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LABORATÓRIO DE PROCEDIMENTOS
2º ANO DE MEDICINA
Prof. Dr. Artur Lício
FPS, 2018
2 Daniella Bandim, 2018
3º PERÍODO
Programação do semestre:
1- Rotina em bloco cirúrgico
2- Ferimentos de pele: bases da anestesia local e sutura
3- Exérese de tumor cutâneo
4- Exérese de tumor subcutâneo
5- Sutura intradérmica
6- Sutura contínua no fechamento de parede abdominal (laparotomias)
7- Acesso venoso na urgência: dissecção venosa
8- Assistência neonatal
9- Inaloterapia
10- Cateterismo de veia umbilical e punção intra-óssea
11- Acesso venoso na urgência: punção de veia central
12- Suporte avançado de vida no adulto(parte 1)
13- Suporte avançado de vida no adulto (parte 2) e em pediatria
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b) Áreas semi-restritas – possibilitam a circulação tanto do pessoal como de equipamentos, de maneira a não interferir nas
rotinas de controle e manutenção da assepsia da área restrita.
Exemplo: sala de guarda de material administrativo, sala de estar, copa e expurgo.
c) Área restritas – apresentam limites definidos para a circulação de pessoas, equipamentos e materiais. Além disso, nessa área,
as pessoas têm de circular com vestimentas e EPIs adequados (pijama cirúrgico, gorro, máscara e propé).
Exemplos: corredores internos, os lavatórios/área de escovação, sala de operação e sala de recuperação.
OBS: A central de material e esterilização (CME) atualmente é localizada fora do bloco cirúrgico, pois é utilizado por outros
setores do hospital.
Centro de material
● Passo a passo:
1- Trocar de roupa no vestiário, colocando o pijama cirúrgico e, ao sair de lá para entrar no bloco propriamente dito, colocar
máscara, gorro e propé.
2- Escovação cirúrgica (retira a flora de transição e parte da flora residente): duração de 5 minutos, com 10-15 movimenbos em
cada passo.
3- Secar as mãos na compressa.
4- Colocar capote.
5- Colocar luvas estéreis.
(Importante relembrar o passo a passo das etapas 2, 3, 4 e 5).
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1. umbigo
2. linha mediana
3. 4 quadrantes do abdome (um de cada vez)
5. margens
(Lembrar de limpar apenas em um sentido, como se estivesse varrendo, e sempre para longe de onde será a incisão. Lembrar
também de trocar as gazes).
1. Campo de baixo
2. Campo de cima (será passado ao anestesista)
3. Laterais são colocadas simultaneamente
4. Fixação com pinça de baccaus ou foerster por baixo, na intersecção dos campos
● Tipos de feridas:
a) Incisas: feridas lineares, bordos regulares e pouco traumatizadas. São produzidas por agentes cortantes e afiados, capazes de
cortar. Exemplo: incisão cirúrgica.
Conduta: sutura simples ou intradérmica.
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b) Contusas: feridas irregulares, sangrantes e com bordas muito traumatizadas e mal delimitadas. São produzidas por objeto de
natureza geralmente romba, capaz de romper a integridade da pele (ex. pedaço de madeira, soco).
Conduta: precisa de sutura hemostática: donatti (já foi questão de THC)
c) Perfurantes: lesões cutâneas puntiformes ou lineares (que literamente furam), de bordos regulares ou não, produzidas por
objetos geralmente finos e pontiagudos capazes de perfurar a pele e atingir tecido subcutâneo. São subdivididas em perfuro-
contusas e perfuro-cortantes.
d)Penetrantes: semelhantes às perfurantes, porém penetrando em alguma cavidade (abdome, tórax, crânio)
Conduta: laparotomia exploratória para ver se algum órgão foi lesado (já foi questão de prova).
e) Transfixantes: ferida perfurante ou transfixante, mas que atravessa o tecido ou cavidade em toda sua extensão. Tem
ferimento de entrada e saída.
● Contra-indicações de sutura:
1. Contra-indicações relativas:
a) Intervalo maior que 6-8h entre o traumatismo e o atendimento (provavelmente a ferida está contaminada).
Obs. Estudos recentes sugerem possibilidade de sutura com intervalos de 19 a 24 horas. (já foi questão de prova)
c) Ferida por mordedura (faz a sutura se for mordedura no rosto, se for uma ferida muito extensa ou se for criança).
2. Contra-indicações absolutas:
a) Ferida infectada (com pus).
● Passo a passo para a sutura:
1- Se apresentar e explicar o procedimento.
2- Gorro + máscara + lavagem básica + luva estéril.
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● Tipos de fios:
- O fio ideal é aquele que causa menor reação tecidual e mentem a força tênsil por tempo suficiente para a cicatrização.
- quanto mais “zeros” o fio tiver, mais fino ele será.
- Camadas da epiderme (da superfície para a profundidade): córnea, lúcida, granulosa, espinhosa e basal.
- Derme: abrigam glândulas (sebáceas e sudoríparas) e pelos (folículos pilosos).
- Subcutâneo: tecido gorduroso/hipoderme
● Tipos de tumores:
1- Melanócitos:
a) Melanoma:
- tipo menos frequente de todos os cânceres de pele.
- pior prognóstico e alto índice de mortalidade.
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5. Sutura intradérmica
Vantagens x Desvantagens
- Estética - Não hemostática
- Não permite drenagem de secreções
- Doi ao retirar (se for fio inabsorvível).
Indicações x Contra-indicações
- Feridas incisas - Feridas contusas (sangrantes e irregulares)
● Tipos de incisão:
- Incisão abdominal ideal: permite fácil acesso ao órgão visado e oferece boa visão para o procedimento cirúrgico
(campo operatório).
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● Principais veias:
• Basílica (2cm acima da prega do cotovelo, mais medial) -> mais utilizada!
• Cefálica (acima da prega do cotovelo)
• Safena (acima do maléolo interno)
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Como na dissecção venosa perde-se a veia (é uma desvantagem!), evita-se fazer a dissecção da safena para, caso o paciente
precise fazer uma ponte de safena algum dia na vida, a veia safena esteja viável. (Há uma discordância desse procedimento com
o laboratório de anatomia no 4º período).
● Indicações:
- indicações de todos os acessos venosos, exemplo: RCP, reposição volêmica...
- quando não for possível fazer acesso venoso periférico por punção.
8. Assistência neonatal
- No atendimento do RN, é necessário conhecer a história materna e analisar o trabalho de parto, ter o material adequado
pronto e testado na hora do nascimento (pois se o RN nasce mal, temos pouco tempo para agir, então tem que estar tudo
pronto para assisti-lo, mesmo sem saber se ele vai vir bem* ou mal) e oferecer a assistência propriamente dita.
*Para avaliar se um RN está bem o APGAR NÃO é parâmetro para indicação de procedimento, e sim: respiração (avaliado pelo
choro), tônus muscular e frequência cardíaca maior que 100bpm.
- Fatores de risco
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• Com liquido amniótico meconial, mas com boa vitalidade: (tônus em flexão, respirando ou chorando e nascimento a
termo), com líquido meconial.
1- Aquecimento
2- Clampeamento precoce do cordão
3- Levar o RN à fonte de calor radiante colocando-o em posição de trendelemburg.
4- Aspiração superficial da orofaringe (laterais da boca) e das cavidades nasais para evitar broncoaspiração de mecônio pelo
reflexo vagal. Não esquecer de dobrar a sonda para que se tenha o maior controle da aspiração, pois é um processo contínuo e
pode causar lesão na mucosa e só soltar quando estiver inserida na cavidade.* Não é unânime.
5- A partir daqui, cuidados de rotina do caso anterior.
• Com líquido amniótico meconial e necessidade de reanimação: RN sem boa vitalidade ao nascer (tônus muscular
flácido, ritmo respiratório irregular e FC<100bpm - a FC está alterada porque houve hipóxia/falta O2), com líquido
meconial. – CUIDADOS IMEDIATOS EM ATÉ 1 MINUTO!
1- Aquecimento
2- Clampeamento precoce do cordão
3- Levar o RN à fonte de calor radiante colocando-o em posição de trendelemburg.
4- Fazer a ventilação com pressão positiva com AMBU, sem hiperestender o pescoço (faz leve extensão), ventilando o RN com
frequência de 40 - 60/min, mas não espero nem 1 minuto para verificar! Com 30 segundos eu já reavalio para ver se a
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frequência cardíaca já voltou ao normal. Quase 100% melhora e, se melhorar, volta para as condutas de rotina do RN com boa
vitalidade ao nascer e sem líquido meconial.
Técnica: Verificar a posição- pescoço levemente extendido para garantir a permeabilidade das vias aéreas;
Posicionar a máscara e ajustar à face - observar se há expansão adequada do tórax;
Ventilar o RN - frequência de 40 - 60 mov/min e visualizar um movimento suave do tórax;
Verificar a FC - após a ventilação com oxigênio a 100% por 15-30 segundos, verificar a FC por 6 segundos
(multiplicar por 10) e se ela está maior que 100bpm;
Em caso positivo: suspender VPP + conduta de rotina
Em caso negativo: entubação
5- Se não melhorar (a respiração não assume e a FC ABAIXO DE 60 -> indicação) = entubação seguida imediatamente de
massagem cardíaca! (já foi questão de prova)
OBS: entubação com laringoscópio reto (de Muller) e cânula sem cuff.
Faz 3 compressões (linha intermamilar, com dois dedos: polegares ou indicador+médio) para 1 ventilação (não
tá em PCR, tá em bradicardia -> faz a massagem para evitar a evolução). Deve-se evitar o apêndice xifoide.
6- Se ainda assim não melhorar, administra adrenalina via endovenosa (cateterismo da veia umbilical). Dose: 0,01 a 0,03 mg/kg.
9- Inaloterapia
● Conceito: utilização de medicamentos na forma de aerossol (suspensões de diminutas partículas, líquidas ou sólidas, em um
gás ou em uma mistura de gases, como o ar atmosférico) nas vias aéreas inferiores.
A preocupação de quem usa a via inalatória é garantir a deposição das partículas da droga nos locais onde sua ação é desejada
(no caso da asma, nos brônquios), uma vez que as partículas tendem a se depositar por gravidade (sedimentação), e é preciso
que suas partículas tenham diâmetros entre 1 e 5 micra (partículas respiráveis).
Se for maior que 1-5 micra, impacta na orofaringe e não desce.
Se for menor que 1-5 micra , fica solto no ar e não desce.
● Técnica: inspiração profunda pela boca, seguida de pausa de cerca de 10 segundos. Só consegue fazer isso em crianças
maiores e adultos.
b) Vantagens:
- Uso em todas as faixas etárias (não precisa da inspiração profunda)
- Não necessita de coordenação
- Administração de altas doses
c) Desvantagens:
- Custo
- Manutenção
- Transporte
- Fonte de O2
- Contaminação (compartilhar a mesma máscara para várias pessoas)
- Deposição pulmonar variável
Sistemas dosimetrados:
2) Inaladores pressurizados (por pressão – bombinhas):
- Técnica: Não esquecer de agitar. Inspiração profunda e apneia por 10 segundos.
- Não consegue fazer em crianças pequenas.
- Em crianças menores se usa com o espaçador.
Menor de 4 anos: espaçador* + máscara. Não faz inspiração profunda e apneia; só dá o jato e conta até 10 segundos
enquanto a criança respira normalmente.
De 4 a 6 anos: usa o bocal do espaçador.
Maior de 6 anos: Pode usar o bocal do inalador, mas é recomendado que continue se usando o bocal do espaçador,
pois, sem o espaçador, é difícil sincronizar o jato e a inspiração, além de que o jato muito forte faz as partículas impactarem na
orofaringe e não descerem.
*Espaçador: funciona como um filtro que retém partículas grandes e libera partículas respiráveis, seletivamente, para o
paciente. Tem maior utilidade com corticoides tópicos.
Bota a cápsula, aperto o botão para quebrar a o do lab é vermelho e branco: bota a boca, destrava e cápsula e inspira.
● ABC da ressuscitação:
A - Via aérea (air way)
B - Boa respiração (breath)
C - Circulação: manutenção do débito cardíaco + acesso venoso para infusão de líquido e drogas.
→ Punção intra-óssea: utilizada quando o coto umbilical não for mais viável, consiste na introdução de uma agulha na cavidade
da medula óssea, possibilitando acesso à circulação sistêmica venosa para a infusão de medicamento e soluções em situações
de emergência.
● Principais localizações:
Tíbia proximal (mais comum) (já foi questão de prova)
Tíbia distal
Fêmur distal
3. Delegar funções (pedir para alguém ligar para 192, informando que se trata de uma parada e pedir para outra pessoa
procurar o DEA) enquanto você inicia a RCP.
2. Posição das mãos e do corpo: Se for uma vítima adulta, usamos as mãos entrelaçadas (mão dominante embaixo!) + ombros
fazendo 90graus com a cabeça da vítima. Se for uma criança, podemos fazer as compressões com os polegares/dois dedos
(bebê), na linha intermamilar, ou semelhante à RCP no adulto, porém com uma mão só (criança maior). Lembrar de
hiperextender a cervical da vítima para melhorar a perviedade das vias aéreas.
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3. Frequência das compressões: 100-120 compressões por minuto. Por mais que a FC da criança seja maior que no adulto, na
RCP em crianças, fazemos a mesma frequência de compressões. Lembrem deles:
4. Profundidade: Devemos aprofundar mais ou menos 1/3 do tórax. No adulto, isso corresponde a 5-6cm e, na criança, 4-5cm.
Lembrar de retornar completamente o tórax a cada compressão, para permitir que o coração se encha de sangue, mas não
retire as mãos do tórax!
5. Proporção compressão-ventilação:
No adulto: 30 compressões para 2 ventilações
Na criança:
1 socorrista: 30 compressões para 2 ventilações
2 socorristas: 15 compressões para 2 ventilações (prioriza as ventilações porque a maior causa de morte em criança é
por problemas respiratórios).
Independentemente da técnica utilizada para aplicar ventilações, será necessária a abertura de via aérea, que poderá ser
realizada com a manobra da inclinação da cabeça e elevação do queixo e, se houver suspeita de trauma, a manobra de elevação
do ângulo da mandíbula:
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6. DEA: A desfibrilação deve ser feita, com o desfibrilador externo automático (DEA), assim que a parada for diagnosticada. Ela
não substitui a massagem cardiorrespiratória, mas complementa. Se o desfibrilador chegar no momento em que a massagem
estiver sendo feita, não há necessidade de interromper a reanimação. É possível colocar as pás mesmo enquanto a RCP estiver
sendo realizada . O DEA é autoexplicativo, para poder ser usado pelos leigos, por isso faz parte do suporte básico. Ligue o DEA e
siga as instruções dadas por ele.
SUPORTE AVANÇADO
O suporte avançado vai ocorrer quando:
1. For estabelecida uma via aérea avançada: A intubação** deve ser feita quando houver as condições ideais. É o padrão ouro
para ventilar alguém. Só deve ser feita quando estiver presente uma pessoa preparada, sendo, portanto, preferível diante de
uma ventilação por válvula máscara. A frequência da ventilação por bolsa válvula máscara é de 8 a 10 por minuto de forma
contínua, ou seja, não sincronizada com a RCP.
2. For estabelecido acesso venoso periférico para infusão de drogas: são usadas adrenalina e amiodarona.
OBS: Nesse suporte, não será usado o desfibrilador externo automático e sim o manual, ou seja, ele NÃO vai te dizer se o
paciente está em um ritmo chocável ou não. Por tal motivo, o paciente tem que estar monitorizado e você deve conhecer os
padrões chocáveis e não chocáveis. Mas não se preocupem, os padrões não serão cobrados por agora.