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HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

Já falamos bastante???

Virgínia Menezes
Josilene Suassuna
Enfermeiras SCIRAS
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

Cenário em 1840 – Hospital


Geral de Viena.

Duas clínicas de atendimento a


gestantes e parturientes:
1ª clínica - médicos e alunos de
medicina
2ª clínica - parteiras
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

Dignas Semmelweis
médico húngaro, ao ser
contratado em 1846 como
médico assistente na Primeira
Clínica Obstétrica do
Allgemeine Krankenhaus
(Hospital Geral de Viena)
percebeu uma alta mortalidade
materna por “febre puerperal”
na primeira clínica.
• Causa desta diferença:
desconhecida
• Não explicava pois enfermarias
eram contíguas (lado a lado)
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

1847 - Dignas Semmelweis relaciona a


mortalidade nas clínicas das parturientes
tratadas pelos estudantes de medicina com as
partículas cadavéricas trazidas pelas mãos.
→ Ele instituiu a técnica de antissepsia das
mãos com solução clorada.

• Intervenções posteriores : isolamento dos


casos; lavagem das mãos ; fervura de
instrumental e utensílios.
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

Recentemente, o termo “lavagem das mãos” foi substituído por “higienização


das mãos” devido à maior compreensão deste procedimento.
O termo abrange:
a ►a higienização simples;
a ► a higienização anti-séptica e a
a ► fricção anti-séptica
FINALIDADE
Reduzir a disseminação de infecções e de microorganismos
multirresistentes, bem como o número de pacientes que adquire
uma infecção relacionada à assistência à saúde.
Duração do procedimento: 40 a 60 segundos.
A pele
e

Price (1938), em seu


clássico estudo sobre
a quantificação da
microbiota da pele,
dividiu as bactérias
isoladas das mãos em
duas categorias:
transitória e
residente.

PRICE, P. B. The bacteriology of normal skin: a new quantitative test applied to a study of the bacterial flora and the disinfectant action of
mechanical cleansing. J Infect Dis, Chicago, v. 63, n. 3, p. 301-318, Nov.-Dec. 1938.
Microbiota Transitória
e
a Coloniza a camada superficial da pele
a Sobrevive por curto período de tempo
a É passível de remoção pela higienização simples das mãos com água
e sabonete, por meio de fricção mecânica.

a É freqüentemente adquirida por profissionais de saúde


durante contato direto com o paciente (colonizado ou
infectado), ambiente, superfícies próximas ao paciente,
produtos e equipamentos contaminados.

a Ela consiste de microrganismos potencialmente patogênicos, tais


como bactérias, fungos e vírus, que raramente se multiplicam na
pele. No entanto, alguns deles podem provocar infecções
relacionadas à assistência à saúde
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/seguranca_paciente_servicos_saude_higienizacao_maos.pdf
Microbiota Resistente
e
a Está aderida às camadas mais profundas da pele
a É mais resistente à remoção apenas com água e sabonete.
a As bactérias que compõem esta microbiota (estafilococos coagulase-
negativos e bacilos difteróides) são agentes menos prováveis de
infecções veiculadas por contato.

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/seguranca_paciente_servicos_saude_higienizacao_maos.pdf
ROTTER, M. L. Special problems in hospital antisepsis. In: RUSSELL, HUGO & AYLIFFE’S principles and practice of disinfection, preservation and
sterilization. 4th ed. Oxford: Blackwell Publishing, 2004. p. 540-542.
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

O Problema

• Infecções relacionadas à assistência a saúde (IRAS) : uma das


principais causas de morte e incapacidade em todo o mundo

• Ocorrem em todo o mundo e afetam tanto países desenvolvidos


quanto países com recursos escassos.

• Estão entre as principais causas de morte e aumento morbidade


em doentes hospitalizados.
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

A solução e o desafio
• A maioria das mortes e sofrimentos de doentes atribuíveis a infecções
relacionadas a IRAS pode ser evitada.

• A higienização das mãos continua sendo a principal medida para reduzir as


IRAS e a disseminação da resistência microbiana, aumentando a segurança
do paciente em todos os ambientes.

• Apesar das evidências a taxa de adesão a estas medidas entre os


profissionais de saúde permanece baixa.

• Embora a higienização das mãos seja considerada a medida mais importante


para prevenir e controlar as IRAS , garantir o seu aperfeiçoamento é uma
tarefa complexa e difícil.

• A divulgação de orientações por si só não são suficientes para mudança das


práticas.
Quem deve higienizar as mãos?
e
a Devem higienizar as mãos todos os:

Profissionais que trabalham em serviços de saúde, que


mantém contato direto ou indireto com os pacientes,
que atuam no manuseamento de medicamentos, alimentos e
material estéril ou contaminado.

http://pt.slideshare.net/raqueljoiacardoso/higienizao-das-mos-power-point

www.dgs.pt/ms/3/default.aspx?pl=&id=5514&ac ess=0 www.anvisa.gov www.anci.pt/higiene-das-maos www.hsm.min- saude.pt/contents/pdfs/ccih/maos.pdf


HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

ALGUNS ESTUDOS.....
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

ALGUNS ESTUDOS.....
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

FATORES RELATADOS ESPONTANEAMENTE PARA A BAIXA ADESÃO


•Esquecimento
• Pias estão localizadas em locais inconvenientes ou faltam pias
• Falta de sabão, papel descartável e toalha
• Normalmente há falta de tempo ou a pressa é grande e as necessidades do
paciente exigem prioridade
• O uso de luvas ou a crença de que o uso de luvas torna desnecessário a
higienização das mãos
• Falta de conhecimento de diretrizes e protocolos
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

LEGISLAÇÃO
RESOLUÇÃO-RDC Nº 42, DE 25 DE OUTUBRO DE 2010

• Dispõe sobre a obrigatoriedade de disponibilização de preparação alcoólica


para fricção antisséptica das mãos, pelos serviços de saúde do País, e dá outras
providências.

• Objetivo: Instituir e promover a higienização das mãos nos serviços de saúde do


país (todos), de acordo com as diretrizes da Organização Mundial de Saúde
previstas na Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, com o intuito de
prevenir e controlar as IRAS, visando à segurança do paciente e dos profissionais
de saúde.

Portaria nº 2.616, de 12 de maio de 1998: Estabelece as ações mínimas a serem


desenvolvidas com vistas à redução da incidência das infecções relacionadas à
assistência à saúde.

RDC nº 50, de 21 de fevereiro 2002: Dispõe sobre as normas e projetos físicos de


estabelecimentos assistenciais de saúde.
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

Mas.....eu higienizo
minhas mãos de forma
correta????
12

10

Coluna 1
6 Coluna 2
Coluna 3

0
Linha 1 Linha 2 Linha 3 Linha 4
QUAIS OS MOMENTOS
QUE DEVEREI
HIGIENIZAR AS MNHAS
MÃOS??
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
AVALIAÇÃO DO CONSUMO DE PREPARAÇÃO ALCOÓLICA
PARA HIGIENE DAS MÃOS EM SERVIÇOS DE SAÚDE
(FORMSUS)

Esta ação está prevista na RDC Anvisa nº 36 / 2013, que determina o monitoramento e
notificação dos indicadores de segurança da paciente, incluindo os referentes à prática de
higiene das mãos em serviços de saúde.

Instruções para o preenchimento do Formulário:

1. O monitoramento deve ser realizado nas Unidades de Terapia Intensiva (adulto /


pediátrica / neonatal)
2. Deixar em branco quando não houver dados sobre alguma Unidade ou de algum produto
(preparação alcoólica ou sabonete líquido) naquele mês;
3. Fórmulas de cálculo do indicador de consumo:

consumo de preparação alcoólica líquida ou gel (mL) na unidade por mês


__________________________________________________________
número de paciente - dia na unidade por mês

• A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o consumo mínimo esperado de


preparação alcoólica seja de 20 mL por paciente - dia.
• Atenção : De acordo, com o Protocolo de Higienização das Mãos publicado
pelo Ministério da Saúde , Anvisa e Fiocruz esse indicador é de notificação
obrigatória !
• Diretrizes da OMS para HM desenvolvidas com o
objetivo final de mudar o comportamento dos
profissionais de saúde;

• Garantir que diretrizes sejam transformadas de um


documento estático em uma ferramenta viva e influente;

• Guia de Implementação - ferramentas que facilitam a


implementação de cada componente que impacta na
melhoria da prática da HM.
Avaliação Geral e Mudança do Sistema
• Informar os líderes da avaliação da HM
• Nomear um coordenador, se possível, uma
equipe responsável pela melhoria da HM
• Identificar protocolos que envolvam as práticas de
HM
• Analisar a infraestrutura atual de HM. O que se
tem e o que é atende?
• Transmitir uma proposta para a mudança do
sistema para a gestão
Avaliação Geral e Mudança do Sistema
• Informar os líderes da avaliação da HM
• Nomear um coordenador, se possível, uma
equipe responsável pela melhoria da HM
• Identificar protocolos que envolvam as
práticas de HM
• Analisar a infraestrutura atual de HM. O que
se tem e o que é atende?
• Transmitir uma proposta para a mudança do
sistema para a gestão

Treinamento e Educação
• Avaliar a disponibilidade de instrutores e
observadores qualificados
• Treinar os instrutores, bem como os
observadores do monitoramento de HM
• Implementar um programa básico para a
educação de todos os
• Implementar plano para educação contínua e
atualizações
Avaliação Geral e Mudança do Sistema
• Informar os líderes da avaliação da HM
• Nomear um coordenador, se possível, uma
equipe responsável pela melhoria da HM
• Identificar protocolos que envolvam as
práticas de HM
• Analisar a infraestrutura atual de HM. O que
se tem e o que é atende?
• Transmitir uma proposta para a mudança do
sistema para a gestão

Treinamento e Educação
• Avaliar a disponibilidade de instrutores e
observadores qualificados
• Treinar os instrutores, bem como os
observadores do monitoramento de HM
• Implementar um programa básico para a
educação de todos os
• Implementar plano para educação contínua e
atualizações

Avaliação e feedback
• Priorizar a criação e coleta de uma indicador
de HM de acordo com a sua viabilidade (Taxa
de adesão (Observação), Consumo de produto
de HM (20 litros /1000 pacientes dia) ,Auditar
estrutura, Avaliar a qualidade da técnica)
• Gerenciar dados
•Reportar os indicadores encontrados aos
gerente e demais líderes • Comunicar
abertamente em toda a organização
Avaliação Geral e Mudança do Sistema
• Informar os líderes da avaliação da HM
• Nomear um coordenador, se possível, uma
equipe responsável pela melhoria da HM
• Identificar protocolos que envolvam as
práticas de HM
• Analisar a infraestrutura atual de HM. O que
se tem e o que é atende?
• Transmitir uma proposta para a mudança do
sistema para a gestão

Treinamento e Educação
• Avaliar a disponibilidade de instrutores e
observadores qualificados
• Treinar os instrutores, bem como os
observadores do monitoramento de HM
• Implementar um programa básico para a
educação de todos os
• Implementar plano para educação contínua e
atualizações

Avaliação e feedback
• Priorizar a criação e coleta de uma indicador
de HM de acordo com a sua viabilidade (Taxa
Clima de segurança institucional de adesão (Observação), Consumo de produto
• Atualizar o plano de auto avaliação anualmente. Onde você evoluiu? de HM (20 litros /1000 pacientes dia) ,Auditar
• Fazer um orçamento de curto e longo prazo para as atividades estrutura, Avaliar a qualidade da técnica)
planejadas, com base em sua atual • Gerenciar dados
• Buscar alternativas para alocar recursos para atividades da •Reportar os indicadores encontrados aos
Campanha de HM; gerente e demais líderes • Comunicar
• Envolver o paciente e grupos de pacientes. Não podemos esquecer! abertamente em toda a organização
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

Mãos visivelmente sujas ou contaminadas com material biológicos


- lavar a mãos com água e sabão antimicrobiano ou não. (Categoria IA)
Mãos sem sujidade visível
- Rotineiramente gel alcoólico (Categoria IA)
Não utilize unhas postiças quando prestar assistência direta ao paciente.
(Categoria IA)
Mantenha unhas naturais sempre curtas. (Categoria II)
Retire as luvas após cuidar do paciente. Não utilize uma luva para cuidar
de mais de um paciente e não lave a luva. (Categoria IB
Retirar relógios e braceletes antes de iniciar a escovação cirúrgica.
(Categoria II)
Medir a aderência à higienização das mãos e divulgar dados. (Categoria
IA)
O QUE DEVEMOS FAZER PARA
MUDAR????

• Não olhe o erro como um problema


humano ... é um problema sistêmico;
• Não punir as pessoas ... isso cria
incentivo para ocultar erros;
• Oferecer um feedback contínuo,
respeitar prazos é fundamental;
• Usar a tecnologia de ferramentas para
melhorar a tarefa e torná-la mais
segura;
• Criar uma cultura de segurança com o
envolvimento do paciente.
referências
✓ BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA.
Assistência Segura: Uma Reflexão Teórica Aplicada à Prática. Série
Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde. Brasília, 2013.
✓ BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA.
Segurança do Paciente em Serviços de Saúde – Higienização das Mãos.
Brasília, 2009.
✓ BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA. RDC
n°. 42, de 25 de outubro de 2010. Dispõe sobre a obrigatoriedade de
disponibilização de preparação alcoólica para fricção antisséptica das mãos,
pelos serviços de saúde do país e dá outras providências. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 26 out. 2010.
✓ OPAS; ANVISA. MANUAL PARA OBSERVADORES Estratégia Multimodal da
OMS para a Melhoria da Higienização das Mãos. Brasília, 2008. Disponível
em: <http://www.saude.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2018/02/2.4.1.pdf>

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