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30/03/2019

UNIFACISA - FCM
CURSO: MEDICINA
DISCIPLINA: BIOQUÍMICA MÉDICA
PROFª: DRª RAFAELA S. SOARES MACIEL

REGULAÇÃO DA GLICOSE
(ESTADO ALIMENTADO E JEJUM)
DIABETES TIPO I E II

REGULAÇÃO DOS NÍVEIS SANGUÍNEOS DE GLICOSE

 Quatro tecidos principais exercem função dominante no metabolismo energético;


Tec. adiposo

Encéfalo
Fígado

Músculo

 Cada órgão é especializado no estoque, uso e produção de “combustíveis”


específicos;
 Formam uma rede integrada, na qual cada tecido pode fornecer substrato ao outro;

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REGULAÇÃO DOS NÍVEIS SANGUÍNEOS DE GLICOSE

Tec. adiposo

Encéfalo
Fígado

Músculo
 A comunicação é mediada através:
 Sistema Nervoso;
 Disponibilidade de substratos circulantes;
 Variação nos níveis de hormônios plasmáticos: Insulina e Glucacon;
 Além das catecolaminas adrenalina e noradrenalina.

INSULINA E GLUCAGON

 Insulina → Hormônio polipeptídico → células β do pâncreas


 A secreção é estimulada pelo ↑glicemia
 A secreção é inibida pelo ↑ adrenalina

 Glucagon → Hormônio polipeptídico → células α do pâncreas


 A secreção é estimulada pelo ↓glicemia e ↑ adrenalina
 A secreção é inibida pelo ↑ insulina

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INSULINA E GLUCAGON

INSULINA GLUCAGON

Glicogênese Glicogenólise
Gliconeogênese
Cetogênese
Glicogenólise
Gliconeogênese
Cetogênese Glicogênese

ESTADO ALIMENTADO

 Também chamado de pós-prandial;


 Aumento de secreção de insulina;
 Ocorrendo aumento plasmático de
glicose, aminoácidos e triacilgliceróis;

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ESTADO ALIMENTADO

FÍGADO
 Posição especial para processar e distribuir os nutrientes
(sistema porta hepático)
 Metabolizados
 Armazenados
 Transportados para outros tecidos

ESTADO ALIMENTADO

FÍGADO
 Aumento da fosforilação da glicose → glicose 6-P (pela glicocinase, que não é inibida
pelo produto);
 Aumento da síntese de glicogênio (estoque de glicose)
 Ativação da glicogênio-sintase por ↑insulina
 Regulação alostérica ↑ glicose 6-P

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ESTADO ALIMENTADO

FÍGADO
 Aumento da atividade da via das pentoses-fosfatos
 Aumento da glicólise
 Significativo apenas em refeição rica em carboidratos
 ↑ da razão insulina/glucagon

 Diminuição da gliconeogênse
 ↑ da razão insulina/glucagon

ESTADO ALIMENTADO
TECIDO ADIPOSO

 Aumento do transporte de glicose para os adipócitos


 Através de GLUT-4 (insulina dependente)
 ↑ insulina

 Aumento da atividade da via das pentoses-fosfatos


 Aumento da glicólise
 Para fornecer substratos para outras vias (ex: glicerol-fosfato para
síntese de triacilglicerol)

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ESTADO ALIMENTADO

TECIDO MUSCULAR

 Aumento do transporte de glicose para as células musculares


 Por GLUT-4 sendo fosforilada pela hexocinase, formando glicose 6-P
e metabolizada para produção de energia;
 Aumento da síntese de glicogênio
 ↑ insulina
 Especialmente se as reservas estiverem esgotadas por exercícios.

ESTADO ALIMENTADO

ENCÉFALO

 Utiliza exclusivamente glicose como fonte de energia, oxidando


completamente em CO2 e H2O;
 Contém quantidade insignificante de glicogênio, dependendo
completamente da disponibilidade de glicose no sangue.

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ESTADO ALIMENTADO

ESTADO DE JEJUM

 Inicia quando não há alimento ingerido após o


estado absortivo.
 Redução de secreção de insulina e consequente
aumento de secreção de glucagon;
 Ocorrendo redução plasmática de glicose,
aminoácidos e triacilgliceróis;
 ↓ da razão insulina/glucagon
 ↓ dos substratos circulantes

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ESTADO DE JEJUM

 Acontece uma intensa troca de substratos


entre os tecidos, para suprir duas situações:
1 - necessidade de manter os níveis plasmáticos
de glicose, para produção de energia;
2 - necessidade de mobilizar ácidos graxos (tec.
adiposo), sintetizar e liberar corpos cetônicos
(fígado) para suprir energicamente outros
tecidos;

ESTADO DE JEJUM

FÍGADO
 Aumento da degradação do glicogênio (glicogenólise);
 ↑glucagon
 ↓da razão insulina/glucagon
 Aumento da gliconeogênese
 Subsequente liberação de glicose para circulação;

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ESTADO JEJUM
TECIDO ADIPOSO

 Redução do transporte de glicose para os adipócitos (GLUT-4)


 ↓ insulina

 Redução da síntese de ácidos graxos e TAG.

ESTADO JEJUM

TECIDO MUSCULAR

 Em repouso a principal fonte de energia são os ácidos graxos,


porém no exercício usa inicialmente glicogênio;
 Redução do transporte de glicose para as células musculares
(GLUT-4)
 ↓ insulina
 Redução da síntese de glicogênio;

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ESTADO JEJUM
ENCÉFALO

 Nos primeiros dias de jejum, continua utilizando exclusivamente


glicose como fonte de energia;
 ↑gliconeogênese

 No jejum prolongado (2-3 semanas)


 ↑corpos cetônicos no plasma e juntamente com a glicose (vinda da
gliconeogênese) se tornam a fonte de energia do encéfalo;
 ↓do catabolismo proteico para gliconeogênese

ESTADO JEJUM

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ESTADO ALIMENTADO X ESTADO JEJUM


↑ Glicose, aa e ác.graxo Ausência de nutrientes
Intestino e sistema sanguíneo
↑ Glicose, aa no sangue ↓ Glicose, aa no sangue

↑ Insulina ↓Glucagon Pâncreas ↓ Insulina ↑ Glucagon

↑ Síntese de TAG Tecido adiposo ↑ Liberação dos ác. graxos


Captação de glicose produzidos por TAG

↑ Síntese de glicogênio ↑ Liberação de glicose produzida


Fígado
Síntese de ác. graxos pela glicogenólise e gliconeogênese
Síntese de TAG Liberação de corpos cetônicos

↑ Captação de glicose ↑ Utilização de ác graxos


Músculo
Síntese de glicogênio e corpos cetônicos
Síntese proteica Liberação de aminoácidos
Encéfalo
Glicose oxidada (CO2 e H2O) Glicose e corpos cetônicos oxidados
(CO2 e H2O)

NÍVEIS DE GLICOSE SANGUÍNEA NO ESTADO ALIMENTADO

 Após uma refeição rica em carboidratos, a glicose se eleva no período de 30 – 60min

Glicose de jejum 80 -99 mg/L → 120 - 140 mg/L

 O aumento da glicose estimula as células β pancreáticas para liberar insulina


 Dependendo do conteúdo da refeições, os níveis de glucagon podem aumentar ou
diminuir;
↑Carboidratos → ↓ glucagon ↑ Proteínas → ↑ glucagon

Balanceada → glucagon constante e ↑ insulina

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NÍVEIS DE GLICOSE SANGUÍNEA NO ESTADO DE JEJUM

 Após a refeição ter sido digerida e absorvida, a glicose declina no período de 2h

Glicose de jejum 80 - 99 mg/L

 A redução da glicose e insulina, estimulam as células α pancreáticas para liberar glucagon


 A glicogenólise (degradação do glicogênio) é ativada
 Consequentemente a gliconeogênese é ativada, para manter os níveis de glicose
sanguínea
16h
12h 30h
Glicogenólise
Glicogenólise Gliconeogênese
Gliconeogênese

NÍVEIS DE GLICOSE SANGUÍNEA NO ESTADO DE JEJUM PROLONGADO

 Os tecidos começam a utilizar menos glicose como substrato energético


e passam a usar derivados de TGA adiposos (ácidos graxos e corpos
cetônicos);
Glicose de jejum 65 mg/L

 Permitindo que os níveis de glicose sanguínea sejam mantidos por


períodos longos de privação alimentar, resultando também na
conservação de proteínas do corpo.

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NÍVEIS DE GLICOSE SANGUÍNEA NO EXERCÍCIO

 Mecanismo semelhante ao estado de jejum;

 Elevação de glicogenólise e gliconeogênese, são induzidas por glucagon


e também por adrenalina.

ENTENDENDO O DIABETES

 O Diabetes Melittus resulta da elevação da glicemia de jejum causada por


deficiência relativa ou absoluta de insulina.

 Existem duas classes clínicas principais da doença:


 Diabetes tipo 1, às vezes denominado diabetes melito insulina-dependente (DMID)
 Diabetes tipo 2, ou diabetes melito não insulina-dependente (DMNID), também
chamado de diabetes resistente à insulina

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DIABETES TIPO 1

 Deficiência absoluta de insulina → ataque autoimune às cél. β do


pâncreas
 Infiltração por linfócitos T ativados → Insulite

DIABETES TIPO 1

 A destruição das células β pancreáticas leva à:


 Incapacidade de produzir insulina em quantidade suficiente.
 Falha em responder à ingestão de glicose.

 Requer terapia de insulina exógena e controle cuidadoso do equilíbrio


entre a ingestão dietética e a dose de insulina.

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DIABETES TIPO 1

Diagnóstico
 Surge cedo (infância ou adolescência) e os sintomas se desenvolvem rapidamente.
 Os sintomas característicos são:
 Polidipsia: Sede excessiva levando à ingestão de grandes volumes de água
 Poliúria: Micção frequente
 Glicosúria: Excreção de grande quantidade de glicose na urina
 Fadiga, perda de peso e fraqueza;
 Apresenta glicemia de jejum ≥ 126mg/dL acompanhado de cetoacidose.

DIABETES TIPO 1

Alterações metabólicas
 Hiperglicemia
 ↑ Produção hepática de glicose
 ↓ Utilização da glicose periférica (músculo e tec.Adiposo – GLUT4)
 Cetoacidose
 ↑ Produção de ác. graxos do tec.Adiposo
 ↑ β-Oxidação dos ác. graxos no fígado
 Hipertriacilglicerolemia
 ↑VLDL e quilomicra

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DIABETES TIPO 1

ENTENDENDO O DIABETES

Captação de Glicose no corpo sadio

GLUT-4

Célula adiposa ou muscular


Cél. β
Pancreas

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DIABETES TIPO 1

GLUT-4

Célula adiposa ou muscular


Cél. β
Pâncreas

DIABETES TIPO 1I

 Apresentam resistência à insulina e disfunção das células β;


 É a forma mais comum da doença;
 Se desenvolve de modo gradual sem sintomas óbvios;
 Mas também podem apresentar poliúria, polidipsia e alguns casos e
polifagia.

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DIABETES TIPO 1I

 Resistência à insulina
É a diminuição na capacidade de tecidos-alvos responderem
adequadamente às concentrações circulantes (normais) de insulina;
 Caracterizada pela produção não controlada de glicose hepática e
captação diminuída pelo músculo e tec. adiposo;
 Comumente observado em idosos, obesos e sedentários.

DIABETES TIPO 1I

 Obesidade, resistência à insulina e síndrome metabólica geralmente precedem


o desenvolvimento do diabetes tipo II
 Hiperinsulinemia.
 Síndrome Metabólica:
 Obesidade;
 Resistência à insulina;
 Hiperglicemia de jejum;
 Dislipidemias;
 Hipertensão.

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DIABETES TIPO 1I

 A insulina é produzida, mas alguns aspectos do sistema de resposta ao


hormônio estão defeituosos.
 Proteína IRS – promove fosforilação
 Proteína ENPP1
 GLUT4
 Excesso de gordura visceral (abdominal)

DIABETES TIPO II

GLUT-4

Célula adiposa ou muscular


Cél. β
Pâncreas

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DIABETES TIPO II

GLUT-4

Célula adiposa ou muscular


Cél. β
Pâncreas

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