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FERIDAS E

CURATIVOS
PELE

 Maior órgão do corpo humano;


 Representa cerca de 15% do peso corporal;

 Apresenta grandes variações em sua extensão.


FUNÇÕES DA PELE

 Proteção: Barreira física.
 Sensibilidade: Dor, pressão calor e frio.
 Termorregulação: Vasoconstrição, vasodilatação,
sudorese.
 Excreção: Eletrólitos e água
 Metabolismo: Síntese de vitamina D e formação
óssea
 Imagem Corporal: Detalha a aparência
FERIDA X ÚLCERA

Ferida: É caracterizada pela perda da continuidade dos
tecidos, podendo ser superficial ou profunda, que deve se
fechar em até seis semanas.

Úlcera: A “FERIDA” se torna uma úlcera após seis
semanas de evolução sem intenção de cicatrizar.
CLASSIFICAÇÃO
1. COMPROMETIMENTO TECIDUAL.

 Quanto à localização anatômica;
 Quanto ao tamanho, comprimento, largura,
profundidade e formação de túneis;
 Aspectos do leito da ferida e pele circunjacente;
 Drenagem, cor e consistência;
 Dor ou hipersensibilidade e temperatura
2.. COMO FORAM PRODUZIDAS


* CONTUSAS: Produzido por objeto rombo
traumatismo das partes moles, hemorragia.

* INCISAS: Produzidas por um instrumento cortante.
Feridas limpas geralmente fechadas por sutura.

* LACERADAS: com margens irregulares

* PERFURANTES: Pequenas aberturas na pele
3. GRAU DE CONTAMINAÇÃO.
  
1.LIMPAS
Sem presença de infecção. Lesão sem exsudato ou com
pequena quantidade de exsudato de cor clara ou transparente.
 2. CONTAMINADAS
Presença de bactérias e outros microrganismos, com presença
transitória ao tecido, sem
presença de infecção instalada. Não há sinais flogísticos.
  3. INFECTADAS
Presença e a multiplicação de bactéria e outros
microrganismos associado a um quadro infeccioso já
instalado, há presença dos sinais flogísticos.
4. QUANTO AO TIPO DE TECIDO
 NECRÓTICO
A) Escaras: De coloração marrom ou preta escara é
descrito como uma capa de consistência dura e seca.
 B)Esfacelos( Slough): De cor amarelada ou cinza;
descrita de consistência mucoide e macia; pode ser
frouxo ou firme a sua aderência no leito da ferida;
formado por fibrina(concentração de proteína)e
fragmentos celulares.
 C) Tecido de Granulação: Aumento da vascularização é
um tecido de cor vermelho vivo. Recebe este nome
porque parece granular.

D) Tecido de Epitelização: Redução da vascularização e
um aumento do colágeno, contração da ferida. Tecido
róseo.
ÚLCERAS E SEUS TIPOS
 1- Úlcera Venosa
 causadas por uma disfunção nas válvulas venosas. O sangue não é
suficientemente retornado para o coração. Isto leva a uma maior
pressão venosa, que pode causar edema. Além disso, o aumento
do nível de fluido entre as células pode resultar em morte celular,
levando a úlceras. É por isso que a terapia de compressão é uma
parte essencial do tratamento de úlceras venosas.
Características:
 Localizadas na área frontal da perna
 Formato irregular
 Pulso pedioso normal
 Pigmentação de cor castanha na área da pele periulceral
(muitas vezes com eczema)
 2- Úlcera Arterial

Causadas por fornecimento insuficiente de sangue para a perna


ou pés devido à arteriosclerose. A redução do suprimento de
oxigênio e nutrientes para as células pode resultar na morte do
tecido, que, por sua vez, leva a úlceras. O paciente pode
precisar de cirurgia vascular. É importante notar que as úlceras
arteriais de perna não devem ser tratadas com a terapia de
compressão.
Características:
 Localizados na área do tornozelo e nos pés
 Forma bastante regular
 Pele periulceral atrofiada e pálida
 Pulso  ausente
 Edema
 Pelo ausente devido lesão dos anexos da pele
 Alteração de temperatura do órgão lesado.
ULCERA MISTA

4- Úlcera Neuropática: Presença de lesão em
terminações nervosas periféricas,
principalmente em membros inferiores.
 5- Úlcera (LESÃO) por Pressão: Lesão de pele causada
pela interrupção sanguínea em uma determinada área, que se
desenvolve devido a uma pressão aumentada por um período
prolongado.
ESTADIAMENTO
 ESTÁGIO 1
 A pele está intacta, mas se observa vermelhidão e um
pouco de ulceração de pele.
 ESTÁGIO 2
 Neste estágio existe perda de tecido. A úlcera ainda é
superficial, atingindo
epiderme e derme. E pode apresentar-se como abrasão, uma
espécie de queimadura, bolha ou uma cratera rasa.
 ESTÁGIO 3
 Perda de todas as camadas da pele, sendo a   epiderme, derme
e tecido subcutâneo, podendo ter ou não tecido necrótico.
 ESTÁGIO 4
 Além da perda de todas as camadas da pele, existe ainda
comprometimento do tecido muscular, ósseo, ligamentos,
tendões, com o aparecimento de crateras e túneis.
 ESTÁGIO 5
 Não há mensuração

 Esfacelos, tecido necrótico e não pode ser classificada.


  Fases do Processo de Cicatrização:
Alguns autores dividem este processo em 3 fases:
1. Inflamatório
2. Proliferativo
3.  Remodelação (maturação).
Outros autores o dividem em 5 fases:
1. Coagulação,
2. Inflamação,
3. Proliferação,
4. Contração da ferida
5.  Remodelação
(maturação).
 INFLAMATÓRIA – 3 dias
 PROLIFERATIVA – 3 a 24 dias; neoangiogênse;
epitelização
 MATURAÇÃO – remodelação; pode durar anos.
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO
 1° INTENÇÃO – facilmente fechadas, pouco destruição
de tecidos, ferida limpa.

 2° INTENÇÃO – reparação mais demorada, bordas não


foram aproximadas, perda alta de tecido, há infecção
geralmente.

 3° INTENÇÃO – aproximação das margens depois de


tratamento inicial.
CURATIVOS

Definição: É um meio que consiste na limpeza e aplicação de uma
cobertura estéril em uma ferida.

Objetivos:
 Tratar e prevenir infecções;
  Eliminar os fatores desfavoráveis que retardam a cicatrização,
aumentando os custos do tratamento.
 Diminuir infecções cruzadas, através de técnicas e
procedimentos corretos.

A escolha do curativo dependerá:
  A etiologia e localização da lesão;
 Tamanho de ferida
 Condições clínicas
 Fases do processo de cicatrização.
TIPOS DE CURATIVOS:

 Os curativos também podem ser classificados em:


♦ Simples ou aberto: as feridas são limpas com antissépticos e é aplicada uma
medicação. A lesão não é coberta.

♦ Oclusivos: neste tipo de curativo, as feridas não ficam expostas. Há três tipos:
a) Secos: coloca-se uma camada de gaze e se prende com esparadrapo ou atadura.
b) Úmido: é aplicado para que as bactérias sejam removidas, assim como as
células descamadas e as crostas. A ferida é então coberta com gaze umedecida.
c) Compressivos: um curativo compressivo tem a função de interferir na
hemostasia sanguínea. Esse curativo compressivo tem quatro camadas: uma de
proteção, uma absorvente, a de compressão e a de fixação.

♦ Contensivos: neste tipo de curativo os recursos são utilizados para aproximar as


bordas das feridas.
NORMAS TÉCNICAS

 Ferida limpa: Limpar a ferida de dentro para fora.


 Ferida Contaminada: Limpar a ferida no sentido de fora para
dentro.
 Curativos úmidos não são indicados em locais de cateteres,
introdutores, fixadores externos e drenos.
 A solução fisiológica 0,9%( SF 0,9%) é indicada para
limpeza e tratamento de feridas com cicatrização por 2ª ou 3ª
intenção, porque limpa e úmida a ferida, favorece a formação
de tecido de granulação e amolece os tecidos desvitalizados.
 A manutenção de calor local é importante no processo de
cicatrização;
 Quando o cliente necessitar de vários curativos, iniciar
pela lesão limpa, seguindo-se as mais infectadas;
 Nas feridas com exsudato ou com suspeita de infecção,
antes do curativo, deve-se colher uma amostra de material
para bacterioscopia;
 Para feridas limpas as mãos devem ser lavadas com
solução antisséptica antes e após o curativo, realizar
limpeza com solução estéril e aplicar cobertura estéril.
O desbridamento envolve a remoção de tecido necrótico, para
permitir a regeneração do tecido saudável subjacente.
Dependendo do tipo de lesão, pode ser usada uma combinação
de técnicas de desbridamento
.
Tipos de Desbridamento
 Desbridamento instrumental: Pode ser conservador ou
cirúrgico.

 Conservador: Retirada seletiva do tecido, onde se retira
apenas o tecido desvitalizado, preservando o tecido vivo.
 Cirúrgico: Retirada maciça de material necrosado ou
desvitalizado
  Desbridamento mecânico:  Não seletivo, consiste em
remover tecidos necrosados e corpos estranhos, feito por
fricção com gaze ou esponja macia, ou através do uso de
instrumentos.
 Desbridamento autolítico:  A autólise aproveita a
capacidade do corpo de dissolver o tecido morto
utilizando a própria umidade e as enzimas. Curativos
úmidos especiais seguram os fluidos da ferida em
contato com o tecido necrótico, até que ele se liquefaça,
o tecido necrosado é então removido com o curativo. A
vantagem do desbridamento autolítico é que ele utiliza
os sistemas do próprio corpo para limpar a ferida. O
processo envolve pouco ou nenhum desconforto para o
paciente.
AGE
FILME TRANSPARENTE
HIDROCOLÓIDE
CARVÃO ATIVADO
ESPUMA DE POLIURETANO
SULFADIAZINA DE PRATA 1%
HIDROGEL
KOLAGENASE
PAPAÍNA
ALGINATO DE CÁLCIO
POVEDINE TÓPICO
SF
SONDAGEM
GASTROINTESTINAL
 SONDA NASOGÁSTRICA
 Estômago;
 Curta duração;

 30 dias;

 Utilizada para drenagem.

 SONDA NASOENTERAL
 Muito utilizada;
 Permanece mais tempo;

 Gavagem.
COFEN, 2014

 Atividade privativa do ENFERMEIRO;

 TÉCNICO DE ENFERMAGEM – auxilia.


POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES
 Aspiração pulmonar;
 Diarreia (reflexo gástrico retartado);

 Constipação;

 Oclusão da sonda;

 Deslocamento da sonda (tosse, vômito, má fixação).


SONDA DE LEVINE (LEVIN) - SNG
CURTAS:
coleta de
material.

LONGAS:
gavagem.

Numeração 10, 12, 14, 16, 18


FINALIDADES
 Irrigação – Lavagem gástrica;
 Descompressão;

 Aspiração;

 Administração de alimentos e medicamentos - gavagem;


 SNG Aberta X Fechada
– Sonda Nasogástrica Aberta: Quando o objetivo é drenar líquidos
intra-gástrico, a saber: esverdeado (bile), borra de café (bile + sangue),
sanguinolenta (vivo, escuro), amarelado. Sonda Levine nº 20 ou 22.
Podemos exemplificar cirurgias onde no pós operatório se deseja o
repouso do sistema digestivo e também em casos de intoxicação
exógena, onde o conteúdo ingerido precisa ser removido rapidamente.

– Sonda Nasogástrica Fechada: Utilizada com finalidade de


alimentação, quando por alguma razão o paciente não pode utilizar a
boca no processo de digestão. Ex: câncer de língua, anorexia, repouso
pós- cirúrgico. Sonda Levine nº 16 ou 18.
SONDA DE DOBBHOFF
Fabricadas em poliuretano e silicone;
Fio guia metálico;
Ponta radiopaca - tungstênio (posicionamento pilórico e confirmação
através do raio x);
SONDA NASOENTERAL

 Dura até 90 dias – poliuretano;


 6 meses – silicone;

 Deixar paciente em DLD por 2 horas;


 Só pode se alimentar/medicar após confirmação raio x.
VEJAM O VÍDEO
 https://www.youtube.com/watch?v=u56wwAPzt3E
MATERIAIS NECESSÁRIOS
 LUVAS
 AMPOLA DE SF 0,9%

 GAZE

 SONDA DE ASPIRAÇÃO

 FITA HIPOALERGÊNICA/ESPARADRAPO/MICROPORE

 XILOCAÍNA/LIDOCAÍNA GEL

 SERINGA 20 ML

 ESTETOSCÓPIO

 BANDEJA
MEDIR DISTÂNCIA NEX
 NARIZ
 LÓBULO DA ORELHA

 APÊNDICE XIFÓIDE

 SNE – até cicatriz umbilical


 O paciente deve estar sentado com a cabeça inclinada em direção ao peito.
 
 A sonda é introduzida em uma das narinas e avançada horizontalmente. 

 Se qualquer resistência for oferecida, a narina contralateral deve ser


usada. 

 Quando a sonda atinge a nasofaringe posterior, o paciente pode senti-la


como engasgos.

 O mecanismo de deglutição do paciente ajuda a passagem da sonda para o


esôfago e em sequência para o estômago ou jejuno. 

 O paciente pode ser solicitado a engolir à medida em que a sonda avança.


ATENÇÃO!!!
 Dor e vômito após a sonda ser introduzida indicam obstrução da
sonda ou posicionamento incorreto.

 Irrigar a sonda antes e depois de usada para administração de


medicamentos e alimentação.
 Fazer relatório de enfermagem;
 Data, hora;

 EG;

 Via, tipo da sonda e finalidade;

 Tolerância do paciente;

 Aspecto do conteúdo gástrico;

 Registrar se a sonda foi trocada/reposicionada.


CATETERISMO VESICAL

Consiste na introdução de um tubo de plástico ou borracha na bexiga pela


uretra.

Assegura a eliminação contínua da urina no paciente incapaz de controlar a


micção ou com obstrução do fluxo urinário.
INDICAÇÕES:

- quando o paciente está impossibilitado de urinar;

- colher urina asséptica para exames;

- preparo pré-parto, pré-operatório e exames pélvicos


(quando indicados);

- incontinência urinária.
MODALIDADES:

 Cateterismo intermitente – Alívio;

 Cateterismo Vesical de Demora – Foley;

 Cateterismo Supra-Púbica – Cistostosmia;

 Cateter em forma de preservativo – Uripen.


CUIDADOS IMPORTANTES

Nos casos de
retenção urinária de
qualquer origem,
quando o objetivo
for a sondagem de
alívio , deve-se
antes executar
medidas
estimulando a
micção
espontânea!!!
 Irrigaros genitais com água morna;
 Colocar bolsa de água quente na região supra-
púbica;
 Abrir torneiras, chuveiro ...;
 Molhar mãos e pés;
SONDAGEM INTERMITENTE
 Alívio para uma retenção urinária aguda;
 Determinação do resíduo urinário;

 Obtenção de uma amostra de urina para exame


laboratorial;
 Instilação intravesical de medicamentos;

 Exploração da uretra.
SONDAGEM VESICAL DE DEMORA

 Foley
 Desviar alguma obstrução que impeça o fluxo urinário;

 Dura 30 dias;

 Prevenir obstrução da uretra por coágulos;

 Controle da diurese em paciente comatoso e graves;

 Possibilitar irrigação contínua da bexiga.


CATETER EM PRESERVATIVO
 Uripen;
 Sexo masculino;

 Comatosos ou incontinentes;

 Diariamente deve ser retirado para higienização;

 Descartável ou reutilizável.
SONDAGEM SUPRAPÚBICA
 Cistostomia;
 conexão criada cirurgicamente entre a bexiga urinária e a pele a
qual é utilizada para drenar urina da bexiga em indivíduos com
obstrução do fluxo urinário normal;
 procedimento muito semelhante ao cateterismo vesical normal
(através da uretra) sendo que para alguns apresenta menos riscos
que aquele;
CUIDADOS NA SONDAGEM
 Antissepsia rigorosa na genitália externa;
 Luvas estéreis;

 Cateteres estéreis e calibre adequado;

 Manipulação cuidadosa.

 CUIDADO EM TRAUMATISMOS NA URETRA


 ALTO ÍNDICE DE ITU
MATERIAL
 Bandeja contendo:
- pacote de cateterismo estéril - lubrificante (xilocaína gel)
com:
- cuba rim - comadre coberta
- campo fenestrado
- pinça - biombo
- gazes
- seringa de 20cc - água destilada
- um pacote de luva estéril
- extensão de sonda mais saco
- sonda vesical apropriada estéril coletor

- frasco com clorexidina - esparadrapo


degermante
OBRIGADA!

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