Você está na página 1de 3

LESÕES PIGMENTADAS

Lesões pigmentadas da mucosa


» Pigmentação endógena – pigmentadas pelo nosso corpo
» Pigmentação exógena - chegam ao corpo via meio externo

Pigmentação endógena:
1) MÁCULA MELANOCÍTICA BUCAL
▪ Maior síntese focal de melanina (e às vezes do número de melanócitos)
▪ Localizada, pequena, marrom ou enegrecidas, bem circunscrita e com
bordas regulares; isolada (raramente múltiplas lesões)
▪ Causa desconhecida – Não possui nenhuma relação com o sol (ao
contrário das “pintinhas” na pele (nevos)
▪ Qualquer idade
▪ 2 mulheres : 1 homem
▪ Lábio inferior (semi mucosa), gengiva, palato e mucosa jugal
Diagnóstico Diferencial:
▪ Melanoma – diferencia-se através do “ABCD” – A mácula é simétrica,
possui coloração uniforme, bordas bem definidas e o diâmetro menor que
0,6 cm; Porém, vários melanomas começam como uma mácula.
São lesões raras em mucosa bucal, e trazem um “alerta”
▪ Lesões vasculares – quando pontuais e pequenas, podem ter aspecto mais azulado ou acastanhado,
mimetizando a mácula  fazer manobra de Vitropressão para saber se é lesão vascular – se não mudou
coloração, é pigmento que há no local e não sangue – mácula!
▪ Fazer biópsia! (fazer diagnóstico precoce)
▪ Histologicamente: Aumento da deposição de melanina e, às vezes, do número de melanócitos ao
longo da camada basal e parabasal (camada acima da basal) (dentro do epitélio).

2) PIGMENTAÇÃO MELÂNICA FISIOLÓGICA


▪ Síntese aumentada de melanina
▪ Máculas enegrecidas, difusas (não é localizado), sempre simétricas
(benigno) e persistentes
▪ Se fator etiológico aparente
▪ Melanondermas e feodermas – maior pigmentação da pele e muitas
vezes da mucosa
▪ Gengiva vestibular, mucosa jugal e língua;
▪ Não requer intervenção – somente alguns pacientes se incomodam com a estética – pode-se provocar
erosão da gengiva com uma broca diamantada.

3) MELANOSE ASSOCIADA AO FUMO


▪ Máculas acastanhadas, difusas (nunca é mácula, nem petéquia) e
múltiplas. Não necessariamente é simétrica – há mais pigmentação
no lado em que o paciente fuma mais
▪ Gengiva vestibular anterior, mucosa jugal e palato
▪ 31% dos fumantes
▪ Estimulação dos melanócitos pela nicotina
A nicotina por si só estimula maior produção de melanina pelos melanócitos, além de aumentar a
absorção de nicotina com o passar do tempo devido à afinidade química.
▪ Mostrar para o paciente que já possui alterações na mucosa que indicam que ele fuma muito, e o
organismo já respondeu a isso. Realizar prevenção – parar de fumar!
▪ Desaparece gradativamente ao parar (até 3 anos)
▪ Não descartar melanoma!

4) PIGMENTAÇÃO ENDÓGENA POR INFLUÊNCIA DE MEDICAMENTOS


▪ Estimulam a síntese de melanina
▪ Melanose difusa e simétrica da pele e mucosa; provocam mucosa mais azulada
 Ex: melanose oral induzida por Minociclina (antibiótico do grupo tetraciclina)
 Ex: anticoncepcionais (estrógeno) – pode causar somente uma pigmentação,
mas não há como dizer que é somente pigmentação, podendo ser outra lesão;
sugerir ao médico a mudança de medicamento, porém dentistas não devem
prescrever!
 Ex: AZT (coquetel para soropositivos) – causam muitas vezes pigmentações melânicas em boca
 Ex: Cloriquina (tratamento de malária, lúpus e artrite reumatóide) – causa pigmentação azul clara em
pacientes de pele clara (muito característica)
▪ Diagnóstico – coloração azulada + anamnese bem realizada (saber quais os medicamentos paciente toma)
▪ Gengiva vestibular, manchas em lábio
▪ Realizar biópsia (quando for muito azul e em palato basta acompanhar)

5) NEVO MALANOCÍTICO
▪ Proliferação benigna de células névicas (localizadas na camada basal, dentro do epitélio) – são da
mesma “família” dos melanócitos (mesma linhagem) – alguns dizem ser um melanócito indiferenciado
(estado primitivo).
▪ Temos as células névicas espalhadas ao longo do epitélio em organismos sadios. As vezes essas
células começam a fazer um ninho, se proliferando localmente, tornando visível aos nossos olhos. Na
maior parte das vezes produzem melanina – nem toda célula névica produz melanina; quando ela produz,
é vista aos nossos olhos.
▪ Semelhante à mácula – enegrecida, localizada. Clinicamente é igual – deve-se fazer biópsia – pode ser
uma lesão benigna, ou um melanoma em fase inicial
▪ “Tumor” muito comum em pele;
▪ Raro em boca – biopsiar, pois pode ser um melanoma
▪ Aparece na maior na infância
▪ Palato e gengiva

Nevo melanocítico: subtipos histológicos


▪ Nevo Juncional: junto da lâmina própria, dentro do epitélio  mácula enegrecida;
▪ Nevo Composto: progressão – se desprende do epitélio, ficando um pouco em epitélio e um
pouco em tecido conjuntivo  Nódulo simétrico pigmentado ou não
▪ Nevo Intramucoso: células em tecido conjuntivo  Nódulo ou pápula – aspecto papilífero
O que altera na lesão?
 Quando as células pigmentadas estão na superfície (nevo juncional), tem-se uma mácula igual às
outras máculas – bem delimitada, menor que 0,6cm, isolada.
 À medida que as células proliferam e migram para a intimidade do
tecido, pelo número de células que aumentam localmente, às vezes a
lesão deixa de ser plana, passando de mácula para nódulo. Este, pode ou
não ser pigmentado, pois às vezes os nevos podem ser totalmente sem
melanina – mesmo nesse caso não exclui a possibilidade de malignidade,
pois pode ter melanoma não pigmentado, apesar de menos comum.
Depois de nodular, não regride novamente.
 O nevo intramucoso possui células no conjuntivo, não sendo uma mácula homogênea, mas sim mal
distribuída, dando falso aspecto papilífero, mas na verdade ele está profunda. Continua sendo um nevo;
no laudo vem como nevo melanocítico intramucoso
Para o paciente não muda muito; portanto o mesmo tipo de lesão pode ter diferentes apresentações
clinicas, ora uma mácula, ora um nódulo, e diferentes padrões histopatológicos.

6) NEVO AZUL
▪ Proliferação de melanócitos na lâmina própria da
mucosa bucal, numa região mais profunda do tecido
conjuntivo. A luz reflete como azul pois há mais tecido
sobre o nevo.
▪ Mácula azulada

▪ Mácula melanocítica bucal x nevo  No nevo não há melanócito proliferando no epitélio


Ambos são muito parecidos! No laudo dá diagnóstico correto.

Pigmentações exógenas
1) TATUAGEM POR AMÁLGAMA
▪ Pigmentação exógena iatrogênica
▪ Preparo cavitário, procedimento restaurador, extração, pinos, prótese parcial.
▪ Amálgama rapidamente fagocitado pela mucosa bucal quando em contato com ela;
▪ Analisar clinicamente se está perto de um dente com restauração de amalgama, além de fazer
radiografia para ver se existe uma área radiopaca (amálgama)
▪ Para evitar, utilizar isolamento para realizar a restauração

Regra geral:
Se não tiver um diagnóstico certeiro de que é uma lesão benigna, assumir a hipótese de ser uma lesão
precursora de melanoma;
Lesões pigmentadas da mucosa bucal com diagnóstico clínico duvidoso  biópsia mandatória
Nevo  biópsia

Mancha - Caso apareça em radiografia – acompanhar!


Mácula enegracida e não aparece na radiografia – BIÓPSIA!

Você também pode gostar