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QUEIMADURAS

QUEIMADURAS

“As queimaduras são causadas por diferentes agentes


etiológicos (térmicos, elétricos, radioativos, químicos e
biológicos), nos diferentes ambientes (doméstico e profissional),
acidentalmente ou em situações como suicídio e violência.”
CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS

PRIMEIRO GRAU

• Lesões na epiderme
• Eritema e dor local
CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS

SEGUNDO GRAU:

• Lesões na epiderme e parte


da derme
• Eritema, dor local e formação
de bolhas
CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS

TERCEIRO E QUARTO GRAUS:

• Lesões da epiderme, derme,


hipoderme, quando atingem
músculos e tendões pode-se
considerar quarto grau.
• Lesão seca e branca, com aspecto
de couro
GRAVIDADE DAS QUEIMADURAS

QUEIMADURAS GRAVES QUEIMADURAS QUEIMADURAS


MODERADAS LEVES
PRIMEIRO GRAU Afetam mais de 75% da Entre 20-75% da superfície Menos de 20% da
superfície corporal. corporal. superfície corporal.
SEGUNDO GRAU Afetam mais de 30% da Entre 15-30% da superfície Menos de 15% em
superfície corporal em corporal em adultos, e 10- adultos, e menos
adultos, e mais de 20% em 20% em crianças. de 10% em crianças.
crianças.
TERCEIRO GRAU Afetam mais de 10% da Entre 2-10% da superfície Menos de 2% da
superfície corporal em corporal, excluindo o superfície corporal.
adultos, e mais de 2-3% rosto, mãos, pés e região
em crianças. genital.
GRAVIDADE DAS QUEIMADURAS

QUEIMADURAS GRAVES QUEIMADURAS QUEIMADURAS


MODERADAS LEVES
OUTROS TIPOS Queimaduras que envolvem o
rosto, mãos, pés ou área
genital; queimaduras complicadas
por lesões no trato respiratório.
Outras lesões ou fraturas
importantes; de qualquer grau em
vítimas com condições patológicas
preexistentes; a maior parte das
queimaduras químicas; todas as
queimaduras elétricas.
CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS

• Diversos métodos podem ser aplicados para o cálculo da


extensão da área queimada.
• A Tabela de Lund-Browder é utilizada nos serviços
especializados, por ser bastante precisa e aplicada em
adultos e crianças.
• Outro método utilizado em vítimas onde as áreas queimadas
estão mais próximas, porém sem muita precisão, é a Regra
dos Nove, elaborada por Wallace e Pulaski.
CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS

TABELA DE LUND-BROWDER
CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS

TABELA DE LUND-BROWDER
CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS

REGRA DOS NOVE DE WALLACE E PULASKI


CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS

REGRA DOS NOVE


de Wallace e Pulaski
CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS

MÉTODO DA SUPERFÍCIE PALMAR

A palma da mão da vítima é


igual a aproximadamente 1% da
superfície corporal,
independente da idade.
TRATAMENTO DE QUEIMADURAS

• No local da queimadura ocorre edema, diminuição do fluxo


sanguíneo e instalação de processo infeccioso.
• Em nível sistêmico, o extravasamento de líquidos e
proteínas do compartimento intravascular compromete a
perfusão de órgãos nobres, justificando a mortalidade dessas
vítimas.
• É importante que a equipe multiprofissional de saúde
conheça como ocorreu e a causa da queimadura.
TRATAMENTO DE QUEIMADURAS

• A vítima pode sofrer lesões associadas ao momento da fuga ou


explosões, levando ao trauma de órgãos internos.

• Para o atendimento da vítima de queimadura, é necessário


seguir as etapas do ABCDE identificando lesões com risco de
vida ou lesões incapacitantes, acrescentando a este
atendimento a observação de algumas particularidades
relacionadas ao cliente queimado que poderão auxiliar na
escolha e/ou indicação do tratamento.
TRATAMENTO DE QUEIMADURAS

A - Via aérea
A presença de edema de laringe e das cordas vocais,
expectoração carbonácea, fuligem na orofaringe,
chamuscamento dos cílios e das vibrissas nasais e
rouquidão são sinais de queimaduras das vias aéreas,
sendo importante a sua avaliação para possível
necessidade de via aérea definitiva.
TRATAMENTO DE QUEIMADURAS

B – Respiração
Na presença de lesão circunferencial, a expansibilidade
do tórax pode estar comprometida, necessitando da
realização de escarotomia.
Vítimas de explosão, além da queimadura, podem
apresentar traumatismo torácico.
TRATAMENTO DE QUEIMADURAS

Lesão circunferencial:

Necessita de escarotomia
TRATAMENTO DE QUEIMADURAS

C – Circulação
Os parâmetros hemodinâmicos devem ser monitorados,
devido ao risco de choque hipovolêmico, sendo
importante também o controle do débito urinário através
do cateterismo vesical.
TRATAMENTO DE QUEIMADURAS

D - Avaliação neurológica
A alteração do nível de consciência pode estar presente
em vítimas de queimaduras com TCE associado, hipóxia
devido comprometimento da via aérea ou pelo quadro de
choque.
TRATAMENTO DE QUEIMADURAS

E - Exposição e controle da hipotermia


O tratamento a ser instituído dependerá da avaliação das
lesões quanto à extensão e profundidade e presença de
lesões circunferências de extremidades.
Existe uma predisposição maior para quadros de
hipotermia, sendo necessário o aquecimento do
ambiente, pois não é possível a utilização de mantas
sobre o corpo.
TRATAMENTO DE QUEIMADURAS

F – Fluídos
A infusão de fluidos e eletrólitos por meio de acesso
venoso é indicada em razão da perda significativa de
líquidos.
É muito importante uma vez que o queimado pode sofrer
hipovolemia pela formação de edema, bem como pela
evaporação de líquidos do local queimado.
TRATAMENTO DE QUEIMADURAS

Reposição de Fluídos

Cálculo do volume de reposição de líquidos em 24 horas:

4ml x kg x % da área total queimada


TRATAMENTO DE QUEIMADURAS

Reposição de Fluídos
Cálculo do volume de reposição de líquidos em 24 horas:

• Infundir metade do volume total nas primeiras 8 horas;


• O restante do volume da 8ª até a 24 horas.
TRATAMENTO DE QUEIMADURAS

Reposição de Fluídos
Exemplo:
Um homem teve 30% do total do corpo acometido por
queimaduras de 3º grau. Qual a quantidade de líquidos a
serem repostos?

4ml x kg x % da área total queimada


TRATAMENTO DE QUEIMADURAS

macrogotas
Reposição de Fluídos

Cálculo de gotejamento

• G = Gotejamento (gts/min) microgotas


• V = Volume da solução (ml)
• T = Tempo (horas)
TRATAMENTO DE QUEIMADURAS

macrogotas
Reposição de Fluídos
Exemplo:

Uma solução de 120 ml precisa ser infundida, via


endovenosa em 30 minutos. Quantas gotas por minuto
serão administradas?
a) 80 b) 130 c) 90 d) 60
TRATAMENTO DE QUEIMADURAS

• Os procedimentos em cliente com lesões por queimaduras são


dolorosos, como o transporte, curativo e mobilização para
exames, sendo fundamental que o técnico de enfermagem fique
atento ao tratamento e controle da dor.
• Na lesão de primeiro grau, a hidratação local pode contribuir
com a analgesia, além da medicação via oral ou intramuscular.
• Deve-se ter cuidado com aplicação de compressas frias, pois
estas podem causar hipotermia.
TRATAMENTO DE QUEIMADURAS

• A limpeza das lesões é realizada no atendimento inicial com


solução fisiológica e sabão, retirando todo tecido desvitalizado
e necrosado, mantendo-a ocluída com curativo estéril.
• Nas lesões mais profundas, os curativos devem ser trocados
diariamente a fim de evitar contaminação da lesão.
• Nas queimaduras superficiais, os curativos podem ser feitos a
cada dois dias seguindo o protocolo da instituição ou mediante
prescrição médica.
TRATAMENTO DE QUEIMADURAS

• Quando o cliente apresentar uma lesão de terceiro


grau, é necessário estabilizá-lo e encaminhá-lo a um
centro especializado no atendimento de queimados.
• É importante também o posicionamento dos membros e
da cabeça a fim de evitar a formação de contraturas.
• A temperatura do ambiente deve ficar em torno de
42ºC, devido à impossibilidade de utilizar mantas para
prevenir a hipotermia.
TRATAMENTO DE QUEIMADURAS

• Providenciar ou orientar a profilaxia antitetânica com a


vacina dT ou imunoglobulina.
• É importante registrar todo o tratamento.
• Ao transferir o cliente para a unidade de queimados,
ter muito cuidado na passagem das informações.
• A informação é um aspecto importante para a
segurança do paciente.
QUEIMADURAS ELÉTRICAS

• A passagem da corrente elétrica através do corpo


provoca lesões teciduais profundas.
• A destruição maciça de tecido muscular libera potássio e
mioglobina na corrente sanguínea.
• O potássio, em níveis elevados, predispõe a arritmias, e
a mioglobina, a insuficiência renal devido à sua
toxicidade.
GRAVIDADE DO CHOQUE ELÉTRICO

• Voltagem e amperagem da corrente


• Tempo de exposição ao choque
• Percentual de umidade da vítima
• Extensão da superfície corporal em contato
• Grau de isolamento da vestimenta
• Área do corpo atingida
• Tipo de corrente (CC ou CA)
QUEIMADURAS ELÉTRICAS
QUEIMADURAS ELÉTRICAS
QUEIMADURAS ELÉTRICAS

• Nas queimaduras elétricas, é preciso ficar atento quanto aos


parâmetros vitais, priorizando a monitoração cardíaca e acesso
venoso calibroso para infusão de volume que, neste caso, tem
como objetivo estimular o rim a eliminar a mioglobina.
• Observe se o paciente apresenta débito urinário acima de 100
ml/hora no adulto ou 1 ml/kg na criança.
• Um cateter vesical de demora deve ser inserido para controle do
débito urinário e para a identificação da mioglobinúria, situação
em que a urina apresenta cor de Coca-Cola.
QUEIMADURAS ELÉTRICAS
Lesões por Raios

• Causa de morte mais comum: PCR.


• Pressupor que a vítima atingida por um raio sofreu
múltiplas lesões.
• Uma pessoa atingida por um raio não retém a carga
elétrica, portanto, é seguro tocá-la e trata-la.
• LESÕES MAIS COMUNS: sistema nervoso, pele e
coração e sistema circulatório.
Prevenção de Lesões Causadas por Raios

• Afastar-se de objetos que tendem a conduzir eletricidade


(água ou qualquer objeto metálico).
• Evitar aglomeração de pessoas.
• Procurar abrigo.
• Evitar os pontos mais altos da área.
• Se estiver dentro de um carro, permaneça dentro dele.
• Sensação de arrepio nos cabelos é indicativo da
iminência de um raio.
• Nunca se deite no chão.
Estudo Dirigido

1- Como são classificadas as queimaduras em relação ao tipo?


2- Quais são os tipos de classificações de queimaduras em relação a
área queimada?
3- Para o atendimento da vítima de queimadura quais são as etapas
seguidas?
4– Quanto de líquidos devem ser infundidos no paciente vítima de
queimadura em 24 horas?
5 - Causa de morte mais comum em lesões por raios?

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