Você está na página 1de 36

ENFERMAGEM

INTEGRADA
Aula 9 - Sífilis
Risco elevado
Sífilis adquirida de
contaminação
até 60%
 Doença CONTAGIOSA INFECCIOSA SISTÊMICA CRÔNICA

CONTÁGIO: CONTÁGIO:
Microabrasões decorrentes da VIA SEXUAL (ÁREA GENITOANAL)
relação sexual VIA TRANSPLACENTÁRIA

AGENTE: bactéria espiroqueta:


Treponema pallidum

MUCOSA – VASO LINFÁTICO – CORRENTE SANGUÍNEA – TODOS OS ÓRGÃOS


História natural da doença

DIVISÃO CLÍNICA (histologia/imunologia) DIVISÃO “EPIDEMIOLÓGICA”

- Primária 1) Sífilis recente (até 1 ano)


- Secundária - Latente 2) Sífilis tardia (após 1 ano)
- Terciária

CASOS AUMENTARAM
9.000%
Por não ser possível o seu cultivo in vitro, A PARTIR DE 2012
os estudos com esse patógeno são
restritos
Sífilis Primária

Cancro duro no local de


inoculação da bactéria
LESÃO ÚNICA
INDOLOR
APARECE TRÊS SEMANAS
APÓS A INFECÇÃO (APÓS
O ATO SEXUAL)
LESÕES REGRIDEM EM 1 MÊS SEM DOR E SEM DEIXAR CICATRIZ
Local da lesão

 Homens: SULCO BALSNOPREPUCIAL, PREPÚCIO, MEATO URETRAL


 Mulheres: PEQUENOS LÁBIOS, PAREDE VAGINAL E COLO UTERINO
 Outros locais: boca língua, região mamária e mãos
Sífilis secundária
 Após a regressão da lesão primária (cancro duro) ocorre período sem sintomas

 Após 2 meses (6 a 8 semanas) a doença vai acometer a pele


 Região plantar das mãos e dos pés é bem característico
Sífilis secundária

 As descamações das lesões secundárias podem ocorrer e parecem com lesões


de psoríase
 Se ocorrer na face, podem se agrupar ao redor do nariz e boca.
 Se ocorrer na região inguinocrural (entre a coxa e a virilha), a região fica úmida
e pode se tornarcrônicas e são altamente infectantes (coldiloma plano)

SECUNDÁRIA:
Mal-estar, astenia, cefaleia, artralgias,
mialgias, faringite, rouquidão,
Sífilis secundária

 Os surtos de rash cutâneo persistem no primeiro e no segundo ano da doença


 Por fim, os surtos desaparecem

33% evolui sem


33% obtém cura sintomas e mantém 33% evolui para
clínica e marcadores a forma
sorológica sorológicos (não terciária
treponêmica +)
Sífilis Terciária – 3 a 12 anos após a infecção primária

LESÕES:
PELE
MUCOSA Lesão terciária forma um
SISTEMA CARDIOVASCULAR GRANULOMA DESTRUTIVO
SISTEMA NERVOSO chamado goma sifilítica
Acomete ossos, músculos e Essa é a manifestação na pele
fígado
Goma sifilítica
GRANULOMA

SÍFILIS TERCIÁRIA
Sífilis terciária – acometimento cardiovascular

INFLAMAÇÃO AÓRTICA
ANEURISMA
INSUFICIÊNCIA AÓRTICA

Após 10 anos de
infecção
CONHECIDA COMO
NEUROSSÍFILIS
Sífilis terciária – acometimento neurológico

As complicações mais precoces são as meníngeas agudas, que podem


acontecer no período secundário, principalmente em HIV.
Nos quadros meningovasculares, a neurossífilis se apresenta como encefalite
difusa, parecendo acidente vascular cerebral.

Mais tardia é a neurossífilis parenquimatosa, que pode apresentar-se como


uma paralisia geral progressiva ou progredir para a tabes dorsalis.

E, por último, um quadro de neurossífilis gomosa com sintomatologia


localizada e semelhante à dos tumores cerebrais ou medulares
DIAGNÓSTICO SÍFILIS
 A sífilis possui extrema facilidade para penetrar nos tecidos humanos
 O contágio é facilitado nos estágios iniciais da doença

NÃO EXISTE
IMUNIDADE CONTRA
A SÍFILIS Quando não tratadas:
33% das pessoas progridem para a cura
espontânea, mas continuam transmitindo.
TODAS AS VEZES
QUE A PESSOA Pode contrair novamente e desenvolver doença
ENTRAR EM 33% permaneceram em estado de latência por
CONTATO COM A toda vida
BACTÉRIA, ELA VAI
CONTRAIR A 33% restante progredirá para sífilis
DOENÇA terciaria (LARSEN; STEINER; RUDOLPH, 1995).
EXAMES

Exames diretos Exames sorológicos

Exame de campo escuro Testes não treponêmicos


Pesquisa direta com material corado Testes treponêmicos
Testes diretos: exame de campo escuro e material corado

 A pesquisa do Treponema pallidum por microscopia de campo escuro pode ser realizada tanto
nas lesões primarias, como nas lesões secundarias da sífilis, em adultos ou em crianças.
 A amostra utilizada é o exsudato seroso das lesões ativas, que deve ser livre de eritrócitos, de
outros organismos e de restos de tecido. (sensibilidade 76% a 86%)
 O material é levado ao microscópio com condensador de campo escuro, permitindo a
visualização do T. pallidum vivo e móvel, e deve ser analisado imediatamente após a coleta da
amostra.
 É considerado o mais eficiente teste para determinar o diagnóstico direto da sífilis, com baixo
custo e de maneira definitiva.
 Além do condensador de campo escuro no microscópio, são necessários técnicos capacitados e
experientes capazes de diferenciar o T.pallidum de treponemas não patogênicos e outros
organismos também espiralados que são comumente encontrados nas membranas genitais ou
mucosa anal
Testes diretos: exame de campo escuro e material corado
 Sensibilidade é inferior ao teste de campo escuro
 A amostra para esse exame é coletada da mesma maneira que a amostra para o exame direto a
fresco.
 Os métodos disponíveis sao:

- Método Fontana-Tribondeau: Deixa-se secar o esfregaço da amostra na lâmina e depois fazer a


coloração pela prata, que vai impregnar a parede do treponema permitindo sua visualização;
- Método de Burri: Utiliza a tinta nanquim;
- Método de coloraçãoo pelo Giemsa: O T. pallidum cora tenuamente (palidamente), sendo difícil a
observação das espiroquetas;
- Método de Levaduti: utiliza a prata em cortes histológicos.
Testes Imunológicos A partir de 10 dias após o
aparecimento da lesão
primária já é possível identificar
anticorpos no sangue

TREPONÊMICOS
EXISTEM
DOIS TIPOS
DE TESTES:
NÃO TREPONÊMICOS

Os testes não treponêmicos detectam anticorpos anti-cardiolipina que não são


específicos para os antígenos do T.pallidum,.
Os testes treponêmicos, detectam anticorpos específicos para os antígenos do T.pallidum.
Detecta anticorpos
Testes NÃO TREPONÊMICOS IgG e IgM

QUALITATIVO:
INDICA PRESENÇA OU AUSÊNCIA DE
ANTICORPOS

Testes não
treponêmicos:

QUANTITATIVO:
PERMITE DETERMINAR A TITULAÇÃO DE
4 tipos: ANTICORPOS (a queda na titulação
VDRL (veneral disease research laboratory indica sucesso do tratamento)
RPR (rapid teste reagin)
USR (unheated serum reagin)
TRUST (toluidine red unheated sérum test)
Testes NÃO TREPONÊMICOS

 Os anticorpos IgG e IgM ficam aderidos ao colesterol, lecitina e


cardiolipina, formando uma micela, floculando e “flutua” = positivo

Porém, esses anticorpos não são produzidos exclusivamente como consequência


da sífilis
Eles podem surgir em outros agravos que também gerando resultados falso-
positivos.
Dessa forma, somente o teste não-treponêmico não confirma a infecção pelo
T.pallidum e, portanto, não define o diagnóstico de sífilis.
TESTE VDRL É ÚTIL PARA
Teste NÃO TREPONÊMICO QUANTITATIVO MONITORAR
TRATAMENTO
Sensibilidade e especificidade VDRL de acordo com estágio
Testes TREPONÊMICOS

 Detectam anticorpos específicos (geralmente IgM e IgG) contra componentes celulares dos
treponemas.
 a) Teste de Imunofluorescência indireta – FTA-Abs
 b) Testes imunoenzimáticos – ELISA
 c) Teste imunológico com revelação quimioluminescente e suas derivações – EQL

(eletroquimioluminescente)
 d) Testes de Hemaglutinação e aglutinação (T. pallidum Haemagglutination test – TPHA; Micro-
Haemagglutination Assay for T. pallidum – MHATP; T. pallidum Passive Particle Agglutination test -
TPPA)
 e) Teste Rápido Treponêmico
Testes TREPONÊMICOS -

 FTA-Abs E o primeiro teste a positivar após a infeccao pelo T.pallidum. Boa


especificidade
 TPHA e MHATP: baseiam-se na ligação dos anticorpos treponêmicos presentes no
soro com hemácias
 Testes rápidos: execução em 30 minutos
Diagnóstico
Diagnóstico sífilis primária

 PADRÃO OURO – MICROSCOPIA CAMPO ESCURO – MATERIAL DA LESÃO CANCRO


 VOCÊ SABE QUE ANTICORPOS APARECEM SOMENTE APÓS 10 DIAS CANCRO DURO

 PRIMEIRO A REAGIR É O FTA-Abs – se der não reagente, peça outro daqui 30 dias
 SE FOR PESSOA QUE JÁ TEVE, peça VDRL. Se a titulação estiver 2 títulos acima da titulação de
cura, ele se reinfectou

Primária: lesão (cancro) 1 mês após


ato sexual
Leão regride em 1 mês sem
dor/sem cicatriz
Sífilis secundária

 Aparece 1 mês após a regressão do cancro duro


 Manifestações cutâneas
 Agora anticorpos são reagentes
 TITULAÇÃO ALTA VDRL (não treponêmico)
 APÓS tratamento, testes treponêmicos vão permanecer reagentes o resto da vida
(FTA-Abs) e o teste não treponêmico (VDRL) vai variar:
VDRL se torna não reagente OU VDRL permanece com titulação baixa vida toda
Sífilis latente

 Se não houver tratamento, apos o desaparecimento dos sinais e sintomas da


infecção,
a sífilis entrará no período latente, considerado recente no primeiro ano e tardio após
esse período.
 A sífilis latente não apresenta qualquer manifestação clínica.
 Testes que detectam anticorpos permanecem reagentes, e observa-se uma diminuição
dos títulos nos testes não treponêmicos quantitativos.
 O diagnóstico da sífilis latente e baseado na história do individuo e na combinação de
resultados dos testes.
Sífilis terciária

 Neste estágio, os testes que detectam anticorpos habitualmente são reagentes,


principalmente os testes treponêmicos (FTA Abs), e os títulos dos testes não
treponêmicos (VDRL) tendem a ser baixos.
 A sífilis terciária atinge pele e órgaos internos.
 O diagnóstico deve ser baseado na investigação dos órgãos.
Interpretação dos testes

-Caso ocorra a soroconversão na pessoa -Apos o tratamento, pode ocorrer a negativação dos
com sífilis primária, o esperado e o testes não treponêmicos, entretanto a negativação dos
achado de títulos baixos nos testes não testes treponêmicos é rara.
treponêmicos (VDRL) e reatividade nos
testes treponêmicos (FTA-Abs)
-A possibilidade da completa negativacao dos
testes imunologicos e diretamente
proporcional a precocidade do diagnostico e do
tratamento.
-Quanto mais precocemente a sífilis for
diagnosticada, maior será a possibilidade do
corpo ainda não ter produzido quantidades - Quanto mais tardio for o tratamento, maior será a
suficientes de anticorpos para serem possibilidade do resultado do teste permanecer
detectados por testes imunologicos reagente para sempre, porem os títulos encontrados
(soroconversao), ou seja, os resultados serão títulos baixos (entre 1:2 a 1:4) nos testes não
desses testes não serão reagentes, embora treponêmicos, e reatividade nos testes
seja sifilis. treponêmicos.
Sífilis em gestante

 Caracteriza-se por sífilis congênita precoce, aquela que se manifesta antes dos dois primeiros
anos de vida, e por sífilis congênita tardia, aquela que se manifesta apos os dois anos de vida
(AVELLEIRA, 2006; BRASIL, 2015)
 Para o diagnostico de sífilis em gestante, podem ser utilizados os testes treponêmicos rápidos
ou os testes treponêmicos convencionais (Elisa, FTA-Abs, TPHA, dentre outros) e os não
treponêmicos (VDRL, RPR, TRUST, dentre outros).
 Devem ser testadas primeiro, segundo e terceiro trimestre de gestação (eram 1º e 3º).
Tratamento adultos

Estadiamento Penicilina G Benza Intervalo entre doses Controle da cura


Sífilis Primária 1 série total 2.400.000 Dose única VDRL mensal
UI
Sífilis Secundária ou 2 séries total 1 semana VDRL mensal
latente menos 1 ano 4.800.000 UI
Sífilis Terciária ou 3 séries total 1 semana VDRL mensal
mais 1 ano ou 7.200.000 UI
duração ignorada
Tratamento sífilis congênita

 Primeiros 7 dias de vida:

Penicilina G cristalina 50.000 UI/kg/dose EV a cada 12 horas


 Do 8º ao 17º dia de vida:

Penicilina G cristalina 50.000UI/kg/dose EV a cada 8 horas ou Penicilina procaína


50.000UI/kg IM 1x/dia durante 10 dias.

Seguimento ambulatorial e VDRL 1,3,6,12,18 e 24 meses

Guia bolso doenças infecciosas e parasitárias Ministério Saúde


Sífilis: diagnóstico e tratamento. Avelleira JCR e Bottino G. Anais Bras Dermatologia. 2006
Manual técnico para diagnóstico da sífilis. Ministério da saúde.
Barros Na.et al. Neurossífilis: revisão. Arquivos de medicina. 19(3), 2005

Você também pode gostar