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Patologia Oral 2
Segundo Bloco
A. Patologia Epitelial
1) Leucoplasia
2) Eritroplasia
3) Queilose Actínica
4) Carcinoma de Células Escamosas
5) Carcinoma Verrucoso
6) Carcinoma de Células Basais
7) Melanoma
D. Distúrbios Hematológicos
16) Linfoma de Hodgkin
17) Linfoma Não-Hodgkin
18) Linfoma de Burkitt
Ficha das Lesões de Patologia Oral 2 – Patologia Epitelial
Maria Carmen Pereira
1 – PATOLOGIA: LEUCOPLASIA
2 – CARACTERÍSTICAS GERAIS:
Placa ou mancha branca que não pode ser caracterizada clínica
ou patologicamente como qualquer outra doença.
Espessamento da camada superficial de ceratina, que dá a
impressão de ser branca quando úmida ou de uma camada
espinhosa espessada, o que mascara a vascularização normal
do TC subjacente.
Causas (hipóteses) Tabaco, álcool, sanguinária, radiação
ultravioleta, microrganismos, trauma.
É considerada uma lesão pré-cancerosa ou pré-maligna.
3 – CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS:
> 40 anos, (prevalência: ↑ idade);
H > M;
Lesões encontradas no vermelhão do lábio, mucosa jugal,
gengiva, língua e soalho de boca;
Lesões iniciais e brandas surgem como placas levemente
elevadas cinzentas ou branco-acinzentadas, que podem parecer
um tanto translúcidas, fissuradas ou enrugadas, e que são
tipicamente macias e planas. Geralmente, bem demarcadas.
4 – CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS:
A leucoplasia é caracterizada pela camada espessada de
ceratina do epitélio de superfície (hiperceratose), com ou sem
espessamento da camada espinhosa (acantose). Números
variáveis de células da inflamação crônica são observados no
interior do TC subjacente.
A maioria das lesões leucoplásicas não demonstra displasia na
biópsia. Quando presentes, essas alterações displásicas
tipicamente iniciam-se nas porções basal e parabasal do epitélio.
Quanto mais displásico o epitélio se torna, mais as alterações
epiteliais atípicas se estendem para envolver a espessura total
do epitélio.
As alterações histopatológicas das células epiteliais displásicas
são similares às observadas no carcinoma de células
escamosas e podem incluir as seguintes:
Células e núcleos aumentados
Nucléolos grandes e proeminentes
Relação núcleo-citoplasma aumentada
Núcleos hipercromáticos
Células e núcleos pleomórficos
Disceratose
Atividade mitótica aumentada
Figuras de mitose anormais
Cristas epiteliais em formato bulbar ou em forma de gota
de orvalho
Perda da polarização
Pérolas de ceratina ou epiteliais
Perda da coesão típica entre as células epiteliais
Displasia Epitelial Leve Alterações limitadas principalmente às
camadas basal e parabasal.
Displasia Epitelial Moderada Denota envolvimento da camada
basal à porção média da camada espinhosa.
Displasia Epitelial Severa Demonstra alterações desde a
camada basal até um nível acima da porção média do epitélio.
Carcinoma in situ Quando toda a espessura do epitélio está
envolvida. É definido como células epiteliais displásicas que se
estendem da camada basal à superfície da mucosa. Nenhuma
invasão ocorre, portanto, não há metástase.
5 – DIAGNÓSTICO:
Exclusão de outras entidades que surgem como placas orais
brancas (líquen plano, morsicatio, ceratose friccional, ceratose
da bolsa de tabaco, estomatite nicotínica, leucoedema e nevo
branco esponjoso).
6 – TRATAMENTO E PROGNÓSTICO:
Biópsia;
Excisão cirúrgica, eletrocauterização, criocirurgia ou ablação por
laser.
Lesões de Patologia Oral 2 – Patologia Epitelial
Maria Carmen Pereira
1 – PATOLOGIA: ERITROPLASIA (ERITROPLASIA DE QUEYRAT)
2 – CARACTERÍSTICAS GERAIS:
Mancha vermelha que não pode ser clínica ou patologicamente
diagnosticada como qualquer outra condição.
Praticamente todas as eritroplasias verdadeiras apresentam
displasia epitelial significativa, carcinoma in situ ou carcinoma de
células escamosas invasivo.
Possui potencial muito maior do que as leucoplasias de ser
severamente displásica no momento da biópsia ou de
desenvolver uma malignidade invasiva em um momento
posterior.
3 – CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS:
Adultos de meia-idade a idosos;
Sem predileção por gênero;
Soalho de boca, língua e palato mole são os sítios mais comuns
de acometimento;
A mucosa alterada mostra-se como uma mácula ou placa
eritematosa bem delimitada, com textura macia e aveludada;
Assintomática;
Pode estar associada a uma leucoplasia adjacente
(eritroleucoplasia);
Mucosite não-específica, candidíase, psoríase ou lesões
vasculares podem mimetizar clinicamente a eritroplasia.
4 – CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS:
Constitui displasia epitelial severa, carcinoma in situ ou
carcinoma de células escamosas superficialmente invasivo.
O epitélio apresenta ausência de produção de ceratina e
frequentemente é atrófico, porém pode ser hiperplásico. A
ausência de ceratinização permite que a microvasculatura
subjacente seja evidenciada. O TC subjacente apresenta
inflamação crônica.
5 – TRATAMENTO E PROGNÓTICO:
Biópsia;
Acompanhamento por longos períodos.
Lesões de Patologia Oral 2 – Patologia Epitelial
Maria Carmen Pereira
1 – PATOLOGIA: QUEILOSE ACTÍNICA
2 – CARACTERÍSTICAS GERAIS:
Alteração pré-maligna comum do vermelhão do lábio inferior
que resulta de uma exposição progressiva excessiva ao espectro
ultravioleta da luz solar.
Acomete pessoas de pele clara com tendência a apresentar
queimadura solar com facilidade quando da exposição ao sol,
ocupações profissionais com exposição ao ar livre (“Lábio do
fazendeiro” ou “lábio do marinheiro”).
3 – CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS:
> 45 anos.
H > M.
Progressão lenta.
Alterações mais precoces Atrofia da borda do vermelhão
do lábio inferior, caracterizada por uma superfície lisa e áreas de
manchas pálidas. O apagamento da margem entre a zona do
vermelhão do lábio e a porção cutânea do lábio é tipicamente
observado.
À medida que a lesão progride, áreas ásperas e cobertas de
escamas desenvolvem-se nas porções mais secas do
vermelhão. Essas áreas se tornam espessas e podem se
assemelhar a lesões leucoplásicas. Com a progressão, a
ulceração crônica focal pode se desenvolver em um ou mais
sítios; tais ulcerações sugerem a progressão para um carcinoma
de células escamosas em estágio inicial.
4 – CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS:
É caracterizada por um epitélio escamoso estratificado
atrófico, frequentemente demonstrando uma marcante produção
de ceratina. Graus variados de displasia epitelial podem ser
encontrados. Um infiltrado de células inflamatórias crônicas leve
comumente está presente subjacente ao epitélio displásico. O
TC subjacente invariavelmente mostra um feixe de alteração
basofílica amorfa e acelular conhecido como elastose solar
(actínica), uma alteração das fibras colágenas e elásticas
induzidas pela luz ultravioleta.
5 – TRATAMENTO E PROGNÓSTICO:
Bálsamos para lábios Bloqueadores solares;
Áreas de espessamento, ulceração ou leucoplasia Biópsia;
Casos graves sem transformação maligna Shave labial
(vermelhonectomia);
Ablasão a laser de CO2 ou de érbio, eletrodissecção,
aplicação tópica de 5-fluorouracil, aplicação tópica de imiquimod,
terapi fotodinâmica e quimioexfoliação;
Acompanhamento de longa duração Carcinoma de células
escamosas.
Lesões de Patologia Oral 2 – Patologia Epitelial
Maria Carmen Pereira
1 – PATOLOGIA: CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS
2 – CARACTERÍSTICAS GERAIS:
Etiologia: multifatorial (fumo de tabaco, tabaco sem fumaça,
sache de betel, álcool, agentes fenólicos, radiação, deficiência
de ferro, deficiência de vitamina A, sífilis, infecção por cândida,
vírus oncogênicos, imunossupressão, oncogenes e genes
supressores de tumor).
3 – CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS:
Homens idosos;
Dor mínima durante a fase inicial do crescimento;
Apresentação clínica variada:
Exofitica (formação de aumento de volume; vegetante,
papilar, verruciforme);
Endofítica (invasiva, escavada, ulcerada);
Leucoplásica ( mancha branca);
FASE INICIAL
Eritroplásica (mancha vermelha);
Eritroleucoplásica (combinação de áreas vermelha e
branca).
Aspecto radiográfico “Roído de traça” – Margens mal
definidas ou bordas irregulares.
SISTEMA ABCDE
Linfoma de Hodgkin
Características comuns: obliteração da arquitetura normal
do linfonodo por um infiltrado de células inflamatórias
difuso, frequentemente misto, que é entremado com
células neoplásicas grandes e atípicas.
5 – TRATAMENTO E PROGNÓSTICO:
Depende do estágio de envolvimento Radioterapia, quimioterapia;
Prognóstico bom.
Lesões de Patologia Oral 2 – Distúrbios Hematológicos
Maria Carmen Pereira
1 – PATOLOGIA: LINFOMA NÃO-HODGKIN
2 – CARACTERÍSTICAS GERAIS:
Grupo diverso e complexo de malignidades de histogênese e
diferenciação linforreticulares.
Surgem inicialmente dentro dos linfonodos e tendem a crescer como
aumentos de volume sólidos.
Originam-se de células da série dos linfócitos B.
3 – CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS:
Adultos
Ocorre principalmente nos linfonodos Aumento de volume indolor.
Na cavidade oral, o linfoma aparece como uma doença extranodal.
Acomete mais comumente o vestíbulo oral, o palato duro posterior ou a
gengiva. Apresentam-se como aumentos de volume indolores e difusos,
de consistência esponjosa. A lesão pode ser eritematosa ou púrpura.
Aspecto radiográfico Radiolucidez mal definida ou irregular.
4 – CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS:
Proliferação de células aparentemente linfocíticas que podem
mostrar graus variáveis de diferenciação.
Se o linfoma se inicia em um linfonodo, destrói sua arquitetura
normal. Um linfoma extranodal destrói o tecido hospedeiro adjacente
normal por infiltração ao longo da área.
5 – TRAMENTO E PROGNÓSTICO:
Quimioterapia;
Prognóstico ruim.
Lesões de Patologia Oral 2 – Distúrbios Hematológicos
Maria Carmen Pereira
1 – PATOLOGIA: LINFOMA DE BURKITT
2 – CARACTERÍSTICAS GERAIS:
Malignidade originada nos linfócitos B, que representa um linfoma
indiferenciado;
Predileção pelos ossos gnáticos;
Patogeneticamente relacionado aos Epstein-Barr (EBV).
3 – CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E RADIOGRÁGICAS:
Apresenta-se nos ossos gnáticos;
Geralmente afeta crianças;
O crescimento da massa tumoral pode produzir aumento de volume
facial e proptose;
Aspecto radiográfico Destruição radiolúcida do osso com margens
irregulares e mal definidas.
4 – CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS:
Linfoma de célula B não-clivada, pequena e indiferenciada. A lesão
invade sob a forma de amplas camadas de células tumorais que
exibem núcleos redondos com citoplasma mínimo. Cada núcleo
frequentemente tem vários nucléolos proeminentes e numerosas
mitoses são vistas.
5 – TRATAMENTO E PROGNÓSTICO:
Regime quimioterápico intensivo.