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CLASSIFICAÇÃO DE RISCO DOS AGENTES

BIOLÓGICOS E AÇÕES PARA CONTROLE DE


INFECÇÕES (HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS)
Profa Me Karla Mychelle Cezario de Lima
011010206@prof.uninassau.edu.br

CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURICIO DE NASSAU


MACEIÓ UNINASSAU MACEIÓ
2023 GRADUAÇÃO EM SAÚDE – SEMESTRE 2023.1
Classificação de
risco dos agentes
biológicos
A AVALIAÇÃO DE RISCO DOS
AGENTES BIOLÓGICOS CONTRIBUI
PARA O ESTABELECIMENTO DO
NÍVEL DE CONTENÇÃO ADEQUADO
PARA MANIPULAÇÃO DO AGENTE
BIOLÓGICO.
Definição e normativas
  NR-9 – PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS
AMBIENTAS com redação dada pela Portaria nº 25, de
29/12/1994, registra no item 9.1.5.3
 “Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos,
parasitas, protozoários, vírus, entre outros.

  NR-15 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES da


Portaria nº 3214/78 do MTE, apresenta no seu anexo 14, a
Relação das atividades que envolvem agentes biológicos, cuja
insalubridade é caracterizada pela avaliação qualitativa.
 Hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, postos
de vacinação, esgotos, lixo urbano, cemitérios, gabinetes de
autópsias, pacientes em isolamento por doenças infectocontagiosas,
etc…
Definição e normativas

 NR-32 – SEGURANÇA E SAÚDE NO


TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE com
redação dada pela Portaria nº 485, de
11/11/2005, apresenta no seu Anexo I a
Classificação dos Agentes Biológicos
Classificação de risco
• BAIXO RISCO INDIVIDUAL E PARA A
COMUNIDADE

1 • Agentes biológicos conhecidos por não


causarem doenças no homem ou nos animais
adultos sadios.
• Lactobacillus ssp.

• MODERADO RISCO INDIVIDUAL E


LIMITADO RISCO PARA A COMUNIDADE
• Agentes biológicos que provocam infecções

2 no homem ou nos animais, cujo potencial de


propagação na comunidade e de
disseminação no meio ambiente é limitado,
e para os quais existem medidas profiláticas e
terapêuticas conhecidas eficazes.
Classificação de
• ALTO RISCOrisco
INDIVIDUAL E MODERADO
RISCO PARA A COMUNIDADE
• Agentes biológicos que possuem
capacidade de transmissão, em especial

3
por via respiratória, e que causam
doenças em humanos ou animais
potencialmente letais, para as quais
existem usualmente medidas profiláticas e
terapêuticas.
• Bacillus anthracis e Vírus da
Imunodeficiência Humana (HIV).

• ALTO RISCO INDIVIDUAL E PARA A


COMUNIDADE
• Agentes biológicos com grande poder de
transmissibilidade, em especial por via
respiratória, ou de transmissão

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desconhecida.
• Não há nenhuma medida profilática ou
terapêutica eficaz contra infecções
ocasionadas por estes.
• Causam doenças humanas e animais de
alta gravidade, com alta capacidade de
disseminação na comunidade e no meio
ambiente.
Classificação de risco dos agentes
Biológicos - resumo
Higienização das mãos
Ações de controle de infecções
Histórico
 Desde 1846 a higienização apropriada das mãos, é
considerada a mais importante para reduzir a
transmissão de infecções nos serviços de saúde;

 Há muito tempo já se evidenciava a relação entre os
hospitais e as infecções, mas foi apenas no século
XIX por meio de James Young Simpson (1811-1870)
que indicou a realização de procedimentos
cirúrgicos domiciliares, ao constatar que a
mortalidade relacionada a amputações era de
41,6% quando realizada no ambiente hospitalar e
de apenas 10,9% nos domicílios.
Primórdios da
lavagem das mãos
 Médico húngaro Ignaz Philip
Semmelweis (1818-1865)
 Em 1846, comprovou a íntima
relação da febre puerperal com os
cuidados médicos.
 Notou que os médicos que iam
diretamente da sala de autópsia para
a de obstetrícia tinham odor
desagradável nas mãos.
 Por volta de maio de 1847 insistiu
que estudantes e médicos lavassem
suas mãos com solução clorada após
as autópsias e antes de examinar as
pacientes da clínica obstétrica.
A enfermagem e a prevenção
de infecções
 Ela e sua equipe de
equipe de enfermeiras
introduziram uma série
de medidas para
organizar a enfermaria,
como higiene pessoal de
cada paciente, utensílios
de uso individual,
instalação de cozinha,
preparo de dieta
indicada, lavanderia e
desentupimento de
Florence Nightingale (1820-1910) – precursora
esgotos.
da enfermagem moderna.
Lister e a
anti-sepsia
 O cirurgião inglês Joseph Lister
(1827-1912) pesquisou um modo de
manter as incisões cirúrgicas livres
da contaminação por
microrganismos.
 Associou as conhecidas
propriedades do fenol de destruir as
bactérias, passou a utilizar
compressas cirúrgicas banhadas
nessa solução, borrifando também a
sala de operações com ácido
carbólico e obtendo bons resultados.
 Isso originou as técnicas de assepsia.
Higienização das mãos – aspectos
microbiológicos da pele
 A pele é um órgão dinâmico, pois a sua formação e
integridade estão sob controle homeostático, e
qualquer alteração resulta em aumento da
proliferação de suas células.
 Devido à sua localização e extensa superfície, é
constantemente exposta a vários tipos de
microrganismos do ambiente.
 A pele normal do ser humano é colonizada da por
bactérias e fungos.
 Diferentes áreas do corpo têm concentração de
bactérias variáveis por centímetro quadrado.
Higienização das mãos – microbiota
residente
 Está aderida às camadas mais profundas da pele
 É mais resistente à remoção apenas com água e sabonete
 As bactérias que compõem esta microbiota são agentes
menos prováveis de infecções veiculadas por contato.
 As mãos dos profissionais de saúde podem ser
persistentemente colonizadas por microrganismos
patogênicos (como Staphylococcus aureus, bacilos Gram-
negativos ou leveduras) que, em áreas críticas como UTIs e
unidades com pacientes imunocomprometidos e pacientes
cirúrgicos, podem ter um importante papel adicional como
causa de infecção relacionada à assistência à saúde.
Higienização das mãos – microbiota
transitória

 Coloniza a camada superficial da pele


 Sobrevive por curto período de tempo
 É passível de remoção pela higienização simples das
mãos com água e sabonete, por meio de fricção mecânica
 Frequentemente adquirida por profissionais de saúde
durante contato direto com o paciente (colonizado ou
infectado), ambiente, superfícies próximas ao paciente,
produtos e equipamentos contaminados
 Consiste de microrganismos não-patogênicos ou
potencialmente patogênicos, tais como bactérias, fungos
e vírus, que raramente se multiplicam na pele.
Higienização das mãos – microbiota
infecciosa
 Microrganismos de patogenicidade
comprovada, que causam infecções
específicas como abscessos, paroníquia ou
eczema infectado das mãos.

 As espécies mais frequentemente


encontradas são Staphylococcus aureus e
estreptococos beta-hemolíticos.
O que é higienização das
mãos?
 Medida individual mais simples e menos
dispendiosa para prevenir a propagação das
infecções relacionadas à assistência à saúde.

Higienizaç Higienização
ão simples antisséptica

Antissepia
Fricção
cirúrgica das
antisséptica mãos
Tipos de higienização das
mãos
Higienização • ato de higienizar as mãos com água e sabonete
simples comum, sob a forma líquida

Higienização • ato de higienizar as mãos com água e sabonete


antisséptica associado a agente antisséptico.

Fricção • aplicação de preparação alcoólica nas mãos para


reduzir a carga de microrganismos sem a necessidade
antisséptica de enxague em água ou secagem com papel toalha
ou outros equipamentos

• Higienização das mãos cujo objetivo é eliminar a


Antissepsia microbiota transitória da pele e reduzir a microbiota
cirúrgica das mãos residente, além de proporcionar efeito residual na
pele do profissiona
Fique ligado/a!
Para que higienizar as mãos?

1. Remoção de sujidade, suor, oleosidade,


pelos, células descamativas e da
microbiota da pele, interrompendo a
transmissão de infecções veiculadas ao
contato.

2. Prevenção e redução das infecções


causadas pelas transmissões cruzadas.
Quem deve higienizar as
mãos?
 Todos os profissionais que trabalham em
serviços de saúde, que mantém contato
direto ou indireto com os pacientes, que
atuam na manipulação de
medicamentos, alimentos e material
estéril ou contaminado.
Para prevenir a transmissão
de microorganismos pelas
mãos é necessário

Procediment
Agenteo adequadoAdesão
tópico com
ao utilizá-lo,
regular ao
eficáciacom técnica
seu uso, nos
antimicrobia
adequadamomentos
e
na no tempoindicados
preconizado
Produtos utilizados na higienização
das mãos
PRODUTO CARACTERÍTISCAS
Sabonete • Apresentam-se em preparações líquidas (as mais comuns) e em
comum (sem espuma.
associação • Favorecem a remoção de sujeira, de substâncias orgânicas e da
antisséptica) microbiota transitória das mãos pela ação mecânica .
• O processo completo de higienização dura em torno de 30 a 40seg.
Agentes • Devem ter ação antimicrobiana imediata e efeito residual ou
antissépticos persistente. Não devem ser tóxicos, alergênicos ou irritantes para a
pele.

Álcool • Recomendado desde 1888.


• Atua na desnaturação e coagulação das proteínas.
• Disponíveis na forma líquida, gel e espuma.
• O volume ideal do produto a ser aplicado nas mãos não é conhecido e
pode variar com as diferentes formulações.
• Estudos sugerem que alguns produtos alcoólicos podem
perder eficácia após o décimo uso consecutivo
• Velocidade de ação rápida
• Concentração ótima: 70%; não apresenta efeito residual
Produtos utilizados na higienização
das mãos
AGENTE CARACTERÍSTICAS
ANTISSÉPTICO
Clorexidina (2% ou • Gluconato de clorexidina , foi desenvolvido na Inglaterra
4%) no início dos anos 1950 e introduzido nos EUA nos anos 70
atua se ligando e rompendo a barreira citoplasmática do
microorganismo.
• Velocidade de ação intermediária
• Apresenta efeito residual; raras reações alérgicas.
Iodóforos - PVPI • Iodo é um anti-séptico reconhecido pela sua
(Polivinilpirrolidona efetividade desde 1821
iodo) substituído por PVPI ou iodóforos nos anos 60 (devido a
irritação e manchas na pele)
• Ação acontece pela penetração do iodo na parede celular,
ocorrendo a inativação das células pela formação de
complexos com aminoácidos e ácidos graxos insaturados.
• Velocidade de ação intermediária.
Insumos e equipamentos necessários
para higienização das mãos

Água Sabões e Agentes Papel toalha


antissépticos

Lavatório Porta papel toalha

Dispenser de produto Lixeira


antisséptico
Quando fazer uso de Água e
sabão?
1. Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou
contaminadas com sangue e outros fluidos
corporais.
2. Ao iniciar o turno de trabalho.
3. Após ir ao banheiro.
4. Antes e depois das refeições.
5. Antes de preparo de alimentos.
6. Antes de preparo e manipulação de medicamentos.
7. Na probabilidade de ter ocorrido contato com
esporos (ex., C. difficile ou Bacillus anthracis).
Quando fazer uso de Preparação
álcoolica?
 Quando as mãos não estiverem visivelmente sujas, em todas as
situações descritas a seguir:
1. Antes e após o contato com o paciente
2. Antes e após contato com o paciente
3. Antes de realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos
invasivos
4. Antes de calçar luvas para inserção de dispositivos invasivos que não
requeiram preparo cirúrgico
5. Após risco de exposição a fluidos corporais
6. Ao mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo, durante o
cuidado ao paciente.
7. Após contato com objetos inanimados e superfícies imediatamente
próximas ao paciente
8. Antes e após remoção de luvas
9. Outros procedimentos (manipulação de invólucros de material estéril etc.).
Quando fazer uso de antissépticos?

 Higienização anti-séptica das mãos


1. Nos casos de precaução de contato recomendados
para pacientes portadores de microrganismos
multirresistentes.
2. Nos casos de surtos.

 Degermação da pele
1. No pré-operatório, antes de qualquer procedimento
cirúrgico (indicado para toda equipe cirúrgica).
2. Antes da realização de procedimentos invasivos.
Como fazer a higiene com água e sabão
Higienização das mãos com solução
alcoólica

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