Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Pele – A pele corresponde ao maior órgão do corpo humano, tendo 5 a 6 m 2 nos adultos, e
corresponde ao local do organismo onde, genericamente, ocorre maior número de cancros. O
carcinoma basocelular é o tumor maligno mais comum nos humanos, enquanto que o carcinoma
epidermoide é o segundo cancro mais comum a originar-se em áreas expostas ao sol, em
indivíduos mais velhos. Ambos os carcinomas possuem um crescimento lento e são facilmente
detetados ainda em dimensões reduzidas, sendo de fácil tratamento. Já o melanoma é o cancro
de pele com maior taxa de mortalidade, tendo uma grande capacidade metastática.
Carcinoma Epidermóide Invasivo. (A), lesões são geralmente nodulares e ulceradas. (B), células
neoplásicas ultrapassaram a membrana basal e invadiram profundamente para a derme. (C), as células
tumorais apresentam núcleos aumentados, com contornos angulados, e nucléolos proeminentes.
Carcinoma Basocelular – Também designado por ulcus rodens ou lesão tacicular ulcerada.
É um tumor cutâneo localmente agressivo que está associado a mutações que ativam a via de
sinalização do Hedgehog. É o cancro invasivo mais comum em humanos. Possuem um
crescimento lento e raramente metastizam. A grande maioria é reconhecida num estádio precoce
e é curada através de excisão local. Contudo, um pequeno número de tumores (<0.5%) são
localmente agressivos e muito raramente podem metastizar para locais distantes. Ocorrem em
locais expostos à radiação solar, em adultos mais velhos com pele pouco pigmentada. Tal como
para o carcinoma epidermoide, a incidência do carcinoma basocelular está aumentada em
contextos de imunossupressão e de doenças da reparação do DNA, como a xerodermia
pigmentosa.
− MORFOLOGIA – Lesão saliente com uma zona central ulcerada e com vasos sanguíneos
subepidérmicos dilatados (telangiectasias). Alguns tumores contêm melanina e
superficialmente assemelham-se a nevos melanocíticos ou melanomas.
Histologicamente, as células tumorais assemelham-se a células basais normais da
epiderme. Originam-se a partir da epiderme ou do epitélio folicular, pelo que não
ocorrem em superfícies mucosas. Dois padrões são observados: crescimentos
multifocais, que se originam da epiderme e por vezes estendem-se ao longo de vários
cm2 de pele, e lesões nodulares, que crescem profundamente em direção à derme como
cordões e ilhas de células basófilas com núcleos hipercromáticos, embebidas numa matriz
mucinosa, e geralmente rodeadas por fibroblastos e linfócitos.
Proliferações melanocíticas
Nevo Melanocítico – Coloquialmente designado como “sinal”, corresponde a uma neoplasia
benigna comum causada na maioria dos casos por mutações ativadoras adquiridas em
componentes da via de sinalização do Ras. Existem numerosos subtipos de nevos melanocíticos
que são distinguíveis pelas suas características clínicas e histológicas. Os nevos melanocíticos
adquiridos correspondem ao tipo mais comum e são encontrados em virtualmente todos os
indivíduos. Apesar de normalmente só terem efeitos cosméticos, como também podem dar
irritação ou até mimetizar um melanoma, são excisados cirurgicamente.
Nevo Displásico – Os nevos displásicos são importantes já que podem ser precursores diretos
de melanoma e, quando são múltiplos, é um marcador de risco aumentado para melanoma. Ao
contrário dos nevos melanocíticos, estes nevos tendem a ocorrer em áreas não expostas ao
sol. No síndrome do nevo displásico, uma doença autossómica dominante, existe
tendência para desenvolvimento de múltiplos nevos displásicos, sendo que a probabilidade
destes indivíduos desenvolverem um melanoma é superior a 50% aos 60 anos. Embora os
nevos displásicos possam originar melanomas, a grande maioria destas lesões são clinicamente
estáveis e nunca progridem. Para além disso, os melanomas costumam ter origem de novo e não
a partir de nevos.
− PATOGÉNESE – Tal como os nevos convencionais, os nevos displásicos possuem
frequentemente mutações ativadoras adquiridas nos genes NRAS e BRAF.
Nevo Displásico. (A), Numerosos nevos atípicos, num utente com síndrome do nevus displásico. (B), Esta lesão possui
um componente de nevo composto (à esquerda) e um componente assimétrico de nevo juncional (à direita). O primeiro
componente corresponde à zona central mais pigmentada e elevada da lesão representada em A, enquanto o segundo
corresponde ao anel periférico plano e menos pigmentado da mesma lesão. (C), Uma importante característica é a
presença de atipia citológica (núcleos hipercromáticos e irregulares). A derme subjacente às células atípicas apresenta
fibrose linear ou lamelar.
Melanoma – O melanoma é o cancro da pele com maior taxa de mortalidade e está fortemente
associado a mutações adquiridas causadas por exposição a radiação UV. A grande maioria dos
melanomas origina-se na pele; outros locais de origem incluem a mucosa oral e anogenital,
esófago, meninges e úvea do olho.
− FATORES DE RISCO – Os fatores que aumentam o risco para desenvolvimento de
melanoma incluem: indivíduos com fototipos mais baixos; exposições solares intensas
durante períodos curtos na infância ou adolescência; história prévia de melanoma; história
familiar de melanoma; existência de nevos displásicos; nevos congénitos de grandes
dimensões, entre outros.
Melanoma. (A), As lesões típicas têm contornos e pigmentação irregulares. Áreas maculares correlacionam-se com a face de
crescimento radial, enquanto as zonas elevadas correspondem a agregados de nódulos de células malignas em crescimento
vertical. (B), Fase de crescimento radial, surgindo ninhos de células melanocíticas dentro da epiderme e uma resposta inflamatória
subjacente na derme. (C), Fase de crescimento vertical, mostrando agregados nodulares de células infiltrativas. (D), Grande
ampliação de células do melanoma. Na figura mais pequena observa-se um gânglio sentinela com um pequeno agregado de
células melanocíticas marcadas por imunohistoquímica contra o marcador melanocítico HMB-45.