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Departamento de Apoio à Gestão do SUS

Divisão de Planejamento

O Câncer de Mama no Município de São Bernardo do Campo – atualização 2014

O problema do câncer tem preocupado as autoridades de saúde em todo o país, em


decorrência do perfil epidemiológico da doença na atualidade, com substituição do papel das
doenças infecciosas e parasitárias como principal causa de morte, pelas doenças do aparelho
circulatório e neoplasias. Esta transição epidemiológica vem acompanhando a transição
demográfica observada no Brasil, com o envelhecimento progressivo da população nos últimos
anos devido ao aumento da expectativa de vida.
O padrão de frequência do câncer também tem sofrido modificações no mundo todo, com um
aumento progressivo nos cânceres de pulmão, mama, cólon e reto. O aumento rápido do
número de casos novos poderá resultar num impacto sanitário e financeiro significativos,
diante da insuficiência de recursos para diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos
pacientes, especialmente na rede pública de saúde, bem como na elevação do risco de morte
prematura.
O conhecimento sobre a situação dessa doença é essencial para o planejamento e
desenvolvimento de ações de saúde com o objetivo de modificar positivamente os resultados
para a população.

A inclusão das ações de controle de câncer entre os 16 Objetivos Estratégicos do Ministério da


Saúde para o período 2011 – 2015, com destaque para as ações de redução da prevalência do

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tabagismo e de ampliação de acesso, diagnóstico e tratamento em tempo oportuno dos
cânceres de mama e do colo do útero, assim como a publicação da nova Política Nacional de
Prevenção e Controle de Câncer na Rede de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas (PNPCC-
RAS), por meio da Portaria no 874, de 16 de maio de 2013, são exemplos destacados da
prioridade que o tema tem ocupado na agenda nacional da saúde.
De acordo com estimativas do INCA, para o Brasil, em 2014, são esperados 57.120 casos novos
de câncer de mama feminino (7,8% a mais que a estimativa para 2012), representando 20,8%
do total de casos novos de câncer, com um risco estimado de 56,09 casos a cada 100 mil
mulheres (Figura 1). Esta estimativa também é válida para o ano de 2015.
Figura 1: Distribuição proporcional dos dez tipos de câncer mais incidentes estimados para o Brasil, para o ano
de 2014, por sexo, exceto pele não melanoma*. (Fonte: INCA)

Localização casos Localização casos


% %
primária novos primária novos

Mama
Próstata 68.800 22,8% 57.120 20,8%
Feminina
Traqueia,
Brônquio e 16.400 5,4% Cólon e Reto 17.530 6,4%
Pulmão
Colo do
Cólon e Reto 15.070 5,0% 15.590 5,7%
Útero
Traqueia,
Estômago 12.870 4,3% Brônquio e 10.930 4,0%
Pulmão
Cavidade Glândula
11.280 3,7% 8.050 2,9%
Oral Tireoide
Esôfago 8.010 2,6% Estômago 7.520 2,7%
Corpo do
Laringe 6.870 2,3% 5.900 2,2%
Útero
Bexiga 6.750 2,2% Ovário 5.680 2,1%
Linfoma não
Leucemias 5.050 1,7% 4.850 1,8%
Hodgkin
Sistema
Nervoso 4.960 1,6% Leucemias 4.320 1,6%
Central

Sem considerar os tumores de pele não melanoma, esse tipo de câncer é o mais frequente nas
mulheres das regiões Sudeste (71,18/ 100 mil), Sul (70,98/ 100 mil), Centro-Oeste (51,30/ 100
mil) e Nordeste (36,74/ 100 mil). Na região Norte, é o segundo tumor mais incidente (21,29/
100 mil), superado apenas pelo câncer de colo uterino.

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O câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres em todo o mundo, tanto
em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos. Cerca de 1,67 milhões de
casos novos dessa neoplasia foram esperados para o ano de 2012, em todo o mundo, o que
representa 25% de todos os tipos de câncer diagnosticados nas mulheres. Suas taxas de
incidência variam entre as diferentes regiões do mundo, com as maiores taxas em 2012 na
Europa Ocidental (96/ 100 mil) e as menores taxas na África Central e na Ásia Oriental (27/ 100
mil).
Nos últimos 40 anos, a sobrevida vem aumentando nos países desenvolvidos e, atualmente, é
de 85% em cinco anos, enquanto, nos países em desenvolvimento, permanece com valores
entre 50% e 60%. A sobrevida em um, cinco, dez e 20 anos, em países desenvolvidos, como a
Inglaterra, é de 95,8%, 85,1%, 77% e 64% respectivamente.
O câncer de mama é a maior causa de morte por câncer nas mulheres em todo o mundo, com
cerca de 520 mil mortes estimadas para o ano de 2012. É a segunda causa de morte por câncer
nos países desenvolvidos, atrás somente do câncer de pulmão, e a maior causa de morte por
câncer nos países em desenvolvimento.
Apesar de ser considerado um câncer de relativamente bom prognóstico, se diagnosticado e
tratado oportunamente, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas no
Brasil, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estágios avançados.
No Estado de São Paulo, a estimativa para 2014 é de 16.160 casos novos de câncer de mama
feminino, o que representa um risco estimado de 73,21 casos novos /100.000 mulheres. A
população feminina estimada pelo IBGE para o município de São Bernardo do Campo é de
400.713 mulheres, gerando a expectativa de 293 possíveis novos casos de câncer de mama por
ano, para o biênio 2014/2015, no Município, utilizando para este cálculo a taxa bruta de
incidência estimada pelo INCA para o Estado de São Paulo.
Entre os fatores de risco para câncer de mama, a idade é o mais importante, sendo que a taxa
de incidência aumenta rapidamente até os 50 anos e, posteriormente, esse aumento ocorre de
forma mais lenta. Outros fatores de risco incluem: menarca precoce, nuliparidade, idade da 1ª
gestação a termo acima dos 30 anos, uso de anticoncepcionais orais, menopausa tardia, terapia
de reposição hormonal, história familiar de câncer de mama (aumento de 2 a 3 vezes no risco
de desenvolver a neoplasia) e alta densidade do tecido mamário. O consumo de álcool, excesso
de peso, sedentarismo e exposição à radiação ionizante também são fatores de risco
relacionados.

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As estratégias que se mostraram efetivas para detecção precoce e causar impacto na
mortalidade por essa neoplasia, se baseiam na realização de exame clínico e mamografias
periódicas de rastreamento.
O indicador de monitoramento de avaliação do Pacto pela Saúde relacionado ao controle do
Câncer de mama, tem por objetivo ampliar a oferta de mamografias na rede SUS visando
alcançar cobertura adequada para a população alvo (metade da população feminina de 50 a 69
anos). Nos últimos anos, no Município de São Bernardo do Campo, esta cobertura tem sido
considerada satisfatória (Tabela 1).
Tabela 1: Razão de mamografias realizadas em mulheres de 50 a 69 anos, 2008 – 2014 (resultado preliminar),
São Bernardo do Campo.
2014 (dados
INDICADOR 2008 2009 2010 2011 2012 2013
preliminares)
Razão de mamografias realizadas em
mulheres de 50-69 anos e a 1/2 da 0,37 0,32 0,40 0,42 0,42 0,40 0,44
população feminina nesta faixa etária

O SISMAMA – Sistema de Informação do Controle do Câncer de Mama, foi desenvolvido em


2008 pelo DATASUS em parceria com o INCA, e se constitui num sistema informatizado para
gerenciamento das informações oriundas dos serviços de saúde, de modo a contribuir no
monitoramento, planejamento e avaliação das ações desenvolvidas. O SISMAMA foi
implantado em São Bernardo do Campo no ano de 2009, e desde então viabilizou o acesso a
importantes dados para o monitoramento dos casos de neoplasias de mama no Município. O
SISMAMA padroniza os laudos das mamografias, registrando os dados de classificação de BI-
RADS e os resultados de exames cito e histopatológicos.
A classificação de BI-RADS foi desenvolvida para promover uma uniformização dos relatórios
mamográficos, reduzindo as dificuldades na interpretação dos resultados de mamografias
positivas ou negativas. As classes de BI-RADS I, II e III são, em geral, caracterizadas como
NEGATIVAS, embora para a classe III seja recomendado um controle semestral, uma vez que a
probabilidade de malignidade desta categoria seja muito baixa. As classes IV e V são
classificadas como POSITIVAS e suspeitas de malignidade, pois necessitam de prosseguimento
na investigação por meio de biópsia. Para a classe VI de BI-RADS, já existe o diagnóstico de
câncer.
Em 2013, o SISMAMA foi substituído pelo SISCAM, sistema de informação via web para
registros de mamografias, exames histo e anatomopatológicos de mama, que lamentavelmente

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não disponibiliza os antigos relatórios existentes no SISMAMA, inviabilizando o
acompanhamento dos casos de forma informatizada.
No período de junho de 2009 a julho de 2014, os sistemas SISMAMA e SISCAM Municipais
registraram 83.044 mamografias, sendo 337 (0,41%) exames positivos (classificados como BI-
RADS IV, V ou VI).
Na Tabela 2, encontram-se os achados de mamografias segundo categorias de BI-RADS, por
faixa etária das mulheres examinadas residentes no Município, no período compreendido entre
junho/2009 e julho/2014. Vale ressaltar que os registros de exames disponíveis no TABNET
DATASUS referentes aos anos 2013 e 2014, estão incompletos, prejudicando a análise de dados
mais recentes.
A grande maioria dos exames alterados (76,5%) foram registrados para mulheres acima de 50
anos, faixa etária preconizada pelo INCA para rastreamento periódico por meio de
mamografias. No entanto, 79 casos (23,5%) foram registrados em mulheres na faixa etária
abaixo dos 50 anos, sendo 1 caso diagnosticado abaixo dos 30 anos, ressaltando a importância
da consideração de fatores de risco individuais e do exame clínico na indicação do exame de
mamografia para mulheres abaixo dos 50 anos. Os dados evidenciam que, com exceção do
grupo de mulheres abaixo de 35 anos, para as quais a mamografia provavelmente foi indicada
para diagnóstico e não para rastreamento, a positividade da mamografia aumenta com o
avançar da idade, atingindo o maior percentual no grupo de mulheres entre 60 e 64 anos
(0,69%).
Tabela 2: Mamografias segundo categorias de BI-RADS, por faixa etária, realizadas no período de Junho/2009 a
julho/2014, São Bernardo do Campo.
Ate 10 Entre 11 Entre 15 Entre 20 Entre 25 Entre 30 Entre 35 Entre 40 Entre 45 Entre 50 Entre 55 Entre 60 Entre 65 Acima de
CATEGORIA DE BI-RADS Total
anos a 14 anos a 19 anos a 24 anos a 29 anos a 34 anos a 39 anos a 44 anos a 49 anos a 54 anos a 59 anos a 64 anos a 69 anos 70 anos
categoria 0 1 0 5 4 22 49 335 1.013 1.270 1.228 1.031 758 419 418 6.553
subtotal de CASOS
INCONCLUSIVOS 1 0 5 4 22 49 335 1.013 1.270 1.228 1.031 758 419 418 6.553
% INCONCLUSIVOS 10,00 0,00 14,29 7,02 11,70 6,71 6,77 7,54 8,09 8,08 8,18 8,31 7,44 7,75 7,89
categoria 1 7 2 23 38 131 526 3.573 9.202 10.028 8.573 6.025 3.711 1.809 1.088 44.736
categoria 2 2 3 6 15 33 148 1.010 3.109 4.243 5.229 5.377 4.499 3.289 3.768 30.731
categoria 3 0 0 1 0 1 4 21 75 115 125 107 91 79 68 687
subtotal CASOS
NEGATIVOS 9 5 30 53 165 678 4.604 12.386 14.386 13.927 11.509 8.301 5.177 4.924 76.154
% NEGATIVOS 90,00 100,00 85,71 92,98 87,77 92,88 93,05 92,25 91,67 91,64 91,33 91,00 91,94 91,24 91,70
categoria 4 0 0 0 0 1 3 9 20 29 36 47 44 24 32 245
categoria 5 0 0 0 0 0 0 0 8 9 7 15 18 11 23 91
categoria 6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
subtotal CASOS
POSITIVOS 0 0 0 0 1 3 9 28 38 43 62 63 35 55 337
% POSITIVOS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,53 0,41 0,18 0,21 0,24 0,28 0,49 0,69 0,62 1,02 0,41
Total 10 5 35 57 188 730 4.948 13.427 15.694 15.198 12.602 9.122 5.631 5.397 83.044
Fonte: TABNET DATASUS – SISMAMA/SISCAM

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Em São Bernardo do Campo, a mortalidade feminina por câncer de mama tem apresentado
tendência de elevação desde o ano 2000 (Gráfico 1), diferentemente do observado para a
mortalidade por câncer de colo do útero, que revela sinais de estabilização e queda nos últimos
anos.
Gráfico 1: Coeficiente de mortalidade por câncer de mama e colo do útero de residentes em São Bernardo do
Campo, 2000-2014 (dados preliminares).

Desde o ano de 1998, o câncer de mama aparece como a terceira causa específica de óbito
entre mulheres de todas as faixas etárias em São Bernardo do Campo, sendo superado apenas
pelo infarto agudo do miocárdio e pelas pneumonias.
Apesar do percentual de mamografias alteradas em mulheres com menos de 50 anos ser baixa,
a proporção de óbitos por câncer de mama registrada em mulheres jovens tem sido superior ao
esperado com base nos achados estatísticos dos laudos mamográficos da rede SUS. No ano de
2014, já ocorreram 66 óbitos femininos por essa neoplasia até o mês de novembro, sendo 29%
de mulheres abaixo dos 50 anos – 19 óbitos (Tabela 3, Gráfico 2). Este fato pode ser decorrente
do diagnóstico tardio nessas mulheres ou ineficácia do tratamento diante de formas mais
agressivas da doença, e revela a necessidade de estratégias preventivas e educativas quanto
aos fatores de risco, bem como de rastreamento, voltadas para esta faixa etária.

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Tabela 3: Óbitos por câncer de mama de residentes de São Bernardo do Campo, por faixa etária, 2006-2014
(jan-nov).

Faixa 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 (jan-nov)
Etária N % N % N % N % N % N % N % N % N %
20-29 1 1,82 0 0,00 2 2,94 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1 1,41 2 3,03
30-39 0 0,00 8 13,79 3 4,41 4 7,02 3 5,36 1 1,39 8 12,70 2 2,82 6 9,09
40-49 5 9,09 9 15,52 17 25,00 6 10,53 12 21,43 8 11,11 16 25,40 9 12,68 11 16,67
50-59 22 40,00 16 27,59 19 27,94 12 21,05 13 23,21 24 33,33 15 23,81 11 15,49 17 25,76
60-69 14 25,45 13 22,41 12 17,65 17 29,82 8 14,29 17 23,61 11 17,46 22 30,99 15 22,73
70-79 6 10,91 8 13,79 11 16,18 10 17,54 11 19,64 14 19,44 9 14,29 11 15,49 12 18,18
80 e+ 7 12,73 4 6,90 4 5,88 8 14,04 9 16,07 8 11,11 4 6,35 15 21,13 3 4,55
Total 55 100,00 58 100,00 68 100,00 57 100,00 56 100,00 72 100,00 63 100,00 71 100,00 66 100,00 Fonte:
Fonte: SIM Municipal

Gráfico 2: Mortalidade proporcional por câncer de mama segundo faixa etária de mulheres residentes em São
Bernardo do Campo, 2006-2014 (jan-nov).

20-49 anos 50-69 anos >70 anos

23,64 20,69 22,06 20,63 22,73


31,58 30,56
35,71 36,62

41,27
50,00 45,59
48,48

37,50
65,45 50,88
56,94 46,48

38,10
29,31 32,35
26,79 28,79
17,54 16,90
10,91 12,50

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Fonte: SIM Municipal

A análise da mortalidade proporcional por câncer de mama segundo raça/cor revelou que a
maioria significativa dos óbitos de residentes ocorreu entre mulheres brancas (81% dos óbitos,
em média) (Gráfico 3).

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Gráfico 3: Mortalidade proporcional por câncer de mama segundo raça/cor de mulheres residentes em São
Bernardo do Campo, 2006-2014 (jan-nov).

Amarela Branca Preta Parda

8,62 7,35 7,14


7,02 16,9
10,91 1,72 5,88 12,7 13,64
5,26 15,28
3,17 2,82 4,55
7,27 4,17

87,93 83,82 91,07


82,46 77,78 78,87
76,36 75 78,79

1,72 2,94 1,75 1,39 3,17 1,41


2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Fonte: SIM Municipal

As informações sobre o grau de instrução demonstrou que a proporção de mulheres com


menor escolaridade (até 7 anos de estudo), supera aquelas com 8 ou mais anos de estudo na
maior parte do período analisado, em relação à mortalidade por câncer de mama (Gráfico 4).

Gráfico 4: Mortalidade proporcional por câncer de mama segundo grau de instrução de mulheres
residentes em São Bernardo do Campo, 2006-2014 (jan-nov).
100

90 10,34 15,15
12,68
17,86 19,44 20,63
12,73 8,82 15,79
80

9,09
22,73
70 22,54
31,03
17,54
30,88 23,21 23,61
26,98
60

34,55 16,9
50
24,24
26,32
22,22
40 20,63
29,31
33,93
32,35
30
18,18
39,44
20 24,56 33,33
13,79 26,39
26,98
10 17,86
16,36 14,71
10,34
7,02
1,47 1,79 4,17 1,59 2,82 3,03
0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Nenhuma 1-3 4-7 8-11 12 e+

Fonte: SIM Municipal

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Em relação ao tipo de estabelecimento de ocorrência dos óbitos por câncer de mama,
observou-se que nos últimos anos houve crescimento proporcional da participação da rede SUS
(estabelecimentos públicos) em relação aos óbitos ocorridos na rede privada, revelando
aumento do acesso ao atendimento de alta complexidade na rede pública, que pode
provavelmente envolver usuárias que dispõe de planos de saúde suplementar, mas que
procuram tratamento no SUS (Gráfico 5).

Gráfico 5: Mortalidade proporcional por câncer de mama segundo tipo de estabelecimento de ocorrência do
óbito de mulheres residentes em São Bernardo do Campo, 2006-2014 (jan-nov).

60,00
56,90
54,17
52,38 51,56
48,53 50,00
50,00 49,12
45,45 46,03 45,07
43,64 45,59 43,66
40,00 42,11 40,63
39,29
37,50
34,48
30,00

20,00

10,91 10,71 11,27


8,62 8,77 8,33 7,81
10,00 5,88
1,59

0,00
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

públicos privados domicilio

Fonte: SIM Municipal

As informações sobre o município de ocorrência dos óbitos por câncer de mama demonstraram
que a grande maioria dos óbitos ocorreu em São Bernardo do Campo, seguido por São Paulo e
Santo André (Tabela 4).
Tabela 4: Óbitos por câncer de mama de residentes de São Bernardo do Campo, segundo município de
ocorrência, 2006-2014 (jan-nov).

Município de Ocorrência 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
350950 Campinas 0 0 1 0 0 0 0 0 0
351380 Diadema 0 0 0 0 1 0 0 0 0
351880 Guarulhos 0 0 0 0 0 1 0 0 0
352530 Jaú 0 1 0 0 0 0 0 0 0
352940 Mauá 0 0 0 0 0 0 0 0 1
354780 Santo André 5 9 11 12 7 12 10 12 6
354870 São Bernardo do Campo 36 36 40 26 33 40 33 40 37
354880 São Caetano do Sul 2 0 0 2 2 1 1 0 0
355030 São Paulo 12 12 16 17 13 18 19 19 22
Total 55 58 68 57 56 72 63 71 66

Fonte: SIM Municipal

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A análise comparativa dos coeficientes de mortalidade por câncer de mama entre diferentes
localidades é possível através da padronização destes coeficientes, com o objetivo de atenuar
as diferenças existentes na composição etária das populações consideradas e evitar conclusões
equivocadas. No Gráfico 6, estão representados os coeficientes padronizados por idade com
base na população 2012 do Estado de São Paulo (IBGE), para os municípios do Grande ABC e
Estado de São Paulo, considerando os óbitos por câncer de mama ocorridos no ano de 2013. O
município que apresentou o maior risco de morte por esta causa foi Ribeirão Pires, seguido por
Diadema. São Bernardo do Campo encontra-se em posição intermediária, acima da média
estadual, equiparando-se a São Caetano do Sul e Mauá. Santo André apresentou um resultado
discretamente inferior ao observado para o Estado de São Paulo, e Rio Grande da Serra não
apresentou nenhum óbito por esta causa em 2013.

Gráfico 6: Coeficiente padronizado de mortalidade por câncer de mama (óbitos/100.000 mulheres), municípios
do Grande ABC e Estado de São Pulo, 2013.

24,91
21,39
19,48 19,74
18,77
17,24 17,36

0,00

Diadema Mauá Ribeirão Rio Grande Santo São São Estado de


Pires da Serra André Bernardo Caetano São Paulo
do Campo do Sul

Fonte: TABNET DATASUS

As informações apresentadas reiteram a necessidade de rastrear, tratar oportunamente e


monitorar os casos de câncer de mama, a fim de reduzir a morbimortalidade por esta causa na
população feminina.

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