Você está na página 1de 9

09/08/2023

O glicogênio é um polímero de glicose


Universidade Federal de Mato Grosso - FAEN
Bioquímica e uma forma de reserva da glicose.

METABOLISMO
DO
GLICOGÊNIO

Profª Dra Claudia Andrade

Glicogênio - Função Glicemia


Expressa a concentração de glicose no sangue (mg dℓ−1).
O glicogênio hepático e o muscular
apresentam
funções distintas:

Hepático manutenção da glicemia


em períodos de jejum ou entre as
refeições.

Muscular disponível apenas para o


metabolismo muscular esquelético,
em função de diferenças especificas
nos processos enzimáticos desses
dois tecidos.

3 4
https://apdp.pt/diabetes/a-pessoa-com-diabetes/hiperglicemia/

H
I O metabolismo do Glicogênio
P Equilíbrio entre a síntese e a degradação
O
G
L Vias de síntese e de degradação são distintas.

I
C Síntese: Glicogênio (n) + UDP-glicose Síntese de glicogênio Glicogênio (n+1) + UDP

E
Degradação: Glicogênio (n+1) + Pi Glicogênio (n) + glicose 1-fosfato
M
I
A
5 6

1
09/08/2023

Glicogenólise Glicogênese

Glicogênese

Condições para que a glicogênese ocorra:

Disponibilidade de glicose.

Relação ATP/ADP normal, ou seja, a célula não


precisa aumentar a oxidação a glicose para
obter energia naquele momento metabólico.

Absorção de carboidratos
Transporte do lúmen do intestino para o sangue e o sistema linfático, passando GLUTs
pelas células epiteliais da mucosa intestinal.

Transporte ativo, com os co-transportadores de Na+ (SGLT),


e por difusão facilitada, (GLUTs).

12

2
09/08/2023

Elevação da glicemia após a absorção dos


carboidratos induz a liberação de insulina
pelas células β- pancreáticas
Etapas da glicogênese :

Captação e fosforilação da glicose:

Insulina – liberação e sinalização


A célula beta é
Expressão de GLUTs e Enzimas tecido específicos sensível à
hiperglicemia

13

Secreção de insulina
Hiperglicemia fisiológica: estimula o pâncreas a secretar insulina que liga-se à
membrana celular por meio de receptores, aumentando o processo de difusão
facilitada em tecidos insulino-dependentes.

Com a entrada da glicose nas células, a glicemia cai


gradativamente, o indivíduo volta a um estado de
normoglicemia, o pâncreas reduz a liberação de insulina e o
15 16
hormônio em excesso deve ser inativado.

Fígado expressa GLUT-2 : que tem alta capacidade e baixa afinidade:


Permeável à glicose quando a mesma está em alta concentração plasmática.
Nem todos os tecidos dependem da presença da insulina
para captar a glicose : Fígado também expressa
a GK : que é induzida por
alta conc de glicose...
Tecido nervoso e eritrócitos: não precisam da sinalização da insulina Km alto
para glicose entrar na célula: insulino-independentes.

Fígado: a glicose entra mesmo sem insulina, mas, em sua presença, o


processo é favorecido, pois a velocidade de captação aumenta.

Tecido adiposo e musculatura esquelética: precisa de insulina (no caso


da musculatura esquelética, exceto na contração muscular): tecidos
insulino-dependentes.

17 18

3
09/08/2023

Síntese de glicogênio no músculo, a partir da glicose sanguínea

19 20

Fosforilação da glicose Importância da fosforilação da glicose


Após entrar na célula a glicose é imediatamente fosforilada com gasto de ATP.
a) A reação compromete a glicose com o metabolismo celular:
Esse processo é catalisado pela hexoquinase (que transfere fosfato do ATP para
a glicose) na maior parte dos tecidos. Na maior parte dos tecidos, a fosforilação da glicose é irreversível, o que
impede o seu retorno para o plasma;
No fígado, pela glicoquinase
b) Evita variação na pressão osmótica intracelular:

A passagem da glicose para o ambiente celular determina um aumento da


concentração interna, o que resultaria em entrada de água na célula e
possível lise clular.

c) A fosforilação produz uma forma “ativa” da glicose que,


dependendo da relação [ATP]/[ADP], poderá de imediato ser oxidada ou
armazenada.

21 22

Troca do fosfato do C6 para o C1


A glicose–6-P é transformada em glicose–1-P através da reação catalisada
pela fosfoglicomutase:
Etapas da glicogênese :

Formação de um glicogênio
“estruturalmente correto”.
Captação e fosforilação da glicose
Se isso não ocorresse, as
ligações predominantes Formação do glicogênio
seriam do tipo 1,6, não do
tipo 1,4, o que não seria – Ativação da glicose
adequado ao
aproveitamento do
– Construção da cadeia linear
glicogênio, uma vez que – Ramificação da cadeia linear
seu uso depende de uma
enzima que atua em
ligações do tipo 1,4, a
glicogênio fosforilase

23 24

4
09/08/2023

A síntese do glicogênio utiliza como precursor uma forma ativada da glicose:

Ligação da molécula de glicose a um


composto com conteúdo energético
maior: a uridina trifosfato (UTP)

Originando a uridina difosfato glicose


(UDPG), ou glicose “ativa”, e o
pirofosfato (PPi), que é depois
hidrolisado enzimaticamente,
impedindo-se a reversibilidade da Intermediário
reação. metabólico
fundamental
para a síntese
do glicogênio

25 26

Inicio da Síntese de Glicogênio necessita de


Um “Primer” Após a ligação de 8 unidades
de glicose, a glicogênio
sintase assume a elongação.
A glicogênio sintase só pode
adicionar glicoses a cadeias que
-A glicogenina fica no centro
contiverem mais de quatro oses. da molécula de glicogênio
(não se deligado glicogênio).
A síntese de glicogênio necessita
de um iniciador:
Esta função é executada pela
glicogenina

Proteína com duas subunidades


idênticas cada uma com 4
unidades de glicose.

27 28

Elongação da cadeia do glicogênio Ramificação da cadeia do glicogênio


O glicogênio é um polímero ramificado: ligações α(1→6)
Envolve a adição de resíduos de glicose oriundo da molécula de UDP-glicose para Pontos de ramificação são formadas pela enzima ramificadora de glicogênio.
a cadeia em formação através de ligações glicosídica do tipo α-1,4.
* A UDP-glicose não é um substrato para a enzima ramificadora
Enzima glicogênio sintase, a principal enzima envolvida na síntese do glicogênio.

30

5
09/08/2023

Ação coordenada entre as enzimas O GLICOGÊNIO é armazenado na forma de grandes grânulos


citosólicos com cerca de 20 nm de diâmetro, intimamente relacionados
glicogênio sintase e ramificadora com as enzimas responsáveis por sua síntese e degradação.
completam a síntese do polímero
ramificado

31 32

Manutenção da faixa glicêmica


apropriada é crucial Glicogenólise
Depende:
A degradação do glicogênio é um processo rápido e eficiente.
-Dieta
As enzimas de degradação estão associadas aos grânulos de glicogênio.

-Síntese e Degradação do As ramificações possibilitam a ação de várias fosforilases simultaneamente


glicogênio a partir das extremidades não redutoras.

-Gliconeogênese / A degradação é rápida quando a demanda de energia é intensa no


Neoglicogênese músculo.

A glicogenólise hepática evita a hipoglicemia.

Geralmente a degradação não é completa, restando em um núcleo não


degradado, base para a ressíntese.

33 34

35 36

6
09/08/2023

Piridoxal phosphate (PLP), um derivado da vitamina B6, atua


como coenzima para a glicogênio fosforilase.

Essa reação de catálise


traz a vantagem de
economizar um ATP que
seria utilizado para
fosforilar a molécula de
glicose, se a reação fosse
uma hidrólise simples.

37 38

Remodelamento do glicogênio: Glicogênio

Glicogênio-fosforilase
Enzima
Desramificadora

Fosfoglicomutase

39 Produto da glicogenólise Glicose-6-fosfato


40

Controle do metabolismo do Glicogênio Controle do metabolismo do Glicogênio


A regulação do metabolismo do glicogênio é complexa.
Ação conjunta entre o controle hormonal e alostérico.
Várias enzimas respondem a regulações alostéricas.

Moduladores alostéricos sinalizam as necessidades energética da


O controle hormonal envolve principalmente:
célula.
• A insulina e o glucagon, que, juntos, asseguram a manutenção do
Regulação por fosforilação. nível de glicemia dentro de sua faixa normal ~ 100 mg dℓ–1

Regulação por hormônios que fosforilam as enzimas envolvidas no • A adrenalina aumenta a disponibilidade de glicose induzindo a
metabolismo do glicogênio alterando suas propriedades cinéticas. glicogenólise.

Regulação hormonal permite que o metabolismo do glicogênio se ajuste


às necessidades do organismo inteiro. O controle alostérico atua em nível local dentro do músculo e das
células hepáticas em resposta aos níveis de metabólitos, como a
Síntese e degradação são reguladas de forma coordenada.
glicose 6-fosfato, o AMP e o ATP.

41 42

7
09/08/2023

Jejum
Glicogenólise hepática e muscular esquelética

O principal hormônio catabólico que estimula a glicogenólise hepática é o


glucagon, um peptídeo composto por 29 resíduos de aminoácidos, liberado pelas
células alfa pancreáticas.

Sob efeito da adrenalina (também catabólico) ocorre a hidrólise da molécula do


glicogênio muscular

Os sinais necessários para induzir a glicogenólise no fígado e no músculo


esquelético são distintos:

O jejum é o principal evento que dispara a clivagem de glicogênio no fígado;

A sobrecarga (exercício físico) é o principal fator da glicogenólise muscular


esquelética

43 44

45 46

Glicogenólise no músculo esquelético X fígado Hidrólise da glicose-6-fosfato pela glicose-6-fosfatase


presente no retículo endoplasmático liso:
ATP

E liberação de
glicose livre na
corrente
sanguínea

47 48

8
09/08/2023

Controle da síntese do glicogênio pela Controle da síntese do glicogênio pela


insulina insulina

A insulina estimula uma


cascata de eventos
intracelulares que resultam
na ativação da enzima que
regula a síntese do
glicogênio, a glicogênio
sintase.

Assim, mediante a
sinalização da insulina a
enzima é DEfosforilada por
uma fosfatase e e torna-se
ativa e glicogênese é
estimulada.
49 50

Doenças relacionadas ao metabolismo do glicogênio:


O glicogênio é suficiente apenas para suprir a
necessidade de
glicose por um período médio de no máximo 18 a 24h.

Glicogenólise

51

Você também pode gostar