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Neoplasia benigna do melanócito

Simétrica, ausência de atipias ou mitoses (ou raras)

Circunscritos

Maturação preservada

(exceção para nevos de sítios especiais: acral, genital, conjuntiva, orelha, etc. podem ter atipias
leves. Critérios são diferentes. Por isso indispensável a topografia da biópsia)

Critérios de classificação:

- época de aparecimento

. congênitos (1%)

. adquiridos (99%)

- Localização dos melanócitos derme/epiderme

- Morfologia arquitetural

Lentigo simples: proliferação sem atipias, simétrica, nos cones interpapilares, na camada basal.

Nevo juncional: proliferação de melanócitos nas pontas dos cones interpapilares.

Nevo composto: proliferações na epiderme e na derme.


Nevo intradérmico: proliferação de melanócitos apenas na derme.

Nevo juncional/lentigo simples (apenas intradérmico): mais comum em crianças e


adolescentes.

Nevo composto (dérmico e epidérmico): adultos jovens

Nevo intradérmico: adultos acima de 20 anos e idosos.

Teoria mais antiga do surgimento dos nevos: lesões surgem a partir dos melanócitos da
camada basal, formando o nevo juncional e à partir do crescimento expansivo para baixo,
transforma-se em nevo composto. Com o amadurecimento da lesão, a comunicação com a
epiderme é perdida, transformando-se num nevo intradérmico.

Teoria mais recente do surgimento dos nevos: os nevos intradérmicos surgem de um defeito
da migração dessas células a partir da crista neural.

Lentigo simples: proliferação de melanócitos enfileirados que não forma grupamentos, na


camada basal, principalmente nas laterais dos cones interpapilares.

Nevo juncional: formam grupamentos nas pontas dos cones interpapilares.

Nevo composto: grupamentos na parte mais superficial e na parte mais profunda. Na parte
mais profunda, as células tendem a ser menores e a ser menos coesas, se agrupando menos
(maturação), que ocorre em toda a lesão, regularmente, o que é responsável pela simetria da
lesão.

Nevo intradérmico: também apresenta maturação mesmo sem haver contato do nevo com a
epiderme. As células do “fundo” são menores e menos coesas.
Nevo de Unna: lesão exofítica de contorno papilomatoso. Formato de ceratose seborreica. É
um nevo intradérmico de aspecto papilomatoso.

Nevo de Miescher: um nevo que pode ser elevado, mas é predominantemente endofítico,
cresce “para baixo”, formando uma lesão cupuliforme. São nevos intradérmicos.

Classificação das células do nevo:

Células tipo A: presentes nas regiões mais elevadas dos nevos, são células mais epitelióides,
mais arredondadas, de citoplasma eosinofílico, tendendo a formar grupamentos. EPITELIOIDE.

Células do tipo B: células pequenas, de citoplasma mais escasso, tendem a ficar mais isoladas
ou formando fileirinhas, lembrando linfócitos. Células linfocitóides. LINFOCITOIDE.

Células do tipo C: são células mais alongadas que lembram células neurais, pois, afinal de
contas, os melanócitos são derivados da crista neural. Ficam na parte mais inferior do nevo.
Aspecto neurotizado. É uma alteração de senescência. NEUROTIZADAS.

Nos melanócitos, podemos ver o pigmento ou não. Quando é pigmentado, o pigmento fica na
parte mais superficial do nevo, seguindo a maturação do nevo. Por isso, as células do tipo B e
tipo C geralmente não são pigmentadas.

Nevo de Spitz: um nevo com muitas atipias. As células são grandes, epitelióides, fusiformes,
pleomórficas. Porém são bem delimitadas, simétricas. Características malignas e benignas, mas
é um nevo benigno. É mais frequente em pessoas jovens. Aspecto “stardust”, como se fosse
uma supernova.

- Simetria, boa delimitação.

- Acantose, hipergranulose, ortoceratose.

- Ninhos grandes, perpendiculares à epiderme, com fendas ao redor.

- Melanócitos grandes, volumosos, epitelióides ou fusiformes.

- Pode ser juncional, composto ou intradérmico. Se composto ou intradérmico, apresenta o


fenômeno da maturação.

-Apresenta infiltrado inflamatório leve, incomum em outros nevos benignos.

- Pode apresentar corpos de kamino, melanina ausente, esparsa ou prevalente.

. Corpos de kamino são estruturas eosinofílicas de colágeno tipo IV e VII, laminina e


fibronectina, presentes dentro da epiderme, e coram positivamente para PAS e tricrômico.
Estão presentes em até 60% dos nevos de Spitz.

Nevo de Reed (Nevo de células fusiformes pigmentado)


- Mais comum em mulheres jovens, em extremidades proximais.

- Células fusiformes com acentuada pigmentação (bem escuro na macroscopia).

- Ninhos paralelos à epiderme, confluentes.

- Predominantemente juncional, ou intradérmico superficial.

- A epiderme não apresenta hiperplasia.

- Alguns autores chamam de Nevo de Spitz de células fusiformes.

Nevos atípicos/displásicos/de Clark

- Atipias citológicas:

. O núcleo do melanócito é maior que o do ceratinócito adjacente.

. Formato irregular (fusiforme).

- Atipias arquiteturais:

. Fenômeno do ombro: o componente juncional é maior que o componente dérmico,


formando um ombrinho que se estende para as laterais.

. Ninhos confluentes

. Fibroplasia na derme papilar ao redor dos melanócitos funcionais (fibroplasia lamelar).

. Leve a moderado infiltrado linfocitário perivascular na derme, com melanófagos.

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