula;
• Comadre, se necessário;
• Luvas de procedimentos. Procedimentos: 121
1. Fazer planejamento;
2. Informar ao paciente o que vai ser feito, solicitando que chame quando sentir
necessidade de urinar;
3. Lavar as mãos;
4. Preparar o material e levá-lo à unidade;
5. Colocar biombo;
6. Encaminhar o paciente ao banheiro para proceder a higiene íntima, se o
paciente deambula, ou auxiliá-lo no leito;
7. Calçar luvas;
8. Pegar cuba rim;
9. Orientar o paciente que colha o jato médio de urina na cuba rim, com cuidado
para não contaminar a parte interna da mesma;
10. Transferir cuidadosamente a amostra de urina para o frasco estéril;
11. Enxaguar a cuba rim;
12. Lacrar a tampa do frasco e identificar.

Urucultura
Proceder de maneira idêntica ao descrito anteriormente, apenas substituir a cuba rim
por uma cúpula esterilizada.

Urina de 24hs
Material:
• 2 ou 3 frascos de 1000ml, fornecidos pelo laboratório;
• 1 caixa de isopor com gelo. Identificação da caixa: Nome;
Quarto/Leito; Início do controle; Término do controle; Data.

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Procedimentos:
1. Fazer planejamento;
2. Lavar as mãos;
3. Preparar o material e levá-lo à unidade. Colocar o isopor com gelo no banheiro.
Colocar os frascos dentro do isopor. Colar a identificação na tampa da caixa de isopor;
4. Orientar o paciente a respeito da coleta de exame;
5. Pedir ao paciente para que esvazie completamente a bexiga, desprezando esta 122
diurese no vaso sanitário;
6. Anotar o horário desta micção na identificação da caixa;
7. A partir desse horário, toda diurese deverá ser coletada no frasco, e mantida no
gelo;
8. Anotar no plano de enfermagem o início do controle;
9. Acrescentar gelo sempre que necessário;
10. No dia seguinte, 24 h depois, solicitar ao paciente que esvazie completamente a
bexiga. Guardar esta diurese no frasco;
11. Levar a caixa de isopor à sala de utilidades;
12. Lacrar os frascos e identificá-los;
13. Proceder as anotações de enfermagem;
14. Encaminhar a diurese ao laboratório.

Parasitológico de fezes
Material:
• Bandeja;
• Latinha;
• Espátula;
• Tira de fita adesiva para lacrar a latinha e identificar o paciente;
• Papel higiênico;
• Comadre. Procedimentos:
1. Fazer planejamento;
2. Lavar mãos;
3. Verificar no impresso de análise laboratorial a identificação do paciente e o
tipo de exame solicitado;
4. Preparar o material e levá-lo à unidade do paciente;

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5. Orientar sobre a solicitação do exame e pedir que chame quando sentir


necessidade de evacuar;
6. Oferecer-lhe a comadre e aguardar;
7. Retirar as fezes da comadre com espátula, colocar na latinha e fechála;
8. Lavar a comadre;
9. Lavar as mãos;
10. Lacrar a latinha com fita adesiva e identificá-la corretamente; 123
11. Encaminhá-la ao laboratório.

Coprocultura
A coprocultura deve ser encaminhada imediatamente ao laboratório ou guardar em
geladeira.
Para a coleta, seguir os mesmos procedimentos descritos anteriormente.

Escarro
Material:
• Bandeja;
• Latinha;
• Fita adesiva para lacrar e identificar. Procedimentos:
1. Fazer planejamento;
2. Lavar as mãos;
3. Preparar o material e levá-lo à unidade do paciente;
4. Orientar o paciente sobre a maneira de colher o escarro: ao acordar, lavar a
boca, respirar amplamente 8 a 10 vezes e tossir profundamente;
5. Repetir, quantas vezes forem necessárias;
6. Lacrar a tampa da latinha;
7. Identificar a lata;
8. Encaminhar ao laboratório.

CURATIVO
É todo material colocado diretamente sobre uma lesão a fim de prevenir uma
contaminação. Portanto, as finalidades do tratamento das feridas são:
- evitar a contaminação das feridas limpas;

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- reduzir a infecção das lesões contaminadas;


- facilitar a cicatrização;
- remover as secreções;
- promover a hemostasia;
- facilitar a drenagem;
- proteger a ferida;
- aliviar a dor. 124

CICATRIZAÇÃO
É a transformação do tecido de granulação em tecido cicatricial, sendo a cicatriz a
etapa final do processo curativo da ferida. A cicatrização ocorre de duas formas:
• Por primeira intenção: é quando se aproximam as superfícies da ferida por
sutura, fita adesiva ou outros mecanismos;
• Por segunda intenção ou granulação: é quando não acontece aproximação de
superfícies, e nesse espaço proliferam as granulações, que, por sua vez, serão recobertas pelo
epitélio.
Os fatores que afetam a cicatrização normal são:
• Nível nutricional: a diminuição dos elementos protéicos, vitamina C, e
desidratação são os principais causadores do retardo da cicatrização;
Condições de vascularização: como o sangue fornece os elementos cicatrizantes,
quanto melhor a circulação, mais eficiente será a cicatrização;
• Idade: ocorre um retardo nos idosos;
• Edema: por dificultar a união das extremidades da ferida e diminuir a
vascularização local;
• Administração de drogas que mascaram a presença de infecção;
• Administração de drogas anticoagulantes;
• Técnica de curativo: provocada pela troca insuficiente, falhas de técnica
asséptica, curativo apertado e outros;

• Alteração da taxa de glicose sanguínea. Curativos

1. Fechado ou bandagem: sobre a ferida é colocada gaze, pasta ou compressa,


fixando-se com esparadrapo ou atadura de crepe;

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Nas feridas com infecção nas cavidades ou fistulas, pode-se irrigar soro fisiológico ou
anti-séptico com auxílio de uma seringa;
2. Aberto: recomendado nas incisões limpas e secas, deixando-se a ferida
exposta;
3. Compressivo: indicado para estancar hemorragia ou vedar uma incisão.

Vantagens e indicações para cada tipo de curativo 125


Curativo fechado
• Absorver a drenagem de secreções;
• Proteger o ferimento das lesões mecânicas;
• Promover hemostasia, através de curativo compressivo;
• Impedir contaminação do ferimento por fezes, vômito, urina;
• Promover o conforto psicológico do paciente; Curativo aberto
• Eliminar as condições necessárias para o crescimento de microrganismos
(calor, umidade, ausência de luz solar, etc.);
• Permitir melhor observação e detecção precoce de dificuldades no processo de
cicatrização;
• Facilitar a limpeza;
• Evitar reações alérgicas ao esparadrapo;
• Ser mais barato.

Tipos de curativos

ÁCIDO LINOLEICO-AGE
• O ácido linolênico é vital para a função de barreira, é o maior componente
lipídico no extrato córneo normal gorduroso;
• É vital para a resistência à água, pois é o maior constituinte da barreira
epidérmica (60%);
• É o único que tem capacidade de reverter ou reparar a função de barreira da
pele onde a deficiência dietética não está envolvida;
• Estes têm grande ação na aceleração do processo de cicatrização, pois auxiliam
a quimiotaxia e diapedese dos leucócitos;
• É indicado: para lesões abertas não intactas, e profilaxia das úlceras de pressão.

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Modo de usar:
- Aplicar no local afetado utilizando uma gaze;
- Trocar de 12 a 24 horas.

ALOE VERA - BABOSA


• Trata-se de curativo não aderente com Aloe Vera. É empregado como gaze não
aderente; 126
• Pode ser utilizado in natura;
• É indicado para: queimaduras de primeiro e segundo grau, ulcerações
refratárias, dermatite de contato periostomia.
Modo de usar:
-Freqüência de troca 12 a 24 horas.

SULFADIAZINA DE PRATA
• É uma pomada hidrofílica, composta por sulfadiazina de prata a 1%;
• Pode ser associado: nitrato de cério ácido hialurônico;
• Mecanismo de ação:
- Prata: confere características bactericidas imediatas e bacteriostáticas residuais,
provoca precipitação protéica e age diretamente na membrana citoplasmática bacteriana.

Modo de usar:
- Freqüência de troca é recomendada a cada 12 horas.

HIDROGEL
• Composição: carboximetilcelulose + propilenoglico + água (70 a 90%).
• Ação: debridamento autolítico/ remove crostas e tecidos desvitalizados em
feridas abertas.
• Forma de apresentação: Amorfo e placa.

HIDROCOLÓIDE
• Composição: carboximetilcelulose + gelatina + pectina.
• Forma de apresentação: amorfo e placa.

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• Ação: é hidrofílico, absorve o exsudato da ferida, formando um gel viscoso e


coloidal, que irá manter a umidade da ferida.

PAPAÍNA
• Composição: enzima proteolítica. São encontradas nas folhas, caules e frutos
da planta Carica Papaya.
• Forma de apresentação: pó, gel e pasta. 127
Atuação: desbridante (enzimático) não traumática, antiinflamatória, bactericida,
estimula a força tensil das cicatrizes, ph ótimo de 3 - 12, atua apenas em tecidos lesados,
devido à antiprotease plasmática (alfa antitripsina).
Observações: diluições: 10% para necrose, 4 a 6% para exsudato purulento e 2% para
uso em tecido de granulação.
• Cuidados no armazenamento (fotossensível) e substâncias oxidantes
(ferro/iodo/oxigênio): manter em geladeira.

FIBRINOLISINA
• Composição: fibrinolisina (plasma bovino) e desoxorribonuclease (pâncreas
bovino).
• Forma de apresentação: pomada.
• Ação: através da dissolução do exsudato e dos tecidos necróticos, pela ação
lítica da fibrinolisina e do ácido desoxorribonucleico e da enzima desoxorribonuclease.
Observação: monitorar a sensibilidade do paciente.

ALGINATO DE CÁLCIO E SÓDIO


• Composição: 80% íon cálcio + 20% íon sódio + ácidos gulurônico e
manurônico (derivados de algas marinhas).
• Forma de apresentação: cordão e placa.
• Ação: hemostasia, debridamento osmótico, grande absorção de exsudato,
umidade (formação de gel).

AÇÚCAR
• Composição: sacarose.
• Forma de apresentação: em grânulos.

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• Ação: efeito bactericida, proporcionado pelo efeito osmótico, na membrana e


parede celular bacteriana.
Observação: é necessário troca de 2/2 horas para manter a sua ação, feridas com
necrose de coagulação, queimaduras, pacientes obesos, desnutridos e com idade avançada.

FILMES TRANSPARENTES
• Composição: filme de Poliuretano, aderente (adesivo), transparente, elástico e 128
semipermeável.
• Ação: umidade, permeabilidade seletiva, impermeável a fluidos. Observação:
pode ser utilizado como cobertura secundária. Trocar até 7 dias.

HIDROPOLÍMERO
• Composição: almofada de espuma composta de camadas sobrepostas de não
tecido e revestida por poliuretano.
• Indicação: feridas abertas não infectadas com baixa ou moderada exsudação.
• Contra-indicação: feridas infectadas e com grande quantidade de exsudação.
Observação: uso de talco para aumentar poder de adesividade.
GAZE DE ACETATO IMPREGNADA COM PETROLATUM (ADAPTIC)
• Composição: tela de acetato de celulose, impregnada com emulsão de
petrolatum, hidrossolúvel.
• Ação: proporciona a não aderência da ferida.
• Indicação: áreas doadoras e receptoras de enxerto, abrasões e lacerações.
• Contra-indicação: alergia.

CARVÃO ATIVADO E PRATA


• Composição: carvão ativado com prata a 0,15%, envolto por não tecido de
nylon poroso, selado nas quatro bordas.
Ação: absorve exsudato, absorve os microorganismos, filtra odor, bactericida (prata).
• Indicações: feridas fétidas, infectadas ou com grande quantidade de exudato.
• Contra indicações: feridas com exposição osteotendinosas, em pacientes que
apresentem hipersensibilidade ao náilon.
Observação: não pode ser cortado.
• Pode ser associado a outros produtos, como: alginato de cálcio e sódio.

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• Freqüência de troca: segundo a saturação, em média com 48 a 72 horas.

ÁCIDO GRAXO ESSENCIAL (AGE)


• Composição: óleo vegetal composto por ácidos linoleico, caprílico, cáprico,
vitaminas A, E e lecitina de soja.
• Ação: quimiotaxia leucocitária, angiogênese, umidade, bactericida.
• Indicação: prevenção e tratamento de úlceras, tratamento de feridas abertas. 129
• Contra-indicação: alergia.
Observação: pode ser associado a outras coberturas.

PRODUTOS DERIVADOS DO IODO


• Composição: Polivinil-pirrolidona-iodo (PVPI)
• Ação: penetra na parede celular alterando a síntese do ácido nucléico, através
da oxidação.
• Indicação: anti-sepsia de pele e mucosas peri-cateteres.
• Contra-indicação: feridas abertas de qualquer etiologia.
Observações: é neutralizado na presença de matéria orgânica, em lesões abertas altera
o processo de cicatrização (citotóxico para fibroblasto, macrófago e neutrófilo) e reduz a forca
tensil do tecido.

CLOREXIDINA
• Composição: Di-glucanato de clorexidina.
• Ação: atividade germicida por destruição de membrana citoplasmática
bacteriana.
• Indicação: anti-sepsia de pele e mucosa peri-cateteres.
• Contra-indicação: feridas abertas de qualquer etiologia.
Observações: a atividade germicida se mantém mesmo na presença de matéria
orgânica, citotóxico, reduz a força tensil tecidual.

PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO (ÁGUA OXIGENADA)


• Composição: Peróxido de hidrogênio a 3%.
• Ação: bactericida limitado.
• Indicação: não existe para ferida.

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• Contra-indicação: inapropriada para uso como anti-séptico. Observação:


citotóxico, colapso da ferida por formação de bolhas de ar. Orientações:
1. Um bom curativo começa com uma boa preparação do carro de curativos. Este
deve ser completamente limpo. Deve-se verificar a validade de todo o material a ser utilizado.
Quando houver suspeita sobre a esterilidade do material, que deve ser estéril, este deve ser
considerado não estéril e ser descartado. Deve verificar ainda se os pacotes estão bem
lacrados e dobrados corretamente; 130
2. O próximo passo é um preparo adequado do paciente. Este deve ser avisado
previamente que o curativo será trocado, sendo a troca um procedimento simples e que pode
causar pequeno desconforto. Os curativos não devem ser trocados no horário das refeições. Se
o paciente estiver numa enfermaria, deve-se usar cortinas para garantir a privacidade do
paciente. Este deve ser informado da melhora da ferida. Esses métodos melhoram a
colaboração do paciente durante a troca do curativo, que será mais rápida e eficiente;
3. Lavar as mãos com água e sabão, antes e depois de cada curativo. O
instrumental a ser utilizado deve ser esterilizado; deve ser composto de pelo menos uma pinça
anatômica, duas hemostáticas e um pacote de gazina; e toda a manipulação deve ser feita
através de pinças e gazes, evitando o contato direto e conseqüentemente menor risco de
infecção;
4. Deve ser feita uma limpeza da pele adjacente à ferida, utilizando uma solução
que contenha sabão, para desengordurar a área, o que removerá alguns patógenos e vai
também melhorar a fixação do curativo à pele. A limpeza deve ser feita da área menos
contaminada para a área mais contaminada, evitando-se movimentos de vai e vem nas feridas
cirúrgicas. A área mais contaminada é a pele localizada ao redor da ferida, enquanto que nas
feridas infectadas a área mais contaminada é a do interior da ferida;
5. Devem-se remover as crostas e os detritos com cuidado; lavar a ferida com
soro fisiológico em jato, ou com PVPI aquoso (em feridas infectadas, quando houver sujidade
e no local de inserção dos cateteres centrais); por fim fixar o curativo com atadura ou
esparadrapo;
6. Em certos locais o esparadrapo não deve ser utilizado, devido à motilidade
(articulações), presença de pêlos (couro cabeludo) ou secreções. Nesses locais devem-se
utilizar ataduras. Esta deve ser colocada de maneira que não afrouxe nem comprima em
demasia. O enfaixamento dos membros deve iniciar-se da região dista para a proximal, e não
deve trazer nenhum tipo de desconforto ao paciente;

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7. O esparadrapo deve ser inicialmente colocado sobre o centro do curativo e,


então, pressionando suavemente para baixo em ambas as direções. Com isso evita-se o
tracionamento excessivo da pele e futuras lesões;
8. O esparadrapo deve ser fixado sobre uma área limpa, isenta de pêlos,
desengordurada e seca; deve-se pincelar a pele com tintura de benjoim antes de colocar o
esparadrapo. As bordas do esparadrapo devem ultrapassar a borda livre do curativo em 3 a 5
cm; a aderência do curativo à pele deve ser completa e sem dobras. Nas articulações o 131
esparadrapo deve ser colocado em ângulos retos, em direção ao movimento;
9. Durante a execução do curativo, as pinças devem estar com as pontas para
baixo, prevenindo a contaminação; devem-se usar cada gaze uma só vez e evitar conversar
durante o procedimento técnico.

Tempos ou Fases do Curativo


1° Tempo: remoção do curativo anterior com pinças: Kocher e Dente de Rato.
2° Tempo: limpeza da ferida com pinças: Anatômica e Kelly.
3° Tempo: tratamento da lesão com as pinças: Anatômica e Kelly.
4° Tempo: proteção da ferida com as pinças: Anatômica e Kelly.

Fonte: www.ciashop.com.br

Curativo simples
Material:
• Bandeja ou carrinho contendo pacote de curativos;
• 1 pinça anatômica; 1 pinça dente de rato; 1 pinça Kocher ou Kelly;
• Tesoura estéril s/n;
• Pacotes de gases esterilizados;

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• Micropore ou esparadrapo;
• Almotolia com éter ou benzina; Almotolia com soluções anti-sépticas,
• SF 0.9% E PVPI;
• Saco para lixo;
• Cuba rim;
• Atadura de crepe ou gaze s/n;
• Pomadas, 132
• Seringa,
• Algodão e espátula s/n;
• Luvas de procedimento.
Procedimentos:
1. Explicar ao paciente sobre o cuidado a ser feito;
2. Preparar o ambiente:
- Fechar as janelas para evitar correntes de ar e poeira;
- Desocupar a mesa de cabeceira;
- Colocar biombo, se necessário.
3. Lavar as mãos;
4. Separar e organizar o material de acordo com o tipo de curativo a ser
executado;
5. Levar a bandeja com o material e colocar sobre a mesa de cabeceira;
6. Descobrir a área tratada e proteger a cama com forro de papel, pano ou
impermeável;
7. Colocar o paciente em posição apropriada e prender o saco plástico para lixo
em local acessível;
8. Abrir o pacote de curativo e dispor as pinças com os cabos voltados para o
executante, em ordem de uso - pinça Kocher e Dente de Rato na extremidade do campo,
próximo ao paciente, e Pinça Kelly e Anatômica na extremidade oposta;
9. Abrir o pacote de gaze e colocá-lo no campo. Se necessário colocar também
chumaços de algodão;
10. Retirar o curativo anterior utilizando a pinça Kocher e Dente de Rato;
- Ao despejar soluções, virar o rótulo para a palma da mão;
- Preferencialmente, só usar éter ou benzina após a retirada do esparadrapo, para
remover os resíduos do adesivo;

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- Retirar o esparadrapo no sentido dos pêlos;


- Ao embeber a gaze, fazê-lo sobre a cuba-rim;
11. Desprezar o curativo anterior e as pinças abertas na cuba rim;
12. Com a pinça Anatômica pegar uma gaze e dobrá-la em 4 com auxílio da pinça
Kelly, limpar as bordas da lesão com gaze embebida em soro fisiológico;
13. Com as mesmas pinças proceder a aplicação de anti-séptico;
- Obedecer ao princípio: do menos contaminado para o mais contaminado, 133
usando quantas gazes forem necessárias;
- Usar técnica de toque com movimentos rotativos com a gaze, evitando os
movimentos de dentro para fora da ferida, tanto quanto os de fora para dentro;
- Usar cada gaze ou tampão uma só vez;
- Remover ao máximo os exsudatos (secreções: pus e sangue), corpos estranhos
e tecidos necrosados;
16. Proteger com gaze e fixar com adesivo (se indicado);
17. Desprezar as pinças e envolver as pinças no próprio campo, que será
encaminhado ao expurgo;
18. Deixar o paciente confortável e o ambiente em ordem;
19. Lavar as mãos;
20. Providenciar a limpeza e a ordem do material;
21. Checar o horário e fazer as anotações de enfermagem, especialmente quanto à
evolução da lesão e queixas do paciente.

OBSERVAÇÕES
1. Antes de fazer o curativo, observar o estado do paciente, ler as anotações sobre
o tipo de curativo, sua evolução e cuidados específicos;
2. Nas feridas cirúrgicas, a pele ao redor da ferida é considerada mais
contaminada que a própria ferida, enquanto que nas feridas infectadas a área mais
contaminada é a do interior da lesão. (Importante lembrar ao limpar ou tratar a lesão);
3. Quando o paciente necessitar de vários curativos, iniciar pela incisão fechada e
limpa, seguindo-se as lesões abertas não infectadas, e por último as infectadas;
4. Geralmente, nas feridas cirúrgicas, 48 horas após a cirurgia, é recomendado
deixar o curativo aberto;
5. Ao dar banho em pacientes com curativo, aproveitar para lavar a lesão;

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6. Devido ao risco de infecção hospitalar, não é recomendado levar o material de


curativo no carrinho. Deve-se levar só a bandeja com o material, para junto do paciente;
7. Não jogar o curativo anterior e as gazes utilizadas na cesta de lixo do paciente;
8. Não comprimir demais com ataduras e esparadrapo o local da ferida, a fim de
permitir boa circulação;
9. O saco plástico que recebe gazes e ataduras usadas no curativo deve ser de uso
individual (um para cada paciente); 134
10. Os curativos devem ser trocados diariamente e sempre que se apresentarem
úmidos ou sujos;
11. Não é necessário o uso de luvas para fazer curativo. Exceto quando não utilizar
pinça. Neste caso as luvas devem ser esterilizadas;
12. Nas feridas, com exsudato, com suspeita de infecção, deve ser colhida amostra
para bacterioscopia e encaminhada imediatamente ao laboratório.

Retirada de pontos
Material:
• 1 pinça Kocker, 1 pinça Kelly, 1 pinça Dente de Rato e 1 Anatômica;
• Gazes esterilizadas;
• Soro fisiológico;
• Tesoura de Iris ou lâmina de bisturi, ou gilete esterilizada;
• Fita adesiva;
• Saco plástico.

Procedimento:
1. Faz-se a limpeza da incisão cirúrgica, obedecendo a técnica do curativo;
2. Umedeça os pontos com soro fisiológico, secar;
3. Com a pinça Anatômica, se segura a extremidade do fio e com a tesoura corta-
se a parte inferior do nó;
4. Coloca-se uma gaze próxima à incisão, para depositar os pontos retirados;
Após o procedimento, fazer a limpeza local com técnica asséptica.

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Dreno de Penrose
O dreno de penrose é um dreno de borracha, tipo látex, utilizado em cirurgias que
implicam em possível acúmulo local pós-operatório, de líquidos infectados ou não.
O orifício de passagem do dreno deve ser amplo, e o mesmo deve ser posicionado à
menor distância da loja a ser drenada, não utilizando o dreno através da incisão cirúrgica e,
sim, através de uma contra incisão.
A fim de evitar depósitos de fibrina que possam vir a ocluir seu lúmen, o dreno de 135
penrose deve ser observado e mobilizado em intervalos de 12 horas, ou seja, tracionado em
cada curativo (exceto quando contra-indicado), cortado seu excesso e recolocado o alfinete de
segurança estéril, usando luva esterilizada. Seu orifício de saída deve ser ocluído com gaze
estéril, devendo este curativo ser substituído sempre que necessário.

Material:
• Bandeja;
• Pacote de curativo completo;
• Pacote de tesoura de pontos;
• Pacote de gazes;
• 1 alfinete estéril;
• Frasco com anti-séptico;
• Esparadrapo ou micropore;
• Frasco de benzina;
• Cuba rim;
• SF 0,9%.

Procedimentos:
1. Explicar ao paciente sobre o cuidado a ser feito;
2. Preparar o ambiente, como descrito anteriormente;
3. Lavar as mãos;
4. Separar e organizar o material de acordo com o tipo de curativo a ser
executado;
5. Levar a bandeja com o material e colocar sobre a mesa de cabeceira;
6. Descobrir a área tratada e proteger a cama com forro de papel, pano ou
impermeável;

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7. Colocar o paciente em posição apropriada e prender o saco plástico para lixo


em local acessível;
8. Abrir o pacote de curativo e dispor as pinças com os cabos voltados para o
executante, em ordem de uso - pinça Kocher e Dente de Rato na extremidade do campo,
próximo ao paciente e pinça Kelly e Anatômica na extremidade oposta;
9. Abrir o pacote de gaze e colocá-lo no campo. Se necessário colocar também
chumaços de algodão; 136
10. Abrir o pacote de alfinete, colocando-o sobre o campo com auxílio da pinça
Anatômica;
11. Abrir a tesoura e colocá-la ao lado da pinça Kelly;
12. Proceder a retirada do curativo conforme descrito anteriormente;
13. Limpar o dreno e a pele ao redor, com soro fisiológico;
14. Colocar uma gaze na região inferior do dreno, isolando-o da pele;
15. O dreno de Penrose deve ser tracionado em cada curativo (exceto quando
contra-indicado). Cortar o excesso e colocar alfinete de segurança estéril, usando pinças Kelly
e Anatômica;
15. Colocar outra gaze sobre o dreno, protegendo-o;
16. Fixar as gazes com adesivo;
17. Juntar o material e colocá-lo na bandeja;
18. Deixar o paciente confortável e o ambiente em ordem;
19. Lavar as mãos;
20. Providenciar a limpeza e a ordem do material;
21. Checar o horário e fazer as anotações de enfermagem, especialmente quanto à
evolução da lesão e queixas do paciente.

Intracath e flebotomia

Material:
• Bandeja;
• 1 pacote de curativo;
• 1 pacote de gazes;
• 1 frasco de anti-séptico;
• 1 frasco de benzina;

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• 1cuba rim;
• Esparadrapo;
• SF 0,9%. Procedimentos:
1. Fazer planejamento;
2. Lavar as mãos;
3. Preparar o material e levá-lo à unidade do paciente;
4. Informar ao paciente o que vai ser feito; 137
5. Fechar janelas;
6. Cercar com biombos;
7. Dispor convenientemente o material sobre a mesa de cabeceira;
8. Expor a área e colocar a cuba rim próximo ao local do curativo;
9. Abrir cuidadosamente o pacote de curativo sobre a bandeja;
10. Dispor das pinças no campo conforme descrito anteriormente;
11. Proceder a retirada do curativo conforme descrito anteriormente;
12. Proceder a anti-sepsia da inserção do cateter de Intracath ou flebotomia;
13. Envolver o cateter com gaze no local de sua inserção;
14. Desprezar as pinças abertas na cuba rim;
15. Fixar a gaze com 1 tira de esparadrapo com mais ou menos 6 cm de
comprimento por 4 cm de largura;
16. Fixar outra tira de esparadrapo igual a primeira, introduzir no cateter, sobre o
1° na posição oposta;
17. Juntar os materiais e levá-los à sala de utilidades;
18. Proceder as anotações de enfermagem.

Dreno de tórax
A drenagem de tórax consiste na introdução de um dreno no espaço pleural ou o
espaço mediastinal, com o objetivo de remover líquidos e gases, facilitando a reexpansão do
pulmão e restabelecendo a função cardiorrespiratória normal.

Troca do Curativo Material:


• Um par de luvas estéreis;
• Um par de luvas de procedimento;
• Esparadrapo ou micropore;

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• Pacotes de gazes;
• Frasco contendo solução anti-séptica (solução de polvidine ou clorexidina
alcoólica/tópica/degermante).

Procedimentos:
1. Explicar o procedimento e sua finalidade ao paciente e/ou ao acompanhante;
2. Reunir o material; 138
3. Lavar as mãos;
4. Posicionar o paciente lateralmente, sobre o lado onde não se encontra o dreno;
5. Calçar as luvas de procedimento;
6. Manter, com uma das mãos, o dreno fixado ao local;
7. Remover com a outra mão, cuidadosamente, o curativo;
8. Observar se há presença de secreção nas gazes, para posterior anotação
(pequena quantidade de secreção sero-sanguinolento no local de inserção do dreno é comum);
9. Observar a pele no local de inserção do dreno, para identificar se há presença
de hiperemia e/ou edema, para posterior anotação;
10. Apalpar, delicadamente, ao redor do local de inserção do dreno, para identificar
se há presença de crepitações;
11. Retirar as luvas de procedimento;
12. Calçar luvas estéreis;
13. Limpar o local com solução, utilizando gaze embebida em solução antiséptica;
14. Envolver com gaze a parte do dreno próximo à pele;
15. Colocar gazes entre o dreno e a pele e sobre o dreno;
16. Colocar tiras largas de esparadrapo ou micropore para vedar completamente o
curativo;
17. Observar o posicionamento correto do dreno, evitando dobras e voltas que
possam prejudicar a drenagem;
18. Deixar o paciente confortável;
19. Manter a unidade em ordem;
20. Registrar no prontuário: a troca do curativo, aspecto do local de inserção do
dreno e as queixas do paciente.

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Troca do selo d água Material:


• Um par de luvas de procedimento;
• Frasco de solução estéril (solução fisiológica ou água bidestilada);
• Recipiente para colocar a solução drenada;
• Pinça;
• Fita adesiva.
139

Procedimentos:
1. Explicar o procedimento e sua finalidade ao paciente e/ou ao acompanhante;
2. Reunir o material;
3. Lavar as mãos;
4. Calçar as luvas de procedimento;
5. Pinçar a extensão do dreno;
6. Observar o aspecto da solução drenada e seu volume, para posterior anotação;
7. Abrir o frasco de drenagem;
8. Desprezar o conteúdo do frasco de drenagem no recipiente;
9. Lavar o frasco de drenagem, com solução esterilizada, e desprezar seu
conteúdo no recipiente;
10. Preencher o frasco com nova solução esterilizada, até o nível especificado pelo
fabricante ou até que o tubo do frasco de drenagem fique submerso na solução esterilizada;
11. Despinçar a extensão do dreno;
12. Marcar o nível original da nova solução em uma fita adesiva aderida
verticalmente ao lado externo do frasco de drenagem;
13. Anotar em uma fita adesiva o volume da nova solução que foi colocada no
frasco de drenagem, contendo: data, hora e nome do profissional que realizou o procedimento
- e fixar ao frasco;
14. Registrar no prontuário do paciente o volume proveniente da drenagem,
observada anteriormente, descontado o volume de solução esterilizada que foi colocada
anteriormente no frasco, assim como o seu aspecto.
Observações:
• Manter o frasco de drenagem sempre abaixo do nível do tórax do
paciente;
• Manter o frasco de drenagem protegido contra acidentes;

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• Certificar se a extensão do dreno não está dobrada ou tracionada;


• Ao transportar o paciente, o dreno dever ser pinçado.

Cuidados com aspiração portátil em feridas - Dreno de Portovac


É um sistema fechado de drenagem pós-operatória, de polietileno, com dureza
projetada para uma sucção contínua e suave.
É constituído por uma bomba de aspiração com capacidade de 500 ml, com cordão de 140
fixação; uma extensão intermediária em PVC com pinça corta-fluxo e conector de duas ou
três vias, e um cateter de drenagem com agulha de aço cirúrgico (3,2mm, 4,8 mm ou 6,4mm).
Curativo na inserção do dreno de PortoVac Material:
• Pacote de curativo completo;
• Frasco de anti-séptico;
• Cuba rim;
• SF0,9%;
• Pacote de gazes;
• Benzina;
• Esparadrapo.

Procedimentos:
Realizar os mesmos procedimentos do curativo simples. Após limpeza e aplicação de
anti-séptico, cobrir a inserção do dreno com a gaze, e fixar com fita adesiva.

TRAQUEOSTOMIA
A traqueostomia é uma comunicação que é feita entre a traquéia e a parte externa do
pescoço, de tal forma que o ar respirado chega aos pulmões sem passar pela boca, nariz ou
laringe. Esta comunicação é feita por meio de um orifício na pele e é mantida através de um
tubo metálico (ou de plástico) curvo, denominado cânula de traqueostomia. A traqueostomia é
utilizada para:
• Estabelecer e manter uma via respiratória;
• Impedir a aspiração de vômito de alimentos, vedando a traquéia e separando-a
do tubo digestivo na pessoa inconsciente ou paralisada;
• Tratar o doente que necessita de ventilação com pressão positiva e não pode ser
dada eficazmente por meio de máscara.

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Indicações:
- Paralisia da laringe bilateral, em que a passagem do ar è inadequada, o que leva a
dispnéia incapacitante e estridor com esforço;
- Edema agudo da laringe que faz com que a via aérea se estreite ou feche, e
exige a restauração da passagem do ar. O edema agudo da laringe pode resultar de choque
anafilático, urticária, laringite aguda, grave doença inflamatória da garganta ou edema após
intubação. Se este for crônico, devido a tratamento da laringe por radiações ou tumores do 141
pescoço, exige uma traqueostomia;
- Se for necessário manter uma via respiratória durante um período prolongado
ou se houver traumatismo das vias aéreas, que impeçam o emprego de um tubo endotraqueal,
como por exemplo: queimaduras graves, obstrução da laringe causada por tumores, infecções
ou paralisia das cordas vocais.
A traqueostomia pode ser temporária ou definitiva. É definitiva no caso de tumores da
laringe (laringectomia). Estes doentes necessitam sempre da traqueostomia para evitar a
aspiração de alimentos e de líquido para dentro do trato respiratório inferior, porque a laringe
que fornece o esfíncter protetor não está presente. É temporária no caso de laringectomia
parcial, no caso de doentes que precisam de apoio ventilatório prolongado, sendo removida a
cânula de traqueostomia logo que o doente deixe de precisar de apoio ventilatório.

CUIDADOS ESPECÍFICOS
• Trocar o curativo conforme técnica, sempre que estiver úmido ou sujo;
• O cadarço deve ser trocado diariamente e sempre que necessário;
• Manter o paciente com vias aéreas permeáveis e livres de secreção, aspirando
quando necessário;
• Manter umidificação e oxigenação adequada do ar inspirado;
• Sempre que possível manter a cabeceira elevada, principalmente durante
administração de dieta;
• Em caso de cânula portex, insulflar o balão antes de administrar a dieta;
• Observar e comunicar imediatamente a chefe, ou responsável, ocorrência de
alterações respiratórias, sangramento, enfisema, cianose e sudorese generalizada.
O doente com traqueostomia é um doente que depende muito da equipe de
enfermagem. Após ter-lhe sido efetuada uma traqueostomia ele pode ficar apreensivo devido
à sua incapacidade de comunicar-se com os outros e com o medo de asfixiar-se.

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A traqueostomia constitui uma porta aberta à entrada de microorganismos patogênicos


para vias respiratórias inferiores, aumentando o risco de infecção. É essencial que sejam
implementadas intervenções preventivas de enfermagem.
1. Reduzir ao mínimo o risco de infecção: Qualquer tubo inserido no interior da
traquéia provoca irritação da mucosa e em conseqüência há maior produção de muco.
• Observar o doente regularmente quanto ao excesso de secreções e fazer
aspiração segundo norma do serviço e com a freqüência necessária; 142
• Substituir traquéias, peça em T ou máscara de O2, sempre que estas caiam ao
chão e protegê-las quando não estão sendo usadas pelo doente;
• Remover a água que condensa na traquéia e não a introduzir novamente no
nebulizador;
• Despejar a água destilada restante do nebulizador cada vez que estiver cheio de
novo, ou pelo menos em intervalos de 24 horas.
2. Assegurar adequada ventilação e oxigenação.
• Vigilância das saturações de O2;
• Vigiar freqüências respiratórias e expansão torácica que deverá ser simétrica;
• Proporcionar segurança e conforto.
3. Proporcionar freqüentes cuidados à boca: As secreções têm tendência a
acumular-se na boca e na faringe.
• Fazer cuidadosa aspiração da orofaringe quando necessário;
• Inspecionar os lábios, a língua e a cavidade oral regularmente;
• Limpar a cavidade oral com espátulas embebidas em anti-séptico oral;
• Aplicar vaselina ou qualquer outro lubrificante nos lábios. Curativo

Material:
• Bandeja;
• Pacote de curativo;
• Luvas estéreis;
• 1 tesoura ponto;
• 80 cm de cadarço (não necessita ser estéril);
• Frasco com anti-séptico;
• Gazes;
• Cuba rim;

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• Máscara;
• Material para aspiração, se necessário. Procedimentos:
1. Aspirar o paciente, se necessário;
2. Fazer planejamento;
3. Lavar as mãos;
4. Preparar o material e levá-lo à unidade do paciente;
5. Informar ao paciente o que vai ser feito; 143
6. Fechar janelas;
7. Cercar a cama com biombos;
8. Dispor convenientemente o material sobre a mesa de cabeceira;
9. Expor a área e colocar a cuba rim próximo ao local do curativo;
10. Abrir cuidadosamente o pacote de curativos sobre a bandeja;
11. Pegar a primeira pinça, de preferência Dente de Rato, com a mão esquerda sob
o campo. Com a mão direita segurar a pinça pelo cabo;
12. Dispor das demais pinças sobre o campo com auxílio da primeira, de modo que
seus cabos fiquem voltados para fora;
13. Abrir os pacotes de gaze, colocando-as sobre o campo com auxílio da pinça
Anatômica;
14. Forrar a cuba rim com papel que envolvia as gazes;
15. Colocar máscara;
16. Retirar gazes do curativo;
17. Colocar a pinças, kocher e Dente de Rato, abertas na cuba rim;
18. Proceder a limpeza do ponto de inserção da traqueostomia com antiséptico;
19. Retirar o cadarço, firmando a traqueostomia com uma das mãos. Desprezá-lo
na cuba rim;
20. Colocar cadarço limpo;
21. Retirar as luvas, colocando-as na cuba rim;
22. Colocar gaze dobrada ao meio sob as laterais da cânula, usando a pinça Kelly e
Anatômica, sem forçar a cânula;
23. Colocar as pinças abertas na cuba rim;
24. Retirar a máscara;
25. Juntar o material na bandeja;
26. Colocar o paciente confortável;

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27. Proceder as anotações de enfermagem.

Observação:
• A cânula deve ficar bem adaptada, porém ser apertar.

Aspiração de secreção traqueal


Quando o tubo de traqueostomia está presente é necessário aspirar as secreções do 144
doente, porque a eficácia do seu mecanismo de tosse está diminuído.
A aspiração traqueal é realizada com base na avaliação dos ruídos adventícios ou
sempre que as secreções estiverem nitidamente presentes. A aspiração desnecessária pode
iniciar o broncospasmo e provocar um trauma mecânico na mucosa traqueal.
Todo o equipamento, que entra em contacto direto, com as vias aéreas inferiores do
doente, deve ser esterilizado de modo a prevenir infecções sistêmicas e pulmonares. A
aspiração de secreções é efetuada para:
• Prevenir infecções;
• Manter as vias aéreas permeáveis. Material:
• Cateteres de aspiração (com 1/3 do lúmen do traqueostomia);
• Luvas esterilizadas;
• Soro fisiológico de 10 ml;
• Frascos de SF de 100 ml;
• Máscara de proteção;
• Fonte de O2 com peça em T;
• Aspirador.

Procedimentos:
1. Explicar ao doente todos os procedimentos. Posicioná-lo em semifowler com
hiperextensão do pescoço;
2. Lavar as mãos;
3. Ligar a fonte de aspiração com pressão inferior ou igual a 120 mm/Hg;
4. Verificar fonte de O2;
5. Abrir o invólucro da sonda de aspiração e conectar ao aspirador;
6. Pegar na sonda de aspiração com luva esterilizada;
7. Introduzir algumas gotas de SF, se secreções espessas;

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8. Inserir cateter aspirando e rodando-o suavemente com movimentos de 360°


(não mais do que 10 a 15 Seg.);
9. Ventilar o doente com O2 nos intervalos das aspirações, pedindo ao doente que
faça várias respirações profundas;
10. Nos intervalos deve-se introduzir a sonda no frasco de SF estéril e aspirar;
11. Aspirar cavidade orofaríngea após aspiração traqueal;
12. Lavar sonda de aspiração e rejeite-a assim como o SF restante; 145
13. Registrar procedimento e características das secreções.

OXIGENOTERAPIA
Consiste na administração de oxigênio numa concentração de pressão superior a
encontrada na atmosfera ambiental, para corrigir e atenuar deficiência de oxigênio ou hipóxia.
Métodos de Administração de Oxigênio:
a) Cânula nasal - é empregado quando o paciente requer uma concentração média
ou baixa de O2. É relativamente simples e permite que o paciente converse e alimente-se, sem
interrupção de O2.
1- Vantagens:
- Conforto maior que no uso do cateter;
- Economia, não necessita ser removida;
- Convivência - pode comer, falar, sem obstáculos;
- Facilidade de manter em posição.
2- Desvantagens:
- Não pode ser usada por pacientes com problemas nos condutos nasais;
- Concentração de O2 inspirada desconhecida;
- De pouca aceitação por crianças pequenas;
- Não permite nebulização
b) Cateter Nasal - Visa administrar concentrações baixas a moderadas de O2. É
de fácil aplicação, mas nem sempre é bem tolerada, principalmente por crianças.

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1- Vantagens: 146
- Método econômico e que utiliza dispositivos simples;
- Facilidade de aplicação.
2- Desvantagens:
- Nem sempre é bem tolerado em função do desconforto produzido;
- A respiração bucal diminui a fração inspirada de O2;
- Irritabilidade tecidual da nasofaringe;
- Facilidade no deslocamento do cateter;
- Não permite nebulização;
- Necessidade de revezamento das narinas a cada 8 horas.
c) Máscara de Venturi - Constitui o método mais seguro e exato para liberar a
concentração necessária de oxigênio, sem considerar a profundidade ou freqüência da
respiração.

d) Máscara de Aerosol, Tendas Faciais - São utilizadas com dispositivo de aerosol, que
podem ser ajustadas para concentrações que variam de 27% a 100%.

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147

Cânula nasal (óculos)


Material:
• Cânula nasal dupla estéril;
• Umidificador de bolhas estéril;
• Extensão de borracha;
• Fluxômetro calibrado por rede de oxigênio;
• 50 ml de AD esterilizada. Procedimento:
1. Instalar o fluxômetro e testá-lo;
2. Colocar água no copo do umidificador, fechá-lo e conectá-lo ao fluxômetro;
3. Conectar a extensão ao umidificador;
4. Identificar o umidificador com etiqueta (data, horário e volume de água);
5. Instalar a cânula nasal do paciente e ajustá-la, sem tracionar as narinas;
6. Conectar a cânula à extensão, abrir e regular o fluxômetro (conforme
prescrição). Observações:
• Trocar a cânula nasal diariamente;
• Trocar o umidificador e extensão plástica a cada 48 horas.

Nebulização
Material:
• Fluxômetro;
• Máscara simples, ou "Venturi", de formato adequado esterilizada;
• Frasco nebulizador;

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• Extensão plástica corrugada (traquéia);


• 250 ml de água destilada esterilizada;
• Etiqueta e folha de anotações de enfermagem.

Procedimento:
1. Instalar o fluxômetro e testá-lo;
2. Colocar a água no copo do nebulizador, fechar e conectar ao fluxômetro; 148
3. Conectar a máscara ao tubo corrugado, e este ao nebulizador;
4. Colocar a máscara no rosto do paciente e ajustá-la, evitando compressões;
5. Regular o fluxo de oxigênio, de acordo com a prescrição;
6. Identificar o nebulizador com adesivo (data, hora e volume). Observações:
• Trocar a água do nebulizador de 6/6hs, desprezando toda a água do
copo e colocando nova etiqueta;
• Trocar o conjunto a cada 48 horas.

Inalação
Material:
• Fluxômetro;
• Micronebulizador, com máscara e extensão;
• 10 ml de SF ou água destilada esterilizada;
• Medicamento;
• Etiqueta;
• Gaze esterilizada;
• Folha de anotações.

Procedimento:
1. Instalar o fluxômetro na rede de oxigênio ou ar comprimido, e testá-lo;
2. Abrir a embalagem do micronebulizador e reservá-lo;
3. Colocar o SF ou AD no copinho, acrescentar o medicamento, fechar e conectar
ao fluxômetro;
4. Conectar a máscara ao micronebulizador;
5. Regular o fluxo de gás (produzir névoa 5L/min);

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6. Aproximar a máscara do rosto do paciente e ajustá-la, entre o nariz e a boca,


solicitando que respire com os lábios entreabertos;
7. Manter o micronebulizador junto ao rosto do paciente, por 5 minutos, ou até
terminar a solução (quando possível orientá-lo a fazê-lo sozinho);
8. Identificar com etiqueta (data, horário de instalação);
9. Fechar o fluxômetro e retirar o micronebulizador;
10. Secar com gaze, recolocá-lo na embalagem e mantê-lo na cabeceira do 149
paciente.

Observação:
• Trocar o nebulizador a cada 48 horas.

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REFERÊNCIAS

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