Melanoma Introdução • As lesões pigmentadas estão entre os achados mais comuns do exame da pele. • O desafio para o médico é diferenciar os melanomas cutâneos dos casos restantes, que habitualmente são benignos. • O melanoma pode ocorrer em adultos de todas as idades e de todas as raças. Epidemiologia • Neoplasia maligna agressiva dos melanócitos, células produtoras de pigmento que se originam na crista neural e migram para pele, meninges, membranas mucosas, esôfago superior e olhos. • Os melanócitos em cada uma dessas regiões tem o potencial de transformação maligna, porém a grande maioria origina-se na pele • Mais comum em indivíduos de pele branca (98% dos casos) e a incidência correlaciona-se com a exposição ao sol • Homens : mulheres – 1,3 : 1 • Idade média ao diagnóstico: 50 anos Epidemiologia • As taxas de mortalidade começam a se elevar aos 55 anos. • Aumento na incidência em mulheres com menos de 40 anos devido ao bronzeamento. • Taxa de sobrevida: 93,3% • Taxa de sobrevida com metástase: 17,9% • A maior incidência é observada na Nova Zelândia e na Austrália. Epidemiologia - Probabilidade • 25 em 100 mil brancos • 4 em 100 mil hispânicos • 1 em 100 mil negros Fatores de risco – Presença de nevos • Os maiores fatores de risco são a presença de múltiplos nevos benignos ou atípicos. • A presença de mais de 40 nevos melanocíticos, comuns ou displásicos, é um marcador para o risco aumentado de melanoma. • O risco é mais elevado para o nevo melanocítico gigante (> 20cm). Nevos atípicos • Frequentemente, os nevos atípicos são maiores que outros nevos (> 6 mm de diâmetro), arredondados (ao contrário de muitos melanomas), mas com bordas indistintas e discreta assimetria. Em comparação, melanomas têm maior irregularidade nas cores e podem ter áreas que são vermelhas, azuis, esbranquiçadas ou despigmentadas com uma aparência de cicatriz. Nevos atípicos • Excisão quando: 1- Paciente com história de alto risco (p. ex., história pessoal ou familiar de melanoma); 2- Paciente não pode garantir acompanhamento; 3- O nevo tem achados dermatoscópicos de alto risco; 4- O nevo está em um local que dificulta ou torna impossível que o paciente monitore se há alterações na lesão. Nevos displásicos • Geralmente são maiores do que os nevos comuns e podem apresentar irregularidade do formato ou coloração. • É preciso prestar atenção a sangramentos nas pintas, formação de “casquinhas” ou pequenas úlceras, inchaços e mudança de cor para vermelho, preto ou azulado. • A maioria dos nevos melanocíticos não necessita tratamento. Quando existe dúvida se a pinta é um nevo atípico ou um melanoma inicial, deve ser realizada a remoção da mesma para biópsia e confirmação diagnóstica. Nevo melanocítico gigante congênito • O nevo melanocítico congênito é uma proliferação de ninhos de melanócitos da pele, presente ao nascimento, com incidência de aproximadamente 1% dos recém nascidos. • O fato é que o risco de ocorrência de melanoma é maior do que a população que não apresenta o nevo gigante. Além disso, o melanoma decorrente é grave e ocorre na infância. • Os tratamentos cirúrgicos incluem a ressecção seriada, excisão e cobertura com enxertos, retalhos, expansão tecidual, curetagem, dermoabrasão, excisão tangencial com ou sem enxertia de pele e eletrocoagulação. Fatores de risco – historia pessoal e familiar • Uma vez diagnosticado, o risco de desenvolver outro melanoma é de 10 vezes o da população em geral. • Parentes em primeiro grau apresentam um risco de duas vezes maior de desenvolver melanoma. Fatores de risco – Suscetibilidade genética • 70% de todos os melanomas apresentam mutações ou deleções que afetam o locus CDKN2A no cromossomo 9p21. • Esse locus codifica duas proteínas supressoras de tumor: p16 e ARF Prevenção e detecção precoce • Proteção solar • Evitar queimaduras solares, bronzeamento artificial e exposição ao sol ao meio-dia • Prevenção secundária: educação, rastreamento e detecção precoce Diagnóstico • O objetivo é identificar a presença de melanoma antes da ocorrência de invasão e metástases. • Regra do ABCDE • Assimetria – as lesões benignas em geral são simétricas • Bordas irregulares – a maioria dos nevos apresenta bordas nítidas • Cores variadas – as lesões benignas em geral tem pigmento claro ou escuro uniforme • Diâmetro > 6mm • Evolução – qualquer alteração no tamanho, na forma, na cor ou na elevação ou novos sintomas como sangramento, prurido e formação de crosta Diagnóstico • Toda a superfície cutânea , incluindo o couro cabeludo e as membranas mucosas, assim como as unhas, deve ser examinada em cada paciente • Toda lesão suspeita: biopsia ou registro por foto Classificação e patogênese - clínica Melanoma lentigo maligno Melanoma extensivo superficial Melanoma nodular Melanoma acrolentiginoso Fatores prognósticos • O melhor preditor de risco de metástases é a espessura de Breslow. • Sítio anatômico – os favoráveis são antebraço e perna; desfavoráveis são couro cabeludo, mãos, pés e membranas mucosas. • Homens com mais de 60 anos apresentam pior prognóstico. • Maior risco de metástases para linfonodos em pacientes jovens. Fatores de mal prognóstico • Taxa mitótica elevada; • Presença de ulceração; • Envolvimento linfonodal; • Metástase e local da metástase; • LDH (lactato desidrogenase) elevada; Estadiamento • Todos os pacientes devem ter uma história completa, com atenção aos sintomas que possam sugerir uma doença metastática como mal estar, perda de peso, cefaleias, alterações visuais e dor. • Exame físico dirigido ao sítio do melanoma primário, procurando por nódulos dérmicos e subcutâneos e linfonodos regionais. • PET-CT. • Exame de imagem para avaliar metástases. Tratamento • Ampla excisão cirúrgica com margem de pele normal; • Remoção dos linfonodos sentinelas; • Imunoterapia; • Terapia-alvo; • Quimioterapia (paliativo); • Radioterapia (paliativo); Câncer de pele não melanoma Introdução • É o câncer mais comum nos EUA. • Estima-se que a incidência anual nos EUA seja de 1,5 a 2 milhões de casos. • Carcinoma basocelular (CBC) – 80% dos casos • Carcinoma espinocelular (CEC) – 20% dos casos • CEC são mais significativos, pois produzem metástases e são responsáveis por 2400 óbitos anualmente. Fisiopatologia e etiologia • A causa mais significativa é a exposição à radiação UV. • Os receptores de transplante de órgão sólido com imunossupressão crônica apresentam um aumento de 65 vezes de CEC e de 10 vezes do CBC • Os CEC nessa população apresentam taxas mais elevadas de recorrência local, metástase e mortalidade • Outros fatores de risco: infecção por HIV, radiação ionizante, cicatrizes de queimadura térmica, albinismo e úlceras crônicas. Manifestações clínicas - CBC • Tem origem nas células basais epidérmicas. • CBC superficial – menos invasivo, em geral consiste em placas descamativas eritematosas sutis, crescem lentamente e são mais comumente encontrados no tronco e nas extremidades proximais. • CBC nodular - como pequeno nódulo perolado de crescimento lento • CBC morfeiforme (fibrosante) – infiltrante, invasivo, manifesta-se como placa solitária, endurecida, esbranquiçada, amarelada ou rósea, semelhantes a cicatrizes Manifestações clínicas - CEC • Neoplasia maligna de células epidérmicas queratinizantes. • Crescimento indolente a rápido. • Metástase local regional ou distante. • Normalmente apresenta-se como um nódulo eritematoso ulcerado ou uma erosão superficial na pele exposta ao sol da cabeça, do pescoço, do tronco e das extremidades. • Com frequência é confundido com uma verruga ou calo. História natural - CBC • Neoplasia de crescimento lento com invasão local. • O grau de destruição local e o risco de recorrência variam com o tamanho, duração, localização e tipo histológico do tumor. • Localização na face, orelhas ou couro cabeludo podem indicar um risco maior. • Lesões grandes e dos subtipos micronodular, infiltrante e morfeiforme podem ser mais agressivos. • Potencial metastático – 0,0028– 0,1% História natural - CEC • Tumores oriundos de pele lesionada pelo sol tem um potencial metastático menor do que aqueles sobre áreas não expostas ao sol. • Potencial de metástase: • CEC cutâneo – 0,3 – 5,2%. Frequentemente para linfonodos regionais. • CEC em lábio inferior e na orelha – 13% e 11% respectivamente • CEC em cicatrizes, ulcerações crônicas, superfícies genitais e mucosas é maior. • CEC recorrente – 30% de metastase Tratamento - CBC • Excisão local ampla com margens padrão, em geral, é escolhido para os tumores invasivos, mal definidos e mais agressivos. • Cirurgia micrográfica de Mohs (CMM) – excisão cirúrgica que fornece o melhor método para remoção do tumor enquanto preserva o tecido não envolvido, está associado a taxas de cura de 98%. É a modalidade preferida para lesões recorrentes, alto risco e que a conservação máxima de tecido éfundamental (ex: pálpebras, orelhas, nariz e dedos). • Radioterapia – pacientes não candidatos a cirurgia e como adjuvante em tumores de alto risco. Cirurgia micrográfica de Mohs Tratamento - CEC • Excisão cirúrgica e CMM representam os tratamentos-padrão. • Radioterapia – adjuvante. • Quimioterapia – tratamento paliativo de doenças avançadas. • Obrigado