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ANATOMIA PATOLÓGICA

HEMATOXILINA E EOSINA A área luminal > Área Basal

H&E (hematoxilina e eosina) são tons dominantes e Área


característicos da coloração standart usada na
anatomia patológica.

“Azul é mau, rosa é morto”.


Azul: Alteração neoplásica do tecido;
Rosa: Necrose – morte do tecido. Área
O gânglio linfático tem uma coloração muito azul mas Estoriforme:
não é “mau”, ou seja, não tem alteração neoplásica Aparência em espiral/roda.
do tecido. Ex: Tumor fibroso Solitário
COLORAÇÕES / HISTOQUÍMICA

Eosinofílico: Rosa;
Hipercromático: Azul;
Amfofílico: Coloração azul-avermelhado (quando
se refere às secções coradas com H&E).
Significa que cora com colorações
ácidas e básicas.
Argirofílico: Afinidade para prata/ adora prata;
Cora com colorações à base de prata.

DESTRUIÇÃO NUCLEAR

Cariólise: Dissolução nuclear/ apagamento As células formam 1 roda


paulatino;
Picnose: Encolhimento/ diminuição do núcleo; Fascicular:
Cariorexis: Fragmentação nuclear. O maior eixo das células (fusiformes)
são perpendiculares em feixes
adjacentes (ex: músculo).
Ex: Leiomioma/Leiomiosarcoma.

PADRÕES MORFOLÓGICOS

Hobnail:
A área exposta na superfície (luminal), é maior
que a área basal.
Ex: Tumor maligno nos vasos (angiossarcoma).

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Plexiforme: Papilar:
Em formação de rede Projeções papilares com eixo fibro-vascular;
Ex: Neurofibroma Plexiforme. Papilar= mamilar/nipple;
Ex: Carcinoma Papilar da Tiróide).

Cribiforme:
Grupos de células com pequenos
buracos.
Adenoma Tubular/ Carcinoma Ductal
Herringbone:
in-situ.
Morfologia em espinha;
Ex: Fibrossarcoma.

Sólido:
Sem arquitetura, células back-to-back;
Não tem estrutura; Plano:
Ex: Carcinoma ductal in-situ Morfologia plana sem projeção acima da
sólido/malignidade e neoplasia pouco superfície;
diferenciada como Ex: Carcinoma Ductal in-situ plano.
carcinoma/sarcoma / linfoma.
Trabecular:
Arranjo de células quasi-linear;
Ex: Carcinoma Papilar da Tiróide variante
células altas/ Tumor de Células de Sertoli.

Micropapilar:
Projeções papilares sem eixo fibro- Bifásico/Padrão Múltiplo:
vascular; Múltiplos padrões de tipos celulares, como
Papilar = mamilar/nipple; fusiforme, epitelioide;
Carcinoma ductal in-situ micropapilar. Ex: Sarcoma Sinovial/ Adenoma Pleomórfico.

Ninhos:
Ilhas de células com circunferências
circulares;
Ex:(Tumores Neuroendócrinos).

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EROSÕES E ÚLCERAS Características Citológicas de Malignidade:

Úlcera: Lesão através da pele ou superfície mucosa. As mitoses podem ser observadas em:

Erosão: Limitada à mucosa/ulceração superficial. Em Tumores pouco diferenciados e em processo de


Dermatopatologia, ocorre ulceração através da regeneração dos tecidos!
epiderme.
Índice mitótico elevado no contexto nuclear benigno,
habitualmente NÃO é maligno!

Nos contextos dos tumores dos tecidos moles, 2


características importantes de malignidade são a:

Necrose;
Vascularização elevada.
Microscopia: Características necessárias (1&2):
Os tumores BENIGNOS dos TECIDOS MOLES podem
1. Perda de Epitélio; ter marcada:
2. Resposta vital local à perda de epitélio:
Atipia nuclear
Infiltrado Neutrofílico;
Atividade mitótica elevada.
Fibrina;
Detritos celulares. Diagnóstico diferencial - Geral no Diagnóstico de
Lesão Maligna:

CARACTERÍSTICAS DE MALIGNIDADE

Características Nucleares: MALIGNIDADE

Dimensão nuclear;
Razão núcleo/citoplasma;
Pleomorfismo nuclear; PRIMÁRIO SECUNDÁRIO
Nucléolo Morfologia;
Dimensão nucléolo;
Nº de nucléolos; O local do tumor pode alterar o diagnóstico
Hipercromasia cromatina; diferencial;
Granularidade da Cromatina; A conduta pode ser totalmente diferente.
Irregularidade da membrana nuclear; Diagnóstico diferencial de malignidade
Mitoses; Histomorfológico e clínico:
Mitoses atípicas;
Epitelial:
São as anomalias NUCLEARES que tornam a célula Carcinoma.
maligna; Mesenquimatoso:
O CITOPLASMA dá uma pista para a ontogenia Sarcoma.
celular. Tumor de células germinativas;;
Carcinoma neuroendócrino;
Valor a preditivo de malignidade: Hematológico;
Baixo/Elevado na Célula de Reed-Stenberg Melanoma Maligno.
Linfoma de Hodgkin; Melanoma é uma categoria separada pois pode
Baixo/Negativo; Favorece Benignidade; assumir qualquer morfologia microscópica (Grande
Elevado (Fendas/indentações/angulosa). imitador!). Pode-se confundir com outros tumores.

Tumores Hematológicos incluem linfomas, leucemias,


neoplasia de plasmócitos.

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Classificação clínica útil. Difícil nos casos Nucléolo:
problemáticos:
Número;
Tumores de células germinativas podem ser Ausente, presente, múltiplos;
indistinguíveis; Nucléolo grande exclui carcinoma
Muitos sarcomas epitelióides podem mimetizar neuroendócrino.
carcinomas;
TIPO MORFOLOGIA SIGNIFICADO
Carcinomas fusiformes podem mimetizar
sarcomas;
A diferenciação neuroendócrina pode não ser
evidente.

CATEGORIZAÇÃO MORFOLÓGICA

Fatores a considerar:

Forma da célula:

Fusiforme; epitelióide, plasmocitóide; mista.

Dimensão da célula:

Pequena ou grande;
Célula de referência eritrócito ou neutrófilo.

Coesão:

DISCOESO VS COESO
Se observarmos vários grupos com mais de 5
células provavelmente é COESO Diâmetro de um linfócito em repouso= diâmetro de
Presença de coesão celular desfavorece LINFOMA um eritrócito= 8 micras

Citoplasma – Relação com a sua abundância: Diagnóstico Histomorfológico diferencial prático de


malignidade:
ESCASSO, MODERADO, ABUNDANTE;
Citoplasma EOSINFÍLICO (Rosa) desfavorece Malignidade:
LINFOMA; Células epitelióides;
ONCOCÍTICO contêm abundante citoplasma Células fusiformes;
eosinófilo GRANULAR; Células pequenas e azuis;
Lesões Benignas compostas por oncocitos – Células claras;
ONCOCITOMA; Células pleomórficas;
METAPLASIA oncocítica (alteração do citoplasma) Células mixóides.
pode ser afeta a toda a lesão ou parcial;
NEOPLASIAS oncocíticas são comuns no RIM, COESO DISCOESO
TIRÓIDE e GLÂNDULAS SALIVARES;
ALTERAÇÃO oncocítica aumenta com o evoluir da
idade
Pode representar uma acumulação senescente de
mitocôndrias em epitélio secretor.

Cromatina:

ESPESSURA da cromatina;
FINA VS. GRANULAR.

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Fatores fortemente preditivos de Coeso: Na pesquisa dos elementos em mitose:

Pontes intercelulares; Núcleo escuro/hipercromático;


Agregados Tridimensionais (3D); Ausência de membrana nuclear;
Moldagem nuclear. Na prófase a cromatina pode estar com periferia
indentada/aspecto em colar de contas;
Fatores fracamente preditivos de Coeso:
DxDf: apoptose:
Citoplasma eosinófilo; o Condensação nuclear PICNOSE;
Citoplasma abundante; o Citoplasma eosinófilo.
Diâmetro >2x ao do Eritrócito.

Factores fracamente preditivos de discoeso:


Na pesquisa dos elementos - Neutrófilos:
Espaço peri-celular presente;
Pequenos Pontos = Núcleo multilobulado
Citoplasma escasso;
acompanhados por linfócitos e plasmócitos;
Citoplasma basófilo.
DxDf: Detritos nucleares – Células apoptóticas
tem condensação nuclear (picnose), citoplasma
Diagnóstico Provável por histomorfologia: eosinófilo;
Os polimorfonucleares identificam-se pelo seu
CARCINOMA = Coeso relativamente grande (> 2x
núcleo;
neutrófilo); +/-, Nucléolo; +/- Formação de
Não vale a pena procurar a membrana celular,
glândulas (Estruturas circulares), citoplasma
não se identifica;
habitualmente moderado a abundante.
Coleção de polimorfonucleares pensar e
ABCESSO.
SARCOMA = Coeso, composto por células
fusiformes (Células afiladas nas duas Carcinoma em células em anel de sinete:
extremidades, núcleo oval/em forma de cigarro).
Células assemelham-se a um anel de sinete;
Contêm mucina em grande quantidade no
citoplasma que empurra o núcleo para a periferia,
TUMOR DE CÉLULAS GERMINATIVAS = aparência
e assemelha-se um “buraco”;
similar ao Carcinoma. Localização muito útil como
O núcleo empurrado mimetiza a aparência de um
Gónadas, Retroperitoneal, linha média.
anel;
Células tipicamente 2-3x ao tamanho de
CARCINOMA NEUROENDÓCRINO = Coeso,
linfócito/menor que um adipócito;
cromatina fina e granular e SEM NUCLÉOLO.
Núcleo em forma de crescente/similar a uma
célula endotelial num capilar seccionado de topo;
A célula em anel de sinete tem sempre um amigo
LINFOMA= Discoeso, relativamente pequeno
muito próximo, outra célula em anel de sinete
(habitualmente <=2X. Diâmetro do neutrófilo),
A mucina intracitoplasmática é clara na H&E, mas
citoplasma basófilo/azul e escasso
pode ser eosinofílica;
Colorações que ajudam no diagnóstico: PAS E o
MELANOMA = Classicamente pigmentado,
Azul de Alcian;
nucléolo proeminente e vermelho (“Cherry
nucleoli”), mistura de células epitelióides,
fusiforme mistura de células coesas e discoesas
Na pesquisa dos elementos – Necrose:
Fases de mitose:
Células mortas = coloração Rosa;
Profase: cromatina condensa-se em Células anucleadas (Células fantasma, apenas o
cromossomas; contorno celular);
Metafase: cromossomas alinhados; Neutrófilos presentes;
Anafase: separação do fuso acromático; DxDF: FIBRINA.
Telofase: reversão para a profase.
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Metástase Ganglionar: MATERIAL ESTRANHO: Antracose, tinta de
tatuagem
Observar o tumor;
MELANINA: Castanho granular fino claro.
O tumor no gânglio linfático habitualmente é mais
em diferenciado que o primário pouco
diferenciado;
Mnemónica BH MFLME:
Tumor ocupa primeiro o espaço sub-capsular;
A metástase ganglionar é habitualmente óbvia Bílis;
Exceto nos carcinomas lobulares e os carcinomas Ácido Homogentísico (Alcaptonúria coloração
em anel de sinete; preta, considerado o 6º pigmento);
Histiócitos podem ser difíceis de distinguir das Melanina;
células metastáticas; Ferro (Hemosiderina);
Histiócitos estão presentes nos centros Lipofuscina;
germinativos; Material estranho.
Células malignas têm características de
malignidade. Material pigmentado – colorações:

Azul da Prússia PARA A Hemosiderina;


Diagnóstico diferencial de “coisas eosinófilas”: Fontana-Masson: para a melanina;
PAS ou Kluver Barrera: para a Lipofuscina.
Amilóide;
Coágulo sanguíneo; Material granular pigmentado, pensar em melanoma
Colagénio (tecido fibrótico); Maligno.
Célula muscular lisa.

Fibroblasto: SISTEMA CIRCULATÓRIO


Núcleo ondulante com extremidades pontiagudas; Anatomia dos vasos:
Baixa densidade nuclear;
Tecido fibrótico mais proteína menos célula, A presença de endotélio luminal define os vasos
menos núcleos. ARTÉRIAS, contêm 3 camadas:

Célula muscular lisa: Íntima;


o Endotélio, lamela elástica interna, tecido
Núcleo elíptico; conectivo sub-endotelial.
Maior densidade de núcleos; Média (Músculo liso);
São esticadas não ondulantes; Adventícia (tecido conectivo).
Núcleo em forma de charuto com vacúolo na
extremidade. A camada média dá mais elasticidade.

Célula de Schwann: As VEIAS, contêm as mesmas 3 camadas, com média


menos espessa e adventícia mais espessa.
Encontrada no nervo, núcleo fino e ondulante.
Grandes artérias:

Aorta.
Na pesquisa dos elementos – Material Pigmentado:
Médias artérias:
Também conhecido por “tralha” granular castanha
/preta DxDf: de pigmento granular. Artérias renais e lobulares.

LIPOFUSCINA: Castanho, em células Pequenas artérias:


senescentes /velhas oxidação de material Artérias arcuatas e interlobulares.
orgânico, hepatócitos, miocárdio;
HEMOSIDERINA: Castanho metabolismo da Arteríolas: Média com 2 a 5 camadas de músculo liso
hemoglobina; ou com raio luminal igual à espessura da parede.
BÍLIS: amarelo encontrado nos hepatócitos;
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Existem 2 tipos de circulação: Mecanismos de edema:

Sanguínea: Aumento da pressão hidrostática (Insuf. Cardíaca;


o Pequena circulação (Pulmonar); obstrução à drenagem venosa);
o Grande circulação (Sistémica). Diminuição da pressão oncótica
Linfática. (hipoproteinémia);
Aumento da permeabilidade vascular (inflamação)

Grande Circulação (Sistémica):


Pressão hidrostática: Pressão de sangue nas paredes
Veias: Sangue venoso dos tecidos para o coração. do vaso.
Coração Tecidos Pressão
Hidrostática

Veias
A pressão hidrostática faz com que o sangue extravase
Pequena Circulação (Pulmonar): para o interstício, logo aumenta a permeabilidade.

Artérias: Sangue venoso do coração para os tecidos.


Um dos constituintes do sangue são as proteínas. A
Artérias Coração doença de kwashiorkor é o resultado de uma
(veias) deficiência de proteínas no sangue (hipoproteinémia),
Pulmão que causa o edema na barriga.

Células endoteliais são caracterizadas pela


imunoreactividade para: EDEMA PULMUNAR (esquerda) :
CD34; Acumulação de fluido nos alvéolos pulmonares
CD31; Consequência do > da Pressão hidrostática no
Vimentina; leito vascular pulmonar por insuficiência cardíaca
Endotelina; esquerda. Porque não há sangue suficiente para
Factor von Willbrand. chegar à aurícula esquerda
E maior imunoreactividade nos vasos sanguíneos do
que nos vasos linfáticos:

Antigénio relacionando com o Factor VIII;


Lectina Ulex europaeus I.

EDEMA

Acumulação de excesso de fluído nos tecidos;

Circuito fisiológico;

Pequenas quantidades de líquido, extravasa para o


fluido intersticial, que é drenado pelos vasos
linfáticos.

EDEMA SUBCUTÂNEO (direita):


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Acumulação de fluido nos tecidos subcutâneos; Hemorragias nos tecidos/tecidos subcutâneos
Consequência do > da Pressão hidrostática no com +- 10 mm (fragilidade anómala de vasos).
sistema venoso sistémico por insuficiência
Púrpura (2-10 mm) e Petéquias (1-2 mm):
cardíaca direita. Porque não há sangue suficiente
para chegar à aurícula direita. Hemorragias nos tecidos/tecidos subcutâneos
com +- 1 mm (aumento abrupto da pressão
intravascular/ doenças dos pequenos
vasos/anomalias da coagulação).

TROMBO

Massa sólida estruturada;


Constituída por componentes do sangue;
Formada dentro do sistema cardiovascular.

COÁGULO

Massa sólida NÃO estruturada;


Formada exterior do sistema cardiovascular,
quando o sangue coagula.

TROMBOSE
HEMORRAGIA
Processo de formação do trombo;
Rotura de vaso, saída de sangue do Ativação do sistema de coagulação sanguíneo
compartimento vascular; normal.
Ex: sanguinação maciça por trauma major numa
artéria ou veia; TROMBO
Hemorragia pode ser para os tecidos ou cavidade
Mecanismo hemostático habitual:
corporal.
Agregação de plaquetas;
Tipos de hemorragia:
Rede de fibrina.
Hematoma:
Ocorre constantemente para ocluir pequenos defeitos
Coleção de sangue dentro dos tecidos que surgem na parede vascular
(trauma/doença dos vasos);
Fibrinólise:
Coleção de sangue no pericárdio (rotura
aorta/miocárdio). Após oclusão do defeito, reparação da parede
vascular;
Hemopericárdio:
Processo multi-enzimático que promove a
Coleção de sangue na cavidade pleural dissolução do trombo;
(trauma/rotura da aorta). Coagulação sanguínea, mecanismo homeostático
trombo-fibrinólise).
Hemotórax:

Coleção de sangue na cavidade peritoneal(rotura Trombose patológica:


da aorta/rotura baço ou fígado).
O processo de trombogénese, progride para além
Hemoperitoneu: da capacidade de fibrinólise endógena, para
Coleção de sangue na cavidade articular erradicar o trombo;
(trauma/doença da coagulação). O trombo continua a aumentar de VOLUME por
deposição de fibrina e plaquetas;
Redução do lúmen do vaso.
Hemartrose: Factores que predispõem a formação do trombo:

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Disfunção endotelial; Artéria:
Alteração do padrão de fluxo sanguíneo;
Ateroma e aneurismas.
Alteração do potencial de coagulabilidade do
sangue. Válvula cardíaca:

Inflamação de etiologia infecciosa.


Morfologia do trombo: Ventrículo:
Derivados da ativação da cascata de coagulação; Inflamação pós enfarte e aneurisma ventricular.
Lamelas de fibrina insolúvel;
Agregados de plaquetas; Aurícula:
Eritrócitos. Fibrilhação auricular (estase sanguínea); estenose
da válvula mitral.
O endotélio normal previne a trombose nos vasos: Veia:
Gerando fatores que promovem a lise do trombo; Relentamento do fluxo sanguíneo, alterações da
Prostaciclina e óxido nítrico; coagulabilidade do sangue.
Trombomodulina;
Moléculas heparina-like Seio venoso cerebral:
Plasmina. Inflamação após infecção;
Integridade da parede endotelial impede o contacto alterações da coagulabilidade do sangue.
com moléculas /fatores (Factor de von Willebrand)
que promovem a coagulação/trombose.
Consequências após oclusão vascular por trombo:
TROMBOSE:
Propagação:
Trombose ocorre em diferentes territórios de
circulação, com diferenças macroscópicas: Trombo cresce ao longo da parede do vaso e / ou
dissolução por fibrinólise (administração de
Artérias e câmaras cardíacas (circulação rápida); fibrinolíticos com estreptoquinase).
Trombos firmes e pálidos; Organização:
Maior proporção de fibrina e plaquetas;
Substituição do cerne do trombo por tecido de
Veias (circulação lenta); granulação com formação de novos canais
Trombos vermelhos, moles e gelatinosos; vasculares.
Maior proporção de eritrócitos. Re-canalização:
Trombos oclusivos: A maioria dos trombos, ocorrem TROMBO-EMBOLISMO:
em vasos de média e pequenas dimensão, ocluem o Fragmentação de trombo e entrada na
lúmen. circulação.
Trombos murais: Trombos que se formam em vaso de EMBOLIA
grande calibre (Aorta)e câmaras cardíacas, não
condicionam oclusão completa, formando placas Embolismo significa oclusão de um vaso por uma
elevadas ao longo da parede vascular. massa de material que é transportada pela circulação
sanguínea. A massa de material denomina-se de
Vegetações: Trombos que se formam em válvulas ÊMBOLO. Mais frequente fragmentos circulantes de
cardíacas, tem aspecto polipóide. um trombo –TROMBOEMBOLISMO.

Locais e predisposições para trombose: TROMBOEMBOLISMO:


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Ocorre quando uma massa de um trombo se solta, do Embolia pulmonar minor (85%):
seu local de origem, entra na circulação sanguínea
Bloqueio de artéria pulmonar de pequena
onde viaja até encontrar um vaso sanguíneo com
dimensão;
lúmen, de um diâmetro que impede a sua progressão,
Dispneia;
surge o impacto que dá origem à oclusão do lúmen do
Enfarte;
vaso.
Hemoptise;
Trombo-êmbolo com origem num trombo no coração, Dor pleurítica;
viaja até impactar no sistema arterial cerebral, renal, Assintomáticos.
baço, intestino, membros inferiores.

Trombo-êmbolo com origem num trombo na carótida Embolia pulmonar minor recorrente:
viaja até impactar no sistema arterial cerebral.
Bloqueio de múltiplas artérias pulmonares de
Trombo-êmbolo com origem num trombo na aorta pequena dimensão, durante meses, por êmbolos
abdominal viaja até impactar no sistema arterial renal, recorrentes e de pequenas dimensões;
membros inferiores. Obliteração do leito vascular, sobrecarga cardíaca
direita e HIPERTENSÃO PULMONAR.

TROMBOEMBOLISMO PULMONAR:
Massa de material embolizado:
Trombo-êmbolo com origem num trombo de uma
veia sistémica (veia profunda do membro inferior), Trombo;
viaja até impactar no sistema arterial pulmonar. Ar;
Fluido amniótico;
Consequências da embolização da árvore arterial
Colesterol;
pulmonar:
Gordura e medula óssea;
Isquémia do pulmão , com áreas ventiladas não Células neoplásicas;
perfundidas; Terapêutico (esferas, gel, cola, fio guia).
Sobrecarga cardíaca direita por aumento da
pressão arterial pulmonar.
ELEMENTOS CHAVE – TROMBOSE

Factores que predispõem a TROMBOSE:


Embolia pulmonar maciça (5%):
Coagulabilidade sanguínea aumentada;
Bloqueio de 60% da vasculatura pulmonar;
Relentamento do fluxo sanguíneo;
Colapso cardiovascular, dissociação
Lesão no endotélio.
eletromecânica (contrai mas não bombeia
sangue); TROMBO é composto por:
Morte imediata.
Plaquetas;
Fibrina;
Eritrócitos.
Embolia pulmonar major (10%):
TROMBOS podem:
Bloqueio de artéria pulmonar de média dimensão;
Dispneia; Organizar;
Enfarte; Lisar;
Hemoptise; Propagar;
Dor pleurítica. Embolizar.

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ENFARTE OCLUSÃO LENTA:

Falha do aporte sanguíneo adequado, a um tecido, Enfarte só ocorre quando a interrupção é abrupta, há
causa lesão celular por ISQUÉMIA. uma redução de aporte sangue arterial é paulatina,
surgem canais vasculares alternativos para compensar
Necrose dos tecidos, por interferência com o fluxo
– CIRCULAÇÃO COLATERAL. É possível em muitos
sanguíneo local denomina-se ENFARTE.
territórios, exceto se este é subsidiado por uma
Enfartes, são secundários a: ÚNICA ARTÉRIA.

Obstrução do aporte arterial a um tecido; Atrofia isquémica, o tecido encolhe, durante um


Interferência com a drenagem venosa. período, sendo substituída por tecido hialino,
conectivo, formado por fibroblastos, que sobrevivem
Lesão isquémica resulta em necrose de coagulação à isquémia.
dos tecidos.

BLOQUEIO ARTERIAL:
CHOQUE
Enfartes arteriais tem a forma do território que
irrigam, uma cunha com a artéria centrada no ápex. Estado clínico associada a uma insuficiência geral
de perfusão, de todos os tecidos;
Lesão imediata difusa pouco definida, pálida com Redução sistémica de fluxo sanguíneo, associado
edema; a baixa pressão sanguínea arterial;
48h demarcada, pálida amarelada, início da Redução local de fluxo sanguíneo, há manutenção
resposta inflamatória aguda, nos tecidos viáveis da pressão arterial.
circundantes (orla hiperémica);
10 dias depois, crescimento, tecido de granulação, Choque cardiogénico: Falha do mecanismo cardíaco
organização; de bombear sangue.
Área de enfarte substituída por cicatriz.
Choque obstrutivo: Bloqueio de artérias major.

Choque hipovolémico (hemorragia/queimado):


Coração – enfarte do miocárdio;
Sangue insuficiente para bombear.
Cérebro – AVC/apóplexia;
Choque séptico/anafilático/neurogénico/endotóxico:
Pulmão – enfarte pulmonar; Dilatação anormal dos vasos periféricos.

Membro inferior – gangrena;

Intestino – enfarte intestinal. DOENÇAS ARTERIAIS:

Doença arterial e as suas complicações:

BLOQUEIO VENOSO / ENFARTE VENOSO: Causa de mortalidade/morbilidade no mundo


ocidental;
Enfartes por bloqueio venoso, resultam da sufusão Causa principal: ateroesclerose;
dos tecidos por sangue que não drena, mas o aporte ARTERIOESCLEROSE vs ATEROESCLEROSE.
arterial continua a entrar dá-se uma subida da pressão
dos pequenos vasos com consequente rotura dos
mesmos.
ARTERIOESCLEROSE:
Quando a pressão é elevada, igual a pressão arterial, e
cessa o aporte de sangue oxigenado leva a uma
Designa o:
necrose anóxica, enfarte hemorrágico (áreas
escuras/pretas), torsão dos pedículos vasculares Espessamento e perda da elasticidade da parede
(torsão testículo/ovário, Volvo intestinal, hérnia arterial causada pela hipertensão e diabetes
encarcerada). (padrão de lesão vascular renal e cerebral).
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Com a acumulação e de lípidos por parte dos
macrófagos, ocorre a sua libertação para a íntima;
Há 2 padrões, sendo o mais comum o padrão da
Libertação de citoquinas pelos macrófagos;
ateroesclerose, consequência de um processo
Estimulação da proliferação miofibroblastosdo
denominado de ATEROMA.
tecido conectivo da íntima;
Estenose do lúmen vascular: má perfusão dos tecidos Produção de colagénio com formação de fibrose;
Lesão torna-se elevada e amarela;
Perda de elasticidade da parede vascular: Com o desenvolvimento da placa há atrofia por
Predisposição para a rotura e hemorragia pressão da média e rotura da elástica.
Alterações do endotélio: predisposição para trombose
secundária.
O Aumento de colagénio aumenta a densidade
ATEROESCLEROSE: fibrótica da placa;
Ateroma e as suas consequências constituem a causa Coloração amarela e branca – placa fibrolipidica;
de doença e mortalidade mais comum no mundo Com o avanço da placa ocorrem lípidos livres e
ocidental. intra-macrofágicos;
Colagenização da lesão enfraquece a média e a
Ateroma afeta: parede arterial;
Artérias de grande e médio calibre (Raro nas Endotélio frágil com consequente ulceração;
artérias com <2mm), coronária, carótida, aorta, Estimulado agregação de plaquetas e formação de
mesentérica, femoral vertebro basilares; trombo;
Artérias expostas a altas pressões como na Consequências clinico-patológicas do ateroma:
circulação sistémica, ausente nas artérias
circulação pulmonar, ausente nas veias. A placa de ateroma produz doença de várias formas:

ATEROMA: Redução do fluxo sanguíneo através das artérias;


Predisposição trombótica;
É uma doença da íntima das artérias; Hemorragia para a placa;
Acumulação de material rico em lípidos com Enfraquecimento da parede vascular com
reação celular associada/inflamatória; consequente formação de aneurisma.
Lesão denomina-se de PLACA;
Localizada na íntima mas com repercussão na
estrutura transmural e funcional da média; ELEMENTOS CHAVE – ATEROMA
Aspecto macroscópico varia com estádio de Doença da íntima das artérias, NÃO das veias;
evolução. Placas são compostas por macrófagos, células
ATEROMA - PATOGÉNESE: mióides, lípidos (ricos em colesterol) e colagénio;
Factores de risco são a hipertensão arterial,
Lesão do endotélio associado a fatores de risco: tabaco, colesterol elevado, diabetes;
Hiperlipidémia; Complicações são a redução de fluxo sanguíneo,
Hipertensão arterial; início da trombose, formação de aneurismas.
Diabetes Mellitus;
Hábitos tabágicos.
DOENÇA CARDIOVASCULAR ATEROESCLERÓTICA:

Aorta (Patogénese):
Entrada de colesterol e lipoproteínas de baixa
densidade, ricas em colesterol (LDL); Doença inflamatória crónica + formação de placas
By-pass do up-take de lípidos mediado por de ateroesclerose;
receptores; Espessamento da íntima por histiócitos, linfócitos,
Oxidação das LDL; formando a mancha lipídica;
Acumulação excessiva de lípidos nos macrófagos; Ausência de fibrose.
Aparecimento da mancha lipídica.
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Progressão com fibrose com aumento da INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA
espessura da camada média;
Início súbito/abrupto;
Aumento da espessura da camada íntima;
Falha súbita do esvaziamento das câmaras
Alterações degenerativas da camada média;
cardíacas;
Inflamação da camada adventícia;
Falha na dilatação das câmaras;
Fibrose da parede vascular;
Ausência de mecanismos de compensação em
Calcificação distrófica;
tempo útil;
Trombo mural.
Colapso circulatório com baixa pressão sanguínea
Complicação da ateroesclerose: ANEURISMA. – CHOQUE CARDIOGÉNICO.

Def: dilatação do vaso, 50% > à dilatação normal. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÓNICA

Instalação paulatina da patologia, com agravamento


progressivo.
VASCULITE
Maior impacto sistémico do que no próprio coração.
Doença inflamatória não infecciosa da parede do vaso
e tecidos circundantes. Manifestações semiológicas:

Benignos: Cansaço;
Dispneia;
Hemangioma;
Edema.
Hemangioma sinovial;
Hemangioma venoso; Agudização da insuficiência cardíaca:
Hemangioma/malformação artério-venosa;
Descompensação dos mecanismos de
Hemangioma epitelióide;
compensação.
Angiomatose;
Linfangioma. Mecanismos de compensação face à perfusão
inadequada:
Intermédios (Localmente agressivos/metastização
rara): Dilatação do ventrículo para contrair eficazmente;
Constrição das arteríolas com redistribuição do
Sarcoma de Kaposi;
fluxo sanguíneo;
Hemangioendotelioma Retiforme;
Ativação dos SNA simpático do sistema renina –
Hemangioendotelioma papilar endolinfático;
angiotensina com retenção de água e sal e
Hemangioendotelioma composto;
alteração do tónus vascular;
Hemangioendotelioma pseudomiogénico.
Dessensibilização do músculo cardíaco à
Malignos: estimulação simpática.

Angiosarcoma; INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÓNICA ESQUERDA


Hemangioendotelioma Epitelióide.
Bomba cardíaca insuficiente;
INSUFICIENCIA CARDÍACA Falha do esvaziamento completo do ventrículo
durante a sístole;
Desenvolve-se quando o coração não consegue
Esvaziamento incompleto leva:
manter a circulação que permita suprir a necessidades
Aumento da pressão dentro da câmara
metabólicas.
cardíaca;
Exclui-se a insuficiência cardíaca gerada pela perda de Com reflexo a montante (vaso ou câmara
volémia (sangue e/ou fluídos) cardíaca).
Consequências à esquerda:
Dois grupos de causas: Dilatação da aurícula esquerda;
Doenças que exigem maior carga ao coração Aumento da pressão nas veias pulmonares;
(hipertensão, doenças valvulares); Aumento da pressão nos capilares
Doenças que lesam o músculo cardíaco(isquémia). pulmonares;

13
A elevação da pressão no sistema capilar ELEMENTOS CHAVE – INSUFICIENCIA CARDÍACA
pulmonar;
Insuficiência cardíaca esquerda causa edema
Saída de fluido do sangue para o interstício
pulmonar;
pulmonar e saco alveolar, preenchendo-o
Principais etiologias da insuficiência cardíaca
com transudado (baixo teor em proteínas).
esquerda são:
EDEMA PULMONAR (Manifestação: dispneia). A Enfarte do miocárdio;
montante do coração. Hipertensão;
Doença valvular.
A jusante do coração: Insuficiência de sangue para a
aorta e sistema arterial, hipotensão, baixa perfusão
Insuficiência cardíaca direita causa congestão
dos tecidos ,baixa oxigenação.
venosa e edema periférico;
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÓNICA DIREITA Principais etiologias da insuficiência cardíaca
direita são:
Falha cardíaca direita; Doença pulmonar crónica;
Dilatação; Insuficiência cardíaca esquerda.
Aumento da pressão intra-câmara cardíaca;
Ausência de esvaziamento adequado do sangue Insuficiência cardíaca congestiva é a falha de
venoso sistémico da veia cava superior e inferior ambas as lateralidades cardíacas.
para a aurícula direita;
Aumento da pressão venosa sistémica. DOENÇA ISQUÉMICA CARDÍACA

Doença cardíaca mais comum é causada pela


Manifestações na veia cava superior: Aumento da isquémia do miocárdio (aka: DOENÇA
pressão leva ao ingurgitamento jugular (aumento da CORONÁRIA);
pressão venosa jugular). Causa principal: ATEROMA das artérias
coronárias;
Miocárdio tem mais massa, maiores necessidades
Manifestações na veia cava inferior: de nutrientes e oxigénio dependentes do aporte
vascular arterial;
Refletida no sistema venoso hepático e restantes Mais predisposto para a isquémia.
leitos venosos esplâncnicos;
Hepatomegália pela congestão, dolorosa, bordo Quatro síndromes principais:
hepático palpável abaixo do bordo costal direito; Manifestação crónica:
Aumento da pressão nas vénulas pequenas e
capilares dos membros inferiores + o efeito da Angina estável.
gravidade:
Manifestação aguda:
Aumento da pressão intra-luminal;
Transudação de fluido para o interstício; Angina instável;
EDEMA SUBCUTÂNEO, maior expressão Enfarte do miocárdio (fatal e não fatal);
inicial na região maleolar. Morte cardíaca súbita..

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA ANGINA ESTÁVEL:

Falência direita e esquerda do coração. Pré-cordialgia episódica


Ocorre após aumento da carga no ventrículo
Falência biventricular surge:
(Exercício físico), na presença de um obstáculo à
Falência cardíaca direita. perfusão do miocárdio
Estenose >50 % em pelo menos numa das
Secundária à congestão capilar pulmonar permanente coronárias principais (ESTENOSE DE ALTO GRAU).
e aumento da pressão;

Resultante de insuficiência cardíaca esquerda


primária.

14
Placas nas artérias coronárias: ENFARTE DO MIOCÁRDIO

Placas excêntricas: Dois padrões de enfarte:

Regional (90%):

Envolve um segmento da parede do ventrículo;


Causa subjacente é a formação de um trombo;
Se a oclusão da artéria que suprime o
Placas concêntricas: território é persistente, o enfarte será
transmural;
Se ocorrer a lise do trombo/e ou existir
circulação colateral , o enfarte será limitado
à zona sub-endocárdica.

Subendocárdico circunferencial (10%):

Envolve a zona subendocárdica do ventrículo;


DOENÇA ISQUÉMICA CARDÍACA: Causado por hipoperfusão generalizada da artéria
Doença coronária isquémica causada pela placa de principal;
ateroma. Esta placa estimula a formação do trombo Episódios de hipotensão moderada;
Em artérias já afetadas por estenoses
Trombose resulta de: ateroescleróticas críticas;
Que leva a uma redução crítica do fluxo
25% ulceração superficial do endotélio sobre a
sanguíneo;
placa;
Zona sub-endocárdica a jusante da artéria
75% fissura da placa, com formação de uma fenda
não recebe sangue arterial e sofre necrose;
profunda:
Precipita o desenvolvimento de um
trombo para o lúmen;
Precipita hemorragia para o corpo da A extensão e distribução do enfarte depende do
placa com balonização luminal. ramo da artéria coronária ocluído;
A maioria afecta o ventrículo esquerdo e a região
Estas complicações podem surgir em estenoses de septal;
baixo grau sem angor com exercício, prévio – morte Enfarte do ventrículo direito pode ocorrer, mas é
cardíaca súbita. muito raro;
O enfarte (necrose) induz inflamação aguda
seguida de organização e cicatrização.
ANGINA INSTÁVEL:

Síndrome de início súbito de Angina em


MORTE CARDÍACA SÚBITA
crescendo/angina instável aumenta em gravidade e
frequência, resulta: Sem sintomas de pré-aviso;
Instalação súbita e morte logo após o início do
Fissura da placa;
processo;
Início da trombose;
Disritmia ventricular como a fibrilhação
Risco de oclusão trombótica total do vaso;
ventricular;
Evolução: Sem sintomas de doença coronária isquémica;
Trombose de novo, súbita com isquémia cardíaca
Progride para enfarte miocárdio;
e desenvolvimento súbito da disritmia.
Morte secundária por disritmia ventricular.

15
COMPLICAÇÕES ISQUEMIA CARDÍACA Análise dos gases sanguíneos- Gasometria:

Complicações precoces: Avaliação gravidade e tipos de Insuficiência


Respiratória.
Episódios subsequentes de disritmia cardíaca
(bradisritmia) com bloqueios do nódulo sino- Sinal clínico direto de Insuficiência Respiratória:
auricular;
Cianose central:
Desenvolvimento de insuficiência cardíaca
o Detetada quando PaO2< 50 mmHg, numa
esquerda;
pessoa com nível de hemoglobina normal.
Rotura da parede ventricular com tamponamento
Perda de consciência:
cardíaco;
o Detetada quando PaO2< 30 mmHg.
Disfunção/enfarte dos músculos papilares com
disfunção valvular;
Formação de trombos murais.
Doenças da condução do ar e ventilação cursam
com hipóxia (<PaO2) e retenção de CO2
Complicações cardíacas: (hipercápnia);
Insuficiência cardíaca esquerda intratável; Hipóxia apenas (em ambiente com pressão de O2
Formação de aneurisma na parede ventricular; normal), incongruência entre ventilação e
Síndrome de Dressler, pericardite auto-imune. perfusão; ventilação normal;
Falha na difusão de gases por espessamento da
membrana do alvéolo leva a hipoxémia, sem
hipercápnia.
APARELHO RESPIRATÓRIO
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA CRÓNICA/HIPOXÉMIA
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA:
CRÓNICA
Função respiratória normal, mantêm gases
HIPERTENSÃO PULMONAR:
sanguíneos dentro dos limites fisiológicos:
Quando PaO2 < 60mmhg:
PaO2 normal varia entre 80-100 mmHg;
PaCO2 normal varia entre 35-45 mmHg. Vasoconstrição pulmonar;
Aumento da pressão arterial pulmonar;
Presença de um nível baixo de oxigénio no sangue:
Aumento do trabalho no ventrículo direito.
Definida por PaO2 < 60mmHg.
Cronicidade:

Proliferação na íntima das artérias;


TIPO I: Oclusão luminal;
Hipertrofia ventricular direita.
PaO2< 60 mmHg;
PaCO2 normal 35-45mmHg.
POLICITEMIA:
TIPO II:
Estimulação de produção de eritropoietina pelo
PaO2< 60 mmHg;
rim;
PaCO2 aumentada, >50 mmHg.
Aumento da viscosidade do sangue, aumento
risco de trombose.

Causas: Hipercápnia quando grave:

Diminuição do estímulo respiratório central Tremor;


(“drive”); Vasodilatação;
Obstrução das vias aéreas; Pulso “water hammer”;
Doenças pulmonares impeditivas da troca gasosa; Coma.
Alterações mecânicas da ventilação.

16
ATELECTASIA EMBOLIA PULMONAR

Colapso do pulmão. Oclusão da artéria pulmonar por trombo-embolo


com origem nas veias profundas dos membros
Causas:
inferiores;
Obstrução da via aérea, consequente reabsorção Enfarte pulmonar (10%), circulação dupla protege
de ar no pulmão distal; impede a necrose isquémica;
Compressão extrínseca por líquido na cavidade Trombo-êmbolos recorrentes lesionam a
pleural; vascularização pulmonar com consequente
Cicatriz com contração do pulmão e colapso; hipertensão pulmonar;
Perda de surfactante, nos alvéolos, leva a Trombo-embolismo pulmonar maciço leva a
microatelectasia. insuficiência cardíaca direita aguda, mortal.

EDEMA PULMONAR VASCULITE PULMONAR/ANGEÍTE

Causa principal: Insuficiência ventricular esquerda Infiltração inflamatória dos vasos pulmonares,
com destruição do vaso;
Aumento da pressão nos capilares alveolares; Consequente necrose do parênquima pulmonar
Fluido passa dos capilares para o espaço (vasculite necrotizante);
intersticial do pulmão; Granulomatose de Wegener (nariz, pulmão rim);
Aumento de fluido nos capilares linfáticos; Síndrome Churg-Strauss (pulmão, infiltração
Aumento da rigidez pulmonar –sensação subjetiva eosinófila).
de dispneia.
ELEMENTOS CHAVE – DOENÇA VASCULAR E
HEMODINÂMICA DO PULMÃO
A Situação pode estabilizar durante algum tempo até
o agravamento da insuficiência ventricular. Edema pulmonar é causado por insuficiência
ventricular esquerda;
Fluido escapa do espaço intersticial para o espaço Hipertensão pulmonar causa insuficiência cardíaca
alveolar, com diminuição da função respiratória; direita/cor pulmonale;
Aumento da pressão nos capilares alveolares, leva Trombo-embolismo pulmonar é causado por
à sua rotura, com hemorragia. trombose nas veias profundas dos membros
HIPERTENSÃO PULMONAR inferiores;
Êmbolos pulmonares de grandes dimensões causa
Aumento da pressão arterial pulmonar causa insuficiência cardíaca.
alterações estruturais irreversíveis nos vasos;
Hipertrofia na camada muscular arterial e venosa DOENÇAS INFECCIOSAS DO APARELHO
(arterialização); RESPIRATÓRIO
Proliferação na íntima com oclusão luminal; Infecções do trato respiratório baixo:
Macrófagos alveolares com hemosiderina
acumulam-se na íntima; Brônquio;
Fibrose no interstício do pulmão. Alvéolo.

Aumento na carga ventricular direita com Importante causa de morte e morbilidade:


consequente insuficiência cardíaca direita (cor
Inflamação do brônquio e bronquíolo é frequente
pulmonale).
auto-limitada de etiologia viral;
Influenza causa traqueobronquite com necrose do
revestimento epitelial mucoso.
Causas:

Fibrose pulmonar;

Congestão pulmonar venosa crónica;

Doença pulmonar crónica obstrutiva.


17
BROCOPNEUMONIA PNEUMONIA NOSOCOMIAL

Infecção primária centrada no Brônquio, que se Adquirida em ambiente hospitalar, após


dissemina para os alvéolos adjacentes; permanência de 2 dias ou superior;
Alvéolos preenchidos por exsudado Inflamatório, 5% de todos os doentes, e em particular idosos,
padrão de consolidação multifocal doenças graves, fumadores, defesa pulmonar
Áreas firmes sem ar, cor escura acinzentada. diminuída por inconsciência/anestesia;
Etiologia: Bactérias Gram – Klebsiela, E. coli,
PNEUMONIA
Pseudomonas, Proteus, Serratia;
Inflamação de etiologia infecciosa com Diagnóstico pode ser difícil pela cultura, devido à
consolidação do pulmão; colonização das vias aéreas por Gram – (s) após a
Microorganismo entra directamente para o admissão hospitalar.
espaço aéreo distal, em vez de Colonizar o
PNEUMONIA POR ASPIRAÇÃO
brônquio;
Disseminação pelo alvéolo e bronquíolo com Episódios de regurgitação por
acumulação de exsudado inflamatório no espaço inconsciência/doentes com doença
aéreo; neuromuscular (pós AVC, degenerativa);
Macroscopicamente o espaço fica consolidado Aspiração para as vias respiratórias;
desprovido de ar. Ácido gástrico causa pneumonia química, que
conduz ao ARDS - Síndrome de dificuldade
respiratória no adulto;
Classificação patológica: Conteúdo alimentar estimula resposta
inflamatória tipo corpo estranho no pulmão;
Brocopneumonia; Bactérias arrastadas das vias aéreas superiores,
Pneumonia. causam a infecção;
Abcesso pulmonar é a complicação habitual.
Classificação Microbiológica: PNEUMONIA ATÍPICA
Determinada pelo agente microbiológico Caracterizada por inflamação dos septos
etiológico; alveolares em contraste com o exsudado
Bacterianas gram+ e -; inflamatório no espaço aéreo;
Virais; Padrão de pneumonite intersticial aguda.
Fúngicas;
Causas:
Classificação Clínica:
Vírus;
Doença adquirida na comunidade Nosocomial Chlamydia;
(adquirida em ambiente hospitalar); Rickettsia;
Doença adquirida em ambientes especiais; Ausência de consolidação pulmonar, típica na
Doença em doentes imunodeprimidos; pneumonia lobar e broncopneumonia;
Aspiração. Febre, tosse seca, dispneia.
PNEUMONIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE PNEUMONIA VIRAL
Etiologia: Bactérias Gram + Streptococcus Caracterizada por inflamação dos septos
pneumoniae; alveolares;
Bacteriémia acompanhante 25% de mortalidade; Padrão de pneumonite intersticial mediada por
Doentes com DPCO e crianças Haemophilus células inflamatórias linfóides;
influenzae; Autolimitada na maioria dos casos;
Legionella 5% de casos; Casos graves, lesão do revestimento alveolar, com
Pneumonia por mycobacteria tuberculosis, exsudação de fibrina para o espaço aéreo e
estratos sociais desfavorecidos/países em vias de desencadeamento de ARDS - Síndrome de
desenvolvimento. dificuldade respiratória no adulto.
18
Causa: FATORES CHAVE – PNEUMONIA

Influenza; Pneumonia lobar dissemina-se através dos


Citomegalovirus; alvéolos, envolvendo todo o lobo ou lobos;
Sarampo; Brocopneumonia desenvolve-se por disseminação
Varicela. da infecção traqueo-bronquica;
Pneumonia atípica causa inflamação intersticial no
PNEUMONIA FUNGICA
pulmão;
Observam-se em doentes imunodeprimidos; Diferentes microorganismos causam infecção
Exposição de pessoas saudáveis, a agentes adquirida na comunidade (Streptococus
específicos, em ambientes especiais, como áreas pneumoniae Haemophilus influenza)/em oposição
geográficas particulares. com as nosocomiais (Gram -);
Exposição ambiental pouco habitual é um factor
determinante na doença do legionário, psitacose
Agentes: e pneumonias fúngicas;
Aspergillus; Pneumonia de aspiração resulta de lesão química
Histoplasmose, coccidiomicose, esporotricose; e infecciosa;
Criptococus; Infecções oportunista atingem os doentes
Candida. imunodeprimidos.

PNEUMONIA ADQUIRIDA EM AMBIENTES ESPECIAIS BRONQUIECTASIA

Infecções pulmonares associada a exposição Dilatação anormal da árvore brônquica


ambiental, pouco habitual a um determinado agente Tosse recorrente;
etiológico. Hemoptise;
Legionella: Pneumonia adquirida após exposição em Expetoração de grande quantidade de secreções
edifícios com ar condicionado o armazenamento de infectadas.
água contaminado. Predispõe à infecção:
Psitacose: Exposição a excrementos de aves Episódios recorrentes de infecção, nas bases.
contaminados.

Histoplasmose: Inalação de esporos em áreas


endémicas. PATOGÉNESE DA BRONQUIECTASIA

PNEUMONIA OPORTUNISTA EM DOENTE Interferência com a drenagem das secreções


IMUNODEPRIMIDO Brônquicas:

Infecção por agentes oportunistas, que na população Obstrução da vias aéreas proximais;
saudável são comensais, inócuos, ou causam doença Anomalia na viscosidade do muco brônquico;
subclínica. Síndrome dos cílios imóveis, que leva à
estagnação das secreções brônquicas.
Agentes bacterianos habituais causam infecções mais
graves, infecções por: Infecção persistente/recorrente com
enfraquecimento da parede brônquica:
Micobactérias virais como: CMV, herpes simplex;
Predisposta pela retenção de secreções;
Fungos como: cândida e Aspergillus; Estados de imunodeficiência;
Protozoários como o pneumocystis carinii. Em muitos casos a etiologia não é encontrada –
BRONQUIECTASIA IDIOPÁTICA.

19
ABCESSO Fatores predisponentes

Cavidade com1-3 cm de diâmetro, preenchida por


pús;
Aumento da pressão intra-abdominal:
Delimitada por parede fibrótica e parênquima
pulmonar em organização. Excesso de comida
Gravidez
Postura deficiente
Causa:

Enfarte pulmonar com infecção secundária;


Fatores que transformam o esfíncter esofágico
Pneumonia aguda, não resolvida;
inferior incompetente:
Aspiração de conteúdo gástrico;
Bronquiectasia. Álcool;
Tabaco;
Complicações:
Hérnia de deslizamento/ do hiato.
Rotura para a pleura com empiema e
O epitélio pavimentoso que reveste o esófago é
pneumotórax;
sensível aos efeitos do ácido, sendo lesado.
Hemorragia por erosão da parede de um vaso;
Complicações:
Abcesso cerebral, secundário a bacteriémia.
Esofagite de refluxo:

Mucosa esofágica fica inflamada de forma aguda.


APARELHO DIGESTIVO
Ulceração péptica do esófago distal:
Doenças do esófago e junção gastro-esofágica
Desenvolvem-se pequenas úlceras que se tornam
crónicas e fibróticas.
ESOFAGITE DE REFLUXO
Estenose esofágica inferior:
Esófago estende-se desde a cartilagem cricóideia
Consequência do processo fibrótico na resolução
até à junção gastro-esofágica, sendo revestido por
inflamatória das úlceras.
mucosa pavimentosa, estratificada, não
queratinizante; Esófago de Barrett:
A parede é muscular, sendo estriado nas sua
porção superior e liso na sua porção inferior; Refluxo gastro-esofágico persistente, causa uma
Existem dois esfíncteres, um superior e um METAPLASIA na mucosa pavimentosa, sendo
inferior, sendo este último responsável pela progressivamente substituída por epitélio
contenção do conteúdo gástrico; glandular colunar mucinoso.
É a patologia mais comum; ESÓFAGO DE BARRETT
Refluxo de conteúdo gástrico para o segmento
distal do esófago produz uma dor, Predispõe o desenvolvimento de
retro-esternal, no hipocôndrio, descrita como em ADENOCARCINOMA;
queimadura (“heartburn”). Através da evolução de epitélio de Barrett
METAPLÁSICO, para epitélio displásico
(hipecromasia, pleomorfismo nuclear);

O epitélio colunar metaplásico pode ter


características:

Metaplasia intestinal, sendo semelhante ao


epitélio que reveste o intestino;
ou epitélio glandular da zona proximal do
estômago (cárdia);

20
Doentes com esófago de Barrett são mantidos em Dilatação progressiva do esófago ao longo do
vigilância para deteção precoce da displasia, e tempo (MEGAESÓFAGO);
tratamento atempado, antes do desenvolvimento Causa é desconhecida, mas observa-se uma
de lesão invasiva. diminuição dos gânglios nervosos do plexo
muscular;
ESOFAGITE
Na América do Sul, a infecção pelo Trypanossoma
Raramente outra etiologia que não seja o refluxo cruzi, causa um quadro similar, conhecido como
Doença de Chagas.
Etiologia :
PERFURAÇÃO
Infeciosa:
Perfuração da parede permite a libertação do
Infecção fúngica (Cândida); conteúdo esofágico e ácido gástrico, para o
Viral por Herpes, em doentes imunodeprimidos. mediastino, originando uma MEDIASTINITE;
Agentes físicos: Os doente desenvolvem dor torácica com choque
e pneumomediastino;
Radiação; Ocorre frequentemente por manipulação
Ingestão de cáusticos. instrumental (iatrogénica) do esófago por
Doenças sistémicas: endoscopia e dilatação de estenoses;
Rotura do terço esofágico distal, pode ocorrer em
Doença de Behçet; quadro emético grave, com perfuração e
Epidermiólise bulhosa; hemorragia (Rotura de Mallory-Weiss).
Pênfigo.
TUMORES MALIGNOS
DISFAGIA
ADENOCARCINOMA:
Obstrução que tem como consequência dificultar a
deglutição. 1/3 distal;
Associado ao esófago de Barrett;
Quatro tipos de lesão: Alguns são tumores primários do estômago que
infiltram se estendem ao esófago;
Lesão no lúmen (corpo estranho);
Disseminação linfática precoce;
Lesão na parede (neoplasias no esófago, fibrose
Mau prognóstico.
causas pela inflamação crónica);
Lesões extrínsecas à parede (divertículo do Tumores menos frequentes:
esófago; lesão neoplásica no mediastino, como
um carcinoma do pulmão); Melanoma maligno;
Lesões que afetam a função (Doença de Chagas, Tumores neuroendócrinos;
doenças do neurónio motor). Sarcomas.

CARCINOMA PAVIMENTOCELULAR INVASIVO:

Complicações da obstrução: 1/3 Distal e médio do esófago;


Associado a hábitos alcoólicos e tabágicos
Pneumonia de aspiração do conteúdo esofágico; pesados;
Má nutrição por aporte calórico inadequado. Lesão displásica prévia;
Apresentação tardia com obstrução do lúmen,
ACALÁSIA
causando disfagia;
Ausência de coordenação na contração e Disseminação linfática frequente precoce do
relaxamento muscular, na extremidade distal do decurso da doença;
esófago; Um prognóstico.
Espasmos peristálticos com ausência de
relaxamento do esfíncter gastro-esofágico
(inferior);
Retenção do bolus alimentar;
21
TUMORES BENIGNOS:

Raros tem origem na camada muscular ou tecido GASTRITE AGUDA


neural periférico (Leiomioma; Schwannoma);
Inflamação de fenótipo agudo na mucosa
Produzem lesões ocupantes de espaço, nodulares
que condicionam protusão luminal. Etiologia:
HÉRNIA DO HIATO Álcool
Aspirina
Ocorre quando a porção proximal do estômago se
Anti-inflamatórios não esteróides como
desloca da cavidade abdominal para a cavidade
a indometacina.
torácica, através do hiato esofágico diafragmático;

Sintomatologia do refluxo gastro-esofágico (RGE) e Gastrite erosiva aguda, há perda focal do epitélio
ulceração péptica do segmento gástrico herniado. superficial;
Manifesta-se com dispepsia, vómitos;
Duas formas:
Erosão extensa/numerosa pode originar
Hérnia por deslizamento, o estômago desliza pelo hematémese;
hiato esofágico diafragmático, por onde passa o Padrão ocorre nos casos de choque, Queimaduras
esófago; extensas e graves, aumento da pressão
Hérnia para-esofágica, o estômago protrai por um intracraniana.
defeito paralelo ao hiato esofágico diafragmático.
GASTRITE NECROTIZANTE ULCERATIVA ocorre
VARIZES ESOFÁGICAS aquando da ingestão de ácidos ou substâncias
alcalinas.
EXTREMIDADE DISTAL , existe um plexo venoso
que drena a circulação venosa sistémica e portal; GASTRITE CRÓNICA
Aumento da pressão no sistema porta, implica
Gastrite crónica associada a infecção por
dilatação (Variz) deste plexo venoso;
Helicobacter;
Protusão para o lúmen esofágico;
Mais frequente, risco de malignização
Ulceração/rotura com hemorragia volumosa para
aumentado.
o esófago e estômago;
Consequência: Vómito de sangue (HEMATEMESE). Três padrões de gastrite crónica:

ESTÔMAGO Forma mais comum, associada a infecção


bacteriana que coloniza a superfície epitelial;
Estômago topograficamente dividido:
Associa-se a processo inflamatório crónico,
Cárdia; ativo/inativo na lâmina própria e submucosa,
Corpo e fundo (produção de ácido, pepsinas e lesão do epitélio;
factor intrínseco); Frequente no antro, mas a infecção pode ser
Antro (área de secreção de gastrina); difusa;
Piloro. Com a cronicidade associa-se a metaplasia de tipo
intestinal.
GASTRITE
Diagnóstico de infecção por Helicobacter é possível
Inflamação da superfície mucosa e submucosa; através:
Forma AGUDA e CRÓNICA;
Observada por endoscopia e diagnosticada por Teste respiratório da ureia (aproveitando a
biópsia endoscópica. presença de enzima urease na bactéria, ingestão
de ureia rádio marcada e medição à posteriori de
CO2 radioativo na respiração);
Serologia presença de anti-corpos em circulação
sérica contra a bactéria;
Por histologia;
Por cultura.
22
GASTRITE CRÓNICA AUTO-IMUNE ULCERAÇÃO PÉPTICA

Associada a doença auto-imune (anemia Lesão do revestimento epitelial pela secreção


perniciosa); gástrica ácida;
Doentes idosos; Duas formas, AGUDA vs CRÓNICA;
Atrofia da mucosa; Forma aguda desenvolve-se em áreas de gastrite
Presença de anti-corpos associados contra as erosiva;
células gástricas parietais e factor intrínseco; Hemorragia, cicatriz e /ou evolução para forma
Lesão contras as células parietais diminui a crónica;
produção de ácido clorídrico (HIPOCLORIDRIA);
Causas:
Lesão contra o factor intrínseco diminui a
absorção de Vitamina B12, que interfere na Stress severos ou choque, hipóxia aguda
hematopoiese na medula, produzindo anemia
MEGALOBLÁSTICA MACROCÍTICA (=ANEMIA
PERNICIOSA); Forma crónica de ulceração péptica ocorre no esófago
Restrita ao corpo do estômago. distal, estômago, duodeno e locais de
GASTRITE REATIVA gastroenterostomia

Conhecida com gastrite de refluxo; Complicações mais importantes:


Associada ao refluxo de fluido alcalino duodenal Hemorragia;
(contêm bílis); Penetração (úlcera penetra na espessura da
Afeta o segmento distal do estômago; parede progredindo para as estruturas
Associado a cirurgia gástrica prévia (gastrectomia adjacentes);
distal/ou da zona do piloro); Perfuração (cavidade peritoneal, peritonite);
Condiciona incompetência de zona esfincteriana; Estenose fibrótica (cicatrização fibrótica com
Sem cirurgia prévia a incompetência do piloro é obstrução estenótica);
mal compreendida, mas associa-se a ingestão de Alteração maligna (pouco frequente).
anti-inflamatórios não esteróides.
NEOPLASIA
COMPLICAÇÕES DA GASTRITE CRÓNICA
NEOPLASIA mais frequente tem origem na
Ulceração péptica: mucosa glandular – ADENOCARCINOMA;
Gastrite crónica associa-se a ulceração péptica. Mais frequente sexo masculino;
Variação geográfica (Oriente; América do sul ;
Escandinávia);
Metaplasia intestinal: Subjacente factor dietético (hipotético, consumo
alimentos fumados, preservados em salmoura
Epitélio gástrico é substituído por epitélio
com aumento da concentração de nitrosaminas);
metaplásico;
De tipo intestinal (padrão em células Condições que predispõem o desenvolvimento de
caliciformes); adenocarcinoma:
De tipo antro pilórico (padrão em células
mucosas); Gastrite crónica com atrofia;
Importância – ZONA de ALTERAÇÃO DISPLÁSICA, Pólipos adenomatosos.
com eventual transformação em neoplasia Grupos de risco:
maligna;
Vigilância endoscópica. Doentes com gastrite crónica e metaplasia de tipo
intestinal;
Status pós gastrectomia com inflamação
persistente;
Familiares com adenocarcinoma gástrico.

23
Padrões de crescimento ADENOCARCINOMA: Infeções de etiologia Bacteriana:

Polipóide; Infecção do cólon com invasão da mucosa;


Ulcerado;
Diarreia;
Padrão difuso de infiltração.
Aumento do número de dejeções (>3 /dia)
Vias de disseminação :
Diminuição da consistência da dejeções
Local com invasão direta; Se acompanhada de pús e sangue denomina-
Linfática; se de disenteria.
Hematogénica;
Principais microorganismos bacterianos:
Transcelómica.
Campylobacter: invade o jejuno, íleon e cólon
Tumores malignos menos frequentes:
com ulceração;
Linfoma; neuroendócrinos, sarcomas. Salmonella typhi,S. paratyphi: veiculada por
água e comida inquinadas por urina/fezes de
portador. Infecção inicial é no sistema
DOENÇAS INFECIOSAS : INTESTINO DELGADO E
retículo-endotelial, bacteriémia 2ª, infecção
CÓLON
das placas de Peyere ulceração.
Patologia frequente com agentes etiológicos variados Esplenomegália e exantema (Roséola tífica);
Shigella: infecção observada em população
Etiologia Viral : jovem. Bactéria invade a mucosa com
Rotavírus, envolvidos em 50% dos casos de ulceração do cólon (distal) e íleon distal;
diarreia infantil e alguns adulto; E. coli entero-invasiva e entero-hemorrágica:
Vírus Norwalk envolvido em 30% dos casos de Mecanismo similar ao descrito para a Shigella.
gastroenterite do adulto. Tuberculose intestinal:
Etiologia Bacteriana: Ocorre por ingestão de alimentos contaminados
Lesão direta no epitélio (Salmonella typhi , (habitualmente leite de vacas infectadas), ou
Campylobacter jejuni); deglutição de expetoração contaminada
Lesão por enterotoxina (E.coli enteropatogénica); (tuberculose pulmonar);
Yersinia afeta o íleon terminal com ulceração; Afeta o íleo terminal e cego preferencialmente,
Tuberculose afeta o íleon terminal. com ulceração da mucosa;
Processo inflamatório crónico granulomatoso.
Etiologia protozoária:
Doença de Whipple:
Giardia infecta o intestino delgado e origina um
síndrome de mal-absorção; Doença rara causada pelo Tropheryma whippelii;
Cryptosporidium e microsporidia provocam Via de infecção desconhecida, doença
doença em doentes imunossuprimidos de base. multisistémica;
Infecção do intestino com síndrome de má
Etiologia Fúngica: absorção, linfadenopatia, artrite e sintomas do
Restrita a doentes imunodeprimidos. sistema nervoso central.

Algumas bactérias causa doença não por invasão mas


por produção de enterotoxinas.
Helmintas:
As enterotoxinas causam doença de 2 formas:
A parasitação do intestino é relativamente comum
nos trópicos; Toxina formada na comida antes da ingestão;
Originam síndromes de hipereosinofilia. Vómitos e diarreia, 12 horas após a ingestão
(intoxicação alimentar por estafilococos).

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As bactérias proliferam no intestino após ingestão e
produzem a enterotoxina.

Este passo intermédio de proliferação, implica que os


SÍNDROMES DE MÁ ABSORÇÃO
sintomas tenha início 24h após a ingestão do alimento
contaminado. O intestino delgado têm a função de promover a
absorção de nutrientes dos alimentos ingeridos e
Vibrio cholerae adquirida após ingestão de água
digeridos.
contaminada por dejetos de portador/doente
4 elementos essenciais para a absorção:
Toxina que induz a secreção descontrolada de fluidos
para o intestino, mediada por mecanismo de Pâncreas com secreção de enzimas para o lúmen
AMPcíclico (transporte ativo de iões e água na digestivo;
mucosa) produzindo diarreia aquosa. Fígado produz a bílis para solubilização de
gorduras e posterior absorção;
Colite pseudomembranosa:
Mucosa de intestino proximal especializada na
Causada pela toxina da bactéria Clostridium difficille absorção com vilosidades que aumenta
necrosa da superfície mucosa cólica. exponencialmente a área absortiva disponível;
A mucosa contém enzimas que hidrolisam as
Associada invariavelmente a fatores que predispõe a
macromoléculas dos nutrientes.
proliferação da bactéria a nível intestinal como:
A ausência destes elementos impede a digestão
antibioterapia prévia;
correta dos nutrientes conduzindo à má absorção.
Isquémia;
Choque; Manifestações:
Queimaduras;
Perda de peso;
Cirurgia gastrointestinal.
Distensão abdominal;
Doentes desenvolvem febre, diarreia, dor abdominal Fezes volumosas com consistência diminuída.

Protozoários que causam doença por infecção Má absorção de gorduras origina fezes pálidas, odor
intestinal: fétido, flutuam na água.

Giardia lamblia: Anemia é umas das consequências da má absorção.

Protozoário flagelado, adquirido com ingestão de Causas comuns:


água contaminada, que infecta o duodeno e
Insuficiência pancreática (pancreatite crónica);
jejuno proximal;
Doença celíaca;
Causa síndrome de má absorção, com perda de
Ressecção de íleon;
peso diarreia e dor abdominal.
Infestação parasitária do tubo digestivo.

Causas frequentes:
Cryptosporidium parvum:
Ressecção do estômago;
Ingestão de água contaminada, causa doença Doença de Crohn;
auto-limitada, mas com repercussões graves em Doenças hepáticas que cursam com insuficiência
doentes imunodeprimidos. de secreção biliar.

Causas pouco comuns:

Entamoeba histolytica: Sobre-crescimento bacteriano em ansas cegas ou


Divertículos;
Adquirida por água e comida inquinadas com os
Má absorção pós infecciosa;
quistos, causado a colite amebiana.
Giardíase;
Deficiência de dissacáridos (lactase; intolerância à
lactose);
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Abetalipoproteinémia; epitelial e na lâmina própria, perda da arquitetura
Linfangiectasia intestinal; vilositária (atrofia);
Doença de Wipple. Responde à dieta sem gliadina;
Complicações: linfoma de células T no intestino
Se o pâncreas falha a secreção de enzimas hidrolíticas,
delgado, raramente adenocarcinoma.
responsáveis pela digestão, os nutrientes não podem
ser absorvidos, por falta da decomposição das Má absorção pós infeciosa é similar à doença celíaca
macromoléculas.
Viajantes que regressam de áreas tropicais;
Fibrose quística; Pode durar até 2 meses após o episódio de
Pancreatite crónica; diarreia infecciosa;
Carcinoma do pâncreas; Défice de folatos e vitamina B12.
Cirurgia pancreática.
DOENÇA INFLAMATÓRIA CRÓNICA INTESTINAL
No mundo ocidental, a causa de má absorção mais
Etiologia idiopática (desconhecida);
frequente que afeta o intestino delgado é a doença
Caracterizam-se por inflamação primária na
celíaca e no mundo em vias de desenvolvimento é a
parede intestinal;
infestação parasítica.
Diagnóstico apoiado com biópsia após exclusão de
Perda de superfície absortiva no intestino ocorre etiologia infecciosa;
frequentemente. Manifestações sistémicas associadas.

Resseção extensa de intestino (por Existem duas formas


enfarte/doença de Crohn);
Doença de Crohn: Ileon terminal, padrão de
Doença de Crohn , em casos mais graves
envolvimento descontínuo, padrão
acompanha-se de edema submucosa com
inflamatório granulomatoso.
aplanamento da superfície mucosa;
Colite ulcerosa: Recto, padrão de
Doenças do íleon terminal impedem a absorção
envolvimento contínuo.
de vitamina B12.
DOENÇA DE CROHN
Se a secreção de bílis está impedida, a solubilização
das gorduras não ocorre, impedindo a absorção de Mais comum em mulheres do que no sexo
gorduras e vitaminas liposolúveis masculino;
Média de idade 20-60 anos;
Lesão de enterocitos , leva à sua substituição por uma
Afeta o íleo terminal (sinónimo: Ileíte terminal)
célula sem diferenciação absortiva (ausência de
mas pode afetar qualquer parte do tubo digestivo
lactase no prato estriado).
(da cavidade oral ao canal anal).
Doença Whipple causa má absorção pela infiltração
Padrão macroscópico varia de acordo com o estádio
da submucosa por macrófagos infetados.
da doença:
Doença Celíaca:
Estádio precoce, há edema na submucosa e
Causa atrofia da vilosidades do intestino delgado; elevação da mucosa, com perda das pregas
Sensibilidade anormal ao glúten (enteropatia ao transversais habituais. Ulceração e hemorragia;
glúten); Estádio estabelecido, depois da ulceração ocorre
Pode surgir em qualquer idade. Impede o o desenvolvimento da fissura. Aspecto da mucosa
crescimento normal, em crianças; em “pedra de calçada”, secundário à combinação
Resposta imunitária contra a proteína gliadina entre o edema submucoso, intercalado com zonas
(anticorpos doseáveis no sangue); de fissura profunda;
Mais frequente em pessoas portadoras do Parede do tubo digestivo fica espessa por edema
antigénio de histocompatibilidade HLA-B8; e fibrose posterior, ocorrendo a estenose.
Diagnóstico histológico por biópsia endoscópica
A doença não é contínua.
onde se identifica infiltrado linfocítico intra-

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Observam-se áreas de intestino normal entre os No quadro mais extenso, toda a mucosa cólica pode
segmento doentes (áreas de escape); estar afetada.
Gânglio linfáticos regionais aumentam de volume,
Doentes desenvolvem sitomatologia:
por padrão reativo;
Segmento de intestino normal proximal ao Diarreia;
segmento afetado, está habitualmente dilatado. Acompanhada de sangue, muco, pús.
Histologicamente a inflamação é transmural

Edema da submucosa; Existem três padrões de doença na colite ulcerosa:


Úlceras que se estendem profundamente pela
parede intestinal formando fissuras e cicatriz Doença ativa aguda:
fibrosa; Mucosa rectal inflamada, erosão/ulceração não
Inflamação crónica granulomatosa, sem necrose profunda, que se tornam confluentes;
caseosa; A ulceração ao contrário da doença de Crohn,
Processo inflamatório transmural, com nunca se estende em profundidade para além da
atingimento da serosa, com aderência/adesão muscular da mucosa;
entre ansas intestinais e/ou parede abdominal Ulceração limitada à mucosa e lâmina própria.
anterior e /ou bexiga.
Doença crónica quiescente/tratada:
As úlceras podem originar fissuras profundas
transmurais, para as estruturas aderentes Ulceração não é proeminente;
(víscera/bexiga/vagina), formando fístulas (trajeto Mucosa com hiperémia e granular, com espessura
entre 2 cavidades) ou sinus (trajeto de uma cavidade fina;
para a superfície exterior), com particular incidência Biópsia com inflamação crónica.
na região perianal.

Complicações diretas da doença de Crohn: Doença ativa fulminante:

Formação de estenoses com obstrução intestinal; Ulceração extensa e confluente da superfície


Aderências com fibrose e obstrução intestinal; mucosa;
Perfuração intestinal por fissuras profundas Edema e inflamação com extensão à camada
causando abcesso intra-abdominal; muscular própria;
Fístulas perianais, abcessos e fissura; Dilatação progressiva (dilatação tóxica –
Doença crónica com aumento da incidência de Megacólon tóxico agudo).
carcinoma; Colite ulcerosa têm efeitos locais e sistémicos.
Raramente hemorragia digestiva significativa pela
ulceração.

História natural da doença de Crohn varia entre Complicações locais:


remissão e recidiva/recorrência da inflamação;
Perdas de fluidos e hemáticas da ulceração
Complicações intermédias entre episódios de extensa;
remissão e recidiva; Evolução rápida pode levar à dilatação tóxica e
perfuração;
Cirurgia pode ser necessária para resolver casos de Doença de longa duração pode levar à displasia e
obstrução e encerramento de fístulas; neoplasia.
Complicações sistémicas. Complicações sistémicas:
COLITE ULCEROSA Eritema nodoso;
Afeta começa no recto (proctite) e pode estender-se Pioderma gangrenoso;
por uma distância variável pelo restante cólon. Irite;
Artropatia das articulações maiores;
Sacroileíte;
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Espondilite anquilosante;
Doença hepática crónica.

História natural dos doentes com Colite Ulcerosa:

Doentes desenvolvem doença grave com


necessidade de cirurgia;
Doentes desenvolvem doença ativa persistente,
apesar do tratamento;
Doentes têm colite crónica quiescente, com
episódios infrequentes de recidiva.

No diagnóstico de colite ulcerosa tem de se colocar no


diagnóstico diferencial:

Doença de Crohn;
Colite infecciosa;
Colite isquémica;
Infecções sexualmente transmitidas.

Colite ulcerosa extensa com longa duração predispõe


a cancro do cólon.

As alterações regenerativas na mucosa rectal podem


levar à displasia com o consequente risco de
desenvolvimento de carcinoma.

Factores a ter em conta:

Duração da doença;
Localização (doença limitada ao cólon esquerdo,
menor probabilidade de desenvolvimento de
neoplasia).

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