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17 informações sobre
câncer que todo
prossional da saúde
17 INFORMAÇÕES SOBRE CÂNCER QUE TODO PROFISSIONAL DA SAÚDE PRECISA SABER

A oncologia é uma área da saúde que muito tem crescido e se desenvolvido devido à
alta incidência do câncer seguida de mortalidade ou morbidade. Desta forma é necessário
que os prossionais que lidam com estes pacientes conheçam as particularidades
relacionadas com o evoluir da doença, ou mesmo relacionada ao próprio tratamento anti-
neoplásico, que muitas vezes é tóxico e agressivo ao organismo, podendo resultar em
diversas complicações que irão requerer, muitas vezes,
um apoio multi e interprossional para restabelecer as
funções e a qualidade de vida destes pacientes. No
entanto, este conhecimento especíco não é
oferecido na grande maioria dos cursos de graduação
da área de saúde, mas se você quiser conhecer o

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básico do contexto da oncologia que todo prossional
da saúde deveria saber aproveite este conteúdo que
preparamos para você.

1 Incidência geral de câncer no Brasil e no mundo


Câncer é o nome dado ao conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o
crescimento desordenado de células que tendem a invadir tecidos e órgãos vizinhos,
podendo se propagar para locais distantes. Estima-se que em 2012 ocorreram 14,1 milhões
de casos novos de câncer no mundo, sendo mais incidentes os cânceres de pulmão (1,8
milhão), mama (1,7 milhão), intestino (1,4 milhão) e próstata (1,1 milhão).

Atualmente, no Brasil, a doença se congura como um dos problemas de saúde


pública mais complexos dentro do sistema de saúde brasileiro, em virtude de sua magnitude
epidemiológica, social e econômica. Estima-se para o biênio de 2018-2019 a ocorrência de
600 mil casos novos de câncer (exceto o câncer de pele não melanoma), para cada ano,
tendo mais incidência os cânceres de próstata, pulmão, mama feminina e cólon e reto.

Estimativa de incidência de Câncer no Brasil 2018-2019 (exceto pele não melanoma)

Localização Primária Casos % Localização Primária Casos %

Próstata 68.220 31,7% Homens Mulheres Mama Feminina 59.700 29,5%


Traqueia, Brônquio e Pulmão 18.740 8,7% Cólon e Reto 18.980 9.4%
Cólon e Reto 17.380 8,1% Cólon do Útero 16.370 8,1%
Estômago 13.540 6,3% Traqueia, Brônquio e Pulmão 12.530 6,2%
Cavidade Oral 11.200 5,2% Glândula Tireoide 8.040 4,0%
Esôfago 8.240 3,8% Estômago 7.750 3,8%
Bexiga 6.690 3,1% Corpo do Útero 6.600 3,3%
Laringe 6.390 3,0% Ovário 6.150 3,0%
Leucemias 5.940 2,8% Sistema Nervoso Central 5.510 2,7%
Sistema Nervoso Central 5.810 2,7% Leucemias 4.860 2,4%
INCA, 2018

*Números arredondados para múltiplos de 10

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2 Mortalidade por câncer no Brasil e no mundo


A mortalidade por neoplasias vem crescendo consideravelmente nas últimas
décadas, sendo estimados 8,2 milhões de óbitos pela causa no mundo no ano de 2012.

De acordo com uma estimativa do World Cancer Report, publicada em 2014 pela
Organização Mundial de Saúde (OMS), em 20 anos pelo menos 22 milhões de novos casos de
câncer serão diagnosticados no mundo todo/ano, sendo considerado a principal causa de
morte, superando as cardiovasculares e as cerebrovasculares.

No Brasil, o câncer é a segunda causa de mortes representando mais de 16,3% do total


de óbitos ocorridos no país no ano de 2013 de acordo com a décima edição da
Classicação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. Os
cânceres de pulmão, estômago, próstata, cólon e reto e mama estão entre as cinco maiores
causas de mortalidade por câncer na população brasileira.

Mortalidade por Câncer No Brasil

ABC do câncer (INCA, 2017)

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3 Principais fatores risco relacionados ao câncer


O câncer é uma doença multifatorial que engloba associação de fatores internos e
externos ao organismo. As causas internas são geralmente pré-determinadas
geneticamente, mas são raros os casos de câncer relacionados exclusivamente a fatores
hereditários, familiares e étnicos (cerca de 10%), apesar do importante papel do fator
genético sobre a oncogênese.

A maioria dos casos de câncer (80 a 90%) está


relacionada à exposição a fatores ambientais como:
tabagismo, alcoolismo, alimentação inadequada
(especialmente alimentos ultra processados), peso
corporal (sobrepeso e obesidade), saúde sexual e
reprodutiva (infecções sexualmente transmissíveis),
medicamentos (antineoplásicos, imunossupressores e

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hormônios), fatores ocupacionais (relacionados ao
trabalho), exposição a radiações, exposição solar
excessiva e inatividade física.

4 É possível prevenir o câncer?


A prevenção do câncer nem sempre é possível, mas pode-se optar pela adoção de
hábitos de vida saudáveis e evitar os fatores de risco associados ao desenvolvimento dos
tumores. Cerca de 40% dos casos poderiam ser prevenidos com medidas como evitar o
tabaco, dieta não saudável e agentes infecciosos (WHO, 2017).

Medidas como não fumar (o tabaco possui cerca de


4.700 substâncias tóxicas e cancerígenas que são liberadas
no ambiente e inaladas por fumantes e não fumantes), optar
por uma alimentação saudável (rica em frutas legumes,
verduras e cereais integrais), manter um peso corporal
adequado (através de alimentação saudável e atividade
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física), praticar atividade física regularmente (qualquer


atividade em que o corpo se movimente, ainda que não seja
uma modalidade sistematizada), evitar o consumo de
bebidas alcóolicas (principalmente associado ao
tabagismo), evitar exposição solar entre 10 h e 16 h (e sempre utilizar proteção adequada,
como protetor solar, chapéu, barraca), reduz o risco de desenvolvimento da doença.

5 Como realizar a detecção precoce


O objetivo da detecção precoce é a redução da incidência e mortalidade por
câncer através do rastreamento e diagnóstico precoce. Quanto mais cedo detectado o
câncer em sua história natural, mais simples e efetivo será o tratamento com maior
possibilidade de cura e qualidade de vida para o paciente. A prevenção e detecção
precoce são as principais ferramentas no controle do câncer!
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O rastreamento populacional é
uma prática que viabiliza a identicação
de indivíduos que têm a doença, mas que
ainda não apresentam sintomas, e que
por apresentarem exames alterados e

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suspeitos deverão ser encaminhados
para uma investigação diagnóstica. Já
diagnóstico precoce tem por objetivo a
detecção precoce da doença em indivíduos que já apresentam sinais e sintomas de
câncer, levando em conta a história clínica e possível exposição a fatores de risco.
O diagnóstico precoce é possível na grande maioria dos cânceres, com exceção do
câncer de pulmão, esôfago e ovário que frequentemente apresentaram sinais ou sintomas
da doença somente em estadios avançados, o que diculta o controle da doença. Para
alguns poucos tipos de câncer há um consenso, com respaldo da literatura, que se deveria
realizar o rastreamento populacional, pois isto poderia resultar em uma menor mortalidade
pela doença e não aumentaria os riscos ou custos. Segue abaixo as recomendações para os
cânceres rastreáveis no Brasil.
Recomendações sobre o rastreamento do câncer cervical no Brasil

Mulheres entre 25 e 64 anos devem fazer um exame preventivo ginecológico


a cada três anos, após 2 anos consecutivos de exames negativos.
INCA, 2016

Recomendações sobre o rastreamento com mamograa

Condição Recomendação

>de 50 anos

De 50 a 59 anos

De 60 a 69 anos

De 70 a 74 anos

75 anos ou mais

Periodicidade

INCA, 2015
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Recomendações sobre o rastreamento de câncer de cólon e reto

Recomenda-se o rastreamento para o câncer de cólon e reto usando pesquisa de


sangue oculto nas fezes, colonoscopia ou signoidoscopia, em adultos entre 50 e 75 anos.
Os riscos e os benefícios variam conforme o exame de rastreamento. Grau de
recomendação A.

Recomenda-se contra o rastreamento de rotina para câncer de cólon e reto em


adultos entre 76 e 85 anos. Pode haver considerações que suportem o rastreamento
desse câncer individualmente. Grau de recomendação C.

Recomenda-se contra o rastreamento de câncer de cólon e reto em pacientes de


85 ou mais. Grau de recomendação D.

Ministério da Saúde, 2010

6 Quais os tratamentos mais frequentemente indicados?


O tratamento do câncer pode englobar diversas intervenções, podendo em muitos
casos haver a combinação de mais de uma modalidade, sendo as mais utilizadas a cirurgia,
a radioterapia e a quimioterapia, além do transplante de medula, hormonioterapia,
imunoterapia e terapia alvo. A escolha do tratamento leva em conta aspectos como o tipo
de tumor, sua extensão e a condição de saúde basal do paciente.

As principais metas do tratamento são a cura, prolongamento da vida e melhora da


qualidade de vida, havendo possibilidade de cura para cerca de 1/3 dos casos de câncer,
particularmente para os casos de câncer de mama, colo do útero, cavidade oral e cólon
quando detectados precocemente e tratados adequadamente. Além disso, alguns tipos
de tumores apesar de não apresentarem métodos de detecção precoce, apresentam alto
potencial de cura.

7 Como funcionam estes tratamentos?


Vamos esclarecer abaixo como funciona cada um dos tratamentos mais utilizados em
oncologia.

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Cirurgia
Consiste na remoção do tumor, com margens
seguras. É utilizada para diagnóstico, estadiamento e
tratamento da grande maioria dos tumores sólidos,
podendo estar associada a outras modalidades
terapêuticas a m de se alcançar melhores resultados

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em termos de cura, sobrevida e qualidade de vida. Pode
ser utilizada também, com objetivo de reconstrução de
estruturas anatômicas ou controle dos sintomas.
Atualmente os procedimentos se tornam cada vez mais conservadores a m de garantir
menores danos à funcionalidade e qualidade de vida do paciente.

Radioterapia
É um tratamento local no
qual se utiliza de radiações
visando destruição do tumor ou
para impedir que suas células se
proliferem. Metade dos pacientes
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com câncer é tratada com


radiação. Quando a fonte de
radiação está distante do tumor é
chamada de teleterapia e quando a fonte de radiação é introduzida próxima ou dentro do
tumor, chama-se braquiterapia. A dosagem de radiação é variada e geralmente os
pacientes necessitam realizar várias sessões. Por ter ação localizada os efeitos colaterais
geralmente estão relacionados com a área irradiada.

Quimioterapia
É uma forma de tratamento sistêmico onde são
utilizados medicamentos, em intervalos regulares, que
destroem as células cancerígenas. Aplicados em sua
maioria de forma intravenosa, podem também ser
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ofertados por via oral, intramuscular, subcutânea,


intratecal e tópica, com objetivo de cura, redução do
tumor, ou destruição de células remanescentes após
cirurgia. Os medicamentos são transportados através
da corrente sanguínea por todo corpo, e por isso são comuns efeitos adversos citotóxicos
sistêmicos variados, pois estes agem também sobre as células sadias. Cada medicamento
apresenta um mecanismo de ação, sendo frequentemente utilizada a combinação de
drogas diferentes.

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8 Qual a indicação quando a doença está disseminada


no organismo?
Pacientes que evoluem com doença avançada, ou seja, sem possibilidade de cura
por já existirem vários locais do organismo onde as células cancerígenas se multiplicaram por
terem sido disseminadas por via linfática ou hematológica ou mesmo ter um grande volume
onde nenhum dos tratamentos atuais teria potencial de cura, estes irão receber uma
abordagem paliativa. De acordo com denição da Organização Mundial de Saúde (OMS)
em 1990 e atualizada em 2002, “cuidados paliativos consistem na assistência promovida por
uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e
seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio
do sofrimento, da identicação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e
demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais".

A abordagem paliativa inclui medidas


para o manejo dos sintomas e muitas vezes uma
abordagem ativa através de tratamentos
como cirurgia, radioterapia e quimioterapia
para o controle dos sintomas, respeitando os
limites do próprio paciente. Na fase terminal da
vida o cuidado paliativo visa, através de
procedimentos e técnicas multidisciplinares,

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garantir qualidade de vida ao paciente e
suporte aos familiares.

9 Quais os eventos adversos mais comuns com a


quimioterapia?
A quimioterapia envolve a utilização de medicamentos anticancerígenos para
destruir as células tumorais. Todavia, nesse processo, células sadias de todo organismo
sofrem efeitos colaterais por ser um tratamento sistêmico.

A seguir temos alguns exemplos do efeito citotóxico do tratamento:

Mielotoxicidade
Anemia, neutropenia, leucopenia, plaquetopenia.

Cardiotoxicidade
Arritmias, miocardiopatia, valvulopatias, insuciência cardíaca, derrame pericárdico,
isquemia.

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Toxicidade vascular
Evento tromboembolítico, síndrome da veia cava superior, hipotensão, hipertensão.

Toxicidade gastrointestinal
Inapetência, anorexia, náuseas, vômitos, diarreia, desidratação, obstipação,
distensão abdominal, mucosites, úlceras.

Desordens metabólicas e nutricionais


Intolerância à glicose, síndrome de lise tumoral, hiperglicemia, disfagia, anorexia,
obesidade, desidratação.

Toxicidade dermatológica
Alopecia, pele seca, prurido, alterações nas unhas, fotossensibilidade,
hiperpigmentação, necrose.

Neurotoxicidade
Dor neuropática, neuropatia motora periférica, neuropatia sensitiva periférica,
redução do nível de consciência, confusão, alteração do humor.

Toxicidade musculoesquelética
Artralgia, artrite, fraqueza muscular, mialgia, dor óssea.

Toxicidade respiratória
Tosse, hipersecreção, dispneia, hipóxia, derrame pleural, pneumonites, hemorragia
broncopulmonar, Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA).

Nefrotoxicidade
Insuciência renal, doença renal crônica.

Infecções
Infecção relacionada a cateter, infecção abdominal, Infecção pulmonar, infecção
de mucosa, infecção dentária, sepse.

Desordens gerais e no local da administração


Fadiga, febre, tremores, calafrios, ondas de calor, perda de peso, ganho de peso,
edema, falência de múltiplos órgãos, extravasamento, reação no local da infusão.

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10 Quando surgem os eventos adversos, que prossionais


podem auxiliar na condução destes problemas?

Assim como nos cuidados paliativos


onde se requer uma assistência
multiprossional para conduzir os eventos
adversos da evolução da doença, quando
um paciente que está em tratamento evolui
com eventos adversos provocados pelo
mesmo eles poderão requerer o suporte de
médicos especializados, enfermeiros,
sioterapeutas, nutricionistas, farmacêuticos,
psicólogos, odontólogos, fonoaudiólogos,
assistentes sociais, terapeutas ocupacionais,
musicoterapeutas, gerontólogos para alívio
do sofrimento, da identicação precoce,

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avaliação impecável e tratamento de dor e
outras disfunções/ sintomas físicos, sociais,
psicológicos e espirituais.

11 Quais são as complicações mais comuns das cirurgias


oncológicas?
Como qualquer procedimento cirúrgico, durante ou
após cirurgias oncológicas é possível haver complicações.

A seguir estão descritos algumas desordens que


acontecem com maior frequência decorrente do
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tratamento cirúrgico:

Complicações cardiovasculares
Trombose venosa profunda (TVP), tromboembolismo pulmonar (TEP), hemorragias,
isquemias, hipóxia, linfedema.

Complicações pulmonares
Pneumotórax, hipersecreção, pneumonias, atelectasias, redução da função
respiratória, insuciência respiratória aguda.

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Complicações musculoesqueléticas
Fraqueza muscular, síndrome do imobilismo, deformidade musculoesquelética,
alterações posturais.

Complicações neurológicas
Edema cerebral, rebaixamento do nível de consciência, parestesia, paralisia, tremor,
espasticidade, movimentos involuntários, dor fantasma.

Complicações gastrointestinais e nutricionais


Perfuração intestinal, náuseas, vômitos, distensão abdominal, constipação.

Complicações do aparelho geniturinário


Obstrução do trato urinário, perfuração de bexiga, incontinência urinária, impotência
sexual, disfunção erétil, desordem de ejaculação, dispareunia, ressecamento vaginal,
estenose vaginal.

Outros eventos adversos comuns


Lesão intraoperatória, fístulas, necroses, dor, infecções, deiscência em ferida
operatória, aderências cicatriciais.

12 Como os prossionais da saúde podem contribuir para


minimizar estas complicações?
Muitas das complicações que tendem a ocorrer nos
pós-operatórios podem ser prevenidas ou minimizadas
quando os membros da equipe multiprossional que possuem
intervenções preventivas ou terapêuticas recebem o
encaminhamento pré-operatório ou são acionados no
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momento oportuno para contribuírem na aceleração da


resolutividade destas complicações. Como exemplo
podemos citar o encaminhamento pré-operatório para o
sioterapeuta de cirurgias torácicas e digestivas. Quando o
sioterapeuta identica algum décit funcional no pré-operatório ou prescreve exercícios,
em especial os aeróbicos, vários estudos clínicos têm demonstrado que estas intervenções
têm o potencial de criar uma reserva funcional que é prevista de ser perdida no pós-
operatório e isso contribuiria para acelerar sua recuperação e reduziria o risco de
complicações pós-operatórias.

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13 A radioterapia pode gerar sequelas?


Sim, apesar de ser um tratamento localizado, os tecidos e estruturas vizinhas ao local
irradiado receberão doses de radiação e células sadias serão danicadas. As disfunções,
que podem se desenvolver durante ou tardiamente ao tratamento estão relacionadas à
região irradiada.

A seguir temos exemplos de algumas sequelas de acordo com a área tratada:

Sistema Nervoso Central (SNC)


Irritabilidade, alterações hormonais, dor de ouvido, alterações na audição, na visão,
diculdade de aprendizado, alterações de memória e concentração.

Cabeça e pescoço
Dor de ouvido, perda auditiva, desordem vestibular, retinopatia, catarata,
osteoradionecrose, xerostomia, trismo, mucosite oral, disfagia.

Tórax
Dispneia, tosse, disfagia, brose pulmonar, desordens cardíacas.

Abdome
Diarreia, constipação, cólicas, atos, urgência para evacuar.

Pelve
Infertilidade (temporária ou permanente), secura vaginal, estenose vaginal, disúria,
noctúria, incontinência urinária, disfunção sexual.

Desordens da pele
Alopecia, pele seca, escamosa, avermelhada, radiodermite, necrose.

Outras disfunções
Fadiga, alterações nas taxas sanguíneas (anemia, leucocitose, neutropenia), brose e
aderência de tecidos moles, redução da amplitude de movimento, linfedema.

14 Como os prossionais da saúde podem auxiliar na


prevenção ou condução destas sequelas?
A atuação de uma equipe multiprossional capacitada em oncologia é de extrema
importância no manejo da doença e controle dos eventos adversos gerados pelos
tratamentos.

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A equipe médica é responsável pelo diagnóstico e deve traçar o plano de tratamento
adequado, além de gerenciar os possíveis efeitos colaterais e intervir nas patologias e
síndromes que esse paciente venha a apresentar ao longo do tratamento.

Prossionais da enfermagem gerenciam os setores e equipes, o uxo de pacientes,


além de prestarem suporte, cuidados assistenciais e orientações aos pacientes e familiares.

Farmacêuticos além da manipulação de medicamentos e dispensação da prescrição


médica desempenham papel importante no planejamento, seleção, aquisição de
medicamentos, gerenciamento de resíduos e noticação de reações adversas
relacionadas aos medicamentos.

O nutricionista fornece suporte nutricional ao paciente, seja preparando-o para o


tratamento ou intervindo por meio da prescrição dietas de acordo com a necessidade a m
de aperfeiçoar o tratamento.

O psicólogo oferece suporte psicológico ao paciente e familiares durante o


enfrentamento da doença, além de intervir nos diferentes níveis de estresse e perturbação
emocional.

O assistente social deve compreender os aspectos sociais, econômicos e culturais que


interferem no processo saúde/doença formulando estratégias que efetivem o direito social à
saúde, orientando e fornecendo suporte aos pacientes e familiares.

O odontólogo tem por objetivo prevenir possíveis focos de infecção, através da


adequação do meio bucal, prevenindo assim complicações durante o tratamento.

O fonoaudiólogo previne e trata distúrbios da fala e dos sistemas miofuncional,


orofacial, cervical e de deglutição de acordo com as necessidades do paciente.

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O musicoterapeuta utiliza a música como intervenção terapêutica para promover a


saúde (física, mental, emocional, social) do indivíduo através das atividades musicais.

Terapeutas ocupacionais atuam sobre as alterações cognitivas, afetivas, perceptivas


e psicomotoras como base no desenvolvimento de projetos terapêuticos especícos.

Já o sioterapeuta atua prevenindo e tratando disfunções físicas e respiratórias


geradas pelo câncer ou pelos tratamentos oncológicos, utilizando de meios físicos e do
movimento para intervir.

15 Para a criação e condução dos planos de cuidados


em oncologia, por classicação de câncer, quais
prossionais deveriam ser envolvidos?
Prossionais da área da saúde como médicos especializados em terapêuticas anti-
neoplásicas, diversas especialidades médicas (cardiologistas, nefrologistas, intensivistas...)
para conduzir problemáticas relacionadas à evolução ou o tratamento do câncer. Da
mesma forma os enfermeiros, técnicos em enfermagem, sioterapeutas, nutricionistas,
farmacêuticos, psicólogos, odontólogos, fonoaudiólogos, assistentes sociais, terapeutas
ocupacionais, físicos médicos, biólogos, biomédicos, musicoterapeutas, gerontólogos e
outros que podem e devem contribuir de forma interdisciplinar na construção dos planos de
cuidado individual de cada paciente que desenvolve o câncer, sendo que a necessidade
de contribuição pode variar a depender da localização e estádio da doença e do tipo de
tratamento que o paciente irá receber.

16 Existem políticas de saúde direcionadas a pacientes


com câncer?
Existem no Brasil, diversas políticas de saúde e programas direcionados a assegurar os
direitos dos pacientes com câncer, bem como em buscar a redução do impacto da
doença.

Portaria n° 874, de 16 de maio de 2013 – Instituiu a


Política Nacional para Prevenção e Controle do
Câncer na Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com
Doenças Crônicas no Âmbito do SUS.

Portaria n° 140, de 27 de fevereiro de 2014 – O


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documento que redene os critérios e parâmetros para


organização, planejamento, monitoramento, controle
e avaliação dos estabelecimentos de saúde
habilitados na atenção especializada em oncologia e
dene as condições estruturais, de funcionamento e recursos humanos para habilitação
desses estabelecimentos no âmbito do SUS.

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Ações e programas do Ministério da Saúde em âmbito nacional desenvolvidas com


a participação do INCA:

Ÿ Política Nacional de Alimentação e Nutrição


Ÿ HumanizaSUS
Ÿ Comitê Gestor da Política Nacional de Promoção da Saúde
Ÿ Una-SUS
Ÿ Descentralização dos Programas de Ensino

Ações, campanhas e programas em âmbito nacional desenvolvidas pelo INCA:

Ÿ Controle do Câncer do Colo do Útero


Ÿ Controle do Câncer de Mama
Ÿ Programa Nacional de Controle do Tabagismo
Ÿ Expansão da Assistência Oncológia (Projeto EXPANDE)
Ÿ Programas de Qualidade em Radiações Ionizantes
Ÿ Programa de Transplante de Medula Óssea
Ÿ Banco Nacional de Tumores e DNA
Ÿ Vigilância do Câncer e seus Fatores de Risco
Ÿ Rede Nacional de Câncer Familial
Ÿ Comissão Nacional Para Implementação da Convenção Quadro para o Controle do
Tabaco CONICQ

Iniciativas do INCA em parceria com outras empresas:

Ÿ Programa de Hematologia-Oncologia Pediátrico


Ÿ Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) para o Controle do Câncer

17 Existem leis que beneciam/resguardam pacientes


com câncer?
Sim. As equipes do Serviço Social e Direção do Instituto Nacional do Câncer (INCA)
elaboraram uma cartilha que busca esclarecer dúvidas frequentes sobre os direitos do
paciente com câncer, como:

Ÿ O saque do FGTS pode ser retirado, na fase sintomática da doença, por trabalhador
cadastrado ou que tenha dependente portador de câncer.

Ÿ O trabalhador cadastrado no PIS/PASEP, antes de 1988, na fase sintomática da doença,


ou que tenha dependente portador de câncer poderá retirar o PIS e PASEP.

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Ÿ O auxílio doença é um benefício mensal oferecido ao trabalhador portador de câncer


que está temporariamente incapaz para o trabalho devido à doença por mais de 15 dias
consecutivos.

Ÿ A aposentadoria por invalidez é concedida ao portador de câncer que teve


comprovada a incapacidade denitiva para o trabalho através de perícia médica do
INSS.

Ÿ O amparo assistencial ao idoso e ao deciente (Lei Orgânica de Assistência Social – LOAS)


garante um salário-mínimo mensal ao idoso, ao portador de deciência, além de crianças
de 0 a 10 anos e adolescentes entre 12 e 18, quando apresentarem uma renda familiar
inferior a um quarto do salário-mínimo. A pessoa com câncer que se enquadra nesses
critérios e que não esteja vinculada a nenhum outro regime de previdência social ou
benefício tem direito ao benefício.

Ÿ O Tratamento Fora de Domicílio (TFD) no SUS (Portaria SAS nº 055, de 24 de fevereiro de


1999), tem por objetivo garantir ao paciente de um município, acesso aos serviços
assistenciais de outro município, ou até outro Estado.

Ÿ Os pacientes com câncer são isentos do imposto de renda relativo aos rendimentos de
aposentadoria, reforma e pensão, inclusive as complementações (RIR/1999, art. 39, XXXIII;
IN SRF nº 15, de 2001, art. 5º, XII).

Ÿ A quitação do nanciamento da casa própria é um direito à pessoa com invalidez total e


permanente, causada por acidente ou doença, caso exista esta cláusula no seu contrato
e a doença determinante da incapacidade tenha sido adquirida após a assinatura do
contrato de compra do imóvel.

Ÿ A isenção de IPI na compra de veículos adaptados é um direito da pessoa com câncer


que apresenta deciência física nos membros superiores ou inferiores que o impeça de
dirigir veículos comuns. (Lei nº 10.182, de 12/02/2001, restaura a vigência da Lei nº 8.989, de
24/02/1995).

Ÿ Isenção de imposto de Circulação Mercadorias e sobre Prestação de Serviços (ICMS) na


compra de veículos adaptados.

Ÿ Isenção de imposto de Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para veículos


adaptados.

Ÿ Isenção de imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU).

Ÿ O bilhete de Viagem do Idoso garante transporte interestadual gratuito ou com desconto


de 50% através da carteira do idoso (Lei Nº 10741/2003, no art. 40 e o Decreto Nº
5934/2006).

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Ÿ Laudo médico para afastamento de trabalho é emitido pelo médico assistente quando
necessário (Artigo 3º da Resolução CFM 1851/2008)

Ÿ O laudo médico para atestado de lucidez geralmente é utilizado para ns de procuração
a terceiros (Resolução CFM 1658/2002)

Referências

FERLAY, J. et al. GLOBOCAN 2012 v1.0, cancer incidence and mortality worldwide.
Lyon, France: IARC, 2013. (IARC CancerBase, 11). Disponível em: http://globocan.iarc.fr.
Acesso em: 19/04/2018.

Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. ABC do câncer:


abordagens básicas para o controle do câncer / Instituto Nacional de Câncer José Alencar
Gomes da Silva; organização Mario Jorge Sobreira da Silva. – 3. ed. rev. atual. – Rio de
Janeiro: INCA, 2017.

INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Ações e


Programas. Programas e ações no Brasil. Disponível em:
http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/acoes_programas/site/home/nobrasil.
Acesso em: 19/04/2018.

INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Câncer.


Orientações ao pacientes e familiares. Direitos sociais da pessoa com câncer. Disponível em:
http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/orientacoes/site/home/direitos_sociais_canc
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P r e v e n ç ã o . R i o d e J a n e i r o , 2 0 1 8 . D i s p o n í v e l e m :
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Tratamento do câncer. Rio de Janeiro, 2018. Disponível em:
http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/cancer/site/tratamento. Acesso em:
19/04/2018.

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Diretrizes brasileiras


para o rastreamento do câncer do colo do útero. 2. ed. Rio de Janeiro, 2016.

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Diretrizes para a


detecção precoce do câncer de mama no Brasil. Rio de Janeiro, 2015.

INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Estimativa 2018:


Incidência de Câncer no Brasil. Rio de Janeiro, 2018. Disponível em:
http://www.inca.gov.br/estimativa/2018/referencias.asp. Acesso em: 13/04/2018.

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Instituto Oncoguia. Equipe Multidisciplinar para o Tratamento do Câncer. Disponível


em: http://www.oncoguia.org.br/conteudo/equipe-multidisciplinar/8213/50/. Acesso em:
19/04/2018.

Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Básica. Rastreamento / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento
de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2010.

SAAD E.D. et al., Critérios Comuns de Toxicidade do Instituto Nacional de Câncer nos
Estados Unidos; Revista Brasileira de Cancerologia, 2002, 48(1): 63-96.

Stewart BW; Wild CP. World cancer report.. WHO Press, World Health Organization,
Geneva - Switzerland, 2014. ISBN 978-92-832-0443-5.

World Health Organization. Prevention. Cancer control : knowledge into action : WHO
guide for effective programmes; module 2. 2007

Como citar?

Vital, F. M. R; Faria, C. A. 17 informações sobre câncer que todo prossional da saúde


precisa saber. Vital Knowledge: Muriaé, 2018. E-book (3-19). Disponível em:<
https://vitalknowledge.com.br/ebooks/E-BOOK-17-informacoes-sobre-o-cancer.pdf>.
Acessado em

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