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Apostila

de
Patologia Oral 2

Segundo Bloco

Maria Carmen Pereira


Lesões de Patologia Oral 2 – Bloco 2
Maria Carmen Pereira

A. Patologia Epitelial
1) Leucoplasia
2) Eritroplasia
3) Queilose Actínica
4) Carcinoma de Células Escamosas
5) Carcinoma Verrucoso
6) Carcinoma de Células Basais
7) Melanoma

B. Patologia das Glândulas Salivares


8) Mucocele
9) Rânula
10) Sialolitíase
11) Síndrome de Sjögren

 Tumores de Glândulas Salivares


12) Adenoma Pleomórfico
13) Carcinoma Mucoepidermoide

C. Tumores dos Tecidos Moles


 Sarcomas de Tecidos Moles
14) Sarcoma de Kaposi
15) Rabdomiossarcoma

D. Distúrbios Hematológicos
16) Linfoma de Hodgkin
17) Linfoma Não-Hodgkin
18) Linfoma de Burkitt
Ficha das Lesões de Patologia Oral 2 – Patologia Epitelial
Maria Carmen Pereira
1 – PATOLOGIA: LEUCOPLASIA
2 – CARACTERÍSTICAS GERAIS:
 Placa ou mancha branca que não pode ser caracterizada clínica
ou patologicamente como qualquer outra doença.
 Espessamento da camada superficial de ceratina, que dá a
impressão de ser branca quando úmida ou de uma camada
espinhosa espessada, o que mascara a vascularização normal
do TC subjacente.
 Causas (hipóteses)  Tabaco, álcool, sanguinária, radiação
ultravioleta, microrganismos, trauma.
 É considerada uma lesão pré-cancerosa ou pré-maligna.
3 – CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS:
 > 40 anos, (prevalência: ↑ idade);
 H > M;
 Lesões encontradas no vermelhão do lábio, mucosa jugal,
gengiva, língua e soalho de boca;
 Lesões iniciais e brandas surgem como placas levemente
elevadas cinzentas ou branco-acinzentadas, que podem parecer
um tanto translúcidas, fissuradas ou enrugadas, e que são
tipicamente macias e planas. Geralmente, bem demarcadas.

4 – CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS:
 A leucoplasia é caracterizada pela camada espessada de
ceratina do epitélio de superfície (hiperceratose), com ou sem
espessamento da camada espinhosa (acantose). Números
variáveis de células da inflamação crônica são observados no
interior do TC subjacente.
 A maioria das lesões leucoplásicas não demonstra displasia na
biópsia. Quando presentes, essas alterações displásicas
tipicamente iniciam-se nas porções basal e parabasal do epitélio.
Quanto mais displásico o epitélio se torna, mais as alterações
epiteliais atípicas se estendem para envolver a espessura total
do epitélio.
 As alterações histopatológicas das células epiteliais displásicas
são similares às observadas no carcinoma de células
escamosas e podem incluir as seguintes:
 Células e núcleos aumentados
 Nucléolos grandes e proeminentes
 Relação núcleo-citoplasma aumentada
 Núcleos hipercromáticos
 Células e núcleos pleomórficos
 Disceratose
 Atividade mitótica aumentada
 Figuras de mitose anormais
 Cristas epiteliais em formato bulbar ou em forma de gota
de orvalho
 Perda da polarização
 Pérolas de ceratina ou epiteliais
 Perda da coesão típica entre as células epiteliais
 Displasia Epitelial Leve  Alterações limitadas principalmente às
camadas basal e parabasal.
 Displasia Epitelial Moderada  Denota envolvimento da camada
basal à porção média da camada espinhosa.
 Displasia Epitelial Severa  Demonstra alterações desde a
camada basal até um nível acima da porção média do epitélio.
 Carcinoma in situ  Quando toda a espessura do epitélio está
envolvida. É definido como células epiteliais displásicas que se
estendem da camada basal à superfície da mucosa. Nenhuma
invasão ocorre, portanto, não há metástase.
5 – DIAGNÓSTICO:
 Exclusão de outras entidades que surgem como placas orais
brancas (líquen plano, morsicatio, ceratose friccional, ceratose
da bolsa de tabaco, estomatite nicotínica, leucoedema e nevo
branco esponjoso).
6 – TRATAMENTO E PROGNÓSTICO:
 Biópsia;
 Excisão cirúrgica, eletrocauterização, criocirurgia ou ablação por
laser.
Lesões de Patologia Oral 2 – Patologia Epitelial
Maria Carmen Pereira
1 – PATOLOGIA: ERITROPLASIA (ERITROPLASIA DE QUEYRAT)
2 – CARACTERÍSTICAS GERAIS:
 Mancha vermelha que não pode ser clínica ou patologicamente
diagnosticada como qualquer outra condição.
 Praticamente todas as eritroplasias verdadeiras apresentam
displasia epitelial significativa, carcinoma in situ ou carcinoma de
células escamosas invasivo.
 Possui potencial muito maior do que as leucoplasias de ser
severamente displásica no momento da biópsia ou de
desenvolver uma malignidade invasiva em um momento
posterior.
3 – CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS:
 Adultos de meia-idade a idosos;
 Sem predileção por gênero;
 Soalho de boca, língua e palato mole são os sítios mais comuns
de acometimento;
 A mucosa alterada mostra-se como uma mácula ou placa
eritematosa bem delimitada, com textura macia e aveludada;
 Assintomática;
 Pode estar associada a uma leucoplasia adjacente
(eritroleucoplasia);
 Mucosite não-específica, candidíase, psoríase ou lesões
vasculares podem mimetizar clinicamente a eritroplasia.
4 – CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS:
 Constitui displasia epitelial severa, carcinoma in situ ou
carcinoma de células escamosas superficialmente invasivo.
 O epitélio apresenta ausência de produção de ceratina e
frequentemente é atrófico, porém pode ser hiperplásico. A
ausência de ceratinização permite que a microvasculatura
subjacente seja evidenciada. O TC subjacente apresenta
inflamação crônica.
5 – TRATAMENTO E PROGNÓTICO:
 Biópsia;
 Acompanhamento por longos períodos.
Lesões de Patologia Oral 2 – Patologia Epitelial
Maria Carmen Pereira
1 – PATOLOGIA: QUEILOSE ACTÍNICA
2 – CARACTERÍSTICAS GERAIS:
 Alteração pré-maligna comum do vermelhão do lábio inferior
que resulta de uma exposição progressiva excessiva ao espectro
ultravioleta da luz solar.
 Acomete pessoas de pele clara com tendência a apresentar
queimadura solar com facilidade quando da exposição ao sol,
ocupações profissionais com exposição ao ar livre (“Lábio do
fazendeiro” ou “lábio do marinheiro”).
3 – CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS:
 > 45 anos.
 H > M.
 Progressão lenta.
 Alterações mais precoces  Atrofia da borda do vermelhão
do lábio inferior, caracterizada por uma superfície lisa e áreas de
manchas pálidas. O apagamento da margem entre a zona do
vermelhão do lábio e a porção cutânea do lábio é tipicamente
observado.
 À medida que a lesão progride, áreas ásperas e cobertas de
escamas desenvolvem-se nas porções mais secas do
vermelhão. Essas áreas se tornam espessas e podem se
assemelhar a lesões leucoplásicas. Com a progressão, a
ulceração crônica focal pode se desenvolver em um ou mais
sítios; tais ulcerações sugerem a progressão para um carcinoma
de células escamosas em estágio inicial.
4 – CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS:
 É caracterizada por um epitélio escamoso estratificado
atrófico, frequentemente demonstrando uma marcante produção
de ceratina. Graus variados de displasia epitelial podem ser
encontrados. Um infiltrado de células inflamatórias crônicas leve
comumente está presente subjacente ao epitélio displásico. O
TC subjacente invariavelmente mostra um feixe de alteração
basofílica amorfa e acelular conhecido como elastose solar
(actínica), uma alteração das fibras colágenas e elásticas
induzidas pela luz ultravioleta.
5 – TRATAMENTO E PROGNÓSTICO:
 Bálsamos para lábios  Bloqueadores solares;
 Áreas de espessamento, ulceração ou leucoplasia  Biópsia;
 Casos graves sem transformação maligna  Shave labial
(vermelhonectomia);
 Ablasão a laser de CO2 ou de érbio, eletrodissecção,
aplicação tópica de 5-fluorouracil, aplicação tópica de imiquimod,
terapi fotodinâmica e quimioexfoliação;
 Acompanhamento de longa duração  Carcinoma de células
escamosas.
Lesões de Patologia Oral 2 – Patologia Epitelial
Maria Carmen Pereira
1 – PATOLOGIA: CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS
2 – CARACTERÍSTICAS GERAIS:
 Etiologia: multifatorial (fumo de tabaco, tabaco sem fumaça,
sache de betel, álcool, agentes fenólicos, radiação, deficiência
de ferro, deficiência de vitamina A, sífilis, infecção por cândida,
vírus oncogênicos, imunossupressão, oncogenes e genes
supressores de tumor).
3 – CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS:
 Homens idosos;
 Dor mínima durante a fase inicial do crescimento;
 Apresentação clínica variada:
 Exofitica (formação de aumento de volume; vegetante,
papilar, verruciforme);
 Endofítica (invasiva, escavada, ulcerada);
 Leucoplásica ( mancha branca);
FASE INICIAL
 Eritroplásica (mancha vermelha);
 Eritroleucoplásica (combinação de áreas vermelha e
branca).
 Aspecto radiográfico  “Roído de traça” – Margens mal
definidas ou bordas irregulares.

• Exposição prolongada à radiação UV;


Carcinoma do • Queilose Actínica;
Vermelhão do • Ulceração endurecida, crostosa e exsudativa;
• Taxa de crescimento lenta;
Lábio • Metástase tardia  Linfonodos, invasão perineural.

• Língua  Sítio mais comumente acometido. Outros


Carcinoma sítios:´soalho de boca, palato mole, gengiva, mucosa
jugal, mucosa labial e palato duro.
Intraoral

• Tumor maior do que o dos demais carcinomas


localizandos anteriormente;
Carcinoma • ↑ Propõrção de casos com metástases a distância e
cervicais;
Orofaríngeo • Área amigdaliana ou do palato mole  Região de
origem;
• Disfagia.
4 – CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS:
 O carcinoma de células escamosas surge a partir de um epitélio
de superfície displásico e é caracterizado histopatologicamente
por ilhas e cordões invasivos de células escamosas epiteliais
malignas, sem adesão ao epitélio de superfície. A invasão é
representada pela extensão irregular do epitélio lesional através
da membrana basal para o interior do TC subepitelial.
 As células e os aumentos de volume celulares em invasão
podem estender-se profundamente no interior do tecido adiposo,
músculo e osso subjacentes, destruindo o tecido original à
medida que progridem.
 As células lesionais podem circundar vasos sanguíneos e
podem invadir o interior da luz de veias e vasos linfáticos.
 Forte resposta inflamatória ou imune celular ao epitélio de
invasão  Presença de áreas focais de necrose.
 Angiogênese  Induzida pelo epitélio lesional.
 Desmoplasia ou alteração cirrótica  Formação de fibrose
densa.
 As células lesionais geralmente mostram um citoplasma
eosinofílico abundante e de coloração intensa (hipercromáticos)
e uma relação núcleo-citoplasma aumentada. Graus variados de
pleomorfismo celular e nuclear são observados.
 Pérolas de ceratina  Focos arredondados de camadas
concêntricas de células ceratinizadas podem ser produzidas no
interior do epitélio lesional.
5 – TRATAMENTO E PROGNÓSTICO:
 Estadiamento  Sistema Tumor-Linfonodos-Metástase (TNM).
Quando maior for o estágio da classificação, pior o prognóstico.
 Excisão cirúrgica e/ou radioterapia e/ou quimioterapia.
Lesões de Patologia Oral 2 – Patologia Epitelial
Maria Carmen Pereira
1 – PATOLOGIA: CARCINOMA VERRUCOSO (CÂNCER DO
USUÁRIO DE RAPÉ; TUMOR DE ACKERMAN)
2 – CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS:
 Variante de baixo grau do carcinoma de células escamosas;
 H, > 55 anos;
 Sítios mais comuns de envolvimento (local de colocação crônica do
tabaco)  Fundo de vestíbulo inferior, gengiva, mucosa jugal, língua, palato
duro;
 Tumor extenso que surge como uma placa espessa, difusa, bem
delimitada, indolor, com projeções papilares ou verruciformes na superfície;
 As lesões são tipicamente brancas, contudo também podem parecer
eritematosas ou róseas. A coloração depende da quantidade de ceratina
produzida e do grau de resposta inflamatória do hospedeiro ao tumor.
3 – CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS:
 Possui uma enganosa aparência microscópica benigna; é
caracterizado por cristas epiteliais amplas e alongadas que parecem
“empurrar” no sentido do TC subjacente.
 As lesões geralmente mostram produção abundante de ceratina
(paraceratina) e uma superfície papilar ou verruciforme. A
paraceratina geralmente preenche as numerosas fendas e criptas
(tampões de paraceatina) entre as projeções da superfície.
 As células epiteliais lesionais mostram um padrão de maturação
normal sem um grau significativo de atipia celular. Há
frequentemente um infiltrado de células inflamatórias crônicas no TC
subjacente.
 Diagnóstico  Biópsia incisional.
4 – TRATAMENTO E PROGNÓSTICO:
 Metástase rara;
 Excisão cirúrgica;
 Quimioterapia  Casos inoperáveis.
Lesões de Patologia Oral 2 – Patologia Epitelial
Maria Carmen Pereira
1 – PATOLOGIA: CARCINOMA DE CÉLULAS BASAIS (EPITELIOMA
DE CÉLULAS BASAIS; ÚLCERA ROEDORA)
2 – CARACTERÍSTICAS GERAIS:
 É o mais comum cÇancer de pele e o mais comum dentre todos os
cânceres;
 Malignidade epitelial primária localmente invasiva, de lenta
disseminação, que surge da camada de células basais da pele e de
seus anexos;
 Resulta principalmente da exposição crônica à radiação ultravioleta
 Queimaduras solares freqüentes, tendência para a formação de
sardas na infância, exposição significativa à radiação ionizante,
ingestão de arsênico, terapia imunossupresora e tratamento com
psoralen e luz ultravioleta A (PUVA).
3 – CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS:
 Adultos brancos, > 40 anos.
 A forma mais comum dessa lesão, o carcinoma de célula basal
nodular (noduloulcerativo), inicia-se como uma pápula firme, indolor,
que lentamente cresce e gradualmente desenvolve uma depressão
central que tem uma aparência umbilicada. Um ou mais vasos
telangectásicos são geralmente observados ao redor da depressão
central. Uma ulceração expansiva frequentemente se desenvolve na
área de depressão central.
 Quando a lesão é pressionada, um aspecto perolado opalescente
característico é detectado.
 Lesões não-tratadas continuam a crescer lentamente ao longo de
meses ou anos, com ulceração e destruição das estruturas subjacentes
 Úlcera roedora.
 Metástase rara.

• Tumor noduloulcerativo colonizado por melanócitos benignos;


Carcinoma Basocelular • Coloração amarelo-amarronzada, marrom, negra ou azulada
Pigmentado devido à produção de melanina  O pigmento não se encontra
distribuído uniformemente.

• Lesão insidiosa que mimetiza tecido cicatricial;


Carcinoma de Células • A pele sobrejacente tem uma aparência pálida e atrófica e a
lesão apresenta-se firme à palpação com bordas pobremente
Basais Esclerosante demarcadas. Pode ser observada uma elevação sutil nas bordas
(Em forma de morfeia) do tumor;
• ↑ Grau de invasão.

• Ocorre principalmente na pele e no tronco;


Carcinoma de Células • Lesões múltiplas, surgem como manchas bem delimitadas,
Basais Superficial eritematosas e apresentando escamas. Uma borda fina, elevada,
"semelhante a um fio", é observada nas suas margens.
4 – CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS:
 Diversas aparências ao exame microscópico:
 Nodulocístico (noduloulcerativo);
 Superficial;
 Adenoide;
 Pigmentado;
 Infiltrativo;
 Em forma de morféia;
 Ceratótico
 Carcinomas de células basais nodulocístico, pigmentado e
relacionado à síndrome do carcinoma basocelular  São compostos
por células basaloides intensamente coradas, uniformemente ovóides,
com núcleos de tamanho moderado e com relativamente pouco
citoplasma. As células estão dispostas em ilhas e cordões bem
delimitados, que parecem surgir da camada de células basais da
epiderme sobrejacente e invadir em direção ao TC dérmico subjacente.
Embora a maioria dessas neoplasias não mostre diferenciação,
algumas exibem áreas de produção de ceratina, diferenciação sebácea
e cordões entrelaçados de células lesionais que lembram a formação
de um ducto (“adenóide”). A necrose das ilhas epiteliais pode produzir
uma aparência cística. O dano actínico na forma de elastose solar é
quase sempre observado no interior do estroma adjacente.
 Carcinoma de células basais pigmentado  Apresenta melanócitos
dendríticos no interior das ilhas tumorais e os melanófagos podem ser
observados no estroma adjacente.
 Carcinoma de células basais esclerosante  É caracterizado por
cordões finos de células tumorais basaloides infiltrativas dispostas em
um ambiente densamente colagenizado.
 Carcinoma de células basais superficial  Tem a inclusão de lóbulos
de células tumorais que parecem gotejar da epiderme em um padrão
multifocal.
5 – PROGNÓSTICO E TRATAMENTO:
 Excisão cirúrgica, ablasão a laser ou eletrodissecção e curetagem;
 Lesões grandes e agressivas  Excisão cirúrgica radical e
radioterapia;
 Cirurgia Micrográfica de Mohs ;
 Tratamentos tópicos;
 Metástase rara;
 Acompanhamento.
Lesões de Patologia Oral 2 – Patologia Epitelial
Maria Carmen Pereira
1 – PATOLOGIA: MELANOMA (MELANOMA MALIGNO;
MELANOCARCINOMA)
2 – CARACTERÍSTICAS GERAIS:
 Neoplasia maligna potencialmente agressiva de origem melanocítica
que surge a partir de uma lesão melanocítica benigna ou a partir de
melanócitos no interior da mucosa ou da pele normal.
 Radiação UV  Principal fator causal.
3 – CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS:
 Idade  20 a 80 anos, com média de 55 anos.
 H > M.
 Locais acometidos  Palato e gengiva superior (80% dos casos).
 Áreas múltiplas ou generalizadas de pigmentação associada a áreas
de crescimento nodular.

SISTEMA ABCDE

A. ASSIMETRIA  Devido ao seu padrão de crescimento descontrolado


B. BORDAS IRREGULARES  Geralmente em serrilhado
C. COLORAÇÃO IRREGULAR  Marrom, preto, branco, vermelho e azul
D. DIÂMETRO MAIOR QUE 6mm
E. EVOLUTIVO  Lesões que apresentam mudanças com relação ao
tamanho, forma, cor, superfície ou sintomas ao longo do tempo.
F.
4 – CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS:
 Presença de melanócitos malignos carregados de pigmento de
melanina por todo epitélio, podendo estar presentes no tecido
conjuntivo. Os melanócitos atípicos são maiores do que os normais e
apresentam graus variados de pleomorfismo nuclear e
hipercromatismo.
5 – TRATAMENTO E PROGNÓSTICO:
 Ressecção radical do tumor primário, combinada ou não com
radioterapia, quimioterapia e imunoterapia.
 Prognóstico ruim  Média de sobrevida: 15% - 25 meses.
Lesões de Patologia Oral 2 – Patologia das Glândulas Salivares
Maria Carmen Pereira
1 – PATOLOGIA: MUCOCELE (FENÔMENO DE EXTRAVASAMENTO
DE MUCO; REAÇÃO AO ESCAPE DE MUCO)
2 – CARACTERÍSTICAS GERAIS:
 Lesão comum da mucosa oral resultante da ruptura de um ducto de
glândula salivar e o extravasamento de mucina para dentro dos tecidos
moles adjacentes. Geralmente, é resultante de um trauma local (mordida).
 Não é um cisto verdadeiro porque não tem revestimento epitelial
circundante.
3 – CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS:
 Comum em lábio inferior;
 Nódulo de superfície íntegra, lisa;
 Coloração normal ou azulada;
 Comum em lábio inferior;
 Condição assintomática.
4 – CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS:
 Área de mucina extravasada circundada por tecido de granulação
reacional.
5 – TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
 Orientar o paciente quanto a etiologia.
 Biópsia excisional  Retirar as glândulas salivares menores do leito
cirúrgico.
 Prognóstico excelente.
Lesões de Patologia Oral 2 – Patologia das Glândulas Salivares
Maria Carmen Pereira
1 – PATOLOGIA: RÂNULA
2 – CARACTERÍSTICAS GERAIS:
 Mucoceles que ocorrem no soalho de boca.
 A origem da mucina extravasada é usualmente a glândula sublingual,
mas as rânulas podem também se originar do ducto da glândulas
submandibular ou das glândulas salivares menores presentes no soalho
de boca.
3 – CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS:
 Aumento de volume flutuante, de formato abaulado e coloração
azulada no soalho de boca.
 Rânula Cervical ou Mergulhante  Ocorre quando a mucina
extravasada disseca através do múculo milo-hioide e produz o aumento
de volume dentro do pescoço.
4 – CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS:
 = MUCOCELE.
5 – TRATAMENTO E PROGNÓSTICO:
 Remoção da glândula sublingual e/ou marsupialização
(descompressão).
Lesões de Patologia Oral 2 – Patologia das Glândulas Salivares
Maria Carmen Pereira
1 – PATOLOGIA: SIALOLITÍASE
2 – CARACTERÍSTICAS GERAIS:
 Os sialólitos são estruturas calcificadas que se desenvolvem
dentro do sistema ductal salivar. Acredita-se que eles surgem
através da deposição de sais de cálcio ao redor de um ninho de
debris na luz do ducto.
3 – CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS:
 Glândula aumentada;
 Massa radiopaca;
 Sintomática  Aumento de volume e dor.
4 – CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS:
 Os aumentos de volume calcificados exibem laminações
concêntricas que podem circundar um ninho amorfo de debris
(Calcificações concêntricas revestidas externamente por uma
camada de bactérias).
5 – TRATAMENTO E PROGNÓSTICO:
 Massagens na glândula e esforço para expelir a pedra através do
orifício do ducto, sialogogos, aplicação de calor e aumento da
ingestão de líquidos;
 Remoção cirúrgica.
Lesões de Patologia Oral 2 – Patologia das Glândulas Salivares
Maria Carmen Pereira
1 – PATOLOGIA: SÍNDROME DE SJÖGREN
2 – CARACTERÍSTICAS GERAIS:
 Desordem autoimune crônica sistêmica que envolve principalmente
as glândulas salivares e lacrimais, resultando em xerostomia e
xeroftalmia.
 Infiltrado inflamatório destrói o parênquima glandular.
3 – CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS:
 M > H, 50 anos;
 SS primária ou secundária (artrite reumatóide);
 Xerostomia e xeroftalmia;
 Língua fissurada, exibindo atrofia das papilas
4 – DIAGNÓSTICO:
 História da doença e características clínicas;
 Sorologia: detecção de anticorpos, antiSS-A e antiSS-B;
 Testes oculares: avaliação das glândulas lacrimais – Teste de
Schirmer e corante rosa bengala;
 Biópsia de glândulas salivares menores em lábio.
5 – CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS:
 Infiltração linfocítica nas glândulas salivares, com destruição das
unidades acinares.
6 – TRATAMENTO E PROGNÓSTICO:
 Tratamento de suporte  Lágrima e saliva artificiais;
 Medicamentos sialogogos;
 ↑ Risco de desenvolvimento de linfomas.
Lesões de Patologia Oral 2
Patologia das Glândulas Salivares – Tumores de Glândulas Salivares
Maria Carmen Pereira
1 – PATOLOGIA: ADENOMA PLEOMÓRFICO (TUMOR MISTO
BENIGNO)
2 – CARACTERÍSTICAS GERAIS:
 É a neoplasia de glândula salivar mais comum;
 São derivados de uma mistura de elementos ductais e mioepiteliais.
3 – CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS:
 Apresenta-se como um aumento de volume firme, indolor e de
crescimento lento;
 É mais comum em adultos jovens e adultos de meia idade;
 Discreta predileção pelo sexo feminino;
 A maioria dos adenomas pleomórficos da glândula parótida ocorrem
no lobo superficial e se apresentam como um aumento de volume sobre
o ramo da mandíbula à frente da orelha;
 Se negligenciada, a lesão pode crescer até atingir proporções
grotescas.
 Pode ocorrer no palato, seguido pelo lábio superior e pela mucosa
jugal.
4 – CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS:
 É um tumor tipicamente encapsulado e bem circunscrito.
 O tumor é composto de uma mistura de epitélio glandular e células
mioepiteliais permeados por um fundo semelhante ao mesênquima. A
proporção dos elementos epiteliais e do componente semelhante ao
mesênquima é altamente variável dentre os diferentes tumores. Alguns
tumores consistem quase inteiramente de um fundo estromal, outros
são altamente celulares com poucas alterações ao fundo.
 Geralmente o epitélio forma ductos e estruturas císticas ou pode
ocorrer na forma de ilhas ou cordões celulares. As células mioepiteliais
podem apresentar-se como células anguladas ou fusiformes,
arredondadas, com núcleo excêntrico e citoplasma eosinofílico
hialinizado, lembrando plasmócitos (células mioepiteliais
plasmocitoides).
5 – TRATAMENTO E PROGNÓSTICO:
 Excisão cirúrgica  Prognóstico excelente.
Lesões de Patologia Oral 2
Patologia das Glândulas Salivares – Tumores de Glândulas Salivares
Maria Carmen Pereira
1 – PATOLOGIA: CARCINOMA MUCOEPIDERMOIDE
2 – CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS:
 Ocorre numa ampla variação etária (2ª – 7ª década de vida);
 Mais comum na glândula parótida, seguida das glândulas salivares
menores, língua e região retromolar.
 Tem sido associado à radioterapia de cabeça e pescoço;
 Aumento de volume assintomático.
3 – CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS:
 É composto de uma mistura de células produtoras de muco e células
escamosas (epidermóides). As células mucosas apresentam formato
variado, mas contem um abundante citoplasma espumoso. As células
epidermoides são caracterizadas por se assemelharem às células
escamosas, geralmente demonstrando formato poligonal, pontes
intercelulares e, raramente, ceratinização. É típica a presença de um
terceiro tipo de células – a célula intermediária, pequena e basaloide ou
ovóide, com citoplasma escasso e palidamente eosinofílico – e
acredita-se que seja uma célula progenitora tanto para as células
mucosas quanto para as células epidermoides.
4 – TRATAMENTO E PROGNÓSTICO:
 O tratamento é determinado pela localização, grau histopatológico e
estágio clínico do tumor;
 Remoção cirúrgica.
Lesões de Patologia Oral 2
Tumores dos Tecidos Moles – Sarcomas de Tecidos Moles
Maria Carmen Pereira
1 – PATOLOGIA: SARCOMA DE KAPOSI
2 – CARACTERÍSTICAS GERAIS:
 Neoplasia vascular
 Propensão ao desenvolviment em indivíduos infectados pelo vírus
HIV
 Agente causador: Herpesvírus humano 8 (HHV8; herpes vírus
associado ao sarcoma de Kaposi [KSHV]). Mais provavelmente, a lesão
se origina nas células endoteliais, com alguma evidência de origem
linfática.
3 – CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS:
 H>M;
 Adultos;
 Múltiplas máculas e pápulas azul-arroxeadas estão presentes na
pele das extremidades inferiores;
 Crescimento lento;
 Lesões orais raras e mais frequentemente acometem o palato.
4 – CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS:
 O Sarcoma de Kaposi evolui através de 3 estágios:
1) Mancha (macular)  Proliferação de minúsculos vasos
sanguíneos. Resultando em uma rede vascular irredular,
denteada, que circunda vasos preexistestes. As células
endoteliais lesionais tem uma aparência branda e podem estar
associadas a linfócitos e plasmócitos dispersos.
2) Placa  Proliferação adicional desses canais vasculares em
conjunto com o desenvolvimento de um componente de células
fusiformes significativo.
3) Nodular  Aumento do número de células fusiformes formando
aumentos de volume nodulares semelhantes a tumor. Estão
presentes numerosos eritrócitos extravasados, e podem ser
identificados espaços vasculares semelhantes a fendas.
5 – TRATAMENTO E PROGNÓSTICO:
 Lesões cutâneas  Radioterapia;
 Excisão cirúrgica;
 Quimioterapia;
 Prognóstico variável.
Lesões de Patologia Oral 2
Tumores dos Tecidos Moles – Sarcomas de Tecidos Moles
Maria Carmen Pereira
1 – PATOLOGIA: RABDOMIOSSARCOMA
2 – CARACTERÍSTICAS GERAIS:
 Neoplasia maligna caracterizada pela diferenciação em músculo
esquelético.
 Mais comuns em crianças.
3 – CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS:
 Ocorre principalmente durante a primeira década de vida, mas
pode ocorrer em adolescentes e em adultos jovens.
 É um tumor infiltrativo, indolor, que pode crescer rapidamente.
 Na região de cabeça e pescoço, as localizações mais freqüentes
são a face e a órbita, seguidas pela cavidade nasal.
 O palato é a localização intraoral mais comum, e algumas lesões
parecem surgir no seio maxilar e invadir a cavidade oral.
4 – CARACTERÍSTICAS HISTOLÓGICAS:
 Presença de rabdomioblastos que são células com formato
redondo a ovóide, com citoplasma róseo e núcleo azulado
deslocado para periferia.
5 – TRATAMENTO E PROGNÓSTICO:
 Excisão cirúrgica + quimioterapia;
 Radioterapia pós-operatória.
Lesões de Patologia Oral 2 – Distúrbios Hematológicos
Maria Carmen Pereira
1 – PATOLOGIA: LINFOMA DE HODGKIN
2 – CARACTERÍSTICAS GERAIS:
 Distúrbio linfoproliferativo maligno.
 Estudos tem relacionado a infecção pelo vírus Epstein-Barr
(EBV) a uma porcentagem significativa destas lesões.
3 – CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS:
 Quase sempre começa nos linfonodos e qualquer grupo deles é
suscetível.
 Predileção por homens.
 Padrão bimodal  Um pico é observado entre os 15 e 35 anos
de idade; outro pico é visto após os 50 anos.
 Sinal  Aumento de volume discreto, indolor, aumentando de
maneira persistente na região de um linfonodo.
 Nos estágios iniciais, os linfonodos envolvidos estão
frequentemente móveis; à medida que a condição progride, os
linfonodos tornam-se mais emaranhados e fixos aos tecidos
circundantes.
 Não-tratamento  A condição se espalha para outros grupos de
linfonodos e eventualmente envolve o baço, outros tecidos
extralinfáticos, como ossos, fígado e pulmões.
4 – CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS:

Linfoma de Hodgkin

Nodular com predominância de


linfócitos Clássico

- Célula atípica é conhecida como célula de


Reed-Sternberg
-Célula atípica: célula-pipoca  Binucleada ("núcleo de olhos de coruja");
 Multinucleada ("moedas de pennies em
um prato");


Características comuns: obliteração da arquitetura normal
do linfonodo por um infiltrado de células inflamatórias
difuso, frequentemente misto, que é entremado com
células neoplásicas grandes e atípicas.
5 – TRATAMENTO E PROGNÓSTICO:
 Depende do estágio de envolvimento  Radioterapia, quimioterapia;
 Prognóstico bom.
Lesões de Patologia Oral 2 – Distúrbios Hematológicos
Maria Carmen Pereira
1 – PATOLOGIA: LINFOMA NÃO-HODGKIN
2 – CARACTERÍSTICAS GERAIS:
 Grupo diverso e complexo de malignidades de histogênese e
diferenciação linforreticulares.
 Surgem inicialmente dentro dos linfonodos e tendem a crescer como
aumentos de volume sólidos.
 Originam-se de células da série dos linfócitos B.
3 – CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS:
 Adultos
 Ocorre principalmente nos linfonodos  Aumento de volume indolor.
 Na cavidade oral, o linfoma aparece como uma doença extranodal.
Acomete mais comumente o vestíbulo oral, o palato duro posterior ou a
gengiva. Apresentam-se como aumentos de volume indolores e difusos,
de consistência esponjosa. A lesão pode ser eritematosa ou púrpura.
 Aspecto radiográfico  Radiolucidez mal definida ou irregular.
4 – CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS:
 Proliferação de células aparentemente linfocíticas que podem
mostrar graus variáveis de diferenciação.
 Se o linfoma se inicia em um linfonodo, destrói sua arquitetura
normal. Um linfoma extranodal destrói o tecido hospedeiro adjacente
normal por infiltração ao longo da área.
5 – TRAMENTO E PROGNÓSTICO:
 Quimioterapia;
 Prognóstico ruim.
Lesões de Patologia Oral 2 – Distúrbios Hematológicos
Maria Carmen Pereira
1 – PATOLOGIA: LINFOMA DE BURKITT
2 – CARACTERÍSTICAS GERAIS:
 Malignidade originada nos linfócitos B, que representa um linfoma
indiferenciado;
 Predileção pelos ossos gnáticos;
 Patogeneticamente relacionado aos Epstein-Barr (EBV).
3 – CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E RADIOGRÁGICAS:
 Apresenta-se nos ossos gnáticos;
 Geralmente afeta crianças;
 O crescimento da massa tumoral pode produzir aumento de volume
facial e proptose;
 Aspecto radiográfico  Destruição radiolúcida do osso com margens
irregulares e mal definidas.
4 – CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS:
 Linfoma de célula B não-clivada, pequena e indiferenciada. A lesão
invade sob a forma de amplas camadas de células tumorais que
exibem núcleos redondos com citoplasma mínimo. Cada núcleo
frequentemente tem vários nucléolos proeminentes e numerosas
mitoses são vistas.
5 – TRATAMENTO E PROGNÓSTICO:
 Regime quimioterápico intensivo.

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