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SEMIOLOGIA DOS

TUMORES BENIGNOS E
MALIGNOS NÃO
ODONTOGÉNICOS
Grupo: nº 8

Viana, Março de 2023


Sumário

1 2
Tumores Não Odontogénicos
Principais Tumores Não Odontogénicos que
Mais Frequentes
Acometem a Cavidade Oral das Crianças
 Cisto Nasolabial (Cisto Nasoalveolar; Cisto de
 Papiloma;
Klestadt);
 Hemangioma;
 Cisto do Ducto Nasopalatino (Cisto do Canal
 Linfangioma;
Incisivo);
 Granuloma Piogénico;
 Cisto do Recém-Nascido Palatino (Pérolas de
 Epúlide Congênita do Recém-Nascido;
Epstein; Nódulos de Bohn);
 Lesão Periférica de Células Gigantes;
 Cisto do Ducto Tireoglosso;
 Lesão Central de Células Gigantes;
 Cisto Linfoepitelial Oral.
 Fibroma Ossificante Periférico.
INTRODUÇÃO

Um tumor, por definição, significa o aumento de volume do tecido, mas,


no sentido estrito da palavra, não sugere um processo neoplásico.

Já neoplasia é um processo biológico ainda mal conhecido que, em certos caso,


não pode ser diferenciada com clareza de outros processos ou reações teciduais
normais.

Pode ser definida como um crescimento tecidual, independente e desordenado,


que é capaz de proliferação ilimitada e não regressão, mesmo depois de removido o
estímulo que iniciou o processo.
Tumores Não Odontogénicos Mais
Frequentes
Cisto Nasolabial

“Cisto Nasoalveolar ou Cisto de Klestadt”

- É um cisto do desenvolvimento raro que ocorre no lábio superior,


lateral à linha média. A sua patogénese é desconhecida.

- O cisto nasolabial apresenta-se como um aumento de volume do


lábio superior lateral à linha média, resultando na elevação da asa do
nariz. Muitas vezes, o aumento eleva a mucosa do vestíbulo nasal e
causa apagamento do fundo de vestíbulo
Cisto Nasolabial
- A dor é rara, exceto quando a lesão está infetada secundariamente.
O cisto pode se romper espontaneamente e drenar para a cavidade
oral ou nasal.
Cisto Nasolabial

“Cisto Nasoalveolar ou Cisto de Klestadt”

- Os cistos nasolabiais são observados com maior frequência em


adultos, com pico de prevalência na quarta e quinta décadas de vida.

- Como o cisto nasolabial origina-se nos tecidos moles, na maioria


dos casos não há alterações radiográficas.

- O tratamento de eleição consiste na remoção cirúrgica total por


acesso intraoral. Cisto Nasolabial

- A recidiva é rara. Recentemente foi sugerida uma abordagem


alternativa via cavidade nasal que permite a marsupialização
endoscópica da lesão.
Cisto do Ducto Nasopalatino
“Cisto do Canal Incisivo”

- É o cisto não odontogénico mais comum da cavidade oral,


ocorrendo em cerca de 1% da população.

- Acredita-se que ele se origina de remanescentes do ducto


nasopalatino, uma estrutura embrionária que liga a cavidade nasal
e oral na região do canal incisivo.

Cisto do Ducto Nasopalatino


- Outros possíveis fatores etiológicos sugeridos são: o trauma,
infeção do ducto e retenção de muco das glândulas salivares
menores adjacentes.
Cisto do Ducto Nasopalatino
“Cisto do Canal Incisivo”

- O cisto do ducto nasopalatino pode se desenvolver praticamente em


qualquer idade, porém ele é mais comum na quarta a sexta décadas
de vida.

- Este cisto é raramente observado durante a primeira década de vida.


A maioria dos estudos mostra uma preferência pelo gênero
masculino. Cisto do Ducto Nasopalatino

- Outros possíveis fatores etiológicos sugeridos são: o trauma,


infeção do ducto e retenção de muco das glândulas salivares
menores adjacentes.
Cisto do Ducto Nasopalatino
“Cisto do Canal Incisivo”

- As radiografias geralmente demonstram uma lesão radiolúcida


bemcircunscrita próxima ou na linha média da região anterior de
maxila, entre os ápices dos incisivos centrais.

- A reabsorção radicular é raramente notada. A lesão em geral é


redonda ou oval, com uma margem esclerótica.

Cisto do Ducto Nasopalatino


- Os cistos do ducto nasopalatino são tratados por enucleação
cirúrgica.
Cisto do Recém-Nascido Palatino

“Pérolas de Epstein; Nódulos de Bohn”

- Pequenos cistos de desenvolvimento são comuns no palato de


crianças recém-nascidas.

- As Pérolas de Epstein ocorrem ao longo da rafe palatina


mediana e provavelmente surgem de epitélio aprisionado ao
longo da linha de fusão.
Pérolas de Epstein

- Os Nódulos de Bohn estão espalhados pelo palato duro,


muitas vezes próximo à junção entre os palatos, e acredita-se
que sejam derivados de glândulas salivares menores.
Cisto do Recém-Nascido Palatino

“Pérolas de Epstein; Nódulos de Bohn”

- Os cistos palatinos do recém-nascido são muito comuns e têm


sido relatados em 65% a 85% dos neonatos.

- Pelo facto de os cistos palatinos do recém-nascido serem lesões


inócuas, nenhum tratamento é necessário.

- Eles sofrem regressão espontânea e raramente são observados Nódulos de Bohn

quando a criança apresenta várias semanas de vida.


Cisto do Ducto Tireoglosso

- É conhecido popularmente como “Cisto Tireoglosso”, sendo


uma doença congênita que se torna evidente geralmente em
crianças em idade pré-escolar e é uma das lesões mais comuns
na linha média do pescoço.

- Este problema geralmente aparece próximo dos 5 aos de idade.

- Surge como um nódulo de consistência elástica, de forma


Cisto do Ducto Tireoglosso
esférica, indolor e localizado na linha média do pescoço. Pode
conter um líquido viscoso e espesso.
Cisto do Ducto Tireoglosso

- A maior parte das vezes, o cisto Tireoglosso é uma doença


benigna.

- Em geral, costuma apresentar um nódulo de consistência firme e


indolor, que se movimenta durante a deglutição e com a língua.

- O tratamento para o Cisto Tireoglosso é exclusivamente


cirúrgico e bastante seguro Cisto do Ducto Tireoglosso
Cisto Linfoepitelial Oral

- É uma lesão cística rara que se desenvolve devido a obstrução


de uma cripta contendo tecido linfoide ou, para alguns, a partir
do aprisionamento do ducto glandular por material linfoide
durante a embriogénese.

- Clinicamente, este cisto se apresenta como pápulas, de pouco


milímetros, firmes a palpação e com uma cloração branco-
amarelada.
Cisto Linfoepitelial Oral

- Tais lesões são predominantes em adultos jovens,


assintomáticas e encontradas principalmente no soalho bucal,
ventre ou borda lateral posterior da língua
Cisto Linfoepitelial Oral

- Caracteristicamente, a lesão é branca ou amarela e muitas vezes


contém em sua luz ceratina com aspecto caseoso ou cremoso.
O cisto geralmente é assintomático, embora, ocasionalmente,
alguns pacientes queixem-se de tumefação ou drenagem.

- A dor é rara, porém pode ocorrer secundariamente a um


traumatismo. Os cistos linfoepiteliais orais podem se desenvolver
em qualquer idade, porém são mais frequentes em adultos jovens.
Cisto Linfoepitelial Oral

- O cisto linfoepitelial oral é em geral tratado pela excisão

cirúrgica e a recidiva geralmente não ocorre.


Principais Tumores Não Odontogénicos que
Acometem a Cavidade Oral das Crianças
Papiloma

- É uma neoplasia benigna relativamente comum no epitélio


estratificado escamoso oral.

- A sua etiologia é desconhecida, porém acredita-se que esteja


relacionada ao trauma e ao papiloma vírus humano (HPV-6,
11, 16), que é capaz de invadir o núcleo das células da camada
espinhosa e induzir mudanças proliferativas que resultam no
crescimento do tumor.
Papiloma
Papiloma

- Clinicamente, o Papiloma caracteriza-se por apresentar um


crescimento exofítico indolor, bem delimitado, pediculado, com
numerosas projeções digitiformes pequenas, produzindo uma
superfície semelhante a couve-flor.

- O tratamento consiste na remoção cirúrgica da lesão, porém


recentemente tem sido proposta a ablação a laser, com pequena
chance de recidiva. Papiloma
Hemangioma

- É um dos tumores não odontogénicos mais comuns em


crianças, caracterizado pela proliferação dos vasos sanguíneos,
aparecendo muitas vezes no primeiro mês de vida.

- O Hemangioma é uma lesão que acomete principalmente os


lábios, língua, mucosa jugal, mucosa alveolar e gengiva e pode
sofrer traumatismos como a ulceração, infeção secundária e dor. Hemangioma

- Apresenta predileção pelo sexo feminino, numa relação de 3:1.


Hemangioma

- Clinicamente, os hemangiomas são subdivididos em dois tipos:


Capilar e Cavernoso. O primeiro é a forma mais comum e
aparece clinicamente como uma mancha plana, cor vermelho-
vivo, que pode progressivamente tornar-se elevada e apresentar
involução espontânea. O segundo é menos frequente e apresenta-
se como uma lesão grande, elevada e de cor vermelho-intensa.

- As formas de tratamento incluem a excisão cirúrgica, a Hemangioma


eletrocoagulação, a administração de agentes esclerosantes
(corticoide local ou sistêmico ou interferon-α), a terapia a laser,
a criocirurgia ou simplesmente acompanhamento.
Linfangioma

- A classificação mais aceite do Linfangioma é que seja uma


malformação derivada de restos linfáticos sequestrados
durante a formação dos vasos linfáticos.

- É incomum, mas aparece com maior frequência em


crianças, sendo que 50% dos linfangiomas, geralmente, estão
presentes ao nascimento e cerca de 80-90% aparecem durante
os três primeiros anos de vida.
Linfangioma
- Clinicamente, os linfangiomas são classificados em três
formas: Linfangioma Capilar, Cavernoso e Higroma
Cístico, dependendo do tamanho dos vasos linfáticos
envolvidos.
Linfangioma

- As lesões superficiais (capilares) se apresentam como nódulos


pequenos, macios e elevados que lembram um aglomerado de
pequenas “vesículas” de coloração amarelo-acinzentada.

- As lesões profundas (cavernoso) apresentam-se como uma


massa tecidual macia, difusa e sem alteração de cor.

- Para os linfangiomas pequenos da cavidade bucal, geralmente


não é indicado qualquer tratamento, pois podem apresentar Linfangioma
regressão espontânea, parcial ou completa. O maior obstáculo
para o tratamento dos linfangiomas é a alta percentagem de
recorrência da lesão.
Granuloma Piogénico

- É uma lesão tumoriforme não neoplásica, caracterizada como


um processo inflamatório em resposta a uma irritação ou trauma
leve.

- O termo piogénico é considerado inadequado, uma vez que não


há formação de pus como o nome sugere, exceto se for invadido
por microrganismos levando a infeção secundária.
Granuloma Piogénico

- A ocorrência é relativamente comum na cavidade bucal de


crianças, mostrando predileção pelo sexo feminino.
Granuloma Piogénico

- A localização mais comum é na gengiva, na região anterior da


maxila, seguida por língua, lábios e mucosa jugal.

- O tratamento consiste na remoção cirúrgica e eliminação de


qualquer fator local que possa atuar como irritante e acarretar a
recidiva da lesão.

Granuloma Piogénico
- Outros tratamentos alternativos que podem ser usados como a
criocirurgia ou eletrocauterização, minimizam o sangramento e
facilitar a hemostasia.
Epúlide Congênita do Recém-Nascido

- É um tumor benigno gengival exclusivo de recém-


nascidos que se localiza, exclusivamente, no rebordo
maxilar, frequentemente na região de caninos e
incisivos.
- É importante o diagnóstico e tratamento precoces, pois
essa lesão pode interferir na respiração e dificultar a
amamentação. Apresenta predileção pelo sexo feminino
Epúlide Congênita do Recém-Nascido
(10:1), o que sugere um fator hormonal envolvido no
desenvolvimento da lesão
Epúlide Congênita do Recém-Nascido

- Clinicamente, se manifesta como uma expansão circular


ou ovoide, única, com superfície lisa, de coloração
avermelhada ou da cor da mucosa, que varia de 0,5 a 9,0 cm
de diâmetro.

- O tratamento consiste na excisão cirúrgica simples ou com


laser de CO2, com prognóstico excelente e sem relatos de Epúlide Congênita do Recém-Nascido
recidiva.
Lesão Periférica de Células Gigantes

- Assim como o Granuloma Piogénico, a Lesão Periférica


de Células Gigantes é um crescimento tumoriforme em
resposta a irritação ou trauma local e não uma neoplasia
verdadeira.

- Localiza-se exclusivamente na gengiva ou no rebordo


alveolar, com maior frequência na mandíbula e mostra Lesão Periférica de Células Gigantes
predileção pelo sexo feminino (2:1).

- Aparece como uma massa nodular, de crescimento lento,


não encapsulada, bem delimitada e de coloração vermelho-
escuro.
Lesão Periférica de Células Gigantes

- Os capilares são numerosos, principalmente na periferia


da lesão, e células gigantes podem ser encontradas na luz
desses vasos.

- O tratamento consiste na excisão cirúrgica, devendo-se


tomar o cuidado de remover toda a base da lesão, inclusive
o periósteo para evitar a recidiva. Lesão Periférica de Células Gigantes
Lesão Central de Células Gigantes

- É uma lesão não neoplásica dos maxilares, com predileção


pela região anterior da mandíbula.

- A sua etiologia é desconhecida, porém acredita-se que a


natureza da lesão seja reacional, relacionada a trauma e
inflamação. Acomete principalmente crianças,
adolescentes e adultos jovens do sexo feminino (numa Lesão Central de Células Gigantes

porção de 2:1).
- Esse tipo de lesão tem duas classificações: Não Agressivo
e Agressivo.
Lesão Central de Células Gigantes

- Radiograficamente, as lesões aparecem como áreas


radiolúcidas uni ou multiloculares.

- Caracteristicamente, células gigantes multinucleadas estão


presentes, disseminadas por todo o tecido conjuntivo, sendo
muitas vezes denominadas osteoclastos.
Lesão Central de Células Gigantes
- O tratamento consiste na remoção cirúrgica e curetagem
extensa, embora alguns autores recomendem a ressecção
com margem de segurança. A recidiva pode ocorrer em 15 a
20% dos casos.
Fibroma Ossificante Periférico

- É um crescimento de natureza reacional, não neoplásica,


caracterizado por um grande número de células exibindo
formação de osso, material semelhante a cemento ou
calcificação distrófica.

- A etiologia sua é desconhecida, porém acredita-se que


fatores irritantes locais como o acúmulo de biofilme e cálculo
e os aparelhos ortodônticos sejam agentes predisponentes. Fibroma Ossificante Periférico

- É relativamente comum em crianças, acometendo


exclusivamente a gengiva, geralmente na região de incisivo a
canino, tanto na maxila quanto na mandíbula.
Fibroma Ossificante Periférico

- O pico de incidência é na segunda década de vida e apresenta


predileção pelo sexo feminino (2:1).

- Na maioria dos casos, não há envolvimento aparente do osso


visível radiograficamente, porém podem ser detetadas áreas de
calcificação focal

- O tratamento consiste na excisão cirúrgica, sendo necessária Fibroma Ossificante Periférico

a curetagem do periósteo e ligamento periodontal afetados e


raspagem e alisamento radicular na tentativa de eliminar os
agentes irritantes locais e recorrência da lesão, que pode
acontecer em 7 a 45% dos casos.
Fibroma Ossificante Periférico

(Excisão Cirúrgica)
Remoção Cirúrgica De Granuloma Piogénico
CONCLUSÃO

A maior parte desses tumores não odontogénicos, quer sejam benignos ou malignos,
têm a sua manifestação geralmente durante a infância, mas alguns podem manifestar-
se até a quarta ou quinta décadas de vida.

A maioria dos tumores bucais que acometem crianças são benignos e a excisão
cirúrgica por acesso intrabucal é o tratamento mais adequado na maioria dos casos.

Entretanto, cabe salientar que é importante avaliar o tipo, o tamanho e a extensão


dessas lesões, bem como os riscos relacionados ao seu tratamento, antes de qualquer
intervenção.
Muito Obrigado (a)!!!

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