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Universidade Federal da Paraíba

Disciplina: Biossinalização celular e molecular


Docente: Maria do Socorro de Franca Falcao
Discentes: Camilly Cristinne do N Silva e Isaías Pereira Evangelista

Diabetes mellitus: com foco no Tipo 2

1- Introdução
Diabetes Mellitus: grupo de doenças metabólicas causada por defeitos na secreção
ou na ação da insulina, ou de ambos combinados, resultando em hiperglicemia.
Podendo ser:
1.1 Diabetes Mellitus Tipo 1 (DM1): Doença autoimune,sendo um tipo de
diabetes mais raro, seu único tratamento consiste na reposição do hormônio
em falta, a insulina.
1.2 Diabetes Mellitus Tipo 2 (DM2): Causada por fatores genéticos, mas
principalmente por fatores ambientais como a qualidade de vida. Sua
incidência também está crescendo, ocorre tipicamente em pessoas de mais
de 50 anos de idade com obesidade, sobrepeso ou histórico familiar de
diabetes,

2- Prevalência
2.1 Brasil: De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, existem
atualmente, no Brasil, mais de 13 milhões de pessoas vivendo com a doença, o que
representa 6,9% da população nacional. No ranking mundial, o País ocupa a quinta
colocação em número de casos em 2021.Trazendo para a capital do estado da
Paraíba,6% da população de João Pessoa tem diabetes, aponta pesquisa.
2.2 Mundial: Em um cenário internacional: Dados divulgados na décima
edição do Atlas do Diabetes, da Federação Internacional de Diabetes (IDF, sigla em
inglês), mostram que 537 milhões de pessoas têm diabetes no mundo. Entre 2019 e
2021, houve um aumento de 74 milhões de casos. O documento destaca ainda que
mais de 80% dos adultos com a doença vivem em países em desenvolvimento.
A prevalência global da doença atingiu 10,5%, com quase metade (44,7%) sem
diagnóstico.Em um cenário futuro: Os especialistas da IDF projetam que o número
de adultos com a doença pode chegar a 643 milhões em 2030 e a 784 milhões em
2045.

3- Sinais e sintomas
-Poliúria: o açúcar não é reabsorvido, então é preciso ser eliminado na urina.
-Polidipsia: a desidratação gera a sede como mecanismo de defesa
-Cansaço e falta de energia: a glicose não é absorvida, então as células ficam sem
combustível.
-Perda de peso: Mais evidente na tipo 1, visto que insulina está associada com a
síntese proteica e estoque de gordura, já na tipo 2 é o contrário, há a insulina ou
seja tem estoque de gordura e síntese proteica.
-Polifagia ou hiperfagia:como a glicose não é absorvida, o corpo gera a fome como
resposta, visto que a alimentação é a principal fonte de energia.
-Visão embaçada: excesso de sangue causa um inchaço no cristalino, mudando sua
forma e flexibilidade, diminuindo a capacidade de foco
-Cicatrização lenta: diminuição da função das células responsáveis pela reparação
dos tecidos, diminuição da proliferação celular e dificuldade de gerar novos vasos
sanguíneos.
-Infecções frequentes:a diabetes também provoca distúrbios no sistema imunológico
por alterar o funcionamento das células de defesa.

4- Prognóstico da doença

O prognóstico da diabetes mellitus pode variar dependendo de fatores como


1. Controle glicêmico
2. Complicações relacionadas à diabetes
3. Manejo adequado da doença quanto à medicamentos e comportamentos
saudáveis

Para a DM1, o prognóstico é marcado por uma dependência vitalícia de insulina


exógena para manter níveis adequados de glicose no sangue. A monitorização
desses fatores caso seja seguido, pessoas com DM1 podem levar uma vida
saudável e produtiva, embora estejam sujeitas a riscos aumentados de
complicações a longo prazo, como doenças cardiovasculares, retinopatia, nefropatia
e neuropatia.

No caso da DM2, o prognóstico está relacionado ao maior cuidado no controle


glicêmico, ao manejo do estilo de vida e ao tratamento adequado. Com intervenções
de medicamentos hipoglicemiantes, é possível controlar efetivamente a doença. No
entanto, a DM2 está associada a um maior risco de complicações a longo prazo,
como doenças relacionadas, citadas anteriormente.

5-Via de Sinalização fisiológica

Canais tipo:
● GLUT-2: Não dependente de insulina, presente em células
beta-pancreáticas, onde tem ação como a de um sinalizador indicando
aumento de glicose plasmática, ocorrendo a cascata de sinalização da
figura 1, com o aumento de cálcio intracelular garantindo a saída de
insulina por meio de vesículas.
● GLUT-4: Dependente da insulina, presente em tecidos musculares e
adipócitos. É aberto a partir de Insulina ligada a receptores de insulina
(tipo tirosina cinase) causando uma cascata de sinalização abrindo
esses canais e também a alta de cálcio intracelular também está
ligada a abertura destes mediante ao aumento do metabolismo
daquela célula, pela glicose.

Via do Glut-2:

Secreção de insulina e
sinalização da célula
pancreática. A glicose é
transportada para o
interior da célula por meio
do transportador de
glicose GLUT2. O
aumento dos níveis
citosólicos de ATP gerados
pela glicólise e ciclo de
Krebs promove o
fechamento de canais de
K + sensíveis ao ATP
levando à despolarização
da membrana plasmática e promovendo a abertura de canais de cálcio dependentes
de voltagem (Cavs), permitindo o influxo de Ca 2+ capaz de liberar mais Ca 2+ do
retículo endoplasmático liso. Os aumentos citosólicos de Ca 2+ levam à migração e
fusão das vesículas secretoras de insulina, que por exocitose liberam a insulina para
a circulação.

Via de Glut-4:
Por ser dependente da
insulina é necessário haver
aumento extracelular dele,
indicando aumento de
glicose também. Haverá
também a fosforilação dos
resíduos de tirosina para uma
proteína Ask, que torna
possível a colocação dos
canais de glut-4 na
membrana plasmática.
Havendo o influxo da glicose
e seu estoque em forma de
glicogênio.
Regulação da expressão Gênica:
.A insulina se liga ao seu
receptor causando a
autofosforilação das
suas partes catalíticas e
a fosforilação do IRS-1
substrato do receptor de
insulina, que segue a
ser ligado pelo domínio
Sh2 da Grb2- proteína
adaptadora da Sos (tipo
GEF- troca GDP por
GTP), que em seguida
liga a Ras (uma proteína
G monomérica- small
G). Para se ligar a Faf-1
(MKKK), que fosforila a
Mek nos seus resíduos de serina (MKK), que fosforila a Erk (que é a MAPK-
proteína cinase ativada por mitógeno). Em consequência desta ativação a ERK
entra no núcleo e promove a fosforilação de fatores de transcrição nuclear.
Necessários para a divisão celular e diretamente relacionados à regulação da
apoptose bem como da diferenciação e proliferação celular

6 - Via de sinalização - fisiopatológica

DM1: A insulina desempenha um papel crucial na translocação desses canais


GLUT4 para a membrana celular, permitindo que as células musculares e adiposas
captam a glicose do sangue. No diabetes tipo 1, a falta de insulina impede essa
translocação adequada dos canais GLUT4, dificultando a captação de glicose pelas
células musculares e adiposas.

DM2:No diabetes tipo 2, ocorre resistência à insulina, relacionado a problemas


genéticos, falta de atividade física e envelhecimento, o que significa que as células
têm dificuldade em responder adequadamente à ação da insulina. Isso afeta a
função dos canais GLUT2 nas células beta pancreáticas e no fígado. Como
resultado, há uma diminuição na captação de glicose pelas células beta, reduzindo
a secreção de insulina, e um aumento na produção de glicose pelo fígado,
contribuindo para a hiperglicemia. GLUT4 no diabetes tipo 2: Os canais de glicose
GLUT4 são afetados pois pela baixa de insulina, que desempenha um papel crucial
na translocação desses canais GLUT4 para a membrana celular, permitindo que as
células musculares e adiposas captam a glicose do sangue.
7- Tratamento

Para diabetes tipo 1: tratamento com insulina.

Para tipo 2: Faz-se utilização de diversos medicamentos:


- Glibenclamida: Este medicamento é destinado ao tratamento oral do diabetes
mellitus não insulino-dependente (tipo 2 ou diabetes do adulto), quando os
níveis sanguíneos de glicose não podem ser controlados apenas por dieta,
exercício físico e redução de peso.
- Gliclazida: Estimula a secreção de insulina pelas células betas das ilhotas de
Langerhans
- Acarbose:retarda a digestão de carboidratos ingeridos.
- Pioglitazona: Diminui a resistência à insulina.
- Vildagliptina: potencializa a sensibilidade das células beta à glicose,
favorecendo a secreção de insulina dependente de glicose
- Sitagliptina:diminuição da quantidade de libertação de glucagon (diminui a
sua libertação) e aumentando a libertação de insulina.

7 - Referências

Livro: Endocrinologia e Diabetes de Francisco Bandeira e Márcio Mancini


https://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/diabetes_mellitus_gestacional.pdf
https://www.medicinanet.com.br/conteudos/acp-medicine/5887/formas_secundarias_
de_diabetes_melito.htm
https://www.scielo.br/j/abem/a/kQyZXrNbLx6hcCjqhsBv6DB/
https://www.scielo.br/j/abem/a/MxNLYQ3tczT3gjVtpFN3jPJ/#:~:text=O%20MODY%2
0%C3%A9%20definido%20como,secre%C3%A7%C3%A3o%20de%20insulina%20(
1).
https://revistas.ufg.br/REF/article/view/18918/13049
https://www.tuasaude.com/tratamento-para-diabetes/
https://www.indice.eu/pt/medicamentos/DCI/glibenclamida/informacao-geral
https://consultaremedios.com.br/glibenclamida/bula
https://consultaremedios.com.br/gliclazida/bula
https://br.prvademecum.com/principio-ativo/vildagliptina-4037/
https://www.indice.eu/pt/medicamentos/DCI/sitagliptina/informacao-geral
https://www.endocrino.org.br/como-se-associar/
SciELO - Brasil - Vias de Sinalização da Insulina Vias de Sinalização da Insulina
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fpublicacoes.unifal-mg.edu.b
r%2Frevistas%2Findex.php%2Frevistafarmaciageneralista%2Farticle%2Fdownload
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